SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 128
- Feridas Abertas -
Josué de Castro  nasceu no Recife,  no ano de 1908.
Formado em Medicina,  dedicou todas as suas  energias em prol da  construção de um mundo  livre da mais cruel e  aviltante calamidade social: a Fome.
Condenou com veemência  a conspiração de silêncio que, na mídia, nas academias, e nos parlamentos, teimava  em não abordar a questão  da fome no país.
A inserção da temática da fome no panorama político, científico e moral no Brasil deve-se aos seus incansáveis esforços.
A seu respeito, afirmou Darcy Ribeiro: “ Josué é uma das pessoas que eu mais admiro.  Eu digo mesmo que Josué  é o homem mais inteligente e mais brilhante  que eu conheci..."
Travou a sua batalha pela erradicação da fome  desde o começo dos anos 30 até a década de 70, vindo a falecer em 1973.
Entregou sua existência efêmera de sessenta e cinco anos de vida a uma das causas mais nobres,  - a promoção da  dignidade humana.
Pela enorme consideração  e cuidado que sempre manifestou pelos pobres,  o médico pernambucano  é lembrado hoje como  o profeta dos excluídos.
Em setembro de 2008 comemorou-se o centenário de nascimento de Josué de Castro.
Josué Apolônio de Castro 05.09.1908  –  24.09.1973   Influente  médico , professor,  sociólogo , escritor, intelectual,  humanista ,  ativista  brasileiro, nordestino, humano.
Para marcar o centenário  de seu nascimento,  o “Jornal do Commercio”,  do Recife, veiculou um caderno especial chamado  “ Feridas Abertas da Fome.”
A reportagem seguiu  os caminhos da fome baseando-se em estudos  e mapas elaborados,  há cinqüenta anos, pelo médico e geógrafo Josué de Castro.
Uma equipe formada  pelo fotógrafo Arnaldo  Carvalho, pela repórter Ciara Carvalho, e pelo motorista Reginaldo Araújo rodou quase dez mil quilômetros, em 15 dias, pelos nove estados do Nordeste do Brasil.
Uma equipe formada  pelo fotógrafo Arnaldo  Carvalho, pela repórter Ciara Carvalho, e pelo motorista Reginaldo Araújo rodou quase dez mil quilômetros, em 15 dias, pelos nove estados do Nordeste do Brasil.
O que eles testemunharam, - o seu contato com  as pessoas “invisíveis” aos olhos da nossa sociedade -, demonstra que ainda  temos um longo  caminho a percorrer  até a realização dos ideais  de Josué de Castro.
O fotógrafo Arnaldo  Carvalho relata:  “ Não foi fácil fazer  esse material.  Foi muito cansativo  tanto psicologicamente quanto fisicamente...”  “ Cada localidade visitada  era um soco no estômago, atrás do outro...”
Veja a seguir  um resumo da reportagem que  a equipe realizou.  Sertão nordestino Setembro de 2008
 
Serra do Cafundó, CE
Ouricuri, PE 
Ouricuri, PE 
Ipubi, PE 
Marta, jovem mãe, moradora da Vila dos Costas,  distrito de Natura, Paraíba,  recebe a equipe do jornal  na desolação de seu lar.
A fome de seus filhos,  somada à sua própria fome.  Fome de comida, de esperança, de dignidade...
No seu povoado, Vila dos Costas,  as famílias vivem como refugiados.  As terras onde moravam foram inundadas pela barragem de Acauã.
O governo levantou as casas  no endereço novo,  mas se esqueceu de levar  dignidade para a nova morada.
Quando a reportagem pede para conhecer a cozinha de sua humilde casa,  descobre que no armário de duas portas tudo o que tem é resto.
Restos de fuba, de sal e  um pacote aberto de açúcar.  O arroz e o feijão acabaram há uma semana.
A mulher forte, com um jeito discreto, quase cabreiro, que cria sozinha os filhos e ainda cuida de dois sobrinhos,  já ao final da visita da equipe de reportagem, desaba num choro incontido que a todos impressiona.
O choro de Marta, nos relata o fotógrafo,  não é um choro de humilhação,  de resignação, de tristeza  por não ter o que comer.  De quem aceita o destino  porque assim Deus quis.
O seu choro não é senão  um choro-explosão, um choro-revolta,  um choro de indignação e de vergonha porque  assim o homem quis.
Marta Maria da Silva, 28 anos,  é analfabeta e parece ter a exata consciência de que o flagelo da fome, imposto a ela e aos seus três filhos,  não é obra divina. E sim humana.
Coisa do homem contra o homem.  E isso ela se recusa a aceitar;  daí o seu choro incontido.
Não há maneira de enxugar lágrimas como estas. Lágrimas que brotam de um coração vitimado pela injustiça.
Marta abraça o filho  de dois anos.  Pequeninas mãos enxugam as  suas lágrimas.
Quem consola,  e quem é consolado?
Qual o limite de dor e desalento que um coração humano consegue suportar?...
“ Ninguém merece passar por isso. repete Marta... Ninguém”,
...antes de esconder-se no quarto,  para chorar mais alto e sozinha.
A equipe de reportagem precisa partir. Deixa para trás Marta, seus três filhos, e o mar de lágrimas provocadas pela insensatez humana.
 
 
Rafael, 2 anos, morador de Ipubi, PE,  perdeu a visão do olho direito devido  a forte desnutrição. 
Quando chegou ao hospital, Rafael era só pele,  osso e feridas. E a nata que lhe cobria os olhos, - a remela da fome.
Os cuidados médicos infelizmente puderam salvar o olhar de um dos olhos apenas.
Ana Vitória, 1 ano e 2 meses, que mora num município vizinho, teve menos sorte ainda, perdendo a visão dos dois olhos devido a forte desnutrição. 
Existe uma cegueira moral e social, anterior à cegueira que se apodera dos pequeninos olhos  de Rafael, de Ana Vitória, e de outras tantas crianças.
Algumas crianças, na loteria biológica, não são contempladas com uma família abastada materialmente.  Ninguém escolhe a família em que nasce.
É por isso que o exercício da caridade  se faz tão importante.
 
Rafael, como muitas outras crianças da região, vive à base de garapa, - água com farinha -, e raramente bebe leite.
Habitantes de um outro planeta,  - o planeta da exclusão,  da miséria e da fome.
A mãe de Rafael lhe oferece o almoço,  um ralo mingau de arroz.
Diante das prateleiras todas vazias,  a repórter pergunta o que a família  irá jantar naquela noite.
A jovem mãe, desconversando, responde: “ Comeremos qualquer coisa, antes de deitar.”
A repórter, não satisfeita com  a resposta evasiva, repete a pergunta.
Desta vez, como resposta,  apenas o silêncio.
Um dolorido silêncio, sinônimo de desalento, desamparo, fome...
Pequeninos olhos que estarão em jejum,  quando amanhã pela manhã se abrirem.
 
Serra do Cafundó, CE  Esta infinita  canseira,   Essa noite  sem remédio, Este castigo impiedoso, Essa eterna  espera sem fim...
O tempo passa igual para todos, O peso de um dia é mais severo para uns do que para outros. mas não os  seus efeitos.
Algumas pessoas passam por tanto infortúnio nas suas vidas que não estariam mentindo acaso dissessem:
Tenho morrido muitas vezes. Tenho morrido mil mortes...
Quanto tempo ainda levará até que aprendamos a ler nos olhares aquilo que não  se traduz por palavras?...
 
 
 
Em quinze dias,  a equipe de reportagem percorreu quase dez mil quilômetros,  pelos nove estados do Nordeste do Brasil.  Visitou lares famintos de um Nordeste árido e  seco de esperança.
Algumas das localidades marcadas pela fome e pela desolação encontram-se listadas dentre os municípios tidos como modelo pelo programa “Fome Zero”.  O que revela quão distante estamos de  uma sociedade onde  a dignidade da vida seja uma realidade para todos.
Apesar das incipientes vitórias alcançadas no combate à miséria nos anos recentes,  infelizmente, ainda é vasto o caminho a ser percorrido acaso queiramos que “justiça social” deixe de ser um vago conceito e se transforme em  viva realidade.
A legião de excluídos  no Brasil soma quase  14 milhões de pessoas. Quatorze milhões  de bocas incertas da comida de amanhã.
Compartilhe esta mensagem com outras pessoas. Em especial com a classe política,  com governantes e dirigentes.
De modo que, quando entre uma CPI e outra  no conforto de seus gabinetes estiverem, ao menos saibam da existência  das vidas aqui relatadas:
A Maria que espera,  a Marta que chora.
A pequena Ana Vitória, que, quando em breve começar  a dar os seus primeiros passos...,
...haverá de tatear seu caminho pelo mundo,  uma vez que a fome lhe secou os olhos  ainda criança pequenina.
 
As desigualdades sociais se tornaram  tão cruelmente excludentes  não sabem nem  por onde começar  para que tenham  os seus mínimos direitos observados. que aqueles que vivem à margem da sociedade, por falta da mínima instrução, e devido à luta diária que travam pela sobrevivência,
Se nós, que fomos contemplados com o conforto material e com tantas oportunidades nesta vida, nos calarmos,  eles certamente serão relegados  ao pleno esquecimento.
 
“ Abre a tua boca  a favor do mudo, pelo direito de todos  os que se acham  em desolação.” “ Abre a tua boca;  julga retamente; e faze justiça aos pobres  e aos necessitados.”  Livro dos  Provérbios
Apenas por meio da consciência social poderemos amenizar  o sofrimento causado pela miséria,  que em pleno século XXI ainda cega, castiga e mata...
“ Só a participação  cidadã é capaz de  mudar o país.” Betinho (1935 – 1997)
Betinho (1935 – 1997) “ Só a participação  cidadã é capaz de  mudar o país.”
Crianças que nada podem fazer senão esperar. Uma longa e  penosa espera.
Por trás das frias estatísticas oficiais que camuflam a verdade, Existem tragédias particulares que se  perdem na frieza  dos números.
As emboscadas das estatísticas oficiais  revelam com pompa  as melhoras econômicas  e sociais,  mas escondem  e não fotografam os rostos daqueles que,  a despeito de tudo,  ainda sobrevivem do lado mais rasteiro dos gráficos.
14 milhões  de brasileiros.
Por quanto tempo ainda ignoraremos os nossos irmãos castigados pela miséria e pela fome?
Aquele cujo coração  se dispõe a ajudar  encontrará os meios necessários. Existem projetos sérios, como “O Unicef e o Semi-árido Brasileiro”, que atua nos nove estados  do Nordeste.
Entre outras metas,  o programa busca elevar a qualidade do ensino numa região onde 350 mil crianças entre 10 e 14 anos estão fora da escola.  Sem contar que, diante das precárias estruturas, muitas vezes as crianças que vão  às aulas nada aprendem.
Para conhecer mais sobre o programa do Unicef, acesse: www.unicef.org.br (clique em “Onde atuamos”,  e “Semi-árido”) O programa apenas  alcançará os seus objetivos com a participação da sociedade.
Para os que queiram ajudar, há também a aridez das condições de vida de  tantas e tantas crianças  nas periferias de  toda cidade grande...
 
Serra do Cafundó, CE
Se cada um de nós cuidar dos interesses da nossa família biológica apenas, as crianças necessitadas jamais conseguirão se levantar do chão. Pois elas dependem da  mão amiga de um estranho que as enxergue, que se compadeça, e socorra.
Devemos ter em mente que ao praticarmos  a Caridade e  a Compaixão,  estamos regando e fortalecendo também  a nossa própria alma...
É no encontro com  o oprimido, o sedento,  o faminto, o nu, que nos aproximamos,  por meio do gesto amoroso,  do nosso Criador.
“ Tive fome, e  destes-Me de comer;  Tive sede, e  destes-Me de beber;  Era estrangeiro, e hospedastes-Me; Estava nu, e vestistes-Me;  Adoeci, e visitastes-Me...”
“ Em verdade  vos digo que,  sempre que o fizestes  a um destes Meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos,  a Mim o fizestes.”  Bíblia Sagrada,  Novo Testamento
 
Quem ama não mata, não humilha.
Quem ama socorre, ampara...
Frágeis corpos modelados pela fome.
Crianças que falam a nossa língua, mas que habitam um mundo tão distante.
O mundo da exclusão,  da espera, da resignação, da fome...
Sempre que o amor e a justiça  se fazem ausentes...
...resta a desolação,  a seriedade precoce impressa nos olhares.
A indisfarçada vergonha dos que,  sentindo fome, não têm o que comer.
Um punhado de farinha de mandioca ralada.
Mais uma noite, seguida por outro dia igual.
Dores caladas.
Olhares que pedem esperança, dignidade...
 
Que a espera por aquilo que sacia  a fome,  e que concede  a dignidade,  possa ser breve...
 
Tema musical: Sonata ao Chiado Antigo,  de Silvestre Fonseca Formatação: um_peregrino@hotmail.com
O programa “UNICEF e o Semi-árido Brasileiro”  conta com o apoio e as doações de particulares.  As quantias recebidas são destinadas à melhoria das  condições de vida (alimentação, saúde, educação)  das crianças do Nordeste brasileiro.
Para saber mais sobre o programa  “UNICEF e o Semi-árido Brasileiro”, e sobre como ajudar, escreva para: semiarido@unicef.org.br  ou futurocrianca@unicef.org
Um outro mundo é possível.
“ Mudar é difícil, Paulo Freire Mas não é impossível.”
 
“ Não te deixes desiludir pelo mundo que te cerca. Saiba que és chamado  a transformá-lo.” Frei Betto
Um outro mundo é possível. Quem plantar haverá de colher...
 
 

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS - Nº 625 an 20 junho_2017
AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS - Nº 625 an 20 junho_2017AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS - Nº 625 an 20 junho_2017
AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS - Nº 625 an 20 junho_2017Roberto Rabat Chame
 
AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS Nº 619 an 09 maio 2017.
AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS Nº 619 an 09 maio 2017.AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS Nº 619 an 09 maio 2017.
AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS Nº 619 an 09 maio 2017.Roberto Rabat Chame
 
CULTURARTEEN 164 - setembro 2016
CULTURARTEEN 164 - setembro 2016CULTURARTEEN 164 - setembro 2016
CULTURARTEEN 164 - setembro 2016Pery Salgado
 
Projetos2006
Projetos2006Projetos2006
Projetos2006projetex
 
O Bandeirante - n.218 - Janeiro de 2011
O Bandeirante - n.218 - Janeiro de 2011O Bandeirante - n.218 - Janeiro de 2011
O Bandeirante - n.218 - Janeiro de 2011Marcos Gimenes Salun
 
O dia - CANDIDATURAS COLETIVAS CONCORREM À CÂMARA
O dia - CANDIDATURAS COLETIVAS CONCORREM À CÂMARAO dia - CANDIDATURAS COLETIVAS CONCORREM À CÂMARA
O dia - CANDIDATURAS COLETIVAS CONCORREM À CÂMARAODiaMais
 
AGRISSÊNIOR nOTÍCIAS - nº 588 an 06 setembro_2016.ok
AGRISSÊNIOR nOTÍCIAS - nº 588 an  06 setembro_2016.okAGRISSÊNIOR nOTÍCIAS - nº 588 an  06 setembro_2016.ok
AGRISSÊNIOR nOTÍCIAS - nº 588 an 06 setembro_2016.okRoberto Rabat Chame
 
Revista Boa Vontade, edição 236
Revista Boa Vontade, edição 236Revista Boa Vontade, edição 236
Revista Boa Vontade, edição 236Boa Vontade
 
Emprodutividade, a Bahia é primeira do Nordeste
Emprodutividade, a Bahia é primeira do NordesteEmprodutividade, a Bahia é primeira do Nordeste
Emprodutividade, a Bahia é primeira do NordesteRanieri Muricy Barreto
 
Revista Boa Vontade, edição 212
Revista Boa Vontade, edição 212Revista Boa Vontade, edição 212
Revista Boa Vontade, edição 212Boa Vontade
 
Gosto de Veneno
Gosto de VenenoGosto de Veneno
Gosto de Venenocellesouza
 
CULTURARTEEN 165 - outubro 2016
CULTURARTEEN 165 - outubro 2016CULTURARTEEN 165 - outubro 2016
CULTURARTEEN 165 - outubro 2016Pery Salgado
 

La actualidad más candente (12)

AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS - Nº 625 an 20 junho_2017
AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS - Nº 625 an 20 junho_2017AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS - Nº 625 an 20 junho_2017
AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS - Nº 625 an 20 junho_2017
 
AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS Nº 619 an 09 maio 2017.
AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS Nº 619 an 09 maio 2017.AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS Nº 619 an 09 maio 2017.
AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS Nº 619 an 09 maio 2017.
 
CULTURARTEEN 164 - setembro 2016
CULTURARTEEN 164 - setembro 2016CULTURARTEEN 164 - setembro 2016
CULTURARTEEN 164 - setembro 2016
 
Projetos2006
Projetos2006Projetos2006
Projetos2006
 
O Bandeirante - n.218 - Janeiro de 2011
O Bandeirante - n.218 - Janeiro de 2011O Bandeirante - n.218 - Janeiro de 2011
O Bandeirante - n.218 - Janeiro de 2011
 
O dia - CANDIDATURAS COLETIVAS CONCORREM À CÂMARA
O dia - CANDIDATURAS COLETIVAS CONCORREM À CÂMARAO dia - CANDIDATURAS COLETIVAS CONCORREM À CÂMARA
O dia - CANDIDATURAS COLETIVAS CONCORREM À CÂMARA
 
AGRISSÊNIOR nOTÍCIAS - nº 588 an 06 setembro_2016.ok
AGRISSÊNIOR nOTÍCIAS - nº 588 an  06 setembro_2016.okAGRISSÊNIOR nOTÍCIAS - nº 588 an  06 setembro_2016.ok
AGRISSÊNIOR nOTÍCIAS - nº 588 an 06 setembro_2016.ok
 
Revista Boa Vontade, edição 236
Revista Boa Vontade, edição 236Revista Boa Vontade, edição 236
Revista Boa Vontade, edição 236
 
Emprodutividade, a Bahia é primeira do Nordeste
Emprodutividade, a Bahia é primeira do NordesteEmprodutividade, a Bahia é primeira do Nordeste
Emprodutividade, a Bahia é primeira do Nordeste
 
Revista Boa Vontade, edição 212
Revista Boa Vontade, edição 212Revista Boa Vontade, edição 212
Revista Boa Vontade, edição 212
 
Gosto de Veneno
Gosto de VenenoGosto de Veneno
Gosto de Veneno
 
CULTURARTEEN 165 - outubro 2016
CULTURARTEEN 165 - outubro 2016CULTURARTEEN 165 - outubro 2016
CULTURARTEEN 165 - outubro 2016
 

Similar a Feridas Abertas

Mediadores da leitura slide
Mediadores da leitura slideMediadores da leitura slide
Mediadores da leitura slideGGMORALES
 
Mediadores da leitura slide
Mediadores da leitura slideMediadores da leitura slide
Mediadores da leitura slideGGMORALES
 
Brasil aumenta lotação dos abrigos de velhos carentes de caridade
Brasil aumenta lotação dos abrigos de velhos carentes de caridadeBrasil aumenta lotação dos abrigos de velhos carentes de caridade
Brasil aumenta lotação dos abrigos de velhos carentes de caridadeRoberto Rabat Chame
 
Um Outro Mundo é Possível
Um Outro Mundo é PossívelUm Outro Mundo é Possível
Um Outro Mundo é PossívelRei
 
CF TEXTO BASE RESUMO.pdf
CF TEXTO BASE RESUMO.pdfCF TEXTO BASE RESUMO.pdf
CF TEXTO BASE RESUMO.pdfRoanAtaide
 
A ditadura da beleza e a revolução das mulheres augusto cury
A ditadura da beleza e a revolução das mulheres   augusto curyA ditadura da beleza e a revolução das mulheres   augusto cury
A ditadura da beleza e a revolução das mulheres augusto curylias7
 
Augusto cury -_a_ditadura_da_beleza_e_a_revolução_das_mulheres
Augusto cury -_a_ditadura_da_beleza_e_a_revolução_das_mulheresAugusto cury -_a_ditadura_da_beleza_e_a_revolução_das_mulheres
Augusto cury -_a_ditadura_da_beleza_e_a_revolução_das_mulheresNatália Martins
 
A ditadura da beleza e a revolução das mulheres augusto cury
A ditadura da beleza e a revolução das mulheres   augusto curyA ditadura da beleza e a revolução das mulheres   augusto cury
A ditadura da beleza e a revolução das mulheres augusto curyssuser615052
 
Vinte Mil Vidas
Vinte Mil VidasVinte Mil Vidas
Vinte Mil VidasChuck Gary
 
Quem são os clientes do direito penal brasileiro
Quem são os clientes do direito penal brasileiroQuem são os clientes do direito penal brasileiro
Quem são os clientes do direito penal brasileiroProfessor Carlos Aguiar
 
Musicas cifradas mpb 4
Musicas cifradas mpb 4Musicas cifradas mpb 4
Musicas cifradas mpb 4Elvis Live
 
Musicas cifradas mpb 4
Musicas cifradas mpb 4Musicas cifradas mpb 4
Musicas cifradas mpb 4Nome Sobrenome
 

Similar a Feridas Abertas (20)

Mediadores da leitura slide
Mediadores da leitura slideMediadores da leitura slide
Mediadores da leitura slide
 
Mediadores da leitura slide
Mediadores da leitura slideMediadores da leitura slide
Mediadores da leitura slide
 
mediadores
mediadoresmediadores
mediadores
 
Brasil aumenta lotação dos abrigos de velhos carentes de caridade
Brasil aumenta lotação dos abrigos de velhos carentes de caridadeBrasil aumenta lotação dos abrigos de velhos carentes de caridade
Brasil aumenta lotação dos abrigos de velhos carentes de caridade
 
Um Outro Mundo é Possível
Um Outro Mundo é PossívelUm Outro Mundo é Possível
Um Outro Mundo é Possível
 
413 an 06 fevereiro_2013.ok
413 an 06 fevereiro_2013.ok413 an 06 fevereiro_2013.ok
413 an 06 fevereiro_2013.ok
 
Carta loja maçonica
Carta loja maçonicaCarta loja maçonica
Carta loja maçonica
 
CF TEXTO BASE RESUMO.pdf
CF TEXTO BASE RESUMO.pdfCF TEXTO BASE RESUMO.pdf
CF TEXTO BASE RESUMO.pdf
 
A ditadura da beleza e a revolução das mulheres augusto cury
A ditadura da beleza e a revolução das mulheres   augusto curyA ditadura da beleza e a revolução das mulheres   augusto cury
A ditadura da beleza e a revolução das mulheres augusto cury
 
Augusto cury -_a_ditadura_da_beleza_e_a_revolução_das_mulheres
Augusto cury -_a_ditadura_da_beleza_e_a_revolução_das_mulheresAugusto cury -_a_ditadura_da_beleza_e_a_revolução_das_mulheres
Augusto cury -_a_ditadura_da_beleza_e_a_revolução_das_mulheres
 
A ditadura da beleza e a revolução das mulheres augusto cury
A ditadura da beleza e a revolução das mulheres   augusto curyA ditadura da beleza e a revolução das mulheres   augusto cury
A ditadura da beleza e a revolução das mulheres augusto cury
 
Vinte Mil Vidas
Vinte Mil VidasVinte Mil Vidas
Vinte Mil Vidas
 
Vinte mil vidas
Vinte mil vidasVinte mil vidas
Vinte mil vidas
 
Vinte Mil Vidas
Vinte Mil VidasVinte Mil Vidas
Vinte Mil Vidas
 
Quem são os clientes do direito penal brasileiro
Quem são os clientes do direito penal brasileiroQuem são os clientes do direito penal brasileiro
Quem são os clientes do direito penal brasileiro
 
389 an 24 julho_2012.ok
389 an 24 julho_2012.ok389 an 24 julho_2012.ok
389 an 24 julho_2012.ok
 
389 an 24 julho_2012.ok
389 an 24 julho_2012.ok389 an 24 julho_2012.ok
389 an 24 julho_2012.ok
 
389 an 24 julho_2012.ok
389 an 24 julho_2012.ok389 an 24 julho_2012.ok
389 an 24 julho_2012.ok
 
Musicas cifradas mpb 4
Musicas cifradas mpb 4Musicas cifradas mpb 4
Musicas cifradas mpb 4
 
Musicas cifradas mpb 4
Musicas cifradas mpb 4Musicas cifradas mpb 4
Musicas cifradas mpb 4
 

Último

HABILIDADES ESSENCIAIS - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
HABILIDADES ESSENCIAIS  - MATEMÁTICA 4º ANO.pdfHABILIDADES ESSENCIAIS  - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
HABILIDADES ESSENCIAIS - MATEMÁTICA 4º ANO.pdfdio7ff
 
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirFCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirIedaGoethe
 
Noções de Orçamento Público AFO - CNU - Aula 1 - Alunos.pdf
Noções de Orçamento Público AFO - CNU - Aula 1 - Alunos.pdfNoções de Orçamento Público AFO - CNU - Aula 1 - Alunos.pdf
Noções de Orçamento Público AFO - CNU - Aula 1 - Alunos.pdfdottoor
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfaulasgege
 
PRIMEIRO---RCP - DEA - BLS estudos - basico
PRIMEIRO---RCP - DEA - BLS estudos - basicoPRIMEIRO---RCP - DEA - BLS estudos - basico
PRIMEIRO---RCP - DEA - BLS estudos - basicoSilvaDias3
 
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 anoAdelmaTorres2
 
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...Martin M Flynn
 
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptx
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptxAs Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptx
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptxAlexandreFrana33
 
v19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb
v19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbv19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb
v19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbyasminlarissa371
 
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕESPRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕESpatriciasofiacunha18
 
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdfO guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdfErasmo Portavoz
 
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parteDança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Dança Contemporânea na arte da dança primeira partecoletivoddois
 
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdfSlides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdfpaulafernandes540558
 
Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPanandatss1
 
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdfPLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdfProfGleide
 
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNASQUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNASEdinardo Aguiar
 
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecasMesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecasRicardo Diniz campos
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISVitor Vieira Vasconcelos
 
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão Linguística
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão LinguísticaA Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão Linguística
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão LinguísticaFernanda Ledesma
 

Último (20)

HABILIDADES ESSENCIAIS - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
HABILIDADES ESSENCIAIS  - MATEMÁTICA 4º ANO.pdfHABILIDADES ESSENCIAIS  - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
HABILIDADES ESSENCIAIS - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
 
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirFCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
 
Noções de Orçamento Público AFO - CNU - Aula 1 - Alunos.pdf
Noções de Orçamento Público AFO - CNU - Aula 1 - Alunos.pdfNoções de Orçamento Público AFO - CNU - Aula 1 - Alunos.pdf
Noções de Orçamento Público AFO - CNU - Aula 1 - Alunos.pdf
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
 
PRIMEIRO---RCP - DEA - BLS estudos - basico
PRIMEIRO---RCP - DEA - BLS estudos - basicoPRIMEIRO---RCP - DEA - BLS estudos - basico
PRIMEIRO---RCP - DEA - BLS estudos - basico
 
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
 
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
 
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptx
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptxAs Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptx
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptx
 
v19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb
v19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbv19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb
v19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb
 
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕESPRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
 
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdfO guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
 
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parteDança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parte
 
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdfSlides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
 
Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SP
 
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdfPLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdf
 
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNASQUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
 
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecasMesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
 
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão Linguística
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão LinguísticaA Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão Linguística
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão Linguística
 

Feridas Abertas

  • 2. Josué de Castro nasceu no Recife, no ano de 1908.
  • 3. Formado em Medicina, dedicou todas as suas energias em prol da construção de um mundo livre da mais cruel e aviltante calamidade social: a Fome.
  • 4. Condenou com veemência a conspiração de silêncio que, na mídia, nas academias, e nos parlamentos, teimava em não abordar a questão da fome no país.
  • 5. A inserção da temática da fome no panorama político, científico e moral no Brasil deve-se aos seus incansáveis esforços.
  • 6. A seu respeito, afirmou Darcy Ribeiro: “ Josué é uma das pessoas que eu mais admiro. Eu digo mesmo que Josué é o homem mais inteligente e mais brilhante que eu conheci..."
  • 7. Travou a sua batalha pela erradicação da fome desde o começo dos anos 30 até a década de 70, vindo a falecer em 1973.
  • 8. Entregou sua existência efêmera de sessenta e cinco anos de vida a uma das causas mais nobres, - a promoção da dignidade humana.
  • 9. Pela enorme consideração e cuidado que sempre manifestou pelos pobres, o médico pernambucano é lembrado hoje como o profeta dos excluídos.
  • 10. Em setembro de 2008 comemorou-se o centenário de nascimento de Josué de Castro.
  • 11. Josué Apolônio de Castro 05.09.1908 – 24.09.1973 Influente médico , professor, sociólogo , escritor, intelectual, humanista , ativista brasileiro, nordestino, humano.
  • 12. Para marcar o centenário de seu nascimento, o “Jornal do Commercio”, do Recife, veiculou um caderno especial chamado “ Feridas Abertas da Fome.”
  • 13. A reportagem seguiu os caminhos da fome baseando-se em estudos e mapas elaborados, há cinqüenta anos, pelo médico e geógrafo Josué de Castro.
  • 14. Uma equipe formada pelo fotógrafo Arnaldo Carvalho, pela repórter Ciara Carvalho, e pelo motorista Reginaldo Araújo rodou quase dez mil quilômetros, em 15 dias, pelos nove estados do Nordeste do Brasil.
  • 15. Uma equipe formada pelo fotógrafo Arnaldo Carvalho, pela repórter Ciara Carvalho, e pelo motorista Reginaldo Araújo rodou quase dez mil quilômetros, em 15 dias, pelos nove estados do Nordeste do Brasil.
  • 16. O que eles testemunharam, - o seu contato com as pessoas “invisíveis” aos olhos da nossa sociedade -, demonstra que ainda temos um longo caminho a percorrer até a realização dos ideais de Josué de Castro.
  • 17. O fotógrafo Arnaldo Carvalho relata: “ Não foi fácil fazer esse material. Foi muito cansativo tanto psicologicamente quanto fisicamente...” “ Cada localidade visitada era um soco no estômago, atrás do outro...”
  • 18. Veja a seguir um resumo da reportagem que a equipe realizou. Sertão nordestino Setembro de 2008
  • 19.  
  • 24. Marta, jovem mãe, moradora da Vila dos Costas, distrito de Natura, Paraíba, recebe a equipe do jornal na desolação de seu lar.
  • 25. A fome de seus filhos, somada à sua própria fome. Fome de comida, de esperança, de dignidade...
  • 26. No seu povoado, Vila dos Costas, as famílias vivem como refugiados. As terras onde moravam foram inundadas pela barragem de Acauã.
  • 27. O governo levantou as casas no endereço novo, mas se esqueceu de levar dignidade para a nova morada.
  • 28. Quando a reportagem pede para conhecer a cozinha de sua humilde casa, descobre que no armário de duas portas tudo o que tem é resto.
  • 29. Restos de fuba, de sal e um pacote aberto de açúcar. O arroz e o feijão acabaram há uma semana.
  • 30. A mulher forte, com um jeito discreto, quase cabreiro, que cria sozinha os filhos e ainda cuida de dois sobrinhos, já ao final da visita da equipe de reportagem, desaba num choro incontido que a todos impressiona.
  • 31. O choro de Marta, nos relata o fotógrafo, não é um choro de humilhação, de resignação, de tristeza por não ter o que comer. De quem aceita o destino porque assim Deus quis.
  • 32. O seu choro não é senão um choro-explosão, um choro-revolta, um choro de indignação e de vergonha porque assim o homem quis.
  • 33. Marta Maria da Silva, 28 anos, é analfabeta e parece ter a exata consciência de que o flagelo da fome, imposto a ela e aos seus três filhos, não é obra divina. E sim humana.
  • 34. Coisa do homem contra o homem. E isso ela se recusa a aceitar; daí o seu choro incontido.
  • 35. Não há maneira de enxugar lágrimas como estas. Lágrimas que brotam de um coração vitimado pela injustiça.
  • 36. Marta abraça o filho de dois anos. Pequeninas mãos enxugam as suas lágrimas.
  • 37. Quem consola, e quem é consolado?
  • 38. Qual o limite de dor e desalento que um coração humano consegue suportar?...
  • 39. “ Ninguém merece passar por isso. repete Marta... Ninguém”,
  • 40. ...antes de esconder-se no quarto, para chorar mais alto e sozinha.
  • 41. A equipe de reportagem precisa partir. Deixa para trás Marta, seus três filhos, e o mar de lágrimas provocadas pela insensatez humana.
  • 42.  
  • 43.  
  • 44. Rafael, 2 anos, morador de Ipubi, PE, perdeu a visão do olho direito devido a forte desnutrição. 
  • 45. Quando chegou ao hospital, Rafael era só pele, osso e feridas. E a nata que lhe cobria os olhos, - a remela da fome.
  • 46. Os cuidados médicos infelizmente puderam salvar o olhar de um dos olhos apenas.
  • 47. Ana Vitória, 1 ano e 2 meses, que mora num município vizinho, teve menos sorte ainda, perdendo a visão dos dois olhos devido a forte desnutrição. 
  • 48. Existe uma cegueira moral e social, anterior à cegueira que se apodera dos pequeninos olhos de Rafael, de Ana Vitória, e de outras tantas crianças.
  • 49. Algumas crianças, na loteria biológica, não são contempladas com uma família abastada materialmente. Ninguém escolhe a família em que nasce.
  • 50. É por isso que o exercício da caridade se faz tão importante.
  • 51.  
  • 52. Rafael, como muitas outras crianças da região, vive à base de garapa, - água com farinha -, e raramente bebe leite.
  • 53. Habitantes de um outro planeta, - o planeta da exclusão, da miséria e da fome.
  • 54. A mãe de Rafael lhe oferece o almoço, um ralo mingau de arroz.
  • 55. Diante das prateleiras todas vazias, a repórter pergunta o que a família irá jantar naquela noite.
  • 56. A jovem mãe, desconversando, responde: “ Comeremos qualquer coisa, antes de deitar.”
  • 57. A repórter, não satisfeita com a resposta evasiva, repete a pergunta.
  • 58. Desta vez, como resposta, apenas o silêncio.
  • 59. Um dolorido silêncio, sinônimo de desalento, desamparo, fome...
  • 60. Pequeninos olhos que estarão em jejum, quando amanhã pela manhã se abrirem.
  • 61.  
  • 62. Serra do Cafundó, CE Esta infinita canseira, Essa noite sem remédio, Este castigo impiedoso, Essa eterna espera sem fim...
  • 63. O tempo passa igual para todos, O peso de um dia é mais severo para uns do que para outros. mas não os seus efeitos.
  • 64. Algumas pessoas passam por tanto infortúnio nas suas vidas que não estariam mentindo acaso dissessem:
  • 65. Tenho morrido muitas vezes. Tenho morrido mil mortes...
  • 66. Quanto tempo ainda levará até que aprendamos a ler nos olhares aquilo que não se traduz por palavras?...
  • 67.  
  • 68.  
  • 69.  
  • 70. Em quinze dias, a equipe de reportagem percorreu quase dez mil quilômetros, pelos nove estados do Nordeste do Brasil. Visitou lares famintos de um Nordeste árido e seco de esperança.
  • 71. Algumas das localidades marcadas pela fome e pela desolação encontram-se listadas dentre os municípios tidos como modelo pelo programa “Fome Zero”. O que revela quão distante estamos de uma sociedade onde a dignidade da vida seja uma realidade para todos.
  • 72. Apesar das incipientes vitórias alcançadas no combate à miséria nos anos recentes, infelizmente, ainda é vasto o caminho a ser percorrido acaso queiramos que “justiça social” deixe de ser um vago conceito e se transforme em viva realidade.
  • 73. A legião de excluídos no Brasil soma quase 14 milhões de pessoas. Quatorze milhões de bocas incertas da comida de amanhã.
  • 74. Compartilhe esta mensagem com outras pessoas. Em especial com a classe política, com governantes e dirigentes.
  • 75. De modo que, quando entre uma CPI e outra no conforto de seus gabinetes estiverem, ao menos saibam da existência das vidas aqui relatadas:
  • 76. A Maria que espera, a Marta que chora.
  • 77. A pequena Ana Vitória, que, quando em breve começar a dar os seus primeiros passos...,
  • 78. ...haverá de tatear seu caminho pelo mundo, uma vez que a fome lhe secou os olhos ainda criança pequenina.
  • 79.  
  • 80. As desigualdades sociais se tornaram tão cruelmente excludentes não sabem nem por onde começar para que tenham os seus mínimos direitos observados. que aqueles que vivem à margem da sociedade, por falta da mínima instrução, e devido à luta diária que travam pela sobrevivência,
  • 81. Se nós, que fomos contemplados com o conforto material e com tantas oportunidades nesta vida, nos calarmos, eles certamente serão relegados ao pleno esquecimento.
  • 82.  
  • 83. “ Abre a tua boca a favor do mudo, pelo direito de todos os que se acham em desolação.” “ Abre a tua boca; julga retamente; e faze justiça aos pobres e aos necessitados.” Livro dos Provérbios
  • 84. Apenas por meio da consciência social poderemos amenizar o sofrimento causado pela miséria, que em pleno século XXI ainda cega, castiga e mata...
  • 85. “ Só a participação cidadã é capaz de mudar o país.” Betinho (1935 – 1997)
  • 86. Betinho (1935 – 1997) “ Só a participação cidadã é capaz de mudar o país.”
  • 87. Crianças que nada podem fazer senão esperar. Uma longa e penosa espera.
  • 88. Por trás das frias estatísticas oficiais que camuflam a verdade, Existem tragédias particulares que se perdem na frieza dos números.
  • 89. As emboscadas das estatísticas oficiais revelam com pompa as melhoras econômicas e sociais, mas escondem e não fotografam os rostos daqueles que, a despeito de tudo, ainda sobrevivem do lado mais rasteiro dos gráficos.
  • 90. 14 milhões de brasileiros.
  • 91. Por quanto tempo ainda ignoraremos os nossos irmãos castigados pela miséria e pela fome?
  • 92. Aquele cujo coração se dispõe a ajudar encontrará os meios necessários. Existem projetos sérios, como “O Unicef e o Semi-árido Brasileiro”, que atua nos nove estados do Nordeste.
  • 93. Entre outras metas, o programa busca elevar a qualidade do ensino numa região onde 350 mil crianças entre 10 e 14 anos estão fora da escola. Sem contar que, diante das precárias estruturas, muitas vezes as crianças que vão às aulas nada aprendem.
  • 94. Para conhecer mais sobre o programa do Unicef, acesse: www.unicef.org.br (clique em “Onde atuamos”, e “Semi-árido”) O programa apenas alcançará os seus objetivos com a participação da sociedade.
  • 95. Para os que queiram ajudar, há também a aridez das condições de vida de tantas e tantas crianças nas periferias de toda cidade grande...
  • 96.  
  • 98. Se cada um de nós cuidar dos interesses da nossa família biológica apenas, as crianças necessitadas jamais conseguirão se levantar do chão. Pois elas dependem da mão amiga de um estranho que as enxergue, que se compadeça, e socorra.
  • 99. Devemos ter em mente que ao praticarmos a Caridade e a Compaixão, estamos regando e fortalecendo também a nossa própria alma...
  • 100. É no encontro com o oprimido, o sedento, o faminto, o nu, que nos aproximamos, por meio do gesto amoroso, do nosso Criador.
  • 101. “ Tive fome, e destes-Me de comer; Tive sede, e destes-Me de beber; Era estrangeiro, e hospedastes-Me; Estava nu, e vestistes-Me; Adoeci, e visitastes-Me...”
  • 102. “ Em verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um destes Meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a Mim o fizestes.” Bíblia Sagrada, Novo Testamento
  • 103.  
  • 104. Quem ama não mata, não humilha.
  • 105. Quem ama socorre, ampara...
  • 107. Crianças que falam a nossa língua, mas que habitam um mundo tão distante.
  • 108. O mundo da exclusão, da espera, da resignação, da fome...
  • 109. Sempre que o amor e a justiça se fazem ausentes...
  • 110. ...resta a desolação, a seriedade precoce impressa nos olhares.
  • 111. A indisfarçada vergonha dos que, sentindo fome, não têm o que comer.
  • 112. Um punhado de farinha de mandioca ralada.
  • 113. Mais uma noite, seguida por outro dia igual.
  • 115. Olhares que pedem esperança, dignidade...
  • 116.  
  • 117. Que a espera por aquilo que sacia a fome, e que concede a dignidade, possa ser breve...
  • 118.  
  • 119. Tema musical: Sonata ao Chiado Antigo, de Silvestre Fonseca Formatação: um_peregrino@hotmail.com
  • 120. O programa “UNICEF e o Semi-árido Brasileiro” conta com o apoio e as doações de particulares. As quantias recebidas são destinadas à melhoria das condições de vida (alimentação, saúde, educação) das crianças do Nordeste brasileiro.
  • 121. Para saber mais sobre o programa “UNICEF e o Semi-árido Brasileiro”, e sobre como ajudar, escreva para: semiarido@unicef.org.br ou futurocrianca@unicef.org
  • 122. Um outro mundo é possível.
  • 123. “ Mudar é difícil, Paulo Freire Mas não é impossível.”
  • 124.  
  • 125. “ Não te deixes desiludir pelo mundo que te cerca. Saiba que és chamado a transformá-lo.” Frei Betto
  • 126. Um outro mundo é possível. Quem plantar haverá de colher...
  • 127.  
  • 128.