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A leitura Prof. Msc. Roberta Scheibe
A leitura é o principal aspecto constituinte do pensamento crítico. (LIMA, R. 2010, p.02)
Um bom leitor de mundo, ao travarcontato com um texto, é capaz de relacionar as intenções comunicativas que a ele subjazem. Essaformação de um bom leitor, isto é, sua proficiência, está ligada à multiplicidade de leitura. Um bomleitor não é aquele que lê muitas vezes o mesmo tipo de texto, mas é aquele que lê diversos tipos de textocom certa profundidade (sob várias perspectivas).
A interação entre texto e leitor ocorre namedida em que o recebedor entende a intenção do autor, o que o autor quer dizer.
O leitor é,assim como a leitura, um agente transgressor de limites de construção de sentidos.
O sujeito-leitor está inserido no processo histórico de construção de sentidos, interpretando assuas relações com o mundo e, por vezes, recriando-o. O leitor produz linguagem e é produzido por ela,tornando-se “produto” de sentidos ideologicamente cristalizados. Nessa perspectiva, ler não é descobrirum único sentido, “o que o autor quis dizer”, mas saber que o sentido descoberto no processo daleitura poderia ter sido outro. O leitor é, também, autor do texto lido, num processo de constanteconstrução de sentidos.
Quando o leitor trava contato com um texto, ele traz para o objeto de leitura as suas experiênciaspessoais, as ideologias cristalizadas no seu subconsciente e a sua leitura de mundo. Essas estruturas,em contato com as estratégias e intenções narrativas, conduzem o leitor à fruição. Do contrário, aleitura não encontra no leitor um colaborador.
Ler, portanto, é acionar dispositivos de leitura para construir sentidos e se construir enquantoleitor-texto. A amplitude do ato de ler vai depender da proficiência do leitor. Quanto maior for o seuacervo, suas inferências e visão de mundo, maior será sua compreensão do texto e sua interação com ele.
Entende-se por acervo todo o conhecimento que o leitor possui, todo o repertório que se adquiredurante o processo de interação com o mundo.O acervo compreende lembranças, sensações, impressões, desejos, conhecimentos, enfim, tudoo que compõe a história do leitor. É essa configuração historiográfica, somada ao tempo histórico decomposição do texto e do processamento efetivo dos atos de leitura, que produz os sentidos.
o horizonte de expectativa de um texto diz respeito àsexpectativas que o leitor nutre em relação ao texto.EX: Cem anos de solidão
O universo de leitura de um texto dialoga muito intimamente com o horizonte de leitura que eleprojeta. Nenhum leitor se aproxima ingenuamente de um livro. Toda a aproximação é intencional,para suprir uma expectativa.
MULTIPLICIDADE DE LEITURASOs modos de leitura são as maneiras de proceder à leitura de diferentes tipos de texto. Não sepode ler o cinema, por exemplo, como se lê um teatro. Cada texto tem suas especificidades que sãoelementos determinantes do processo de leitura.
O leitor, numa concepção mais moderna, deve ser um agente ativo no processo de construção desentidos. Dessa interação entre texto-autor-texto-leitura-leitor-texto nasce o leitor crítico. Um leitorcapaz de encontrar múltiplos sentidos num texto e estar convencido de que poderia haver outros.

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A leitura e suas múltiplas linguagens

  • 1. A leitura Prof. Msc. Roberta Scheibe
  • 2. A leitura é o principal aspecto constituinte do pensamento crítico. (LIMA, R. 2010, p.02)
  • 3. Um bom leitor de mundo, ao travarcontato com um texto, é capaz de relacionar as intenções comunicativas que a ele subjazem. Essaformação de um bom leitor, isto é, sua proficiência, está ligada à multiplicidade de leitura. Um bomleitor não é aquele que lê muitas vezes o mesmo tipo de texto, mas é aquele que lê diversos tipos de textocom certa profundidade (sob várias perspectivas).
  • 4.
  • 5.
  • 6. A interação entre texto e leitor ocorre namedida em que o recebedor entende a intenção do autor, o que o autor quer dizer.
  • 7. O leitor é,assim como a leitura, um agente transgressor de limites de construção de sentidos.
  • 8. O sujeito-leitor está inserido no processo histórico de construção de sentidos, interpretando assuas relações com o mundo e, por vezes, recriando-o. O leitor produz linguagem e é produzido por ela,tornando-se “produto” de sentidos ideologicamente cristalizados. Nessa perspectiva, ler não é descobrirum único sentido, “o que o autor quis dizer”, mas saber que o sentido descoberto no processo daleitura poderia ter sido outro. O leitor é, também, autor do texto lido, num processo de constanteconstrução de sentidos.
  • 9. Quando o leitor trava contato com um texto, ele traz para o objeto de leitura as suas experiênciaspessoais, as ideologias cristalizadas no seu subconsciente e a sua leitura de mundo. Essas estruturas,em contato com as estratégias e intenções narrativas, conduzem o leitor à fruição. Do contrário, aleitura não encontra no leitor um colaborador.
  • 10. Ler, portanto, é acionar dispositivos de leitura para construir sentidos e se construir enquantoleitor-texto. A amplitude do ato de ler vai depender da proficiência do leitor. Quanto maior for o seuacervo, suas inferências e visão de mundo, maior será sua compreensão do texto e sua interação com ele.
  • 11.
  • 12. Entende-se por acervo todo o conhecimento que o leitor possui, todo o repertório que se adquiredurante o processo de interação com o mundo.O acervo compreende lembranças, sensações, impressões, desejos, conhecimentos, enfim, tudoo que compõe a história do leitor. É essa configuração historiográfica, somada ao tempo histórico decomposição do texto e do processamento efetivo dos atos de leitura, que produz os sentidos.
  • 13. o horizonte de expectativa de um texto diz respeito àsexpectativas que o leitor nutre em relação ao texto.EX: Cem anos de solidão
  • 14.
  • 15.
  • 16. O universo de leitura de um texto dialoga muito intimamente com o horizonte de leitura que eleprojeta. Nenhum leitor se aproxima ingenuamente de um livro. Toda a aproximação é intencional,para suprir uma expectativa.
  • 17. MULTIPLICIDADE DE LEITURASOs modos de leitura são as maneiras de proceder à leitura de diferentes tipos de texto. Não sepode ler o cinema, por exemplo, como se lê um teatro. Cada texto tem suas especificidades que sãoelementos determinantes do processo de leitura.
  • 18. O leitor, numa concepção mais moderna, deve ser um agente ativo no processo de construção desentidos. Dessa interação entre texto-autor-texto-leitura-leitor-texto nasce o leitor crítico. Um leitorcapaz de encontrar múltiplos sentidos num texto e estar convencido de que poderia haver outros.