Este documento discute estratégias ativas de aprendizagem em semiologia médica, incluindo aprendizagem baseada em problemas, problematização, aprendizagem por projetos e aprendizagem na prática. O objetivo é mudar para metodologias que promovam a participação ativa dos estudantes na construção do seu próprio conhecimento.
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Estratégias Ativas de Aprendizagem em Semiologia Médica - Profa. Rilva Muñoz
1. ESTRATÉGIAS
ATIVAS DE
APRENDIZAGEM
EM SEMIOLOGIA
MÉDICA – Parte I
Profa. Rilva Lopes de Sousa Muñoz
rilva@ccm.ufpb.br
Grupo de Estudos em Semiologia Médica
(GESME)
2. RELEVÂNCIA DO TEMA E
CONTEXTUALIZAÇÃO
O QUE É
“MUDANÇA DE
PARADIGMA NO
ENSINO
MÉDICO”?
3. POR QUE MUDAR A METODOLOGIA
DE ENSINO EM MEDICINA?
• CONCLUSÕES DE FÓRUNS
INTERNACIONAIS SOBRE ENSINO
MÉDICO;
• CENÁRIO NACIONAL;
• DIRETRIZES EDUCACIONAIS PARA OS
CURSOS DE MEDICINA – MEC
07/11/2001;
• CONCLUSÕES DO PROJETO CINAEM
(1991-1999) E AVALIAÇÕES DO MEC.
4. Habilidades esperadas do médico do
século XXI
• Tratar os pacientes como
pessoas;
• Trabalhar como membro de uma
equipe;
• Atuar nas áreas de prevenção
das doenças e educação dos
pacientes;
• Saber avaliar criticamente a
literatura e a prática médicas;
• Atuar eticamente em relação a
seus pacientes e às pessoas da
comunidade.
5. DECLARAÇÃO DE EDIMBURGO
Conferência Mundial de Educação Médica -
OMS - 1988
- Ampliar os cenários de ensino,
utilizando-se não apenas os hospitais,
mas todos os recursos de saúde
existentes na comunidade;
- Assegurar que os programas de ensino
reflitam as prioridades de saúde
nacionais;
- Deslocar o predomínio de métodos de
ensino passivos para a aprendizagem
ativa com estudo independente
autodirigido.
6. DIRETRIZES CURRICULARES - MEDICINA
Perfil do Egresso –
• Formação:
– Generalista;
– Humanista;
– Crítica e reflexiva.
• Capacitado a aprender
continuamente (educação
permanente).
7. DIRETRIZES CURRICULARES - MEDICINA
Artigos 9 e 12: Construção do projeto
pedagógico
• Centrado no aluno;
aluno;
• Utilização de metodologias que privilegiem
a participação ativa do estudante na
construção do seu conhecimento;
• Papel do professor: facilitador e mediador
do processo ensino aprendizado;
• Formação integral e adequada do estudante
através da articulação entre o ensino, a
ensino,
pesquisa e a extensão/assistência.
extensão/assistência.
8. Ensino Médico: ontem e hoje
Transmitir Construir
Informações Competências
Conteudismo Tutoria
Ensinar para Ensinar para
acumular agir
conhecimento (competência)
9. — ...e na vida profissional futura, vocês terão
na
que esquecer tudo o que aprenderam aqui na
universidade...
http://www.sciencecartoonsplus.com/index.htm
10. Quantos anos para manter conhecimentos?
Pesquisa com termos descritores na Fisiopatologia da Asma
bronchospasm/asthma E inflammatory-asthma/asthma
inflammatory-
Evolução publicações - Fisiopatologia da Asma
20,00%
15,00%
Espasmo
10,00%
Inflamação
5,00%
0,00%
1966-73 1974-83 1984-93 1994-2003
Espasmo: tratamento “único”, não controla doença = novos espasmos!!
Inflamação: tratamento mantido, controla doença = melhor qualidade de vida.
14. EDUCAÇÃO
PROBLEMATIZADORA
ESTRATÉGIAS ATIVAS DE APRENDIZAGEM
• APRENDIZAGEM BASEADA EM
PROBLEMAS (ABP);
• PROBLEMATIZAÇÃO;
• APRENDIZAGEM POR PROJETOS;
• APRENDIZAGEM NA PRÁTICA.
15. 1. APRENDIZAGEM
BASEADA
EM PROBLEMAS (ABP)
DESENVOLVIDA EM
PEQUENOS GRUPOS (tutorias)
16. APRENDIZAGEM BASEADA
EM PROBLEMAS
• Os estudantes são divididos em
grupos com 5-6 componentes;
5-
• Recebem uma situação-problema
situação-
que simula um cenário real e que
exigirá deles o entendimento
completo e resolução da mesma;
• O professor tem função facilitadora
e recebe a designação de tutor.
tutor.
17. FUNÇÕES DO PROBLEMA
• O problema tem função motivadora e
estimula o exercício do raciocínio
clínico;
clínico;
• O problema é utilizado como estímulo à
aquisição de habilidades e
conhecimentos de disciplinas diferentes,
diferentes,
mas de forma integrada;
integrada;
• A busca individual de informações
centra o processo no estudante,
tornando-o mais ativo, crítico e capaz de
tornando- ativo,
produzir e aplicar os conhecimentos
adquiridos (aprendizado auto-dirigido).
(aprendizado auto-dirigido).
18. MODOS DE FORMULAR O
PROBLEMA
Problema: “pergunta, tarefa ou
contradição” (BERBEL, 1998)
pergunta;
• Através de uma pergunta;
• Através de afirmações;
• Através de uma negação;
negação;
“Mais importante que o modo como se
formula a questão é que o conteúdo
esteja explícito nela”
“O problema levantado vai
conduzir/orientar todas as demais
etapas do estudo”
19. OS PASSOS DE RESOLUÇÃO
RESOLUÇ
Metodologia da Pesquisa Científica
Cientí
1. “TEMPESTADE DE IDEIAS”:
IDEIAS”
1.1. PREPARAR E DEFINIR UM PROBLEMA
1.2. ELABORAR A HIPÓTESE
HIPÓ
1.3. JUSTIFICAR A HIPÓTESE FORMULADA
HIPÓ
1.4. IDENTIFICAR OS OBJETIVOS DE
APRENDIZAGEM
2. TEMPO PRÓ-ESTUDO (TPE):
PRÓ
2.1. ESTUDO AUTO-DIRIGIDO
AUTO-
3. FECHAMENTO DO PROBLEMA:
3.1. VERIFICAR A HIPÓTESE
HIPÓ
3.2. CONCLUIR.
20. Aprendizagem Baseada em Problemas
Desenvolvida em Pequenos Grupos (Tutorias)
Relacionamento
Responsabilidade Interpessoal
Centrado no Em pequenos
Aluno grupos
Professor como Aprender a
Facilitador Aprender
Formação e
Atitudes Conhecimentos e
Habilidades
21. CONSTRUINDO PROBLEMAS
Exemplo: MÓDULO SISTEMA RESPIRATÓRIO
MÓ RESPIRATÓ
Disciplina A Disciplina C
Disciplina B
Escolha dos conteúdos
orientada pelo perfil profissional desejado:
biológicos, psicológicos e sociais
Objetivos do Módulo
Mó
Problema
Objetivos do Problema
22. ABP = Currículo
• A utilização da ABP envolve profundas
mudanças curriculares, que abrangem a
totalidade do curso, não sendo prevista a sua
curso,
utilização isolada em determinadas disciplinas
de um programa;
• O currículo é, portanto, organizado ao redor de
problemas,
problemas, em vez de disciplinas, enfatizando, assim a
integração entre ciências básicas e clínicas;
• Os problemas podem ser entendidos como
“tijolos” a serem utilizados em um processo de
construção do conhecimento, levando o aluno a
uma crescente autonomia, estimulando-o à
autonomia, estimulando-
educação continuada.
continuada.
23. CONSTRUÇÃO DOS
PROBLEMAS
Criar os
problemas
Definir os
objetivos
de aprendizagem
Construção da
Árvore Temática
(Temas mais abrangentes
Temas mais específicos
Oficinas de Trabalho
(Definição do Conteúdo
dos Módulos)
Grupo de Planejamento
(Docentes de várias disciplinas:
básicas e clínicas)
24. OS SETE PASSOS - ABP
1ª SESSÃO TUTORIAL 7
ESTUDO INDIVIDUAL Rediscussão no grupo tutorial dos avanços
do conhecimento obtidos pelo grupo.
2ª SESSÃO TUTORIAL Estudo individual respeitando
6 os objetivos alcançados
Estabelecer objetivos de aprendizagem que levem o aluno ao
5 aprofundamento e complementação destas explicações
4 Resumir estas explicações
Oferecer explicações para estas questões com base no conhecimento
3 prévio que o grupo tem sobre o assunto (BRAINSTORM)
Identificar as questões (problemas: dimensão biológica,
2 psicológica, social?) propostas pelo enunciado
1 Ler atentamente o problema e esclarecer os termos desconhecidos
25. Na proposta da ABP não
existem currículos
currí
tradicionais, nem aulas
expositivas, nem
disciplinas ou outras
formas tradicionais de
transmissão do
conhecimento.
26. ABP
- Comissão de elaboração
elaboraç
de problemas;
- Grupos tutoriais e
tutores;
- Comissão de currículos;
currí
- Comissão de avaliação;
avaliaç
- Outras formas de
interaç
interação acadêmica.
27. AS 4 TAXONOMIAS DE BARROWS
• Estruturar o conhecimento de forma que
os conteúdos dos ciclos básico e clínico
possam ser aplicados na clínica;
• Desenvolver o raciocínio clínico para
resolver problemas (formulação de
hipóteses, busca de informações, análise
de dados, síntese do problema; tomada
de decisões);
• Ajudar o aluno a entender suas próprias
necessidades de aprendizagem e
localizar fontes de informações;
informações;
• Aumentar a motivação para aprender.
Barrows H. Taxonomy of problem-based learning
methods. Med Educ 1996;20(6):481-6.
30. PROBLEMATIZAÇÃO
Pontos-
Pontos-Chave
Teorização
Problema ou
Problemas
Hipóteses de
Solução
Observação da
Realidade Aplicação à Realidade
Realidade
Método do Arco de Charles Maguerez
31. Teoria
Pontos-
Pontos-chave
Hipotese
Observaç
Observação da realidade Aplicaç
Aplicação
REALIDADE
Método do ARCO de Charles Maguerez - 1970
32. PONTOS-
PONTOS-CHAVE
Identificar os pontos-chave
pontos-
no problema:
a) Quais as possíveis causas do
problema em questão?
b) Quais os seus possíveis
determinantes contextuais?
c) Quais os seus componentes e
seus desdobramentos?
33. TEORIZAÇÃO
• Usar ideias e teorias já
disponíveis sobre o problema;
• Se houver necessidade, voltar à
observação;
• Buscar sistematicamente
informações técnicas, científicas,
empíricas, com auxílio de
procedimentos de pesquisa.
34. DIFERENTES
ÂNGULOS DO
PROBLEMA SÃO
ANALISADOS A
PARTIR DAS
INFORMAÇÕES
COLHIDAS EM
DIVERSAS FONTES.
35. HIPÓTESES DE SOLUÇÃO
• Momento de comparar crenças
iniciais com as informações atuais;
• Pode-se reforçar posições
Pode-
anteriores ou reformular posições
iniciais;
• A aprendizagem efetiva vem da
relação da teoria com a percepção
dos fenômenos concretos, reais.
36. “APRENDIZAGEM ORIENTADA
POR PROBLEMAS”
• Forma intermediária entre ABP e
problematização:
problematização: uma estratégia para
viabilizar a introdução progressiva de
problemas em disciplinas dos currículos
tradicionais;
• Atividade complementar em sala de
aula, ou em enfermaria e ambulatório,
inserida no contexto de uma
disciplina de modelo tradicional de
um currículo tradicional.
(DE NEGRI FILHO, 1997)
38. A PESQUISA COMO PRÁTICA
PEDAGÓGICA
Aprender pela elaboração própria,
substituindo a curiosidade de escutar
pela de produzir;
Metodologia de pesquisa científica;
Caracteriza-
Caracteriza-se como um processo de
investigação;
Adquirir habilidades para redigir e
apresentar trabalhos científicos;
Requer a seleção de fontes de
informação;
• Cria algo novo: um produto, uma ação
39. 4. APRENDIZAGEM NA PRÁTICA
• Reflexão na ação:
ação:
aplicação criativa de
experiências na
resolução de situações
enquanto elas estão
ocorrendo.
ação:
• Reflexão sobre a ação:
processo de repensar o
que aconteceu na
situação passada
40. APRENDIZAGEM NA PRÁTICA
• A prática motiva o aprendizado;
• Humanização da relação
paciente/médico: relação
professor/aluno humanizada e
democrática resulta em futuros
médicos mais humanos;
Evitar aulas teóricas “disfarçadas” de
práticas.
41. O “MODELO EM Z”
“MODELO
• Aprendizagem
Baseada em
Problemas;
• Problematização
Projetos e Pesquisas e
Aprendizagem na Prática
Primeiras Séries Últimas Séries
44. Price RB, Vlahcevic Z. Logical principles in differential
diagnosis. Ann Intern Med 1971; 75: 89-95.
45. "O conhecimento
é um tesouro,
mas a prática é a
chave para ele."
(Thomas Fuller)
Fuller)
46. "Não é que eles
não possam ver
a solução. É que
eles não
conseguem ver
o problema"
Gilbert Keith
Chesterton
47. Principais Referências
Barros, N., Lourenço, L. A. Teaching collective health using problem
based learning: an experience at the Faculty of Medicina of Marilia.
learning: Marilia.
Rev. bras. educ. med. , 2006, vol.30, no.3
Batista, N., Batista, S. H., Goldenberg, P., et al. Problem-solving
Problem-
approach in the training of healthcare professionals. , Rev. Saúde
professionals.
Pública , 2005, vol.39, no.2,
Berbel, N. A. (1998). A problematização e a aprendizagem baseada
Berbel,
em problemas: diferentes termos ou diferentes caminhos?
problemas: caminhos?
Interface: Comunicação, Saúde, Educação, 2 (2).
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Brown, J. S., Collins, A., Duguid, P. (1989). Situated cognition and
Duguid,
the culture of learning. Educational Researcher, 18(1), 32-42.
32-
Coelho-Filho,
Coelho-Filho, J. M., Soares, S. M., Sá, H. L. Problem-based learning:
Problem- learning:
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Brazil.
vol.116, no.4,
Cyrino, E. G.; Toralles-Pereira, M. L. Discovery-based teaching and
Toralles-Pereira, Discovery-
learning strategies in health: problematization and problem-based
health: problem-
learning.
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<http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S01
<http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S01
02-
02-
Moraes, Magali Aparecida Alves de, Manzini, Eduardo José. Conceits
about problem based learning: a case study at Famema. , Rev.
learning: Famema.
bras. educ. med. , 2006, vol.30, no.3
48. Leituras relacionadas
Blumenfeld,
Blumenfeld, P.C., Soloway, E., Marx, R.W., Krajcik,
Soloway, Krajcik,
J.S., Guzdial, M., & Palinscar A. (1991).
Guzdial,
Motivating project-based learning: Sustaining the
project-
doing, supporting the learning. Educational
Psychologist, 26(3 & 4), 369-398.
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Brophy,
Brophy, J., & Alleman, J. (1991). Activities as
Alleman,
instructional tools: A framework for analysis and
evaluation. Educational Researcher, 20 (4), 9-23.
9-
Hannafin, M.J., Hall, C., Land, S., & Hill, J. (1994).
Hannafin,
Learning in open-ended environments:
open-
Assumptions, methods, and implications.
Educational Technology, 34(5), 48-55.
48-
Hung, D., & Wong, A. (2000). Activity theory as a
framework for project work in learning
environments. Educational Technology, 40(2), 33-
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