USO DA TECNOLOGIA COMO FERRAMENTA NA IMPLANTAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO DO GRAU DE DEPENDÊNCIA
1. GESTÃO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
USO DA TECNOLOGIA COMO FERRAMENTA NA
IMPLANTAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO DO GRAU DE
DEPENDÊNCIA
Rodrigo Rodrigues Bonci – RM: 40.900
rrbonci@hotmail.com
Rodrigo de Abreu Brunhara – RM: 41.275
rodrigobrunhara@yahoo.com.br
Orientador: Ms. Edison Kalaf
RESUMO
Foi aplicado um instrumento de classificação de pacientes nas clinicas médicas e
cirúrgicas no Hospital Público no ano de 2011, com o intuito de conhecer o grau de
dependência dos pacientes em relação à equipe de enfermagem.
Foram analisadas 140 pacientes na clinica médica no período de Março a Maio de 2011 e
49 pacientes avaliados na clínica Cirúrgica no mesmo período.
O principal intuito deste levantamento era identificar o perfil do paciente internado no
Hospital e agilizar o processo informatizando o grau de dependência, diante deste perfil
existiria o dimensionamento adequado do quadro de enfermagem para atender estes
pacientes buscando sempre a qualidade na assistência.
Palavras-chave: Grau de dependência, Instrumento, paciente, níveis de
cuidados de saúde; classificação.
ABSTRACT
The main purpose of this study was identify the profile of the patient admitted to hospital,
would make the process of informatization on the level of dependence was fastest where,
before this profile, there would be a suitable dimensioning of the nursing framework to
meet these patients seeking to quality of medical assistance. We applied a classification
of patients in medical and surgical clinics at a public hospital in 2011 with the intention to
know the level of dependence of patients according to the nursing staff. We analyzed 140
patients at the clinic during the period March-May 2011 and evaluated 49 patients in the
surgical clinic in the same period.
2. 2
Keywords: Dependence level, Instrument, patient, health care levels,
classification.
INTRODUÇÃO
Os serviços de saúde têm como principal objetivo a produção de impacto
positivo na condição de saúde da população e, para a organização dos
mesmos, é necessária a análise de questões como demanda, oferta e
qualidade desses serviços.
As transformações ocorridas no cenário mundial, com a tecnologia e
a disseminação dos meios de comunicação, têm exigido dos setores
da indústria e de serviços um padrão de eficiência e qualidade para
atender às exigências da clientela. Os serviços da saúde, inseridos
neste cenário de transformação, têm passado por adaptações
buscando melhorar a eficiência e a qualidade dos serviços
prestados (FUGULIN, 2002).
Nas instituições hospitalares, o serviço de enfermagem representa
papel fundamental no processo assistencial e, por isso, o
gerenciamento de recursos humanos deve receber especial atenção
para equilibrar questões como custo, eficácia e qualidade da
assistência hospitalar (FUGULIN, 2002).
O dimensionamento de pessoal é um processo sistemático que
fundamenta o planejamento e a avaliação do quantitativo e
qualitativo de pessoal de enfermagem, necessário para prover
cuidados de forma a garantir a qualidade, previamente estabelecida,
a um grupo de pacientes de acordo com a filosofia, singularidade e
estrutura de cada organização. (GAIDZINSKI EL AL, 2005).
O avanço da ciência e da tecnologia vem modificando, através dos tempos,
as funções e o conceito de hospital. Este processo de avanço ocorreu
devido à conscientização da população quanto ao direito à saúde e
mudanças no sistema de assistência hospitalar.
3. 3
Na década de 90, a população brasileira despertou para seus direitos de
consumidor e os hospitais, como prestadores de serviço, sentiram a
necessidade de melhorar a qualidade de atendimento ao cliente.
Assim, nos últimos anos, o enfermeiro vem, cada vez mais, se
preocupando em nortear suas ações para a melhoria da qualidade da
assistência de enfermagem.
Neste trabalho, iremos resgatar o Sistema de Classificação de Pacientes
(SCP) enquanto instrumento útil para o planejamento da assistência de
enfermagem, para o dimensionamento de recursos humanos e materiais e
para a distribuição das atividades entre os membros da equipe de
enfermagem conforme a capacitação de cada membro e gravidade do
paciente.
Em diversas reuniões discutiu-se o instrumento para unificar informações e
definir a linha mestra com objetivo de traçar o perfil do cliente da clínica
médica e médica-cirúrgica. A equipe de enfermagem em conjunto com a
gerência de enfermagem definiu o número de visitas em 2011 para
levantamento dos pacientes internados nas clinicas medicas e clinica
cirúrgica:
Clínica médica: 04 visitas (30/03; 18/04; 11/05 e 23/05);
Clínica médica-cirúrgica: 03 visitas (18/04; 11/05 e 22/05).
Foram avaliados 12 itens relativos aos cuidados de enfermagem, também
foram considerados parâmetros da necessidade de equipe multidisciplinar
como assistência da fisioterapia, fonoaudiologia e psicologia.
A equipe de enfermagem e a equipe multidisciplinar identificaram e
avaliaram os 12 itens como classificação da avaliação do paciente
internado:
Necessidade de comunicação e nível de consciência;
Mobilidade e movimentação;
4. 4
Necessidade de alimentação;
Necessidade de oxigenação;
Necessidade de eliminação;
Necessidade de reabilitação;
Necessidade educacional;
Necessidade ambiental;
Necessidade terapêutica: medicação;
Necessidade terapêutica: curativo;
Necessidade psicossocial e espiritual;
Controle de sinais vitais e dados antropométricos.
Para cada item avaliado foi criada uma pontuação de 0 a 3, conforme
critérios definidos no SCP (Sistema de Classificação de Pacientes).
Abaixo segue pontuação definida para o instrumento de classificação do
paciente:
Essas são as definições para a classificação do grau de dependência do
paciente:
Cuidado mínimo ou auto cuidado – usuário fisicamente
autossuficiente. As ações de enfermagem são voltadas para um
possível controle terapêutico e reabilitação.
5. 5
Cuidado intermediário – usuário que necessita de ajuda e
orientação para atender suas necessidades básicas.
Cuidado semi intensivo – usuário com dependência total dos
cuidados de enfermagem para atender suas necessidades básicas.
Cuidados e observações de enfermagem devem ser constantes
Cuidado intensivo – usuário com dependência total dos cuidados
de enfermagem e requer cuidados e observações de enfermagem
concentrados e permanentes.
A tabela abaixo ilustra o total de pacientes estudados nos períodos de
Março a Maio nas duas clínicas:
Clínica médica:
Fonte: (dados colhidos no hospital. Período: Março / Abril / Maio 2011)
Distribuição dos pacientes da clínica médica Ímpar, segundo a
classificação do grau de dependência dos cuidados de enfermagem
(N=140) ano 2011:
6. 6
Fonte: (dados colhidos no Hospital. Período: Março / Abril / Maio 2011)
Clínica cirúrgica:
Fonte: (dados colhidos no Hospital. Período: Março / Abril / Maio 2011)
7. 7
Distribuição dos pacientes da Clínica Cirúrgica, segundo a classificação do
grau de dependência dos cuidados de enfermagem (N=49) Hospital 2011.
Fonte: (dados colhidos no Hospital. Período: Março / Abril / Maio 2011)
De acordo com as pesquisas realizadas identificamos que os pacientes da
Clínica Médica apresentaram um alto nível de dependência dos cuidados
de enfermagem (44% cuidados semi intensivo e intensivo).
A Clínica Cirúrgica apresentou 64% dos pacientes em grau mínimo de
dependência e, após todo o levantamento e estudos realizados pelo setor
de enfermagem, juntamente com toda equipe multidisciplinar identificaram
que o tempo que seria gasto para compilar o instrumento manualmente
para cada paciente destas unidades seria muito grande e demandaria
muito tempo de toda equipe realizando esta tarefa.
Este tempo gasto não seria interessante, pois a equipe poderia ter mais
tempo disponível cuidando dos pacientes.
Diante disso, a gerência de enfermagem do hospital procurou o setor de
tecnologia da informação para expor o projeto e solicitar o auxilio para
8. 8
implantar este instrumento de cuidado ao paciente, que seria de grande
importância para assistência e, também, para fortalecer ainda mais a
instituição diante da Secretaria da Saúde.
A equipe da TI topou o desafio e participou de algumas reuniões com o
corpo de enfermagem para entender o projeto e propor a informatização do
cálculo do grau de dependência.
Diante das informações levantadas nas reuniões o setor de tecnologia da
informação propôs a utilização do próprio sistema de gestão para o
lançamento dos dados e desenvolveu internamente uma ferramenta que
desse ao corpo de enfermagem a possibilidade de identificar em poucos
segundos qual é o grau de dependência dos pacientes internados.
A enfermagem definiu quais seriam os itens avaliados para estes pacientes
e encaminhou para o setor de tecnologia da informação, onde realizamos o
cadastro destas informações no sistema de gestão e definimos qual seria a
tela do sistema que toda a equipe realizaria o cadastro para cada paciente.
A equipe de enfermagem simplificou o instrumento tabulando os itens que
seriam medidos aos pacientes. Os itens tabulados são os seguintes:
Tabela1 – Métodos a serem medidos.
9. 9
Definimos a tela que a equipe de enfermagem utilizará, nesta tela o
enfermeiro(a) deverá informar o paciente e tabular cada item de acordo
com o grau de dependência do paciente.
Desenvolvemos, então, a ferramenta para pesquisa do grau de
dependência para cada paciente. Desta forma, a enfermagem conseguirá
acompanhar a evolução diária dos pacientes.
Também nesta ferramenta desenvolvida é possível definir o total de
enfermeiros para uma determinada clínica de acordo com o grau de
dependência dos pacientes internados (Resolução do COFEN número
293/2004), ou seja, a clínica que estiver com pacientes mais críticos, terá
um número maior de enfermeiros.
Ilustramos uma das telas do sistema onde é possível acompanhar data e
hora de quem realizou o grau de dependência, possibilitando o
gerenciamento da produtividade do enfermeiro. Também conseguimos
acompanhar por clinica qual o grau de dependência de maior incidência:
Fonte: (Tecnologia da Informação, hospital 2011)
10. 10
Fonte: (Tecnologia da Informação, Hospital 2011)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Parceria com o Setor de Tecnologia trouxe facilitações no ganho de
tempo para compilação de dados e gerenciamento da Assistência de
Enfermagem e produtividade dos enfermeiros.
Com o processo manual, a equipe deixava de atender e cuidar dos
pacientes para compilar as informações, e um grande problema que
ocorria era a falta de confiabilidade das informações devido ao fato do
processo ser todo manual.
A informatização do grau de dependência pode ser adotada como
ferramenta no gerenciamento de recursos humanos e materiais para
aprimorar a qualidade da assistência de enfermagem, ela foi capaz de
fazer com que a equipe dedicasse maior parte do dia para cuidar dos
pacientes, facilitando o trabalho do enfermeiro e trazendo benefícios para
recuperação do paciente.
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11. 11
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