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I
1. INTEMPERISMO E EROSÃO
As rochas que estão aflorando na crosta terrestre sofrem constantemente
desagregação e decomposição, seguidas de transporte dos fragmentos assim
produzidos. Esses fragmentos, chamados sedimentos, são depositados em outros
locais, onde, com a passar de muito tempo, poderão dar origem a novas rochas, do
tipo sedimentar.
O intemperismo e a erosão são as fases iniciais desse grande processo
geológico.
Também chamado de meteorização, o intemperismo é o conjunto de alterações
físicas (desagregação) e químicas (decomposição), podendo também ser biológicas,
que as rochas sofrem quando ficam expostas na superfície da Terra. É um processo
importante porque é o início de um processo maior que continua com a erosão e a
deposição do material por ele formado, com a posterior diagênese, que leva à
formação das rochas sedimentares.
A erosão é o conjunto de processos que promovem a retirada e transporte do
material produzido pelo intemperismo, ocasionando o desgaste do relevo. Seus
principais agentes são a água (sendo de origem pluvial, fluvial, marinha - abrasão,
glacial, eólica e antrópica). O material transportado recebe o nome de sedimento e vai
dar origem aos depósitos sedimentares que, através da diagênese, transformam-se
em rochas sedimentares. Chama-se de diagênese um conjunto de transformações
que, em resumo, consistem em compactação e cimentação dos sedimentos, dando-
lhes a consistência de uma rocha.
1.1. AGENTES DO INTEMPERISMO
Clima
É o mais importante. Quanto mais completas serão as reações químicas do
intemperismo. Quanto à temperatura, para cada 10 ºC de elevação há um aumento
de duas a três vezes na velocidade das reações química. Isso explica por que o
intemperismo é mais intenso nos trópicos.
Relevo
Determina a maior ou menor velocidade do fluxo da água das chuvas, com
consequente menor ou maior infiltração no solo. Em encostas de alta declividade, a
água fica pouco tempo em contato com as rochas e assim não consegue promover
adequadamente as reações químicas. Nas baixadas, a água fica, ao contrário,
bastante tempo em contato, mas não se renova facilmente, de modo que fica
saturada nos componentes solúveis e perdem sua capacidade de continuar atacando
os minerais. Portanto, é nas encostas suaves que o intemperismo é mais intenso.
Rocha-mãe
Importante porque, dependendo de sua composição mineralógica, textura e
estrutura, terá maior ou menor resistência à decomposição e à desagregação. Os
primeiros minerais a cristalizar no resfriamento de um magma são os mais instáveis
nas condições normais de pressão e temperatura e, assim, são os primeiros a se
alterar. Por essa razão, o quartzo é dos mais resistentes e na alteração de um
II
granito, por exemplo, é o último a se decompor. Os mármores, por sua vez, por serem
formados de carbonato de cálcio, mineral altamente solúvel em água, alteram-se com
muito mais facilidade que os granitos (daí serem muito mais indicado, para tampo de
pias, o granito que o mármore).
Tempo
Quanto maior o tempo de exposição de uma rocha, mais intensa será a
intemperização da mesma. No Havaí, região muito úmida, no período de apenas um
ano desenvolveu-se, sobre lavas basálticas recentes, uma camada de solo suficiente
para uso agrícola; Já em outros momentos, precisaríamos de muitos anos para uma
consolidação de uma rocha e construção de um solo.
Fauna e flora
São fatores de importância menor, mas que atuam fornecendo matéria
orgânica para reações químicas e remobilizando materiais. A concentração de CO2
no solo, proveniente da decomposição da matéria orgânica morta, pode ser até 100
vezes maior que na atmosfera. Isso facilita muito a acidificação da água, o que
favorece, por exemplo, a dissolução do alumínio. Superfícies rochosas cobertas de
liquens são muito mais rapidamente atacadas pelo intemperismo químico que aquelas
sem liquens, e raízes de árvores têm grande poder de penetração em fendas de
rochas, provocando sua dilatação.
Os materiais produzidos pelo intemperismo podem ser transportados para
outro local ou permanecerem na posição original. Em qualquer um dos casos, vai
gerar um solo, chamado de solo transportado no primeiro caso e desolo residual no
segundo.
2. TIPOS DE INTEMPERISMO
A ação do intemperismo dá-se através de modificações nas propriedades
físicas e químicas dos minerais e rochas. Quando predominam as primeiras, fala-se
em intemperismo físico; se predominam as segundas, fala-se em intemperismo
químico.
Quando há participação de seres vivos e de matéria orgânica, é classificado
em físico-biológico ou químico-biológico.
Intemperismo físico
Consiste basicamente na desagregação da rocha, com separação dos grãos
minerais que a compõem e fragmentação da massa rochosa original.
As variações de temperatura dilatam e contraem o maciço rochoso, gerando
fissuras que com o tempo vão se alargando. Os minerais, por sua vez, possuem
diferentes coeficientes de dilatação e respondem de maneira diferente a essas
variações térmicas, contribuindo também para o fissuramento. Essas mudanças são
particularmente acentuadas no ambiente desértico, que tem dias quentes e noites
frias.
As variações na umidade também provocam o mesmo efeito e se a água que
se infiltra em fraturas da rocha sofre congelamento, o intemperismo físico é bem mais
III
acentuado porque ao congelar a água aumenta em 9% o seu volume e exerce grande
pressão sobre as paredes da rocha.
Quando a água que se infiltra em fraturas e fissuras contêm sais dissolvidos
(principalmente cloretos, sulfatos e carbonatos) e esses vêm a precipitar, pode
igualmente ocorrer um aumento de volume e consequente fragmentação, pois isso
causa enorme pressão sobre a rocha. Esse tipo de fragmentação é um dos principais
problemas que afetam monumentos feitos com rocha.
Seja qual for a causa da fragmentação, ela sempre acaba facilitando a
penetração da água e o consequente intemperismo químico da rocha.
Intemperismo biológico
É bem menos importante que os dois tipos anteriores e se dá através da ação
de bactérias, que decompõem materiais orgânicos. Essee tipo de intemperismo
produz os solos mais férteis do mundo, sendo muito comum na Rússida e na Ucrânia.
E também tem o intemperismo químico que irá ser explorado logo adiante.
2.1. INTEMPERISMO QUÍMICO
A maioria das rochas que hoje afloram formou-se em ambiente muito diferente
daquele que há na superfície terrestre atual, onde pressão e temperatura são baixas
e onde a água e o oxigênio são muito abundantes. Como consequência, os minerais
que formam essas rochas estão hoje em desequilíbrio químico e tendem a se
transformar em outros, mais estáveis.
O principal agente do intemperismo química é a água, que, absorvendo o CO2
da atmosfera, adquire características ácidas. Em contato com a matéria orgânica do
solo, essa água fica mais ácida ainda, o que vai facilitar seu trabalho de dissolução de
carbonatos e outras substâncias.
O intemperismo químico atua através de reações de hidratação, dissolução,
hidrólise, acidólise e oxidação.
Os feldspatos e micas são transformados em argilas, permanecendo o quartzo
inalterado. A ação da água sobre o feldspato e a biotita leva à produção de argilas,
das quais a principal é o caulim.
Água
Solo Reações
Solo
Soluto
Resíduo
IV
2.1.1. AGENTES DO INTEMPERISMO QUÍMICO
Hidrólise
A hidrólise dos materiais rochosos é uma reação química lenta e específica, em que
os íons dos minerais reagem com os íons H+ e HO- da água, podendo originar novos
minerais. Como exemplo, apresenta-se a meteorização por hidrólise de um feldspato.
Hidratação é o que consiste na incorporação de água ao mineral.
Pedreira de Caulinite
- Na natureza a acidificação da água é um fenómeno frequente, pois o CO2
atmosférico, ou o existente nos solos, pode reagir com a água formando ácido
carbónico, que tem tendência a ionizar-se.
H2O + CO2 H2CO3 H+ + HCO –3 H2CO3 = ácido carbónico
HCO –3 = íons hidrogenocarbonato
V
- Estas águas acidificadas reagem com o feldspato potássico (mineral que
ocorre, por ex: nas rochas graníticas), originando a caulinite – mineral do grupo das
argilas, com grande interesse para a indústria cerâmica. Este exemplo de
meteorização é representado pela reacção química:
2 KALSi3O8+ H2CO3+ H2O K2CO3 + AL2Si2O5 (OH)4+4 SiO2
2 KALSi3O8 = feldspato potássico
AL2Si2O5 (OH)4 = caulinite
O fenómeno denomina-se caulinização, ocorrendo frequentemente nas rochas
graníticas, que a pouco e pouco, se vão alterando, pela transformação dos feldspatos
em minerais de argila.
Dissolução
Processo de meteorização, pelo qual o material rochoso passa diretamente
para uma solução. Apesar da maioria dos minerais não serem solúveis em água, se
esta se apresentar acidificada, reage com os minerais, alterando-os.
COMO É QUE A ÁGUA DA CHUVA DISSOLVE OS CALCÁRIOS?
De um modo geral, os calcários ostentam uma densa rede de diaclases. Não
fosse a comum existência dessa rede de fraturas, os calcários seriam rochas bastante
impermeáveis. É a circulação da água da chuva por essas diaclases que leva ao seu
progressivo alargamento, dando origem a formas de relevo características das
regiões calcárias: o Relevo ou Modelado Cretáceo.
Carbonatação
Os calcários são rochas fundamentalmente constituídas por um mineral a que
se dá o nome de calcita (carbonato de cálcio: CaCO3). Sendo este mineral facilmente
atacado pelos ácidos, quando em contato com as águas ácidas que neles circulam
pelas diaclases, ocorre uma reação química característica, conhecida por
carbonização, da qual resulta bicarbonato de cálcio dissolvido na água. A lenta, mas
contínua circulação das águas pelas diaclases leva à dissolução do calcário.
CaCO3 + H2CO3 Ca2+ + 2(HCO-3)
CaCO3 = carbonato de cálcio 2(HCO-3) = hidrogenocarbonato
H2CO3 = ácido carbónico
Oxidação
Processo de meteorização química, pelo qual o oxigénio atmosférico
(dissolvido na água) reage com os íons dos minerais, produzindo óxidos.
Este processo é especialmente importante na meteorização de minerais, com
teores de ferro elevados (minerais ferromagnesianos – olivinas piroxênios e as
anfíbolas). Também por oxidação por redução, que ocorre numa reação química.
VI
“Visando o lado mineralógico do intemperismo químico das rochas, o
pseudomorfismo deve ser ressaltado, pois é onde as reações químicas são realmente
definidas do ponto geológico, já que as rochas são formadas por minerais, compostos
por elementos químicos, adicionados à água, que principalmente nas rochas
sedimentares é presente, no que forma a diagênese.”
- Sabrina Denielle.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
< http://www.dicionario.pro.br/index.php/Pseudomorfismo >
< http://www.ufrgs.br/demin/discpl_grad/geologia2/material/Intemperismo-ppt.pdf >
<http://www.geografia.fflch.usp.br/graduacao/apoio/Apoio/Apoio_Deborah/2s_2011/FLG_
1254-Pedologia_aula_12.pdf >
<http://www.geografia.fflch.usp.br/graduacao/apoio/Apoio/Apoio_Deborah/2s_2011/FLG_125
4-Pedologia_aula_12.pdf >
<http://oficina.cienciaviva.pt/~pw054/vidro/AlteRochas.htm >
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Intemperismo e erosão: processos de alteração e transporte de rochas

  • 1. I 1. INTEMPERISMO E EROSÃO As rochas que estão aflorando na crosta terrestre sofrem constantemente desagregação e decomposição, seguidas de transporte dos fragmentos assim produzidos. Esses fragmentos, chamados sedimentos, são depositados em outros locais, onde, com a passar de muito tempo, poderão dar origem a novas rochas, do tipo sedimentar. O intemperismo e a erosão são as fases iniciais desse grande processo geológico. Também chamado de meteorização, o intemperismo é o conjunto de alterações físicas (desagregação) e químicas (decomposição), podendo também ser biológicas, que as rochas sofrem quando ficam expostas na superfície da Terra. É um processo importante porque é o início de um processo maior que continua com a erosão e a deposição do material por ele formado, com a posterior diagênese, que leva à formação das rochas sedimentares. A erosão é o conjunto de processos que promovem a retirada e transporte do material produzido pelo intemperismo, ocasionando o desgaste do relevo. Seus principais agentes são a água (sendo de origem pluvial, fluvial, marinha - abrasão, glacial, eólica e antrópica). O material transportado recebe o nome de sedimento e vai dar origem aos depósitos sedimentares que, através da diagênese, transformam-se em rochas sedimentares. Chama-se de diagênese um conjunto de transformações que, em resumo, consistem em compactação e cimentação dos sedimentos, dando- lhes a consistência de uma rocha. 1.1. AGENTES DO INTEMPERISMO Clima É o mais importante. Quanto mais completas serão as reações químicas do intemperismo. Quanto à temperatura, para cada 10 ºC de elevação há um aumento de duas a três vezes na velocidade das reações química. Isso explica por que o intemperismo é mais intenso nos trópicos. Relevo Determina a maior ou menor velocidade do fluxo da água das chuvas, com consequente menor ou maior infiltração no solo. Em encostas de alta declividade, a água fica pouco tempo em contato com as rochas e assim não consegue promover adequadamente as reações químicas. Nas baixadas, a água fica, ao contrário, bastante tempo em contato, mas não se renova facilmente, de modo que fica saturada nos componentes solúveis e perdem sua capacidade de continuar atacando os minerais. Portanto, é nas encostas suaves que o intemperismo é mais intenso. Rocha-mãe Importante porque, dependendo de sua composição mineralógica, textura e estrutura, terá maior ou menor resistência à decomposição e à desagregação. Os primeiros minerais a cristalizar no resfriamento de um magma são os mais instáveis nas condições normais de pressão e temperatura e, assim, são os primeiros a se alterar. Por essa razão, o quartzo é dos mais resistentes e na alteração de um
  • 2. II granito, por exemplo, é o último a se decompor. Os mármores, por sua vez, por serem formados de carbonato de cálcio, mineral altamente solúvel em água, alteram-se com muito mais facilidade que os granitos (daí serem muito mais indicado, para tampo de pias, o granito que o mármore). Tempo Quanto maior o tempo de exposição de uma rocha, mais intensa será a intemperização da mesma. No Havaí, região muito úmida, no período de apenas um ano desenvolveu-se, sobre lavas basálticas recentes, uma camada de solo suficiente para uso agrícola; Já em outros momentos, precisaríamos de muitos anos para uma consolidação de uma rocha e construção de um solo. Fauna e flora São fatores de importância menor, mas que atuam fornecendo matéria orgânica para reações químicas e remobilizando materiais. A concentração de CO2 no solo, proveniente da decomposição da matéria orgânica morta, pode ser até 100 vezes maior que na atmosfera. Isso facilita muito a acidificação da água, o que favorece, por exemplo, a dissolução do alumínio. Superfícies rochosas cobertas de liquens são muito mais rapidamente atacadas pelo intemperismo químico que aquelas sem liquens, e raízes de árvores têm grande poder de penetração em fendas de rochas, provocando sua dilatação. Os materiais produzidos pelo intemperismo podem ser transportados para outro local ou permanecerem na posição original. Em qualquer um dos casos, vai gerar um solo, chamado de solo transportado no primeiro caso e desolo residual no segundo. 2. TIPOS DE INTEMPERISMO A ação do intemperismo dá-se através de modificações nas propriedades físicas e químicas dos minerais e rochas. Quando predominam as primeiras, fala-se em intemperismo físico; se predominam as segundas, fala-se em intemperismo químico. Quando há participação de seres vivos e de matéria orgânica, é classificado em físico-biológico ou químico-biológico. Intemperismo físico Consiste basicamente na desagregação da rocha, com separação dos grãos minerais que a compõem e fragmentação da massa rochosa original. As variações de temperatura dilatam e contraem o maciço rochoso, gerando fissuras que com o tempo vão se alargando. Os minerais, por sua vez, possuem diferentes coeficientes de dilatação e respondem de maneira diferente a essas variações térmicas, contribuindo também para o fissuramento. Essas mudanças são particularmente acentuadas no ambiente desértico, que tem dias quentes e noites frias. As variações na umidade também provocam o mesmo efeito e se a água que se infiltra em fraturas da rocha sofre congelamento, o intemperismo físico é bem mais
  • 3. III acentuado porque ao congelar a água aumenta em 9% o seu volume e exerce grande pressão sobre as paredes da rocha. Quando a água que se infiltra em fraturas e fissuras contêm sais dissolvidos (principalmente cloretos, sulfatos e carbonatos) e esses vêm a precipitar, pode igualmente ocorrer um aumento de volume e consequente fragmentação, pois isso causa enorme pressão sobre a rocha. Esse tipo de fragmentação é um dos principais problemas que afetam monumentos feitos com rocha. Seja qual for a causa da fragmentação, ela sempre acaba facilitando a penetração da água e o consequente intemperismo químico da rocha. Intemperismo biológico É bem menos importante que os dois tipos anteriores e se dá através da ação de bactérias, que decompõem materiais orgânicos. Essee tipo de intemperismo produz os solos mais férteis do mundo, sendo muito comum na Rússida e na Ucrânia. E também tem o intemperismo químico que irá ser explorado logo adiante. 2.1. INTEMPERISMO QUÍMICO A maioria das rochas que hoje afloram formou-se em ambiente muito diferente daquele que há na superfície terrestre atual, onde pressão e temperatura são baixas e onde a água e o oxigênio são muito abundantes. Como consequência, os minerais que formam essas rochas estão hoje em desequilíbrio químico e tendem a se transformar em outros, mais estáveis. O principal agente do intemperismo química é a água, que, absorvendo o CO2 da atmosfera, adquire características ácidas. Em contato com a matéria orgânica do solo, essa água fica mais ácida ainda, o que vai facilitar seu trabalho de dissolução de carbonatos e outras substâncias. O intemperismo químico atua através de reações de hidratação, dissolução, hidrólise, acidólise e oxidação. Os feldspatos e micas são transformados em argilas, permanecendo o quartzo inalterado. A ação da água sobre o feldspato e a biotita leva à produção de argilas, das quais a principal é o caulim. Água Solo Reações Solo Soluto Resíduo
  • 4. IV 2.1.1. AGENTES DO INTEMPERISMO QUÍMICO Hidrólise A hidrólise dos materiais rochosos é uma reação química lenta e específica, em que os íons dos minerais reagem com os íons H+ e HO- da água, podendo originar novos minerais. Como exemplo, apresenta-se a meteorização por hidrólise de um feldspato. Hidratação é o que consiste na incorporação de água ao mineral. Pedreira de Caulinite - Na natureza a acidificação da água é um fenómeno frequente, pois o CO2 atmosférico, ou o existente nos solos, pode reagir com a água formando ácido carbónico, que tem tendência a ionizar-se. H2O + CO2 H2CO3 H+ + HCO –3 H2CO3 = ácido carbónico HCO –3 = íons hidrogenocarbonato
  • 5. V - Estas águas acidificadas reagem com o feldspato potássico (mineral que ocorre, por ex: nas rochas graníticas), originando a caulinite – mineral do grupo das argilas, com grande interesse para a indústria cerâmica. Este exemplo de meteorização é representado pela reacção química: 2 KALSi3O8+ H2CO3+ H2O K2CO3 + AL2Si2O5 (OH)4+4 SiO2 2 KALSi3O8 = feldspato potássico AL2Si2O5 (OH)4 = caulinite O fenómeno denomina-se caulinização, ocorrendo frequentemente nas rochas graníticas, que a pouco e pouco, se vão alterando, pela transformação dos feldspatos em minerais de argila. Dissolução Processo de meteorização, pelo qual o material rochoso passa diretamente para uma solução. Apesar da maioria dos minerais não serem solúveis em água, se esta se apresentar acidificada, reage com os minerais, alterando-os. COMO É QUE A ÁGUA DA CHUVA DISSOLVE OS CALCÁRIOS? De um modo geral, os calcários ostentam uma densa rede de diaclases. Não fosse a comum existência dessa rede de fraturas, os calcários seriam rochas bastante impermeáveis. É a circulação da água da chuva por essas diaclases que leva ao seu progressivo alargamento, dando origem a formas de relevo características das regiões calcárias: o Relevo ou Modelado Cretáceo. Carbonatação Os calcários são rochas fundamentalmente constituídas por um mineral a que se dá o nome de calcita (carbonato de cálcio: CaCO3). Sendo este mineral facilmente atacado pelos ácidos, quando em contato com as águas ácidas que neles circulam pelas diaclases, ocorre uma reação química característica, conhecida por carbonização, da qual resulta bicarbonato de cálcio dissolvido na água. A lenta, mas contínua circulação das águas pelas diaclases leva à dissolução do calcário. CaCO3 + H2CO3 Ca2+ + 2(HCO-3) CaCO3 = carbonato de cálcio 2(HCO-3) = hidrogenocarbonato H2CO3 = ácido carbónico Oxidação Processo de meteorização química, pelo qual o oxigénio atmosférico (dissolvido na água) reage com os íons dos minerais, produzindo óxidos. Este processo é especialmente importante na meteorização de minerais, com teores de ferro elevados (minerais ferromagnesianos – olivinas piroxênios e as anfíbolas). Também por oxidação por redução, que ocorre numa reação química.
  • 6. VI “Visando o lado mineralógico do intemperismo químico das rochas, o pseudomorfismo deve ser ressaltado, pois é onde as reações químicas são realmente definidas do ponto geológico, já que as rochas são formadas por minerais, compostos por elementos químicos, adicionados à água, que principalmente nas rochas sedimentares é presente, no que forma a diagênese.” - Sabrina Denielle. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS < http://www.dicionario.pro.br/index.php/Pseudomorfismo > < http://www.ufrgs.br/demin/discpl_grad/geologia2/material/Intemperismo-ppt.pdf > <http://www.geografia.fflch.usp.br/graduacao/apoio/Apoio/Apoio_Deborah/2s_2011/FLG_ 1254-Pedologia_aula_12.pdf > <http://www.geografia.fflch.usp.br/graduacao/apoio/Apoio/Apoio_Deborah/2s_2011/FLG_125 4-Pedologia_aula_12.pdf > <http://oficina.cienciaviva.pt/~pw054/vidro/AlteRochas.htm >
  • 7. VII