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CULTURA DO TOMATE : Lycopersicon esculentum Mill.
Resumo do Livro: Manual de Culturas Hortícolas, Vol. 2, Domingos Almeida, 2006.
Apontamentos de Alexandre Garcia Santaella.
É uma das nove espécies que constituem o género Lycopersicon, um dos menores da
família Solanaceae. A espécies é originária da costa ocidental da América do Sul, entre
Equador e Chile. Contudo sua domesticação somente ocorre no México, pelos Maias.
As primeiras plantas introduzidas na Europa tinham cor amarela, por isso sendo
chamadas na Itália por pomodoro.
MORFOLOGIA:
Planta herbácea com estatura arbustiva perene, cultivada como anual. Quando semeada
no solo as raízes podem atingir até 1,5 m de profundidade, porém cerca de 75% das
raízes se concentram nos primeiros 45cm. Quando transplantadas são mais superficiais e
de origem adventícia.
Em estufas utilizam cultivares de crescimento indeterminado, correspondem a plantas
que produzem flores durante todo seu ciclo. Já em plantações horto-industriais as
plantas cultivadas são do tipo determinada, em que as flores são produzidas em uma
época e é realizada somente uma colheita.
A inflorescência é do tipo cimeira bíparas, contendo de 5-12 flores, com mautaração da
base ao ápice do cacho (escorpióide). A polinização é autogâmica, porém depende da
presença do polinizador para deposição do pólen no estigma. Temperaturas elevadas
levam ao abortamento floral. O fruto resultante da polinização é dependente do
número de sementes formadas, quanto maior a quantidade maior o peso do fruto. Frutos
são resultado do desenvolvimento dos ovários pluriloculares, sendo o tomatinho cereja
bilocular.
CLASSIFICAÇÃO DOS CULTIVARES:
Podem ser classificados quanto á:
Ciclo: Curto: 90 a 100 dias
Médio: 100-120
Longo: >120 dias.
Tipologia do fruto:
- Redondo: calibre grande, frutos carnudos, de forma aproximadamente esférica
e com costelas +/- evidentes. Colhe-se individualmente.
- Roma ou chucha: Oblongo de colheita individual.
- Cocktail: de pequeno diâmetro, 35-45mm, 2-4 lóculos, colhidos em cachos.
- Cereja: redondos ou ovoídes, de calibre entre 15-35 mm. 10-30g, de 2 -4
lóculos.
- Coração de boi: carnudos, de cultivares antigas, multiloculares, com costelas
bem definidas
SEMENTES E GERMINAÇÃO:
Temperatura óptima para germinação entre 18-30ºC. Acima de 35ºC e abaixo de 10ºC a
germinação é deficiente. As sementes necessitam de 90-100 graus dias para germinar
sem apresentar anormalidades, ou seja levam 6 dias a temperatura de 25ºC.
Giberelinas e auxinas favorecem a germinação. Ácido abscíssico inibe a germinação.
DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO:
Tem um período muito curto, sendo que as flores podem passar a surgir apartir da 3º
folha verdadeira. Ou seja dura cerca de quatro semanas.
FLORAÇÃO:
Não exige condições ambientais específicas, contudo a floração é favorecida por
termoperíodos diários de 10ºC. O surgimento da primeira inflorescência é controlado
geneticamente, ou seja varia de cultivar para cultivar. Alta incidência de radiação solar
diminui a necessidade de folhas para o aparecimento da primeira inflorescência.
As flores se abrem pela manhã, contudo a liberação pólen só ocorre duas horas após a
abertura da flor. Contudo o estigma permanece receptivo durante 7 dias e até mesmo 16
h antes de se abrir a flor. O pólen quando estocado entre 18-25ºC mantém-se viável de
2-5dias após a antese.
O fruto cresce de forma sigmoidal, as primeiras duas semanas de divisão celular lenta,
seguido de uma fase exponencial de 3-5 semanas e termina com a fase de desaceleração
das duas semanas finais de crescimento.
ACIDENTES FISIOLÓGICOS:
Necrose apical: deficiência localizada de cálcio. São várias e complexas as interacções
que levam a esta deficiência.
Fruto oco: ocorre em condições de baixa luminosidade. Favorecido por excesso de N,
enquanto o excesso de K inibe sua ocorrência.
Fendilhamento: formam-se rachaduras. Está relacionado com o aumento da pressão
radicular e diminuição da transpiração da planta.
Mancha imatura: ocorre em condições de excesso de vigor vegetativo, caracterizada por
uma mancha de cor esverdeada.
Escaldão: Ocorre devido a incidência directa de raios solares sobre o fruto ainda verde.
Caso o fruto atinja temperaturas acima de 50ºC por mais de 10 minutos, é o suficiente
para ocorrer o escaldão.
EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS:
O tomate é uma planta de estação quente e sensível a geadas. Contudo a ampla gama de
cultivares, esta cultura pode ser plantada em regiões que fiquem até 110 dias sem
geadas.
O crescimento é óptimo em temperaturas diurnas de 22-25ºC e nocturnas de 15-18ºC. A
temperatura mínima para o crescimento é de 8ºC e máxima de 32ºC. A temperatura
óptima para floração ocorre a 21ºC, porém não é um factor determinante na floração. A
temperatura ótima para maturação dos frutos ocorre entre 15-22ºC e para o vingamento
entre 18-24ºC. A polinização é deficiente em temperaturas inferiores a 10ºC, superiores
a 37ºC o crescimento do tubo polínico não ocorre a as flores abortam.
A humidade adequada em estufas gira em torno de 70-80%, superiores a 90% favorece
a incidência de doenças.
PREFERÊNCIAS EDÁFICAS:
Adapta-se bem a solos profundos, de textura franca ou areno-argilosa. Não tolera
encharcamento no solo. Possui uma sensibilidade moderada a salinidade, altos valores
de salinidade do solo diminuem a produtividade e favorecem a qualidade do fruto. O pH
ideal do solo é entre 5,5 e 7,0.
TECNOLOGIA DA CULTURA EM ESTUFA NO SOLO:
Preparação do terreno: A desinfestação química faz parte do processo e deve ser
efectuada periodicamente. A mobilização deve permitir incorporar a fertilização a
fundo edeixar o terreno nivelado, permitindo melhor arejamento do solo e infiltração da
água.
Instalação: A cultura em estufa deve ser instalada por transplantação. Quando a cultura
é instlada no inverno, as plantas são mais compactas e com inflorescência precoce.
Culturas instaladas no verão as plantas são mais esguias, entrenós mais longos,
inflorescência com menos flores e mais tardias.
Plantação e compassos: No solo em estufas a entrelinha varia de 70-125 cm e entre
plantas de 35-60cm.
Fertilização: A absorção de NPK aumenta muito no inicio do vingamento dos frutos.
Par uma maior qualidade de frutos deve ser feita adubação na razão de N:K2O na
ordem de 1:2 e 1:3. Adubação azotada promove maior crescimento dos frutos.
Água e rega: Após transplantação deve ser feita rega abundante para evitar a crise de
transplantação. A planta é sensível a falta de água em vários estádio de
desenvolvimento.
Poda e tutoragem: Quando a planta atinge dois metros de altura realiza-se a desponta
que favorece a antecipação da produção, aumento do calibre dos frutos e encurtamento
do ciclo. Em outros casos é mais favorável dobrar o ápice sob o arame.
Polinização: Em estufa é vantajoso a utilização de colmeias para promover maior
frutificação e número de sementes por fruto. A instalação de 1 colmeia a cada 1000m2
é
recomendada para o início da floração. Posteriormente com o aumento de flores por
planta pode aumentar par 2 colmeias na mesma área.
Estufas de tamanho diminuto não é recomendado a instalação da colmeia, devido ao
pequeno número de planta numa mesma área pode ocasionar em muitas visitas em uma
mesma flor, levando a danificá-la.
A polinização pode ser feita por vibradores eléctricos especializados ou blowers, que
atuam por ventilação. A utilização destes aparelhos requerem uma grande mão de obra e
tempo de actuação, porém levam a uma maior quantidade de sementes por frutos,
consequentemente um aumento de peso dos frutos.
Outras operações: Pode-se efectuar a retirada das folhas inferiores para favorecer a
maturação dos e melhorar o arejamento da cultura. Podar os cachos é um alternativa
para favorecer o calibre e uniformidade dos frutos.
Colheita: Colheita em estufas ocorre manualmente e os rendimentos alcançam de 90-
150t/ha.
TOMATE CULTIVADO SEM SOLO (EM SUBSTRATO)
Entre os substratos mais utilizados são lã de rocha, perlite, fibra de coco, misturas de
turfa e casca de pinheiro. A solução nutritiva adequada deve ser escolhida de acordo
com a fase em que a cultura se encontra, sendo regulada com base na CE (condutividade
elétrica) e pH.
Como regras de fertirega do tomate temos:
-Aumentar a concentração de Ca em 40mg/ml em situações de
evapotranspiração elevada.
-Manter a concentração de K ligeiramente inferior a de Ca.
- Reduzir o teor de K sempre que a água estiver um teor de sólidos elevado.
- Antes de se instalar a cultura no substrato deve-se satura o mesmo com solução
nutritiva com CE entre 2,5 e 3,0 e pH entre 5,5 e 6,0.
- A solução deve variar de acordo como estádio de desenvolvimento da cultura e
época do ano. Estações frias deve-se elevar a CE e aumentar o N, para promover um
maior vigor entre as plantas que crescerão menos, devido as baixas temperaturas. Já em
estações quentes deve-se diminuir a CE e o N, pois as plantas apresentam maior vigor
devido a temperatura não necessitando de maiores quantidades de nutrientes.
- A frequência de regas deve-se adequar as condições meteorológicas. Sendo
baseada na evapotranspiração potencial da cultura.
PÓS-COLHEITA:
A classificação do tomate é feita com base na cor e no tamanho do fruto. Os frutos
avariados (que apresentem podridões, sujeiras, cicatrizes, fendas ou pisaduras) são
excluídos comercialmente. O calibre mínimo para comercialização é de 35mm para
frutos redondos e sulcados e de 30mm para oblongos. O tomate cereja não apresenta
tamanho mínimo para comercialização.
É uma fruta susceptível a danos por frio. Para o fruto maduro 8-10ºC com umidade de
90-95% são as melhores condições de para um curto período de armazenamento. Não há
grades vantagens na utilização de atmosfera controlada para conservação do tomate.

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  • 1. CULTURA DO TOMATE : Lycopersicon esculentum Mill. Resumo do Livro: Manual de Culturas Hortícolas, Vol. 2, Domingos Almeida, 2006. Apontamentos de Alexandre Garcia Santaella. É uma das nove espécies que constituem o género Lycopersicon, um dos menores da família Solanaceae. A espécies é originária da costa ocidental da América do Sul, entre Equador e Chile. Contudo sua domesticação somente ocorre no México, pelos Maias. As primeiras plantas introduzidas na Europa tinham cor amarela, por isso sendo chamadas na Itália por pomodoro. MORFOLOGIA: Planta herbácea com estatura arbustiva perene, cultivada como anual. Quando semeada no solo as raízes podem atingir até 1,5 m de profundidade, porém cerca de 75% das raízes se concentram nos primeiros 45cm. Quando transplantadas são mais superficiais e de origem adventícia. Em estufas utilizam cultivares de crescimento indeterminado, correspondem a plantas que produzem flores durante todo seu ciclo. Já em plantações horto-industriais as plantas cultivadas são do tipo determinada, em que as flores são produzidas em uma época e é realizada somente uma colheita. A inflorescência é do tipo cimeira bíparas, contendo de 5-12 flores, com mautaração da base ao ápice do cacho (escorpióide). A polinização é autogâmica, porém depende da presença do polinizador para deposição do pólen no estigma. Temperaturas elevadas levam ao abortamento floral. O fruto resultante da polinização é dependente do número de sementes formadas, quanto maior a quantidade maior o peso do fruto. Frutos são resultado do desenvolvimento dos ovários pluriloculares, sendo o tomatinho cereja bilocular. CLASSIFICAÇÃO DOS CULTIVARES: Podem ser classificados quanto á: Ciclo: Curto: 90 a 100 dias Médio: 100-120
  • 2. Longo: >120 dias. Tipologia do fruto: - Redondo: calibre grande, frutos carnudos, de forma aproximadamente esférica e com costelas +/- evidentes. Colhe-se individualmente. - Roma ou chucha: Oblongo de colheita individual. - Cocktail: de pequeno diâmetro, 35-45mm, 2-4 lóculos, colhidos em cachos. - Cereja: redondos ou ovoídes, de calibre entre 15-35 mm. 10-30g, de 2 -4 lóculos. - Coração de boi: carnudos, de cultivares antigas, multiloculares, com costelas bem definidas SEMENTES E GERMINAÇÃO: Temperatura óptima para germinação entre 18-30ºC. Acima de 35ºC e abaixo de 10ºC a germinação é deficiente. As sementes necessitam de 90-100 graus dias para germinar sem apresentar anormalidades, ou seja levam 6 dias a temperatura de 25ºC. Giberelinas e auxinas favorecem a germinação. Ácido abscíssico inibe a germinação. DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO: Tem um período muito curto, sendo que as flores podem passar a surgir apartir da 3º folha verdadeira. Ou seja dura cerca de quatro semanas. FLORAÇÃO: Não exige condições ambientais específicas, contudo a floração é favorecida por termoperíodos diários de 10ºC. O surgimento da primeira inflorescência é controlado geneticamente, ou seja varia de cultivar para cultivar. Alta incidência de radiação solar diminui a necessidade de folhas para o aparecimento da primeira inflorescência. As flores se abrem pela manhã, contudo a liberação pólen só ocorre duas horas após a abertura da flor. Contudo o estigma permanece receptivo durante 7 dias e até mesmo 16 h antes de se abrir a flor. O pólen quando estocado entre 18-25ºC mantém-se viável de 2-5dias após a antese.
  • 3. O fruto cresce de forma sigmoidal, as primeiras duas semanas de divisão celular lenta, seguido de uma fase exponencial de 3-5 semanas e termina com a fase de desaceleração das duas semanas finais de crescimento. ACIDENTES FISIOLÓGICOS: Necrose apical: deficiência localizada de cálcio. São várias e complexas as interacções que levam a esta deficiência. Fruto oco: ocorre em condições de baixa luminosidade. Favorecido por excesso de N, enquanto o excesso de K inibe sua ocorrência. Fendilhamento: formam-se rachaduras. Está relacionado com o aumento da pressão radicular e diminuição da transpiração da planta. Mancha imatura: ocorre em condições de excesso de vigor vegetativo, caracterizada por uma mancha de cor esverdeada. Escaldão: Ocorre devido a incidência directa de raios solares sobre o fruto ainda verde. Caso o fruto atinja temperaturas acima de 50ºC por mais de 10 minutos, é o suficiente para ocorrer o escaldão. EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS: O tomate é uma planta de estação quente e sensível a geadas. Contudo a ampla gama de cultivares, esta cultura pode ser plantada em regiões que fiquem até 110 dias sem geadas. O crescimento é óptimo em temperaturas diurnas de 22-25ºC e nocturnas de 15-18ºC. A temperatura mínima para o crescimento é de 8ºC e máxima de 32ºC. A temperatura óptima para floração ocorre a 21ºC, porém não é um factor determinante na floração. A temperatura ótima para maturação dos frutos ocorre entre 15-22ºC e para o vingamento entre 18-24ºC. A polinização é deficiente em temperaturas inferiores a 10ºC, superiores a 37ºC o crescimento do tubo polínico não ocorre a as flores abortam. A humidade adequada em estufas gira em torno de 70-80%, superiores a 90% favorece a incidência de doenças. PREFERÊNCIAS EDÁFICAS:
  • 4. Adapta-se bem a solos profundos, de textura franca ou areno-argilosa. Não tolera encharcamento no solo. Possui uma sensibilidade moderada a salinidade, altos valores de salinidade do solo diminuem a produtividade e favorecem a qualidade do fruto. O pH ideal do solo é entre 5,5 e 7,0. TECNOLOGIA DA CULTURA EM ESTUFA NO SOLO: Preparação do terreno: A desinfestação química faz parte do processo e deve ser efectuada periodicamente. A mobilização deve permitir incorporar a fertilização a fundo edeixar o terreno nivelado, permitindo melhor arejamento do solo e infiltração da água. Instalação: A cultura em estufa deve ser instalada por transplantação. Quando a cultura é instlada no inverno, as plantas são mais compactas e com inflorescência precoce. Culturas instaladas no verão as plantas são mais esguias, entrenós mais longos, inflorescência com menos flores e mais tardias. Plantação e compassos: No solo em estufas a entrelinha varia de 70-125 cm e entre plantas de 35-60cm. Fertilização: A absorção de NPK aumenta muito no inicio do vingamento dos frutos. Par uma maior qualidade de frutos deve ser feita adubação na razão de N:K2O na ordem de 1:2 e 1:3. Adubação azotada promove maior crescimento dos frutos. Água e rega: Após transplantação deve ser feita rega abundante para evitar a crise de transplantação. A planta é sensível a falta de água em vários estádio de desenvolvimento. Poda e tutoragem: Quando a planta atinge dois metros de altura realiza-se a desponta que favorece a antecipação da produção, aumento do calibre dos frutos e encurtamento do ciclo. Em outros casos é mais favorável dobrar o ápice sob o arame. Polinização: Em estufa é vantajoso a utilização de colmeias para promover maior frutificação e número de sementes por fruto. A instalação de 1 colmeia a cada 1000m2 é recomendada para o início da floração. Posteriormente com o aumento de flores por planta pode aumentar par 2 colmeias na mesma área.
  • 5. Estufas de tamanho diminuto não é recomendado a instalação da colmeia, devido ao pequeno número de planta numa mesma área pode ocasionar em muitas visitas em uma mesma flor, levando a danificá-la. A polinização pode ser feita por vibradores eléctricos especializados ou blowers, que atuam por ventilação. A utilização destes aparelhos requerem uma grande mão de obra e tempo de actuação, porém levam a uma maior quantidade de sementes por frutos, consequentemente um aumento de peso dos frutos. Outras operações: Pode-se efectuar a retirada das folhas inferiores para favorecer a maturação dos e melhorar o arejamento da cultura. Podar os cachos é um alternativa para favorecer o calibre e uniformidade dos frutos. Colheita: Colheita em estufas ocorre manualmente e os rendimentos alcançam de 90- 150t/ha. TOMATE CULTIVADO SEM SOLO (EM SUBSTRATO) Entre os substratos mais utilizados são lã de rocha, perlite, fibra de coco, misturas de turfa e casca de pinheiro. A solução nutritiva adequada deve ser escolhida de acordo com a fase em que a cultura se encontra, sendo regulada com base na CE (condutividade elétrica) e pH. Como regras de fertirega do tomate temos: -Aumentar a concentração de Ca em 40mg/ml em situações de evapotranspiração elevada. -Manter a concentração de K ligeiramente inferior a de Ca. - Reduzir o teor de K sempre que a água estiver um teor de sólidos elevado. - Antes de se instalar a cultura no substrato deve-se satura o mesmo com solução nutritiva com CE entre 2,5 e 3,0 e pH entre 5,5 e 6,0. - A solução deve variar de acordo como estádio de desenvolvimento da cultura e época do ano. Estações frias deve-se elevar a CE e aumentar o N, para promover um maior vigor entre as plantas que crescerão menos, devido as baixas temperaturas. Já em
  • 6. estações quentes deve-se diminuir a CE e o N, pois as plantas apresentam maior vigor devido a temperatura não necessitando de maiores quantidades de nutrientes. - A frequência de regas deve-se adequar as condições meteorológicas. Sendo baseada na evapotranspiração potencial da cultura. PÓS-COLHEITA: A classificação do tomate é feita com base na cor e no tamanho do fruto. Os frutos avariados (que apresentem podridões, sujeiras, cicatrizes, fendas ou pisaduras) são excluídos comercialmente. O calibre mínimo para comercialização é de 35mm para frutos redondos e sulcados e de 30mm para oblongos. O tomate cereja não apresenta tamanho mínimo para comercialização. É uma fruta susceptível a danos por frio. Para o fruto maduro 8-10ºC com umidade de 90-95% são as melhores condições de para um curto período de armazenamento. Não há grades vantagens na utilização de atmosfera controlada para conservação do tomate.