O documento discute educação especial na perspectiva inclusiva. Ele define educação especial e atendimento educacional especializado, e discute o público-alvo da educação especial, incluindo alunos com deficiência física, intelectual, visual, auditiva e autismo, bem como alunos com altas habilidades. O documento também fornece diretrizes sobre como adaptar o currículo e avaliar alunos com deficiência intelectual.
2. O QUE É EDUCAÇÃO ESPECIAL
É uma modalidade de
ensino que perpassa todos
os níveis, etapas e
modalidades, realiza o
atendimento educacional
especializado, disponibiliza
recursos e serviços e orienta
quanto a sua utilização no
processo de ensino e
aprendizagem nas turmas
comuns do ensino regular.
3. O que é?
Atendimento Educacional Especializado?
Conjunto de atividades, recursos de
acessibilidade e pedagógicos organizados de
forma complementar ou sua suplementar à
formação dos alunos no ensino regular.
Sala de Recursos Multifuncional?
São ambientes dotados de equipamentos,
mobiliários e materiais didáticos e pedagógicos
para a oferta do AEE.
4. Atendimento Educacional
Especializado
Tem como função identificar,
elaborar e organizar recursos
pedagógicos e de
acessibilidade que eliminem
barreiras para plena
participação dos alunos,
considerando suas
necessidades específicas.
As atividades desenvolvidas
no AEE diferenciam-se das
realizadas na sala de aula
comum, NÃO sendo
substitutivas à escolarização.
5. PÚBLICO ALVO DA
EDUCAÇÃO ESPECIAL
Alunos com deficiência física,
intelectual, visual, auditiva(surdez) e
transtorno do espectro autista;
Alunos com Altas
Habilidades/Superdotação.
6. FALE
Que tem
Com
Que têm
A deficiência
(Física, Intelectual,
Visual, Auditiva, Surdez,
Paralisia Cerebral, TEA,
AH,outros).
Pessoa
ou
Pessoas QUE
Enfrentam
desafios físicos;
Usam cadeiras
de rodas;
São cegos;
São surdos;
Pessoa
ou
Pessoas
8. Deficiência
Intelectual: o que é?
Para o DSM-V (Manual Diagnóstico e Estatístico
de Transtornos Mentais 4º Ed. texto revisado) o
diagnóstico de Deficiência Intelectual é embaso
em três importantes critérios: Critério A: QI-
Quoeficiente de Inteligência abaixo de 70;
Critério B: Limitações significativas no
funcionamento adaptativo em pelo menos duas
das seguintes áreas de habilidades:
comunicação, autocuidados, vida doméstica,
habilidades sociais/interpessoais, uso de recursos
comunitários, autossuficiência, habilidades
acadêmicas, trabalho, lazer, saúde e segurança;
Critério C: Ocorrer antes dos 18 anos.
A DI pode ser definida como “funcionamento
intelectual inferior à média”, levando-se em
conta o QI (quociente intelectual) do indivíduo
associado às limitações adaptativas empelo
menos duas áreas das seguintes habilidades:
9. Lazer
Saúde
Segurança
Trabalho
Comunicação
Autocuidado
Determinação
Vida no lar
Adaptação social
Funções acadêmicas
Uso de recursos da comunidade
10. CAUSAS DA
DEFICIÊNCIAINTELECTUAL
a) Hereditariedade (5%): Mutações gênicas, erros
inatos metabólicos;
b) Alterações precoces do desenvolvimento
embrionário (aproximadamente 30%): alterações
cromossômicas (ex: Síndrome de Down) ou dano
pré-natal causado por toxinas (por ex., consumo
materno de álcool, infecções como a Rubéola);
c) Problemas da gravidez e
perinatais (aproximadamente 10%): desnutrição
fetal, prematuridade, hipóxia, infecções virais,
trauma encefálico, entre outras;
d) Condições médicas gerais adquiridas no início
da infância (aproximadamente 5%): infecções,
traumas e envenenamento (por ex., devido ao
chumbo);
e) Influências ambientais e outros transtornos
mentais (aproximadamente 15-20%): privação de
afeto e cuidados (maus tratos) bem como a falta
estimulação social, linguística e outras;
f) Transtorno Invasivo do Desenvolvimento Severo.
11. CARACTERÍSTICAS DE DI
Falta de concentração;
entraves na comunicação e na interação;
Menor capacidade para entender a lógica de
funcionamento das línguas, por não
compreender a representação escrita ou
necessitar de um sistema de aprendizado
diferente.
12. DIAGNÓSTICO
É feito pelo psicólogo, pois é o único
profissional habilitado para utilizar os
instrumentos psicológicos necessários
para constatação do QI-Quoeficiente
Intelectual do indivíduo através de vários
instrumentos padronizados para este fim,
entre eles estão: as Escalas Wechsler de
Inteligência: WISC-III (6 a 16 anos) e WAIS
– III (adulto), Stanford-Binet e Bateria
Kaufman de Avaliação para Crianças
que somados as informações da história
de vida da pessoa e as condições atuais
que vivencia.
Será diagnosticado com Deficiência
Intelectual os indivíduos que
apresentarem QI abaixo de 70 com
déficits significativos no comportamento
adaptativo. Não deve ser diagnosticada
em indivíduos com um QI inferior a 70, se
não existirem déficits ou prejuízos
significativos no funcionamento
adaptativo (DSM-IV), nesta situação é
importante aprofundar a investigação a
fim de verificar as variáveis que
influenciaram no resultado.
13. Apesar de o nível intelectual ser diagnosticado
pelo psicólogo, é muito importante que a
avaliação seja multiprofissional na qual a pessoa
passará por vários profissionais: neurologistas,
psiquiatras, fonoaudiólogos, psicopedagogos,
entre outros, conforme a necessidade de cada
caso, com uma comunicação clara e eficiente
entre estes profissionais para que o diagnóstico
seja o mais completo possível, assim como o
prognóstico e formas de tratamento.
No trabalho com os Deficientes Intelectuais, o
objetivo principal é estimular as áreas em que há
dificuldades/limitações. Os principais profissionais
envolvidos são educadores especiais, psicólogos,
fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais. Os
medicamentos são prescritos e utilizados quando
a Deficiência Intelectual está associada a outras
doenças como a epilepsia, transtornos, etc.
14. Qual é o termo que devo usar?
Deficiência Mental ou
Deficiência Intelectual?
O indivíduo com Deficiência Intelectual
recebeu inúmeras terminologias durante o
processo histórico: oligofrênico; cretino;
tonto; imbecil; idiota; débil profunda;
criança subnormal; criança mentalmente
anormal; mongolóide; criança atrasada;
criança eterna; criança excepcional;
retardada mental em nível
dependente/custodial, treinável/adestrável
ou educável; deficiente mental em nível
leve, moderado, severo ou profundo (nível
estabelecido pela Organização Mundial
da Saúde, 1968); criança com déficit
intelectual; criança com necessidades
especiais; criança especial, etc., (SASSAKI,
2005).
15. O termo Deficiência Intelectual vem sendo
utilizado desde 1995 e sendo incorporado no
mundo todo. Segundo Sassaki (2005), o
termo intelectual é mais apropriado por
referir-se ao funcionamento do intelecto
especificamente e não ao funcionamento
da mente como um todo e também consiste
em podermos melhor distinguir
entre deficiência mental e transtorno mental
16. INTERFACES ENTRE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E
TRANSTORNO MENTAL
Ambos apresentam uma disfunção, ou seja,
comprometimento do Sistema Nervoso
Central -SNC.
É necessária uma avaliação criteriosa por
profissionais especializados para diferenciar
os quadros e definir condutas a serem
adotadas, que vão caracterizar melhor a
legislação e rede de recursos a ser
acionada.
Segundo especialistas, o Transtorno Mental
pode ocorrer em 20% ou até 30% dos casos
de Deficiência Intelectual.
17. DIFERENÇAS ENTRE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E
TRANSTORNO MENTAL
Idade do diagnóstico da Deficiência Intelectual vai
até os 18 anos. No geral, no caso do Transtorno
Mental não se tem uma idade estabelecida.
Outra diferença está no tipo de diagnóstico, o
indivíduo com Transtorno Mental sem comorbidades
não apresenta QI rebaixado quando
adequadamente tratado. Outra diferença é a
caracterização neuropsicobiológica do tipo de
comprometimento (tipo de disfunção, de alteração
neurológica,de padrão comportamental, etc.).
Comumente o Deficiente Intelectual apresenta
quadro irreversível e exige terapias mais específicas
para preservação, desenvolvimento das
potencialidades existente.
18. A principal diferença entre as duas classificações é
que, na Deficiência Intelectual, há uma limitação no
desenvolvimento das funções necessárias para
compreender e interagir com o meio, enquanto no
Transtorno Mental, essas funções existem, mas ficam
comprometidas pelos fenômenos psíquicos
aumentados ou anormais.
Saber diferenciar a Deficiência Intelectual do Transtorno
Mental é um passo crucial para evitar equívocos que
possam prejudicar a pessoa e seus familiares em seu
diagnóstico, prognósticos e tratamento como também
as consequências das mudanças psicológicas,
financeiras e sociais advindas do falso diagnóstico.
Assim, a conduta profissional correta favorecerá o
delineamento de intervenções que contribuam para
comportamentos adaptativos mais adequados,
promovendo mais qualidade de vida para a pessoa e
seus familiares.
19. COMPREENDENDO O ALUNO
COM DI Alunos com dificuldade
de concentração
precisam de espaço
organizado, rotina,
atividades lógicas e
regras. Ele precisa
desenvolver a
habilidade de prestar
atenção com
estratégias diferenciadas
para, depois, entender o
conteúdo", diz Maria
Tereza Eglér Mantoan,
doutora e docente em
psicologia educacional.
20. DIDÁTICA PARA O ENSINO DE
ALUNOSCOM DI
Segundo Piaget, não existe
uma diferença estrutural entre
o desenvolvimento cognitivo
de pessoas com ou sem
deficiência. Portanto, para ele
a única diferença das pessoas
com deficiência intelectual
para com as sem deficiência
intelectual se observa através
do ritmo da construção das
estruturas mentais, ou seja, a
pessoa com DI desenvolve-se
mais lentamente e não
consegue concluir o processo
de construção das estruturas
da inteligência.
21. Mantoan (1992) assinala que
os indivíduos com deficiência
intelectual configuram uma
construção inacabada, tendo
uma lentidão significativa no
processo intelectual. Portanto
cabe a escola proporcionar
condições que possibilite o
desenvolvimento das
potencialidades, sem levar em
conta as características da
deficiência e sim o que ele
possa estar desenvolvendo.
22. Manter uma rotina diária de trabalhos;
Utilizar cartazes de referencias e orientações:
calendário, presença, rotina, aniversário, alfabeto,
números, etc.;
Propor trabalhos e atividades que possam auxiliar o
desenvolvimento de habilidades adaptativas: sociais,
de comunicação, cuidados pessoais, autonomia;
As atividades devem ser explicadas de forma lenta e
tranquila, repetindo quantas vezes forem necessárias,
(a repetição e rotina de aplicação das atividades,
possui grande importância no desenvolvimento,
compreensão e aprendizagem de alunos com
deficiência intelectual.
Exemplos de estratégias
possíveis de serem
desenvolvidas:
23. ADAPTAÇÃO CURRICULAR
PARA ALUNOS COM DI
Adaptação curricular está fundamentada em
quatro critérios básicos:
1- O que o aluno deve aprender.
2- Como e quando aprender.
3- Que formas de organização do ensino são
mais eficientes no processo de aprendizagem.
4- O que, como e quando avaliar o aluno.
24. COMO AVALIAR O ALUNO
COM DI
Vários instrumentos podem ser utilizados, com
sucesso, para avaliar os alunos, permitindo um
acompanhamento do seu percurso escolar e a
evolução de suas competências e de seus
conhecimentos. Um dos recursos que poderá
auxiliar o professor a organizar a produção dos
seus alunos e por isso avaliar com eficiência é
utilizar um portfólio. A utilização do portfólio
permite conhecer a produção individual dos
alunos e analisar a eficiência das práticas
pedagógicas do professor.