2.
O termo “inclusão digital”, de tão usado, já se tornou
um jargão. É comum ver empresas e governos
falando em democratização do acesso e inclusão
digital sem critérios e sem prestar atenção se a tal
inclusão promove os efeitos desejados. O problema
é que virou moda falar do assunto, ainda mais no
Brasil, com tantas dificuldades – impostos,
burocracia, educação – para facilitar o acesso aos
computadores.
3.
A Inclusão Digital tem sido pauta obrigatória no cenário
político nacional e internacional e motivação de várias ações,
projetos e programas nas agendas sociais no Brasil e em
diversos países do mundo. Concebe-se, em geral que há uma
exclusão digital causada pela distribuição desigual do acesso
às redes de comunicação interativa mediadas por
computadores conectados à internet e prescrevem-se como
soluções democráticas a universalização do acesso a tais
redes, assim como a democratização da informação.
4. Países que desenvolvem projetos de inclusão
Alguns países desenvolvem projetos de inclusão
digital que chamam a atenção por sua eficiência:
• Na Índia, país com extremos índices de
pobreza e desigualdade, já tornou-se
normal a exportação de softwares e
grandes especialistas em tecnologias,
cobiçados e contratados a peso em ouro.
5.
• Em Honduras, uma ONG instalou estações de
trabalho em comunidades rurais, cujos
computadores funcionavam por energia solar, já
que não havia energia elétrica naquela área.
Também não havia infra–estrutura de
telecomunicações, ou seja, nada de telefones ou
conexões à internet. Então começaram a usar
conexão via satélite, cujo valor ainda é bem alto.
Ocorre que toda a parafernália pode se tornar
auto–sustentável, com a própria comunidade
arcando os custos de manutenção.
6.
• Outro exemplo é a Costa Rica, um país com a
economia baseada em agricultura. Hoje,
exporta mais circuitos integrados (chips) do
que produtos agrícolas, uma situação
impensável anos atrás. O país carrega o
apelido de República do Silício, pois hospeda
uma fábrica da Intel desde 1998.
7.
• Tailândia, Filipinas, China, África do Sul. O ponto
em comum entre as iniciativas é a mesma base: o
computador é uma ótima diversão, mas também é
uma fonte de renda e de cidadania.
Pesquisadores mostram descrença, contudo, com
o populismo que alguns governos de países em
desenvolvimento fazem com a inclusão digital.
Brasil incluso.
8. Programas nacionais
No país, muitos projetos de inclusão destacam-se em
diferentes estados.
• Mantido e criado pela Prefeitura de São Paulo ,o Telecentros (também
conhecido como Programa Telecentros) é um dos maiores programas
de Inclusão Digital e Social, que contava em março de 2007 com 158
unidades (com 20 computadores e 1 impressora em cada unidade). Atua
em todas as regiões da capital de São Paulo, oferecendo Cursos
básicos e avançados de Informática e outros Cursos e oficinas de
acordo com a necessidade local de cada unidade. Também oferece livre
acesso à Internet. O Programa Telecentros tem sido elogiado
freqüentemente pela Comunidade Internacional de Software Livre e os
cidadãos de São Paulo.
9.
• No Rio Grande do Sul tem-se a iniciativa inclusiva do
Programa Sinergia Digital, criado e mantido pela
PUCRS. Atende crianças, adolescentes e adultos,
incluindo a chamada terceira idade, buscando uma
formação integral do aluno. Os adolescentes de vilas
carentes em torno da PUC recebem cerca de 70 horas
de aula de informática e mais 30 horas de atividades
esportivas, culturais e sociais. As turmas tem
acompanhamento sócio-educativo (por acadêmicos de
Psicologia), palestras e dinâmicas de grupo.