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UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA

                        INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO




 ANÁLISE DE VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE CEN-
TRAIS DE RECICLAGEM DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO
           E DEMOLIÇÃO EM PORTUGAL

          PARTE I - ESTIMATIVA DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS DE
                    CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO


                        André Daniel Vital da Silva Coelho
                                 (Doutorado)




ORIENTADOR: Doutor Jorge Manuel Caliço Lopes de Brito




                                   Abril 2009
i.     Resumo

       No seguimento da crescente preocupação com a geração de resíduos da construção e
demolição (RCD) no mundo em geral e, em particular, em Portugal, o presente trabalho (Parte
I - Estimativa da geração de Resíduos da Construção e Demolição) pretende quantificar a
produção anual de RCD, a nível nacional, tanto globalmente como por categorias gerais de
geração, relacionadas com o tipo de obras e natureza das intervenções. O estudo procura tam-
bém prever a composição material dessa mesma geração de resíduos, no âmbito das catego-
rias gerais consideradas, constituindo essa uma importante informação para possíveis estima-
tivas de quantidades de resíduos de entrada, por exemplo, no projecto de centrais fixas ou
móveis de reciclagem de RCD, conhecendo a ou as construções em cujas intervenções irá dar-
se a geração de resíduos.


       A produção de RCD é estimada para o presente (ano 2008) e para um futuro próximo
(até 2020), utilizando como base os dados estatísticos existentes para a construção, nomeada-
mente a informação existente acerca da quantidade de licenças de construção, demolição e
reabilitação emitidas pelas entidades municipais. A extrapolação é realizada utilizando fun-
ções polinomiais de aproximação aos dados estatísticos, de forma a permitir calcular possíveis
valores de geração futura, seguindo certos parâmetros que definem cenários. A geração final
resultará de considerações acerca dos cenários gerados, face às indicações da evolução dos
mercados da construção, demolição e reabilitação nos próximos anos. A comparação com a
geração de RCD noutros países, citadas em publicações, indica que a produção de RCD em
Portugal irá aumentar e tender para um valor na ordem de grandeza do actualmente gerado
nesses países.




                                                                                            2
ii.    Abstract


       In line with the growing concern over construction and demolition waste (CDW) gen-
eration around the world, and in Portugal in particular, the present work (Part I – Estimating
Construction and Demolition Waste generation) aims at quantifying the national annual CDW
generation, both globally and in general generation categories, related to building type and
intervention. The study also provides material composition in CDW generation groups, re-
lated to the referred categories, which constitutes important information when estimating in-
put CDW quantities, for instance in designing fixed or mobile CDW recycling stations, know-
ing which buildings are targeted for intervention.


       CDW generation is predicted in the present (year 2008) and for an immediate future
(up to 2020), based on existing construction, demolition and retrofitting statistical data,
namely the one concerning municipal permits. Extrapolation is achieved by approximating
polynomial functions to the statistical data, allowing the calculation of future waste generation
quantities, following parameters which define scenarios. The final generation figure will re-
sult from certain considerations within the drawn scenarios, based on the construction, demo-
lition and retrofitting market tendencies over the next few years. Comparing the CDW genera-
tion calculated in this way with other countries numbers, as cited in several publications, indi-
cates a steady increase in CDW generation in Portugal, which is expected to stabilize around
some value near these countries present generation quantities.




                                                                                               3
iii.    Agradecimentos


Eis os agradecimentos devidos a salientar nesta fase:


- Ao meu orientador, Prof. Jorge de Brito, por todo o trabalho de acompanhamento, análise,
  correcção e apoio generalizado na feitura deste trabalho;


- Ao Engenheiro Brito Cardoso, da Ambisider, por todos os dados fornecidos e pela disponi-
  bilidade;


- Aos técnicos da obra Polis Cacém (Ambisider), pelo acolhimento e fornecimento de infor-
  mação;


- Ao Arquivo Municipal da Câmara Municipal de Lisboa, pela disponibilidade dos processos
  para consulta que permitiram a realização das medições.




                                                                                         4
iv.     Índice geral

I - Estimativa da geração de Resíduos de Construção e Demolição

1. Introdução
   1.1 Considerações preliminares
   1.2 Objectivos do estudo
   1.3 Organização do trabalho

2. Situação presente da geração de Resíduos de Construção e Demolição (RCD) em Portugal
   2.1 Estimativas anteriores da geração de RCD
   2.2 Geração de RCD em Portugal face à geração nos países da Comunidade Europeia
       (CE) e de outros países
   2.3 Origens/fontes de geração de RCD e seu encaminhamento

3. Metodologia para estimativa da geração de RCD - processo de amostragem
   3.1 Definições e classificação da geração de materiais por tipo de obra, tipo de interven-
       ção e idade da construção
   3.2 Recolha de dados para quantificação da geração de resíduos
       3.2.1 Operações de demolição
       3.2.2 Operações de reabilitação
       3.2.3 Construções novas
   3.3 Regras de medição sobre projectos existentes
       3.3.1 Operações de demolição e reabilitação
   3.4 Composição construtiva dos casos analisados
   3.5 Classificação dos resíduos e geração por unidade de referência

4. Metodologia para estimativa da geração de RCD - processo de extrapolação
   4.1 Determinação da geração de RCD, por tipo de obra e de operação
       4.1.1 Edifícios de habitação
       4.1.2 Edifícios de serviços
       4.1.3 Obras públicas
   4.2 Geração global de RCD - presente e previsão futura
       4.2.1 Geração global no presente
       4.2.2 Metodologia utilizada para previsão futura e resultados de geração de RCD
           4.2.2.1 Cenário 1
           4.2.2.2 Cenário 2

5. Discussão dos resultados do processo de estimativa da geração de RCD

      5.1 Limitações e aproximações inerentes à metodologia utilizada
      5.2 Considerações para a obtenção de uma estimativa razoável da geração de RCD, no
          presente e a prazo
      5.3 Análise sucinta da constituição média dos RCD gerados

6. Conclusões

Anexos

Bibliografia

                                                                                                5
v.      Índice de quadros
                                                                                                          pág.
Quadro 1 - Relação global da geração de resíduos em Portugal                                                  14
                                                                                      [5]
Quadro 2 - Proporção de RCD em relação à produção total de resíduos em vários países                          14
Quadro 3 - Estimativa das percentagens de RCD geridos, por destino final                                      23
Quadro 4 - Distribuição percentual dos fluxos de materiais constituintes dos RCD, tal como apresentada em [3]
                                                                                                              24
Quadro 5 - Redistribuição percentual da composição média dos RCD, sem inclusão dos solos e rochas não
            contaminados, a partir do Quadro 4                                                                24
                                                                                                 [13]
Quadro 6 - Estimativas da geração de RCD por processo produtivo e por tipo de obra, nos EUA                   24
Quadro 7 - Soluções construtivas consideradas no tipo de edifício anterior a 1919                             28
Quadro 8 - Soluções construtivas consideradas no tipo de edifício construído entre 1946 e 1970                31
Quadro 9 - Soluções construtivas consideradas no tipo de edifício construído entre 1971 e 1990                32
Quadro 10 - Dados gerais referentes aos casos analisados para a quantificação da geração de RCD em obras de
            demolição em edifícios de habitação                                                               37
Quadro 11 - Resumo das medições dos elementos construtivos do caso 1 dos edifícios de habitação - demolição
                                                                                                              38
Quadro 12 - Resumo das medições dos elementos construtivos do caso 2 dos edifícios de habitação - demolição
                                                                                                              39
Quadro 13 - Resumo das medições dos elementos construtivos do caso 3 dos edifícios de habitação - demolição
                                                                                                              39
Quadro 14 - Resumo das medições dos elementos construtivos do caso 4 dos edifícios de habitação - demolição
                                                                                                              40
Quadro 15 - Quantidades de RCD produzidas na obra de demolição Polis Cacém (habitação - caso 5), por tipo de
            resíduo (código LER)                                                                              40
Quadro 16 - Dados gerais referentes aos casos analisados para a quantificação da geração de RCD em obras de
            demolição em edifícios de serviços                                                                41
Quadro 17 - Resumo das medições dos elementos construtivos do Caso 3 dos edifícios de serviços - demolição42
Quadro 18 - Quantidades de RCD produzidas na obra de demolição do Shopping Center - Rio Sul (serviços -
            caso 1), por tipo de resíduo (código LER)                                                         43
Quadro 19 - Quantidades de RCD produzidas na obra de demolição do edifício 82 - ANA (serviços - caso 2), por
            tipo de resíduo (código LER)                                                                      43
Quadro 20 - Quantidades de RCD produzidas na obra de demolição de um edifício de 17 andares (serviços - caso
            4), por tipo de resíduo (código LER)                                                              44
Quadro 21 - Resumo dos dados gerais referentes aos casos analisados para a quantificação da geração de RCD
            em obras de reabilitação em edifícios/fracções de habitação                                       44
Quadro 22 - Resumo das medições dos elementos construtivos (a demolir) do caso 1 de habitação - reabilitação
                                                                                                              44
Quadro 23 - Resumo das medições dos elementos construtivos (a demolir) do caso 2 de habitação - reabilitação
                                                                                                              45


                                                                                                                6
Quadro 24 - Resumo das medições dos elementos construtivos (a demolir) do caso 3 de habitação - reabilitação
                                                                                                             45
Quadro 25 - Resumo dos dados gerais referentes aos casos analisados para a quantificação da geração de RCD
            em obras de reabilitação em edifícios / fracções de serviços                                     45
Quadro 26 - Resumo das medições dos elementos construtivos (a demolir) do caso 1 de serviços - reabilitação 46
Quadro 27 - Resumo das medições dos elementos construtivos (a demolir) do caso 2 de serviços – reabilitação 46
Quadro 28 - Resumo das medições dos elementos construtivos (a demolir) do caso 3 de serviços - reabilitação 46
Quadro 29 - Resumo das medições dos elementos construtivos (a demolir) do Caso 4 de serviços - reabilitação 46
Quadro 30 - Quantificação da geração de RCD em construção nova[18]                                           47
Quadro 31 - Distribuição da geração de RCD por materiais, na fase de construção da estrutura                 47
Quadro 32 - Distribuição da geração de RCD por materiais, na fase de construção das paredes (não estruturais)47
Quadro 33 - Distribuição da geração de RCD por materiais, na fase da aplicação de revestimentos (tipicamente
            edifícios de habitação)                                                                          48
Quadro 34 - Distribuição da geração de RCD por materiais, na fase da aplicação de revestimentos (tipicamente
            edifícios de serviços)                                                                           48
Quadro 35 - Densidades dos materiais soltos consideradas para o cálculo da percentagem da geração de RCD em
            peso (para construção nova)                                                                      49
Quadro 36 - Regras gerais de medição de elementos construtivos em operações de demolição (incluindo
            operações de demolição em reabilitações)                                                         50
Quadro 37 - Estado de conservação dos edifícios existentes (com base em [19])                                53
Quadro 38 - Percentagem de edifícios existentes, conseoante a sua idade e estado de conservação              53
Quadro 39 - Percentagem de edifícios "marcados para demolição", por período de construção (dados de 2001) 53
Quadro 40 - Aglomeração e ordenação de fluxos de materiais resultantes da demolição de edifícios de habitação
                                                                                                             55
Quadro 41 - Geração de RCD na demolição de edifícios de habitação (casos analisados), por área de superfície55
Quadro 42 - Geração de RCD na demolição de edifícios de habitação, por tipo de material                      57
Quadro 43 - Geração de RCD na reabilitação - componente de demolição - de edifícios de habitação, por tipo de
            material                                                                                         58
Quadro 44 - Geração de RCD na reabilitação - componente de demolição - de edifícios de habitação (casos
            analisados), por área de superfície                                                              58
Quadro 45 - Aglomeração e ordenação de fluxos de materiais resultantes da reabilitação de edifícios de
            habitação                                                                                        58
Quadro 46 - Geração de RCD na demolição de edifícios de serviços, por tipo de material                       62
Quadro 47 - Geração de RCD na demolição de edifícios de serviços (casos analisados), por área de superfície 62
Quadro 48 - Aglomeração e ordenação de fluxos de materiais resultantes da demolição de edifícios de serviços63
Quadro 49 - Geração de RCD na reabilitação - componente de demolição - de edifícios de serviços, por tipo de
            material                                                                                         64
Quadro 50 - Geração de RCD na reabilitação - componente de demolição - de edifícios de serviços (casos
            analisados), por área de superfície                                                              64




                                                                                                               7
Quadro 51 - Aglomeração e ordenação de fluxos de materiais resultantes da reabilitação de edifícios de serviços
                                                                                                                64
Quadro 52 - Geração na área bruta da componente de construção nova em reabilitação de edifícios de serviços 65
Quadro 53 - Geração de RCD na reabilitação/demolição de obras públicas (estradas) (dados de 2007)               68
Quadro 54 - N.º de licenças concedidas para demolição de edifícios e respectivas taxas de variação              70
Quadro 55 - Cálculo da média da relação entre as rubricas ‘alteração’ e ‘ampliação’ citadas na estatística, entre
            os anos 2002 a 2004                                                                                 72
Quadro 56 - Série estatística adaptada do n.º de licenças emitidas para obras de reabilitação, entre 1994 e 2006 72
Quadro 57 - Número de edifícios concluídos, segundo o tipo de obra, em Portugal, por NUTS III - 2006            73
Quadro 58 - Série de valores da quantidade de edifícios de habitação construídos nos anos de 2001 a 2006 e
            respectivas taxas de variação e de redução                                                          74
Quadro 59 - Relação entre quantidade de edifícios de serviços e o total, para os anos de 2001 a 2006            76
Quadro 60 - Série de valores da quantidade de edifícios construídos nos anos de 2001 a 2006 e respectivas taxas
            de variação e de redução                                                                            77
Quadro 61 - Compilação de valores da geração de RCD per capita, para o ano presente                             78
Quadro 62 - Séries de tendência (valores estatísticos) para construção nova, demolição e reabilitação em
            Portugal, entre os anos de 1994 a 2006                                                              79
Quadro 63 - Extrapolação do número de licenças (construção nova, demolição e reabilitação) concedidas em
            Portugal, usando expressões de tendência* - 2006 a 2020, cenário 1                                  81
Quadro 64 - Previsão da geração de RCD, para os anos 2008-2020 (cenário 1), com base em polinómios de
            tendência, kg/hab.ano                                                                               82
Quadro 65 - Compilação de valores da geração de RCD per capita, para o ano 2020 (cenário 1)                     83
Quadro 66 - Extrapolação do número de licenças (construção nova, demolição e reabilitação) concedidas em
            Portugal, usando expressões de tendência* - 2006 a 2020, cenário 2                                  84
Quadro 67 - Previsão da geração de RCD, para os anos 2008-2020 (cenário 2), com base em polinómios de
            tendência*, kg/hab.ano                                                                              86
Quadro 68 - Compilação de valores da geração de RCD per capita, para o ano 2020 (cenário 2)                     87
Quadro 69 - Quantidades de RCD gerados na demolição de edifícios de habitação - caso 1                          92
Quadro 70 - Quantidades de RCD gerados na demolição de edifícios de habitação - caso 2                          92
Quadro 71 - Quantidades de RCD gerados na demolição de edifícios de habitação - caso 3                          93
Quadro 72 - Quantidades de RCD gerados na demolição de edifícios de habitação - caso 4                          93
Quadro 73 - Quantidades de RCD gerados na demolição de edifícios de habitação - caso 5                          94
Quadro 74 - Quantidades de RCD gerados na demolição de edifícios de serviços - caso 1                           95
Quadro 75 - Quantidades de RCD gerados na demolição de edifícios de serviços - caso 2                           95
Quadro 76 - Quantidades de RCD gerados na demolição de edifícios de serviços - caso 3                           96
Quadro 77 - Quantidades de RCD gerados na demolição de edifícios de serviços - caso 4                           96
Quadro 78 - Quantidades de RCD gerados na reabilitação de edifícios de habitação - caso 1                       97
Quadro 79 - Quantidades de RCD gerados na reabilitação de edifícios de habitação - caso 2                       97
Quadro 80 - Quantidades de RCD gerados na reabilitação de edifícios de habitação - caso 3                       98
Quadro 81 - Quantidades de RCD gerados na reabilitação de edifícios de serviços - caso 1                        98


                                                                                                                    8
Quadro 82 - Quantidades de RCD gerados na reabilitação de edifícios de serviços - caso 2                         98
Quadro 83 - Quantidades de RCD gerados na reabilitação de edifícios de serviços - caso 3                         99
Quadro 84 - Quantidades de RCD gerados na reabilitação de edifícios de serviços - caso 4                         99
Quadro 85 - Edifícios de habitação, operação de demolição: caso 1 (Av. Duque de Loulé, n.º 42 - anterior a
            1919)                                                                                               100
Quadro 86 - Edifícios de habitação, operação de demolição: caso 1 (Av. Duque de Loulé, n.º 42 - anterior a
            1919), continuação 1                                                                                101
Quadro 87 - Edifícios de habitação, operação de demolição: caso 1 (Av. Duque de Loulé, n.º 42 - anterior a
            1919), continuação 2                                                                                102
Quadro 88 - Edifícios de habitação, operação de demolição: caso 1 (Av. Duque de Loulé, n.º 42 - anterior a
            1919), continuação 3                                                                                103
Quadro 89 - Edifícios de habitação, operação de demolição: caso 2 (edifício na R. de São Ciro, n.º 37 - entre
            1946 e 1970)                                                                                        104
Quadro 90 - Edifícios de habitação, operação de demolição: caso 2 (edifício na R. de São Ciro, n.º 37 - entre
            1946 e 1970), continuação 1                                                                         105
Quadro 91 - Edifícios de habitação, operação de demolição: caso 2 (edifício na R. de São Ciro, n.º 37 - entre
            1946 e 1970), continuação 2                                                                         106
Quadro 92 - Edifícios de habitação, operação de demolição: caso 2 (edifício na R. de São Ciro, n.º 37 - entre
            1946 e 1970), continuação 3                                                                         107
Quadro 93 - Edifícios de habitação, operação de demolição: caso 3 (Av. Óscar Monteiro Torres, n.º 18 - entre
            1946 e 1970)                                                                                        108
Quadro 94 - Edifícios de habitação, operação de demolição: caso 3 (Av. Óscar Monteiro Torres, n.º 18 - entre
            1946 e 1970), continuação 1                                                                         109
Quadro 95 - Edifícios de habitação, operação de demolição: caso 3 (Av. Óscar Monteiro Torres, n.º 18 - entre
            1946 e 1970), continuação 2                                                                         110
Quadro 96 - Edifícios de habitação, operação de demolição: caso 3 (Av. Óscar Monteiro Torres, n.º 18 - entre
            1946 e 1970), continuação 3                                                                         111
Quadro 97 - Edifícios de habitação, operação de demolição: caso 4 (R. Prof. Santos Lucas, lote F - entre 1971 e
            1990)                                                                                               112
Quadro 98 - Edifícios de habitação, operação de demolição: caso 4 (R. Prof. Santos Lucas, lote F - entre 1971 e
            1990), continuação 1                                                                                113
Quadro 99 - Edifícios de habitação, operação de demolição: caso 4 (R. Prof. Santos Lucas, lote F - entre 1971 e
            1990), continuação 2                                                                                114
Quadro 100 - Edifícios de habitação, operação de demolição: caso 4 (R. Prof. Santos Lucas, lote F - entre 1971 e
            1990), continuação 3                                                                                115
Quadro 101 - Edifícios de serviços, operação de demolição: caso 3 (camarins colectivos Gulbenkian - entre 1946
            e 1970)                                                                                             116
Quadro 102 - Edifícios de serviços, operação de demolição: caso 3 (camarins colectivos Gulbenkian - entre 1946
            e 1970), continuação 1                                                                              117




                                                                                                                  9
Quadro 103 - Edifícios de serviços, operação de demolição: caso 3 (camarins colectivos Gulbenkian - entre 1946
            e 1970), continuação 2                                                                        118
Quadro 104 - Edifícios de serviços, operação de demolição: caso 3 (camarins colectivos Gulbenkian - entre 1946
            e 1970), continuação 3                                                                        119
Quadro 105 - Operação de demolição / reabilitação: obras públicas (estradas)                              120
Quadro 106 - Previsão da superfície de intervenção, para os anos 2008-2020, com base em polinómios de
            tendência, m2/ano - cenário 1                                                                 128
Quadro 107 - Previsão da expressão da actividade no total, para os anos 2008-2020, com base em polinómios de
            tendência, % - cenário 1                                                                      128
Quadro 108 - Previsão da superfície de intervenção, para os anos 2008-2020, com base em polinómios de
            tendência, m2/ano - cenário 2                                                                 131
Quadro 109 - Previsão da expressão da actividade no total, para os anos 2008-2020, com base em polinómios de
            tendência, % - cenário 2                                                                      131




                                                                                                           10
vi.     Índice de figuras
                                                                                                            pág.
Figura 1 - Abandono de resíduos de construção e demolição à beira da estrada, nos arredores de Lisboa          13
Figura 2 - Diagrama síntese da metodologia de cálculo da geração global de RCD                                 15
Figura 3 - Diagrama síntese da metodologia de cálculo da geração global de RCD                                 16
Figura 4 - Primeira parte do formato-tipo do inquérito entregue a uma amostra de 48 empresas do sector da
          demolição e gestão de RCD em Portugal                                                                18
Figura 5 - Segunda parte do formato-tipo do inquérito entregue a uma amostra de 48 empresas do sector da
          demolição e gestão de RCD em Portugal                                                                19
Figura 6 - Geração de RCD nos vários países da CE (15), segundo o estudo [8]                                   22
Figura 7 - Imagem geral do edificado a demolir (selectivamente), no âmbito de uma fase do Programa Polis
          Cacém                                                                                                29
Figura 8 - Pormenor construtivo de uma laje de esteira revestida inferiormente a tabuado (local da intervenção no
          âmbito do programa Polis Cacém)                                                                      29
Figura 9 - Habitação (no mesmo local de intervenção) em fase final de demolição                                30
Figura 10 - Estado de conservação de edifícios existentes (a partir do Quadro 38)                              53
Figura 11 - Proporção da geração de RCD por fluxos de materiais, em relação à área útil, na demolição de
          edifícios de habitação                                                                               54
Figura 12 - Proporção da geração de RCD por fluxos de materiais, em relação à área bruta, na reabilitação de
          edifícios de habitação (total das componentes de construção e demolição)                             59
Figura 13 - Proporção da geração de RCD por fluxos de materiais, em relação à área bruta, na construção nova
          de edifícios de habitação                                                                            60
Figura 14 - Proporção da geração de RCD por fluxos de materiais, em relação à área útil, na demolição de
          edifícios de serviços                                                                                61
Figura 15 - Proporção da geração de RCD por fluxos de materiais, em relação à área bruta, na demolição de
          edifícios de serviços                                                                                63
Figura 16 - Proporção da geração de RCD por fluxos de materiais, na reabilitação / demolição de obras públicas
          (estradas)                                                                                           67
Figura 17 - Nº de licenças concedidas para demolição de edifícios, entre 1994 e 2006                           70
Figura 18 - Evolução do número de licenças concedidas em Portugal (construção nova, demolição e reabilitação)
          - 1994 a 2006                                                                                        80
Figura 19 - Linhas de aproximação aos valores do número de licenças concedidas em Portugal (construção nova,
          demolição e reabilitação) - 1999 a 2006, cenário 1                                                   80
Figura 20 - Previsão da geração de RCD para Portugal, com base em polinómios de tendência (2008-2020,
          cenário 1)                                                                                           82
Figura 21 - Linhas de aproximação aos valores do número de licenças concedidas em Portugal (construção nova,
          demolição e reabilitação) - 1999 a 2020 (cenário 2)                                                  84
Figura 22 - Previsão da geração de RCD para Portugal, com base em polinómios de tendência (2008-2020,
          cenário 2)                                                                                           86



                                                                                                               11
Figura 23 - Proporção de geração de RCD, em percentagem, dos fluxos de materiais, para cada tipo de edifício e
          de intervenção                                                                                    91
Figura 24 - Previsão da geração de RCD para Portugal, com base em polinómios de tendência (2008-2020), para
          os edifícios de habitação - cenário 1                                                            129
Figura 25 - Previsão da geração de RCD para Portugal, com base em polinómios de tendência (2008-2020), para
          os edifícios de serviços - cenário 1                                                             129
Figura 26 - Previsão da geração de RCD para Portugal, com base em polinómios de tendência (2008-2020), para
          as obras públicas (estradas) - cenário 1                                                         130
Figura 27 - Previsão da geração de RCD para Portugal, com base em polinómios de tendência (2008-2020), para
          os edifícios de habitação - cenário 2                                                            132
Figura 28 - Previsão da geração de RCD para Portugal, com base em polinómios de tendência (2008-2020), para
          os edifícios de serviços - cenário 2                                                             132
Figura 29 - Previsão da geração de RCD para Portugal, com base em polinómios de tendência (2008-2020), para
          as obras públicas (estradas) - cenário 2                                                         133




                                                                                                            12
Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e
Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano

I - Estimativa da geração de Resíduos de Construção e Demolição


1.     Introdução


       1.1     Considerações preliminares


       A indústria da construção em Portugal não tem tradição na reutilização ou reciclagem
dos resíduos produzidos nas suas actividades de construção, demolição ou reabilitação.
Enquanto que outras indústrias, como o sector das papeleiras e dos plásticos, já começaram a
implementar esquemas de recuperação e reciclagem dos materiais envolvidos na fabricação
dos seus produtos, essencialmente devido a leis ambientais mais restritivas, nomeadamente
referentes à geração de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) (as lixeiras a céu-aberto só há pou-
cos anos foram extintas, em território nacional), às empresas de construção e demolição ainda
muito recentemente era permitida a deposição dos resíduos em aterros, quando não era feita
de forma ilegal simplesmente à beira da estrada (Figura 1)[1].




Figura 1 - Abandono de resíduos de construção e demolição à beira da estrada, nos arredores
                                        de Lisboa

       Os Resíduos de Construção e Demolição (RCD) são produzidos em enormes quanti-
dades, comparáveis com a geração de resíduos sólidos urbanos (RSU), cuja quantidade esti-
mada ronda 4.550.000 ton/ano (valor obtido com base em [2]).
       Com base num trabalho de investigação[3], uma projecção nacional da geração de RCD



                                                                                          13
Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e
Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano

ascende a 6.440.000 ton/ano1, o que significa que, de um ponto de vista estritamente quantita-
tivo, os RCD constituem um problema mais grave do que os RSU.
        Em termos de proporção global de geração de resíduos, nos quais estão incluídos os
RSU, os Resíduos Industriais (RI) e os RCD, usando os números até agora citados e os relati-
vos aos RI[4], conclui-se que a geração de RCD em Portugal está na mesma linha do que suce-
de noutros países europeus, bem como noutros como a Austrália e os Estados Unidos da
América (EUA). Com efeito, mostra-se no Quadro 1 a relação global da geração de resíduos
nos 3 grandes grupos referidos e, no Quadro 2, a proporção dos RCD em relação à produção
total de resíduos nesses países, extraída directamente de [5].


                  Quadro 1 - Relação global da geração de resíduos em Portugal
                          Ano 2002            Geração, ton/ano         % em relação ao total
                                                            2
                             RI                  22547406                      67.2
                            RCD                  6440000                       19.2
                            RSU                  4550000                       13.6
                            Totais               33537406                     100.0



    Quadro 2 - Proporção de RCD em relação à produção total de resíduos em vários países[5]
                                     País          % de RCD em relação ao global3
                                  Holanda                         26
                                  Austrália                      20-30
                                     EUA                         20-29
                                  Alemanha                        19
                                  Finlândia                      13-15



        Apesar disso, as estimativas até agora realizadas da geração global são altamente dís-
pares (ver capítulo 2.1), pelo que não exise, até à data, um valor consistente com a realidade
da geração de RCD em Portugal.
        É especialmente importante conhecer este valor de geração global e sua decomposição
em fluxos específicos (diferentes materiais gerados nas operações de construção, demolição e
reabilitação), não só para ter noção dos impactes ambientais e económicos decorrentes da


1
  Esta quantidade inclui geração de solos, pelo que a quantidade sem solos se cifra aproximadamente, usando
dados de 1998 (usados em [3]), em 3.604.000 ton/ano. No entanto, a componente dos solos (na sua maioria não
contaminados) terá na mesma de sofrer alguma gestão, nomeadamente transporte e deposição em locais apro-
priados, pelo que, para efeito da comparação com o valor global de RSU, apresenta-se o valor total.
2
  Valor calculado considerando uma variação linear entre os valores estimados para o ano 2000 e 2005, em [4].
As quantidades geradas em RI consistem na soma dos valores obtidos para 19 sectores de actividade industrial,
nos quais não se encontram os resíduos da indústria da construção (e demolição).
3
  RCD + RSU + RI.

                                                                                                          14
Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e
Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano

geração de RCD mas também para ganhar uma ideia mais concreta dos fluxos para o dimen-
sionamento de centrais de reciclagem de RCD. Para tal, é importante vir a saber a geração
actual, bem como a progressão expectável dessa geração ao longo dos próximos anos, uma
vez que a indústria da construção e demolição está em acentuada mutação (capítulo 2.4),
como mostram os dados estatísticos dos últimos anos (capítulo 4.1) e outros trabalhos de
investigação recentes realizados no domínio da reabilitação[6] e demolição (selectiva e tradi-
cional)[7].


        1.2      Objectivos do estudo


        Inserido no âmbito global da presente investigação, que também incide sobre a demo-
lição selectiva e a instalação de centrais de reciclagem de RCD, a presente parte I tem como
objectivo a quantificação da geração de RCD, globalmente e decomposta por tipos de resí-
duos, tipos de obra e tipos de operações. Sistematizando, de modo muito geral, poderá obser-
var-se na Figura 2 os tipos de operações realizadas para a caracterização da geração de RCD,
para o ano corrente.

    Quantificação da geração a partir de      Quantificação da geração
                                               a partir de médias da               Quantificação da geração a
     projectos construídos (medições),
                                              geração em obra, kg/m2               partir de perfis-tipo, kg/m2
                  kg/m2


  Edifícios de habitação                    Edifícios de habitação                   Obras públicas (estradas)

                   Edifícios de serviços                   Edifícios de serviços           Operações de
                                                                                         demolição / reabi-
                                                                                             litação
        Operações de demolição
                                                     Operações de
       Operações de reabilitação                    construção nova
                                                                                        Conversão em kg/hab.ano
       Conversão em kg/hab.ano                   Conversão em kg/hab.ano




                                    Somatório total, em kg/hab.ano


       Figura 2 - Diagrama síntese da metodologia de cálculo da geração global de RCD

        No seguimento deste cálculo, e porque importa realizar uma estimativa de qual a pro-
gressão expectável dessa geração ao longo do tempo (para ganhar noção de qual a disponibili-


                                                                                                              15
Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e
Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano

dade futura de resíduos passíveis de serem reciclados), apresenta-se muito sumariamente, na
Figura 3, o esquema de cálculo para essa estimativa.

  Superfície bruta de inter-
  venção expectável no pre-
 sente, por tipo de edifício e          Expressão da actividade no   Extrapolação do nº de licenças
                                           total, no presente, %     concedidas em Portugal, usan-
   por tipo de operação, m2
                                                                      do expressões de tendência



                                                                       Superfície bruta de inter-
                                                                      venção expectável no futu-
                                                                       ro, por tipo de edifício e
                                                                       por tipo de operação, m2



                   Geração total no futuro, em kg/hab.ano             Expressão da actividade no
                                                                          total, no futuro, %
                           Edifícios de habitação

                           Edifícios de serviços
                                                                        Geração total no presen-
                                                                        te, por tipo de edifício e
                                 operações de demolição                 por tipo de operação, em
                                 operações de reabilitação                     kg/hab.ano
                                  operações de construção
                                           nova


                           Obras públicas (estradas)

                                 operações de demolição /
                                       reabilitação



       Figura 3 - Diagrama síntese da metodologia de cálculo da geração global de RCD



        1.3      Organização do trabalho


        A presente parte I do trabalho organiza-se em capítulos, da seguinte forma:
   •    1º capítulo - apresenta-se a temática geral do estudo, seus objectivos e metodologias;
   •    2º capítulo - faz-se um enquadramento e estabelece-se um ponto da situação actual no
        que diz respeito à geração de RCD em Portugal, bem como à sua comparação com a
        situação de outros países; analisam-se também, de uma forma qualitativa, as origens



                                                                                                      16
Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e
Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano

         da geração de RCD e ainda o tipo de mudanças e evoluções que ocorrem na indústria
         da construção que poderão ter impacte na geração de RCD nos próximos anos;
     •   3º capítulo - caracteriza-se todo o processo de amostragem utilizado para servir de
         base à extrapolação que resulta na estimativa global de geração de RCD; são descritas
         as definições para classificação dos tipos de obra, os tipos de operações, os tipos de
         resíduos; além disso são definidas as regras de medição usadas para extrair a informa-
         ção dos projectos recolhidos, bem como os pressupostos utilizados na definição dos
         elementos construtivos; finalmente, são apresentados os resultados das medições de
         cada caso e respectiva geração de resíduos, globalmente e por tipo de fluxo material;
     •   4º capítulo - descreve-se toda a metodologia de extrapolação dos resultados obtidos no
         capítulo 3, usando dados estatísticos de referência, para obtenção dos valores da gera-
         ção de RCD para cada tipo de edificação e tipo de operação, no presente; segue-se a
         extrapolação futura desses valores de geração, em dois cenários bem definidos;
     •   5º capítulo - realiza-se uma discussão dos resultados obtidos, procurando evidenciar as
         vantagens e as limitações do método utilizado;
     •   6º capítulo - extraem-se as conclusões possíveis do estudo, com indicação de possíveis
         desenvolvimentos futuros.


2.       Situação presente da geração de Resíduos de construção e Demolição (RCD) em
         Portugal


         2.1    Estimativas anteriores da geração de RCD


         Antes de realizados quaisquer estudos nacionais para quantificar a geração de RCD em
Portugal, já se usavam estimativas, a propósito da necessidade da Comunidade Europeia (CE)
de conhecer em maior profundidade a problemática da geração de RCD da Europa dos 15.
Esse primeiro grande estudo, “Construction and demolition waste management practices, and
their economic impacts”[8], usa para Portugal um valor amplamente citado desde então, de 325
kg/hab.ano. Este valor provém originalmente de uma estimativa realizada para Espanha,
fazendo uso dos valores publicados pela província da Catalunha, correspondendo à média
entre 375 e 275 kg/hab.ano, valores referentes, respectivamente, à geração estimada nessa
região para zonas urbanas e rurais. Este valor, segundo o mesmo estudo, não inclui a parcela
de solos e/ou terras não contaminadas nem os resíduos gerados na reabilitação ou demolição

                                                                                                 17
Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e
Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano

de estradas.
         No trabalho de investigação [3], a estimativa dos 325 kg/hab.ano foi aplicada directa-
mente para cálculo da geração global de RCD, uma vez que o trabalho desenvolvido para a
recolha de informação mostrou-se sem resultados utilizáveis, o que denota, pelo menos à data
da realização desse trabalho (2002), grande ausência de informação específica para a quantifi-
cação da geração. Concretamente, no inquérito realizado, apenas 4.4% das empresas responde-
ram com informação quantificada, enquanto que 91.2% das mesmas não responderam ou não
dispunham de informação. A consideração dos 325 kg/hab.ano resultou, nesse trabalho, numa
quantidade global de geração para o país de 6440000 ton/ano, tal como citado em 1.1..
         No presente trabalho, também se tentou realizar um inquérito junto das empresas dedi-
cadas ao sector da demolição e gestão de RCD, com a mesma ausência de resultados. Mostra-
se, na Figura 4 e na Figura 5, o formato do inquérito enviado para 48 empresas, ao qual
nenhuma respondeu e, em contacto telefónico, apenas em 2 casos houve cedência de informa-
ção quantitativa válida. Por este motivo, tomou-se a opção de seguir a via da medição de pro-
jectos de edifícios reais para quantificar a geração de RCD, tanto em acções de demolição
como de reabilitação.


Identificação do Produtor ou Detentor
Nome:
Morada:
Localidade:
Código Postal:
Telefone:
Nº CAE:
NIF:

Identificação da obra
ID Câmara Municipal:

Morada:                                                  Valor total (€):
Localidade:                                              Área total de construção (m2):
Código Postal:                                           Nº de edifícios:
Data de início:
Data de fim:

Tipo de edifício:                       Tipo de obra:
Residencial                             Construção
Serviços                                Reabilitação
Industrial                              Demolição

Figura 4 - Primeira parte do formato-tipo do inquérito entregue a uma amostra de 48 empresas
                     do sector da demolição e gestão de RCD em Portugal




                                                                                            18
Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano




   Figura 5 - Segunda parte do formato-tipo do inquérito entregue a uma amostra de 48 empresas do sector da demolição e gestão de RCD em Portugal




                                                                                                                                                    19
Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e
Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano
       No trabalho de L. Salinas em 2002[9], a quantificação da geração de RCD é também
realizada através de medições de edifícios existentes, embora apenas referentes a acções de
reabilitação (consideradas de tipo intermédio entre reabilitações ligeiras e profundas). Neste
trabalho, são listados todos os materiais envolvidos nas soluções construtivas existentes em
cada caso (edifício anterior a 1960, edifício da década de 1980 e edifício actual - do ano
2000), estimando as quantidades geradas sabendo as medidas dos elementos a demolir / reabi-
litar. São assim determinados, para cada caso, valores para o coeficiente de geração de RCD,
medido em ton/m2 (geração na área de pavimento). Os casos analisados envolviam também
trabalhos nas coberturas, pelo que a geração/m2 entra em conta não só com o número de pisos
mas também com a existência ou não de obras de reabilitação na cobertura, bom como a sua
natureza (inclinada, em terraço e com vários tipos de revestimento). Neste trabalho, é usado
um valor médio de 0.1 ton/m2 (muito embora este valor não corresponda a um valor médio dos
valores do referido coeficiente calculado, mas a um valor citado numa referência bibliográfi-
ca) para realizar a extrapolação da geração de RCD para o país, resultando num total de 25253
ton/ano, geração esta apenas referente às operações de demolição e reabilitação em fogos de
habitação (no mesmo trabalho, é referido o valor de 235774 ton/ano, contabilizando, no entan-
to, a geração de resíduos inertes pelas indústrias produtivas de materiais de construção).
       Como se pode constatar, a diferença entre os valores finais da geração de RCD para
Portugal obtidos em cada um dos estudos referidos é abismal (o valor referido em [3] é cerca
de 255 vezes superior ao referido em [9]). Outras estimativas são referidas, como em [10], por
sua vez fazendo referência a números oficiais do INE (1997) e do INR (1999), corresponden-
do respectivamente a 7690749 e 63614 ton/ano, o que mais uma vez enfatiza as diferenças
entre as estimativas realizadas em Portugal. Foi ainda publicado, num relatório síntese do INR,
em 2003[11], o valor de 1282673 ton/ano para a geração de RCD, muito embora nesse relatório
a indústria da construção não esteja representada (aparecendo, no entanto, a rubrica de código
CER 17, correspondendo aos RCD).
       Daqui se conclui que os valores estimados, até ao momento, para a geração de RCD
em Portugal, não oferecem uniformidade suficiente para garantir uma base de trabalho no
dimensionamento de sistemas globais de gestão de RCD.


       2.2     Geração de RCD em Portugal face à geração nos países da Comunidade
               Europeia (CE) e de outros países


       É conhecida a considerável diferença da geração de RCD entre os países europeus

                                                                                             20
Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e
Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano
(pertencentes à CE), que se deve principalmente às diferentes características do estado de
desenvolvimento das respectivas indústrias da construção, com nítida preponderância da reabi-
litação nos países do Norte da Europa, contrastando com o relativamente pequeno (embora
crescente) papel da reabilitação de edifícios em Portugal, face ao esforço exercido em constru-
ção nova. Num trabalho recente focado no estudo da reabilitação em Portugal[6], pode obser-
var-se que, após contabilização dos trabalhos de reabilitação realizados informalmente (à mar-
gem dos mecanismos oficiais), para o ano de 2006 (estimativa) e 2007 (projecção), a compo-
nente do sector total da reabilitação compõe 21 e 22%, respectivamente, do sector total da
construção. Embora os valores citados estejam bastante acima do que geralmente é referido
para o sector da reabilitação em Portugal (cerca de 6.5% em reabilitação de edifícios face à
construção nova de edifícios e 4% em reabilitação total face à construção nova total), países
como a França, a Dinamarca, a Alemanha e a Suécia apresentam mais de 40% dos investimen-
tos / gastos4 aplicados em reabilitação em relação ao total da construção nova, relação que
aumenta para mais de 50% quando comparando reabilitação de edifícios com construção nova
de edifícios (com a Suécia a atingir cerca de 64%).
        Sendo assim, é de esperar que a geração de RCD em Portugal seja inferior à dos res-
tantes países da CE, em especial aqueles em que a reabilitação tem maior incidência na activi-
dade construtiva, já que a reabilitação tende a gerar mais RCD por unidade de superfície inter-
vencionada do que a construção nova5, principalmente se a necessidade de demolição for ele-
vada (com expoente máximo em obras de reconstrução pura, em que o ou os edifícios existen-
tes são integralmente demolidos para dar origem a construção nova).
No entanto, com o crescimento expectável do sector da reabilitação em Portugal, bem como
com o aumento da quantidade de demolições, à medida que muitos edifícios atingem o fim do
seu tempo de vida útil, é de esperar que rapidamente a geração de RCD devida à demolição e
reabilitação suplante a geração devida à construção nova, embora não seja provável que esta
última abrande significativamente (ver resultados em 4.4.3). O crescimento global da geração
de RCD em Portugal é, portanto, praticamente inevitável (a não ser que fortes políticas de
incentivo à reutilização e reciclagem de materiais de construção sejam implementadas nos
próximos anos, o que se considera improvável, mesmo com o advento da publicação da nova
legislação específica para a gestão de RCD[15]), o que irá aproximar Portugal dos valores gera-

4
  As definições inerentes ao cálculo dos investimentos e gastos na indústria da construção variam de país para
país, variando consequentemente os montantes globais contabilizados em construção nova e reabilitação (que
ainda pode ser dividida em actividades, por vezes de definição pouco clara, como a manutenção, a renovação e a
reconstrução), pelo que os números apresentados deverão ser encarados apenas como indicadores[6].
5
  Quantificação da geração por tipo de actividade, entre outros detalhes, no capítulo 3.5.

                                                                                                           21
Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e
Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano
dos pela média dos restantes países da CE. Refira-se que esta análise não parte do pressuposto
de que a geração de RCD em Portugal tem um valor conhecido, tal como em [3], [8] e [10].
                                  O estudo [8] tem sido amplamente citado quando surge a necessidade de comparar a
geração global de RCD nos países da CE, no qual Portugal figura abaixo da média (502
kg/hab.ano), com os já referidos 325 kg/hab.ano. A Irlanda aparece no extremo inferior com
uma geração de 162 kg/hab.ano, enquanto que a Alemanha ocupa a posição superior, com cer-
ca de 720 kg/hab.ano (Figura 6).
    Geração de RCD - kg/hab.ano




                                   800
                                   700
                                   600
                                   500
                                   400
                                   300
                                   200
                                   100
                                     0
                                       Fi nha




                                          Irl a
                                                  da




                                                    ia
                                        Ho ia




                                          Su l
                                          Áu a

                                         Bé ia
                                                     a

                                       Es rca




                                      -B nça




                                      xe tália
                                                     a
                                          Fr a




                                        Po go
                                                ga
                                               nd
                                     Di lgic
                                                  h




                                               nh
                                                di




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                                              st
                                             an




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                                            rtu
                                            ân
                                              a




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                                             a
                                           pa




                                            la
                                            ta




                                             I
                                           m




                                          G
                                        em




                                         nl



                                         re




                                         m
                                       na
                                      Al




                                    rã




                                   Lu
                                  G




                                                                    Países da CE (15)

                                  Figura 6 - Geração de RCD nos vários países da CE (15), segundo o estudo [8]

                                  Noutros locais, como em Hong Kong, a geração de RCD atinge cerca de 8561000
ton/ano (dado de 2006), muito embora esse valor tenha descido consideravelmente em relação
a anos anteriores (21450000 ton/ano em 2005)[12]. Já nos Estados Unidos da América a gera-
ção total de RCD é superior a 136000000ton/ano, o que corresponde a cerca de 464
kg/hab.ano[13] (valores referentes ao ano de 1996). Na Austrália, a capitação de geração de
RCD ascende a 400 kg/hab.ano, enquanto que no Japão a geração é aproximadamente de
99000000 ton/ano (valor de 2001, incluindo RCD de obras públicas, contribuindo estas com
cerca de 3/5 de toda a geração de RCD), o que se traduz numa capitação de 778 kg/hab.ano[14].


                                  2.3    Origens/fontes de geração de RCD e seu encaminhamento


                                  Embora todas as actividades no domínio da indústria da construção sejam geradoras de
resíduos, é relativamente consensual que a actividade de demolição contribua com a maior
quantidade de resíduos por m2, tendo em conta que a esmagadora maioria dos materiais retira-

                                                                                                                   22
Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e
Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano
dos das demolições não é reaproveitada na obra ou fora dela. Apresenta-se, no Quadro 3, uma
estimativa das quantidades de RCD geridas, por material e por destino final, com base na dis-
tribuição por destinos finais apresentada em [3], considerando 361 kg/hab.ano de geração
(para contabilizar os resíduos resultantes das operações de reabilitação de estradas, das quais
se extrai essencialmente asfalto e betão betuminoso), não contabilizando a parcela referente
aos solos e rochas não contaminados (não constituem, estritamente falando, um resíduo)6.


            Quadro 3 - Estimativa das percentagens de RCD geridos, por destino final
                Toneladas                  Total   Reutilização   Reciclagem   Incineração     Aterro
         betão, tijolos, alvenarias      2232680     334902            0             0       1897778
                  madeira                 318954     31895          95686         95686        95.86
              papel, cartão               63791         0           12758         19137       31895
                    vidro                 31895         0              0             0        31895
                 plásticos                31895         0            3190          1595       27111
                   metais                 318954     31895         191373            0        95686
               isolamentos                31895         0              0             0        31895
           asfalto, betuminoso            382745     38275             0             0        344471
             outros resíduos              414641        0           41464         20732       352444
                   Totais                3827451     436967        344471        137150      2908863
                            % do total                11.4            9.0           3.6         76.0



        Para este cálculo, foi utilizada a distribuição percentual de materiais que compõem em
geral os RCD, extraída directamente de [3] (Da leitura do Quadro 3 depreende-se que a maior
parte (> 75%) dos materiais resultantes da actividade da construção, reabilitação e demolição
acabam simplesmente aterrada, e, mesmo assim, nem sempre de modo controlado (em aterros
legalizados). Tendo em conta ainda que a incineração não deve ser considerada como recicla-
gem, já que a combustão elimina a massa reciclável dos materiais, então conclui-se que apenas
20% (provavelmente menos) são efectivamente recuperados e reinseridos de alguma forma no
processo produtivo.
        Segundo [13], a distribuição dos RCD por processo de origem, construção nova, reabi-
litação e demolição, e por tipo de obra, residencial e não residencial, é resumida no Quadro 6.
        Quadro 4) a partir do qual se compôs o Quadro 5, utilizado para composição do Qua-
dro 3, excluindo os solos e rochas não contaminadas.
        Da leitura do Quadro 3 depreende-se que a maior parte (> 75%) dos materiais resultan-
tes da actividade da construção, reabilitação e demolição acabam simplesmente aterrada, e,

6
 É natural que existam impactes e custos associados à sua gestão, principalmente relacionados com a necessida-
de do seu transporte. No entanto, estes materiais não induzem impacte ambiental em si, não resultam na delapi-
dação de recursos virgens, não são (em geral) produtos transformados e, em geral, são apenas relocalizados para
outros fins, que puderão ir de enchimentos de taludes a recuperações paisagistas. Embora a questão ainda seja
discutível, o facto é que a sua consideração distorce bastante os resultados, no conjunto de todos os resíduos,
pelo que, para se ganhar melhor noção das proporções envolvidas (dos restantes materiais, esses sim, considera-
dos RCD), se retiram da contabilização.

                                                                                                            23
Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e
Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano
mesmo assim, nem sempre de modo controlado (em aterros legalizados). Tendo em conta ain-
da que a incineração não deve ser considerada como reciclagem, já que a combustão elimina a
massa reciclável dos materiais, então conclui-se que apenas 20% (provavelmente menos) são
efectivamente recuperados e reinseridos de alguma forma no processo produtivo.
        Segundo [13], a distribuição dos RCD por processo de origem, construção nova, reabi-
litação e demolição, e por tipo de obra, residencial e não residencial, é resumida no Quadro 6.

 Quadro 4 - Distribuição percentual dos fluxos de materiais constituintes dos RCD, tal como
                                     apresentada em [3]
                                            Materiais                 %
                                    betão, tijolos, alvenarias       35.0
                                            madeira                   5.0
                                         papel, cartão                1.0
                                              vidro                   0.5
                                            plásticos                 0.5
                                             metais                   5.0
                                          isolamentos                 0.5
                                         solos e britas              40.0
                                      asfalto, betuminoso             6.0
                                        outros resíduos               6.5

Quadro 5 - Redistribuição percentual da composição média dos RCD, sem inclusão dos solos
                      e rochas não contaminados, a partir do Quadro 4
                                            Materiais                 %
                                    betão, tijolos, alvenarias       58.33
                                            madeira                  8.33
                                         papel, cartão               1.67
                                              vidro                  0.83
                                            plásticos                0.83
                                             metais                  8.33
                                          isolamentos                0.83
                                      asfalto, betuminoso            10.00
                                        outros resíduos              10.83

  Quadro 6 - Estimativas da geração de RCD por processo produtivo e por tipo de obra, nos
                                         EUA[13]
                             Obras residenciais           Obras não residenciais             Total
     Processo produtivo
                          ton (x103)         %            Ton (x103)        %      Ton (x103)         %
      Construção nova       6.560            11             4.270            6       10.830           8
        Reabilitação        31.900           55            28.000           36       59.900           44
         Demolição          19.700           34            45.100           58       64.800           48
           Total            58.160          100            77.370          100      135.530          100
             %                43                             57                       100



        É evidente a incidência que o sector da reabilitação e demolição tem na geração de
RCD nos EUA, contando com mais de 90% da massa de resíduos. Para esta situação também
contribui o facto de os resíduos de madeira serem os mais abundantes em construção nova

                                                                                                           24
Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e
Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano
(material com massa volúmica relativamente baixa), enquanto que na reabilitação e demolição
predomina o betão. Refira-se ainda que estes valores não incluem a contribuição para a gera-
ção da construção, reabilitação e demolição de obras públicas (estradas, pontes, obras urbanís-
ticas). Ainda segundo o estudo [13], apenas 20 a 30% de toda a geração de RCD é reciclada ou
reutilizada, sendo os restantes 70 a 80% enviados para aterros legais (exclusivos para RCD),
aterros de RSU ou aterros ilegais.
       Em Itália[17], quantificou-se um total de 2225550 ton de RCD tratados em centrais de
reciclagem (dados do ano 2001), comparado com uma geração que se estima ser na ordem de
40000000 ton, ou seja, menos de 6%. Naturalmente que esta última relação não contabiliza a
quantidade de materiais reaproveitados em obra ou noutros locais (sem a passagem pela cen-
tral de reciclagem) mas dá em todo o caso uma ideia da pequena expressão que a valorização
dos RCD tem, neste caso, em Itália.
       Segundo [5], na Alemanha, cerca de 68% de toda a geração de RCD provém de demo-
lições (inclui reabilitação), num total de cerca de 30 milhões de toneladas, com os resíduos
provenientes de construções novas a contabilizarem aproximadamente 14 milhões de tonela-
das, ou seja, 32% (valores de 1994). Já ao nível da Europa Ocidental, cita-se no mesmo artigo
que, no global, geram-se cerca de 40 milhões de toneladas em operações de construção e 175
milhões de toneladas em demolição e reabilitação, números que correspondem, respectiva-
mente, a 23 e 77% do total.
       Em Espanha[18], o acompanhamento de várias obras com o objectivo de quantificar a
geração de RCD resultou num índice de 0.12 m3/m2 de resíduos produzidos na área de cons-
trução nova, em contraste com o índice de 0.86 m3/m2 gerados em demolições, ou seja cerca
de 7 vezes mais. Embora o documento não faça referência às áreas de construção e demolição
envolvidas, é evidente que a demolição de edifícios tem um impacte na geração de RCD bas-
tante mais significativo, por cada m2 de área intervencionada, do que na construção nova.


3.     Metodologia para estimativa da geração de RCD - processo de amostragem


       A metodologia usada neste trabalho para estimar a quantidade de RCD a nível nacional
foi baseada nos procedimentos do documento [13], onde foram usados dados reais de geração
de resíduos em obra, quer em casos de construção nova quer em demolição. Nesse documento,
para estimar as quantidade geradas devido à reabilitação e uma vez que os casos reais recolhi-
dos nesse estudo mostraram-se muito heterogéneos, desde 16.2 a 352 kg/m2, escolheu-se a
classificação de tarefas típicas de reabilitação em habitação (renovação de cozinhas, acrescen-

                                                                                            25
Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e
Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano
to de quartos, renovação de instalações sanitárias, recuperação de coberturas), calculando a
geração multiplicando um número estimado dessas operações típicas pela sua geração unitária.
       Ainda segundo [13], após calculada a média da geração em peso por unidade de super-
fície em obras de construção, estimou-se a área respectiva de intervenção a partir do valor
total, em unidade monetária, do mercado da construção em determinado ano, sabendo tam-
bém, a partir de dados estatísticos, qual o valor médio da unidade de área construída. Multipli-
cando então a área construída estimada pela geração média por unidade de área, obtém-se a
estimativa total da geração em obras de construção nova. Para a demolição, o procedimento
básico adoptado em [13] foi apenas obter uma estimativa do número de edifícios a demolir
(com base em valores de anos anteriores), multiplicar pela área média de cada intervenção,
necessariamente ligada à idade de construção do tipo de edificado a demolir (no referido estu-
do, para edifícios construídos entre 1920 e 1969), para finalmente obter a geração de RCD
multiplicando a geração unitária baseada na média dos casos reais pela área total a demolir.
       No presente trabalho, na falta de suficientes obras reais monitorizadas para medição da
quantidade de resíduos gerados, tanto para construções novas como para reabilitações e demo-
lições, foram utilizados, ao invés, projectos reais de edifícios (pertencentes ao arquivo munici-
pal de Lisboa) com idades variadas, desde o a primeira década do séc. XX aos anos 1960-70,
dos quais se extraíram as medições necessárias para estimar as quantidades de RCD geradas
em operações de demolição e reabilitação. Para estimar os resíduos em construção nova,
foram utilizados os valores de geração em m3/m2 do documento [18], convertidos em kg/m2,
multiplicando por fim pela área expectável a construir num determinado ano (no presente
caso, 2007, para o qual se fez uso dos valores publicados nas estatísticas de 2006). Uma vez
que a indústria da construção espanhola tem muitas semelhanças com a portuguesa, conside-
rou-se que a utilização dos dados provenientes de [18] era aceitável para uma estimativa da
geração de resíduos em obras novas realizadas em território nacional. A parcela da geração de
resíduos devido à reabilitação/demolição de obras públicas (estradas) foi estimada a partir de
dados reais de geração, sabendo qual a quilometragem respeitante às intervenções.


       3.1     Definições e classificação da geração de materiais por tipo de obra, tipo de
               intervenção e idade da construção


Obras de habitação


Tipo de intervenção: demolição

                                                                                               26
Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e
Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano


Edifícios anteriores a 1919
Descrição sumária: trata-se essencialmente de edifícios de estrutura resistente à base de pare-
des exteriores de alvenaria de pedra, com paredes interiores de funções resistentes em alvena-
ria de tijolo maciço inseridos em esqueletos de madeira tipo “gaiola”. As fundações são cons-
tituídas basicamente por blocos de alvenaria de pedra (calcário duro), tipicamente com 1 m de
profundidade em relação à cota mais baixa das paredes exteriores e com uma sobre largura em
relação a esta de 40 cm. As paredes exteriores são revestidas, pelo exterior, com rebocos de
cal e areia, sendo o revestimento interior constituído por estuque tradicional (que serve de
revestimento em ambas as faces das paredes interiores). Os pavimentos são constituídos por
vigas de madeira encastradas nas paredes resistentes exteriores, revestidas superiormente por
tabuado de madeira e inferiormente por suportes de madeira revestidos a estuque tradicional.
A cobertura é constituída por vigas, madres e ripas de madeira, simplesmente cobertas por
telhas cerâmicas tradicionais, cobrindo uma laje de esteira leve em perfis e tabuado de madei-
ra. O pavimento térreo é constituído por lajetas de pedra (mármore), assentes sobre uma base
de alvenaria de pedra (calcário). As tubagens de abastecimento de água são em chumbo, com
as tubagens de drenagem de águas residuais em perfis de grés cerâmico. Os vãos envidraçados
têm vidros simples, inseridos em caixilhos de madeira (pinho). As portas são consideradas
como placas simples em madeira de pinho, enquanto que as guardas exteriores (varandas) são
em ferro fundido. Resumem-se, no Quadro 7, as soluções construtivas consideradas no tipo de
edifício anterior a 1919.


Edifícios construídos entre 1920 e 1945
O caso utilizado para representar este período não teve como base a medição dos projectos de
um ou mais edifícios mas sim os resultados de uma intervenção real, a demolição selectiva
realizada pela empresa Ambisider, no âmbito do Programa Cacém Polis. As soluções constru-
tivas envolvidas reflectem tanto o período anterior (edifícios anteriores a 1919) como posterior
(construídos entre 1946 e 1970), compondo edifícios, neste caso, de qualidade corrente para a
época, com poucos pisos e áreas pequenas. Mostram-se, de seguida, algumas fotografias tira-
das no local da intervenção (Figura 7, Figura 8 e Figura 9).


Edifícios construídos entre 1946 e 1970
Descrição sumária: a estrutura resistente é agora essencialmente composta por pilares, vigas e
lajes de betão armado, muito embora paredes interiores de tijolo maciço desempenhem ainda

                                                                                             27
Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e
Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano
funções estruturais, na maioria dos casos. As fundações são já constituídas por betão armado,
na forma de sapatas unidas por lintéis, onde assenta o arranque das paredes interiores. As
paredes exteriores são revestidas a rebocos de cal e areia pelo exterior e com rebocos à base de
estuque tradicional, pelo interior. As paredes interiores são também revestidas com rebocos de
estuque tradicional, em ambas as faces. Os pavimentos interiores, já em betão armado, são
revestidos superiormente por tabuado de madeira (tipo soalho ou taco), assentes sobre betoni-
lha, sendo geralmente estucados inferiormente (estuque tradicional).

         Quadro 7 - Soluções construtivas consideradas no tipo de edifício anterior a 1919
                                                                                   Materiais resultantes       Código LER do
Elemento constru-                            Densidade
                        Componentes                        Espessura da camada (m) da demolição (selecti-     resíduo produzi-
      tivo                                    (kg/m3)
                                                                                      va) do elemento                do
                       Alvenaria de pedra
   Fundações                                    2000          1.0 (profundidade)
                         (calcário duro)
                        Lajedo de pedra                                                Pedra não contamina-
                                                2700                  0.03                                        170504
                           (mármore)                                                            da
Pavimento térreo
                       Alvenaria de pedra
                                                2000                  0.1
                         (calcário duro)
                     Tabuado de madeira
                                                600                   0.02
                            superior
                     Vigamento em madei-                                               Madeira não contami-
                                                600          0.16 (zona das vigas)                                170201
Pavimento inter-                ra                                                            nada
    médio            Tabuado de madeira
                                                600                   0.02
                             inferior
                        Reboco interior -                                              Argamassa à base de
                                                1000                  0.02                                        170802
                       estuque tradicional                                                   gesso
                     Vigamento em madei-
                                                600          0.08 (zona das vigas)
                                ra                                                     Madeira não contami-
                                                                                                                  170201
                     Tabuado de madeira                                                       nada
 Laje de esteira                                600                   0.02
                             inferior
                        Reboco interior -                                              Argamassa à base de
                                                1000                  0.02                                        170802
                       estuque tradicional                                                     gesso
                     Vigamento em madei-                                               Madeira não contami-
                                                600          0.16 (vigas principais)                              170201
    Cobertura                   ra                                                             nada
                             Telhas          2000 - 2400              0.01              Materiais cerâmicos       170103
                        Reboco interior -                                              Argamassa à base de
                                                1000                  0.02                                        170802
                       estuque tradicional                                                     gesso
                       Alvenaria de pedra                                              Pedra não contamina-
                                                2000                0.3 - 0.8                                     170504
 Parede exterior         (calcário duro)                                                         da
                        Reboco exterior
                                                                                       Argamassa à base de
                      (argamassa de cal e       1600                  0.03                                        170107
                                                                                              cal
                              areia)
                        Reboco interior -                                              Argamassa à base de
                                                1000                  0.02                                        170802
                       estuque tradicional                                                   gesso
                       Alvenaria em tijolo
                                                2200              0.08 - 0.16             Tijolo cerâmico         170102
                             maciço
Paredes interiores
                                                           0.0048 (secção média dos Madeira não contami-
                     Esquadria de madeira       600                                                               170201
                                                               elementos, em m2)            nada
                       Reboco interior -                                            Argamassa à base de
                                                1000                 0.02                                         170802
                      estuque tradicional                                                  gesso
                                                                                    Vidro não contamina-
                         Vidro simples          2200                 0.004                                        170202
  Envidraçados                                                                               do
                           Caixilho             600                  0.04
                                                                                    Madeira não contami-
                       Placa simples de                                                                           170201
     Portas*                                    600                  0.04                   nada
                           madeira
   Guardas de                                               0.00018 (secção média
                         Ferro fundido          7500                                          Ferro               170405
    varandas                                                  dos varões, em m2)
  Tubagens de
                                                             0.003 (espessura da
abastecimento de           Chumbo              11300                                         Chumbo               170403
                                                               secção circular)
      água
  Tubagens de
                                                            0.01 (espessura da sec-
  drenagem de           Grés cerâmico           2200                                   Materiais cerâmicos        170103
                                                                  ção circular)
 águas residuais



                                                                                                                           28
Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e
Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano
                   Sanitas, lavatórios,
   Sanitários       bidés, banheiras,
                    bases de duches
* - em especial interiores




 Figura 7 - Imagem geral do edificado a demolir (selectivamente), no âmbito de uma fase do
                                   Programa Polis Cacém




   Figura 8 - Pormenor construtivo de uma laje de esteira revestida inferiormente a tabuado
                 (local da intervenção no âmbito do programa Polis Cacém)


         Nas zonas das cozinhas e instalações sanitárias, o revestimento superior final é geral-
mente constituído por lajetas de pedra (tipo calcário duro). A laje térrea é assente sobre uma

                                                                                              29
Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e
Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano
camada de enrocamento calcário, sobre a qual se constrói um massame (betão fracamente
armado), coberto por uma betonilha e revestimento final (madeira ou pedra). Na ocorrência de
terraços, é provável encontrarem-se camadas de areão, asfalto e mosaico (terraços acessíveis).
A cobertura inclinada, tal como anteriormente, é constituída por vigamentos sucessivos de
madeira, revestidos com telha cerâmica.Os envidraçados e as portas são em tudo semelhantes
aos encontrados em edifícios típicos do período anterior, bem como as guardas das varandas,
as tubagens para abastecimento e recolha das águas residuais e os sanitários utilizados.




      Figura 9 - Habitação (no mesmo local de intervenção) em fase final de demolição


       Resumem-se, no Quadro 8, as soluções construtivas consideradas no tipo de edifício
construído entre 1946 e 1970.


Edifícios construídos entre 1971 e 1990
Descrição sumária: Toda a estrutura do edifício - fundações, pilares, vigas e lajes - é composta
de betão armado, de tal forma que todas as paredes, interiores quer exteriores, não têm funções
estruturais. As fundações são constituídas por sapatas isoladas, a partir das quais arrancam os
pilares. As paredes exteriores são realizadas com tijolo cerâmico furado normal, em dupla
camada, formando uma caixa-de-ar, geralmente não isolada. Interiormente, as paredes são
também constituídas por tijolo furado normal, em fiada única, rebocadas de ambos os lados

                                                                                             30
Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e
Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano
com argamassa de cimento e areia. As lajes interiores, em betão armado, são revestidas com
betonilha e tacos de madeira, rebocadas inferiormente com argamassa corrente (cimento e
areia). As cozinhas e instalações sanitárias, em geral, são revestidas com elementos cerâmicos,
enquanto que os elementos de revestimento em pedra (calcário duro e/ou mármore) ficam
geralmente reservados para as áreas de átrio e escadas. A cobertura é também, em geral, cons-
truída em betão armado, não isolada, revestida a telha cerâmica tradicional, assente em varas
de madeira. Também as chaminés são em betão armado, monolíticas com a laje de cobertura.

Quadro 8 - Soluções construtivas consideradas no tipo de edifício construído entre 1946 e 1970
                                                                                    Materiais resultantes da   Código LER
Elemento constru-                             Densidade   Espessura da camada
                        Componentes                                                 demolição (selectiva) do   do resíduo
      tivo                                     (kg/m3)            (m)
                                                                                           elemento             produzido
                        Betão simples           2400               0.4                       Betão               170101
   Fundações
                         armaduras              7800                                          Aço                170405
                    Lajedo de pedra (már-
                                                2700              0.02              Pedra não contaminada       170504
                            more)
                                                                                   Argamassa de cimento e
                          betonilha             2000              0.04                                          170107
Pavimento térreo                                                                           areia
                      Massame - betão           2400               0.1                     Betão                170101
                    Massame - armaduras         7800                                        Aço                 170405
                    Enrocamento calcário        2000              0.05             Pedra não contaminada        170504
                    Tabuado de madeira
                                                600               0.02             Madeira não contaminada      170201
                          superior
                                                                                    Argamassa de cimento e
Pavimento inter-          Betonilha             2000              0.04                                          170107
                                                                                             areia
    médio
                       Laje de betão            2400               0.1                       Betão              170101
                    Reboco interior - estu-                                        Argamassa à base de ges-
                                                1000              0.02                                          170802
                       que tradicional                                                         so
                                                                                    Argamassa de cimento e
                          Betonilha             2000              0.04                                          170107
                                                                                             areia
 Laje de esteira        Laje de betão          2400                0.1                       Betão              170101
                    Reboco interior - estu-                                        Argamassa à base de ges-
                                               1000                0.02                                         170802
                        que tradicional                                                        so
                   Vigamento em madeira         600      0.16 (vigas principais)   Madeira não contaminada      170201
    Cobertura
                             Telhas         2000 - 2400            0.01               Materiais cerâmicos       170103
                    Reboco interior - estu-                                        Argamassa à base de ges-
                                               1000                0.02                                         170802
                        que tradicional                                                        so
 Parede exterior         Tijolo maciço         2200             0.1 - 0.35                  Tijolos             170102
                    Reboco exterior (arga-
                                               1600                0.03                                         170107
                    massa de cal e areia)                                           Argamassa à base de cal
                    Reboco interior - estu-                                        Argamassa à base de ges-
                                               1000                0.02                                         170802
                        que tradicional                                                      so
                      Alvenaria em tijolo
Paredes interiores                             2200            0.11 - 0.25              Tijolo cerâmico         170102
                            maciço
                    Reboco interior - estu-                                        Argamassa à base de ges-
                                               1000                0.02                                         170802
                        que tradicional                                                       so
                        Vidro simples          2200               0.004             Vidro não contaminado       170202
  Envidraçados
                            Caixilho            600                0.04
                      Placa simples de                                             Madeira não contaminada      170201
     Portas*                                    600                0.04
                            madeira
   Guardas de                                           0.00018 (secção média
                         Ferro fundido         7500                                          Ferro              170405
    varandas                                              dos varões, em m2)
  Tubagens de
                                                          0.003 (espessura da
abastecimento de            Chumbo            11300                                        Chumbo               170403
                                                            secção circular)
      água
  Tubagens de
                                                          0.01 (espessura da
  drenagem de           Grés cerâmico          2200
                                                            secção circular)
 águas residuais
                                                                                      Materiais cerâmicos       170103
                     Sanitas, lavatórios,
    Sanitários     bidés, banheiras, bases
                          de duches



                                                                                                                      31
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  • 1. UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO ANÁLISE DE VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE CEN- TRAIS DE RECICLAGEM DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO EM PORTUGAL PARTE I - ESTIMATIVA DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO André Daniel Vital da Silva Coelho (Doutorado) ORIENTADOR: Doutor Jorge Manuel Caliço Lopes de Brito Abril 2009
  • 2. i. Resumo No seguimento da crescente preocupação com a geração de resíduos da construção e demolição (RCD) no mundo em geral e, em particular, em Portugal, o presente trabalho (Parte I - Estimativa da geração de Resíduos da Construção e Demolição) pretende quantificar a produção anual de RCD, a nível nacional, tanto globalmente como por categorias gerais de geração, relacionadas com o tipo de obras e natureza das intervenções. O estudo procura tam- bém prever a composição material dessa mesma geração de resíduos, no âmbito das catego- rias gerais consideradas, constituindo essa uma importante informação para possíveis estima- tivas de quantidades de resíduos de entrada, por exemplo, no projecto de centrais fixas ou móveis de reciclagem de RCD, conhecendo a ou as construções em cujas intervenções irá dar- se a geração de resíduos. A produção de RCD é estimada para o presente (ano 2008) e para um futuro próximo (até 2020), utilizando como base os dados estatísticos existentes para a construção, nomeada- mente a informação existente acerca da quantidade de licenças de construção, demolição e reabilitação emitidas pelas entidades municipais. A extrapolação é realizada utilizando fun- ções polinomiais de aproximação aos dados estatísticos, de forma a permitir calcular possíveis valores de geração futura, seguindo certos parâmetros que definem cenários. A geração final resultará de considerações acerca dos cenários gerados, face às indicações da evolução dos mercados da construção, demolição e reabilitação nos próximos anos. A comparação com a geração de RCD noutros países, citadas em publicações, indica que a produção de RCD em Portugal irá aumentar e tender para um valor na ordem de grandeza do actualmente gerado nesses países. 2
  • 3. ii. Abstract In line with the growing concern over construction and demolition waste (CDW) gen- eration around the world, and in Portugal in particular, the present work (Part I – Estimating Construction and Demolition Waste generation) aims at quantifying the national annual CDW generation, both globally and in general generation categories, related to building type and intervention. The study also provides material composition in CDW generation groups, re- lated to the referred categories, which constitutes important information when estimating in- put CDW quantities, for instance in designing fixed or mobile CDW recycling stations, know- ing which buildings are targeted for intervention. CDW generation is predicted in the present (year 2008) and for an immediate future (up to 2020), based on existing construction, demolition and retrofitting statistical data, namely the one concerning municipal permits. Extrapolation is achieved by approximating polynomial functions to the statistical data, allowing the calculation of future waste generation quantities, following parameters which define scenarios. The final generation figure will re- sult from certain considerations within the drawn scenarios, based on the construction, demo- lition and retrofitting market tendencies over the next few years. Comparing the CDW genera- tion calculated in this way with other countries numbers, as cited in several publications, indi- cates a steady increase in CDW generation in Portugal, which is expected to stabilize around some value near these countries present generation quantities. 3
  • 4. iii. Agradecimentos Eis os agradecimentos devidos a salientar nesta fase: - Ao meu orientador, Prof. Jorge de Brito, por todo o trabalho de acompanhamento, análise, correcção e apoio generalizado na feitura deste trabalho; - Ao Engenheiro Brito Cardoso, da Ambisider, por todos os dados fornecidos e pela disponi- bilidade; - Aos técnicos da obra Polis Cacém (Ambisider), pelo acolhimento e fornecimento de infor- mação; - Ao Arquivo Municipal da Câmara Municipal de Lisboa, pela disponibilidade dos processos para consulta que permitiram a realização das medições. 4
  • 5. iv. Índice geral I - Estimativa da geração de Resíduos de Construção e Demolição 1. Introdução 1.1 Considerações preliminares 1.2 Objectivos do estudo 1.3 Organização do trabalho 2. Situação presente da geração de Resíduos de Construção e Demolição (RCD) em Portugal 2.1 Estimativas anteriores da geração de RCD 2.2 Geração de RCD em Portugal face à geração nos países da Comunidade Europeia (CE) e de outros países 2.3 Origens/fontes de geração de RCD e seu encaminhamento 3. Metodologia para estimativa da geração de RCD - processo de amostragem 3.1 Definições e classificação da geração de materiais por tipo de obra, tipo de interven- ção e idade da construção 3.2 Recolha de dados para quantificação da geração de resíduos 3.2.1 Operações de demolição 3.2.2 Operações de reabilitação 3.2.3 Construções novas 3.3 Regras de medição sobre projectos existentes 3.3.1 Operações de demolição e reabilitação 3.4 Composição construtiva dos casos analisados 3.5 Classificação dos resíduos e geração por unidade de referência 4. Metodologia para estimativa da geração de RCD - processo de extrapolação 4.1 Determinação da geração de RCD, por tipo de obra e de operação 4.1.1 Edifícios de habitação 4.1.2 Edifícios de serviços 4.1.3 Obras públicas 4.2 Geração global de RCD - presente e previsão futura 4.2.1 Geração global no presente 4.2.2 Metodologia utilizada para previsão futura e resultados de geração de RCD 4.2.2.1 Cenário 1 4.2.2.2 Cenário 2 5. Discussão dos resultados do processo de estimativa da geração de RCD 5.1 Limitações e aproximações inerentes à metodologia utilizada 5.2 Considerações para a obtenção de uma estimativa razoável da geração de RCD, no presente e a prazo 5.3 Análise sucinta da constituição média dos RCD gerados 6. Conclusões Anexos Bibliografia 5
  • 6. v. Índice de quadros pág. Quadro 1 - Relação global da geração de resíduos em Portugal 14 [5] Quadro 2 - Proporção de RCD em relação à produção total de resíduos em vários países 14 Quadro 3 - Estimativa das percentagens de RCD geridos, por destino final 23 Quadro 4 - Distribuição percentual dos fluxos de materiais constituintes dos RCD, tal como apresentada em [3] 24 Quadro 5 - Redistribuição percentual da composição média dos RCD, sem inclusão dos solos e rochas não contaminados, a partir do Quadro 4 24 [13] Quadro 6 - Estimativas da geração de RCD por processo produtivo e por tipo de obra, nos EUA 24 Quadro 7 - Soluções construtivas consideradas no tipo de edifício anterior a 1919 28 Quadro 8 - Soluções construtivas consideradas no tipo de edifício construído entre 1946 e 1970 31 Quadro 9 - Soluções construtivas consideradas no tipo de edifício construído entre 1971 e 1990 32 Quadro 10 - Dados gerais referentes aos casos analisados para a quantificação da geração de RCD em obras de demolição em edifícios de habitação 37 Quadro 11 - Resumo das medições dos elementos construtivos do caso 1 dos edifícios de habitação - demolição 38 Quadro 12 - Resumo das medições dos elementos construtivos do caso 2 dos edifícios de habitação - demolição 39 Quadro 13 - Resumo das medições dos elementos construtivos do caso 3 dos edifícios de habitação - demolição 39 Quadro 14 - Resumo das medições dos elementos construtivos do caso 4 dos edifícios de habitação - demolição 40 Quadro 15 - Quantidades de RCD produzidas na obra de demolição Polis Cacém (habitação - caso 5), por tipo de resíduo (código LER) 40 Quadro 16 - Dados gerais referentes aos casos analisados para a quantificação da geração de RCD em obras de demolição em edifícios de serviços 41 Quadro 17 - Resumo das medições dos elementos construtivos do Caso 3 dos edifícios de serviços - demolição42 Quadro 18 - Quantidades de RCD produzidas na obra de demolição do Shopping Center - Rio Sul (serviços - caso 1), por tipo de resíduo (código LER) 43 Quadro 19 - Quantidades de RCD produzidas na obra de demolição do edifício 82 - ANA (serviços - caso 2), por tipo de resíduo (código LER) 43 Quadro 20 - Quantidades de RCD produzidas na obra de demolição de um edifício de 17 andares (serviços - caso 4), por tipo de resíduo (código LER) 44 Quadro 21 - Resumo dos dados gerais referentes aos casos analisados para a quantificação da geração de RCD em obras de reabilitação em edifícios/fracções de habitação 44 Quadro 22 - Resumo das medições dos elementos construtivos (a demolir) do caso 1 de habitação - reabilitação 44 Quadro 23 - Resumo das medições dos elementos construtivos (a demolir) do caso 2 de habitação - reabilitação 45 6
  • 7. Quadro 24 - Resumo das medições dos elementos construtivos (a demolir) do caso 3 de habitação - reabilitação 45 Quadro 25 - Resumo dos dados gerais referentes aos casos analisados para a quantificação da geração de RCD em obras de reabilitação em edifícios / fracções de serviços 45 Quadro 26 - Resumo das medições dos elementos construtivos (a demolir) do caso 1 de serviços - reabilitação 46 Quadro 27 - Resumo das medições dos elementos construtivos (a demolir) do caso 2 de serviços – reabilitação 46 Quadro 28 - Resumo das medições dos elementos construtivos (a demolir) do caso 3 de serviços - reabilitação 46 Quadro 29 - Resumo das medições dos elementos construtivos (a demolir) do Caso 4 de serviços - reabilitação 46 Quadro 30 - Quantificação da geração de RCD em construção nova[18] 47 Quadro 31 - Distribuição da geração de RCD por materiais, na fase de construção da estrutura 47 Quadro 32 - Distribuição da geração de RCD por materiais, na fase de construção das paredes (não estruturais)47 Quadro 33 - Distribuição da geração de RCD por materiais, na fase da aplicação de revestimentos (tipicamente edifícios de habitação) 48 Quadro 34 - Distribuição da geração de RCD por materiais, na fase da aplicação de revestimentos (tipicamente edifícios de serviços) 48 Quadro 35 - Densidades dos materiais soltos consideradas para o cálculo da percentagem da geração de RCD em peso (para construção nova) 49 Quadro 36 - Regras gerais de medição de elementos construtivos em operações de demolição (incluindo operações de demolição em reabilitações) 50 Quadro 37 - Estado de conservação dos edifícios existentes (com base em [19]) 53 Quadro 38 - Percentagem de edifícios existentes, conseoante a sua idade e estado de conservação 53 Quadro 39 - Percentagem de edifícios "marcados para demolição", por período de construção (dados de 2001) 53 Quadro 40 - Aglomeração e ordenação de fluxos de materiais resultantes da demolição de edifícios de habitação 55 Quadro 41 - Geração de RCD na demolição de edifícios de habitação (casos analisados), por área de superfície55 Quadro 42 - Geração de RCD na demolição de edifícios de habitação, por tipo de material 57 Quadro 43 - Geração de RCD na reabilitação - componente de demolição - de edifícios de habitação, por tipo de material 58 Quadro 44 - Geração de RCD na reabilitação - componente de demolição - de edifícios de habitação (casos analisados), por área de superfície 58 Quadro 45 - Aglomeração e ordenação de fluxos de materiais resultantes da reabilitação de edifícios de habitação 58 Quadro 46 - Geração de RCD na demolição de edifícios de serviços, por tipo de material 62 Quadro 47 - Geração de RCD na demolição de edifícios de serviços (casos analisados), por área de superfície 62 Quadro 48 - Aglomeração e ordenação de fluxos de materiais resultantes da demolição de edifícios de serviços63 Quadro 49 - Geração de RCD na reabilitação - componente de demolição - de edifícios de serviços, por tipo de material 64 Quadro 50 - Geração de RCD na reabilitação - componente de demolição - de edifícios de serviços (casos analisados), por área de superfície 64 7
  • 8. Quadro 51 - Aglomeração e ordenação de fluxos de materiais resultantes da reabilitação de edifícios de serviços 64 Quadro 52 - Geração na área bruta da componente de construção nova em reabilitação de edifícios de serviços 65 Quadro 53 - Geração de RCD na reabilitação/demolição de obras públicas (estradas) (dados de 2007) 68 Quadro 54 - N.º de licenças concedidas para demolição de edifícios e respectivas taxas de variação 70 Quadro 55 - Cálculo da média da relação entre as rubricas ‘alteração’ e ‘ampliação’ citadas na estatística, entre os anos 2002 a 2004 72 Quadro 56 - Série estatística adaptada do n.º de licenças emitidas para obras de reabilitação, entre 1994 e 2006 72 Quadro 57 - Número de edifícios concluídos, segundo o tipo de obra, em Portugal, por NUTS III - 2006 73 Quadro 58 - Série de valores da quantidade de edifícios de habitação construídos nos anos de 2001 a 2006 e respectivas taxas de variação e de redução 74 Quadro 59 - Relação entre quantidade de edifícios de serviços e o total, para os anos de 2001 a 2006 76 Quadro 60 - Série de valores da quantidade de edifícios construídos nos anos de 2001 a 2006 e respectivas taxas de variação e de redução 77 Quadro 61 - Compilação de valores da geração de RCD per capita, para o ano presente 78 Quadro 62 - Séries de tendência (valores estatísticos) para construção nova, demolição e reabilitação em Portugal, entre os anos de 1994 a 2006 79 Quadro 63 - Extrapolação do número de licenças (construção nova, demolição e reabilitação) concedidas em Portugal, usando expressões de tendência* - 2006 a 2020, cenário 1 81 Quadro 64 - Previsão da geração de RCD, para os anos 2008-2020 (cenário 1), com base em polinómios de tendência, kg/hab.ano 82 Quadro 65 - Compilação de valores da geração de RCD per capita, para o ano 2020 (cenário 1) 83 Quadro 66 - Extrapolação do número de licenças (construção nova, demolição e reabilitação) concedidas em Portugal, usando expressões de tendência* - 2006 a 2020, cenário 2 84 Quadro 67 - Previsão da geração de RCD, para os anos 2008-2020 (cenário 2), com base em polinómios de tendência*, kg/hab.ano 86 Quadro 68 - Compilação de valores da geração de RCD per capita, para o ano 2020 (cenário 2) 87 Quadro 69 - Quantidades de RCD gerados na demolição de edifícios de habitação - caso 1 92 Quadro 70 - Quantidades de RCD gerados na demolição de edifícios de habitação - caso 2 92 Quadro 71 - Quantidades de RCD gerados na demolição de edifícios de habitação - caso 3 93 Quadro 72 - Quantidades de RCD gerados na demolição de edifícios de habitação - caso 4 93 Quadro 73 - Quantidades de RCD gerados na demolição de edifícios de habitação - caso 5 94 Quadro 74 - Quantidades de RCD gerados na demolição de edifícios de serviços - caso 1 95 Quadro 75 - Quantidades de RCD gerados na demolição de edifícios de serviços - caso 2 95 Quadro 76 - Quantidades de RCD gerados na demolição de edifícios de serviços - caso 3 96 Quadro 77 - Quantidades de RCD gerados na demolição de edifícios de serviços - caso 4 96 Quadro 78 - Quantidades de RCD gerados na reabilitação de edifícios de habitação - caso 1 97 Quadro 79 - Quantidades de RCD gerados na reabilitação de edifícios de habitação - caso 2 97 Quadro 80 - Quantidades de RCD gerados na reabilitação de edifícios de habitação - caso 3 98 Quadro 81 - Quantidades de RCD gerados na reabilitação de edifícios de serviços - caso 1 98 8
  • 9. Quadro 82 - Quantidades de RCD gerados na reabilitação de edifícios de serviços - caso 2 98 Quadro 83 - Quantidades de RCD gerados na reabilitação de edifícios de serviços - caso 3 99 Quadro 84 - Quantidades de RCD gerados na reabilitação de edifícios de serviços - caso 4 99 Quadro 85 - Edifícios de habitação, operação de demolição: caso 1 (Av. Duque de Loulé, n.º 42 - anterior a 1919) 100 Quadro 86 - Edifícios de habitação, operação de demolição: caso 1 (Av. Duque de Loulé, n.º 42 - anterior a 1919), continuação 1 101 Quadro 87 - Edifícios de habitação, operação de demolição: caso 1 (Av. Duque de Loulé, n.º 42 - anterior a 1919), continuação 2 102 Quadro 88 - Edifícios de habitação, operação de demolição: caso 1 (Av. Duque de Loulé, n.º 42 - anterior a 1919), continuação 3 103 Quadro 89 - Edifícios de habitação, operação de demolição: caso 2 (edifício na R. de São Ciro, n.º 37 - entre 1946 e 1970) 104 Quadro 90 - Edifícios de habitação, operação de demolição: caso 2 (edifício na R. de São Ciro, n.º 37 - entre 1946 e 1970), continuação 1 105 Quadro 91 - Edifícios de habitação, operação de demolição: caso 2 (edifício na R. de São Ciro, n.º 37 - entre 1946 e 1970), continuação 2 106 Quadro 92 - Edifícios de habitação, operação de demolição: caso 2 (edifício na R. de São Ciro, n.º 37 - entre 1946 e 1970), continuação 3 107 Quadro 93 - Edifícios de habitação, operação de demolição: caso 3 (Av. Óscar Monteiro Torres, n.º 18 - entre 1946 e 1970) 108 Quadro 94 - Edifícios de habitação, operação de demolição: caso 3 (Av. Óscar Monteiro Torres, n.º 18 - entre 1946 e 1970), continuação 1 109 Quadro 95 - Edifícios de habitação, operação de demolição: caso 3 (Av. Óscar Monteiro Torres, n.º 18 - entre 1946 e 1970), continuação 2 110 Quadro 96 - Edifícios de habitação, operação de demolição: caso 3 (Av. Óscar Monteiro Torres, n.º 18 - entre 1946 e 1970), continuação 3 111 Quadro 97 - Edifícios de habitação, operação de demolição: caso 4 (R. Prof. Santos Lucas, lote F - entre 1971 e 1990) 112 Quadro 98 - Edifícios de habitação, operação de demolição: caso 4 (R. Prof. Santos Lucas, lote F - entre 1971 e 1990), continuação 1 113 Quadro 99 - Edifícios de habitação, operação de demolição: caso 4 (R. Prof. Santos Lucas, lote F - entre 1971 e 1990), continuação 2 114 Quadro 100 - Edifícios de habitação, operação de demolição: caso 4 (R. Prof. Santos Lucas, lote F - entre 1971 e 1990), continuação 3 115 Quadro 101 - Edifícios de serviços, operação de demolição: caso 3 (camarins colectivos Gulbenkian - entre 1946 e 1970) 116 Quadro 102 - Edifícios de serviços, operação de demolição: caso 3 (camarins colectivos Gulbenkian - entre 1946 e 1970), continuação 1 117 9
  • 10. Quadro 103 - Edifícios de serviços, operação de demolição: caso 3 (camarins colectivos Gulbenkian - entre 1946 e 1970), continuação 2 118 Quadro 104 - Edifícios de serviços, operação de demolição: caso 3 (camarins colectivos Gulbenkian - entre 1946 e 1970), continuação 3 119 Quadro 105 - Operação de demolição / reabilitação: obras públicas (estradas) 120 Quadro 106 - Previsão da superfície de intervenção, para os anos 2008-2020, com base em polinómios de tendência, m2/ano - cenário 1 128 Quadro 107 - Previsão da expressão da actividade no total, para os anos 2008-2020, com base em polinómios de tendência, % - cenário 1 128 Quadro 108 - Previsão da superfície de intervenção, para os anos 2008-2020, com base em polinómios de tendência, m2/ano - cenário 2 131 Quadro 109 - Previsão da expressão da actividade no total, para os anos 2008-2020, com base em polinómios de tendência, % - cenário 2 131 10
  • 11. vi. Índice de figuras pág. Figura 1 - Abandono de resíduos de construção e demolição à beira da estrada, nos arredores de Lisboa 13 Figura 2 - Diagrama síntese da metodologia de cálculo da geração global de RCD 15 Figura 3 - Diagrama síntese da metodologia de cálculo da geração global de RCD 16 Figura 4 - Primeira parte do formato-tipo do inquérito entregue a uma amostra de 48 empresas do sector da demolição e gestão de RCD em Portugal 18 Figura 5 - Segunda parte do formato-tipo do inquérito entregue a uma amostra de 48 empresas do sector da demolição e gestão de RCD em Portugal 19 Figura 6 - Geração de RCD nos vários países da CE (15), segundo o estudo [8] 22 Figura 7 - Imagem geral do edificado a demolir (selectivamente), no âmbito de uma fase do Programa Polis Cacém 29 Figura 8 - Pormenor construtivo de uma laje de esteira revestida inferiormente a tabuado (local da intervenção no âmbito do programa Polis Cacém) 29 Figura 9 - Habitação (no mesmo local de intervenção) em fase final de demolição 30 Figura 10 - Estado de conservação de edifícios existentes (a partir do Quadro 38) 53 Figura 11 - Proporção da geração de RCD por fluxos de materiais, em relação à área útil, na demolição de edifícios de habitação 54 Figura 12 - Proporção da geração de RCD por fluxos de materiais, em relação à área bruta, na reabilitação de edifícios de habitação (total das componentes de construção e demolição) 59 Figura 13 - Proporção da geração de RCD por fluxos de materiais, em relação à área bruta, na construção nova de edifícios de habitação 60 Figura 14 - Proporção da geração de RCD por fluxos de materiais, em relação à área útil, na demolição de edifícios de serviços 61 Figura 15 - Proporção da geração de RCD por fluxos de materiais, em relação à área bruta, na demolição de edifícios de serviços 63 Figura 16 - Proporção da geração de RCD por fluxos de materiais, na reabilitação / demolição de obras públicas (estradas) 67 Figura 17 - Nº de licenças concedidas para demolição de edifícios, entre 1994 e 2006 70 Figura 18 - Evolução do número de licenças concedidas em Portugal (construção nova, demolição e reabilitação) - 1994 a 2006 80 Figura 19 - Linhas de aproximação aos valores do número de licenças concedidas em Portugal (construção nova, demolição e reabilitação) - 1999 a 2006, cenário 1 80 Figura 20 - Previsão da geração de RCD para Portugal, com base em polinómios de tendência (2008-2020, cenário 1) 82 Figura 21 - Linhas de aproximação aos valores do número de licenças concedidas em Portugal (construção nova, demolição e reabilitação) - 1999 a 2020 (cenário 2) 84 Figura 22 - Previsão da geração de RCD para Portugal, com base em polinómios de tendência (2008-2020, cenário 2) 86 11
  • 12. Figura 23 - Proporção de geração de RCD, em percentagem, dos fluxos de materiais, para cada tipo de edifício e de intervenção 91 Figura 24 - Previsão da geração de RCD para Portugal, com base em polinómios de tendência (2008-2020), para os edifícios de habitação - cenário 1 129 Figura 25 - Previsão da geração de RCD para Portugal, com base em polinómios de tendência (2008-2020), para os edifícios de serviços - cenário 1 129 Figura 26 - Previsão da geração de RCD para Portugal, com base em polinómios de tendência (2008-2020), para as obras públicas (estradas) - cenário 1 130 Figura 27 - Previsão da geração de RCD para Portugal, com base em polinómios de tendência (2008-2020), para os edifícios de habitação - cenário 2 132 Figura 28 - Previsão da geração de RCD para Portugal, com base em polinómios de tendência (2008-2020), para os edifícios de serviços - cenário 2 132 Figura 29 - Previsão da geração de RCD para Portugal, com base em polinómios de tendência (2008-2020), para as obras públicas (estradas) - cenário 2 133 12
  • 13. Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano I - Estimativa da geração de Resíduos de Construção e Demolição 1. Introdução 1.1 Considerações preliminares A indústria da construção em Portugal não tem tradição na reutilização ou reciclagem dos resíduos produzidos nas suas actividades de construção, demolição ou reabilitação. Enquanto que outras indústrias, como o sector das papeleiras e dos plásticos, já começaram a implementar esquemas de recuperação e reciclagem dos materiais envolvidos na fabricação dos seus produtos, essencialmente devido a leis ambientais mais restritivas, nomeadamente referentes à geração de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) (as lixeiras a céu-aberto só há pou- cos anos foram extintas, em território nacional), às empresas de construção e demolição ainda muito recentemente era permitida a deposição dos resíduos em aterros, quando não era feita de forma ilegal simplesmente à beira da estrada (Figura 1)[1]. Figura 1 - Abandono de resíduos de construção e demolição à beira da estrada, nos arredores de Lisboa Os Resíduos de Construção e Demolição (RCD) são produzidos em enormes quanti- dades, comparáveis com a geração de resíduos sólidos urbanos (RSU), cuja quantidade esti- mada ronda 4.550.000 ton/ano (valor obtido com base em [2]). Com base num trabalho de investigação[3], uma projecção nacional da geração de RCD 13
  • 14. Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano ascende a 6.440.000 ton/ano1, o que significa que, de um ponto de vista estritamente quantita- tivo, os RCD constituem um problema mais grave do que os RSU. Em termos de proporção global de geração de resíduos, nos quais estão incluídos os RSU, os Resíduos Industriais (RI) e os RCD, usando os números até agora citados e os relati- vos aos RI[4], conclui-se que a geração de RCD em Portugal está na mesma linha do que suce- de noutros países europeus, bem como noutros como a Austrália e os Estados Unidos da América (EUA). Com efeito, mostra-se no Quadro 1 a relação global da geração de resíduos nos 3 grandes grupos referidos e, no Quadro 2, a proporção dos RCD em relação à produção total de resíduos nesses países, extraída directamente de [5]. Quadro 1 - Relação global da geração de resíduos em Portugal Ano 2002 Geração, ton/ano % em relação ao total 2 RI 22547406 67.2 RCD 6440000 19.2 RSU 4550000 13.6 Totais 33537406 100.0 Quadro 2 - Proporção de RCD em relação à produção total de resíduos em vários países[5] País % de RCD em relação ao global3 Holanda 26 Austrália 20-30 EUA 20-29 Alemanha 19 Finlândia 13-15 Apesar disso, as estimativas até agora realizadas da geração global são altamente dís- pares (ver capítulo 2.1), pelo que não exise, até à data, um valor consistente com a realidade da geração de RCD em Portugal. É especialmente importante conhecer este valor de geração global e sua decomposição em fluxos específicos (diferentes materiais gerados nas operações de construção, demolição e reabilitação), não só para ter noção dos impactes ambientais e económicos decorrentes da 1 Esta quantidade inclui geração de solos, pelo que a quantidade sem solos se cifra aproximadamente, usando dados de 1998 (usados em [3]), em 3.604.000 ton/ano. No entanto, a componente dos solos (na sua maioria não contaminados) terá na mesma de sofrer alguma gestão, nomeadamente transporte e deposição em locais apro- priados, pelo que, para efeito da comparação com o valor global de RSU, apresenta-se o valor total. 2 Valor calculado considerando uma variação linear entre os valores estimados para o ano 2000 e 2005, em [4]. As quantidades geradas em RI consistem na soma dos valores obtidos para 19 sectores de actividade industrial, nos quais não se encontram os resíduos da indústria da construção (e demolição). 3 RCD + RSU + RI. 14
  • 15. Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano geração de RCD mas também para ganhar uma ideia mais concreta dos fluxos para o dimen- sionamento de centrais de reciclagem de RCD. Para tal, é importante vir a saber a geração actual, bem como a progressão expectável dessa geração ao longo dos próximos anos, uma vez que a indústria da construção e demolição está em acentuada mutação (capítulo 2.4), como mostram os dados estatísticos dos últimos anos (capítulo 4.1) e outros trabalhos de investigação recentes realizados no domínio da reabilitação[6] e demolição (selectiva e tradi- cional)[7]. 1.2 Objectivos do estudo Inserido no âmbito global da presente investigação, que também incide sobre a demo- lição selectiva e a instalação de centrais de reciclagem de RCD, a presente parte I tem como objectivo a quantificação da geração de RCD, globalmente e decomposta por tipos de resí- duos, tipos de obra e tipos de operações. Sistematizando, de modo muito geral, poderá obser- var-se na Figura 2 os tipos de operações realizadas para a caracterização da geração de RCD, para o ano corrente. Quantificação da geração a partir de Quantificação da geração a partir de médias da Quantificação da geração a projectos construídos (medições), geração em obra, kg/m2 partir de perfis-tipo, kg/m2 kg/m2 Edifícios de habitação Edifícios de habitação Obras públicas (estradas) Edifícios de serviços Edifícios de serviços Operações de demolição / reabi- litação Operações de demolição Operações de Operações de reabilitação construção nova Conversão em kg/hab.ano Conversão em kg/hab.ano Conversão em kg/hab.ano Somatório total, em kg/hab.ano Figura 2 - Diagrama síntese da metodologia de cálculo da geração global de RCD No seguimento deste cálculo, e porque importa realizar uma estimativa de qual a pro- gressão expectável dessa geração ao longo do tempo (para ganhar noção de qual a disponibili- 15
  • 16. Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano dade futura de resíduos passíveis de serem reciclados), apresenta-se muito sumariamente, na Figura 3, o esquema de cálculo para essa estimativa. Superfície bruta de inter- venção expectável no pre- sente, por tipo de edifício e Expressão da actividade no Extrapolação do nº de licenças total, no presente, % concedidas em Portugal, usan- por tipo de operação, m2 do expressões de tendência Superfície bruta de inter- venção expectável no futu- ro, por tipo de edifício e por tipo de operação, m2 Geração total no futuro, em kg/hab.ano Expressão da actividade no total, no futuro, % Edifícios de habitação Edifícios de serviços Geração total no presen- te, por tipo de edifício e operações de demolição por tipo de operação, em operações de reabilitação kg/hab.ano operações de construção nova Obras públicas (estradas) operações de demolição / reabilitação Figura 3 - Diagrama síntese da metodologia de cálculo da geração global de RCD 1.3 Organização do trabalho A presente parte I do trabalho organiza-se em capítulos, da seguinte forma: • 1º capítulo - apresenta-se a temática geral do estudo, seus objectivos e metodologias; • 2º capítulo - faz-se um enquadramento e estabelece-se um ponto da situação actual no que diz respeito à geração de RCD em Portugal, bem como à sua comparação com a situação de outros países; analisam-se também, de uma forma qualitativa, as origens 16
  • 17. Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano da geração de RCD e ainda o tipo de mudanças e evoluções que ocorrem na indústria da construção que poderão ter impacte na geração de RCD nos próximos anos; • 3º capítulo - caracteriza-se todo o processo de amostragem utilizado para servir de base à extrapolação que resulta na estimativa global de geração de RCD; são descritas as definições para classificação dos tipos de obra, os tipos de operações, os tipos de resíduos; além disso são definidas as regras de medição usadas para extrair a informa- ção dos projectos recolhidos, bem como os pressupostos utilizados na definição dos elementos construtivos; finalmente, são apresentados os resultados das medições de cada caso e respectiva geração de resíduos, globalmente e por tipo de fluxo material; • 4º capítulo - descreve-se toda a metodologia de extrapolação dos resultados obtidos no capítulo 3, usando dados estatísticos de referência, para obtenção dos valores da gera- ção de RCD para cada tipo de edificação e tipo de operação, no presente; segue-se a extrapolação futura desses valores de geração, em dois cenários bem definidos; • 5º capítulo - realiza-se uma discussão dos resultados obtidos, procurando evidenciar as vantagens e as limitações do método utilizado; • 6º capítulo - extraem-se as conclusões possíveis do estudo, com indicação de possíveis desenvolvimentos futuros. 2. Situação presente da geração de Resíduos de construção e Demolição (RCD) em Portugal 2.1 Estimativas anteriores da geração de RCD Antes de realizados quaisquer estudos nacionais para quantificar a geração de RCD em Portugal, já se usavam estimativas, a propósito da necessidade da Comunidade Europeia (CE) de conhecer em maior profundidade a problemática da geração de RCD da Europa dos 15. Esse primeiro grande estudo, “Construction and demolition waste management practices, and their economic impacts”[8], usa para Portugal um valor amplamente citado desde então, de 325 kg/hab.ano. Este valor provém originalmente de uma estimativa realizada para Espanha, fazendo uso dos valores publicados pela província da Catalunha, correspondendo à média entre 375 e 275 kg/hab.ano, valores referentes, respectivamente, à geração estimada nessa região para zonas urbanas e rurais. Este valor, segundo o mesmo estudo, não inclui a parcela de solos e/ou terras não contaminadas nem os resíduos gerados na reabilitação ou demolição 17
  • 18. Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano de estradas. No trabalho de investigação [3], a estimativa dos 325 kg/hab.ano foi aplicada directa- mente para cálculo da geração global de RCD, uma vez que o trabalho desenvolvido para a recolha de informação mostrou-se sem resultados utilizáveis, o que denota, pelo menos à data da realização desse trabalho (2002), grande ausência de informação específica para a quantifi- cação da geração. Concretamente, no inquérito realizado, apenas 4.4% das empresas responde- ram com informação quantificada, enquanto que 91.2% das mesmas não responderam ou não dispunham de informação. A consideração dos 325 kg/hab.ano resultou, nesse trabalho, numa quantidade global de geração para o país de 6440000 ton/ano, tal como citado em 1.1.. No presente trabalho, também se tentou realizar um inquérito junto das empresas dedi- cadas ao sector da demolição e gestão de RCD, com a mesma ausência de resultados. Mostra- se, na Figura 4 e na Figura 5, o formato do inquérito enviado para 48 empresas, ao qual nenhuma respondeu e, em contacto telefónico, apenas em 2 casos houve cedência de informa- ção quantitativa válida. Por este motivo, tomou-se a opção de seguir a via da medição de pro- jectos de edifícios reais para quantificar a geração de RCD, tanto em acções de demolição como de reabilitação. Identificação do Produtor ou Detentor Nome: Morada: Localidade: Código Postal: Telefone: Nº CAE: NIF: Identificação da obra ID Câmara Municipal: Morada: Valor total (€): Localidade: Área total de construção (m2): Código Postal: Nº de edifícios: Data de início: Data de fim: Tipo de edifício: Tipo de obra: Residencial Construção Serviços Reabilitação Industrial Demolição Figura 4 - Primeira parte do formato-tipo do inquérito entregue a uma amostra de 48 empresas do sector da demolição e gestão de RCD em Portugal 18
  • 19. Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano Figura 5 - Segunda parte do formato-tipo do inquérito entregue a uma amostra de 48 empresas do sector da demolição e gestão de RCD em Portugal 19
  • 20. Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano No trabalho de L. Salinas em 2002[9], a quantificação da geração de RCD é também realizada através de medições de edifícios existentes, embora apenas referentes a acções de reabilitação (consideradas de tipo intermédio entre reabilitações ligeiras e profundas). Neste trabalho, são listados todos os materiais envolvidos nas soluções construtivas existentes em cada caso (edifício anterior a 1960, edifício da década de 1980 e edifício actual - do ano 2000), estimando as quantidades geradas sabendo as medidas dos elementos a demolir / reabi- litar. São assim determinados, para cada caso, valores para o coeficiente de geração de RCD, medido em ton/m2 (geração na área de pavimento). Os casos analisados envolviam também trabalhos nas coberturas, pelo que a geração/m2 entra em conta não só com o número de pisos mas também com a existência ou não de obras de reabilitação na cobertura, bom como a sua natureza (inclinada, em terraço e com vários tipos de revestimento). Neste trabalho, é usado um valor médio de 0.1 ton/m2 (muito embora este valor não corresponda a um valor médio dos valores do referido coeficiente calculado, mas a um valor citado numa referência bibliográfi- ca) para realizar a extrapolação da geração de RCD para o país, resultando num total de 25253 ton/ano, geração esta apenas referente às operações de demolição e reabilitação em fogos de habitação (no mesmo trabalho, é referido o valor de 235774 ton/ano, contabilizando, no entan- to, a geração de resíduos inertes pelas indústrias produtivas de materiais de construção). Como se pode constatar, a diferença entre os valores finais da geração de RCD para Portugal obtidos em cada um dos estudos referidos é abismal (o valor referido em [3] é cerca de 255 vezes superior ao referido em [9]). Outras estimativas são referidas, como em [10], por sua vez fazendo referência a números oficiais do INE (1997) e do INR (1999), corresponden- do respectivamente a 7690749 e 63614 ton/ano, o que mais uma vez enfatiza as diferenças entre as estimativas realizadas em Portugal. Foi ainda publicado, num relatório síntese do INR, em 2003[11], o valor de 1282673 ton/ano para a geração de RCD, muito embora nesse relatório a indústria da construção não esteja representada (aparecendo, no entanto, a rubrica de código CER 17, correspondendo aos RCD). Daqui se conclui que os valores estimados, até ao momento, para a geração de RCD em Portugal, não oferecem uniformidade suficiente para garantir uma base de trabalho no dimensionamento de sistemas globais de gestão de RCD. 2.2 Geração de RCD em Portugal face à geração nos países da Comunidade Europeia (CE) e de outros países É conhecida a considerável diferença da geração de RCD entre os países europeus 20
  • 21. Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano (pertencentes à CE), que se deve principalmente às diferentes características do estado de desenvolvimento das respectivas indústrias da construção, com nítida preponderância da reabi- litação nos países do Norte da Europa, contrastando com o relativamente pequeno (embora crescente) papel da reabilitação de edifícios em Portugal, face ao esforço exercido em constru- ção nova. Num trabalho recente focado no estudo da reabilitação em Portugal[6], pode obser- var-se que, após contabilização dos trabalhos de reabilitação realizados informalmente (à mar- gem dos mecanismos oficiais), para o ano de 2006 (estimativa) e 2007 (projecção), a compo- nente do sector total da reabilitação compõe 21 e 22%, respectivamente, do sector total da construção. Embora os valores citados estejam bastante acima do que geralmente é referido para o sector da reabilitação em Portugal (cerca de 6.5% em reabilitação de edifícios face à construção nova de edifícios e 4% em reabilitação total face à construção nova total), países como a França, a Dinamarca, a Alemanha e a Suécia apresentam mais de 40% dos investimen- tos / gastos4 aplicados em reabilitação em relação ao total da construção nova, relação que aumenta para mais de 50% quando comparando reabilitação de edifícios com construção nova de edifícios (com a Suécia a atingir cerca de 64%). Sendo assim, é de esperar que a geração de RCD em Portugal seja inferior à dos res- tantes países da CE, em especial aqueles em que a reabilitação tem maior incidência na activi- dade construtiva, já que a reabilitação tende a gerar mais RCD por unidade de superfície inter- vencionada do que a construção nova5, principalmente se a necessidade de demolição for ele- vada (com expoente máximo em obras de reconstrução pura, em que o ou os edifícios existen- tes são integralmente demolidos para dar origem a construção nova). No entanto, com o crescimento expectável do sector da reabilitação em Portugal, bem como com o aumento da quantidade de demolições, à medida que muitos edifícios atingem o fim do seu tempo de vida útil, é de esperar que rapidamente a geração de RCD devida à demolição e reabilitação suplante a geração devida à construção nova, embora não seja provável que esta última abrande significativamente (ver resultados em 4.4.3). O crescimento global da geração de RCD em Portugal é, portanto, praticamente inevitável (a não ser que fortes políticas de incentivo à reutilização e reciclagem de materiais de construção sejam implementadas nos próximos anos, o que se considera improvável, mesmo com o advento da publicação da nova legislação específica para a gestão de RCD[15]), o que irá aproximar Portugal dos valores gera- 4 As definições inerentes ao cálculo dos investimentos e gastos na indústria da construção variam de país para país, variando consequentemente os montantes globais contabilizados em construção nova e reabilitação (que ainda pode ser dividida em actividades, por vezes de definição pouco clara, como a manutenção, a renovação e a reconstrução), pelo que os números apresentados deverão ser encarados apenas como indicadores[6]. 5 Quantificação da geração por tipo de actividade, entre outros detalhes, no capítulo 3.5. 21
  • 22. Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano dos pela média dos restantes países da CE. Refira-se que esta análise não parte do pressuposto de que a geração de RCD em Portugal tem um valor conhecido, tal como em [3], [8] e [10]. O estudo [8] tem sido amplamente citado quando surge a necessidade de comparar a geração global de RCD nos países da CE, no qual Portugal figura abaixo da média (502 kg/hab.ano), com os já referidos 325 kg/hab.ano. A Irlanda aparece no extremo inferior com uma geração de 162 kg/hab.ano, enquanto que a Alemanha ocupa a posição superior, com cer- ca de 720 kg/hab.ano (Figura 6). Geração de RCD - kg/hab.ano 800 700 600 500 400 300 200 100 0 Fi nha Irl a da ia Ho ia Su l Áu a Bé ia a Es rca -B nça xe tália a Fr a Po go ga nd Di lgic h nh di éc c r an st an r ré rtu ân a bu a pa la ta I m G em nl re m na Al rã Lu G Países da CE (15) Figura 6 - Geração de RCD nos vários países da CE (15), segundo o estudo [8] Noutros locais, como em Hong Kong, a geração de RCD atinge cerca de 8561000 ton/ano (dado de 2006), muito embora esse valor tenha descido consideravelmente em relação a anos anteriores (21450000 ton/ano em 2005)[12]. Já nos Estados Unidos da América a gera- ção total de RCD é superior a 136000000ton/ano, o que corresponde a cerca de 464 kg/hab.ano[13] (valores referentes ao ano de 1996). Na Austrália, a capitação de geração de RCD ascende a 400 kg/hab.ano, enquanto que no Japão a geração é aproximadamente de 99000000 ton/ano (valor de 2001, incluindo RCD de obras públicas, contribuindo estas com cerca de 3/5 de toda a geração de RCD), o que se traduz numa capitação de 778 kg/hab.ano[14]. 2.3 Origens/fontes de geração de RCD e seu encaminhamento Embora todas as actividades no domínio da indústria da construção sejam geradoras de resíduos, é relativamente consensual que a actividade de demolição contribua com a maior quantidade de resíduos por m2, tendo em conta que a esmagadora maioria dos materiais retira- 22
  • 23. Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano dos das demolições não é reaproveitada na obra ou fora dela. Apresenta-se, no Quadro 3, uma estimativa das quantidades de RCD geridas, por material e por destino final, com base na dis- tribuição por destinos finais apresentada em [3], considerando 361 kg/hab.ano de geração (para contabilizar os resíduos resultantes das operações de reabilitação de estradas, das quais se extrai essencialmente asfalto e betão betuminoso), não contabilizando a parcela referente aos solos e rochas não contaminados (não constituem, estritamente falando, um resíduo)6. Quadro 3 - Estimativa das percentagens de RCD geridos, por destino final Toneladas Total Reutilização Reciclagem Incineração Aterro betão, tijolos, alvenarias 2232680 334902 0 0 1897778 madeira 318954 31895 95686 95686 95.86 papel, cartão 63791 0 12758 19137 31895 vidro 31895 0 0 0 31895 plásticos 31895 0 3190 1595 27111 metais 318954 31895 191373 0 95686 isolamentos 31895 0 0 0 31895 asfalto, betuminoso 382745 38275 0 0 344471 outros resíduos 414641 0 41464 20732 352444 Totais 3827451 436967 344471 137150 2908863 % do total 11.4 9.0 3.6 76.0 Para este cálculo, foi utilizada a distribuição percentual de materiais que compõem em geral os RCD, extraída directamente de [3] (Da leitura do Quadro 3 depreende-se que a maior parte (> 75%) dos materiais resultantes da actividade da construção, reabilitação e demolição acabam simplesmente aterrada, e, mesmo assim, nem sempre de modo controlado (em aterros legalizados). Tendo em conta ainda que a incineração não deve ser considerada como recicla- gem, já que a combustão elimina a massa reciclável dos materiais, então conclui-se que apenas 20% (provavelmente menos) são efectivamente recuperados e reinseridos de alguma forma no processo produtivo. Segundo [13], a distribuição dos RCD por processo de origem, construção nova, reabi- litação e demolição, e por tipo de obra, residencial e não residencial, é resumida no Quadro 6. Quadro 4) a partir do qual se compôs o Quadro 5, utilizado para composição do Qua- dro 3, excluindo os solos e rochas não contaminadas. Da leitura do Quadro 3 depreende-se que a maior parte (> 75%) dos materiais resultan- tes da actividade da construção, reabilitação e demolição acabam simplesmente aterrada, e, 6 É natural que existam impactes e custos associados à sua gestão, principalmente relacionados com a necessida- de do seu transporte. No entanto, estes materiais não induzem impacte ambiental em si, não resultam na delapi- dação de recursos virgens, não são (em geral) produtos transformados e, em geral, são apenas relocalizados para outros fins, que puderão ir de enchimentos de taludes a recuperações paisagistas. Embora a questão ainda seja discutível, o facto é que a sua consideração distorce bastante os resultados, no conjunto de todos os resíduos, pelo que, para se ganhar melhor noção das proporções envolvidas (dos restantes materiais, esses sim, considera- dos RCD), se retiram da contabilização. 23
  • 24. Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano mesmo assim, nem sempre de modo controlado (em aterros legalizados). Tendo em conta ain- da que a incineração não deve ser considerada como reciclagem, já que a combustão elimina a massa reciclável dos materiais, então conclui-se que apenas 20% (provavelmente menos) são efectivamente recuperados e reinseridos de alguma forma no processo produtivo. Segundo [13], a distribuição dos RCD por processo de origem, construção nova, reabi- litação e demolição, e por tipo de obra, residencial e não residencial, é resumida no Quadro 6. Quadro 4 - Distribuição percentual dos fluxos de materiais constituintes dos RCD, tal como apresentada em [3] Materiais % betão, tijolos, alvenarias 35.0 madeira 5.0 papel, cartão 1.0 vidro 0.5 plásticos 0.5 metais 5.0 isolamentos 0.5 solos e britas 40.0 asfalto, betuminoso 6.0 outros resíduos 6.5 Quadro 5 - Redistribuição percentual da composição média dos RCD, sem inclusão dos solos e rochas não contaminados, a partir do Quadro 4 Materiais % betão, tijolos, alvenarias 58.33 madeira 8.33 papel, cartão 1.67 vidro 0.83 plásticos 0.83 metais 8.33 isolamentos 0.83 asfalto, betuminoso 10.00 outros resíduos 10.83 Quadro 6 - Estimativas da geração de RCD por processo produtivo e por tipo de obra, nos EUA[13] Obras residenciais Obras não residenciais Total Processo produtivo ton (x103) % Ton (x103) % Ton (x103) % Construção nova 6.560 11 4.270 6 10.830 8 Reabilitação 31.900 55 28.000 36 59.900 44 Demolição 19.700 34 45.100 58 64.800 48 Total 58.160 100 77.370 100 135.530 100 % 43 57 100 É evidente a incidência que o sector da reabilitação e demolição tem na geração de RCD nos EUA, contando com mais de 90% da massa de resíduos. Para esta situação também contribui o facto de os resíduos de madeira serem os mais abundantes em construção nova 24
  • 25. Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano (material com massa volúmica relativamente baixa), enquanto que na reabilitação e demolição predomina o betão. Refira-se ainda que estes valores não incluem a contribuição para a gera- ção da construção, reabilitação e demolição de obras públicas (estradas, pontes, obras urbanís- ticas). Ainda segundo o estudo [13], apenas 20 a 30% de toda a geração de RCD é reciclada ou reutilizada, sendo os restantes 70 a 80% enviados para aterros legais (exclusivos para RCD), aterros de RSU ou aterros ilegais. Em Itália[17], quantificou-se um total de 2225550 ton de RCD tratados em centrais de reciclagem (dados do ano 2001), comparado com uma geração que se estima ser na ordem de 40000000 ton, ou seja, menos de 6%. Naturalmente que esta última relação não contabiliza a quantidade de materiais reaproveitados em obra ou noutros locais (sem a passagem pela cen- tral de reciclagem) mas dá em todo o caso uma ideia da pequena expressão que a valorização dos RCD tem, neste caso, em Itália. Segundo [5], na Alemanha, cerca de 68% de toda a geração de RCD provém de demo- lições (inclui reabilitação), num total de cerca de 30 milhões de toneladas, com os resíduos provenientes de construções novas a contabilizarem aproximadamente 14 milhões de tonela- das, ou seja, 32% (valores de 1994). Já ao nível da Europa Ocidental, cita-se no mesmo artigo que, no global, geram-se cerca de 40 milhões de toneladas em operações de construção e 175 milhões de toneladas em demolição e reabilitação, números que correspondem, respectiva- mente, a 23 e 77% do total. Em Espanha[18], o acompanhamento de várias obras com o objectivo de quantificar a geração de RCD resultou num índice de 0.12 m3/m2 de resíduos produzidos na área de cons- trução nova, em contraste com o índice de 0.86 m3/m2 gerados em demolições, ou seja cerca de 7 vezes mais. Embora o documento não faça referência às áreas de construção e demolição envolvidas, é evidente que a demolição de edifícios tem um impacte na geração de RCD bas- tante mais significativo, por cada m2 de área intervencionada, do que na construção nova. 3. Metodologia para estimativa da geração de RCD - processo de amostragem A metodologia usada neste trabalho para estimar a quantidade de RCD a nível nacional foi baseada nos procedimentos do documento [13], onde foram usados dados reais de geração de resíduos em obra, quer em casos de construção nova quer em demolição. Nesse documento, para estimar as quantidade geradas devido à reabilitação e uma vez que os casos reais recolhi- dos nesse estudo mostraram-se muito heterogéneos, desde 16.2 a 352 kg/m2, escolheu-se a classificação de tarefas típicas de reabilitação em habitação (renovação de cozinhas, acrescen- 25
  • 26. Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano to de quartos, renovação de instalações sanitárias, recuperação de coberturas), calculando a geração multiplicando um número estimado dessas operações típicas pela sua geração unitária. Ainda segundo [13], após calculada a média da geração em peso por unidade de super- fície em obras de construção, estimou-se a área respectiva de intervenção a partir do valor total, em unidade monetária, do mercado da construção em determinado ano, sabendo tam- bém, a partir de dados estatísticos, qual o valor médio da unidade de área construída. Multipli- cando então a área construída estimada pela geração média por unidade de área, obtém-se a estimativa total da geração em obras de construção nova. Para a demolição, o procedimento básico adoptado em [13] foi apenas obter uma estimativa do número de edifícios a demolir (com base em valores de anos anteriores), multiplicar pela área média de cada intervenção, necessariamente ligada à idade de construção do tipo de edificado a demolir (no referido estu- do, para edifícios construídos entre 1920 e 1969), para finalmente obter a geração de RCD multiplicando a geração unitária baseada na média dos casos reais pela área total a demolir. No presente trabalho, na falta de suficientes obras reais monitorizadas para medição da quantidade de resíduos gerados, tanto para construções novas como para reabilitações e demo- lições, foram utilizados, ao invés, projectos reais de edifícios (pertencentes ao arquivo munici- pal de Lisboa) com idades variadas, desde o a primeira década do séc. XX aos anos 1960-70, dos quais se extraíram as medições necessárias para estimar as quantidades de RCD geradas em operações de demolição e reabilitação. Para estimar os resíduos em construção nova, foram utilizados os valores de geração em m3/m2 do documento [18], convertidos em kg/m2, multiplicando por fim pela área expectável a construir num determinado ano (no presente caso, 2007, para o qual se fez uso dos valores publicados nas estatísticas de 2006). Uma vez que a indústria da construção espanhola tem muitas semelhanças com a portuguesa, conside- rou-se que a utilização dos dados provenientes de [18] era aceitável para uma estimativa da geração de resíduos em obras novas realizadas em território nacional. A parcela da geração de resíduos devido à reabilitação/demolição de obras públicas (estradas) foi estimada a partir de dados reais de geração, sabendo qual a quilometragem respeitante às intervenções. 3.1 Definições e classificação da geração de materiais por tipo de obra, tipo de intervenção e idade da construção Obras de habitação Tipo de intervenção: demolição 26
  • 27. Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano Edifícios anteriores a 1919 Descrição sumária: trata-se essencialmente de edifícios de estrutura resistente à base de pare- des exteriores de alvenaria de pedra, com paredes interiores de funções resistentes em alvena- ria de tijolo maciço inseridos em esqueletos de madeira tipo “gaiola”. As fundações são cons- tituídas basicamente por blocos de alvenaria de pedra (calcário duro), tipicamente com 1 m de profundidade em relação à cota mais baixa das paredes exteriores e com uma sobre largura em relação a esta de 40 cm. As paredes exteriores são revestidas, pelo exterior, com rebocos de cal e areia, sendo o revestimento interior constituído por estuque tradicional (que serve de revestimento em ambas as faces das paredes interiores). Os pavimentos são constituídos por vigas de madeira encastradas nas paredes resistentes exteriores, revestidas superiormente por tabuado de madeira e inferiormente por suportes de madeira revestidos a estuque tradicional. A cobertura é constituída por vigas, madres e ripas de madeira, simplesmente cobertas por telhas cerâmicas tradicionais, cobrindo uma laje de esteira leve em perfis e tabuado de madei- ra. O pavimento térreo é constituído por lajetas de pedra (mármore), assentes sobre uma base de alvenaria de pedra (calcário). As tubagens de abastecimento de água são em chumbo, com as tubagens de drenagem de águas residuais em perfis de grés cerâmico. Os vãos envidraçados têm vidros simples, inseridos em caixilhos de madeira (pinho). As portas são consideradas como placas simples em madeira de pinho, enquanto que as guardas exteriores (varandas) são em ferro fundido. Resumem-se, no Quadro 7, as soluções construtivas consideradas no tipo de edifício anterior a 1919. Edifícios construídos entre 1920 e 1945 O caso utilizado para representar este período não teve como base a medição dos projectos de um ou mais edifícios mas sim os resultados de uma intervenção real, a demolição selectiva realizada pela empresa Ambisider, no âmbito do Programa Cacém Polis. As soluções constru- tivas envolvidas reflectem tanto o período anterior (edifícios anteriores a 1919) como posterior (construídos entre 1946 e 1970), compondo edifícios, neste caso, de qualidade corrente para a época, com poucos pisos e áreas pequenas. Mostram-se, de seguida, algumas fotografias tira- das no local da intervenção (Figura 7, Figura 8 e Figura 9). Edifícios construídos entre 1946 e 1970 Descrição sumária: a estrutura resistente é agora essencialmente composta por pilares, vigas e lajes de betão armado, muito embora paredes interiores de tijolo maciço desempenhem ainda 27
  • 28. Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano funções estruturais, na maioria dos casos. As fundações são já constituídas por betão armado, na forma de sapatas unidas por lintéis, onde assenta o arranque das paredes interiores. As paredes exteriores são revestidas a rebocos de cal e areia pelo exterior e com rebocos à base de estuque tradicional, pelo interior. As paredes interiores são também revestidas com rebocos de estuque tradicional, em ambas as faces. Os pavimentos interiores, já em betão armado, são revestidos superiormente por tabuado de madeira (tipo soalho ou taco), assentes sobre betoni- lha, sendo geralmente estucados inferiormente (estuque tradicional). Quadro 7 - Soluções construtivas consideradas no tipo de edifício anterior a 1919 Materiais resultantes Código LER do Elemento constru- Densidade Componentes Espessura da camada (m) da demolição (selecti- resíduo produzi- tivo (kg/m3) va) do elemento do Alvenaria de pedra Fundações 2000 1.0 (profundidade) (calcário duro) Lajedo de pedra Pedra não contamina- 2700 0.03 170504 (mármore) da Pavimento térreo Alvenaria de pedra 2000 0.1 (calcário duro) Tabuado de madeira 600 0.02 superior Vigamento em madei- Madeira não contami- 600 0.16 (zona das vigas) 170201 Pavimento inter- ra nada médio Tabuado de madeira 600 0.02 inferior Reboco interior - Argamassa à base de 1000 0.02 170802 estuque tradicional gesso Vigamento em madei- 600 0.08 (zona das vigas) ra Madeira não contami- 170201 Tabuado de madeira nada Laje de esteira 600 0.02 inferior Reboco interior - Argamassa à base de 1000 0.02 170802 estuque tradicional gesso Vigamento em madei- Madeira não contami- 600 0.16 (vigas principais) 170201 Cobertura ra nada Telhas 2000 - 2400 0.01 Materiais cerâmicos 170103 Reboco interior - Argamassa à base de 1000 0.02 170802 estuque tradicional gesso Alvenaria de pedra Pedra não contamina- 2000 0.3 - 0.8 170504 Parede exterior (calcário duro) da Reboco exterior Argamassa à base de (argamassa de cal e 1600 0.03 170107 cal areia) Reboco interior - Argamassa à base de 1000 0.02 170802 estuque tradicional gesso Alvenaria em tijolo 2200 0.08 - 0.16 Tijolo cerâmico 170102 maciço Paredes interiores 0.0048 (secção média dos Madeira não contami- Esquadria de madeira 600 170201 elementos, em m2) nada Reboco interior - Argamassa à base de 1000 0.02 170802 estuque tradicional gesso Vidro não contamina- Vidro simples 2200 0.004 170202 Envidraçados do Caixilho 600 0.04 Madeira não contami- Placa simples de 170201 Portas* 600 0.04 nada madeira Guardas de 0.00018 (secção média Ferro fundido 7500 Ferro 170405 varandas dos varões, em m2) Tubagens de 0.003 (espessura da abastecimento de Chumbo 11300 Chumbo 170403 secção circular) água Tubagens de 0.01 (espessura da sec- drenagem de Grés cerâmico 2200 Materiais cerâmicos 170103 ção circular) águas residuais 28
  • 29. Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano Sanitas, lavatórios, Sanitários bidés, banheiras, bases de duches * - em especial interiores Figura 7 - Imagem geral do edificado a demolir (selectivamente), no âmbito de uma fase do Programa Polis Cacém Figura 8 - Pormenor construtivo de uma laje de esteira revestida inferiormente a tabuado (local da intervenção no âmbito do programa Polis Cacém) Nas zonas das cozinhas e instalações sanitárias, o revestimento superior final é geral- mente constituído por lajetas de pedra (tipo calcário duro). A laje térrea é assente sobre uma 29
  • 30. Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano camada de enrocamento calcário, sobre a qual se constrói um massame (betão fracamente armado), coberto por uma betonilha e revestimento final (madeira ou pedra). Na ocorrência de terraços, é provável encontrarem-se camadas de areão, asfalto e mosaico (terraços acessíveis). A cobertura inclinada, tal como anteriormente, é constituída por vigamentos sucessivos de madeira, revestidos com telha cerâmica.Os envidraçados e as portas são em tudo semelhantes aos encontrados em edifícios típicos do período anterior, bem como as guardas das varandas, as tubagens para abastecimento e recolha das águas residuais e os sanitários utilizados. Figura 9 - Habitação (no mesmo local de intervenção) em fase final de demolição Resumem-se, no Quadro 8, as soluções construtivas consideradas no tipo de edifício construído entre 1946 e 1970. Edifícios construídos entre 1971 e 1990 Descrição sumária: Toda a estrutura do edifício - fundações, pilares, vigas e lajes - é composta de betão armado, de tal forma que todas as paredes, interiores quer exteriores, não têm funções estruturais. As fundações são constituídas por sapatas isoladas, a partir das quais arrancam os pilares. As paredes exteriores são realizadas com tijolo cerâmico furado normal, em dupla camada, formando uma caixa-de-ar, geralmente não isolada. Interiormente, as paredes são também constituídas por tijolo furado normal, em fiada única, rebocadas de ambos os lados 30
  • 31. Análise de viabilidade de implantação de centrais de reciclagem de Resíduos de Construção e Demolição em Portugal - Relatório do 1º ano com argamassa de cimento e areia. As lajes interiores, em betão armado, são revestidas com betonilha e tacos de madeira, rebocadas inferiormente com argamassa corrente (cimento e areia). As cozinhas e instalações sanitárias, em geral, são revestidas com elementos cerâmicos, enquanto que os elementos de revestimento em pedra (calcário duro e/ou mármore) ficam geralmente reservados para as áreas de átrio e escadas. A cobertura é também, em geral, cons- truída em betão armado, não isolada, revestida a telha cerâmica tradicional, assente em varas de madeira. Também as chaminés são em betão armado, monolíticas com a laje de cobertura. Quadro 8 - Soluções construtivas consideradas no tipo de edifício construído entre 1946 e 1970 Materiais resultantes da Código LER Elemento constru- Densidade Espessura da camada Componentes demolição (selectiva) do do resíduo tivo (kg/m3) (m) elemento produzido Betão simples 2400 0.4 Betão 170101 Fundações armaduras 7800 Aço 170405 Lajedo de pedra (már- 2700 0.02 Pedra não contaminada 170504 more) Argamassa de cimento e betonilha 2000 0.04 170107 Pavimento térreo areia Massame - betão 2400 0.1 Betão 170101 Massame - armaduras 7800 Aço 170405 Enrocamento calcário 2000 0.05 Pedra não contaminada 170504 Tabuado de madeira 600 0.02 Madeira não contaminada 170201 superior Argamassa de cimento e Pavimento inter- Betonilha 2000 0.04 170107 areia médio Laje de betão 2400 0.1 Betão 170101 Reboco interior - estu- Argamassa à base de ges- 1000 0.02 170802 que tradicional so Argamassa de cimento e Betonilha 2000 0.04 170107 areia Laje de esteira Laje de betão 2400 0.1 Betão 170101 Reboco interior - estu- Argamassa à base de ges- 1000 0.02 170802 que tradicional so Vigamento em madeira 600 0.16 (vigas principais) Madeira não contaminada 170201 Cobertura Telhas 2000 - 2400 0.01 Materiais cerâmicos 170103 Reboco interior - estu- Argamassa à base de ges- 1000 0.02 170802 que tradicional so Parede exterior Tijolo maciço 2200 0.1 - 0.35 Tijolos 170102 Reboco exterior (arga- 1600 0.03 170107 massa de cal e areia) Argamassa à base de cal Reboco interior - estu- Argamassa à base de ges- 1000 0.02 170802 que tradicional so Alvenaria em tijolo Paredes interiores 2200 0.11 - 0.25 Tijolo cerâmico 170102 maciço Reboco interior - estu- Argamassa à base de ges- 1000 0.02 170802 que tradicional so Vidro simples 2200 0.004 Vidro não contaminado 170202 Envidraçados Caixilho 600 0.04 Placa simples de Madeira não contaminada 170201 Portas* 600 0.04 madeira Guardas de 0.00018 (secção média Ferro fundido 7500 Ferro 170405 varandas dos varões, em m2) Tubagens de 0.003 (espessura da abastecimento de Chumbo 11300 Chumbo 170403 secção circular) água Tubagens de 0.01 (espessura da drenagem de Grés cerâmico 2200 secção circular) águas residuais Materiais cerâmicos 170103 Sanitas, lavatórios, Sanitários bidés, banheiras, bases de duches 31