1) O documento descreve um culto de louvor realizado na Catedral Metodista de Piracicaba, com obras de compositores como Haydn, Mendelssohn e Franck.
2) O Coro Sinfônico da Escola de Música de Piracicaba apresentou a Missa Brevis Sti Joannis de Deo de Haydn durante a celebração.
3) A missa é um gênero ligado às tradições da Igreja e esta obra de Haydn foi uma de suas primeiras missas breves, encomendada para a Ordem de
1. Catedral Metodista de Piracicaba
Os
Grandes
Mestres
na
Catedral Metodista de Piracicaba
Dietrich Buxtehude (1637-1707)
George Philipp Telemann (1681-1767)
William Boyce (1711-1779)
Felix Mendelssohn (1809-1847)
Franz Joseph Haydn (1732-1809)
Cesar Franck (1822-1890)
Ernst Mahle
Liturgia do culto vespertino de louvor a Deus,
celebrado no dia 07 de junho de 2009, às 19h,
no Templo da Catedral Metodista de Piracicaba.
Participação especial do Coro Sinfônico da
Escola de Música de Piracicaba “Maestro Ernst Mahle”
2. Como Igreja, Adoramos Ao Senhor
Prelúdio:
Aleluia. William Boyce (1711-1779)
Acolhida e chamado à adoração:
“No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as
abas de suas vestes enchiam o templo. Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas:
com duas cobria o rosto, com duas cobria os seus pés e com duas voava. E clamavam uns para
os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da
sua glória. As bases do limiar se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça”.
(Is 6:1-4)
Oração:
Hino de adoração:
Vou exaltar. George Philipp Telemann (1681-1767)
Como Igreja, Confessamos Ao Senhor
Chamado à confissão:
“Então, disse eu: ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no
meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos!”
(Is 6:5)
Oração silenciosa:
Proclamação do Perdão:
“Então, um dos serafins voou para mim, trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar
com uma tenaz; com a brasa tocou a minha boca e disse: Eis que ela tocou os teus lábios; a tua
iniqüidade foi tirada, e perdoado, o teu pecado”. (Is 6:6-7)
Como Igreja, Louvamos Ao Senhor
Chamado ao Louvor:
Hino de louvor:
Cantate Domine (Cantai a Deus). Dietrich Buxtehude (1637-1707)
Ofertório:
Hino de louvor e ação de graças:
HE, 125 (2ª música)
Consagração das ofertas:
Ministério do Acolhimento:
Como Igreja, Ouvimos O Senhor
Leitura bíblica:
“Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós?”.
(Is 6:8a)
Hino:
O que vigia Israel. Felix Mendelssohn (1809-1847). Trad. João Wilson Faustini, 1955
Mensagem:
Rev. Paulo Dias Nogueira
Como Igreja, Nos Dedicamos Ao Senhor
Leitura bíblica:
“Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim”. (Is 6:8b)
Momento de oração:
Como Igreja, Celebramos A Ceia Do Senhor
Hino:
Panis angelicus. Cesar Franck (1822-1890), transcrito por John Rutter. São Thomás de
Aquino (1225-1274).
Panis angélicus, O Pão dos Anjos,
fit panis hóminum; Torna-se pão dos homens,
Dat panis coelicus figúris términum. E o Pão dos céus dá fim aos velhos símbolos.
O res mirábilis, mandúcat Dominum Oh Coisa admirável! O Senhor é a comida
Pauper, sérvus, et húmilis. Do pobre e humilde servidor!!!
Amen Amém.
3. Como Igreja, Somos Enviados Pelo Senhor
Coro Sinfônico: Missa Brevis Sti Joannis de Deo Hob. XXII:7. Franz Joseph Haydn
(1732-1809): Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus, Benedictus, Agnus Dei.
Kyrie Kyrie
Kyrie eleison Senhor tem piedade de nós
Christe eleison Cristo tem piedade de nós
Kyrie eleison Senhor tem piedade de nós
Gloria in excelsis Deo! Gloria a Deus nas alturas!
Et in terra pax hominibus bonæ volun- E paz na terra aos homens de boa von-
tatis tade.
Laudamus te, benedicimus te Nós Vos louvamos, nós Vos bendizemos
Adoramus te, glorificamus te Nós Vos adoramos, nós Vos glorificamos
Gratias agimus tibi, Nós Vos damos graças
propter magnam gloriam tuam Por Vossa imensa glória
Domine, Deus, Rex cælestis, Senhor, Deus, Rei dos céus,
Deus Pater omnipotens Deus-Pai Todo Poderoso
Domine Fili unigenite, Senhor Filho de Deus unigênito
Jesu Christe Jesus Cristo
Domine, Deus, Agnus Dei, Senhor, Deus, Cordeiro de Deus
Filius Patris Filho do Homem
Qui tollis peccata mundi, Que tira o pecado do mundo,
Miserere nobis Tende piedade de nós
Qui tollis peccata mundi, Vós que tirais o pecado do mundo,
Suscipe deprecationem nostram Acolhei a nossa suplica
Qui sedes ad dexteram Patris, Vós que estais à direita do Pai,
Miserere nobis Tende piedade de nós
Quoniam Tu solus Sanctus Porque só Vós sois o santo
Tu solus Dominus Só Vós sois o Senhor
Tu solus Altissimus Só Vós o Altíssimo
Jesu Christe, Jesus Cristo,
Cum Sancto Spiritu Com o Espírito Santo
In gloria Dei Patris Na glória de Deus-Pai
Amen! Amem!
Credo in unum Deum Creio em um só Deus
Patrem omnipotentem, Pai Todo-Poderoso
Factorem cæli et terræ, Criador dos céus e da terra
visibilium omnium et invisibilium De tudo o que é visível e invisível
Et in unum Dominum, Iesum Chris- E no Senhor Jesus Cristo
tum,
Filium Dei unigenitum Filho Unigênito de Deus
Et ex Patre natum, ante omnia sæcula E nascido do Pai antes de todos os séculos
Deus de Deus, Luz da Luz
Deum de Deo, lumen de lumine, Deus verdadeiro do Deus verdadeiro
Foi gerado e não criado, consubstancial
Deum verum de Deo vero ao
Genitum, non Factum, consubstatialem Pai:
Patri:
Per quem omnia facta sunt Por quem tudo foi feito
Qui propter nos homines, E que, por nós, homens
4. Et propter nostram salutem, Para nossa salvação
Descendit de cælis Desceu dos céus
E encarnou pelo poder do Espírito San-
Et incarnatus est de Spiritu Sancto, to,
Nascendo da Virgem Maria: e fez-se
Ex Maria Virgine: et homo factus est homem.
Crucifixus etiam pro nobis: Crucificado também por nós:
Sub Pontio Pilato, Sob ordem de Pôncio Pilatos,
Passus et sepultus est Padeceu e foi sepultado.
Et resurrexit tertia die, E ressuscitou ao terceiro dia
Secundum Scripturas Conforme as escrituras.
Et ascendit in cælum: E subiu aos céus
Sedet ad dexteram Patris Onde está sentado à direita do Pai
Et iterum venturus est cum gloria, Voltará novamente com glória,
Iudicare vivos et mortuos: Para julgar os vivos e os mortos,
Cuius non erit finis E o seu Reino não terá fim.
Et in Spiritum Sanctum, Creio no Espírito Santo
Dominum et vivificantem: Senhor que dá a vida.
Qui ex Patre Filioque procedit Que provém do Pai e do Filho
Qui cum Patre et Filio, E com o Pai e o Filho
Simul adoratur, et conglorificatur: É adorado e glorificado:
Qui locutus est per Prophetas Ele que falou pelos profetas.
Et unam, sanctam, catholicam, Creio numa única, santa, católica
Et apostolicam Ecclesiam E apostólica Igreja
Confiteor unum baptisma, Confesso único batismo,
In remissionem peccatorum Para remissão dos pecados
Et exspecto resurrectionem mortuorum Et espero pela ressurreição dos mortos
Et vitam venturi sæculi E a vida no mundo que há de vir.
Amen Amém.
Sanctus, Sanctus, Sanctus Santo, Santo, Santo
Dominus, Deus Sabaoth Senhor Deus do Universo
O Céu e a Terra proclamam a Vossa
Pleni sunt cæli et terra gloria tua glória.
Hosanna, in excelsis Hossana nas alturas
Benedictus Bendito
Qui venit in nomine Domini É aquele que vem em nome do Senhor
Hosanna in excelsis Hosana nas alturas
Agnus Dei Cordeiro de Deus
Qui tollis peccata mundi Que tirais o pecado do mundo
miserere nobis Tende piedade de nós
Agnus Dei Cordeiro de Deus
Qui tollis peccata mundi Que tirais o pecado do mundo
Dona nobis pacem Dai-nos a paz
Oração Final e Benção:
Poslúdio:
Aleluia – Ernst Mahle
Participações Especiais
Catedral Metodista de Piracicaba:
Celebrante: Rev. Paulo Dias Nogueira
5. Organista: Vera Cantoni
Ministério do Acolhimento
Escola de Música de Piracicaba “Maestro Ernst Mahle”:
Regente: Maestro Ernst Mahle
Coro Sinfônico da Escola de Música de Piracicaba “Maestro Ernst Mahle”
Sopranos: Ana Foizer, Cidinha Mahle, Débora Letícia, Érica Gualazzi, Ester Holcman,
Graziele Tinós, Marina Falda, Mônica Moraes, Raissa Amaral, Renata Bandel, Vera Vieira.
Contraltos: Adelina Pinotti, Ângela Tuppy, Eneida Lobo, Luciana Pimpinato, M. Regina
Eckert, Odete Ribeiro, Sônia Dechen.
Tenores: Alex Cazzonatto, Anderson Oliveira, Antonio Pessotti, Claudio Costa, Cláudio
Vieira, Daniel Pedroso, Everson Paduan.
Baixos: Danilo Sarti, Edison Cerignoni, Elizeu Pozzani, Levy dos Santos, Manuel Elias,
Norberto Vieira, Willian de Barros.
Informações sobre o gênero Missa
A Missa é um gênero ligado às tradições e ao rito das Cerimônias Cúlticas da Igreja Cristã.
Como o próprio nome diz, a missa é uma obra para vozes que reproduz integralmente o texto
da missa, em latim. Este tipo de obra era composta para integrar os momentos litúrgicos.
Porém, como hoje as celebrações cristãs respondem às mais diversas demandas culturais, essas
obras, por suas características sacras, são executadas no espaço sagrado, mas freqüentemente
fora da liturgia do culto. As missas são formadas por seis partes: Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus,
Benedictus e Agnus Dei. Durante muito tempo na história, a língua oficial da igreja e do culto
foi o latim, daí o porque das muitas peças nesta língua.
Missa Brevis Sancti Joannis de Deo Hob. XXII,7 – Franz Joseph Haydn
O nome de Franz Joseph Haydn (1732-1809) é quase sinônimo da música do final do séc.
XVIII. Haydn recebeu uma sólida formação musical como menino de coro da Catedral de Sto.
Estevão em Viena. Ao atingir a puberdade, foi dispensado do coro e viveu com dificuldades à
custa de trabalhos temporários como professor.
Enquanto as suas últimas missas são consideradas obras que coroam todas as suas compo-
sições sacras, as primeiras missas foram consideradas de forma bastante distinta, com reparos
de desigualdades na condução das vozes e de falhas ao nível da ligação música-texto. Cinco das
oito missas compostas entre 1750 e 1782, caem na categoria de missa brevis. São extremamente
curtas e forçam mesmo os extensos textos do Gloria e Credo numa forma compacta através da
declamação simultânea de certas passagens do texto.
Com a Missa Sancti Nicolai (1772) e a Missa St. Joannis de Deo (c.1775), a série de missae
breves começada em 1750 atinge as suas primeiras obras-primas.
A Missa St. Joannis de Deo (também chamada Kleine Orgelmesse, Pequena Missa de Ór-
gão) foi a mais divulgada das primeiras missas de Haydn – e é a única missa brevis da qual se
conserva a partitura autógrafa completa.
O título refere-se ao monge português João Cidade (1495-1550) – a quem o Bispo de Tuy
chamava “João de Deus” – cuja dedicação aos pobres e doentes levou à fundação da Ordem
Hospitaleira de S. João de Deus (ou dos Irmãos da Caridade).
Sendo a última das suas missas breves, a Missa brevis Sancti Joannis de Deo é uma obra
concisa, encomenda da Ordem Hospitaleira. A encomenda especificava uma duração limitada
e um único solo mais extenso, o Benedictus, para soprano e órgão concertante. A orquestração
inclui dois violinos e baixo contínuo (o trio de igreja vienense). Haydn seguiu rigorosamente
estas instruções e como resultado nasceu uma missa que pela sua duração tem permanecido
muito mais a uso na liturgia. O Kyrie inicia-se calmo e continua com uma graciosidade que
nunca se afaste do texto “Senhor, misericórdia.”
No Gloria e no Credo, Haydn condensou os textos, pondo em música diversas frases simul-
tâneas. A sobreposição de vários textos, já utilizada nas suas primeiras missas, encontra-se tam-
bém nalguns seus contemporâneos. Por detrás desta técnica encontramos a tentativa de evitar
o demorar da celebração no altar permitindo a progressão paralela entre a prece silenciosa do
celebrante e a música do coro. Apesar da brevidade incomum do Gloria (31 compassos), o texto
é ainda assim tratado de forma diferenciada. Assim, o versículo Agnus Dei contrasta claramente
melodica e ritmicamente com a apresentação mais animada do Gratias.
O Sanctus/Benedictus é a secção mais extensa da obra, com o solo do Benedictus, conside-
rado o ponto culminante da obra. O virtuosismo do canto, repartido entre o soprano e o órgão,
justifica bem o subtítulo de Pequena Missa de Órgão.
Da mesma forma que nas missas contemporâneas de Mozart, o coração e o espírito são
conduzidos ao ponto central da liturgia, ao cântico de louvor Àquele “que vem em nome do
Senhor”. O Agnus Dei retoma o estilo meditativo do Kyrie, terminando a obra com a mesma
suavidade com que se iniciou.
Uma música que desperta os sentimentos religiosos – todas as missas de Haydn estão subor-
dinadas a esta idéia. A partitura autógrafa tem o título “Missa St. Joannis de Deo“ e termina
com uma nota do próprio Haydn “laus Deo et BVM et S. Joanni de Deo”.
César Franck (1822-1890)
César-Auguste-Jean-Guillaume-Hubert Franck (Liège, 10 de dezembro de 1822 — Paris, 8
de novembro de 1890) foi um organista e compositor belga.
Com quinze anos, após os estudos em sua cidade natal, foi para Paris onde passou a fre-
qüentar o conservatório. Suas primeiras composições datam desta época e incluem quatro trios
6. para piano e cordas (Trio op.1 no.1), além de peças para piano. Rute, uma cantata bíblica, foi
composta com sucesso no conservatório em 1846. Deixou inacabada a ópera Le Valet de Ferme,
iniciada em 1851.
Durante muitos anos, Franck levou uma vida retirada, dedicando-se ao ensino e a seus deve-
res de organista, adquirindo renome como improvisador. Escreveu também uma missa, motetos,
peças para órgão e outros trabalhos de cunho religioso.
Professor do Conservatório de Paris em 1872, naturalizou-se francês no ano seguinte. Sua
obra-prima é o poema sinfônico Les Béatitudes. Foi recebida, no entanto, com frieza na única
execução pública durante a vida do autor. Outros poemas sinfônicos de Franck são Les Éolides,
de 1876, Le Chasseur Maudit, de 1883 e Psyche, de 1888.
Dietrich Buxtehude (1637-1707).
O mestre-organista Dietrich Buxtehude foi um dos maiores expoentes do período barroco
alemão. Na cidade alemã de Lübeck, onde viria a morrer em 9 de maio de 1707, com 70 anos
de idade, Buxtehude exerceu as funções de Werkmeister e organista da Marienkirche desde
1668. Em 1703, Buxtehude foi visitado pelo jovem virtuoso Haendel, já reconhecido como um
excelente artista. Dois anos mais tarde, Bach viajou para Lübeck na esperança de ouvir a famosa
Abendmusiken (música noturna) tocada por Buxtehude, com quem passou os meses seguintes
a aprender a técnica.
George Philipp Telemann (1681-1767).
Nasceu em Magdeburgo, em 14 de março de 1681. De formação autodidata como instru-
mentista e compositor, o jovem teve que lutar para seguir sua carreira de músico, já que sua fa-
mília se opunha decididamente. Seu pai, Heinrich Telemann, foi diácono e vinha de uma família
que, por várias gerações, formara pastores protestantes. A tradição de sua família obrigava-o a
receber uma formação universitária. Telemann foi bom aluno no colégio e, ainda adolescente, era
capaz de escrever versos em alemão, latim e francês. A partir dos 10 anos tocava com perfeição
flauta, violino e outros instrumentos, mas não conhecia teoria musical. Seu único período de
aprendizagem musical coincidiu com os anos em que freqüentou o liceu, onde estudou com Be-
nedict Christiani, compositor de música sacra. Em 1701, a fim de agradar a família, iniciou os
estudos de Direito na Universidade de Leipzig, abandonando-os pouco depois. Meses depois de
ter se instalado em Leipzig fundou um Collegium Musicum formado por quarenta estudantes.
Esta instituição, conhecida pelo nome de Colegium Telemanniano, passou a ser dirigida, a partir
de 1729, por Johann Sebastian Bach. Em 1704 foi nomeado organista e mestre de capela da
Neue Kirche ou igreja Nova de Leipzig, a capela universitária. Em 1712, o compositor trocou o
serviço da corte por outras funções artísticas em Frankfurt am Main. Foi contratado para dirigir
a música em duas igrejas: a de Barfüsser e a de Santa Catarina. Apesar da magnífica posição que
tinha em Frankfurt, Telemann mudou-se para Hamburgo em 1715, mas continuou a enviar para
Frankfurt suas obras religiosas até 1757. Segundo a tradição de Hamburgo, o compositor era
obrigado a compor todos os anos uma paixão e peças para as datas cívicas e religiosas. Em 1722
começou a dirigir a Ópera de Hamburgo, que estava em crise, e conseguiu animar a vida musical
desta cidade, permitindo o acesso de todos os cidadãos (e não apenas os nobres) aos concertos,
mediante o pagamento de uma entrada. A partir de 1740, a sua atividade como compositor
diminuiu. Morreu em Hamburgo, no dia 25 de junho de 1767, aos 86 anos de idade. É autor
de 40 óperas, 12 séries de cantatas para todos os domingos e festas do ano, 46 paixões, 600 aber-
turas à francesa, inúmeros oratórios, obras incidentais e música de câmara.
William Boyce (1711-1779).
Boyce nasceu em 11 de setembro de 1711 e faleceu em 7 de fevereiro de 1779). É ampla-
mente considerado como um dos mais importantes compositores Ingleses do século 18. Nascido
em Londres, Boyce foi um menino cantor na Catedral de São Paulo. Sua primeira nomeação
profissional veio em 1734 como organista na Capela Oxford. Foi também profissional do King’s
Musick em 1755 e se tornou um dos organistas na Capela Real em 1758. Quando Boyce não
pôde mais continuar no seu ofício de organista por causa da surdez que o acometeu, foi aposen-
tado e passou a trabalhar na finalização da compilação da obra de Maurice Greene na Cathedral
Music. Boyce é mais conhecido pelo seu conjunto de oito sinfonias, seus hinos e suas Odes.
Boyce foi em grande parte esquecido após a sua morte e ele continua um compositor com obras
pouco executadas nos dias de hoje, embora algumas delas tenham sido redescobertas em 1930,
editadas por Constant Lambert e, por vezes, sido apresentadas, sempre com muito sucesso.
Felix Mendelssohn (1809-1847).
Há exatamente 200 anos nascia Felix Mendelssohn, uma data que sempre é lembrada no
meio musical do mundo inteiro. De acordo com a lenda, o compositor alemão, um rico judeu
com grande talento musical, teria encontrado partituras de Johann Sebastian Bach de uma forma
pouco convencional. Mendelssohn estaria se preparando para oferecer um jantar aos convidados
e, quando entrou na cozinha, percebeu que o papel em que a carne estava embrulhada eram na
verdade partituras de Bach. Felix Mendelssohn era neto do filósofo judeu alemão Moses Men-
delssohn e, quando criança, seus pais se converteram ao cristianismo e adotaram o sobrenome
Bartholdy. Algumas de suas maiores obras -- como “Sonho de uma Noite de Verão”-- foram
escritas antes que ele completasse 18 anos. Entre outras obras-primas estão seus quartetos de
cordas, concerto de violino em Mi Menor e o oratório “Elijah”. Por causa de sua origem judai-
ca, seus trabalhos foram banidos durante o governo nazista na Alemanha. Durante o mandato
de Hitler, centenas de composições, manuscritos, cartas e até pinturas feitas por Mendelssohn
tiveram de ser contrabandeadas para cidades como Varsóvia e Cracóvia, e depois espalhadas pelo
mundo quando a Alemanha ocupou a Polônia.