1. REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228
72
Volume 15 - Número 2 - 2º Semestre 2015
ATUAÇÃO DOS ENFERMEIROS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA COM
PACIENTES HIPERTENSOS E DIABÉTICOS, LARANJAL DO JARI, AMAPÁ, BRASIL
Andréa dos Santos Godinho1; Rubens Alex de Oliveira Menezes2; Flávio Henrique Ferreira Barbosa3;
Benedito Pantoja Sacramento4; Kelly Assunção e Silva5; Francine Pinto de Azevedo Oliveira6
RESUMO
Estudo com abordagem quantitativa de cunho exploratório-descritivo junto aos profissionais
enfermeiros inseridos na Estratégia Saúde da Família, no município de Laranjal do Jarí, Amapá, no
decorrer do ano de 2011. Com o objetivo de analisar a atuação destes profissionais junto aos pacientes
hipertensos e diabéticos, por eles atendidos na atenção básica, trazendo ao seu foco principal a
discussão das aptidões dos enfermeiros nas suas atuações com este tipo de paciente na prevenção da
Lesão Renal. Concluiu-se que 77,7% dos enfermeiros realizam as orientações para os pacientes,
porém, de forma ampla, ou seja, falando de um modo geral sobre outros temas, e por vezes, acabam
citando a prevenção da lesão renal superficialmente, sem dar uma atenção mais específica a esta
questão. Isto se deve à falta de cursos de capacitação nesta área de atuação, além da falta de estrutura
local para a detecção da lesão renal, gerando assim a precariedade de um diagnóstico precoce da
doença renal crônica nos pacientes hipertensos e diabéticos.
Palavras-chave: Lesão renal, hipertensão, diabetes, estratégia saúde da família, enfermeiro.
PRACTICE NURSE HEALTH STRATEGY IN PATIENTS WITH FAMILY
HYPERTENSION AND DIABETES, LARANJAL OF JARI, AMAPÁ, BRAZIL
ABSTRACT
Exploratory descriptive study with a quantitative approach with the imprint inserted nurses in the
Family Health Strategy, in the municipality of the Orangery Jari, Amapá, during the year 2011.
Aiming to analyze the performance of these professionals together for hypertensive and diabetic
patients, they met in primary care, bringing its main focus the discussion skills of nurses in their
management of this type of patient in the prevention of kidney injury. It was concluded that 77.7 %
of nurses carry out guidelines for patients, however, broadly, that is, speaking generally about other
subjects, and sometimes end up quoting the prevention of renal lesion superficially, without giving
more specific attention to this issue. This is due to lack of training courses in this area, besides the
lack of local structure for the detection of renal injury, thereby generating the precariousness of early
diagnosis of chronic kidney disease in hypertensive and diabetic patients.
Keywords: Kidney injury, hypertension, diabetes, family health strategy, nurse.
2. 73
INTRODUÇÃO
A Hipertensão Arterial Sistêmica
(HAS) e o Diabetes Mellitus (DM) são
problemas graves de saúde pública no mundo,
estando entre algumas das principais causas de
Doença Renal Crônica (DRC) no Brasil. Em
nosso país, a hipertensão arterial e a diabetes são
responsáveis pela primeira causa de mortalidade,
hospitalizações, amputações de membros
inferiores e representam ainda 62,1% dos
diagnósticos primários em pacientes com
insuficiência renal crônica, submetidos à diálise
(BRASIL, 2006b).
A HAS é uma das principais causas de
DRC no Brasil. Nesses pacientes ela representa o
principal fator de risco para morbidade e
mortalidade. Na época da necessidade de terapia
renal substitutiva (diálise ou transplante renal),
cerca de 80% a 90% dos pacientes são
hipertensos. A principal ação para retardar a
progressão desse processo é o controle rigoroso
da pressão arterial (BRASIL, 2006a).
O DM é um grupo de doenças
metabólicas caracterizadas por hiperglicemia que
podem ser associadas a complicações, disfunções
e insuficiência de vários órgãos, especialmente
olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos
sanguíneos, podendo resultar em defeitos na
secreção e/ou ação da insulina envolvendo
processos patogênicos específicos (BRASIL,
2006c).
Avaliar adequadamente a função renal é
fundamental para realizar o diagnóstico e
proceder ao tratamento adequado para DRC.
Recomenda-se o monitoramento da Filtração
Glomerular (FG) como o melhor marcador de
função renal em indivíduos saudáveis ou doentes,
posto que sua redução preceda o aparecimento de
sintomas de falência renal. Ademais, conhecer
fatores associados e realizar diagnóstico precoce
da DRC permite determinar tratamento adequado
e evitar a progressão para o estágio final, cuja
terapia exige diálise ou transplante renal
(FRANÇA et al., 2009).
Existem várias medidas de proteção
renal com benefícios reais e comprovados
cientificamente. Destacando-se a adoção de
hábitos alimentares adequados e saudáveis,
abandono do hábito de fumar, prática regular de
atividade física, controle da pressão arterial, boa
condução das dislipidemias, controle do diabetes
e uso profilático e de controle de alguns fármacos
(BRASIL, 2006a).
O trabalho de prevenção realizado
através de ações de educação em saúde, consultas
de enfermagem e solicitação para realização de
exames periódicos, feito por enfermeiros nas
equipes de Estratégia Saúde da Família (ESF)
com os pacientes hipertensos e diabéticos é de
suma importância para que se possa prevenir o
avanço da lesão renal, neste tipo de paciente.
Esta pesquisa tem por objetivo analisar a
atuação dos enfermeiros na ESF com pacientes
hipertensos e diabéticos, no que diz respeito à
prevenção da lesão renal, no município de
Laranjal do Jari - Amapá, no decorrer do ano de
2011, analisando se as orientações fornecidas
pelo Ministério da Saúde aos profissionais
enfermeiros são devidamente repassadas a esses
pacientes e se as mesmas são suficientes para
uma boa execução deste tipo de trabalho.
MATERIAL E MÉTODOS
Tipo de estudo
O estudo foi realizado a partir da
experiência dos profissionais enfermeiros da
ESF com pacientes hipertensos e diabéticos, que
foram atendidos no decorrer do ano de 2011.
Trata-se de uma pesquisa quantitativa de cunho
exploratório-descritivo, com questionário
contendo 14 perguntas fechadas.
O contato com os profissionais foi feito
através de telefone pessoal de cada um dos 14
enfermeiros (as) que foram convidados a
participar do estudo, porém, apenas 09
responderam ao questionário somando 64,28%
de amostragem final.
No dia e horário combinados, o objetivo
da pesquisa foi reiterado, o termo de
consentimento e a autorização foram assinados, e
foi enfatizada a liberdade de recusar-se a
responder qualquer pergunta ou mesmo a
continuar participando da pesquisa. O
questionário procurou abarcar questões
relevantes para um maior conhecimento do
trabalho que é realizado por estes profissionais
dentro da ESF.
A amostra foi do tipo intencional, com
os sujeitos selecionados conforme os objetivos
da pesquisa, inseridos num mesmo contexto de
3. trabalho. Eram adultos de ambos os sexos sendo
06 do sexo feminino e 03 do sexo masculino,
com idades entre 26 e 51 anos de idade.
O município de Laranjal do Jari, breve
contexto histórico-social e geográfico
O município de Laranjal do Jari-AP foi
criado em 17 de dezembro de 1987 e formou-se
a partir da instalação da Companhia Florestal Jari
Celulose no Distrito de Monte
Dourado/Almerim/PA que recrutou mão de obra
de diversas regiões do Brasil para trabalho de
exploração de Eucalipto e reflorestamento,
dando origem ao povoado “Beiradão” às
margens do rio Jari. (BRITO, 2000).
Situa-se ao sul do Estado do Amapá, a
280 km da capital do Estado, Macapá. Tem seus
limites ao norte com a Guiana Francesa e
Suriname, ao sul com Vitória do Jari (AP), ao
leste Mazagão e Pedra Branca do Amapari (AP)
e ao oeste com o distrito de Monte Dourado -
Almeirím (PA) (ver Figura 01). Possui uma
população de 39.942 habitantes de acordo com o
censo do ano de 2010, com uma área territorial
de 30.971,775 km² (IBGE, 2010).
O tipo de moradia caracterizava-se por
casas de madeiras construídas sobre a água
(palafitas), onde ainda residem cerca de 16.107
pessoas (40% da população), das quais 92%
possuem abastecimento de água; 95% energia
elétrica e apenas 58% são beneficiadas com a
coleta de lixo. Apenas 2% da população possuem
sistema de esgoto (98% fossa ou a céu aberto) e
63% das casas são de madeira (LARANJAL DO
JARI, 2011).
Figura 01: Vista aérea do município de Laranjal do Jarí/AP.
Fonte: Laranjal do Jari - Amapá, (2013)
Situação de saúde e a Estratégia de Saúde da
Família (ESF) em Laranjal do Jari/AP
Em se tratando de atenção à saúde o
município de Laranjal do Jari possui um Hospital
Estadual, onde são feitos atendimentos de média
complexidade. E, relacionado à Atenção Básica,
consta de 06 Unidades Básicas de Saúde (UBS),
onde atuam 14 equipes de ESF, tendo melhorado
a cobertura da população pelo PACS e ESF desde
1998 (ver Tabela 01). Possui ainda, 03 postos de
saúde na zona rural. As ESFs contam com o
suporte multiprofissional do Núcleo de Apoio à
Saúde da Família (NASF) com sede no Centro de
Fisioterapia Municipal.
4. Tabela 01 - Evolução da Implantação da ESF no município de Laranjal do Jari-AP.
Mês/Ano ACS cadastrados População Estratégia
09/1998 19 ACS 25.033 habitantes 01 equipe de PACS (Programa de ACS).
01 equipe de PACS 09/2000 44 ACS 27.671 habitantes (Programa de ACS).
09/2002 24 ACS 29.599 habitantes 01 equipe de PSF (Programa de Saúde da Família).
09/2004 77 ACS 32.550 habitantes 04 equipes de PSF
09/2006 76 ACS 36.304 habitantes 10 equipes de PSF
09/2008 82 ACS 37.626 habitantes 13 equipes de PSF
09/2011 107 ACS 39.942 habitantes 14 equipes de PSF
Fonte: Brasil (2012).
Caracterização da Estratégia Saúde da
Família (ESF) e as atribuições do enfermeiro.
O Programa Saúde da Família (PSF) foi
idealizado no Brasil pelo o Ministério da Saúde
em 1991 a partir do Programa de Agentes
Comunitários de Saúde (PACS) com a finalidade
de contribuir para a redução das mortalidades
infantil e materna, principalmente nas regiões
Norte e Nordeste, através da extensão de
cobertura dos serviços de saúde para as áreas
mais pobres e desvalidas. O PSF foi criado em
1994 e tem como base para a promoção de saúde
da família: a integralidade, a territorialização e a
continuidade das ações em saúde
(FIQUEIREDO; TONINI, 2007).
Segundo o Departamento de Atenção
Básica (DAB) do Ministério da Saúde a ESF não
é um programa implantado com sucesso, pois
sabemos que o número de profissionais é
infinitamente pequeno para dar conta de tantas
questões que envolvem cuidado com a família
(BRASIL, 2007).
Em conformidade com a Política
Nacional de Atenção Básica, são atribuições
comuns, dentre outras, a todos os profissionais da
ESF participar do processo de territorialização e
mapeamento da área de atuação da equipe,
identificando grupos, famílias e indivíduos
expostos a riscos, inclusive aqueles relativos ao
trabalho, e atualização contínua dessas
informações, priorizando as situações a serem
acompanhadas no planejamento local (BRASIL,
2007).
Assim, relevam-se como atribuições do
profissional enfermeiro: realizar atividades de
educação em saúde e assistência integral às
pessoas e famílias na UBS e, quando indicado ou
necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços
comunitários; realizar consultas de enfermagem,
solicitar exames complementares e prescrever
medicações, observadas as disposições legais da
profissão e conforme os protocolos ou outras
normativas técnicas estabelecidas pelo
Ministério da Saúde (MS), gestores estaduais,
municipais ou do Distrito Federal (BRASIL,
2007).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir da análise dos questionários, foi
verificado que 07 profissionais se formaram em
instituições públicas de ensino e 02 em
instituições privadas. E, o tempo de conclusão do
curso variou de 03 a 22 anos de formados, 07 dos
enfermeiros já possuem algum título de
especialista, sendo que 02 deles mais de um
título.
Os cursos que mais tiveram destaque
foram os de Enfermagem em Urgência e
Emergência, Enfermagem do Trabalho e Saúde
Pública/PSF, com 02 profissionais formados em
cada um destes. Quanto ao tempo de atuação na
ESF, 55,5% responderam estar atuando de 05 a
10 anos nesta.
Em se tratando do atendimento com
grupos de pacientes hipertensos e diabéticos,
todos responderam que fazem este tipo de
atendimento, realizando com cada paciente de 04
a 07 consultas anualmente, em sua maioria, ou
seja, 44,4% (ver Figura 02). Sendo considerados
por estes, como pacientes que vem
esporadicamente ao serviço de saúde (ver Figura
03).
5. 76
Figura 02 - Número de consultas realizadas pelo enfermeiro anualmente
Fonte: pesquisa de campo, 2012.
Figura 03 - frequência de pacientes as consultas de enfermagem.
Fonte: pesquisa de campo, 2012.
22,20%
44,40%
33,30%
50,00%
45,00%
40,00%
35,00%
30,00%
25,00%
20,00%
15,00%
10,00%
5,00%
0,00%
*1 a 3 *4 a 7 *8 a 12
PACIENTES * CONSULTAS
33,30%
44,40%
33,30%
50,00%
45,00%
40,00%
35,00%
30,00%
25,00%
20,00%
15,00%
10,00%
5,00%
0,00%
assíduos esporadicamente faltosos
PACIENTES
6. 77
Orsolin et al. (2005) afirma que, apenas
uma pequena porcentagem dos pacientes
hipertensos referiu-se às complicações renais, o
que parece indicar que os sujeitos possuem um
conhecimento parcial sobre as consequências da
hipertensão. Sendo talvez, este o principal
desafio a ser vencido, visto que 30 a 50% dos
hipertensos interrompem o tratamento no
primeiro ano e 75%, depois de cinco anos.
Quando perguntados sobre as ações de
Educação em Saúde, 77,7% dos profissionais
responderam realizar este tipo de trabalho com o
público alvo, sendo que tais ações são realizadas
trimestralmente, em sua maioria.
De acordo com Pacheco (2008), além da
pouca qualificação profissional existe também a
escassez de aparelhos de aferição da pressão
arterial (esfigmomanômetro) e glicosúria (fitas
de dosagem), nas Unidades Básicas de Saúde
(UBS) o que acaba por dificultar o trabalho dos
profissionais de saúde, influindo assim no
diagnóstico precoce da lesão renal, que é tão
necessário para os pacientes portadores de
hipertensão arterial e diabetes atendidos na rede
pública e cadastrados no HIPERDIA (Programa
de Hipertensão e Diabetes), do Ministério da
Saúde.
Sobre seus conhecimentos a respeito da
Lesão Renal, todos, ou seja, 100% da amostra
responderam ter conhecimentos insuficientes
sobre este tema. Assim como 100% dos
profissionais, também nunca participaram de
nenhum tipo de curso de capacitação para
prevenção da Lesão Renal, sendo que 88,8%
acham necessário que haja esses cursos de
capacitação para melhorar a atuação do
profissional enfermeiro neste sentido.
Além disso, 88,8%, também
responderam achar que o Ministério da Saúde
está dando mais importância para o setor
hospitalar visando à ampliação dos serviços de
diálise no país, do que fortificar a atenção básica
para que esta realize mais eficazmente seu
trabalho, que é o de prevenir.
Orsolin et al. (2005) afirma que diante
do sofrimento físico, moral, econômico e social
dos doentes renais, deve-se, com a prevenção,
postergar ou até impedir que muitos hipertensos
venham a tornar-se nefropatas dependentes de
uma máquina de hemodiálise, pois, no Brasil
possivelmente um grande número de pacientes
não está sendo identificado a tempo de receber o
tratamento indicado, o que confirma o crescente
número de pacientes submetidos à diálise.
A pesquisa nos mostra que, talvez por
deficiência estrutural ou na formação acadêmica,
os profissionais atuantes na atenção primária à
saúde, não intencionalmente, deixam de
identificar doentes renais em fase precoce.
Assim, muitos desses doentes chegam ao
diagnóstico da doença renal tardiamente, quando
já perderam quase que na totalidade a função
renal, já em franco processo de uremia,
diminuindo as chances de sobrevida ou
aumentando o índice de comorbidades
associadas à patologia renal, o que contribui para
uma péssima qualidade de vida para estas
pessoas (PACHECO, 2008).
Quanto as suas condutas, no seu dia-dia
de trabalho, ao se depararem com pacientes com
as taxas de uréia e creatinina alteradas, 100%
encaminham para o profissional médico (clínico
geral), sendo que apenas 01 enfermeiro
encaminha, além deste, para o nutricionista e
psicólogo. No município onde houve a pesquisa,
não se dispõe do profissional médico especialista
em nefrologia, que seria o ideal para atender a
este tipo de paciente.
Segundo França et al. (2009), o aumento
da creatinina sérica é um parâmetro
relativamente tardio para detecção da lesão renal,
posto que só esteja alterada após o paciente
perder mais de 50% da Filtração Glomerular
(FG). Nos pacientes com FG reduzida, 79,6%
dos hipertensos sem diabetes e 55,6% dos
hipertensos com diabetes ainda apresentavam
creatinina sérica dentro da faixa de normalidade,
o que demonstra a baixa sensibilidade deste
marcador para o diagnóstico precoce da Doença
Renal Crônica (DRC).
Para Pacheco (2008), o tratamento
conservador tem por finalidade retardar o
aparecimento da DRC nos portadores de diabetes
e hipertensão, por isso é essencial o uso adequado
dos medicamentos e dieta, com a participação de
uma equipe interdisciplinar. Para isso é preciso
que o profissional médico ou enfermeiro da
Unidade Básica de Saúde (UBS) esteja preparado
para orientá-lo, também tendo apoio dos outros
profissionais, como o nutricionista e o educador
físico (PACHECO, 2008).
Ao discorrerem sobre seus
conhecimentos a respeito da prevenção da Lesão
Renal, consideraram importante a prática do
7. exercício físico periódico, a integralidade da ESF
com o NASF, melhor acesso aos serviços de
saúde, dieta balanceada e sob a orientação do
nutricionista, ajuda por parte da família para
prosseguir com o tratamento, tratar
adequadamente as Infecções do Trato Urinário
(ITU) e seguir com assiduidade do tratamento
para hipertensão arterial e/ou diabetes (ver
Tabela 02).
Tabela 02 - Atitudes que os enfermeiros consideram importantes para se prevenir a lesão renal.
Atitudes para se prevenir a Lesão Renal N
Exercício físico regular 02
Integralidade ESF/NASF 02
Acesso ao serviço fácil 02
Dieta com orientação de nutricionista 06
Apoio familiar 01
Tratar adequadamente as ITU 01
Comprometimento no tratamento de HAS e diabetes 04
Fonte: Instrumento de Coleta de dados
CONCLUSÃO
Tanto a hipertensão arterial como a
diabetes são doenças de evolução progressiva,
porém lenta, que com o passar do tempo podem
ir deixando sequelas irreversíveis em seus
portadores. Portanto, se faz necessário que haja
mais projetos e ações que visem a prevenção das
complicações advindas destas, a qual a lesão
renal é uma das principais.
Esta pesquisa procurou revelar aspectos
importantes em relação ao atendimento que é
realizado pelo profissional enfermeiro inserido
na ESF e que faz atendimentos de rotina junto aos
pacientes hipertensos e diabéticos, visando
avaliar o seu grau de conhecimento e sua prática
na prevenção da lesão renal.
Este profissional está à frente das ações
de educação em saúde visando à prevenção de
complicações diversas, sendo é o principal
orientador junto aos pacientes, para que estes
possam tomar consciência da continuidade de
seus tratamentos, e assim prosseguir sem grandes
sequelas e traumas, já que se pode conviver
saudavelmente tendo hipertensão e diabetes,
desde que seja um paciente consciente e de que
siga a risca as orientações dadas pelos
profissionais.
Ao analisar o trabalho dos enfermeiros na
ESF, verificou-se que há uma contínua realização
do trabalho educativo de prevenção, seja em
grupos ou individualmente, com hipertensos e
diabéticos, porém de forma ainda muito ampla,
com pouco direcionamento aos problemas renais,
isso se dá pelo fato da carência de oportunidades
dos profissionais em participarem de cursos de
capacitação que esclareçam melhor sobre a
prevenção da lesão renal. Tais cursos deveriam
se oferecidos pelos gestores de saúde a nível
estadual, os quais já vieram ao município de
Laranjal do Jari ministrar vários cursos de
capacitação com temas como Hanseníase, Teste
rápido de HIV, Tuberculose, Imunização, dentre
outros. Porém deixa de lado a questão renal.
Até mesmo o material impresso oferecido
pelo Ministério da Saúde a nível nacional é muito
ínfimo com relação a outros agravos. Sendo que,
este é um problema de grande gravidade que
afeta a vida de muitos brasileiros.
Acredita-se, portanto, que com o devido
treinamento e/ou atualização na área específica
de nefrologia para enfermeiros, a valorização do
seu trabalho preventivo na ESF, além de boas
condições de trabalho a nível estrutural na
atenção básica, com apoio ao diagnóstico
precoce, com exames específicos e tratamento
especializado com o nefrologista, pode-se dessa
maneira haver a detecção da DRC (Doença Renal
Crônica) em estágio inicial, dando ao paciente
uma boa qualidade de vida, sem precisar se
deslocar à capital do Estado para no futuro fazer
um tratamento de diálise.
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Caratinga - UNEC, 2008.
_____________________________________
1-Enfermeira Graduada pela Faculdade
Integrada do Tapajós-FIT, Especialista em
Nefrologia – IBPEX, e em Saúde Pública com
ênfase em Saúde da Família –
FACINTER/FATEC. Enfermeira da Estratégia
Saúde da Família (ESF) de Laranjal do Jari-AP,
Amapá, Brasil.
2-Laboratório Central de Saúde Pública do
Amapá - LACEN-AP, Macapá, Amapá,
Mestrado pelo Programa de Pós Graduação em
Ciências da Saúde da Universidade Federal do
Amapá, UNIFAP - Macapá (AP), Brasil.
3-Docente do Programa de Pós Graduação em
Ciências da Saúde da Universidade Federal do
Amapá, UNIFAP - Macapá (AP), Brasil.
4-Coodenador Municipal do Programa de
Imunizações do município de Laranjal do Jari
Amapá e Especialista em Pneumologia Sanitária
9. pela Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro
(RJ), Brasil
5-Fisioterapeuta Graduada pela Universidade da
Amazônia – UNAMA Fisioterapeuta do Núcleo
de Apoio à Saúde da Família (NASF) de Laranjal
do Jari-AP, Amapá, Brasil.
6-Fonoaudióloga pela Universidade Federal do
Rio de Janeiro e mestrado em Psicologia (Teoria
e Pesquisa do Comportamento) pela
Universidade Federal do Pará. Docente eventual
do Instituto Brasileiro de Pós Graduação e
Extensão, professor colaborador do Centro
Universitário UNINTER.
Correspondência: Rubens Alex de Oliveira
Menezes – Laboratório Central de Saúde Pública
de Macapá – LACEN (AP). Endereço: Avenida
Tancredo Neves, 1118. Bairro: São Lázaro, CEP
- 68908-530, Setor de Bacteriologia, Tel:
32126175∕81311306∕32235534, Macapá – AP,
Brasil. E-mail: ra-menezes@hotmail.com
80