O documento discute a leitura como um processo de construção de sentidos através da interação entre o leitor e o texto. Um bom leitor é capaz de relacionar as intenções do autor e enxergar diferentes perspectivas, ao invés de apenas um sentido único. Ao ler, o leitor traz suas experiências e ideologias, que influenciam a compreensão do texto. Quanto maior o repertório do leitor, maior será sua interação com o texto.
2. A leitura é o principal aspecto constituinte do pensamento crítico. (LIMA, R. 2010, p.02)
3. Um bom leitor de mundo, ao travarcontato com um texto, é capaz de relacionar as intenções comunicativas que a ele subjazem. Essaformação de um bom leitor, isto é, sua proficiência, está ligada à multiplicidade de leitura. Um bomleitor não é aquele que lê muitas vezes o mesmo tipo de texto, mas é aquele que lê diversos tipos de textocom certa profundidade (sob várias perspectivas).
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6. A interação entre texto e leitor ocorre namedida em que o recebedor entende a intenção do autor, o que o autor quer dizer.
7. O leitor é,assim como a leitura, um agente transgressor de limites de construção de sentidos.
8. O sujeito-leitor está inserido no processo histórico de construção de sentidos, interpretando assuas relações com o mundo e, por vezes, recriando-o. O leitor produz linguagem e é produzido por ela,tornando-se “produto” de sentidos ideologicamente cristalizados. Nessa perspectiva, ler não é descobrirum único sentido, “o que o autor quis dizer”, mas saber que o sentido descoberto no processo daleitura poderia ter sido outro. O leitor é, também, autor do texto lido, num processo de constanteconstrução de sentidos.
9. Quando o leitor trava contato com um texto, ele traz para o objeto de leitura as suas experiênciaspessoais, as ideologias cristalizadas no seu subconsciente e a sua leitura de mundo. Essas estruturas,em contato com as estratégias e intenções narrativas, conduzem o leitor à fruição. Do contrário, aleitura não encontra no leitor um colaborador.
10. Ler, portanto, é acionar dispositivos de leitura para construir sentidos e se construir enquantoleitor-texto. A amplitude do ato de ler vai depender da proficiência do leitor. Quanto maior for o seuacervo, suas inferências e visão de mundo, maior será sua compreensão do texto e sua interação com ele.
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12. Entende-se por acervo todo o conhecimento que o leitor possui, todo o repertório que se adquiredurante o processo de interação com o mundo.O acervo compreende lembranças, sensações, impressões, desejos, conhecimentos, enfim, tudoo que compõe a história do leitor. É essa configuração historiográfica, somada ao tempo histórico decomposição do texto e do processamento efetivo dos atos de leitura, que produz os sentidos.
13. o horizonte de expectativa de um texto diz respeito àsexpectativas que o leitor nutre em relação ao texto.EX: Cem anos de solidão
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16. O universo de leitura de um texto dialoga muito intimamente com o horizonte de leitura que eleprojeta. Nenhum leitor se aproxima ingenuamente de um livro. Toda a aproximação é intencional,para suprir uma expectativa.
17. MULTIPLICIDADE DE LEITURASOs modos de leitura são as maneiras de proceder à leitura de diferentes tipos de texto. Não sepode ler o cinema, por exemplo, como se lê um teatro. Cada texto tem suas especificidades que sãoelementos determinantes do processo de leitura.
18. O leitor, numa concepção mais moderna, deve ser um agente ativo no processo de construção desentidos. Dessa interação entre texto-autor-texto-leitura-leitor-texto nasce o leitor crítico. Um leitorcapaz de encontrar múltiplos sentidos num texto e estar convencido de que poderia haver outros.