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ARQUIGRAFIA - AMBIENTE COLABORATIVO PARA O
           COMPARTILHAMENTO DE IMAGENS DE ARQUITETURA



 ROZESTRATEN, ARTUR S. (1); MARTINEZ, MARIA L. (2); GEROSA, MARCO A. (3);
  KON, FABIO (4); DOS SANTOS, ANA PAULA O. (5); MICHALSKY, STRAUS (6);
   MARQUES, ELIANA DE AZEVEDO (7); NEVES, ELISABETE DA C. (8); ALVES,
                 REJANE (9); FUKUMOTO, SAMUEL C. G. (10)

  1. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Departamento de Tecnologia
                    Rua do Lago, 876 Cidade Universitária 05508-080 São Paulo SP
                                       artur.rozestraten@usp.br

2. Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. Departamento de Jornalismo e Editoração
         Avenida Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443 Cidade Universitária 05508-020 São Paulo SP
                                           ml.martinez@usp.br

            3. Instituto de Matemática e Estatística. Departamento de Ciência da Computação
                     Rua do Matão, 1010 Cidade Universitária 05508-090 São Paulo SP
                                            gerosa@ime.usp.br

            4. Instituto de Matemática e Estatística. Departamento de Ciência da Computação
                     Rua do Matão, 1010 Cidade Universitária 05508-090 São Paulo SP
                                             kon@ime.usp.br

   5. Instituto de Matemática e Estatística. Mestranda junto ao Departamento de Ciência da Computação
                     Rua do Matão, 1010 Cidade Universitária 05508-090 São Paulo SP
                                        anapaulao.santos@gmail.com

   6. Instituto de Matemática e Estatística. Mestrando junto ao Departamento de Ciência da Computação
                     Rua do Matão, 1010 Cidade Universitária 05508-090 São Paulo SP
                                             strausmm@gmail.com

     7. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Biblioteca da FAUUSP
                    Rua do Lago, 876 Cidade Universitária 05508-080 São Paulo SP
                                          emarques@usp.br

     8. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Biblioteca da FAUUSP
                    Rua do Lago, 876 Cidade Universitária 05508-080 São Paulo SP
                                          beteneves@usp.br
9. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Biblioteca da FAUUSP
                     Rua do Lago, 876 Cidade Universitária 05508-080 São Paulo SP
                                             minori@usp.br

                10. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.
                     Rua do Lago, 876 Cidade Universitária 05508-080 São Paulo SP
                                   samuel_fukumoto@yahoo.com.br


RESUMO
Este artigo apresenta o trabalho em andamento realizado em parceria com oo Setor Audiovisual da Biblioteca
da FAUUSP para a digitalização, a catalogação e a inserção de imagens de arquitetura brasileira, slides, no
sistema da Rede Social ARQUIGRAFIA para difusão do acervo ao público na Internet. O projeto A RQUIGRAFIA
conjuga uma equipe multidisciplinar de pesquisadores da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Escola
de Comunicação e Artes, e do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo, e conta
com o apoio da FAPESP (2009/18342-0), e da Pró-reitoria de Pesquisa da USP, para a constituição de um
ambiente colaborativo na Web, que conjugue acervos institucionais digitalizados e acervos digitais de
usuários-colaboradores, para o estudo e a construção de conhecimento sobre arquiteturas e espaços urbanos
a partir da imagem fotográfica.

Palavras-chave: Fotografia de arquitetura. Web 2.0. Ambiente colaborativo.


1. INTRODUÇÃO
O projeto Arquigrafia visa a criação de um ambiente colaborativo para a visualização, interação e
compartilhamento de imagens digitais de arquitetura – fotografias, desenhos e vídeos –, na Internet.

O sistema também pode ser acessado por dispositivos móveis – smartphones e tablets –,
valendo-se de aplicativos da plataforma Android/Google, de modo que os usuários – estudantes de
arquitetura, professores, arquitetos, fotógrafos e demais interessados no assunto –, podem navegar
no acervo georeferenciado do Arquigrafia enquanto circulam pelas cidades, visualizando imagens,
interagindo com outros usuários, e colaborando para o crescimento contínuo do acervo ao enviarem
suas próprias imagens para o sistema, com os direitos autorais preservados pelo Creative
Commons.

O objetivo principal do projeto é contribuir para o estudo, a docência, a pesquisa e a difusão da
cultura arquitetônica e urbanística, ao promover interações colaborativas entre pessoas e
instituições, compartilhando opiniões sobre um acervo iconográfico especializado. O processo de
projeto do website, e a dinâmica de composição e uso deste acervo original, possibilitam à equipe
de pesquisadores a investigação científica e o desenvolvimento de tecnologias quanto:

   à integração de metodologias ágeis e de usabilidade no desenvolvimento de projetos na Web,
    em contextos centrados nos usuários e nas comunidades;

   ao desenvolvimento de um ferramental de software livres, baseado em componentes para a
    construção de sistemas colaborativos na Web 2.0, que poderá ser adaptado e aplicado a outros
    casos análogos, futuramente;

   ao desenvolvimento de aplicativos para sistemas móveis, com base no sistema operacional
    Android;

   ao estudo dos critérios de catalogação de imagens, digitalização de acervos de slides, e
    padronização de acervos iconográficos conforme parâmetros internacionais (Formato MARC,
    Machine Readable Cataloging) e do AACR2 (Código de Catalogação Anglo-Americano);

   ao estudo das interações entre os processos de construção de conhecimento individuais e
    coletivos, a partir da formulação e compartilhamento de juízos/interpretações sobre aspectos
    plásticos-espaciais percebidos em imagens de arquitetura;
   ao estudo da cultura Open acess, suas possibilidades de intercâmbio, e seus desdobramentos
    interativos nas relações virtuais e nas relações reais nas cidades.

Considerando a inexistência de um acervo específico de imagens de arquitetura, organizado e
disponível para amplo acesso na Internet, esse projeto permitirá a criação coletiva e colaborativa de
um conjunto iconográfico que virá a complementar o material visual existente a respeito da
arquitetura brasileira, colaborando para estimular a cultura arquitetônica, e promover a interação
entre diferentes perfis de usuários na Internet, e também em diferentes espaços urbanos reais.

A convergência de duas experiências anteriores fundamenta conceitualmente a p roposta do projeto
Arquigrafia.

A primeira delas é a iniciativa de doação de imagens fotográficas que originou o acervo de slides da
Biblioteca da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, F AUUSP. Tal
ação coletiva, empreendida por alunos e professores articulados em torno do MUSEU e do Grêmio
dos alunos da FAU,GFAU, desde meados dos anos 60, resultou na composição do maior acervo de
imagens de arquitetura do hemisfério sul, com mais de 82 mil imagens.

A segunda é o projeto do Museu de Crescimento Ilimitado (1939) de Le Corbusier (1887-1965),
proposto como uma espiral quadrada, que configuraria um ambiente linear capaz de se expandir
continuamente, no ritmo da ampliação permanente de seu acervo.

A iniciativa colaborativa que, entre os anos 60 e 80, em outro contexto e com outros recursos
técnicos, formou o acervo atual de slides da FAUUSP, pode ser reformulada hoje no Arquigrafia,
com o mesmo caráter, mas em uma escala muito mais abrangente, em um ambiente virtual na Web
2.0, de crescimento contínuo e ilimitado. Tal iniciativa tem o potencial de reunir, em curto espaço de
tempo, imagens digitais de todos os recantos do país produzidas por arquitetos, estudantes,
professores, fotógrafos e pessoas interessadas em arquitetura, conforman do um acervo que,
posteriormente, pode ser ampliado à arquitetura mundial.

Muito embora o Arquigrafia tenha se concentrado em criar condições para a composição de um
acervo digital original – até como uma alternativa às dificuldades de digitalização e restrições de
direitos autorais vigentes sobre acervos já constituídos –, evidencia-se hoje a possibilidade de
integração dessa iniciativa a acervos iconográficos institucionais consolidados.

No momento, o projeto confere especial atenção à experiência de digitalização e integração gradual
dos slides do acervo da Biblioteca da FAUUSP referentes à arquitetura brasileira – cerca de 37 mil
imagens –, catalogando individualmente as imagens no Banco DEDALUS da USP, utilizando o
formato MARC e o código AACR2, reconhecendo os direitos autorais de cada autor (Creative
Commons), e as características específicas desse acervo fotográfico singular, especialmente rico
quanto à arquitetura paulista.

O protótipo experimental do Arquigrafia, em teste, já demonstra sua plena exequibilidade e
viabilidade técnica e, conforme o cronograma dos trabalhos em curso, uma versão Beta perpétuo,
com um primeiro rol de funcionalidades, estará disponível na Internet, em novembro deste ano, para
amplo acesso público e gratuito.

Este artigo apresenta uma contextualização histórica da Biblioteca da FAUUSP, seguida por uma
descrição dos procedimentos técnicos empregados na digitalização dos slides, para, então,
apresentar as características complementares do projeto ARQUIGRAFIA com relação a outras
iniciativas no campo da arquitetura e do urbanismo, e finalizar com seus desdobramentos futuros e
conclusões.
1.1 Breve Histórico do Serviço de Biblioteca e Informação da FAUUSP
Criada em 1948, como parte fundamental do projeto e programa de ensino da Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da USP, a Biblioteca da FAU, tem como objetivo o auxílio ao estudo,
pesquisa e extensão universitária.

Além dos materiais convencionais - livros e periódicos - a Biblioteca possui diversos materiais
especiais, organizados em setores: setor de projetos originais, setor de mapas, setor audiovisual.
Hoje conta no seu acervo cerca de 200 mil documentos.

Oferece também serviços diferenciados como a oficina de reparos e a indexação de artigos de
revistas nacionais especializadas em arquitetura, publicado desde 1950 no Índice de Arquitetura
Brasileira, obra única no país.

O setor de projetos originais possui um acervo de cerca de 400.000 (quatrocentos mil) desenhos
originais de arquitetura de renomados arquitetos que se destacaram na história da arquitetura
paulista, tais como: Ramos de Azevedo, Victor Dubugras, Gregori Warchavchik, Jacques Pilon,
Elisiário Bahiana, Carlos Millan, João Batista Vilanova Artigas entre outros.

Em 1974 foi criada a Biblioteca ramal de pós-graduação que funciona junto ao prédio localizado à
rua Maranhão, 88. Possui um acervo constituído de teses e livros de uso do corpo docente e
discente da pós, num total de 15.000 volumes. Realiza serviços de orientação para a normalização
de trabalhos disciplinares e programados, além de realizar levantamentos bibliográficos para os
usuários.

Às vésperas de completar 30 anos de uso das instalações da Biblioteca de Graduação, que se
localiza em edifício tombado pelo CONDEPHAAT, de autoria do arquiteto Vilanova Artigas, foi
realizada a sua reforma, concluída em junho de 1998. Este projeto de autoria do arquiteto José
Armênio de Brito Cruz e coordenado pelo Prof. Dr. Júlio Roberto Katinsky, foi financiado pela
FAPESP, e ganhou prêmio na 4a. Bienal de Arquitetura de 1999.

A Biblioteca da Pós-Graduação, localizada no edifício Vila Penteado em Higienópolis, um dos
últimos remanescentes art nouveau de São Paulo, também passou por reformulação com verba
FAPESP. O projeto de arquitetura também de autoria do arquiteto José Armênio de Brito Cruz e a
coordenação do Prof. Dr. Júlio Roberto Katinsky incluiu restauro de paredes e forros decorados. A
obra foi concluída em outubro de 2002.

1.1.1 Setor audiovisual – coleção e a digitalização de slides

A constituição sistemática do material audiovisual da Biblioteca da Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade de São Paulo teve seu início na década de 1960. Eram alguns poucos
diapositivos e filmes que tiveram seu uso largamente expandido com a aplicação dos métodos de
educação visual considerados modernos à época. O acervo foi iniciado com reproduções de livros
ou de outro material gráfico.

As coleções de arquitetura, plantas, cortes, reconstituição ou vistas de obras arquitetônicas; as
coleções de pinturas, cerâmica ou escultura, ou as simples ilustrações de plantas de cidades
antigas foram utilizadas, desde então, com excelente resultado, como apoio de considerável
importância nas aulas de história da arte, arquitetura e urbanismo.

A Biblioteca da FAU, na década de 60, contava com cerca de 6000 diapositivos. Nessa época,
constatou-se a necessidade da preparação de um manual de processos técnicos para o
cadastramento e recuperação do material.

Na gestão do então Diretor da FAU, Professor Lourival Gomes Machado, foi elaborada, sob sua
orientação, uma classificação e catalogação, cujo núcleo central contou com o trabalho das
bibliotecárias Teresa Almasio Hamel e futuras expansões por Eunice R. Ribeiro Costa e Suzana
Alessio de Toledo.
Um dos polarizadores da pesquisa sobre Arquitetura no Brasil foi o Cento de Estudos Folclóricos da
FAUUSP. Nesse centro foram desenvolvidos os primeiros estudos de Arquitetura no Brasil por
iniciativa dos professores Gustavo Neves da Rocha Filho, Nestor Goulart Reis Filho e Benedito
Lima de Toledo. Posteriormente, o centro passou a chamar-se Centro de Estudos Brasileiros.

Os autores e obras que despontavam na crítica de arquitetura eram objeto de seminários, com
exposições de artes plásticas e fotografias, projeção de imagens, edição de textos, cursos e
debates com participação de pessoas convidadas pelo Centro.

O material iconográfico resultante desses eventos passou a fazer parte do acervo do então setor
audiovisual da Biblioteca da FAU, complementado por imagens registradas em viagens de estudo
realizadas pelos professores do Departamento de História, junto com seus alunos.

Contribuíram grandemente para enriquecer o acervo da Biblioteca fotografias de autoria dos
professores Benedito Lima de Toledo, Flávio Mota, Gustavo Neves da Rocha Filho, Nestor Goulart
Reis Filho, Paulo Bruna, entre tantos outros que, em viagens de estudo, registravam imagens de
grande interesse didático.

Na sequência, doações, trabalhos de graduação e pós-graduação, ou mesmo compra de coleções
de diapositivos, deram continuidade ao acervo. Negativos de vidro e fotografias, material precioso e
raro, foram também recebidos como doação. Como exemplo, o acervo original de negativos de
vidro do escritório Ramos de Azevedo.

Para o armazenamento da coleção de diapositivos foram adquiridos arquivos de aço com gavetas
especialmente projetadas com divisórias. A manutenção e limpeza adequadas a cada diapositivo
sempre foram executadas visando sua preservação.

O acervo slides da Biblioteca da FAUUSP é especializado em artes, arquitet ura, paisagismo e
planejamento territorial urbano. Formado por compra, doações de professores, alunos,
pesquisadores e também pela reprodução de imagens realizada pelo Laboratório de Recursos
Audiovisuais da FAU (LRAV-FAU). Criado em novembro de 1959, o acervo hoje possui 82.150
slides processados os quais são divididos em dois catálogos denominados Brasil e Exterior. Os
seus assuntos englobam a arte primitiva, arquitetura, desenho industrial, pintura, mobiliário,
colagem, gravura, paisagismo, ruas, cidades, mosaicos, tapeçaria, cenografia, etc.




                 Figura 1: Aspectos do Setor Audiovisual da Biblioteca da FAUUSP
                            Fonte: fotografias de Artur Rozestraten, 2011.

Destacam-se neste acervo as coleções alguns de arquitetos, expoentes da arquitetura brasileira,
como Ramos de Azevedo, Victor Dubugras, Rino Levi, Carlos Millan, João Batista Vilanova Artigas,
Oscar Niemeyer, Eduardo Kneese de Mello, Paulo Mendes da Rocha, Carlos Lemos entre outros.
Em 2000 foi desenvolvido o software Infoslide (HABE & SOUZA, 2006), para otimizar o fluxo da
informação do setor. Entre outras coisas, o software permite o cadastramento e a recuperação tanto
dos dados bibliográficos quanto das imagens dos slides processados. Este software utilizou como
plataforma a linguagem Pascal aplicável em sistema operacional Windows em equipamentos PC.

A digitalização era feita pela captura da imagem do slide, por meio de um scanner apropriado. A
imagem tinha como definição padrão de qualidade de resolução 400 x 400 pontos por polegadas,
256 cores e no tamanho 2,5 x 3,5 cm e salva em formato JPEG.

Após a digitalização utilizava-se o programa de tratamento de imagens para corrigir o equilíbrio de
cor, luminosidade e saturação. Logo após era inserido o logotipo da FAUUSP que identifica a
imagem digitalizada como parte do acervo da biblioteca da FAUUSP (HABE; SOUZA, 2006)

1.1.2 Situação atual

Diante da proposta do projeto ARQUIGRAFIA, paralelamente à digitalização das imagens, vimos a
importância de incluir a descrição bibliográfica dos slides no Banco DEDALUS (Catálogo On-line
das Bibliotecas da USP), utilizando também o formato MARC (Machine Readable Cataloging) como
padrão internacional para catalogação.

A descrição bibliográfica dos slides segue as normas internacionais do AACR2 (Código de
Catalogação Anglo-Americano), o código utilizado pelas Bibliotecas da USP e também inclui os
metadados das imagens de acordo com o Vocabulário Controlado do SIBi/USP.

Feita a catalogação, a pesquisa no Banco DEDALUS pelas diversos termos de busca como autor,
assunto, título ou período levará o usuário ao ARQUIGRAFIA, através de um hiperlink na descrição
bibliográfica do registro com a imagem no site.

Na literatura identificamos muitas experiências sobre a digitalização de documentos, algumas delas
descritas por Arellano (2004), que destaca a importância da preservação dos documentos digitais,
sejam eles reprodução de outros documentos ou criados originalmente no formato digital,
promovendo o acesso ao conteúdo dos documentos, sem deixar de lado a importância da mídia
utilizada para este acesso.

No caso do formato digital oriundo da digitalização do acervo de slides sobre arquitetura brasileira
da Biblioteca da FAUUSP, todas as imagens receberão uma marca d’água, discreta, no canto
inferior esquerdo, com o logotipo da FAU, para identificação de sua procedência, e poderão ser
visualizadas livremente por todos os usuários do ARQUIGRAFIA. Aquelas que não tiverem recebido
ainda, por parte dos autores, uma licença de cessão de direitos não estarão disponíveis para
download, somente visualização em tela, enquanto que todas as que tiverem uma licença de
direitos atribuída por seus autores, ou herdeiros, estarão disponíveis para download, com a marca
d’água.
Quanto à cessão de direitos, todos os autores de slides originais do acervo, ou seus respectivos
familiares, serão contatados, por meio de carta e e-mail, para autorizarem a difusão das imagens na
Internet, definindo as respectivas licenças Creative Commons para o conjunto de suas doações. As
opções de licença poderão ser as seguintes:
   para uso não comercial, permitindo que outros façam download se suas obras, e remisturem,
    adaptem e utilizem a sua obra noutras obras, para fins não comerciais, desde que atribuam o
    devido crédito pela obra origiinal adaptada;

   para uso não comercial, proibindo obras derivadas, permitindo somente que outros façam
    download das suas obras, e as partilhem, desde que lhe sejam atribuídos os devidos créditos,
    mas não podendo alterá-las de nenhuma forma, nem utilizá-las para fins comerciais.

Definidas as características da licença, aplicar-se-á a mesma a todo o conjunto de imagens de um
mesmo autor, sendo claras as restrições de uso para todos os usuários do sistema.
Gradativamente, então, à medida que forem obtidas tais licenças, novos conjuntos de imagens
digitalizadas e abertas à visualização estarão também à disposição dos usuários para download no
ambiente colaborativo do ARQUIGRAFIA.

2. DESCRIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS
Os procedimentos metodológicos, de caráter técnico, empregados no trabalho que aqui se
apresenta, foram realizados em etapas sequenciais, e interdependentes, que serão descritas a
seguir.

2.1 Aproximação

O acervo de imagens fotográficas de arquitetura da Biblioteca da FAUUSP é o maior da América
Latina, com cerca de 37 mil fotografias.
O registro inicial destas imagens seguiu os procedimentos de catalogação adotados pela Biblioteca
vigentes naquele momento, com as seguintes informações:
   número de tombo, sequencial;

   classificação, seguindo a Classificação Decimal de Dewey;

   entrada, autor do projeto ou a cidade retratada;

   título, nome da arquitetura representada; descrição, parte representada na imagem;

   data do tombo, dia, mês e ano de doação ou compra da mesma; forma de aquisição, doação ou
    compra;

   procedência, origem ou doador da imagem;

   o crédito da imagem, autor da fotografia, direitos autorais;

   às vezes contém a informação do ano no qual foram tiradas as fotografias.

O primeiro registro é referente a um diapositivo com data de 11 de novembro de 1959, classificada
como 38E2 (3_Antiguidade, 8_Grécia, E_Escultura, 2_Época arcaica), que retrata uma escultura de
cabeça feminina, doada por Prof. Lourival Gomes Machado.

A partir de 2003, as imagens começaram a ser digitalizadas e catalogadas no Infoslide, facilitando o
acesso, a consulta e a identificação dos diapositivos, pois o sistema contém, em sua catalogação,
uma imagem digitalizada de referência, mostrando o conteúdo do slide. Esse é o caráter da
digitalização prévia, uma representação da imagem do slide, em baixa resolução, apenas para o
reconhecimento do material. Cabe registrar também, que a maioria dos slides que foram
digitalizados e incorporados no Infoslide retrata a arquitetura ou obras de arte da Europa, da Bacia
do Mediterrâneo, e do Oriente-próximo, especialmente da Antiguidade, produções que não se
encontram no foco do projeto ARQUIGRAFIA, concentrado, nesse momento, na criação de um acervo
original de imagens digitais da arquitetura brasileira.

2.2 Nova digitalização

Observou-se, então, que, devido à baixa resolução das imagens disponíveis no Infoslide, fazia-se
necessária uma nova digitalização, e definiu-se como ponto de partida, para tanto, o conjunto de
imagens relativas à obra do arquiteto João Batista Vilanova Artigas (1915-1985). A nova
digitalização em andamento está sendo feita utilizando-se um scanner de filmes, Nikon super
coolscan 5000 ED, com um adaptador para slides, Nikon SF-210, que tem capacidade para
digitalizar lotes de 50 slides automaticamente.
Figura 2: Aspectos do Scanner de filmes, Nikon super coolscan 5000 ED, com um adaptador para
               slides, Nikon SF-210 do Setor Audiovisual da Biblioteca da FAUUSP
                           Fonte: fotografias de Artur Rozestraten, 2011.


O software do scanner possibilita a elaboração de padrões diferenciados de digitalização, definindo
a qualidade das imagens, tamanho e a possível remoção de ruídos dos slides, com a tecnologia
Digital ICE. Para o scanneamento do acervo em foco, foi criado um padrão ARQUIGRAFIA, no qual se
fixa a resolução da imagem, numa relação de altura e largura fixas, 5782 por 3946 pixels, com
aproximadamente 65,3 MBytes, numa proporção de 4000 Pixels/Polegada.




             Figura 3: Telas da configuração do padrão Arquigrafia no Nikon Scan 4.0
                Fonte: imagem gerada por Rejane Alves e Straus Michalsky, 2011.

Para preservar as características do material original, o único tratamento digital que se faz nas
imagens é o uso do recurso de remoção de alterações superficiais, que tem efeito semelhante à
limpeza física dos slides.
Figura 4: Tela de aplicação do recurso de remoção de alterações superficiais no Nikon Scan 4.0
   Fonte: Acervo de slides da Biblioteca da FAUUSP, imagem gerada por Rejane Alves e Samuel
                                          Fukumoto, 2011.


Na lida com imagens que chegam a ter 50 anos, a tecnologia Digital ICE, de remoção de alterações
superficiais mostrou-se muito eficiente e positiva na digitalização dos slides, pois não modifica as
informações originais do diapositivo – como cor, brilho, contraste, e saturação –, mas reduz,
sensivelmente, os efeitos de patologias do filme, como mofo, poeira e riscos, que podem prejudicar
bastante a visualização da imagem.




            Figura 5: Slide colorido digitalizado com poeiras e riscos no Nikon Scan 4.0
   Fonte: Acervo de slides da Biblioteca da FAUUSP, imagem gerada por Rejane Alves e Samuel
                                           Fukumoto, 2011.
Figura 6: Slide colorido digitalizado e tratado com recurso de remoção das alterações superficiais
   Fonte: Acervo de slides da Biblioteca da FAUUSP, imagem gerada por Rejane Alves e Samuel
                                            Fukumoto, 2011.


O mesmo recurso, entretanto, quando aplicado a uma figura em preto e branco, tende a realçar
contrates, interpretando as escalas intermediárias de cinzas como “ruídos” na imagem. Tal
interpretação modifica consideravelmente as informações originais da fotografia, alterando a
imagem. Para preservar as características originais dos slides em preto e branco foi necessário criar
um outro padrão ARQUIGRAFIA, com a mesma resolução e tamanho do aplicado a imagens coloricas,
porém sem o recurso de remoção de alterações superficiais ou “ruídos”.




  Figura 7: Tela de aplicação do recurso de remoção de alterações superficiais no Nikon Scan 4.0
   Fonte: Acervo de slides da Biblioteca da FAUUSP, imagem gerada por Rejane Alves e Samuel
                                          Fukumoto, 2011.
Figura 8: Slide preto e branco digitalizado com poeiras e riscos no Nikon Scan 4.0
   Fonte: Acervo de slides da Biblioteca da FAUUSP, imagem gerada por Rejane Alves e Samuel
                                          Fukumoto, 2011.




    Figura 9: Slide preto e branco digitalizado e tratado com recurso de remoção das alterações
               superficiais, resultando em distorções no contraste da imagem original
   Fonte: Acervo de slides da Biblioteca da FAUUSP, imagem gerada por Rejane Alves e Samuel
                                            Fukumoto, 2011.


Um aspecto que interfere diretamente no processo de scanneamento e no ritmo do trabalho são as
diferentes molduras de slides. No acervo da FAUUSP há molduras mais recentes, em plástico, e
molduras mais antigas em papel, que também são mais espessas e mais frágeis no contato com a
lingueta metálica do sistema automático do adaptador Nikon SF-210.
Figura 10: Diversos tipos de moldura de diapositivo em papel e plástico, e slide danificado pela guia
                              do adaptador para slides, Nikon SF-210
    Fonte: Acervo de slides da Biblioteca da FAUUSP, fotografias de Samuel Fukumoto e Artur
                                        Rozestraten, 2011.


Tais diferenças exigem ajustes na regulagem do dispositivo de saída para evitar que, no movimento
de ejeção, os slides com molduras em papel sejam pressionados contra a lateral da lingueta
metálica e se abram, fragmentando-se e expondo o filme a rasgos, dobras e perfurações. Estuda-se
nesse momento uma adaptação do sistema para evitar os danos aqui mencionados, e permitir um
ritmo de trabalho mais acelerado com os conjuntos emoldurados em papel.

2.3 Catalogação no sistema ARQUIGRAFIA

O trabalho de digitalização e catalogação tem sido feito em parceria entre funcionários da Biblioteca
da FAU e um bolsista em treinamento técnico (TT1) do Auxílio Regular da FAPESP ao
ARQUIGRAFIA. Essa equipe faz uso de computadores em rede e pastas compartilhadas para facilitar
e agilizar o processo. As imagens são digitalizadas e nomeadas com os números de tombo, para
facilitar e agilizar o processo, utiliza-se o software Xnview, que possibilita uma renomeação em lote.
Abre-se a pasta das imagens que foram digitalizadas – que estarão nomeadas pela ordem da
digitalização, e não pelo número de tombo –, então seleciona-se a imagem, confere-se a imagem
com o número de tombo, aperta-se F2 e escreve-se o número de tombo referente.




                                     Figura 11: Tela do Infoslide
     Fonte: Acervo de slides da Biblioteca da FAUUSP, imagem gerada por Rejane Alves, 2011.
Nas primeiras semanas, as imagens eram digitalizadas e colocadas todas em uma mesma pasta, o
que se mostrou ineficaz, com o tempo, pois ao invés das imagens estarem organizadas pela
sequência de entrada – permitindo, assim, a proximidade na planilha de catalogação das imagens
referentes ao mesmo projeto –, estavam organizadas pelo número de tombo, inviabilizando tal
relação de proximidade. Identificada essa questão, a partir do final do primeiro mês de trabalho, as
imagens passaram a ser digitalizadas e organizadas por dia de digitalização, em pastas, por gaveta
e fileira de slides, o que facilita a comunicação e a identificação do slide original, possibilitando a
localização da imagem no acervo físico, sem a necessidade de consulta aos livros de tombo.




          Figura 12: Gavetas de slides da Seção de Audiovisual da Biblioteca da FAUUSP
       Fonte: Acervo de slides da Biblioteca da FAUUSP, imagem de Artur Rozestraten, 2011.


A planilha de catalogação adotada para o acervo contém os seguintes campos completados a partir
dos livros de tombo:

   número de tombo;

   caracterização, adotando o padrão MARC;

   nome, mesmo que título;

   autor da imagem, mesmo que crédito da imagem;

   data da imagem, mesmo que ano da fotografia;

   autor da obra, mesmo que entrada;

   descrição.

Considerando que o ARQUIGRAFIA irá georeferenciar as imagens, gerenciar as licenças de direitos
autorais com base no Creative Commons, e possibilitar busca no sistema, fez-se necessário
acrescentar os seguintes campos adicionais:

   cidade, Estado, País, Bairro, Rua, Número;

   tipo de Licença Creative Commons;

   tags separadas em três campos, Materiais, Elementos e Tipologias;

   ano da obra;

   data da catalogação.
Figura 13: Trecho de planilha de catalogação das imagens digitalizadas
                     Fonte: Concepção e imagem de Samuel Fukumoto, 2011.


Posteriormente observou-se a necessidade de inclusão de novo campo de catalogação, como
“observações”, no qual são inseridas características visuais particulares da imagem, como
manchas, riscos, nitidez, cor, brilho, entre outras. Tal informação pretende orientar eventuais
exclusões e restauro de imagens em razão do comprometimento do diapositivo original.

O processo de catalogação é iniciado selecionando-se um grupo de imagens digitalizadas; a seguir,
os números de tombo individuais são inseridos na planilha; então, consultam-se os livros de tombo
a fim de completar os campos possíveis; completados esses campos, pesquisam-se os
incompletos, em suma, o logradouro e o ano da obra, e conferem-se as informações inseridas. Após
a fase de pesquisa, os slides passam a ser analisados detidamente, um a um, como registro
iconográfico de uma determinada arquitetura, para que sejam feitas sugestões e inserções de
palavras-chave, tags, para cada uma das imagens fotográficas, referenciando sua busca no sistema
ARQUIGRAFIA e na Internet, como um todo.

Visando o resguardo dessas informações, a preservação do trabalho, e a segurança do material, foi
adquirido um HD externo de 1TB, e criada uma conta no Dropbox <www.dropbox.com>, como
recursos complementares de backup, físico e virtual, respectivamente. Ao final de cada dia de
trabalho, executam-se os backups de todos os arquivos e imagens.
Figura 14: Processo de scanneamento, remoção de alterações superficiais, e catalogação das
                                       imagens digitalizadas
                           Fonte: Fotografias de Artur Rozestraten, 2011.

Até o final de setembro de 2011, após três meses de trabalho, foram digitalizadas 3586 imagens,
sendo que destas 1170 estão catalogadas no sistema ARQUIGRAFIA e, posteriormente, serão
catalogadas no banco DEDALUS. As imagens catalogadas representam hoje 32,6% das imagens
digitalizadas. No total, 9,7% do acervo de diapositivos referentes à arquitetura brasileira já está
digitalizado, e 3,2% do acervo catalogado, o que permite uma projeção de finalização do processo
de digitalização em cerca de 24 meses.




    Figura 15: Tela do software Xnview do processo de scanneamento e organização em pastas
                 Fonte: Imagem gerada por Rejane Alves e Samuel Fukumoto, 2011.


3. CONTRIBUIÇÃO
Desde seu início em 2008, o projeto ARQUIGRAFIA pautou-se por um entendimento da
complementaridade de seus esforços com relação a outras iniciativas existentes no universo
editorial impresso, e na Internet. A equipe de pesquisadores entende que a contribuição
complementar que esse projeto oferece diz respeito aos seguintes aspectos:

   a ênfase na imagem, reforçando a importância da cultura visual no processo de conhecimento e
    na comunicação de conteúdos arquitetônicos. Esse enfoque iconográfico é especialmente
    importante para o público leigo e para os estudantes de graduação, como campo de
    aproximação ao universo da arquitetura e do urbanismo. Espera-se que tal ênfase estimule, não
    só a visualização e a interpretação das imagens existentes mas, também, e principalmente, a
    produção de novas imagens fotográficas feitas pelos usuários ao assumirem uma posição ativa
    na produção de conhecimento, conduzindo à visita, à experiência direta das arquiteturas e
    espaços urbanos, e ao amadurecimento de um olhar crítico sobre tais vivências;

   a imagem é apresentada sem interpretações a priori, estimulando assim interpretações
    particulares, subjetivas e originais, que podem ser expostas a um grupo e, então, comparadas,
    debatidas e avaliadas comparativamente a outras interpretações no ambiente da Rede Social
    em pauta;
   frente ao excesso de imagens disponíveis na Web e à cultura de vizualização rápida de
    imagens, pretende-se promover no ambiente do ARQUIGRAFIA o estímulo ao olhar atento,
    concentrado e detido na imagem, reforçando essa atenção com convites à sua análise e
    interpretação, para estimular a apreensão da arquitetura – em seus conteúdos plásticos,
    espaciais e construtivos –, visível na imagem fotográfica;

   o questionamento da periodização tradicional da história das artes e da arquitetura, sugerindo,
    ao invés da periodização tradicional da história que fragmenta em seções, aparentemente
    estanques e homogênas, o contínuo do processo histórico. O que se pretende no ambiente do
    site é a reunião de imagens de diferentes períodos históricos, e diferentes procedências
    geográficas, sugerindo associações, continuidades, rupturas, re-significações, e revisões
    constantes das interpretações já constituídas;

   a organização e disposição temática do acervo. Formato que, valendo-se de conceitos-chave,
    binômios e tags, cria eixos trans-históricos e trans-geográficos e trata com o mesmo padrão
    visual expressões arquitetônicas do período colonial, do séc. XX e do mundo contemporâneo,
    advindas das várias regiões do país, e abertas a relações com expressões arquitetônicas de
    outras épocas e lugares;

   o enfoque poligráfico ou multigráfico. Ao reunir diferentes arquiteturas, de diferentes arquitetos e
    diferentes períodos – como poli ou multigrafia –, o projeto configura uma alternativa crítica ao
    formato monográfico (que se concentra sobre um único período ou um único arquiteto)
    predominante nas iniciativas editoriais e na organização dos Bancos de Imagens. A proposta é
    reunir trabalhos de arquitetura diversos – anônimos, às vezes – produzidos em períodos e
    lugares distintos, para usos diferentes, com sistemas construtivos distintos, mas possíveis de
    serem alinhavados por um mesmo conceito-chave, binômio ou tag relativo a aspectos
    plástico-espaciais;

   a apresentação simultânea de imagens ao invés da convencional apresentação isolada figura a
    figura. Essa condição visual sui generis, de uma poli-imagem-síntese, pode construir tensões
    entre as imagens – contrastes, semelhanças e diferenças – e assim, sugerir novas percepções e
    interpretações das qualidades plásticas (matéria e espaço) das arquiteturas apresentadas;

   a especificidade da visualidade da arquitetura. A intenção de se construir um enfoque sobre a
    arquitetura dentro da especificidade desta arte, isto é, não simplesmente como história dos
    edifícios, ou história dos arquitetos, mas principalmente como história das formas de concepção
    e composição do diálogo entre matéria e vazio, ou história das configurações plástico-espaciais
    e suas representações.

3.1 Desdobramentos

Em uma próxima etapa, a iniciar-se ainda este ano, o projeto ARQUIGRAFIA irá integrar o acervo
digital de imagens de arquitetura brasileira do site VITRUVIUS à sua Rede Social, firmando assim
uma parceria há tempos desejada. O acervo de imagens fotográficas digitais de arquitetura do
Portal VITRUVIUS é hoje o mais significativo conjunto de imagens sobre arquitetura e espaços
urbanos brasileiros acessível on line, com cerca de 35 mil fotografias, sem, contudo, estar
catalogado nem organizado criteriosamente por palavras-chave, autor, referências tipológicas,
cronológicas ou geográficas. Além de organizar o acervo mencionado, pretende-se inserir
integralmente tais imagens no sistema do ARQUIGRAFIA, respeitando os direitos autorais sob
licenças livres Creative Commons. Com o apoio da FAPESP e da Pró-reitoria de pesquisa da
Universidade de São Paulo, a integração do acervo digital de imagens de arquitetura do projeto
VITRUVIUS – generosamente cedido pelo arquiteto Prof. Dr. Abilio Guerra, coordenador da equipe do
site –, trará uma contribuição inestimável à constituição de um acervo integrado e especializado
sobre arquitetura, de amplo acesso público na Internet, com base na Rede Social ARQUIGRAFIA.
4. CONCLUSÃO
O trabalho descrito aqui tem uma inserção especial dentro da história do projeto ARQUIGRAFIA pois
retoma e materializa um desejo inicial da equipe de pesquisadores: a colaboração com a
digitalização e a difusão na Internet do acervo de slides da Biblioteca da FAUUSP. Desde o início,
entendia-se que o trabalho sobre esse acervo seria um projeto piloto, que poderia estimular outras
instituições – bibliotecas, faculdades, institutos e fundações – que também possuem acervos de
imagens da arquitetura brasileira a colaborarem com a Rede ARQUIGRAFIA. A parceria com o portal
VITRUVIUS vem justamente somar-se a esse esforço, convergindo para a constituição de um
ambiente colaborativo na Web, em torno da iconografia digital da arquitetura brasileira, reunindo
imagens fotográficas, desenhos e vídeos, para amplo acesso público. Espera-se, que a partir
dessas primeiras experiências aqui relatadas, outros acervos institucionais venham somar-se ao
ARQUIGRAFIA, tornando real a coexistência complementar, em um mesmo ambiente na Internet, de
acervos institucionais e acervos particulares cedidos pelos usuários como estratégia de
enfrentamento dos desafios educacionais contemporâneos no Brasil. O conjunto iconográfico que
pode ser assim constituído, certamente ampliará e aprofundará o conhecimento sobre a produção
histórica da arquitetura no Brasil, tornando visível e passível de reflexão a diversidade das
produções locais nos mais singulares lugares e espaços urbanos do país.


AGRADECIMENTOS
À diretoria da FAUUSP pelo apoio a esse trabalho, a todos os funcionários da Biblioteca da
FAUUSP, especialmente àqueles do Setor Audiovisual, à sua diretora, Dina Uliana, pelo apoio e
colaboração fundamentais, e à Suzana Alessio de Toledo, ex-diretora da Biblioteca da FAU, pela
gentil colaboração com esse texto.


REFERÊNCIAS
Arellano, Miguel Angel. Preservação de documentos digitais. Ciência da Informação, Brasília, v. 33,
n. 2, p. 15-27, maio/ago. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ci/v33n2/a02v33n2.pdf>.
Acesso em: 28 set. 2011.

CLASSIFICAÇÃO e catalogação de diapositivos e fotografias de arte. São Paulo: Laboratório de
Artes Gráficas – FAU, 1974.

CORONA, Eduardo; LEMOS, Carlos Alberto Cerqueira. Dicionário da arquitetura brasileira. São
Paulo: Edart, 1972. 472 p.

DEWEY, Melvil. Dewey decimal classification and relative index. 22. ed. Ohio: Online Computer
Library Center, 2003. 4v.

HABE, Neuza Kazue; SOUZA, João Carlos Bezerra de. Digitalização de diapositivos de arte e
arquitetura: uma experiência a compartilhar. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS, 14., 2006, Salvador. Anais... Salvador: UFBA, 2006. 1 CD-ROM.

MARQUES, Eliana de Azevedo. Serviço de Biblioteca e Informação da FAUUSP. Revista do
Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, n. 20, p.
226-235, dez. 2006.

______. A nova biblioteca: o papel e o digital. Revista USP, São Paulo, n. 80, p. 18-27,
dez./jan./fev., 2008/2009.

Santos, Plácida Leopoldina Ventura Amorim da Costa, Alves, Rachel Cristina Vesú. Metadados e
Web Semântica para estruturação da Web 2.0 e Web 3.0. DataGramaZero - Revista de Ciência da
Informação, v.10, n.6, dez. 2009. Disponível em: <
http://www.datagramazero.org.br/dez09/Art_04.htm >. Acesso em: 18 ago. 2011.

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Arquigrafia - Ambiente colaborativo para imagens de arquitetura

  • 1. ARQUIGRAFIA - AMBIENTE COLABORATIVO PARA O COMPARTILHAMENTO DE IMAGENS DE ARQUITETURA ROZESTRATEN, ARTUR S. (1); MARTINEZ, MARIA L. (2); GEROSA, MARCO A. (3); KON, FABIO (4); DOS SANTOS, ANA PAULA O. (5); MICHALSKY, STRAUS (6); MARQUES, ELIANA DE AZEVEDO (7); NEVES, ELISABETE DA C. (8); ALVES, REJANE (9); FUKUMOTO, SAMUEL C. G. (10) 1. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Departamento de Tecnologia Rua do Lago, 876 Cidade Universitária 05508-080 São Paulo SP artur.rozestraten@usp.br 2. Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. Departamento de Jornalismo e Editoração Avenida Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443 Cidade Universitária 05508-020 São Paulo SP ml.martinez@usp.br 3. Instituto de Matemática e Estatística. Departamento de Ciência da Computação Rua do Matão, 1010 Cidade Universitária 05508-090 São Paulo SP gerosa@ime.usp.br 4. Instituto de Matemática e Estatística. Departamento de Ciência da Computação Rua do Matão, 1010 Cidade Universitária 05508-090 São Paulo SP kon@ime.usp.br 5. Instituto de Matemática e Estatística. Mestranda junto ao Departamento de Ciência da Computação Rua do Matão, 1010 Cidade Universitária 05508-090 São Paulo SP anapaulao.santos@gmail.com 6. Instituto de Matemática e Estatística. Mestrando junto ao Departamento de Ciência da Computação Rua do Matão, 1010 Cidade Universitária 05508-090 São Paulo SP strausmm@gmail.com 7. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Biblioteca da FAUUSP Rua do Lago, 876 Cidade Universitária 05508-080 São Paulo SP emarques@usp.br 8. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Biblioteca da FAUUSP Rua do Lago, 876 Cidade Universitária 05508-080 São Paulo SP beteneves@usp.br
  • 2. 9. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Biblioteca da FAUUSP Rua do Lago, 876 Cidade Universitária 05508-080 São Paulo SP minori@usp.br 10. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Rua do Lago, 876 Cidade Universitária 05508-080 São Paulo SP samuel_fukumoto@yahoo.com.br RESUMO Este artigo apresenta o trabalho em andamento realizado em parceria com oo Setor Audiovisual da Biblioteca da FAUUSP para a digitalização, a catalogação e a inserção de imagens de arquitetura brasileira, slides, no sistema da Rede Social ARQUIGRAFIA para difusão do acervo ao público na Internet. O projeto A RQUIGRAFIA conjuga uma equipe multidisciplinar de pesquisadores da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Escola de Comunicação e Artes, e do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo, e conta com o apoio da FAPESP (2009/18342-0), e da Pró-reitoria de Pesquisa da USP, para a constituição de um ambiente colaborativo na Web, que conjugue acervos institucionais digitalizados e acervos digitais de usuários-colaboradores, para o estudo e a construção de conhecimento sobre arquiteturas e espaços urbanos a partir da imagem fotográfica. Palavras-chave: Fotografia de arquitetura. Web 2.0. Ambiente colaborativo. 1. INTRODUÇÃO O projeto Arquigrafia visa a criação de um ambiente colaborativo para a visualização, interação e compartilhamento de imagens digitais de arquitetura – fotografias, desenhos e vídeos –, na Internet. O sistema também pode ser acessado por dispositivos móveis – smartphones e tablets –, valendo-se de aplicativos da plataforma Android/Google, de modo que os usuários – estudantes de arquitetura, professores, arquitetos, fotógrafos e demais interessados no assunto –, podem navegar no acervo georeferenciado do Arquigrafia enquanto circulam pelas cidades, visualizando imagens, interagindo com outros usuários, e colaborando para o crescimento contínuo do acervo ao enviarem suas próprias imagens para o sistema, com os direitos autorais preservados pelo Creative Commons. O objetivo principal do projeto é contribuir para o estudo, a docência, a pesquisa e a difusão da cultura arquitetônica e urbanística, ao promover interações colaborativas entre pessoas e instituições, compartilhando opiniões sobre um acervo iconográfico especializado. O processo de projeto do website, e a dinâmica de composição e uso deste acervo original, possibilitam à equipe de pesquisadores a investigação científica e o desenvolvimento de tecnologias quanto:  à integração de metodologias ágeis e de usabilidade no desenvolvimento de projetos na Web, em contextos centrados nos usuários e nas comunidades;  ao desenvolvimento de um ferramental de software livres, baseado em componentes para a construção de sistemas colaborativos na Web 2.0, que poderá ser adaptado e aplicado a outros casos análogos, futuramente;  ao desenvolvimento de aplicativos para sistemas móveis, com base no sistema operacional Android;  ao estudo dos critérios de catalogação de imagens, digitalização de acervos de slides, e padronização de acervos iconográficos conforme parâmetros internacionais (Formato MARC, Machine Readable Cataloging) e do AACR2 (Código de Catalogação Anglo-Americano);  ao estudo das interações entre os processos de construção de conhecimento individuais e coletivos, a partir da formulação e compartilhamento de juízos/interpretações sobre aspectos plásticos-espaciais percebidos em imagens de arquitetura;
  • 3. ao estudo da cultura Open acess, suas possibilidades de intercâmbio, e seus desdobramentos interativos nas relações virtuais e nas relações reais nas cidades. Considerando a inexistência de um acervo específico de imagens de arquitetura, organizado e disponível para amplo acesso na Internet, esse projeto permitirá a criação coletiva e colaborativa de um conjunto iconográfico que virá a complementar o material visual existente a respeito da arquitetura brasileira, colaborando para estimular a cultura arquitetônica, e promover a interação entre diferentes perfis de usuários na Internet, e também em diferentes espaços urbanos reais. A convergência de duas experiências anteriores fundamenta conceitualmente a p roposta do projeto Arquigrafia. A primeira delas é a iniciativa de doação de imagens fotográficas que originou o acervo de slides da Biblioteca da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, F AUUSP. Tal ação coletiva, empreendida por alunos e professores articulados em torno do MUSEU e do Grêmio dos alunos da FAU,GFAU, desde meados dos anos 60, resultou na composição do maior acervo de imagens de arquitetura do hemisfério sul, com mais de 82 mil imagens. A segunda é o projeto do Museu de Crescimento Ilimitado (1939) de Le Corbusier (1887-1965), proposto como uma espiral quadrada, que configuraria um ambiente linear capaz de se expandir continuamente, no ritmo da ampliação permanente de seu acervo. A iniciativa colaborativa que, entre os anos 60 e 80, em outro contexto e com outros recursos técnicos, formou o acervo atual de slides da FAUUSP, pode ser reformulada hoje no Arquigrafia, com o mesmo caráter, mas em uma escala muito mais abrangente, em um ambiente virtual na Web 2.0, de crescimento contínuo e ilimitado. Tal iniciativa tem o potencial de reunir, em curto espaço de tempo, imagens digitais de todos os recantos do país produzidas por arquitetos, estudantes, professores, fotógrafos e pessoas interessadas em arquitetura, conforman do um acervo que, posteriormente, pode ser ampliado à arquitetura mundial. Muito embora o Arquigrafia tenha se concentrado em criar condições para a composição de um acervo digital original – até como uma alternativa às dificuldades de digitalização e restrições de direitos autorais vigentes sobre acervos já constituídos –, evidencia-se hoje a possibilidade de integração dessa iniciativa a acervos iconográficos institucionais consolidados. No momento, o projeto confere especial atenção à experiência de digitalização e integração gradual dos slides do acervo da Biblioteca da FAUUSP referentes à arquitetura brasileira – cerca de 37 mil imagens –, catalogando individualmente as imagens no Banco DEDALUS da USP, utilizando o formato MARC e o código AACR2, reconhecendo os direitos autorais de cada autor (Creative Commons), e as características específicas desse acervo fotográfico singular, especialmente rico quanto à arquitetura paulista. O protótipo experimental do Arquigrafia, em teste, já demonstra sua plena exequibilidade e viabilidade técnica e, conforme o cronograma dos trabalhos em curso, uma versão Beta perpétuo, com um primeiro rol de funcionalidades, estará disponível na Internet, em novembro deste ano, para amplo acesso público e gratuito. Este artigo apresenta uma contextualização histórica da Biblioteca da FAUUSP, seguida por uma descrição dos procedimentos técnicos empregados na digitalização dos slides, para, então, apresentar as características complementares do projeto ARQUIGRAFIA com relação a outras iniciativas no campo da arquitetura e do urbanismo, e finalizar com seus desdobramentos futuros e conclusões.
  • 4. 1.1 Breve Histórico do Serviço de Biblioteca e Informação da FAUUSP Criada em 1948, como parte fundamental do projeto e programa de ensino da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, a Biblioteca da FAU, tem como objetivo o auxílio ao estudo, pesquisa e extensão universitária. Além dos materiais convencionais - livros e periódicos - a Biblioteca possui diversos materiais especiais, organizados em setores: setor de projetos originais, setor de mapas, setor audiovisual. Hoje conta no seu acervo cerca de 200 mil documentos. Oferece também serviços diferenciados como a oficina de reparos e a indexação de artigos de revistas nacionais especializadas em arquitetura, publicado desde 1950 no Índice de Arquitetura Brasileira, obra única no país. O setor de projetos originais possui um acervo de cerca de 400.000 (quatrocentos mil) desenhos originais de arquitetura de renomados arquitetos que se destacaram na história da arquitetura paulista, tais como: Ramos de Azevedo, Victor Dubugras, Gregori Warchavchik, Jacques Pilon, Elisiário Bahiana, Carlos Millan, João Batista Vilanova Artigas entre outros. Em 1974 foi criada a Biblioteca ramal de pós-graduação que funciona junto ao prédio localizado à rua Maranhão, 88. Possui um acervo constituído de teses e livros de uso do corpo docente e discente da pós, num total de 15.000 volumes. Realiza serviços de orientação para a normalização de trabalhos disciplinares e programados, além de realizar levantamentos bibliográficos para os usuários. Às vésperas de completar 30 anos de uso das instalações da Biblioteca de Graduação, que se localiza em edifício tombado pelo CONDEPHAAT, de autoria do arquiteto Vilanova Artigas, foi realizada a sua reforma, concluída em junho de 1998. Este projeto de autoria do arquiteto José Armênio de Brito Cruz e coordenado pelo Prof. Dr. Júlio Roberto Katinsky, foi financiado pela FAPESP, e ganhou prêmio na 4a. Bienal de Arquitetura de 1999. A Biblioteca da Pós-Graduação, localizada no edifício Vila Penteado em Higienópolis, um dos últimos remanescentes art nouveau de São Paulo, também passou por reformulação com verba FAPESP. O projeto de arquitetura também de autoria do arquiteto José Armênio de Brito Cruz e a coordenação do Prof. Dr. Júlio Roberto Katinsky incluiu restauro de paredes e forros decorados. A obra foi concluída em outubro de 2002. 1.1.1 Setor audiovisual – coleção e a digitalização de slides A constituição sistemática do material audiovisual da Biblioteca da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo teve seu início na década de 1960. Eram alguns poucos diapositivos e filmes que tiveram seu uso largamente expandido com a aplicação dos métodos de educação visual considerados modernos à época. O acervo foi iniciado com reproduções de livros ou de outro material gráfico. As coleções de arquitetura, plantas, cortes, reconstituição ou vistas de obras arquitetônicas; as coleções de pinturas, cerâmica ou escultura, ou as simples ilustrações de plantas de cidades antigas foram utilizadas, desde então, com excelente resultado, como apoio de considerável importância nas aulas de história da arte, arquitetura e urbanismo. A Biblioteca da FAU, na década de 60, contava com cerca de 6000 diapositivos. Nessa época, constatou-se a necessidade da preparação de um manual de processos técnicos para o cadastramento e recuperação do material. Na gestão do então Diretor da FAU, Professor Lourival Gomes Machado, foi elaborada, sob sua orientação, uma classificação e catalogação, cujo núcleo central contou com o trabalho das bibliotecárias Teresa Almasio Hamel e futuras expansões por Eunice R. Ribeiro Costa e Suzana Alessio de Toledo.
  • 5. Um dos polarizadores da pesquisa sobre Arquitetura no Brasil foi o Cento de Estudos Folclóricos da FAUUSP. Nesse centro foram desenvolvidos os primeiros estudos de Arquitetura no Brasil por iniciativa dos professores Gustavo Neves da Rocha Filho, Nestor Goulart Reis Filho e Benedito Lima de Toledo. Posteriormente, o centro passou a chamar-se Centro de Estudos Brasileiros. Os autores e obras que despontavam na crítica de arquitetura eram objeto de seminários, com exposições de artes plásticas e fotografias, projeção de imagens, edição de textos, cursos e debates com participação de pessoas convidadas pelo Centro. O material iconográfico resultante desses eventos passou a fazer parte do acervo do então setor audiovisual da Biblioteca da FAU, complementado por imagens registradas em viagens de estudo realizadas pelos professores do Departamento de História, junto com seus alunos. Contribuíram grandemente para enriquecer o acervo da Biblioteca fotografias de autoria dos professores Benedito Lima de Toledo, Flávio Mota, Gustavo Neves da Rocha Filho, Nestor Goulart Reis Filho, Paulo Bruna, entre tantos outros que, em viagens de estudo, registravam imagens de grande interesse didático. Na sequência, doações, trabalhos de graduação e pós-graduação, ou mesmo compra de coleções de diapositivos, deram continuidade ao acervo. Negativos de vidro e fotografias, material precioso e raro, foram também recebidos como doação. Como exemplo, o acervo original de negativos de vidro do escritório Ramos de Azevedo. Para o armazenamento da coleção de diapositivos foram adquiridos arquivos de aço com gavetas especialmente projetadas com divisórias. A manutenção e limpeza adequadas a cada diapositivo sempre foram executadas visando sua preservação. O acervo slides da Biblioteca da FAUUSP é especializado em artes, arquitet ura, paisagismo e planejamento territorial urbano. Formado por compra, doações de professores, alunos, pesquisadores e também pela reprodução de imagens realizada pelo Laboratório de Recursos Audiovisuais da FAU (LRAV-FAU). Criado em novembro de 1959, o acervo hoje possui 82.150 slides processados os quais são divididos em dois catálogos denominados Brasil e Exterior. Os seus assuntos englobam a arte primitiva, arquitetura, desenho industrial, pintura, mobiliário, colagem, gravura, paisagismo, ruas, cidades, mosaicos, tapeçaria, cenografia, etc. Figura 1: Aspectos do Setor Audiovisual da Biblioteca da FAUUSP Fonte: fotografias de Artur Rozestraten, 2011. Destacam-se neste acervo as coleções alguns de arquitetos, expoentes da arquitetura brasileira, como Ramos de Azevedo, Victor Dubugras, Rino Levi, Carlos Millan, João Batista Vilanova Artigas, Oscar Niemeyer, Eduardo Kneese de Mello, Paulo Mendes da Rocha, Carlos Lemos entre outros.
  • 6. Em 2000 foi desenvolvido o software Infoslide (HABE & SOUZA, 2006), para otimizar o fluxo da informação do setor. Entre outras coisas, o software permite o cadastramento e a recuperação tanto dos dados bibliográficos quanto das imagens dos slides processados. Este software utilizou como plataforma a linguagem Pascal aplicável em sistema operacional Windows em equipamentos PC. A digitalização era feita pela captura da imagem do slide, por meio de um scanner apropriado. A imagem tinha como definição padrão de qualidade de resolução 400 x 400 pontos por polegadas, 256 cores e no tamanho 2,5 x 3,5 cm e salva em formato JPEG. Após a digitalização utilizava-se o programa de tratamento de imagens para corrigir o equilíbrio de cor, luminosidade e saturação. Logo após era inserido o logotipo da FAUUSP que identifica a imagem digitalizada como parte do acervo da biblioteca da FAUUSP (HABE; SOUZA, 2006) 1.1.2 Situação atual Diante da proposta do projeto ARQUIGRAFIA, paralelamente à digitalização das imagens, vimos a importância de incluir a descrição bibliográfica dos slides no Banco DEDALUS (Catálogo On-line das Bibliotecas da USP), utilizando também o formato MARC (Machine Readable Cataloging) como padrão internacional para catalogação. A descrição bibliográfica dos slides segue as normas internacionais do AACR2 (Código de Catalogação Anglo-Americano), o código utilizado pelas Bibliotecas da USP e também inclui os metadados das imagens de acordo com o Vocabulário Controlado do SIBi/USP. Feita a catalogação, a pesquisa no Banco DEDALUS pelas diversos termos de busca como autor, assunto, título ou período levará o usuário ao ARQUIGRAFIA, através de um hiperlink na descrição bibliográfica do registro com a imagem no site. Na literatura identificamos muitas experiências sobre a digitalização de documentos, algumas delas descritas por Arellano (2004), que destaca a importância da preservação dos documentos digitais, sejam eles reprodução de outros documentos ou criados originalmente no formato digital, promovendo o acesso ao conteúdo dos documentos, sem deixar de lado a importância da mídia utilizada para este acesso. No caso do formato digital oriundo da digitalização do acervo de slides sobre arquitetura brasileira da Biblioteca da FAUUSP, todas as imagens receberão uma marca d’água, discreta, no canto inferior esquerdo, com o logotipo da FAU, para identificação de sua procedência, e poderão ser visualizadas livremente por todos os usuários do ARQUIGRAFIA. Aquelas que não tiverem recebido ainda, por parte dos autores, uma licença de cessão de direitos não estarão disponíveis para download, somente visualização em tela, enquanto que todas as que tiverem uma licença de direitos atribuída por seus autores, ou herdeiros, estarão disponíveis para download, com a marca d’água. Quanto à cessão de direitos, todos os autores de slides originais do acervo, ou seus respectivos familiares, serão contatados, por meio de carta e e-mail, para autorizarem a difusão das imagens na Internet, definindo as respectivas licenças Creative Commons para o conjunto de suas doações. As opções de licença poderão ser as seguintes:  para uso não comercial, permitindo que outros façam download se suas obras, e remisturem, adaptem e utilizem a sua obra noutras obras, para fins não comerciais, desde que atribuam o devido crédito pela obra origiinal adaptada;  para uso não comercial, proibindo obras derivadas, permitindo somente que outros façam download das suas obras, e as partilhem, desde que lhe sejam atribuídos os devidos créditos, mas não podendo alterá-las de nenhuma forma, nem utilizá-las para fins comerciais. Definidas as características da licença, aplicar-se-á a mesma a todo o conjunto de imagens de um mesmo autor, sendo claras as restrições de uso para todos os usuários do sistema.
  • 7. Gradativamente, então, à medida que forem obtidas tais licenças, novos conjuntos de imagens digitalizadas e abertas à visualização estarão também à disposição dos usuários para download no ambiente colaborativo do ARQUIGRAFIA. 2. DESCRIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS Os procedimentos metodológicos, de caráter técnico, empregados no trabalho que aqui se apresenta, foram realizados em etapas sequenciais, e interdependentes, que serão descritas a seguir. 2.1 Aproximação O acervo de imagens fotográficas de arquitetura da Biblioteca da FAUUSP é o maior da América Latina, com cerca de 37 mil fotografias. O registro inicial destas imagens seguiu os procedimentos de catalogação adotados pela Biblioteca vigentes naquele momento, com as seguintes informações:  número de tombo, sequencial;  classificação, seguindo a Classificação Decimal de Dewey;  entrada, autor do projeto ou a cidade retratada;  título, nome da arquitetura representada; descrição, parte representada na imagem;  data do tombo, dia, mês e ano de doação ou compra da mesma; forma de aquisição, doação ou compra;  procedência, origem ou doador da imagem;  o crédito da imagem, autor da fotografia, direitos autorais;  às vezes contém a informação do ano no qual foram tiradas as fotografias. O primeiro registro é referente a um diapositivo com data de 11 de novembro de 1959, classificada como 38E2 (3_Antiguidade, 8_Grécia, E_Escultura, 2_Época arcaica), que retrata uma escultura de cabeça feminina, doada por Prof. Lourival Gomes Machado. A partir de 2003, as imagens começaram a ser digitalizadas e catalogadas no Infoslide, facilitando o acesso, a consulta e a identificação dos diapositivos, pois o sistema contém, em sua catalogação, uma imagem digitalizada de referência, mostrando o conteúdo do slide. Esse é o caráter da digitalização prévia, uma representação da imagem do slide, em baixa resolução, apenas para o reconhecimento do material. Cabe registrar também, que a maioria dos slides que foram digitalizados e incorporados no Infoslide retrata a arquitetura ou obras de arte da Europa, da Bacia do Mediterrâneo, e do Oriente-próximo, especialmente da Antiguidade, produções que não se encontram no foco do projeto ARQUIGRAFIA, concentrado, nesse momento, na criação de um acervo original de imagens digitais da arquitetura brasileira. 2.2 Nova digitalização Observou-se, então, que, devido à baixa resolução das imagens disponíveis no Infoslide, fazia-se necessária uma nova digitalização, e definiu-se como ponto de partida, para tanto, o conjunto de imagens relativas à obra do arquiteto João Batista Vilanova Artigas (1915-1985). A nova digitalização em andamento está sendo feita utilizando-se um scanner de filmes, Nikon super coolscan 5000 ED, com um adaptador para slides, Nikon SF-210, que tem capacidade para digitalizar lotes de 50 slides automaticamente.
  • 8. Figura 2: Aspectos do Scanner de filmes, Nikon super coolscan 5000 ED, com um adaptador para slides, Nikon SF-210 do Setor Audiovisual da Biblioteca da FAUUSP Fonte: fotografias de Artur Rozestraten, 2011. O software do scanner possibilita a elaboração de padrões diferenciados de digitalização, definindo a qualidade das imagens, tamanho e a possível remoção de ruídos dos slides, com a tecnologia Digital ICE. Para o scanneamento do acervo em foco, foi criado um padrão ARQUIGRAFIA, no qual se fixa a resolução da imagem, numa relação de altura e largura fixas, 5782 por 3946 pixels, com aproximadamente 65,3 MBytes, numa proporção de 4000 Pixels/Polegada. Figura 3: Telas da configuração do padrão Arquigrafia no Nikon Scan 4.0 Fonte: imagem gerada por Rejane Alves e Straus Michalsky, 2011. Para preservar as características do material original, o único tratamento digital que se faz nas imagens é o uso do recurso de remoção de alterações superficiais, que tem efeito semelhante à limpeza física dos slides.
  • 9. Figura 4: Tela de aplicação do recurso de remoção de alterações superficiais no Nikon Scan 4.0 Fonte: Acervo de slides da Biblioteca da FAUUSP, imagem gerada por Rejane Alves e Samuel Fukumoto, 2011. Na lida com imagens que chegam a ter 50 anos, a tecnologia Digital ICE, de remoção de alterações superficiais mostrou-se muito eficiente e positiva na digitalização dos slides, pois não modifica as informações originais do diapositivo – como cor, brilho, contraste, e saturação –, mas reduz, sensivelmente, os efeitos de patologias do filme, como mofo, poeira e riscos, que podem prejudicar bastante a visualização da imagem. Figura 5: Slide colorido digitalizado com poeiras e riscos no Nikon Scan 4.0 Fonte: Acervo de slides da Biblioteca da FAUUSP, imagem gerada por Rejane Alves e Samuel Fukumoto, 2011.
  • 10. Figura 6: Slide colorido digitalizado e tratado com recurso de remoção das alterações superficiais Fonte: Acervo de slides da Biblioteca da FAUUSP, imagem gerada por Rejane Alves e Samuel Fukumoto, 2011. O mesmo recurso, entretanto, quando aplicado a uma figura em preto e branco, tende a realçar contrates, interpretando as escalas intermediárias de cinzas como “ruídos” na imagem. Tal interpretação modifica consideravelmente as informações originais da fotografia, alterando a imagem. Para preservar as características originais dos slides em preto e branco foi necessário criar um outro padrão ARQUIGRAFIA, com a mesma resolução e tamanho do aplicado a imagens coloricas, porém sem o recurso de remoção de alterações superficiais ou “ruídos”. Figura 7: Tela de aplicação do recurso de remoção de alterações superficiais no Nikon Scan 4.0 Fonte: Acervo de slides da Biblioteca da FAUUSP, imagem gerada por Rejane Alves e Samuel Fukumoto, 2011.
  • 11. Figura 8: Slide preto e branco digitalizado com poeiras e riscos no Nikon Scan 4.0 Fonte: Acervo de slides da Biblioteca da FAUUSP, imagem gerada por Rejane Alves e Samuel Fukumoto, 2011. Figura 9: Slide preto e branco digitalizado e tratado com recurso de remoção das alterações superficiais, resultando em distorções no contraste da imagem original Fonte: Acervo de slides da Biblioteca da FAUUSP, imagem gerada por Rejane Alves e Samuel Fukumoto, 2011. Um aspecto que interfere diretamente no processo de scanneamento e no ritmo do trabalho são as diferentes molduras de slides. No acervo da FAUUSP há molduras mais recentes, em plástico, e molduras mais antigas em papel, que também são mais espessas e mais frágeis no contato com a lingueta metálica do sistema automático do adaptador Nikon SF-210.
  • 12. Figura 10: Diversos tipos de moldura de diapositivo em papel e plástico, e slide danificado pela guia do adaptador para slides, Nikon SF-210 Fonte: Acervo de slides da Biblioteca da FAUUSP, fotografias de Samuel Fukumoto e Artur Rozestraten, 2011. Tais diferenças exigem ajustes na regulagem do dispositivo de saída para evitar que, no movimento de ejeção, os slides com molduras em papel sejam pressionados contra a lateral da lingueta metálica e se abram, fragmentando-se e expondo o filme a rasgos, dobras e perfurações. Estuda-se nesse momento uma adaptação do sistema para evitar os danos aqui mencionados, e permitir um ritmo de trabalho mais acelerado com os conjuntos emoldurados em papel. 2.3 Catalogação no sistema ARQUIGRAFIA O trabalho de digitalização e catalogação tem sido feito em parceria entre funcionários da Biblioteca da FAU e um bolsista em treinamento técnico (TT1) do Auxílio Regular da FAPESP ao ARQUIGRAFIA. Essa equipe faz uso de computadores em rede e pastas compartilhadas para facilitar e agilizar o processo. As imagens são digitalizadas e nomeadas com os números de tombo, para facilitar e agilizar o processo, utiliza-se o software Xnview, que possibilita uma renomeação em lote. Abre-se a pasta das imagens que foram digitalizadas – que estarão nomeadas pela ordem da digitalização, e não pelo número de tombo –, então seleciona-se a imagem, confere-se a imagem com o número de tombo, aperta-se F2 e escreve-se o número de tombo referente. Figura 11: Tela do Infoslide Fonte: Acervo de slides da Biblioteca da FAUUSP, imagem gerada por Rejane Alves, 2011.
  • 13. Nas primeiras semanas, as imagens eram digitalizadas e colocadas todas em uma mesma pasta, o que se mostrou ineficaz, com o tempo, pois ao invés das imagens estarem organizadas pela sequência de entrada – permitindo, assim, a proximidade na planilha de catalogação das imagens referentes ao mesmo projeto –, estavam organizadas pelo número de tombo, inviabilizando tal relação de proximidade. Identificada essa questão, a partir do final do primeiro mês de trabalho, as imagens passaram a ser digitalizadas e organizadas por dia de digitalização, em pastas, por gaveta e fileira de slides, o que facilita a comunicação e a identificação do slide original, possibilitando a localização da imagem no acervo físico, sem a necessidade de consulta aos livros de tombo. Figura 12: Gavetas de slides da Seção de Audiovisual da Biblioteca da FAUUSP Fonte: Acervo de slides da Biblioteca da FAUUSP, imagem de Artur Rozestraten, 2011. A planilha de catalogação adotada para o acervo contém os seguintes campos completados a partir dos livros de tombo:  número de tombo;  caracterização, adotando o padrão MARC;  nome, mesmo que título;  autor da imagem, mesmo que crédito da imagem;  data da imagem, mesmo que ano da fotografia;  autor da obra, mesmo que entrada;  descrição. Considerando que o ARQUIGRAFIA irá georeferenciar as imagens, gerenciar as licenças de direitos autorais com base no Creative Commons, e possibilitar busca no sistema, fez-se necessário acrescentar os seguintes campos adicionais:  cidade, Estado, País, Bairro, Rua, Número;  tipo de Licença Creative Commons;  tags separadas em três campos, Materiais, Elementos e Tipologias;  ano da obra;  data da catalogação.
  • 14. Figura 13: Trecho de planilha de catalogação das imagens digitalizadas Fonte: Concepção e imagem de Samuel Fukumoto, 2011. Posteriormente observou-se a necessidade de inclusão de novo campo de catalogação, como “observações”, no qual são inseridas características visuais particulares da imagem, como manchas, riscos, nitidez, cor, brilho, entre outras. Tal informação pretende orientar eventuais exclusões e restauro de imagens em razão do comprometimento do diapositivo original. O processo de catalogação é iniciado selecionando-se um grupo de imagens digitalizadas; a seguir, os números de tombo individuais são inseridos na planilha; então, consultam-se os livros de tombo a fim de completar os campos possíveis; completados esses campos, pesquisam-se os incompletos, em suma, o logradouro e o ano da obra, e conferem-se as informações inseridas. Após a fase de pesquisa, os slides passam a ser analisados detidamente, um a um, como registro iconográfico de uma determinada arquitetura, para que sejam feitas sugestões e inserções de palavras-chave, tags, para cada uma das imagens fotográficas, referenciando sua busca no sistema ARQUIGRAFIA e na Internet, como um todo. Visando o resguardo dessas informações, a preservação do trabalho, e a segurança do material, foi adquirido um HD externo de 1TB, e criada uma conta no Dropbox <www.dropbox.com>, como recursos complementares de backup, físico e virtual, respectivamente. Ao final de cada dia de trabalho, executam-se os backups de todos os arquivos e imagens.
  • 15. Figura 14: Processo de scanneamento, remoção de alterações superficiais, e catalogação das imagens digitalizadas Fonte: Fotografias de Artur Rozestraten, 2011. Até o final de setembro de 2011, após três meses de trabalho, foram digitalizadas 3586 imagens, sendo que destas 1170 estão catalogadas no sistema ARQUIGRAFIA e, posteriormente, serão catalogadas no banco DEDALUS. As imagens catalogadas representam hoje 32,6% das imagens digitalizadas. No total, 9,7% do acervo de diapositivos referentes à arquitetura brasileira já está digitalizado, e 3,2% do acervo catalogado, o que permite uma projeção de finalização do processo de digitalização em cerca de 24 meses. Figura 15: Tela do software Xnview do processo de scanneamento e organização em pastas Fonte: Imagem gerada por Rejane Alves e Samuel Fukumoto, 2011. 3. CONTRIBUIÇÃO Desde seu início em 2008, o projeto ARQUIGRAFIA pautou-se por um entendimento da complementaridade de seus esforços com relação a outras iniciativas existentes no universo editorial impresso, e na Internet. A equipe de pesquisadores entende que a contribuição complementar que esse projeto oferece diz respeito aos seguintes aspectos:  a ênfase na imagem, reforçando a importância da cultura visual no processo de conhecimento e na comunicação de conteúdos arquitetônicos. Esse enfoque iconográfico é especialmente importante para o público leigo e para os estudantes de graduação, como campo de aproximação ao universo da arquitetura e do urbanismo. Espera-se que tal ênfase estimule, não só a visualização e a interpretação das imagens existentes mas, também, e principalmente, a produção de novas imagens fotográficas feitas pelos usuários ao assumirem uma posição ativa na produção de conhecimento, conduzindo à visita, à experiência direta das arquiteturas e espaços urbanos, e ao amadurecimento de um olhar crítico sobre tais vivências;  a imagem é apresentada sem interpretações a priori, estimulando assim interpretações particulares, subjetivas e originais, que podem ser expostas a um grupo e, então, comparadas, debatidas e avaliadas comparativamente a outras interpretações no ambiente da Rede Social em pauta;
  • 16. frente ao excesso de imagens disponíveis na Web e à cultura de vizualização rápida de imagens, pretende-se promover no ambiente do ARQUIGRAFIA o estímulo ao olhar atento, concentrado e detido na imagem, reforçando essa atenção com convites à sua análise e interpretação, para estimular a apreensão da arquitetura – em seus conteúdos plásticos, espaciais e construtivos –, visível na imagem fotográfica;  o questionamento da periodização tradicional da história das artes e da arquitetura, sugerindo, ao invés da periodização tradicional da história que fragmenta em seções, aparentemente estanques e homogênas, o contínuo do processo histórico. O que se pretende no ambiente do site é a reunião de imagens de diferentes períodos históricos, e diferentes procedências geográficas, sugerindo associações, continuidades, rupturas, re-significações, e revisões constantes das interpretações já constituídas;  a organização e disposição temática do acervo. Formato que, valendo-se de conceitos-chave, binômios e tags, cria eixos trans-históricos e trans-geográficos e trata com o mesmo padrão visual expressões arquitetônicas do período colonial, do séc. XX e do mundo contemporâneo, advindas das várias regiões do país, e abertas a relações com expressões arquitetônicas de outras épocas e lugares;  o enfoque poligráfico ou multigráfico. Ao reunir diferentes arquiteturas, de diferentes arquitetos e diferentes períodos – como poli ou multigrafia –, o projeto configura uma alternativa crítica ao formato monográfico (que se concentra sobre um único período ou um único arquiteto) predominante nas iniciativas editoriais e na organização dos Bancos de Imagens. A proposta é reunir trabalhos de arquitetura diversos – anônimos, às vezes – produzidos em períodos e lugares distintos, para usos diferentes, com sistemas construtivos distintos, mas possíveis de serem alinhavados por um mesmo conceito-chave, binômio ou tag relativo a aspectos plástico-espaciais;  a apresentação simultânea de imagens ao invés da convencional apresentação isolada figura a figura. Essa condição visual sui generis, de uma poli-imagem-síntese, pode construir tensões entre as imagens – contrastes, semelhanças e diferenças – e assim, sugerir novas percepções e interpretações das qualidades plásticas (matéria e espaço) das arquiteturas apresentadas;  a especificidade da visualidade da arquitetura. A intenção de se construir um enfoque sobre a arquitetura dentro da especificidade desta arte, isto é, não simplesmente como história dos edifícios, ou história dos arquitetos, mas principalmente como história das formas de concepção e composição do diálogo entre matéria e vazio, ou história das configurações plástico-espaciais e suas representações. 3.1 Desdobramentos Em uma próxima etapa, a iniciar-se ainda este ano, o projeto ARQUIGRAFIA irá integrar o acervo digital de imagens de arquitetura brasileira do site VITRUVIUS à sua Rede Social, firmando assim uma parceria há tempos desejada. O acervo de imagens fotográficas digitais de arquitetura do Portal VITRUVIUS é hoje o mais significativo conjunto de imagens sobre arquitetura e espaços urbanos brasileiros acessível on line, com cerca de 35 mil fotografias, sem, contudo, estar catalogado nem organizado criteriosamente por palavras-chave, autor, referências tipológicas, cronológicas ou geográficas. Além de organizar o acervo mencionado, pretende-se inserir integralmente tais imagens no sistema do ARQUIGRAFIA, respeitando os direitos autorais sob licenças livres Creative Commons. Com o apoio da FAPESP e da Pró-reitoria de pesquisa da Universidade de São Paulo, a integração do acervo digital de imagens de arquitetura do projeto VITRUVIUS – generosamente cedido pelo arquiteto Prof. Dr. Abilio Guerra, coordenador da equipe do site –, trará uma contribuição inestimável à constituição de um acervo integrado e especializado sobre arquitetura, de amplo acesso público na Internet, com base na Rede Social ARQUIGRAFIA.
  • 17. 4. CONCLUSÃO O trabalho descrito aqui tem uma inserção especial dentro da história do projeto ARQUIGRAFIA pois retoma e materializa um desejo inicial da equipe de pesquisadores: a colaboração com a digitalização e a difusão na Internet do acervo de slides da Biblioteca da FAUUSP. Desde o início, entendia-se que o trabalho sobre esse acervo seria um projeto piloto, que poderia estimular outras instituições – bibliotecas, faculdades, institutos e fundações – que também possuem acervos de imagens da arquitetura brasileira a colaborarem com a Rede ARQUIGRAFIA. A parceria com o portal VITRUVIUS vem justamente somar-se a esse esforço, convergindo para a constituição de um ambiente colaborativo na Web, em torno da iconografia digital da arquitetura brasileira, reunindo imagens fotográficas, desenhos e vídeos, para amplo acesso público. Espera-se, que a partir dessas primeiras experiências aqui relatadas, outros acervos institucionais venham somar-se ao ARQUIGRAFIA, tornando real a coexistência complementar, em um mesmo ambiente na Internet, de acervos institucionais e acervos particulares cedidos pelos usuários como estratégia de enfrentamento dos desafios educacionais contemporâneos no Brasil. O conjunto iconográfico que pode ser assim constituído, certamente ampliará e aprofundará o conhecimento sobre a produção histórica da arquitetura no Brasil, tornando visível e passível de reflexão a diversidade das produções locais nos mais singulares lugares e espaços urbanos do país. AGRADECIMENTOS À diretoria da FAUUSP pelo apoio a esse trabalho, a todos os funcionários da Biblioteca da FAUUSP, especialmente àqueles do Setor Audiovisual, à sua diretora, Dina Uliana, pelo apoio e colaboração fundamentais, e à Suzana Alessio de Toledo, ex-diretora da Biblioteca da FAU, pela gentil colaboração com esse texto. REFERÊNCIAS Arellano, Miguel Angel. Preservação de documentos digitais. Ciência da Informação, Brasília, v. 33, n. 2, p. 15-27, maio/ago. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ci/v33n2/a02v33n2.pdf>. Acesso em: 28 set. 2011. CLASSIFICAÇÃO e catalogação de diapositivos e fotografias de arte. São Paulo: Laboratório de Artes Gráficas – FAU, 1974. CORONA, Eduardo; LEMOS, Carlos Alberto Cerqueira. Dicionário da arquitetura brasileira. São Paulo: Edart, 1972. 472 p. DEWEY, Melvil. Dewey decimal classification and relative index. 22. ed. Ohio: Online Computer Library Center, 2003. 4v. HABE, Neuza Kazue; SOUZA, João Carlos Bezerra de. Digitalização de diapositivos de arte e arquitetura: uma experiência a compartilhar. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 14., 2006, Salvador. Anais... Salvador: UFBA, 2006. 1 CD-ROM. MARQUES, Eliana de Azevedo. Serviço de Biblioteca e Informação da FAUUSP. Revista do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, n. 20, p. 226-235, dez. 2006. ______. A nova biblioteca: o papel e o digital. Revista USP, São Paulo, n. 80, p. 18-27, dez./jan./fev., 2008/2009. Santos, Plácida Leopoldina Ventura Amorim da Costa, Alves, Rachel Cristina Vesú. Metadados e Web Semântica para estruturação da Web 2.0 e Web 3.0. DataGramaZero - Revista de Ciência da Informação, v.10, n.6, dez. 2009. Disponível em: < http://www.datagramazero.org.br/dez09/Art_04.htm >. Acesso em: 18 ago. 2011.