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Revista Virtual Textos & Contextos, nº 1, nov. 2002.
Textos & Contextos
Revista Virtual Textos & Contextos. Nº 1, ano I, nov. 2002
1
SUPERVISÃO EM SERVIÇO SOCIAL: A FORMAÇÃO DO OLHAR AMPLIADO
Alzira Maria Baptista Lewgoy1
Maria Lúcia Amaral Scavoni2
INTRODUÇÃO
A temática abordada instiga-nos, na condição de docentes, no sentido de refletir sobre o
processo pedagógico utilizado e de estabelecer uma interlocução mais científica, na supervisão
pedagógica entre alunos, professores e assistentes sociais de campo - tríade fundamental no
processo de estágio e de supervisão.
Esta interlocução ocorre na medida em que entendemos que há uma premissa fundamental
sobre o processo de supervisão, por nós vivenciado. Trata-se da dimensão do trabalho coletivo,
em que o debate permite a consolidação dialética de um projeto também coletivo. Isso se
materializa através dos encontros grupais sistemáticos entre assistentes sociais de campo, alunos
estagiários, supervisores pedagógicos e professores da unidade de ensino. Constitui-se, assim,
numa teia de relações permanente e complexa, durante toda a formação profissional.
Nesta perspectiva, a supervisão é abordada como um ‘espaço’ privilegiado, onde se
processa a articulação teórico-prático-metodológica, que resgata e possibilita a passagem de uma
“...consciência teórica para uma consciência crítica” (Andraus, 1996, p.17).
A SUPERVISÃO COMO ESPAÇO EDUCATIVO
No momento atual, em que se efetivam propostas de mudança de currículo nas unidades
de Serviço Social, é importante pensar a supervisão como algo fundamental na formação
profissional. Ela deve ser entendida como educativa, por excelência, na perspectiva do
surgimento de profissionais pensantes, críticos e operantes.
Percebemos a relevância deste tema pela sua contemporaneidade e por ser inerente à
profissão, que tem como característica a “intervenção social”. Isto quer dizer que “...os
1
Assistente Social, Mestre em Serviço Social pela PUCRS, Professora da Faculdade de Serviço Social da PUCRS,
Professora licenciada, da Faculdade de Serviço Social da Universidade de Caxias do Sul. lewgoy@terra.com.br
2
Assistente Social, Mestre em Serviço Social pela PUCRS. scavoni@terra.com.br
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condicionantes da atividade profissional se encontram no enfrentamento direto do profissional
com a realidade social” (Pacchioni, 1999, p.22).
Convém destacar que isto implica em um refazer cotidiano das experiências sociais já
acumuladas. Estas experiências envolvem desde a docência, na disciplina de Estágio
profissionalizante em diversos níveis, como professora supervisora, até o trabalho nos campos de
estágio, com os alunos e assistentes sociais. Têm como horizonte a otimização da formação de
profissionais competentes e éticos.
Evidencia-se, então, a supervisão como um momento intersubjetivo, um ato educativo.
Observa-se que a finalidade, os objetivos e o conteúdo programático (articulação do conjunto dos
conhecimentos das disciplinas teóricas) são apresentados com fins formativos, incitando o aluno
a apreender, numa dimensão prático–teórica. Neste sentido, as "...questões científicas e
metodológicas são estudadas a partir da prática” (Vieira,1997, p.12).
Este entendimento nos revela que à medida em que compreendemos a supervisão como
um processo didático-pedagógico, inserido em um contexto maior, ela se caracteriza como um
processo de trabalho pedagógico-social, ou seja, deve favorecer o trânsito do singular ao
universal, dando ênfase à intervenção que particulariza o Serviço Social no âmbito das relações
sociais.
Supervisionar, nesta perspectiva, é auxiliar o aluno no desenvolvimento de seu projeto
político-profissional. Envolve a contribuição para o desenvolvimento do senso crítico, do pensar
autônomo, do saber indagar e problematizar e, consequentemente, investigar, planejar e executar
propostas qualitativas, na dinâmica das relações entre Estado, Sociedade Civil e Instituição
(unidade de ensino e dos campos de estágio).Tudo isso, na busca de respostas sociais às
demandas que estão postas para a profissão.
O processo de supervisão é temporal, espacial, sistemático e instigador. Torna-se mais
complexo, pois nos remete a buscar alternativas, habilidades e uma competência no sentido de
administrar o processamento teórico-prático. Relaciona-se à tentativa de decifrar e compreender
esta realidade, em constante movimento, nas tendências e nas possibilidades que se colocam para
o aluno estagiário, assistente social de campo e supervisor acadêmico.
No âmbito da supervisão, tempo e espaço estão situados numa dada sociedade,
compreendida como uma totalidade histórica e dinâmica, a partir da qual
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“...tudo se recria em outros termos a base de novas configurações e
determinantes. A sociedade produz e reproduz relações que contextualizam
as possibilidades de manutenção e mudança na existência cotidiana do
homem. Dentro deste contexto, busca-se situar os desafios implicados ao
trabalho do assistente social”. (Projeto Pedagógico FSS/RS,1999, p.p. 6-7)
Ao tempo e lugar, agrega-se, como pressuposto fundante, uma concepção de educação
vinculada a uma dada unidade de ensino no processo de formação dos alunos. Esta concepção se
traduz na
“...relação dinâmica de ‘reaprender a aprender’, em uma profunda e
constante ressignificação dos processos sociais. Implica movimentar
conhecimentos em suas instâncias científico-tecnológicas, socioeducativas
e ético-políticas, já que a complexidade e as mudanças velozes que
ocorrem na realidade social, exigem canais de articulação permanente
para a realimentação da complexidade do processo de conhecimento”
(Projeto Pedagógico - FSS/PUCRS,1999, p.10).
Nesta linha de pensamento, compreendemos a Educação como um processo constante de
aprimoramento da condição humana de vida e convívio na sociedade, no mundo. Nesse sentido,
educar significa transformação e promoção do ser humano. Relacionado de forma intensa com
este conceito de Educação, o processo de formação profissional propõe–se a:
"...garantir ao profissional a integralidade no processo formativo
viabilizando condições para interpretar/intervir na realidade social à luz
da complexidade, privilegiando articulações interdisciplinares e
desenvolvendo o espírito, autocrítico, investigativo e propositivo na busca
constante pelo conhecimento” (Projeto Pedagógico –FSS/PUCRS,1999,
p.14).
O que se trata, então, é de compreender a Sociedade e a Educação como processo e evitar
que suas estruturas sejam vistas como estáticas e imobilistas. Desse modo, as crises devem ser
sempre identificadas como sinais de alerta de que os sistemas estão sendo superados ou entrando
em colapso, tornando-se urgente e necessária a reflexão da sociedade. Neste empenho, assume
relevância a supervisão, na medida em que ela é uma instância de passagem entre o
conhecimento da sociedade e o projeto político-profissional.
Assim sendo, supervisão é
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“...um processo de ensino-aprendizagem desenvolvido numa determinada
prática profissional, através da troca, do movimento do supervisor e do
supervisionado (experiência-não experiência, nova-experiência) que exige
habilidade, atitudes, respeito e ações efetivas, num determinado tempo e
espaço a ser construído” (Andraus, 1996, p.18).
Frente a isso, supervisão supõe construção de conhecimento como um meio de
conscientização dos sujeitos implicados no processo de ensino-aprendizagem, numa perspectiva
crítica, do saber como instrumento de concretização do projeto político-profissional e de
transformação da realidade socioinstitucional e político-cultural. Isto representa dizer que o
processo de construção do conhecimento supõe o entendimento de que este conhecimento se
desenvolve a partir do acionamento contínuo de operadores, que visam a desvelar a realidade.
Trata-se da reconstrução de verdades, através da capacidade de crítica e ruptura com idéias
simplificadoras (Morin,1999, p.21).
Pelo exposto, fica claro que professores-supervisores, assistentes sociais de campo e
alunos são seres situados em um contexto histórico, cultural e social, não somente como produto,
mas também como agentes. Quer dizer, além de serem produzidos por este contexto social, são
capazes de criticá-lo e de transformá-lo. Nesta lógica, o processo de supervisão é percebido, não
como algo predeterminado e inalterado, mas como dinâmico, como lugar e tempo de
concretização do ensino-aprendizagem. Pode ser compreendido como espaço de contradições, de
conflitos, mas também de realizações, de conquistas, de superação, de solidariedade, criatividade
e liberdade.
Nesta perspectiva, a tarefa principal do professor-supervisor é garantir a unidade didática
entre ensino e aprendizagem, facetas do mesmo processo, pois “Os resultados da aprendizagem
se manifestam e modificam na atividade externa e interna do sujeito, nas suas relações como
ambiente físico e social”(Libâneo,1991,p.2).
A relação teórico-prática na constituição do processo de supervisão em estágio de Serviço
Social, mais especificamente na Unidade de Ensino da Faculdade de Serviço Social - PUCRS,
ocorre através da articulação das disciplinas do semestre, concomitante à disciplina de Estágio. A
articulação é produzida através de um eixo norteador que se traduz na eleição de conteúdos entre
as disciplinas teóricas dadas no semestre. Além disso, é imprescindível a figura do professor-
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supervisor na regência de disciplinas teóricas no mesmo semestre em que acontece o estágio
supervisionado por ele. Esta é uma das formas da articulação teórico-prática.
No cumprimento dos pressupostos até aqui ressaltados, a supervisão preconizada é
organizada de forma técnico-administrativo-pedagógica, através de processos interativos para
aproximação dos e entre os sujeitos sociais. São realizadas reuniões individuais com alunos,
reuniões em pequenos grupos e reuniões amplas, envolvendo todos os sujeitos. Além disso, são
feitas visitas aos campos de estágio. A organização técnico-administrativo-pedagógica ocorre, a
partir do preestabelecimento de um dia da semana para a sua realização. Esse dia é definido pelo
Departamento de Supervisão e Prática e os horários são organizados pelos professores
supervisores, responsáveis por esta disciplina.
As supervisões caracterizam-se por serem grupais, coletivas e individuais. São realizadas
periodicamente, na perspectiva de construir espaços de problematização, de reflexão e de sínteses
sobre o trabalho executado pelos estagiários. Têm como instrumento principal o diário e outros
recursos didáticos a serem definidos no processo.
A matéria-prima da supervisão é o processamento interventivo dos conteúdos teóricos
trabalhados nas disciplinas do semestre. Isto se efetiva tecnicamente também, através de oficinas,
como:
“...um tempo e um espaço para aprendizagem; um processo ativo de
transformação recíproca entre sujeito e objeto; um caminho com
alternativas, com equilibrações que nos aproximam progressivamente do
objeto a conhecer”(Vieira,1997,p. 11).
As reuniões entre os supervisores pedagógicos acontecem semanalmente, configurando-se
como um fórum permanente de planejamento e diagnóstico, na construção de estratégias, ações,
regras e rotinas do processo de supervisão grupal, coletivo e individual.
A articulação entre as disciplinas dos Estágios e as disciplinas de cada nível oportuniza
aos alunos interação e integração de conteúdos, na construção e reconstrução do conhecimento.
Permitem, através da reflexão teórica-prática, colocar a teoria em ação.
A teoria surge, nesta integração-articulação, como pré-requisito à compreensão e
esclarecimento da prática. Significa dizer que, nesta dimensão da supervisão, o aluno exercita e
desenvolve a capacidade de aplicar os conhecimentos teóricos, dando às ações perspectivas e
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significação que transcendem o ato concreto. A utilização do diário como instrumento possibilita
dar conta dos pressupostos teórico-educacionais, nos procedimentos metodológicos adotados.
A metodologia utilizada na produção do conhecimento é dialógica, constituindo-se dos
seguintes movimentos: sensibilização, tradução, desconstrução, construção, reconstrução,
avaliação e proposição. Na teia de relações assim constituída, cabe ao supervisor pedagógico a
sensibilização do aluno para que este, a partir do seu cotidiano institucional, seja capaz de
assumir uma atitude permanente de indagação, ampliando o seu olhar sobre realidade social. A
proposta é passar de um olhar simplificador para um olhar crítico.
A partir do deslocamento deste olhar, da aquisição da atitude permanente de indagação, o
aluno deverá traduzir a apropriação objetiva da realidade e incluir o seu olhar subjetivo. Então,
considerando o conhecido (a realidade sociopolítica, econômica, cultural e institucional), o
mesmo deverá ser capaz de reconhecer o distanciamento entre a realidade desejada (marco
referencial) e a realidade existente (o conhecido e o analisado no cotidiano pelo aluno).
A representação provisória da apreensão e da interpretação desta realidade
socioinstitucional, política e cultural demanda novos olhares de complexidade e indagação.
Posterior a esta reconstrução, ocorre a avaliação, como um dos momentos que permitem refletir
sobre a construção do conhecimento, em função dos pré-requisitos do estágio em curso. A
avaliação ainda está em processo de constituição e de definições, quanto aos seus aspectos
cumulativos.
Depois de feita a avaliação, será possível avançar para a proposição, que corresponde ao
estabelecimento de novas propostas, de novos estudos de intervenção, considerando os
referenciais analíticos contextualizados. Este momento requer ainda intenso investimento, no
sentido de compreender, executar e propor.
Neste sentido, o diário constitui-se num instrumento que exercita o estagiário na busca da
identidade profissional, através de sucessivas aproximações críticas, proporcionando uma
reflexão a respeito da ação profissional cotidiana, seus limites e desafios. É um documento
instrumental, de caráter descritivo-analítico, investigativo, reflexivo e de síntese. É importante
fonte de construção, desconstrução e reconstrução do conhecimento. Proporciona ao aluno o
exercício da reflexão do pensar e do agir através de seus registros quantitativos e qualitativos.
Nas observações descritas, encontra-se a evolução do conhecimento.
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O diário estabelece diversas conexões entre teoria-prática-academia-campo de estágio e
supervisão. Evidencia subsídios para a intervenção crítica no real, onde: é delimitada e orientada
a ação profissional. Revela movimentos entre a dimensão do todo e as partes e vice-versa,
sistematizando a ação profissional aliada a um referencial teórico, que viabiliza a construção do
saber.
Sendo assim, o diário torna-se um instrumento que promove o questionamento, a
problematização da ação profissional, conduzindo a uma investigação sobre o cotidiano e às
questões que nele se apresentam. A pesquisa leva ao conhecimento, às reflexões críticas e à
compreensão do nosso processo de trabalho, frente ao ato de construir e reelaborar o objeto de
intervenção, a ser desvelado durante a ação profissional.
Este movimento nos conduz à sistematização, consequentemente, à análise e à síntese,
sobre a ação que desenvolvemos cotidianamente. Capacita-nos a propor e a intervir na realidade.
Entendemos que é também através da construção do diário que se apreende a ação ético-política,
estabelecendo uma conexão entre teoria e prática, que leva à construção de próprio
conhecimento. Além disso, o movimento desenvolve a capacidade de problematização, ou seja,
propõe questões, levanta hipóteses, infere deduções sobre as questões sociais, participa do jogo
dialético de argumentar e contra-argumentar.
O que se pretende explorar através do diário é, estritamente, aquilo que nele figura como
expressão do olhar do aluno e da sua própria atuação, bem como da perspectiva pessoal com que
a encara. O fato de escrever sobre a própria prática leva o aluno a aprender, através da sua
narração e descrição - ‘aprender-fazendo’. Ao narrar e descrever a sua experiência recente, o
aluno não só constrói e reconstrói, ao nível do discurso prático e da atividade profissional. A
descrição continuamente apresenta abordagens reflexivas sobre os porquês e as estruturas de
racionalidade e justificação que fundamentam os fatos narrados. Isto representa dizer que a
narração constitui-se em reflexão.
Portanto, o diário mostra-se como extremamente apropriado no trabalho que compõe o
processo técnico-operativo-metodológico e pedagógico do estagiário, na sua ação cotidiana
profissionalizante. Entende-se diário, como:
“...um documento pessoal-profissional no qual o aluno fundamenta o
conhecimento teórico-prático, relacionando-o com a realidade vivenciada
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no cotidiano profissional, através do relato de suas experiências e sua
participação na vida social” (Lewgoy e alii, 2000, p.4)
Segundo esta lógica, o espaço da supervisão orienta-se fundamentalmente pela pedagogia
da pergunta, estimulando a indagação e a problematização, para que o aluno estagiário possa
desvelar, analisar e interpretar sua prática cotidiana. Trata-se de um processo contínuo,
sistemático e inacabado, de retroalimentação permanente, na efetivação dos elementos
constitutivos do processo de trabalho, investigação, proposição e intervenção. A supervisão
caracteriza-se também por ser uma pedagogia da participação, na medida em que envolve
diferentes atores (supervisor acadêmico/supervisor de campo, professor de disciplina e alunos) no
processo de formação profissional. Tem como marca o planejamento participativo, no
estabelecimento de estratégias, ações e rotinas. Este planejamento também é elaborado pelo
grupo de supervisores pedagógicos, a partir do produto trazido pelos professores supervisores em
suas experiências de supervisão grupal e individual.
Na medida em que narramos, também fomos fazendo descobertas que nos indicam que
este momento é indispensável e fundamental, pois dá unidade ao marco operativo da supervisão,
na direção da formação profissional.
Isto posto, na forma como está sendo encaminhada esta metodologia assumida pelos
professores-supervisores, observa-se o fomento da pedagogia da possibilidade, na medida em
que garante a vivência da diversidade, do inesperado, da pluralidade, do improviso e da
criatividade, considerando-os como elementos construtores e constitutivos do processo de
supervisão.
Concluindo, destacamos a supervisão como espaço de formação profissional, capaz de
desenvolver no aluno competências que o capacitam, a partir do conhecimento descoberto e da
aprendizagem realizada. Entendemos que essa prática permite ao aluno transformar o que
aprendeu em comportamentos, produtos, serviços ou informações. Desse modo, os grandes
beneficiados, no final do processo, são os usuários do Serviço Social. Estes passam a encontrar,
no atendimento qualificado nas instituições, o justo acesso aos direitos sociais e a garantia dos
direitos humanos.
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Textos & Contextos
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9
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRAUSS, Rosa Cecília et alii. A Experiência de um grupo de profissionais discutindo e
refletindo sobre supervisão em serviço social. In: Cadernos de Serviço Social,
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO DE SERVIÇO SOCIAL – ABESS-
Ano VI nº 9,
Campinas, 1996.
Diretrizes
Gerais para o Curso de Serviço Social
GANDIN, Danilo.
, Rio de Janeiro, nov, 1996.
A prática do Planejamento Participativo
CORTELLETTI, Ivonne. “A Estruturação Do Trabalho Docente”. Material distribuído na
Disciplina Planejamento, Organização e Avaliação do Ensino-Aprendizagem. do Curso de
Especialização em Ensino e Pesquisa. Universidade de Caxias do Sul - UCS Caxias do Sul: 1997.
. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.
LEWGOY, Alzira Maria Baptista; KERN, Francisco Arseli et alii. Diário de Estágio em Serviço
Social Subsídios para reflexões
LIBÂNEO, José Carlos.
. Trabalho elaborado pela turma 123, na disciplina de
Metodologia III B, em sala de aula. Porto Alegre: PUCRS, setembro de 2000.
Didática
MENDES, Jussara da Rosa. Considerações Preliminares quanto à organização da disciplina de
Estágio Profissionalizante. FSS/PUC. Porto Alegre, 2000, fotocópia.
. São Paulo: Cortês, 1991.
MORIN, Edgar. Ciência com consciência
PROJETO PEDAGÓGICO DA FACULDADE DE SERVIÇO SOCIAL. Faculdade de Serviço
Social, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS. 1999.
. 3º ed, Rio de Janeiro, Bertrand, , 1996.
PACCHIONI, Maria Margareth e outros. Reflexões sobre formação profissional e supervisão em
Serviço Social. In: Cadernos de Serviço Social. A Formação e o Cotidiano Profissional
RELATÓRIO SOBRE O PROCESSO DE SUPERVISÃO DO ESTÁGIO B. FSS/PUC, Porto
Alegre, R.S, dezembro. 2000.
. Ano IX,
nº 15, Campinas, 1999.
RONCA, Paulo Afonso Caruso; TERZI, Cleide do Amaral. A aula Operatória e a construção do
conhecimento
VASCONCELOS, Celso dos S.
. São Paulo: InstitutoEdesplan, 1995.
Construção do Conhecimento em Sala de Aula
VIEIRA, Elaine. VOLQUIND, Lea.
. São Paulo:
Centro de Formação e Assessoria Pedagógica, 1995.
Oficinas de ensino: O que é? Por quê? Como? . Porto
Alegre: EDIPUCRS. 1997.

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Texto alzira lewgoy

  • 1. Revista Virtual Textos & Contextos, nº 1, nov. 2002. Textos & Contextos Revista Virtual Textos & Contextos. Nº 1, ano I, nov. 2002 1 SUPERVISÃO EM SERVIÇO SOCIAL: A FORMAÇÃO DO OLHAR AMPLIADO Alzira Maria Baptista Lewgoy1 Maria Lúcia Amaral Scavoni2 INTRODUÇÃO A temática abordada instiga-nos, na condição de docentes, no sentido de refletir sobre o processo pedagógico utilizado e de estabelecer uma interlocução mais científica, na supervisão pedagógica entre alunos, professores e assistentes sociais de campo - tríade fundamental no processo de estágio e de supervisão. Esta interlocução ocorre na medida em que entendemos que há uma premissa fundamental sobre o processo de supervisão, por nós vivenciado. Trata-se da dimensão do trabalho coletivo, em que o debate permite a consolidação dialética de um projeto também coletivo. Isso se materializa através dos encontros grupais sistemáticos entre assistentes sociais de campo, alunos estagiários, supervisores pedagógicos e professores da unidade de ensino. Constitui-se, assim, numa teia de relações permanente e complexa, durante toda a formação profissional. Nesta perspectiva, a supervisão é abordada como um ‘espaço’ privilegiado, onde se processa a articulação teórico-prático-metodológica, que resgata e possibilita a passagem de uma “...consciência teórica para uma consciência crítica” (Andraus, 1996, p.17). A SUPERVISÃO COMO ESPAÇO EDUCATIVO No momento atual, em que se efetivam propostas de mudança de currículo nas unidades de Serviço Social, é importante pensar a supervisão como algo fundamental na formação profissional. Ela deve ser entendida como educativa, por excelência, na perspectiva do surgimento de profissionais pensantes, críticos e operantes. Percebemos a relevância deste tema pela sua contemporaneidade e por ser inerente à profissão, que tem como característica a “intervenção social”. Isto quer dizer que “...os 1 Assistente Social, Mestre em Serviço Social pela PUCRS, Professora da Faculdade de Serviço Social da PUCRS, Professora licenciada, da Faculdade de Serviço Social da Universidade de Caxias do Sul. lewgoy@terra.com.br 2 Assistente Social, Mestre em Serviço Social pela PUCRS. scavoni@terra.com.br
  • 2. Revista Virtual Textos & Contextos, nº 1, nov. 2002. Textos & Contextos Revista Virtual Textos & Contextos. Nº 1, ano I, nov. 2002 2 condicionantes da atividade profissional se encontram no enfrentamento direto do profissional com a realidade social” (Pacchioni, 1999, p.22). Convém destacar que isto implica em um refazer cotidiano das experiências sociais já acumuladas. Estas experiências envolvem desde a docência, na disciplina de Estágio profissionalizante em diversos níveis, como professora supervisora, até o trabalho nos campos de estágio, com os alunos e assistentes sociais. Têm como horizonte a otimização da formação de profissionais competentes e éticos. Evidencia-se, então, a supervisão como um momento intersubjetivo, um ato educativo. Observa-se que a finalidade, os objetivos e o conteúdo programático (articulação do conjunto dos conhecimentos das disciplinas teóricas) são apresentados com fins formativos, incitando o aluno a apreender, numa dimensão prático–teórica. Neste sentido, as "...questões científicas e metodológicas são estudadas a partir da prática” (Vieira,1997, p.12). Este entendimento nos revela que à medida em que compreendemos a supervisão como um processo didático-pedagógico, inserido em um contexto maior, ela se caracteriza como um processo de trabalho pedagógico-social, ou seja, deve favorecer o trânsito do singular ao universal, dando ênfase à intervenção que particulariza o Serviço Social no âmbito das relações sociais. Supervisionar, nesta perspectiva, é auxiliar o aluno no desenvolvimento de seu projeto político-profissional. Envolve a contribuição para o desenvolvimento do senso crítico, do pensar autônomo, do saber indagar e problematizar e, consequentemente, investigar, planejar e executar propostas qualitativas, na dinâmica das relações entre Estado, Sociedade Civil e Instituição (unidade de ensino e dos campos de estágio).Tudo isso, na busca de respostas sociais às demandas que estão postas para a profissão. O processo de supervisão é temporal, espacial, sistemático e instigador. Torna-se mais complexo, pois nos remete a buscar alternativas, habilidades e uma competência no sentido de administrar o processamento teórico-prático. Relaciona-se à tentativa de decifrar e compreender esta realidade, em constante movimento, nas tendências e nas possibilidades que se colocam para o aluno estagiário, assistente social de campo e supervisor acadêmico. No âmbito da supervisão, tempo e espaço estão situados numa dada sociedade, compreendida como uma totalidade histórica e dinâmica, a partir da qual
  • 3. Revista Virtual Textos & Contextos, nº 1, nov. 2002. Textos & Contextos Revista Virtual Textos & Contextos. Nº 1, ano I, nov. 2002 3 “...tudo se recria em outros termos a base de novas configurações e determinantes. A sociedade produz e reproduz relações que contextualizam as possibilidades de manutenção e mudança na existência cotidiana do homem. Dentro deste contexto, busca-se situar os desafios implicados ao trabalho do assistente social”. (Projeto Pedagógico FSS/RS,1999, p.p. 6-7) Ao tempo e lugar, agrega-se, como pressuposto fundante, uma concepção de educação vinculada a uma dada unidade de ensino no processo de formação dos alunos. Esta concepção se traduz na “...relação dinâmica de ‘reaprender a aprender’, em uma profunda e constante ressignificação dos processos sociais. Implica movimentar conhecimentos em suas instâncias científico-tecnológicas, socioeducativas e ético-políticas, já que a complexidade e as mudanças velozes que ocorrem na realidade social, exigem canais de articulação permanente para a realimentação da complexidade do processo de conhecimento” (Projeto Pedagógico - FSS/PUCRS,1999, p.10). Nesta linha de pensamento, compreendemos a Educação como um processo constante de aprimoramento da condição humana de vida e convívio na sociedade, no mundo. Nesse sentido, educar significa transformação e promoção do ser humano. Relacionado de forma intensa com este conceito de Educação, o processo de formação profissional propõe–se a: "...garantir ao profissional a integralidade no processo formativo viabilizando condições para interpretar/intervir na realidade social à luz da complexidade, privilegiando articulações interdisciplinares e desenvolvendo o espírito, autocrítico, investigativo e propositivo na busca constante pelo conhecimento” (Projeto Pedagógico –FSS/PUCRS,1999, p.14). O que se trata, então, é de compreender a Sociedade e a Educação como processo e evitar que suas estruturas sejam vistas como estáticas e imobilistas. Desse modo, as crises devem ser sempre identificadas como sinais de alerta de que os sistemas estão sendo superados ou entrando em colapso, tornando-se urgente e necessária a reflexão da sociedade. Neste empenho, assume relevância a supervisão, na medida em que ela é uma instância de passagem entre o conhecimento da sociedade e o projeto político-profissional. Assim sendo, supervisão é
  • 4. Revista Virtual Textos & Contextos, nº 1, nov. 2002. Textos & Contextos Revista Virtual Textos & Contextos. Nº 1, ano I, nov. 2002 4 “...um processo de ensino-aprendizagem desenvolvido numa determinada prática profissional, através da troca, do movimento do supervisor e do supervisionado (experiência-não experiência, nova-experiência) que exige habilidade, atitudes, respeito e ações efetivas, num determinado tempo e espaço a ser construído” (Andraus, 1996, p.18). Frente a isso, supervisão supõe construção de conhecimento como um meio de conscientização dos sujeitos implicados no processo de ensino-aprendizagem, numa perspectiva crítica, do saber como instrumento de concretização do projeto político-profissional e de transformação da realidade socioinstitucional e político-cultural. Isto representa dizer que o processo de construção do conhecimento supõe o entendimento de que este conhecimento se desenvolve a partir do acionamento contínuo de operadores, que visam a desvelar a realidade. Trata-se da reconstrução de verdades, através da capacidade de crítica e ruptura com idéias simplificadoras (Morin,1999, p.21). Pelo exposto, fica claro que professores-supervisores, assistentes sociais de campo e alunos são seres situados em um contexto histórico, cultural e social, não somente como produto, mas também como agentes. Quer dizer, além de serem produzidos por este contexto social, são capazes de criticá-lo e de transformá-lo. Nesta lógica, o processo de supervisão é percebido, não como algo predeterminado e inalterado, mas como dinâmico, como lugar e tempo de concretização do ensino-aprendizagem. Pode ser compreendido como espaço de contradições, de conflitos, mas também de realizações, de conquistas, de superação, de solidariedade, criatividade e liberdade. Nesta perspectiva, a tarefa principal do professor-supervisor é garantir a unidade didática entre ensino e aprendizagem, facetas do mesmo processo, pois “Os resultados da aprendizagem se manifestam e modificam na atividade externa e interna do sujeito, nas suas relações como ambiente físico e social”(Libâneo,1991,p.2). A relação teórico-prática na constituição do processo de supervisão em estágio de Serviço Social, mais especificamente na Unidade de Ensino da Faculdade de Serviço Social - PUCRS, ocorre através da articulação das disciplinas do semestre, concomitante à disciplina de Estágio. A articulação é produzida através de um eixo norteador que se traduz na eleição de conteúdos entre as disciplinas teóricas dadas no semestre. Além disso, é imprescindível a figura do professor-
  • 5. Revista Virtual Textos & Contextos, nº 1, nov. 2002. Textos & Contextos Revista Virtual Textos & Contextos. Nº 1, ano I, nov. 2002 5 supervisor na regência de disciplinas teóricas no mesmo semestre em que acontece o estágio supervisionado por ele. Esta é uma das formas da articulação teórico-prática. No cumprimento dos pressupostos até aqui ressaltados, a supervisão preconizada é organizada de forma técnico-administrativo-pedagógica, através de processos interativos para aproximação dos e entre os sujeitos sociais. São realizadas reuniões individuais com alunos, reuniões em pequenos grupos e reuniões amplas, envolvendo todos os sujeitos. Além disso, são feitas visitas aos campos de estágio. A organização técnico-administrativo-pedagógica ocorre, a partir do preestabelecimento de um dia da semana para a sua realização. Esse dia é definido pelo Departamento de Supervisão e Prática e os horários são organizados pelos professores supervisores, responsáveis por esta disciplina. As supervisões caracterizam-se por serem grupais, coletivas e individuais. São realizadas periodicamente, na perspectiva de construir espaços de problematização, de reflexão e de sínteses sobre o trabalho executado pelos estagiários. Têm como instrumento principal o diário e outros recursos didáticos a serem definidos no processo. A matéria-prima da supervisão é o processamento interventivo dos conteúdos teóricos trabalhados nas disciplinas do semestre. Isto se efetiva tecnicamente também, através de oficinas, como: “...um tempo e um espaço para aprendizagem; um processo ativo de transformação recíproca entre sujeito e objeto; um caminho com alternativas, com equilibrações que nos aproximam progressivamente do objeto a conhecer”(Vieira,1997,p. 11). As reuniões entre os supervisores pedagógicos acontecem semanalmente, configurando-se como um fórum permanente de planejamento e diagnóstico, na construção de estratégias, ações, regras e rotinas do processo de supervisão grupal, coletivo e individual. A articulação entre as disciplinas dos Estágios e as disciplinas de cada nível oportuniza aos alunos interação e integração de conteúdos, na construção e reconstrução do conhecimento. Permitem, através da reflexão teórica-prática, colocar a teoria em ação. A teoria surge, nesta integração-articulação, como pré-requisito à compreensão e esclarecimento da prática. Significa dizer que, nesta dimensão da supervisão, o aluno exercita e desenvolve a capacidade de aplicar os conhecimentos teóricos, dando às ações perspectivas e
  • 6. Revista Virtual Textos & Contextos, nº 1, nov. 2002. Textos & Contextos Revista Virtual Textos & Contextos. Nº 1, ano I, nov. 2002 6 significação que transcendem o ato concreto. A utilização do diário como instrumento possibilita dar conta dos pressupostos teórico-educacionais, nos procedimentos metodológicos adotados. A metodologia utilizada na produção do conhecimento é dialógica, constituindo-se dos seguintes movimentos: sensibilização, tradução, desconstrução, construção, reconstrução, avaliação e proposição. Na teia de relações assim constituída, cabe ao supervisor pedagógico a sensibilização do aluno para que este, a partir do seu cotidiano institucional, seja capaz de assumir uma atitude permanente de indagação, ampliando o seu olhar sobre realidade social. A proposta é passar de um olhar simplificador para um olhar crítico. A partir do deslocamento deste olhar, da aquisição da atitude permanente de indagação, o aluno deverá traduzir a apropriação objetiva da realidade e incluir o seu olhar subjetivo. Então, considerando o conhecido (a realidade sociopolítica, econômica, cultural e institucional), o mesmo deverá ser capaz de reconhecer o distanciamento entre a realidade desejada (marco referencial) e a realidade existente (o conhecido e o analisado no cotidiano pelo aluno). A representação provisória da apreensão e da interpretação desta realidade socioinstitucional, política e cultural demanda novos olhares de complexidade e indagação. Posterior a esta reconstrução, ocorre a avaliação, como um dos momentos que permitem refletir sobre a construção do conhecimento, em função dos pré-requisitos do estágio em curso. A avaliação ainda está em processo de constituição e de definições, quanto aos seus aspectos cumulativos. Depois de feita a avaliação, será possível avançar para a proposição, que corresponde ao estabelecimento de novas propostas, de novos estudos de intervenção, considerando os referenciais analíticos contextualizados. Este momento requer ainda intenso investimento, no sentido de compreender, executar e propor. Neste sentido, o diário constitui-se num instrumento que exercita o estagiário na busca da identidade profissional, através de sucessivas aproximações críticas, proporcionando uma reflexão a respeito da ação profissional cotidiana, seus limites e desafios. É um documento instrumental, de caráter descritivo-analítico, investigativo, reflexivo e de síntese. É importante fonte de construção, desconstrução e reconstrução do conhecimento. Proporciona ao aluno o exercício da reflexão do pensar e do agir através de seus registros quantitativos e qualitativos. Nas observações descritas, encontra-se a evolução do conhecimento.
  • 7. Revista Virtual Textos & Contextos, nº 1, nov. 2002. Textos & Contextos Revista Virtual Textos & Contextos. Nº 1, ano I, nov. 2002 7 O diário estabelece diversas conexões entre teoria-prática-academia-campo de estágio e supervisão. Evidencia subsídios para a intervenção crítica no real, onde: é delimitada e orientada a ação profissional. Revela movimentos entre a dimensão do todo e as partes e vice-versa, sistematizando a ação profissional aliada a um referencial teórico, que viabiliza a construção do saber. Sendo assim, o diário torna-se um instrumento que promove o questionamento, a problematização da ação profissional, conduzindo a uma investigação sobre o cotidiano e às questões que nele se apresentam. A pesquisa leva ao conhecimento, às reflexões críticas e à compreensão do nosso processo de trabalho, frente ao ato de construir e reelaborar o objeto de intervenção, a ser desvelado durante a ação profissional. Este movimento nos conduz à sistematização, consequentemente, à análise e à síntese, sobre a ação que desenvolvemos cotidianamente. Capacita-nos a propor e a intervir na realidade. Entendemos que é também através da construção do diário que se apreende a ação ético-política, estabelecendo uma conexão entre teoria e prática, que leva à construção de próprio conhecimento. Além disso, o movimento desenvolve a capacidade de problematização, ou seja, propõe questões, levanta hipóteses, infere deduções sobre as questões sociais, participa do jogo dialético de argumentar e contra-argumentar. O que se pretende explorar através do diário é, estritamente, aquilo que nele figura como expressão do olhar do aluno e da sua própria atuação, bem como da perspectiva pessoal com que a encara. O fato de escrever sobre a própria prática leva o aluno a aprender, através da sua narração e descrição - ‘aprender-fazendo’. Ao narrar e descrever a sua experiência recente, o aluno não só constrói e reconstrói, ao nível do discurso prático e da atividade profissional. A descrição continuamente apresenta abordagens reflexivas sobre os porquês e as estruturas de racionalidade e justificação que fundamentam os fatos narrados. Isto representa dizer que a narração constitui-se em reflexão. Portanto, o diário mostra-se como extremamente apropriado no trabalho que compõe o processo técnico-operativo-metodológico e pedagógico do estagiário, na sua ação cotidiana profissionalizante. Entende-se diário, como: “...um documento pessoal-profissional no qual o aluno fundamenta o conhecimento teórico-prático, relacionando-o com a realidade vivenciada
  • 8. Revista Virtual Textos & Contextos, nº 1, nov. 2002. Textos & Contextos Revista Virtual Textos & Contextos. Nº 1, ano I, nov. 2002 8 no cotidiano profissional, através do relato de suas experiências e sua participação na vida social” (Lewgoy e alii, 2000, p.4) Segundo esta lógica, o espaço da supervisão orienta-se fundamentalmente pela pedagogia da pergunta, estimulando a indagação e a problematização, para que o aluno estagiário possa desvelar, analisar e interpretar sua prática cotidiana. Trata-se de um processo contínuo, sistemático e inacabado, de retroalimentação permanente, na efetivação dos elementos constitutivos do processo de trabalho, investigação, proposição e intervenção. A supervisão caracteriza-se também por ser uma pedagogia da participação, na medida em que envolve diferentes atores (supervisor acadêmico/supervisor de campo, professor de disciplina e alunos) no processo de formação profissional. Tem como marca o planejamento participativo, no estabelecimento de estratégias, ações e rotinas. Este planejamento também é elaborado pelo grupo de supervisores pedagógicos, a partir do produto trazido pelos professores supervisores em suas experiências de supervisão grupal e individual. Na medida em que narramos, também fomos fazendo descobertas que nos indicam que este momento é indispensável e fundamental, pois dá unidade ao marco operativo da supervisão, na direção da formação profissional. Isto posto, na forma como está sendo encaminhada esta metodologia assumida pelos professores-supervisores, observa-se o fomento da pedagogia da possibilidade, na medida em que garante a vivência da diversidade, do inesperado, da pluralidade, do improviso e da criatividade, considerando-os como elementos construtores e constitutivos do processo de supervisão. Concluindo, destacamos a supervisão como espaço de formação profissional, capaz de desenvolver no aluno competências que o capacitam, a partir do conhecimento descoberto e da aprendizagem realizada. Entendemos que essa prática permite ao aluno transformar o que aprendeu em comportamentos, produtos, serviços ou informações. Desse modo, os grandes beneficiados, no final do processo, são os usuários do Serviço Social. Estes passam a encontrar, no atendimento qualificado nas instituições, o justo acesso aos direitos sociais e a garantia dos direitos humanos.
  • 9. Revista Virtual Textos & Contextos, nº 1, nov. 2002. Textos & Contextos Revista Virtual Textos & Contextos. Nº 1, ano I, nov. 2002 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRAUSS, Rosa Cecília et alii. A Experiência de um grupo de profissionais discutindo e refletindo sobre supervisão em serviço social. In: Cadernos de Serviço Social, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO DE SERVIÇO SOCIAL – ABESS- Ano VI nº 9, Campinas, 1996. Diretrizes Gerais para o Curso de Serviço Social GANDIN, Danilo. , Rio de Janeiro, nov, 1996. A prática do Planejamento Participativo CORTELLETTI, Ivonne. “A Estruturação Do Trabalho Docente”. Material distribuído na Disciplina Planejamento, Organização e Avaliação do Ensino-Aprendizagem. do Curso de Especialização em Ensino e Pesquisa. Universidade de Caxias do Sul - UCS Caxias do Sul: 1997. . Petrópolis, RJ: Vozes, 1994. LEWGOY, Alzira Maria Baptista; KERN, Francisco Arseli et alii. Diário de Estágio em Serviço Social Subsídios para reflexões LIBÂNEO, José Carlos. . Trabalho elaborado pela turma 123, na disciplina de Metodologia III B, em sala de aula. Porto Alegre: PUCRS, setembro de 2000. Didática MENDES, Jussara da Rosa. Considerações Preliminares quanto à organização da disciplina de Estágio Profissionalizante. FSS/PUC. Porto Alegre, 2000, fotocópia. . São Paulo: Cortês, 1991. MORIN, Edgar. Ciência com consciência PROJETO PEDAGÓGICO DA FACULDADE DE SERVIÇO SOCIAL. Faculdade de Serviço Social, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS. 1999. . 3º ed, Rio de Janeiro, Bertrand, , 1996. PACCHIONI, Maria Margareth e outros. Reflexões sobre formação profissional e supervisão em Serviço Social. In: Cadernos de Serviço Social. A Formação e o Cotidiano Profissional RELATÓRIO SOBRE O PROCESSO DE SUPERVISÃO DO ESTÁGIO B. FSS/PUC, Porto Alegre, R.S, dezembro. 2000. . Ano IX, nº 15, Campinas, 1999. RONCA, Paulo Afonso Caruso; TERZI, Cleide do Amaral. A aula Operatória e a construção do conhecimento VASCONCELOS, Celso dos S. . São Paulo: InstitutoEdesplan, 1995. Construção do Conhecimento em Sala de Aula VIEIRA, Elaine. VOLQUIND, Lea. . São Paulo: Centro de Formação e Assessoria Pedagógica, 1995. Oficinas de ensino: O que é? Por quê? Como? . Porto Alegre: EDIPUCRS. 1997.