2. Évora
Encantada
Dentro de um mundo por descobrir,
E com o céu em si espelhado,
Nasce uma cidade a sorrir,
Edificada no Passado.
Tens muralhas, tens ruelas
Tens estradas e calçadas
Tens igrejas das mais belas
E paisagens por ti criadas…
És sábia e maravilhosa
Tens tanto para nos contar.
Possuis a cor luminosa
De um Alentejo por criar.
Segreda-nos a tua história,
Que perdida anda nessas ruas,
Alimenta-nos a memória
Com fantasias e lembranças tuas…
O Templo, a Sé, a Capela…
Quantos encantos em ti comportas?
Deixem-me viver e olhar p’ra ela:
A cidade dos sonhos, da arte, das Portas.
Foto: André Gonçalves
Teresa Calado
Ficha Técnica - Director: Salvador dos Santos | Direcção de Projecto: Rui Miguel Baptista e David Simões | Equipa Redacto-
rial: Rui Miguel Baptista, David Simões e Pedro Conceição | Fotografia: André Gonçalves | Agradecimentos: Teresa Calado, Adria-
na Mello, Jorge Gabriel, Clara de Sousa, Guilherme Simões, Nuno Eiró, Augusto Simões, Palmira Marques e Paulo Arcanjo
Paginação e Impressão.: Gráfica Eborense | Periocidade: 1.ª Edição - Anual - Março 07 | Tiragem: 15.000 ex. | Distribuição Gratuita
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3. Editorial Em busca de algo
Foi entre as encruzilhadas de Évora,
ruas antigas e labirínticas, cheias de segre-
dos e histórias para contar que a dois
A abrir jovens nasceu a ideia, cresceu a obra, e
é aqui, nas páginas que se seguem, apre-
sentadas ao mundo e especialmente a si.
Évora100limites não é apenas uma publicação de
Pe. António Salvador
celebração dos 84 anos do Semanário “a defesa”, que
dos Santos
aproveito desde já para felicitar, é sobretudo o preen-
“a defesa” fez 84 anos, dia chimento de uma lacuna na cidade.
19 de Março, também dia de É fundamentalmente para si que esta revista foi
S. José. criada com conteúdos que decerto lhe interessarão,
devido á proximidade que deles tem. Tratados com
Nesta celebração decidimos
rigor e isenção, desejo que se delicie e se perca nas
inserir a publicidade numa re- páginas que se seguem, confiante de que no final irá
vista que é enriquecida com dar como bem empregue o tempo dispensado para
algumas entrevistas. folhear Évora100limites. Rui Miguel Baptista
No meio de todas as dificul- correiodoruimb@gmail.com
dades por que passa a impren-
sa regional, é consolador en-
contar a compreensão e dedi-
cação de tantos leitores que
Do sonho à realidade
Évora100limites nasce de um sonho
não se esquecem do seu jor-
que em apenas um mês se tornou
nal em dia de aniversário e qui- realidade. Nasce também da vontade de
seram apoiar a iniciativa dos desenvolver os meios de comunicação
nossos dedicados colaborado- social de Évora principalmente, para
res, por sinal os mais novos, estimular o interesse pela informação.
Rui Miguel Baptista, David Marcados pelo passado, conscientes
Simões e Pedro Conceição. do presente e estimulados pelo futuro, realizámos uma
Esta revista, que sai como revista a pensar em si, para que conheça um pouco
suplemento de “a defesa”, será mais da sua cidade.
gratuitamente distribuída e tam- Com 84 anos, o Semanário “a defesa” que está de
parabéns, proporcionou-nos esta oportunidade e com
bém separadamente. Assim se
isto pretendo incentivar a que apareçam mais iniciativas
justifica a tiragem de uns milha- como esta, para desenvolver a cidade em todos os
res de exemplares. aspectos.
Resta-nos agradecer a cola- Com todo o esforço e dedicação compensados pelo
boração de todos e em dia do sucesso deste projecto, é com muito gosto e satisfa-
nosso patrono, S. José, a to- ção que vos convido a desfrutar de Évora100limites.
dos lembrar. David Simões
correiodedavid@gmail.com
Ín
04 | Mais Évora, mais cultura 24 | Parabéns e Felicidades
06 | Évora palco literário 26 | Évora terá Urgência Polivalente
08 | “Queremos fazer uma mudança para melhor” 28 | “Uma questão de atitude”
di 10 | “Évora uma das mais bonitas cidades”
12 | “a defesa” tem pernas para andar”
30 | Parque Desportivo da Cidade
32 | Ecopista de Sucesso
ce
14 | TV Évora, um projecto inovador 33 | Robô que dá emprego
16 | Rumo ao futuro sem esquecer o passado 34 | “Vista” olha para Évora
22 | De fora para dentro 36 | Fundação Eugénio de Almeida
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4. Mais Évora
mais cultura
Para o ano de 2007 são eventos com uma assistência
esperadas muitas e diversas cómoda para cerca de 3 a 4
actividades culturais na cida- mil pessoas. A inauguração
de. Alguns dos acontecimen- está prevista para o final do
tos já fazem parte do calen- mês de Junho por altura da
dário anual de actividades, feira de S. João, e se não hou-
outras ainda se encontram em ver atrasos deixará de ser uma
análise devido a várias condi- condicionante para passar a
cionantes, tais como, a Praça ser uma certeza no panorama Rui Arimateia
Chefe da Divisão dos Assuntos Culturais
de Toiros que está a ser trans- cultural eborense.
formada num pavilhão mul- A Temporada de Dança, a Évora tem uma riqueza
tiusos que virá a breve trecho Feira do Livro e as comemo- cultural imensa, com inúmeros
colmatar uma lacuna em Évo- rações do 25 de Abril são ou- eventos e espectáculos, no
ra. Será um espaço que permi- tros eventos que já se encon- entanto no mundo global em
tirá a realização de grandes tram em programação. que hoje vivemos é necessá-
4
5. Foto: André Gonçalves
rio chegar até ao público e
estimulá-lo para que este se
sinta motivado a ir ver as acti-
vidades que se vão realizando.
Como refere Rui Arima-
teia, Chefe da Divisão dos
Assuntos Culturais, “uma das
grandes lacunas é exactamen-
te a divulgação dos eventos.
Teoricamente, em termos orça-
mentais, 25% do valor do es-
pectáculo seria para investir
em publicidade. Nos últimos
anos, devido a um grande es- não temos as paredes cheias ção do trabalho realizado até
forço financeiro e à crise que de cartazes como Lisboa e agora será possível alcançar
se parece ter instalado no nos- Porto, devido a regras muito um dia tão audaz objectivo. O
so país, não tem sido possível rígidas”. acolhimento deste evento
efectua os investimentos publi- Toda esta capacidade cul- poderá ir para cima da mesa
citários necessários. Temos tural que tem Évora do século quando todas as obras nas
apostado numa programação XXI tem muito a ver com o esta- salas de espectáculo exis-
forte e com maior qualidade, tuto alcançado em 1986, atri- tentes forem concluídas. No
contudo não há volta a dar e buído pela UNESCO de ser ci- final deste ano o Teatro Garcia
será mesmo necessário inves- dade património mundial que de Resende poderá ver 60%
tir mais em publicidade. Desta ajudou na divulgação externa das intervenções terminadas
forma, vai ser publicada uma dos eventos da cidade e da ao nível da segurança. O Salão
agenda cultural totalmente região. Central Eborense é outra obra
renovada, com uma periodici- Seria para Évora um acon- que há muito aguarda o início
dade mensal, sendo elabora- tecimento único ter a possibi- dos trabalhos, que ainda não
da em parceria com a Câmara lidade de ser capital Europeia tem data marcada pois a câ-
e a associação Bate Pé. Não da Cultura. É com toda a certe- mara irá este ano ainda can-
conseguimos de forma algu- za uma ambição legítima de didatar-se a dinheiros do
ma ser redundantes, porque todos, mas só com a continua- POC.
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6. Évora,
palco Literário
Cidade considerada Patri- Ferreira (1916-1996) ainda é dos séculos e dos sonhos dos
mónio Mundial da Humanida- possível. Basta acompanhar o homens (…)”.
de, Évora não pertence apenas percurso do professor, Alberto Mas não é só Vergílio Fer-
aos alentejanos, já é proprieda- Soares, personagem principal reira que aclama as qualidades
de do mundo inteiro graças aos descrito no romance “Apari- da cidade eborense. Entre mui-
seus encantos arquitectónicos ção”. Aqui recordamos o anti- tos autores mais ou menos co-
históricos únicos. Lugar de cru- go Liceu, com os seus claus- nhecidos, destacamos a pro-
zamento de povos, a cidade tros onde o mestre circulou e fessora Margarida Pedrosa,
sempre apaixonou os que por até podemos sentir a lumino- com o livro de ficção histórica
aqui passaram e foram vários sidade que a cidade reflecte “Só ao Bispo me Confesso”
os escritores que se deixaram nos seus espaços brancos: “ que nos remete para outros
enredar pelo feitiço desta cida- A cidade resplandecia a um sol tempos, época do reinado de
de–museu. Partilhar um pouco familiar, branca, enredada de D. João II, altura em que a per-
do que cada autor escreveu ruas como de velhas ciladas, sonagem principal (Inês de
sobre Évora é ver e sentir uma semeada de ruínas, de arcos Toledo), feiticeira e física da cor-
cidade multifacetada que já partidos, nichos de santos de te é preparada para morrer na
serviu de cenário para muitas orações de outras eras, jane- Praça do Giraldo. Pelas mãos
criações literárias. las góticas, como olhares em- de Margarida ultrapassamos as
Percorrer as ruas de Évora bicados. Évora mortuária, en- fronteiras da mouraria e da ju-
na companhia de Vergílio cruzilhada de raças, ossário diaria, atravessamos ruas, en-
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7. tramos nas igrejas e conhece-
Foto: André Gonçalves
mos antigos costumes.
Também o prémio Nobel
da Literatura, José Saramago,
um dia sonhou escrever sobre
o nosso Alentejo. Assim, surgiu
o romance “Levantado do
Chão”. Outro grande nome da
literatura portuguesa, Eça de
Queirós (1845-1900) viveu du-
rante um ano (1867) em Évora,
onde editava “O Distrito de
Évora” um jornal financiado pe-
lo agricultor alentejano José
Maria Eugénio de Almeida,
destinado a opor-se ao Gover-
no. Nas páginas deste periódi-
co, encontramos referências
directas aos acontecimentos
locais, como é o caso da cró-
nica que se refere à Feira de de emoção sobre a cidade Alentejo: “Vida e Morte dos
São João: “Uma festa e uma onde estudou: Évora! Ruas er- Santiagos” e “Évora e os dias
feira; as barracas e as foguei- mas sob os céus/ Cor de vio- de Guerra”.
ras, as cavalhadas e a alegria, letas roxas...Ruas frades/ Pe- Além dos referidos, está
os panoramas e as alcacho- dindo em triste penitência a claro, muitos outros nomes das
fras, os saltimbancos e os de- Deus/ Que nos perdoe as letras também respiraram os
voradores de espadas, e as míseras vaidades!(…) ares da capital do alto Alentejo
fontes de madrugada, tudo Mário Ventura Henriques para elaborar os seus textos. E,
junto, tudo no mesmo dia!” (1936-2006), escritor, jornalista e no futuro, outros escritores,
Poetisa de excessos, Flor- fundador do Festival de cinema poetas e cronistas vão inspirar-
bela Espanca (1894-1930), na- de Tróia que se considerava -se neste recanto e, com cer-
tural da vizinha Vila Viçosa, “alentejano por afeição” publi- teza, novas vozes literárias es-
oferece-nos versos carregados cou duas obras que falam do tarão por vir!
A. Mello
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8. Entrevista a José Neves,
Presidente da Associação Comercial do Distrito de Évora:
“Queremos
fazer uma mudança
para melhor”
Em Fevereiro passado do comércio tradicional. Tam-
fez um ano que a actual di- bém no Carnaval, apesar do
recção da ACDE tomou tempo não ter ajudado, procu-
posse. Que balanço se po- rámos dar mais dinâmica ao
de fazer? centro histórico da cidade.
José Neves – Creio que
ainda é prematuro fazer um ba- Em tempos de crise do
lanço. No entanto, neste pri- comércio tradicional como
meiro ano actuámos em duas vê a realidade económica
vertentes. Por um lado, arrumá- dos comerciantes neste
mos algumas coisas dentro da ano de 2007?
ACDE, alterando alguns proce- J. N. - A situação há um
dimentos. Por outro lado, pro- ano estava complicada e as-
curámos aproximar-nos mais sim continua, não se preven-
do Associado, que é o nosso do que 2007 seja melhor do
objectivo principal. que 2006. A esmagadora
maioria dos nossos associa-
Ao longo do ano que dos vendeu igual ou menos
actividades foram feitas em em 2006 do que em 2005,
Évora para que a actividade sendo raros os casos que Neste momento já há
comercial no centro histó- aumentaram o número das uma grande superfície
rico fosse mais activa? vendas. aprovada. Quantas mais
J. N. - Tivemos várias acti- Além disto, temos a in- estão em fase de estudo?
vidades ao longo do ano, sen- cógnita em relação ao nú- J. N. - Sim, neste momen-
do que no mês de Dezembro, mero de novas grandes super- to já existe uma unidade apro-
se desenvolveu uma campa- fícies comerciais para a cida- vada. O estudo, que está a ser
nha mais intensa, porque o de, que estão em estudo, o desenvolvido pelo departa-
Natal é a época em que, para que leva à apreensão em re- mento de geografia da Facul-
a maioria dos associados, se lação ao futuro, porque não se dade de Letras da Universi-
conseguem potenciar as ven- sabe que concorrência o co- dade de Lisboa, é relativo a
das. Assim, apostámos em mércio tradicional terá e quais quatro projectos e procura
dar alegria e dinâmica à volta serão as regras do jogo. apurar a capacidade do distrito
8
9. e da cidade em acolher novas talha em relação aos horários
grandes superfícies comer- porque não é fácil fazer a rees-
ciais. truturação do alargamento de
horário. Estamos neste mo-
A realização deste estu- mento também a negociar o
do já é uma vitória para a contrato colectivo de trabalho
ACDE? para o comércio, com vanta-
J. N. - Sim é uma peque- gens para os comerciantes e
na vitória. Conseguimos fazer para os trabalhadores.
sentir às várias entidades da A nível interno criámos
cidade que não era possível ter agora um gabinete de estu-
esse número de superfícies dos para ajudar os comer-
comerciais. Temos que fazer ciantes a concorrer aos vários
Foto: André Gonçalves
esse estudo, apurar a capaci- programas operacionais que
dade, e depois escolher a me- existem.
lhor e a que trará valor acres- Queremos fazer uma mu-
centado à cidade e aos co- dança para melhor, mas não
merciantes. Que fique claro que Quando estará termina- de uma forma radical.
não quisemos nem queremos do o estudo?
arranjar nenhuma luta com as J. N. - Penso que deverá
ser entregue até ao final do
opinião
grandes superfícies, simples-
mente queremos que haja uma semestre deste ano. Depois,
Problema
sem
complementariedade e que a Câmara Municipal terá a
todos possamos ganhar com primeira palavra, porque foi a
esses investimentos. entidade que encomendou o
estudo. Deverá ser a Câmara retorno?
Na visão da ACDE, além a torná-lo público, chamando- Muito se especula acer-
da unidade que já está nos, para depois se definir o ca de quem ou do quê
aprovada, há lugar para que irá acontecer. será responsável pela cri-
quantas mais? se no comércio tradicional
J. N. - Nós pensamos que Para 2007, qual o traba- na cidade de Évora. No
o ideal era ter apenas uma. lho da Associação Comer- entanto que medidas visí-
Aprovar mais, depende, do cial no sentido de atenuar veis têm sido tomadas no
nosso ponto de vista, do ta- este efeito de recessão? sentido de promover e es-
manho das unidades, porque J. N. - A ACDE continua a timular a compra no cen-
nos outros projectos em es- trabalhar com a mesma linha tro histórico. Aos olhos de
tudo há unidades com 20 mil de orientação que tivemos no todos está claro que pou-
metros quadrados, igual à ano passado. Vamos fazer co ou nada tem sido feito
aprovada, mas há outra que vários eventos, porque nos para que exista um retro-
tem o dobro. Portanto, vamos candidatámos ao ModCom, cesso nesta tendência
aguardar a conclusão do es- procurando atrair mais clientes abismal que parece não
tudo para tirarmos as nossas para o comércio tradicional. ter retorno.
ilações. Continuamos com a nossa ba-
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10. Entrevista a Andrade Santos,
Presidente da Região de Turismo de Évora
“Évora
uma das mais
bonitas cidades”
O que significa Évora no de Património Mundial pela to Regional do Alentejo, pude-
panorama turístico Nacional UNESCO trouxe à cidade? mos fazer uma promoção que
e Mundial? A. S. - Isso é inevitável. Tudo deu muitos frutos, como acon-
Andrade Santos – A nível isto devido à faculdade que a teceu em 1998, com a Expo.
nacional, Évora é uma das mais cidade teve de preservar o seu Na actual década, o apoio re-
bonitas cidades do país, se património, o que não invalidou duziu-se muito, numa altura em
não a mais bonita. O seu Cen- algumas alterações. De registar que era necessário promo-
tro Histórico é o maior portugu- também, que nos anos 90, ver fortemente. Na verdade, os
ês e um dos maiores da Euro- Évora teve uma das melhores apoios que temos são mui-
pa, com sinais de diferentes taxas de ocupação do país, to abaixo das necessidades.
épocas, com um elemento ro- logo a seguir aos grandes cen-
mano muito bem conservado, tros, tornando-se o grande pólo Que iniciativas estão em
um traçado medieval. Portan- de atracção do Alentejo e uma curso para atrair cada vez
to, foi justamente considerado “bandeirinha” de Portugal lá fora. mais turistas estrangeiros à
há 20 anos como Património da nossa cidade?
Humanidade, pela sua preser- Tendo em conta Portu- A. S. - Nos últimos anos,
vação, mesmo ao longo da gal, qual a promoção do através da Agência de Promo-
evolução do mundo moderno. Alentejo e em particular de ção Externa do Alentejo, temos
Por isso, a marca Évora, a nível Évora junto dos portugue- investido em mercados estran-
europeu, é mais conhecida do ses oriundos de outras re- geiros que são preferenciais
que a marca Alentejo, de tal giões do país? para nós, Espanha, França,
forma que 70% dos turistas que A. S. - Costumo dizer que Reino Unido, Bélgica, Holanda
visitam o Alentejo, pernoitam toda a promoção que se faça e Alemanha: actualmente, co-
em Évora. é sempre insuficiente. Na dé- meçamos à ter resultados com
cada de 90, com o apoio que uma procura de estrangeiros a
Este é um dos benefíci- tivemos da Comissão de Co- crescer mais depressa do que
os que a conquista do título ordenação de Desenvolvimen- os nacionais.
10
11. O trabalho concreto passa por identidade da nossa região em
várias iniciativas: presença em termos turísticos. Não quer di-
feiras através de stands, sen- zer que estejamos contra os
do um dos mais caros. Por is- grandes empreendimentos,
so, temos vindo a reduzir a pre- devemos, sim, ter para cuida-
sença, estando apenas nas do que os investimentos não
principais a nível mundial; esta- descaracterizem o Alentejo.
mos a apostar em feiras que
foto para
promovem o contacto com o Se o Templo Romano for
público; trabalhamos com aqui considerado uma das 7 ma-
agências de comunicação, ravilhas de Portugal, acha
procurando trazer jornalistas e que o turismo interno vai
agentes de viagens. Procura- aumentar no que respeita a
mos também promover o dis- visitas a Évora?
trito de Évora e toda a região, A.S. - Penso que sim. Mas
equilibrando a visibilidade do estamos a falar de concursos,
território. Usamos ainda publici- no mundo do entretenimento,
dade em meios de comunica- por isso, devemos olhar com
Foto: André Gonçalves
ção social e outras acções, co- algum distanciamento. Para a
mo em Maio, teremos um auto- RTE é muito importante que em
carro todo decorado com moti- 21 sítios/ monumentos valoriza-
vos do Alentejo que percorrerá o nesta altura o existente corres- dos, apareçam três oriundos
norte de Espanha e estará em ponde às necessidades. do nosso distrito, o que reflecte
Madrid. a riqueza que possuímos.
O Alqueva tem um po-
As infra-estruturas de que tencial turístico elevado para Qual o balanço que faz
a cidade é dotada são sufici- o Alentejo. O que falta para do ano passado relativa-
entes para acolher bem? Se que este seja realmente mente ao número de pesso-
não, o que necessita de ajus- aproveitado? as que visitaram a cidade?
tes ou melhoramentos? A. S. – Alqueva neste mo- Houve um aumento ou os
A. S. - Gostaríamos que o mento é o plano de água. Mas resultados ficaram aquém
alojamento e a oferta turística uma oferta turística deve permi- das expectativas?
não se concentrasse apenas tir arrecadar receitas, procuran- A.S. - Ainda não há núme-
em Évora, mas que há volta do que o turista pernoite, como ros a nível distrital, só a nível na-
surjissem outros locais, para refere a definição de turista. Por cional e números planos. Temos
toda a região poder beneficiar. isso, ainda há muito trabalho a estimativas de crescimento em
Mas Évora ainda representa ¾ fazer, porque há poucas ofer- 2006, à escala do Alentejo. Se
da oferta, sendo, no entanto, tas de alojamento e serviços. o distrito de Évora tiver um cres-
um facto que à medida que Alqueva ainda é muito virtual. cimento equivalente pelos nú-
Évora cresce, também cresce Ponho em dúvida que os gran- meros do Alentejo, passámos
a oferta no distrito. des empreendimentos turísti- de mais de 320 mil dormidas,
Contudo, nunca se dispõe cos, de que se falam, sejam a em 2005, para cerca de 350 mil,
de tudo do que se quer, mas melhor forma de preservar a em 2006.
11
12. Entrevista a Pe. António Salvador Santos, director do jornal “a defesa”
”a defesa“
tem pernas
para andar
de norte a sul, como é um jor- e até do desporto, mormente
nal de proximidade que os lei- quando o Lusitano militou na di-
tores esperam, ansiosos, rece- visão maior. “A defesa” ao lon-
ber cada semana. go destes anos tem sido um
jornal de referência em todo o
Durante toda a sua vida, país, quer pela fidelidade à
quais as mais valias que o doutrina Cristã quer pelo huma-
jornal “a defesa” trouxe para nismo que defende...
O que significam 84 a região?
anos como meio de comu- A. S. S. - O jornal “a defesa” Vivendo a comunicação
nicação social de referência tem sido incansável na defesa social tempos de mudança,
da cidade de Évora? dos valores éticos, mas tam- quais são as perspectivas
Pe. António Salvador San- bém da região a que pertence. de a defesa para o futuro?
tos – Évora é uma cidade que Uma pleiade de colabora- A. S. S. - Costuma dizer-se
se orgulha do seu passado. dores de grande nível intelec- que o futuro a Deus pertence.
Também no campo da comu- tual, escreveram artigos inédi- Contudo, atrevemo-nos a dizer
nicação, Évora tem uma tradi- tos sobre assuntos tão diver- que apesar das dificuldades
ção enraizada, desde o início sos como religião, literatura, ar- que atravessa a comunicação
da Universidade Henriquina até queologia, arquitectura, músi- social regional em Portugal, “a
aos nossos dias. ca, liturgia, etc, etc, sublinhan- defesa” tem pernas para andar,
Até há pouco tempo, Évora do bem o desenrolar do Con- já pela estrutura tecnológica de
e o Alentejo orgulhavam-se de cílio Vaticano II, onde participou que se equipou, quer pela or-
ter dois diários – Notícias de como secretário do Arcebispo ganização empresarial que a
Évora e Diário do Sul, para além D. Trindade Salgueiro, o então sustenta. Assim o queiram os
de vários semanários e men- director de “a defesa”, Monse- nossos leitores, assinantes e
sários que não conseguiram so- nhor José Filipe Mendeiros. anunciantes já que são eles a
breviver, à excepção do jornal “a Ademais, na defesa da rea- força maior deste jornal.
defesa” que agora completa bertura da Universidade, conti- Lamentavelmente hoje há
84 anos e que, no ano de 1948, nuidade de diversas direcções alguns autarcas que nos des-
chegou a sair diariamente. regionais, abertura de escolas, criminam sobretudo na distri-
“A defesa” não só tem sido construção de barragens, de- buição de publicidade. Mas
um jornal de referência citado fesa da agricultura e pecuária também já lhe mostrámos que
12
13. vivemos mesmo sem contar no do administrador de então. An- municação que chega onde
plano de distribuição de publi- tes mesmo de terminar a Teo- nós não conseguimos entrar...
cidade, já que para as notícias logia já passava para respon- por todas estas razões a nos-
grátis entopem os canais de der à correspondência e cum- sa imaginação tem-se multipli-
comunicação... prir as responsabilidades de cado para conseguir que “a
uma casa aberta... defesa” seja um semanário fiel
Como actual director e Logo que fui ordenado de ao seu estatuto editorial que
colaborador há 30 anos, em presbítero, a minha nomeação foi leve, cada semana, até aos lei-
que primou sempre a inova- para me dedicar a tempo inteiro tores uma informação verda-
ção nas suas políticas, que (parcial, porque já leccionava) à deira e uma esperança renova-
balanço faz deste período? SIRE, a que pertence “a defesa”. da, porque inspirada no evan-
A. S. S. - Às vezes quase Orgulho-me de dizer que gelho de Jesus.
me esqueço que há 30 anos de 1977 até
que colaboro neste jornal. Pri- hoje me te-
meiro como estudante a quem nho dedicado
o Monsenhor Mendeiros pedia de alma e co-
pontualmente colaboração em ração a esta
pequenas reportagens e co- tarefa, que
berturas de reuniões, nomea- gosto de rea-
damente desportivas. lizar, mas tam-
Depois, a pedido do Arce- bém porque
bispo D. David como organiza- acredito no
dor administrativo, por doença poder da co-
13
14. TV Évora,
um projecto inovador
A TV Évora é um projecto
que surge englobado na em-
presa Campo dos Media, que
detém também a TV Beja. “A
ideia surgiu há cerca de um
ano e meio, no final de 2005,
na sequência de termos feito
uma análise à imprensa regio-
nal, e verificarmos que era
possível juntar a TV. Ao texto,
partindo para um projecto on-
line, porque era interessante
complementar a imprensa
regional e outros meios com o
audiovisual, dando imagem à
actualidade. A partir daí, des- o Alentejo tem. Queremos largura de banda daqui a dois
poletamos o processo, desen- fazer um jornalismo pela positi- anos vai permitir que vejamos
volvendo a plataforma tecno- va. “Depois procuramos fazer qualquer tv-oline como vemos
lógica, que está a ser vendida a convergência de suportes, um canal de televisão hertzia-
para outros projectos. Criámos com o texto, a imagem, e o no. Com a maior largura de
uma equipa, lançamos o som, numa única plataforma. banda e a maior interacção
projecto em Beja que correu No futuro não haverá grande entre TV e Internet, será o fu-
muito bem”, explica Miguel diferença entre TV, jornal e turo. Daqui a dois anos vai ser
Correia, director do projecto. rádio, unidos na Internet”, possível ver uma emissão
Até ao momento, o pro- aponta Miguel Correia. contínua, ou ver à escolha o
jecto tem tido um feedback O projecto é suportado que quer ver, com uma actua-
muito positivo das pessoas do financeiramente pela Campo lização de peças novas todos
concelho e dos emigrantes. dos Media, que vende a plata- os dias”, explica Miguel Correia.
Neste momento o estúdio forma tecnológica que desen- “Auguro um futuro muito
está em Beja, mas apontamos volveu para muitos projectos positivo, porque até aqui tem
para Abril, Maio a abertura de de norte a sul do país e que superado as expectativas.
um estúdio em Évora, para estão a surgir online. Por outro Cada vez mais seremos olha-
desenvolvermos mais progra- lado, a publicidade é outra dos como um meio de comu-
mas específicos. fonte de receita. nicação social. A qualidade
O projecto procura promo- “Estes projectos existem será o crivo para a prevalência
ver e divulgar o que de positivo porque temos noção que a dos projectos”, conclui.
14
16. Entrevista a José Ernesto, Presidente da Câmara de Évora
Rumo ao futuro,
sem esquecer
o passado
É do conhecimento público que mento e o desenvolvimento social,
antes de ser Presidente da Câma- económico e cultural da cidade se
ra Municipal de Évora era médico faça rumo à modernidade, mas com
ginecologista. Como aconteceu respeito pelo nosso passado e
essa mudança? património.
José Ernesto - Não foi propria-
mente uma mudança, foi uma evo- Passados 20 anos de Évora ser
lução natural embora aparentemente considerada pela UNESCO Cidade Évora encontra-se na lista para a
não tenha uma relação directa a mi- Património Mundial, que análise faz eleição da 7 maravilhas de Portugal
nha profissão com a actividade que dos benefícios culturais e turísticos? pelo Templo de Diana. Como vê a pos-
actualmente desempenho. Eu sem- J. E. - A análise está aos olhos sibilidade de este monumento ser
pre tive uma grande paixão pela cau- de todos nós. Quem conheceu Évora considerado uma das maravilhas de
sa pública, pela política no sentido há 20 anos e conhece Évora hoje, Portugal?
de luta por causas, por transforma- verifica que passámos de uma cida- J. E. - Todo o nosso centro histó-
ções com o objectivo de criar um de província, uma cidade patrimó- rico classificado como património
mundo mais justo, mais fraterno, e nio considerada museu um pouco mundial pela UNESCO deveria ser
onde todas as potencialidades do fechada muito virada para si mes- essa a maravilha de Portugal, pois
homem pudessem ser aproveitadas mo, para uma cidade de projecção o Templo Diana, sem tirar mérito e
e desenvolvidas. Por isso, não creio nacional e internacional que veio a justiça à sua nomeação, é apenas
que exista um grande distanciamen- afirmar-se como um destino turísti- um elemento do centro histórico e
to entre a profissão de médico e a co qualificador do nosso país. Évora penso que este sim é a nossa gran-
profissão de autarca. é hoje reconhecida cá dentro e lá de maravilha. O Templo Diana e a
fora como um modelo de gestão sua possível eleição para uma das
Estando já a meio do seu segun- patrimonial. Eu penso que o melhor 7 maravilhas de Portugal, enche o
do mandato, em que se centra a sua exemplo disso é o prémio que a Presidente da Câmara de orgulho
política? cidade recebeu no ano passado, sendo uma responsabilidade de
J. E. - Continuar fiel ás razões que Swiss Award, entregue pela Confe- todos os eborenses. Para que isso
me levaram a apresentar a primeira deração Suiça de Turismo, o galar- aconteça, basta votarem em
vez há 10 anos ao eleitorado e con- dão que premeia a cidade que me- www.7maravilhas.pt, sendo a forma
celho de Évora, que é a concretiza- lhor soube aproveitar o património correcta para poderem testemunhar
ção de um projecto de desenvolvi- para ser um destino turístico de o seu amor à cidade e ao seu patri-
mento sustentado, em que o cresci- qualidade. mónio. Se conseguirmos levar to-
16
17. dos os eborenses, todos os alen- ralhas e deixar o centro histórico de-
tejanos, e todos os amigos de ebo- finhar, e mesmo ameaçar ruína, em
renses e alentejanos e também muitos casos. De forma que, a nos-
todos os portugueses que quiserem sa orientação é cada vez mais pro-
fazê-lo admito que vamos conse- mover a recuperação habitacional,
guir. A votação é até ao dia 7 de Julho e trazer com isso famílias jovens pa-
e até lá vamos ter um conjunto de ra habitar o centro histórico para con-
acções que à medida que se forem trariar esta tendência e o abandono.
aproximando os meses de maior pro-
cura, vão sendo dados a conhecer, Existe uma perspectiva de cres-
que passarão por uma campanha cimento populacional para a cidade
intensa dirigida a todos aqueles que que justifique o progressivo cresci-
estão ligados a Évora e que nos visi- mento urbanístico continuar?
tam para que sejam convidados a J. E. - Vamos entrar na fase de
participar nesta votação. discussão pública do PDM e existe
uma perspectiva de crescimento pa-
É sabido que existe um êxodo da ra a cidade nos próximos 10 anos
cidade para os bairros. mantendo até a tendência que tem
O que há a fazer em relação às ca- vindo a ser verificada nos últimos
sas degradadas no centro da cidade? censos com crescimento entre 10
J. E. - Será criada uma sociedade a 15 mil pessoas, isto é, dando uma
de recuperação urbana, Évora Viva. perspectiva de mais ou menos 4 a
Esta obedece à nossa estratégia de 5 mil famílias o que significará, para
utilizar todos os mecanismos legais, além da ocupação dos meios habi-
e aqueles que no próximo quadro tacionais que actualmente temos, a
de referência estratégica, vão per- necessidade de continuar a crescer
mitir a definição de uma política de compativelmente com este au-
privilégio para recuperação da ci- mento populacional. As perspecti-
dade. Como é sabido a maior parte vas que estão lançadas no PDM
do património é privado, embora deste aumento populacional têm a
haja algum público, ainda que não ver com três ordens de razões. Pri-
da Câmara Municipal. Sendo este meiro novos projectos de investi-
património privado, o papel desta mento previstos para a nossa cida-
sociedade será intermediar a mobi- de, projectos industriais, turísticos,
lização dos meios nacionais comu- que vão criar emprego e que vão
nitários públicos e privados com ajudar a fixar pessoas. Segundo, um
vista a aumentar o número de ha- reforço de uma vocação de Évora
bitantes dentro do centro histórico, como uma periferia qualificadora da
pelo menos a política de facilitar e área metropolitana de Lisboa, ou
promover a construção nova não é seja, há muitas pessoas com os
mais possível sem que previamente investimentos que estão previstos
se dê uma resposta aquilo que é a nas áreas das acessibilidades no-
Foto: André Gonçalves
vocação habitacional no centro his- meadamente do TGV, que podendo
tórico. Não podemos continuar a trabalhar em Lisboa optaram, ao
crescer no sentido exterior das mu-
17
18. Rumo ao futuro,
sem esquecer o passado
exemplo do que aconteceu em de uma forma coerente e como um Portas da Lagoa e as Portas d’Aviz
muitas outras cidades periféricas de todo urbano de qualidade. Não será na zona que hoje é preenchida por
grandes metrópoles da Europa uma zona para densificar a cons- um grande parque automóvel. Es-
como é o caso de Toledo, Ávila, Se- trução, será sim uma zona de equi- te projecto foi entregue ao arquitecto
góvia, em Espanha, Chatres em pamentos. Está prevista a cons- Manuel Salgado e já tem uma ma-
França, Bruges em Bruxelas, por vi- trução de uma biblioteca, de mais quete formulada. No entanto, obri-
ver em Évora, que assim, dotada uma escola EB1, de algumas infra- gará a resolver os problemas de
desses meios novos de acessibi- estruturas desportivas que comple- posse de terrenos. Um dos compo-
lidades também venha recuperar mentem a oferta da cidade a este nentes desse projecto é a cons-
mais habitantes. E terceiro, o facto nível, espaços verdes, zonas pedo- trução de um parque subterrâneo
da qualidade de vida que nós que- nais, equipamento terciário nomea- permitindo à superfície desenvolve-
remos afirmar e que vai ser cada vez damente comércio e, naturalmente, rem-se então espaços de animação
mais uma exigência das populações habitação, mas é um projecto para nocturna que a cidade necessita,
do século XXI. ser desenvolvido ao longo dos pró- mas fora do convívio do centro his-
ximos 10 a 15 anos. tórico. Temos uma cidade univer-
Especula-se que irá ser construída sitária que há que aproveitar cada
uma grande zona urbanística no A chamada “Avenida das Disco- vez mais em termos de dinâmica
seguimento do Bairro da Horta das tecas” é falada há vários anos. É para continuar também a crescer.
Tâmaras em redor da variante. É um apenas um boato ou existe mesmo o Cerca de 20% da nossa população
projecto com futuro? objectivo de a câmara retirar bares e vive relacionada com a comunidade
J. E. - É um projecto que é cha- discotecas do centro da cidade? educativa, alunos, professores,
mado zona de expansão dos Leões. J. E. - Existe mesmo esse obje- sendo uma população que nos inte-
É uma união dessa zona e dos bair- ctivo, as chamadas Docas Secas ressa acolher bem em Évora, para
ros do Bacelo, Frei Aleixo e Granito são para ser desenvolvidas entre as além disso o turismo também ne-
cessita dessas zonas de animação,
porém agora temos de construir em
locais que não sejam conflituais
com o direito ao repouso dos nos-
sos moradores.
Retirar a Feira de S. João do Ros-
sio é um projecto falado há vários
mandatos camarários. Como irá ser
construído o Parque de Feiras e Ex-
posições, onde e quando?
Foto: André Gonçalves
J. E. - Permita-me que comece
Foto: André Gonçalves
por introduzir uma pequena cor-
recção que julgo que muitos ebo-
renses ainda não adquiriram. A
18
19. intenção não é que o parque de
actividades económicas e exposi-
ções transfira a parte lúdica da feira
de S. João de local. Tudo aquilo a
que corresponde a feira tradicional
faz parte da identidade das festas
populares de S. João e de S. Pedro
da nossa cidade, e como tal, conti-
nuará a desenvolver-se na zona do
Rossio de S. Brás. O que se deslo-
cará para o parque de actividades
económicas será apenas a feira co-
mercial. Com muito melhores con-
dições, o parque de actividades
económicas de feiras e exposições
não será para realizar apenas uma hoje estão muito afastados do cen- construção desta nova variante
feira por ano, mas sim várias ligadas tro histórico justificando cada vez durante o próximo ano.
à actividade comercial e industrial mais que a rede transportes funcio-
da nossa zona incluindo-se assim ne como opção ao transporte priva- A empresa Skylander tem sido
a promoção do turismo e de pro- do. Depois dos estudos técnicos muito falada pela sua vinda para Évora.
dutos regionais. O Parque de Feiras que foram elaborados pelo SITEE Quais os apoios dados à empresa,
e Exposições estará localizada de com uma equipa especializada do quais as mais valias que trará para a
acordo com a proposta de Plano Instituto Superior Técnico, con- cidade e para quando o inicio de
Director Municipal na Herdade da cluiu-se que para que haja uma laboração?
Caeira, na parte compreendida entre redução significativa do transporte J. E. - O projecto Skylander do
a estrada que vai para Reguengos, privado na cidade no seu conjunto qual faz parte a construção de um
a linha do caminho-de-ferro, e o rio e particularmente no centro históri- avião com o mesmo nome é prota-
Charrama. co, é necessário adaptar as carreiras gonizado pela empresa GSI Interna-
urbanas reforçando as ligações cional e por uma empresa sedeada
Em Abril, a cidade recebe uma nova transversais norte/sul, este/oeste. em Évora que é a Skylander Aircraft.
organização de transportes públicos, O projecto neste momento está em
protagonizada pela SITEE. Fale-nos A construção da Variante Nascente fase de ultimação da engenharia
dessa mudança e dos seus objectivos. será outra artéria que irá retirar muito financeira que suportará o mesmo,
J. E. - A cidade tem vindo a cres- trânsito da cidade, principalmente de nomeadamente, através da entrada
cer, surgindo novas bacias de em- veículos pesados. da banca privada portuguesa. Con-
prego e centralidades. Face a esta J. E. - Sem duvida nenhuma, por tará com apoios da parte do Governo
evolução os transportes públicos na isso mesmo o projecto foi encomen- português, como é habitual nos
definição das suas carreiras têm que dado. Foi um projecto que demorou projectos de dimensão estratégica,
ter correspondência com essas no- algum tempo, porém agora está em já que o mesmo foi considerado de
vas necessidades. É preciso ter em condições de ir a reunião de Câmara interesse nacional. Da parte da au-
conta os circuitos definidos pela po- para a aprovação do mesmo. O pro- tarquia tem contado com acompa-
pulação estudantil, pelas pessoas jecto já tem parecer das várias enti- nhamento desde a primeira hora,
quando se dirigem para os seus em- dades e será posto a concurso ainda motivando a Fundação Eugénio de
pregos, assim como que os bairros este ano e esperando começar a
19
20. Rumo ao futuro,
sem esquecer o passado
Almeida, titular e proprietária dos Envoltos em polémica os centros
terrenos, que desde o primeiro mo- comerciais vão trazer uma grande crise
mento se mostrou interessada na para o comércio tradicional. Existe al-
concretização do mesmo e natural- gum projecto para evitar este proble-
mente no acompanhamento que os foto ma?
nossos serviços têm feito na mon- arranjar J. E. - A crise do comércio tradi-
tagem das infra-estruturas necessá- cional já existia antes dos centros
rias para a concretização do projecto comerciais chegarem a Évora. Exis-
de enorme importância para a cida- te em todo o país, em toda a Europa,
de de Évora e para a região. Prevê- tanto o comércio como a indústria,
se a criação de 900 postos de traba- como em todos os outros sectores
lho directos que podem ser muitos de actividade, sofrendo alterações
mais, pois numa indústria desta impostas por novos conceitos de
Foto: André Gonçalves
natureza são criadas muitas outras comercializar. São precisas três
indústrias adjacentes, e portanto o prioridades de intervenção a nível
número de trabalhadores indirectos do nosso centro histórico.
através do projecto Skylander numa dia em construção em Évora, que A primeira prioridade de inter-
velocidade cruzeiro poderá atingir está licenciado, e há intenção por venção passa por estancar a hemor-
os 2000. Os franceses têm o pro- mais dois promotores, sabendo-se ragia da saída de população, ten-
jecto em condições para arrancar de antemão que dificilmente pode- tando com isso que o nosso comér-
quase de imediato, assim que o rão ser os dois licenciados. Apesar cio tradicional possa ter vantagens
Estado Português dê luz verde ao disso a Câmara Municipal e bem, como comércio de proximidade.
projecto de engenharia financeira. por unanimidade decidiu antes de A nossa segunda prioridade é o
licenciar qualquer outra superfície estacionamento no centro histórico.
Muito tem sido falado acerca dos comercial elaborar um estudo de Temos que criar mais lugares de es-
4 ou 5 novos centros comerciais que impacto que estas têm sobre o co- tacionamento, que é o que estamos
se vão instalar em Évora. Quais são mércio tradicional situado no centro a fazer, aproveitando todas as bolsas
eles e que benefícios trarão? histórico. Esse estudo está em cur- disponíveis. Vamos abrir a curto
J. E. - Foi criada a ideia, não sei so, por isso até lá todos os licencia- prazo a rodoviária frente ao jardim
com que intenção, de que iriam ser mentos estão suspensos. Com base público com lugares disponíveis.
criados 4 ou 5 centros comerciais nesse documento e nas suas con- Estamos também a negociar com a
na cidade de Évora. Nunca foi nosso clusões a Câmara decidirá então universidade a abertura de parques
intento licenciar esse número, nem quantas superfícies comerciais é da instituição para criar mais lugares.
estou convencido que da parte de que poderão vir a ser instaladas, e A terceira prioridade é ajudar o
iniciativa privada tal fosse possível. que sem querer de maneira nenhu- comércio tradicional como fizemos
Decerto que a alguém interessou ma antecipar a decisão que a Câma- no Natal e no Carnaval, ou seja,
colocar esse boato a circular e criar ra tomará, penso na minha opinião, criando condições de animação do
demagogicamente, e de forma ma- porque como cidadão posso tê-la, centro histórico e requalificando os
nipuladora essa expectativa. Há um não haverá espaço para além do espaços no sentido de os tornar
centro comercial de dimensão mé- Évora Fórum. mais agradáveis ao “passeio”.
20
22. opinião
De fora para dentro
”Évora está na minha Admito que não tenho
vida como a porta para o especiais ligações ao
Alentejo. Apesar da mi- Alentejo ou a Évora em
nha origem paterna ser do particular. Mas sempre me
Além-Tejo profundo, o deixei seduzir por locais
meu pai é de Moura, foi que têm muito para nos
por influência académica e ensinar, com um apelo
inquietude juvenil que que lhes vem das mais
desvendei a capital da alta planicie. Des- profundas entranhas, como se colado às
frutar do centro histórico entre imaginárias fundações das suas casas, monumentos,
batalhas mouriscas, recuando até ao im- das suas gentes. E Évora tem tudo isso.
pério romano com os eleitos costumes de Tem esse apelo. Essa sedução. Nascida
outrora, por entre as colunas de Diana no Estoril, mas com raízes em Aveiro e Vila
apurou-me o gosto conventual, da cozinha Real de Trás-os-Montes, a descoberta das
religiosa. terras mais para sul de Lisboa surgiu já na
Contemporâneos, os karts, desloca- vida adulta. Em criança e na adolescência,
ram-me vertiginosamente em loucas horas os caminhos levavam-me sempre para
de corridas com meta garantida no Fialho. norte e do Alentejo restava uma vaga mas
O meu homónimo restaurante - sou Jorge alegre memória de uma tarde de compa-
Gabriel Fialho - proporcionou-me longas nheirismo, de vara na mão, batendo com
horas de conversa e repasto inesquecível. força em oliveiras, numa típica tarde de
As suas gentes não suscitam novidade. apanha de azeitonas. Évora foi-me “apre-
São alentejanos solidários, de olhar pro- sentada” por um dos meus maiores
fundo, riso comedido e hospitaleiros.” amigos. Filho de alentejanos, gente boa,
bom garfo como eu, rendido à culinária da
Um abraço, região. Convenceu-me. Mais tarde, em
Jorge Gabriel trabalho, moderei o debate autárquico na
Apresentador de Televisão Biblioteca Pública. Um espaço carregado
de história e com um espólio importantíssi-
mo, relativo à época das Descobertas. Ali
ao lado, conheci finalmente, in loco, o fa-
moso Templo Romano. Não fiquei esma-
gada pela dimensão. Aliás, lembro-me de
foto arranja ter pensado que era muito mais pequeno
do que imaginava. Fiquei esmagada sim
com outra percepção. Como um monu-
mento construído há dois milénios conse-
gue remeter-nos, sem grande esforço, à
nossa enorme “pequenez”.
Clara de Sousa
Jornalista
22
23. opinião
De fora para dentro
Évora é uma cidade Ao escrever sobre
que me deixa sempre boas
Évora recordo a emoção
recordações …não porque
que tive em criança ao
aí tenha passado a infância
ou bons momentos de ver materializado o meu
juventude mas, por incrível sonho, estimulado pelo
que pareça, porque aí cinema e pela televisão,
estive a trabalhar e fui sempre bem de mergulhar nas praças
recebido. da Roma antiga. Talvez
Eu e o meu amigo Nuno Graciano esti- seja uma emoção de
vemos nessa bela cidade alentejana a gra-
menino, mas asseguro-
var um Flagrante Delírio, programa de apa-
vos que levitei, por segundos, ao pisar as
nhados que na altura apresentámos, e sem
duvida, obtivemos o melhor resultado velhas pedras do Templo de Diana. Sin-
possível…a simpatia, fair play e, em certos tome bem na monumental Évora. Mas
casos, até ingenuidade dos habitantes. não é essa a principal razão que me leva a
Para além disso e como somos “bons repetir, tantas vezes, o mesmo destino.
garfos” deliciámo-nos com iguarias locais, Busco agora as gentes, a boa mesa, o
onde não faltaram as sempre bem-vindas bom vinho e um enquadramento natural
sericaia e pão de rala.
único. Ai as migas, os migos, o lombo, a
Já em 2006, voltei para gravar o pro-
sopa de cação, os queijos, os tintos da
grama” sic no país do natal” e a hospita-
lidade manteve-se. Cartuxa, o sericá, e os doces conventuais
Por tudo isto, só me apraz dizer, VIVA A de ovos. Ai a minha dieta que fica adiada
PRAÇA DO GIRALDO, VIVA A SERICAIA, de sexta para segunda cada vez que vou
VIVA O VINHO ALENTEJANO!!! …e a Évora.
não…não estou bêbado!!!!!
Nuno Eiró Guilherme Simões
Apresentador de Televisão Apresentador de Televisão
23
24. Vinhos
Parabéns e Felicidades
A celebração do aniversá- zendo pelo método champa- da. Resta-me lembrar que de-
rio deste vetusto periódico le- nhês vinhos bastante apreciá- verão ser consumidos entre os
vou-me ao tema que vou tra- veis. Passado mais de um sé- 8 e os 10ºC e que o copo tipo
tar, o dos vinhos espumantes, culo, as regiões com maior ex- flute, de vidro branco e fino, é
aqueles que habitualmente pressão continuam a ser as da o mais indicado. Augusto Simões
são erguidos nos copos na tra- Anadia e Lamego, conquanto
dicional “saúde” ao festejado. desde o Minho ao Alentejo se
Diz-nos a História que foi, no produzam vinhos gasosos,
século XVII, o monge bene- com grande variedade de mar-
ditino francês Dom Pérignon o cas e um enorme fosso na
criador do primeiro espuman- qualidade apresentada, ha-
te, no seu convento perto de vendo mesmo uma terrível pro-
Reims, na região de Cham- liferação de vinhos brancos or-
pagne. Mas, pensa-se que a dinários com uma imensa
técnica de espumantização já quantidade de gás carbónico
era anteriormente conhecida, adicionado, que se distinguem
faltando assegurar-se a con- por serem denominados de DELGADO
servação do gás, sendo essa “espumosos”, enquanto os Uma referência como
a descoberta do honrado fra- verdadeiros, os que têm o gás restaurante, a Marisqueira
de, pela utilização de robus- por fermentação dentro da Delgado apresenta grande
tas garrafas de vidro e de ro- garrafa, são os espumantes. variedade de peixe fresco e
lhas de cortiça, capazes de Elaborados com as castas marisco vivo.
suportar uma pressão interna tradicionais dos franceses – Com sala para 80 pessoas,
várias vezes superior à dos Pinot Noir, Pinot Meunier e serviço personalizado e con-
pneus que usamos nos nos- Chardonnay – ou com outras, fecção excelente, oferece aos
sos automóveis. incluindo as mais conhecidas seus clientes em geral e empre-
O primeiro espumante por- das nacionais, tanto brancas sas em particular, excepcional
tuguês, o “Vinho do Prado” como tintas, obtêm-se vinhos espaço para a sua refeição seja
chegou aos consumidores com características bem dis-
em família, em reunião de ne-
cerca de 1850 e era elabora- tintas, merecedores de prova
gócios, exposição do seu pro-
do por João Le Cocq em Cas- atenta para concluir quais os
duto ou pequenos colóquios.
telo de Vide. No entanto, foi no que merecem o seu favoritis-
Tem ainda a particularida-
último decénio daquele sécu- mo, sem perder de vista que
de de ter um bom estaciona-
lo que, na Escola de Viticultura o bom verdadeiro champanhe
da Anadia, o professor Tavares continua a ser o padrão por mento e facilidade de aces-
da Silva desenvolveu os estu- onde todo o Mundo se guia. sos.
dos que possibilitaram a fun- Como já disse em colabo- Álmoços das 12.30 às 15h.
dação das Caves Monte Cras- ração anterior, para beber a Jantares das 19 às 22.30h.
to, as primeiras a produzir no solo ou a acompanhar sobre- Encerra à Segunda-Feira
nosso país à escala industrial. mesas prefira o meio seco,
Rua de Lavre n.º 28
Ainda antes de 1900 a Real pois o bruto poderá mostrar-
Bairro da Torregela
Companhia Velha, no Douro, se excessivamente ácido, pelo
Tel./Fax 266 731 633
e as Caves da Raposeira, em que o deve reservar para
7005-392 ÉVORA
Lamego, juntaram-se-lhe, fa- acompanhar comida cozinha-
24
26. Évora terá Urgência
Polivalente
A dra. Rosa Matos, presi- deverá receber “um reforço e
dente da Administração Regi- novas especialidades para se
onal de Saúde do Alentejo tornar um Urgência Polivalente,
(ARSA), desde Maio de 2005, o que incluirá a instalação de
em entrevista ao jornal a defe- uma Unidade Hemodinâmica
sa, em novembro passado, fa- que permita cardiologia de in-
lou-nos do futuro das urgênci- tervenção, de equipamentos
as em Évora. de ressonância magnética nu-
Segundo aquela responsá- clear, de ampliação da UCI e
vel, o Hospital de Évora ficará de criação de um serviço de
dotado com uma urgência neurocirurgia. Estas serão as-
polivalente, situação confirma- sim novas valências, que im-
da, aquando da publicação do plicarão reforço de recursos
relatório final da Comissão Téc- humanos.”
nica de Apoio ao Processo de A Presidente da ARSA
Requalificação das Urgências, aponta ainda, naquela entrevis-
em Fevereiro passado. ta, que o Alentejo possui “uma
Dra. Rosa Matos
Assim, o Hospital de Évora boa rede de cuidados domi- Presidente da A.R.S.A.
ficará com uma urgência ciliários, que pode obviamente
polivalente e os Hospitais de melhorar” e que está em insta- te a prescrição de medicamen-
Portalegre e Beja terão urgên- lação o Serviço de Apoio Mé- tos partindo da base de dados
cias médico-cirúrgicas. dico (SAM), que engloba os de todos os medicamentos
Na entrevista, Rosa Matos es- seguintes módulos: prescrição existentes à venda nas farmá-
clarece o Hospital de Évora de medicamentos, que permi- cias privadas cuja actualização
26
27. é da responsabilidade do
Infarmed; prescrição de Meios
Complementares de Diagnós-
tico e Terapêutica; certificados
de incapacidade temporária,
que permite a emissão dos
Certificados de Incapacidade
Temporária (CIT’s) e envio, em
formato digital, para o Centro
Regional de Segurança Social
respectivo no próprio dia; e
gestão de agenda electrónica
por parte do médico.
“Temos ainda a consulta
directa do centro de saúde
para o hospital, em que o fazer a marcação directamente ção”, revela ainda Rosa Matos,
utente que se dirija ao centro do centro de saúde, deixando dando exemplos de projectos
de saúde e, se precisar de uma de ser necessário dirigir-se ao em curso na área da saúde no
consulta no hospital, poderá hospital para fazer a marca- Alentejo.
Rua Padre António Vieira, n.º 10 r/c dt.º - Quinta da Vista Alegre
7000 - 922 ÉVORA - telefone: 266 086 288
27
28. “Uma questão opinião
Importância
de atitude” do visual
Ana Fernandes de 19 anos do as primeiras lágrimas quan-
Segundo Palmira Mar-
aluna do 2º ano de enferma- do teve de cortar o cabelo.
ques, pro-
gem da Universidade de Évora, Apesar de todas estas con-
tinha 12 anos e era uma crian- trariedades impostas pela vida, prietária
ça feliz que fazia tudo o que os Ana nunca perdeu a nenhum de Palmi-
seus pares faziam. Praticava ano escolar. ra Cabe-
natação de competição quan- Foi no final dos tratamen- leireiros, o
do lhe foi diagnosticado um tos que se iniciou um novo ci- visual é
Linfoma de Othsking, bilateral clo em que integra a Acreditar, um dos
na região do mediastino. Des- uma associação de pais e
factores importantes na re-
de que nasceu que diziam que amigos de crianças com can-
cuperação deste tipo de
tinha asma e alergia até que um cro. Fá-lo como voluntária para
dia se lembraram, como a dar o exemplo aos mais novos doença. Tal como refere,
mesma refere, de fazer um Raio e refere que “nesta doença o “o apontar de dedo por
X ao tórax. Fez inúmeros exa- mais importante é o factor psi- parte de quem está de
mes deste género naquela tar- cológico, pois se porventura fora, devido às sequelas
de e todos mostravam a cor não tivesse esta posição que mais visíveis como a que-
preta. Após um diagnóstico ini- mantenho até hoje, se calhar da do cabelo, pode pro-
cial ainda incerto, foi para o não me tinha safado”.
vocar uma quebra psico-
hospital de Évora em que lhe
lógica durante os trata-
disseram que teria de ser ope-
rada de urgência. Já na mesa mentos, podendo contri-
de operações, alguém interveio buir desta forma para uma
a tempo e parou a operação, recuperação mais lenta. O
porque o que a Ana tinha era apoio psicológico dado
realmente um cancro. pela profissional que trata
Foram 8 meses de quimio- do visual é também um
terapia e mais 3 de radiotera-
aspecto a ter em conta,
pia de imensas viagens diárias
pois tentamos encontrar
e de muito sofrimento devido
à agressividade dos tratamen- uma cabeleira o mais na-
tos na época. tural possível para que
Com os seus tenros 12 não exista qualquer cons-
anos assumiu uma postura trangimento junto da so-
descontraída perante a doen- ciedade”.
ça e os tratamentos, só verten-
28
30. Parque Desportivo
da Cidade
Há muitos anos que Évora, faseadamente devido aos o que está relacionado com o
cidade Património Mundial, grandes investimentos neces- atletismo, podendo desta
reclama o crescimento de um sários para o sucesso de enge- forma pôr em pratica toda a
espaço único para a prática nharia do Parque Desportivo. teoria adquirida num ambiente
desportiva, onde todas as Toda esta imponente obra de qualidade e bem-estar.
lacunas a este nível sejam será distribuída por três fases Numa fase posterior cres-
debeladas seguindo as orien- distintas. A primeira delas ceram bancadas com uma
tações de um crescimento caracteriza-se pela construção lotação de 2000 especta-
sustentado em todos os as- de um campo de Rugby e de dores para que este seja mais
pectos económicos e sociais. uma pista de atletismo que há um palco privilegiado para o
A câmara municipal investiu já muito é pedida pelos amantes acolhimento da prática des-
mais de um milhão de euros da modalidade e pela licencia- portiva com qualidade e
na aquisição de um terreno, tura em Desporto da Universi- segurança.
localizado no bairro de Almei- dade de Évora, sendo a ci- Por fim, numa terceira fase
rim, que vai acolher as futuras dade a única capital de distrito será construído um outro cam-
infra-estruturas desportivas da que ainda não possui uma po para a prática desportiva
cidade. infra-estrutura do género para em geral, que não somente o
O projecto, que está a ser servir os seus cidadãos e os Rugby, e um pavilhão munici-
desenvolvido pelo arquitecto alunos que dela necessitam pal para acolher diversas
Gonçalo Birne, vai crescer para melhorar e aprender tudo modalidades desportivas.
30
31. caei
A única
com circuitos turísticos
de coches com cavalos
31
32. Ecopista opinião
Ainda
de sucesso
Um caso de sucesso, as-
no escuro
A ecopista continua às
escuras, sem iluminação
sim se pode definir a conver- artificial, o que torna peri-
são do antigo ramal ferroviário
goso a sua utilização du-
de Mora em Ecopista. Este
rante a noite pelos uten-
projecto vem no sentido de
tes. As prometidas obras
fazer a ligação integrada na
de instalação de can-
região, promovendo assim o
espaço ganhou uma nova vida deeiros de iluminação
exercício físico e a proximidade
entre as populações. que todos os dias dá abrigo a pública entre o Bairro do
Caracteriza-se pelo seu desportistas e transeundes que Bacelo e o Bairro Garcia
tapete de alcatrão na área a utilizam com propósitos Resende/Chafariz d’El Rei
urbana, atravessando diver- distintos mas com um mesmo continuam por fazer. A
sos bairros da cidade de Évo- objectivo, desfrutar da sua cida- área compreendida entre
ra, fora dela o terreno é apre- de em qualidade e segurança. estes bairros é sem som-
sentado, ao natural, em terra Impulsionadora à activida- bra de dúvida a zona mais
batida deixando a todos os de física é ali que muitos ebo- utilizada para o desporto
eborenses e alentejanos des- renses fazem o seu exercício e lazer dos eborenses, no
frutar na plenitude a sua liga- diário. Não fazendo distinção entanto quando a noite
ção à natureza em verdadeiros entre idades esta pista recebe cai, a população que sai
momentos de descontracção pessoas de todas as faixas à rua para um passeio
e bem estar. etárias, tal como, famílias inteiras nocturno para descontrair,
Foi em Abril de 2005 que que de bicicleta ou a pé ali sente-se insegura devido
se fez a ligação entre a cidade desfrutam no final do dia ou de à penumbra insistente
de Évora e a Graça do Divor um passeio matinal de fim-de- neste percurso.
com um troço de 13km, com semana.
uma inauguração com
pompa e circunstância
envolvida de grande
festa e alegria.
Esta intervenção
no antigo ramal de
Mora veio trazer uma
nova ambiência à en-
volvente urbana da
cidade, tirando aquele
vazio deixado aquando
da desactivação da
linha. Assim, aquele
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33. Robô que dá emprego
Rápido, eficaz e inteligente assim se pode Segundo o Dr. António Paços, para além
definir o robô que figura na despensa da Far- de todas as características positivas que trouxe
mácia Paços. ao funcionamento da farmácia, “o robô não
Num corrupio diário este robô faz ganhar colocou ninguém no desemprego, pelo con-
três horas por dia ao farmacêutico que, desta trário houve uma necessidade de admitir cinco
forma, pode dedicar-se mais ao aconselhamen- pessoas exactamente por toda a envolvente
tecnológica do mesmo, desde o manusea-
mento, manutenção e usufruto”.
Todo este processo de modernização ve-
rificado no mundo das farmácias, e neste caso
particular da Farmácia Paços, a primeira em
Évora a dispor desta tecnologia, fez com que o
prémio Consiste 2006 “Evolução”, viesse até á
cidade património mundial, premiando a
empresa pela sua modernidade.
PAULO
NOGUEIRA ARCANJO
Técnico de Informática
| Reparação de Equipamentos Informáticos |
to do doente. Antes desta nova era tecnológica
o farmacêutico perdia dois terços do seu tempo | Montagem e Manutenção de Redes Informáticas |
na arrumação e disponibilização dos medica-
mentos.
| Venda de Equipamento Informático |
Para além da rapidez e eficiência demons-
trada, a inteligência também marca presença
nas características desta máquina, pois quando
um medicamento é requisitado ele escolhe Rua do Viveiro, n.º 52
aquele que tem o prazo de validade mais curto. 7005-638 ÉVORA
Dispõe de uma autonomia energética de cerca Tlm.: 96 33 49 405
de oito horas permitindo assim que a laboração
Email: paulo_arcanjo@hotmail.com
continue normalmente, caso exista um corte de
energia prolongado.
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34. “Vista” olha para Évora
Passados cinco anos do des de trabalho em rede e
lançamento do Windows XP a , possibilidade de guardar a
opinião
Microsoft deu a conhecer ao informação no caso de falhas “O mais seguro
mundo a nova versão do de sistema; e o Windows
sistema operativo Windows Vista Ultimate, que se apre-
do mundo”
que traz consigo uma nova senta como topo de gama, O Windows
forma de interagir com o reunindo todas as capaci- Vista é o mais
recente sistema
computador. O seu aspecto dades das outras três versões
operativo lança-
gráfico foi totalmente alterado, anteriores. do pela Micro-
soft para fazer
face ao futuro. Segundo
Paulo Arcanjo, técnico de
manutenção informática
este é um Windows que a
breve trecho irá estar pre-
sente nas pequenas e
médias empresas da ci-
dade, sendo este ade-
quado para responder a
todas as necessidades
das mesmas. Este novo
Windows tem novos e po-
derosos recursos de se-
gurança que protegem as
informações mais impor-
tantes da sua empresa.
Para poder usufruir deste
o Windows Vista, apresenta Neste momento já che- novo Windows o seu
um vasto leque de inovações gou, na plenitude das suas computador deve tem um
criadas para vários géneros de versões, o Vista na língua de processador a partir de a
utilização, que estão distribuí- Camões, facilitando assim o 800 MHz, 512MB de me-
mória RAM, e uma placa
dos pelas quatro edições acesso a todos os que dele
gráfica ou chip gráfico
actualmente disponíveis no queiram desfrutar. compatível com o Di-
mercado: Home Basic, para Quanto a preços, a actuali- rectX9. O Windows Vista
uso simples e acesso à Inter- zação para o Vista Home apresenta-se como o
net; Home Premium, para um Premium, Business e Ultimate mais seguro do mundo,
uso doméstico intensivo em custam, 270, 330 e 440 euros. possuindo um conjunto
que os jogos e a gestão mul- Por sua vez, o sistema opera- de novas funcionalida-
des, incluindo um modo
timédia marcam lugar; Busi- tivo completo tem um valor de
protegido do Internet
ness, para pequenas e médias 400, 490 e 670 euros respecti- Explorer.
empresas, já com capacida- vamente.
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36. Fundação Eugénio
de Almeida
Criada em 1963 pelo Eng. Instituto Superior Económico e Da criação artística à pro-
Vasco Maria Eugénio de Al- Social de Évora, no apoio à moção do conhecimento, da
meida, a Fundação Eugénio de construção do Oratório de S. reflexão e debate de ideias à
Almeida é uma instituição de José e à manutenção do Con- salvaguarda e qualificação do
direito privada e utilidade públi- vento da Cartuxa, objectivos património, a Fundação procu-
ca, sedeada em Évora. decorrentes dos seus Estatu- ra lançar e envolver-se em pro-
A vocação institucional da tos. jectos que, de forma efectiva,
Fundação Eugénio de Almeida Na prossecução dos seus concorram para uma assunção
concretiza-se nos domínios fins, a Fundação promove e di- plena da cultura enquanto
cultural e educativo, social e namiza um conjunto integrado factor de realização humana e
assistencial, e espiritual, visan- de iniciativas próprias, em ex- esteio do avanço da socieda-
do o desenvolvimento e eleva- clusivo ou em parceria, além de. São exemplos, neste do-
ção da região de Évora. dos apoios a projectos de ou- mínio, as exposições que já
O Conselho de Administra- tras entidades, abrangendo um trouxeram a Évora obras de
ção da Fundação é composto largo espectro actividades nos grandes nomes das artes plás-
por um representante da Arqui- diferentes domínios do seu ticas mundiais, como Vieira da
diocese de Évora, que preside, campo de actuação. Silva, Miró, Chagall, Braque e
um representante da Universi- O crescente reforço da sua Picasso, entre outros; ou o
dade de Évora, um delegado ligação com a comunidade projecto do Inventário Artístico
do corpo docente do Instituto envolvente é resultado da mes- da Arquidiocese, que tem per-
Superior de Teologia de Évora ma determinação que a con- mitido dar a conhecer uma par-
e dois vogais cooptados pelos duziu a uma posição de refe- te significativa de um patrimó-
anteriores. rência na concretização de nio histórico-artístico que é uma
Até à morte do Instituidor, a projectos de interesse relevan- das marcas mais valiosas da
Fundação concentrou a sua te para a região, sempre orien- nossa identidade cultural. Des-
actividade na criação, em 1964, tados de acordo com padrões taque, ainda, para os vários
e na manutenção do ISESE - de qualidade e excelência. programas permanentes, co-
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37. mo o Prémio Eugénio de Al- dação intervém
meida, atribuído anualmente a igualmente junto
alunos da Universidade de dos estratos mais
Évora; as Bolsas de Mestrado carenciados da
e Doutoramento, um incentivo população atra-
à investigação científica e à ino- vés de ajudas fi-
vação; e a linha editorial asso- nanceiras a parti-
ciada a temas culturais, de on- culares e a institui-
de sobressaem os catálogos ções privadas de
das exposições e a revista solidariedade so-
Portefólio. cial e Bolsas de
Na área social, a Fundação Estudo para estu-
dinamiza um conjunto de pro- dantes do Ensino
jectos orientados para a forma- Superior.
ção e qualificação das organi- Inspirada na
zações e agentes sociais, bem matriz axiológica
como estudos sociológicos do cristianismo, a Fundação desenvolve uma exploração
prospectivos que promovam o apoia regularmente organiza- agro-pecuária e industrial. Ela
conhecimento rigoroso da re- ções de inspiração cristã, com visa garantir a auto-sustentabili-
alidade envolvente. Destacam- ou sem carácter religioso. Este dade económica da instituição
se, como instrumentos desta li- seu eixo de acção, desenvol- e a prossecução dos seus fins,
nha de acção da Fundação vido em colaboração com a contribuindo ainda para a pro-
Eugénio de Almeida, o Obser- Arquidiocese de Évora visa, em moção do desenvolvimento
vatório Social do Alentejo e o particular, promover a formação económico e social da região.
Banco de Voluntariado. A Fun- de agentes de pastoral, incre- Neste projecto, inovador do
mentar a vida litúrgica, ponto de vista tecnológico,
dignificar os lugares de destaca-se a oleicultura e a
culto e contribuir para o vitivinicultura, actividades das
restauro, conservação e quais resultam os azeites Car-
preservação do patrimó- tuxa, S. Bruno, Azeite dos Ála-
nio artístico religioso. mos, e os vinhos brancos e tin-
A Fundação Eugénio de tos Pêra-Manca, Cartuxa, Foral
Almeida assegura ainda a de Évora e EA.
manutenção da Cartuxa de Constituindo-se como um
Santa Maria Scala Coeli. projecto institucional perpétuo
Para além de um con- por definição, a Fundação
junto de edifícios de gran- Eugénio de Almeida tem pro-
de valor histórico e arqui- curado manter-se fiel às suas
tectónico localizado no origens, adaptada ao seu tem-
centro da cidade, a Fun- po e preparada para os de-
dação possui um vasto safios emergentes de um
património rústico no mundo em permanente trans-
concelho de Évora, onde formação.
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