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Como fui aprovada 
Ana Paula Fujita 
1o lugar ISS-SP 2012
Sumário 
Sobre mim. 1 
Do 0 ao 1 (vulgo “minhas reprovações”). 2 
Metodologia. 2 
O que funciona para mim. 3 
Tabelas e esquemas. 3 
Exemplos do dia a dia. 4 
Mnemônicos forever. 5 
Exercícios. 5 
Cotidiano. 5 
Exercícios físicos. 6 
Estudar tudo junto ou separado. 6 
Como eu enxergo o processo de estudar. 7 
Esponja. 7 
Nós. 9 
Pós-edital. 11 
Cronograma. 11 
Edital rediagramado. 13 
No dia da prova. 14 
Escolhendo o melhor lugar. 14 
Concentração. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 
Controlando o tempo. 15 
Saúde pública. 15 
Estratégia de prova (específico para ISS-SP 2012). 15 
Bibliografia. 16 
Cursos. 17 
Presencial. 17 
Vídeo-aula. 17 
PDF. 17 
Professores. 18 
Professores para os quais devo um almoço. 21 
Só pra finalizar. 22
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Oi! 
Já começo pedindo desculpas se você está achando este depoimento grande demais. Sei que sua barra de scroll está alongada, mas tentei distribuir o texto em seções, para que você possa ler apenas as partes que julgar relevantes. 
Ah! Também não custa enfatizar: neste texto, vou contar como foi a minha trajetória até a aprovação em primeiro lugar no ISS-SP 2012, o que não significa que este é o caminho certo, mas apenas que é um dos caminhos, ok? 
E adianto que meus métodos não são exatamente inéditos, sendo assim, é provável que você encontre aqui apenas uma compilação de técnicas que diversos outros aprovados também utilizaram. 
Sobre mim 
Me formei em 2007, em Comunicação Social, com habilitação em Editoração, pela USP. É isso mesmo! Não sou de Engenharia, de Direito, de Administração ou de Contábeis. Sei que, para quem está começando os estudos (e não é formado em nenhuma dessas áreas), essa informação é importante. No início, eu olhava com desânimo para os lados, pois só via gente com graduação mais “apropriada” que a minha. Mas, no fim, acho que isso me fez estudar com mais afinco logo de cara, porque senti que teria que tirar a diferença entre mim e eles. Felizmente, deu tudo certo. :) 
Tenho 29 anos e estudei por 2 anos e meio. Período integral de segunda a sexta e meio período aos sábados. Trabalhava com design gráfico quando resolvi largar tudo, por não enxergar boas perspectivas de longo prazo na área, embora gostasse muito da atividade. Nesse momento, já havia guardado dinheiro suficiente para, talvez, uns 3 anos de estudo (apertando o cinto no último buraquinho, é bem verdade). Contudo, um grande diferencial nos meus estudos e que, infelizmente, não é acessível a todos, é que eu estava amparada pela tríade do concurseiro feliz: apoio da família + dinheiro não tão apertado + tempo livre para estudar. 
Sei que estes três fatores contribuíram muito para a minha aprovação, e sei também que foi um privilégio estar sentada em cima desses pilares por todo o meu período de estudos. Se você não tem um destes componentes, ou mesmo se não tem nenhum destes, acredite, há aprovados no ISS-SP iguais a você. E eu tenho uma enorme admiração por eles, pois sei que fizeram das tripas coração e mereciam estar na 1a colocação muito mais do que eu. Mas, no fim, o que vale mesmo é estar dentro.
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Do 0 ao 1 (vulgo “minhas reprovações”) 
Início dos estudos: setembro de 2009 
Eis os concursos que prestei e os resultados que obtive. Já peço desculpas pelas datas a seguir, pois as puxo da memória, então não garanto que estejam corretas: 
• 2010: 
Bacen: janeiro – reprovação. Fiquei na curiosa situação de ter a redação corrigida e não ter classificação no concurso. Neste certame, houve uma redistribuição das vagas do edital na semana que antecedia o resultado, e a área para a qual prestei perdeu alguns lugares. As redações destas vagas, no entanto, já estavam corrigidas e acabei tendo acesso à minha. Mas, no fim, eu acabaria não tendo uma boa classificação final de qualquer maneira. 
Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo): abril – reprovação, 27o lugar de 16 vagas para o cargo de Agente Técnico Legislativo. 
Susep: abril – reprovação, 6o lugar de 4 vagas para o cargo de Administração e Finanças, SP. 
CVM: dezembro – reprovação, 12o lugar de 9 vagas para o cargo de Analista de Mercado de Capitais, SP. 
• 2011: ano da seca. 
• 2012: prestei apenas ISS-SP. 
Aqui você pôde reparar que eu não tenho consistência em aprovações. Quer dizer, você viu que eu sequer tive outra aprovação, né? (Na verdade, acabei sendo chamada no Metrô, que – sem querer desmerecer a instituição – não é meta de ninguém por aqui. Mas não lembro quando foi a prova.) 
Nesse quesito eu destoo muito daqueles primeiros colocados tradicionais que passam em tudo o que prestam. Portanto, eu já aviso: não faço a menor ideia de por que ocupo esta colocação. Não mesmo. Estou aqui reescrevendo as 1001 noites (900, na verdade) pra ver se você consegue aproveitar algo de bom do relato, mas não leve nada a ferro e fogo, porque eu não sou o melhor exemplo. 
Metodologia 
Sei que a gente costuma insistir muito nesse ponto, mas acho importante que os concurseiros saibam encontrar o seu perfil de estudo e seguir firme com ele. Isso porque o meu método pode ser totalmente inapropriado para você, e isso não pode te gerar insegurança, ok? Se você segue um método e ele tem rendido bons resultados, fique com ele sem pestanejar. 
Um bom exemplo disso é o 2o lugar do ISS-SP, o Guilherme Siqueira. Nós fizemos praticamente a mesma pontuação, pois tivemos diferença de 2 pontos em
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320 (por esta flutuação mínima, atribuo a minha colocação somente à sorte). Pois bem, o Guilherme tem uma metodologia muito diferente da minha e, no entanto, tivemos o mesmo resultado. Portanto, o que vale pra mim pode não valer pra você. E tudo bem, sem traumas! 
Quando comecei a estudar, dei uma lida em alguns depoimentos de aprovados e percebi que seus métodos estavam embaralhando, de certa forma, o modelo que eu havia construído pra mim anos antes, quando prestei vestibular. Por vezes, alguns concurseiros tinham estilos tão diferentes do meu, que isso me causava insegurança em relação ao meu jeito de estudar. Admito, então, que parei de ler os relatos e peço desculpas se estou repetindo algumas técnicas deles aqui sem dar o devido crédito. 
No mais, acredito que não existam tantos modelos de estudo, talvez apenas uns 4 ou 5, e, por isso mesmo, a maioria dos aprovados tende a utilizar alguma combinação destes. 
O que funciona para mim 
Por favor, leia esta parte com um pé atrás, tá certo? Sei que muitos não estudam desse jeito e odiaria botar grilos na sua cabeça. 
Tenho um jeito meio fluido de estudar (pra não dizer desestruturado), no qual a preocupação maior é assimilar o conteúdo e verificar a eficácia do estudo, geralmente por meio de questões. Ou seja, eu não sigo uma estrutura padrão para todas as matérias, pois minha finalidade é conferir se as informações ficaram dentro da minha cabeça de um jeito que eu possa acessá-las de novo no futuro. Esse processo pode ser rápido, se eu tiver maior afinidade com a matéria, ou demorado, se não for o caso. Seria algo semelhante a ter horário flexível de trabalho – eu estipulo uma meta diária a bater e, se conseguir alcançá-la rapidamente, fico com tempo livre. Se, por outro lado, a matéria estiver difícil, terei que estudar muito mais horas até alcançar o resultado esperado. Até por isso não tenho ideia de quantas horas líquidas estudava por dia – esse número variava consideravelmente. 
Como não tenho uma curva de aprendizagem padrão, que possa servir como um denominador comum entre todas as matérias, acabo adaptando o método de acordo com a minha facilidade ou dificuldade em cada assunto. 
Vou tentar explicar um pouco melhor a seguir. 
Tabelas e esquemas 
Por exemplo, em matérias com muitas informações verbais (Constitucional, Administrativo, Civil, Empresarial...), utilizar tabelas e esquemas gráficos me ajuda muito, pois acho que eles organizam a informação de forma a nos proporcionar uma visão ampla do conteúdo, além de permitir a comparação entre os dados. Se
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tiver um tempinho livre, tente fazer uma tabela comparando os diversos títulos de crédito do Direito Empresarial. Faça colunas apontando suas características e anote as similaridades e diferenças entre eles. Ou faça tabelas comparando as diversas competências constitucionais dos entes. Pra mim, isso ajuda demais. 
Aí na figura está um quadro que usei em Direito Civil: 
associações 
associaçõesorganizações religiosaspartidos políticossociedadessimplesempresárias! Este conteúdo deve ser confirmado com um professor de Direito Civilem comumem conta de participaçãodespersonificadaspersonificadasDireito PúblicoDireito PrivadofundaçõescorporaçõesinternoexternoAdm. diretaAdm. indiretaEstados estrangeirospessoas regidas pelo Direito Internacional PúblicoPJ 
Eu acredito que esta forma de organização das informações seja bem mais rápida que fazer resumos das matérias. Aliás, nunca fiz resumos, pois eles estourariam facilmente minha meta diária de estudos. Se, no entanto, eles têm te trazido bons resultados, não os abandone. 
Exemplos do dia a dia 
Já em matérias com mais informações numéricas, como Contabilidade, gosto de estudar pensando em exemplos práticos, que eu possa trazer para a minha realidade atual, e não só para o futuro. Ou seja, claro que é importante estudar a contabilidade das empresas as quais fiscalizaremos, mas, quando estudo, elas ainda são uma realidade distante da minha. 
Para quem ainda está engatinhando na matéria, talvez essa parte seja aproveitável. Sabe quando você quer fazer uma compra extravagante, mas se sente culpado? Pois seus problemas acabaram! (Pelo menos por um tempo.) 
Ao comprar o novo iPad, faça uns razonetes e perceba que o seu patrimônio não diminui. Ele sofre apenas uma permutação. Logo, você não está mais pobre, você só tem menos caixa e mais imobilizado. Claro que a alegria passa assim que chegamos ao capítulo sobre depreciação, porém, como esta ocorrerá por competência, você vai incorrer em despesas suavemente, mês a mês, e não tudo de uma vez. 
Tá vendo? A Contabilidade é sua amiga e serve até para acalmar a consciência.
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Mnemônicos forever 
Está tão no automático que, se vejo uma lista, já saio tentando formar palavras com as iniciais. Exercícios mnemônicos valem para qualquer tipo de matéria e são seus grandes aliados. 
É bem verdade que entender vale mais que decorar, mas, sejamos honestos, em alguns pontos da matéria não há muito o que entender. Você pode até compreender a lógica das alíquotas de determinado imposto, por exemplo. Se se tratar de um tributo progressivo, ele vai onerar mais quem pode pagar mais. Entretanto, com essa lógica, você não chega ao valor da alíquota. Então, para tudo o que a lógica não alcança, mnemônico. 
Ah! E há várias maneiras de se fazer isso. Não apenas por palavras, mas também associando gestos, cores, imagens a determinadas informações. Vale tudo, e quanto mais idiota, melhor. Assim você não esquece jamais. 
Enfim, não tenha vergonha de fazer mnemônicos bobos ou forçados e não os menospreze, achando que esta técnica não é digna de um concurseiro sério. Nós estamos aqui é para marcar gols, não importa se são de canela. 
Exercícios 
Usava o site www.questoesdeconcursos.com.br para estudar no dia a dia e, depois do edital, comprei alguns cursos de questões comentadas. No primeiro caso, mirava a quantidade e, no segundo, a qualidade. Infelizmente, como não sou muito ligada nos números do meu estudo, não tenho ideia de quantos exercícios fiz por matéria. Sei apenas que tentei fazer o máximo de exercícios da FCC dos anos recentes e, de algumas matérias, fiz todos mesmo. 
Agora, só um toque, acho até que a maioria já faz isso, mas não custa relembrar: tente marcar todas as questões que você errar. Eu tenho uma Bic 4 cores que servia para as aulas de exercícios – os acertos eram marcados em verde e os erros, circulados em vermelho. E, lá na frente, quando for retornar à matéria, passe sempre pelos exercícios errados e veja se você os acerta dessa vez. Durante os estudos, os erros são mais relevantes que os acertos, pois indicam onde estão os pontos fracos do seu conhecimento. 
Já vi várias pessoas em cursos presenciais passando uma borracha no gabarito errado e circulando o certo. Eu, particularmente, acho que devemos aprender com o erro, e não apagá-lo. 
Cotidiano 
No período normal (isto é, antes da autorização e do edital), eu costumava assistir a apenas uma aula por dia. A minha rotina era basicamente estudar a aula do dia anterior e assistir a uma aula nova, de segunda a sábado. Tirava as noites de sábado e o dia todo de domingo para descansar.
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Pode parecer meio devagar para alguns, mas, pra mim, o que funciona é tentar assimilar o máximo possível na primeira vez em que tenho contato com o conteúdo. Talvez seja limitação minha, mas não havia a menor possibilidade de aprender direito DFC e controle de constitucionalidade no mesmo dia, por exemplo. Por isso mesmo, a quantidade de horas estudadas por dia variava bastante, e logo percebi que este não seria um bom parâmetro para o meu jeito de estudar. 
Destaco também que nunca estudo uma matéria logo após a sua respectiva aula. Pra mim, o ideal é dormir entre a aula e a revisão desta, pois esse processo permite assentar melhor o conteúdo. Assim, tendo um lapso de tempo, você consegue perceber quais pontos não fixaram tão bem no dia anterior e já estão começando a apagar, por exemplo. Também permite rever a aula com algum distanciamento, o que nos dá uma visão mais ampla da matéria. Quer dizer, existem assuntos tão cheios de detalhes que, às vezes, ficamos bitolados naquele pedacinho da matéria e não conseguimos contextualizá-lo no todo. Não sei se já aconteceu com você, mas algumas vezes me peguei pensando: “em qual parte da matéria estou mesmo?”. Pois bem, dormir ajuda. (Nesse caso, ajudam também os esquemas que amarram a matéria. De cada palavra saem bracinhos que ligam a outras palavras e assim por diante, fazendo com que a matéria fique linkada. Como o esquema de Direito Civil mencionado anteriormente.) 
Exercícios físicos 
Se você é um sedentário convicto, aconselho a pular para o próximo tópico! 
Exercícios físicos foram cruciais na minha preparação, sem exagero. Eu pratico kung fu há alguns anos, o que me ajudou a desenvolver resistência física (para as 14 horas de prova), disciplina e concentração. Além de ser muito legal chutar e socar para aliviar o estresse, né? Quer dizer, pelo menos pra mim, isso funciona muito. 
Mas não recomendo qualquer esporte, acho bom evitar aqueles em que há maior risco de lesão. O kung fu não é uma arte marcial de contato, há lutas para quem se interessa, mas a maior parte do treino é individual. Isso é importante, pois o concurseiro não pode se dar ao luxo de ter lesões nas mãos, braços e orelhas. É sério isso! 
Estudar tudo junto ou separado 
Me perguntaram se eu preferia intercalar várias matérias ou estudar uma só, de cabo a rabo. Bom, pra ser sincera, eu não tenho preferência e sempre acabei estudando pelos cursos que estavam disponíveis no momento. Foi uma abordagem meio “dançando conforme a música”. Ou seja, logo que os cursos lançavam os pacotes para um concurso X, eu acabava estudando as matérias de forma intercalada, pois é mais ou menos o ritmo em que as aulas são disponibilizadas. Já nos
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momentos de seca, nos quais só dava para achar cursos avulsos, eu estudava uma única matéria, do começo ao fim. 
No final das contas, não criei preferências por nenhum dos dois modos, e acho que ambos têm vantagens e desvantagens. 
Estudar intercalando, por exemplo, nos permite arejar uma matéria enquanto estudamos outra, o que pode ser menos cansativo. Estudar de uma só vez, por outro lado, fornece uma visão bastante coesa da matéria, e é possível se aprofundar no conteúdo com maior facilidade, pois a bagagem está mais fresca na sua mente. 
Mas, novamente, não consegui chegar à conclusão de qual método seria o melhor para mim, acho que ambos funcionaram igualmente. 
Como eu enxergo o processo de estudar 
Esponja 
Peço licença para inserir um desenho tosco no meio do meu relato, e logo você verá que ilustrar não é bem minha especialidade. Fiz isso agora só porque sou uma pessoa muito visual, e não consigo pensar em outra maneira de explicar a lógica que não visualmente. A ideia é bem simples, mas acho que fica mais clara assim:
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V 
ocê é uma esponja. (Sei que o desenho não ajuda, mas vou contarcom o seu poder de abstração, ok?) Este é você diante de uma matéria nova.A sua meta é absorver a MAIOR quantidadede informação possível, num período detempo razoável. Mas não se engane. Ler a matéria é uma coisa, entendê-la é outra. Não estude obcecado por prazos e metas. As metas estão aí para te ajudar a estruturar o seuestudo, e não podem jamais sobrepujar a própria compreensão da matéria. É bem melhor adaptar o programa ao se deparar com um conteúdo de difícil assimilação que perderpartes do conteúdo somente para cumprir determinado número de horas preestabelecido por assuntoou número de páginas por dia. Em outras palavras, dedicar um tempo extra para compreender a matéria na primeira vez em que aestudamos tem um custo-benefício muito superior a ter que revisar a matéria 3 ou 4 vezes no futuro, por nunca ter dado a devida atenção a ela. Não corra para chegar antes; ande para chegar melhor. Também não dá pra estudar devagar demais, porque as primeiras informações lidas começam aevaporar, e você corre o risco de ficar esturricado. Acredito que uma das chaves do sucesso sejajustamente encontrar o seu ritmo certo de estudo, aquele em que as novas informações ajudama reforçar o entendimento das antigas, de forma que você conquiste uma visão macro da matéria. Você sabe que está no caminho certo quando uma informação nova te faz entender melhoraquilo que você viu lá no comecinho do estudo, quando tudo era grego. E, lembre-se: a precisão é a sua melhor amiga – absorva tudo o que conseguir. Claro que um detalhe ou outro sempre acaba escapando na hora do estudo, mas não se contentecom argumentos do tipo “ah, seria muito azar se caísse na prova bem essa parte que eu não entendi”. Já viu, né? Aproveite a sorte, se ela vier, mas não dê chance para o azar. Eu, como sou bem insegura, sempre achava que iria cair justamente aquilo que eu não haviaentendido. Então, mantive um caderno no qual anotava diversas dúvidas, de todas as matérias. Se nãoconseguisse resolver a dúvida naquele momento, ela ficava lá anotada para o futuro. Quando finalmentea esclarecesse, riscava com um lápis por cima e escrevia ao lado a resolução – fazia um risco fininho, porque nunca se sabe quando uma dúvida antiga vai voltar pra te assombrar, então é bom que seconsiga ler o que está embaixo. Enfim, esponjar é um processo contínuo, e deve ser melhorado a cada novo ciclo. No início dos estudos, o ritmo é mais lento e demanda diversas adaptações. Com o tempo, porém, são necessários apenas ajustes finos para descobrir o seu modelo ideal. E aí você tem uma boa e uma má notícia: a boa é que, depois de dominar o modelo, uma vaga épraticamente sua. A má notícia é que, depois de tanto trabalho e de tantos ajustes, você vai querercontinuar aplicando o modelo, mas já terá sido aprovado no seu concurso! Acontece mesmo, viu? A gente passa anos querendo parar de estudar e, quando a aprovaçãofinalmente chega, percebe que não consegue largar essa vida. Keep sponging.
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O método da esponja é, na realidade, um preceito que eu tento seguir nas diversas esferas da vida, não apenas nos estudos. Já que o conhecimento adquirido ao longo dos anos não se perde, ele passa a interagir com as outras informações que você já possuía e, juntos, formam um todo maior que a soma das partes. Sinergia, baby. 
Nós 
Na infância, me ensinaram que todo conhecimento é válido, mesmo aquele que não tem utilidade imediata. Lembra quando o professor do colégio te ensinou História do Brasil, e te falou sobre os ciclos econômicos e sobre as origens políticas dos nossos presidentes? Então você pode se considerar iniciado em Administração Pública. Precisa somente aprender os detalhes, que se encaixarão num esquema já montado na sua cabeça há anos. Chamo esse esquema de rede de conhecimento. 
Lá vou eu tentar te explicar algo visualmente. E, de novo, não é um raciocínio complexo ou inovador, mas acho que ajuda a entender:
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A rede de conhecimento seria algo mais 
ou menos assim: Na infância, a rede é bem desfalcada, pois ainda estamos aprendendo obásico. Mas, com o passar dos anos, vamosassimilando mais informações. Com isso, desenvolvemos o poder de fazerassociações com informações que jáestavam lá. Essa é a rede completa, em um“estágio avançado”, com informaçãocirculando para todos os lados. Praticamente toda informaçãoé relevante nesse processo. Assim, na próxima vez em que alguémquiser te explicar, por exemplo, comose cria avestruz, ouça e aprenda. Pois essa informação pode te ajudar emMicroeconomia, no tópico sobre ogolpe da pirâmide Avestruz Master*. * Avestruz Master é um exemplo dado em sala deaula pelo professor César Frade. Ou seja, quanto mais nós você tiver, mais facilidade terá para fazerassociações entre os diversos assuntosdos concursos e da vida em geral. Portanto, não desperdiceconhecimento. ;) Informações não diretamenterelacionadas entre si ajudam a traçarcaminhos que levam a outros nós, àsvezes, muito distantes. E, por último, um apelo aos professores, se algum dia este esquema for lido por um: por favor, cuidado com os erros de gabarito! Esse erro de digitação banal pode “queimar” um nó já bem estabelecido e causarinsegurança no aluno. Quando o concurseiro passa a questionar se o conhecimentodo nó é verdadeiro, ele compromete um pedaço da rede, e não apenas aquele ponto. O estrago é grande. Repare que as novas informaçõespodem ser acessadas de vários lados, epreenchem lacunas no nossoconhecimento. cada nó representauma informação?? ? ?
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Desde que percebi que esta lógica funciona, quero aprender tudo o que alguém quiser me ensinar. 
Pós-edital 
Tive dois documentos de apoio que me foram de extrema importância: o edital rediagramado em um formato mais amigável e limpo, e um calendário impresso com bastante espaço nos dias. Vou anexar as imagens aqui, pois acho que serão mais esclarecedoras: 
Cronograma 
De início, já imaginava que não conseguiria cumprir o cronograma exatamente como havia planejado. Então, nas primeiras semanas, deixei os sábados livres para estudar aquilo que tivesse faltado nos outros dias. Também mantive, na medida do possível, o domingo livre para descansar, porque sei que meu rendimento cai muito quando estudo sem parar. Isso só não foi possível na semana entre as provas. 
Ah, e as palavras riscadas são pendências resolvidas.
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Edital rediagramado
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Bem, nada de muito especial aqui, só dei um tapa para que ele ficasse com a visualização facilitada. Pode parecer banal, mas isso me ajuda muito! 
Os percentuais que cada matéria representa na prova também ajudam a manter o foco no estudo. Quer dizer, se tiver de sacrificar alguma matéria, aquelas de menor peso naturalmente vão dançar primeiro. 
No dia da prova 
Escolhendo o melhor lugar 
Gosto de chegar bem cedo à sala pra escolher o melhor lugar. (Essa tática não vale para o Cespe, pois os lugares são previamente marcados.) 
Geralmente, fico ou nas fileiras mais externas ou nas carteiras do fundo da sala. Isso garante que pelo menos um dos meus lados esteja livre de movimentações que poderiam atrapalhar. 
Também é ideal dar uma olhada nestas outras variáveis: 
Sol: atente para a posição da sua carteira em relação a ele – você não vai querer fazer a prova com incidência direta do sol no seu lombo. 
Ventilador: alguns são muito barulhentos, outros apontam direto pra você. Eu, que sou calorenta, não me importo com o frio. Mas já vi várias pessoas reclamando dele. 
Janelas: se o prédio for baixo ou térreo, tente não ficar muito próximo das janelas. Isso porque domingo é dia de tocar funk/pagode/karaokê bem alto na rua do seu colégio. NÃO importa qual colégio, ok? Esta é uma daquelas regras sem exceções. 
Mala: tem sempre uma pessoa que gosta de compartilhar seus sentimentos com todos durante a prova. Preste atenção àquele cara que faz vários comentários dirigidos aos fiscais, em voz alta, antes da entrega da prova, e tente evitá-lo. Sério. Ele vai levantar a mão e fazer 15 perguntas durante a primeira prova. E vai falar meio alto, para receber apoio dos colegas ao redor, pois ele é meio carente. 
Todavia, cabe lembrar que essas preocupações só são válidas para alguém com o meu perfil, pois tento sistematizar toda informação à qual tenho acesso. Isso acontece de forma natural pra mim. Se o fato de ter que pensar em tudo isso for te causar mais estresse no dia da prova, abandone sem remorso. 
Concentração 
Isso varia muito de pessoa pra pessoa. Eu, particularmente, não tenho muito problema em me concentrar, mas um dos aprovados chegou a comprar uma carteira escolar no Mercado Livre e realizou alguns simulados nela. Claro, não vou di
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zer quem é, pois ele sofreria bullying na Sefin (:P), mas o que quero dizer é: conheça seus pontos fortes e fracos. Se você sabe que concentração não é uma qualidade inata sua, treine-a como se fosse uma matéria de prova, pois bombar em concentração compromete o seu desempenho como um todo. 
Controlando o tempo 
Primeiro: eu comprei um relógio analógico com o visor enorme, de fundo branco e números pretos – para o maior contraste possível – e ponteiros compridos. Deveria ser da linha watches for dummies, pois, não fosse pelo tamanho, pareceria relógio para as crianças aprenderem a ver a hora. Não queria perder um 1s com o relógio. 
Segundo: não tenho ideia de quanto tempo levei em cada matéria, pois aqui entra em cena novamente o meu jeito meio fluido de estudar e fazer prova. Pra mim, não funciona saber os minutos, já que isso me causa ansiedade. Eu acelero ou freio de acordo com o tempo faltante. Até porque tenho dificuldade em precisar o tempo ideal para gastar em cada prova antes de lê-la, já que o grau de dificuldade das matérias varia bastante de concurso pra concurso. 
Mas, novamente, tem bastante aprovado que sabe dizer exatamente quanto tempo gastou em cada matéria. 
Saúde pública 
Pelamor, resista aos encantos do dogão da barraquinha na hora do almoço! 
A menos que você tenha certeza absoluta de que aquele estabelecimento possui alvará e é fiscalizado com regularidade, não é o momento de ser corajoso, ok? 
Pelo seu próprio bem e pelo bem dos seus colegas de sala, se tudo o mais der errado, compre um pacote de salgadinhos e se vire com ele. O fandangos vai te fazer bem? Não, claro que não, mas a chance de ele querer voltar no meio da prova, seja em fluxo ascendente, seja no descendente, são mínimas. Aliás, tudo o que o fandangos não quer é sair de você. Até o final da prova, ele provavelmente já se abraçou à sua cintura e de lá não planeja sair tão cedo. 
Ainda assim, é melhor se penitenciar numa esteira de academia no futuro do que numa cabininha de banheiro no presente. 
Estratégia de prova (específico para ISS-SP 2012) 
Vou falar da P1, a famigerada P1. Putz, eu infelizmente não tenho uma fórmula milagrosa para esta prova! O que posso dizer sobre ela é que, pra mim, a P1 foi feita para ver quem conseguia controlar os nervos. Isso porque não dava tempo de fazê- la inteira (à exceção de 1 ou 2 prodígios, como o Guilherme) – eu chutei bem umas 10 questões – além de ser uma prova extremamente cansativa. Na minha opinião,
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Direito Tributário veio mais simples apenas para garantir que um número razoável de pessoas atingisse os mínimos da prova. 
O que me salvou na P1 foi o fato de eu estar relativamente tranquila. Com isso, pude ganhar pontos valiosíssimos em Português (26 de 30) e Raciocínio Lógico (6 de 7). Tenho convicção de que, se tivesse feito essa prova de Rac. Lógico nos primeiros concursos que prestei, não teria tido a menor condição de completá-la. Não porque estivesse muito difícil, mas porque praticamente não caiu lógica proposicional ou outro assunto no qual pudéssemos aplicar um raciocínio previamente estudado. Eram questões para serem feitas na raça, ali na hora. Gente, só fez essa prova quem conseguiu controlar os próprios demônios. 
Idem para Português, cujas questões tinham alternativas com diferenças muito sutis entre si. Se na hora batesse o desespero, você simplesmente não enxergaria a resposta certa. É cruel, mas é simples. Você precisa escanear as alternativas para encontrar aquela palavra escondida que a torna incorreta, e esse processo não funciona quando lemos a questão de maneira atropelada, esbaforida, olhando para o relógio. Nessa prova, Deus estava mesmo nos detalhes. 
Bibliografia 
Você vai ver a seguir que não tomei por base muitos livros. Uso-os mais como referência para acompanhar os cursos que fiz. 
Tenho uma razão bem particular pra isso, e sei que muitos, inclusive aprovados, discordam dela. Pois bem, a verdade é que eu perco um tanto de concentração quando estou estudando uma matéria e cruzo com um “hodiernamente”. Ou um “escorreito”. Quem estuda comunicação passa anos ouvindo o seguinte: regra geral, quando se escreve um texto, a finalidade máxima é, bem, comunicar. Ou seja, passar uma mensagem adiante, ensinar algo. Quando adicionamos palavras desconhecidas, ou em desuso, ou rebuscadas ao texto, estamos incluindo ali um ruído. E o que o ruído faz? Diminui ou dificulta o entendimento da mensagem. 
Lendo livros, por vezes eu pensava: “caraca, estudar a matéria por si só já é difícil. Precisava mesmo botar um ‘porquanto’ ali?”. Sabe aquela história “bom escritor não é aquele que escreve algo fácil com palavras difíceis, mas sim aquele que escreve algo difícil com palavras fáceis”? Pois eu concordo com ela, e é por isso que me adaptei muito melhor aos cursos, nos quais não apenas a linguagem é mais palatável, como a abordagem também costuma ser mais objetiva. 
Nos livros, o professor raramente declara algo como “isso aqui, sinceramente, tem chance mínima de cair na sua prova”, pois o livro é bem mais definitivo que um curso. E, convenhamos, é uma informação muitíssimo relevante, né?
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Cursos 
Eu usei cursos de todos os tipos, tanto os escritos e os presenciais, como as vídeo-aulas. 
Deixo aqui minhas impressões, mas vale antes fazer uma ressalva: eu gosto de estudar sozinha, no meu quarto, com internet e livros à mão e um tapa-ouvido. Conheço concurseiros que não suportam estudar em casa. Se este for o seu perfil, provavelmente você não concordará com as minhas impressões. 
Presencial 
Prós: ver o professor em carne e osso ajuda a prender a atenção. Além disso, também é legal fazer amizades e trocar experiências com outros alunos. Muito do que aprendi nessa jornada devo a amigos que não me encaravam como concorrente, mas sim como futura colega. 
Contras: como moro em São Paulo e longe do metrô, só assistia à aula presencial em último caso, pois gastava tempo demais no trânsito. Fora que eu sentia muita falta de dar replay em determinadas partes da aula, sabe? Acho que poder reler com mais atenção um trecho, ou poder voltar um vídeo ajuda muito. 
Também senti falta de poder tirar dúvidas nas aulas. Geralmente o professor é cercado por uma horda de gente com caderninho e, se você demorar, pode não conseguir um bom lugar na fila. Ou não conseguir lugar algum, pois o professor também precisa almoçar e ir ao banheiro. 
Vídeo-aula 
Prós: é ótimo poder assistir às aulas na hora em que for melhor pra você, ou poder dar replay infinitas vezes quando o assunto for difícil. Fora que eu sou bem mulamba e adoro estudar de pantufa. As aulas costumam ser mais baratas que as presenciais e não se gasta com transporte ou alimentação fora de casa. Tem tira- dúvidas (embora nem todos os professores respondam a contento). 
Contras: alguns professores não têm facilidade em lidar com as câmeras, e isso pode dar uma truncada na aula. Se você estiver com pressa, não dá pra acelerar o ritmo, o que é uma desvantagem se compararmos com as aulas escritas. 
PDF 
Prós: as vantagens são similares às das vídeo-aulas, mas aqui nós podemos acelerar a leitura com mais facilidade. Lá nos finalmentes, depois da autorização, quando você já sente a água batendo no umbigo, este plus pode ser de grande valia. Algumas aulas de exercícios que comprei foram lidas pela metade, pois li só as explicações das questões que eu errava, e mesmo assim foram muito úteis. 
Contras: na época em que estava estudando, alguns cursos andaram se emba
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ralhando nos sistemas de segurança dos arquivos. Alguns não permitiam imprimir frente e verso ou usar o modo econômico, que são expedientes mais que comuns na vida dos concurseiros. Vá lá que eles queiram coibir os rateios, mas prejudicar a vida de quem anda na linha por causa disso já acho complicado. 
Professores 
Listo, a seguir, as matérias da prova, os respectivos professores e cursinhos. Ressalvo que estou listando apenas os professores mais importantes no meu estudo, ok? 
Língua Portuguesa: não fiz aula, mas sempre tive muito carinho com Português, pois acho uma das matérias mais essenciais que existem. 
Redação: Ivany Pedroso (NEAF) – a professora Ivany já participou de várias bancas examinadoras, sem contar que ela inspira muita confiança durante as aulas. As notas atribuídas por ela às minhas redações sempre foram condizentes com as notas das provas que prestei. 
Matemática financeira: Carlos Henrique (Uniequipe) – o Carlos Henrique é muito prático nas explicações. Ele é do tipo que evita fórmulas ao máximo e prioriza o raciocínio. Seu material é bem completo, o que te permite ir para a prova com tranquilidade. Fora que ele é engraçado pra caramba, inclusive em vídeo. 
Estatística: foi a única matéria que acabei negligenciando. Nem tanto por intenção, mas mais por ter calculado muito mal o tempo de estudo. Confesso, porém, que já imaginava o sufoco da P1, e sabia que provavelmente mal conseguiria ler a prova de Estatística. Foi o que aconteceu, chutei todas. :( 
Raciocínio Lógico: Sergio Mercuri (finado Sucesso) – o Sergio tem aquele curso “Raciocínio Lógico sem tabela-verdade”, que me deu uma perspectiva bem mais visual da matéria. Achei ótimo, pois sou chegada em diagramas. Fora isso, o professor é muito acessível, dava uma adaptada no curso conforme a demanda dos alunos, e ia comer tempurá na feirinha com a gente. 
Legislação Tributária Municipal: Aluisio Neto, teoria (Estratégia), Dicler Forestieri e Marcus Duarte, exercícios (Canal dos Concursos, PDF) – gostei bastante dos cursos. As aulas do Aluisio eram bem dinâmicas e o conteúdo cobriu toda a prova. Gostei também porque, embora ele tenha cometido alguns erros nas explicações, sempre publicava erratas para corrigir esses pontos. Sei que essa deveria ser a regra, mas já vi vários professores que custavam a admitir seus erros, ou só retificavam para aquele aluno que o questionou. Não sei se por vaidade, mas sei que isso prejudica demais os estudos, e o Aluisio não faz isso. 
As aulas do Dicler e do Marcus foram igualmente importantes no meu estudo. Uma das qualidades do curso foi utilizar questões de concursos internos da Secretaria de Finanças, pois, além de cobrarem conteúdo presente no edital,
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davam uma boa motivada. Quando as resolvia, pensava que também estava me preparando para as provas internas. :P 
Direito Tributário: Claudio Borba (Canal dos Concursos) e Ricardo Alexandre (Espaço Jurídico) – achei que os materiais se complementaram bem. O curso do Ricardo Alexandre é excelente, e foi muito mais longo, bem mais aprofundado, portanto, que o do Claudio. A segurança que ele transmite e o domínio que demonstra ter da matéria são inquestionáveis. O material do Borba, por outro lado, é bem organizado. Ele tem uma série de esquemas e tabelas que facilitam muito o entendimento e casam bem com o meu estilo de aprendizado. 
Direito Constitucional: Alessandro Ferraz (NEAF) – tive uma sorte muito grande de iniciar os estudos com ele, pois o Alessandro te explica logo que o bom concurseiro não é o catedrático, é o que sabe marcar X no lugar certo. O material principal dele é a CF/88 toda separada em esquemas e tabelas, além de ter mil mnemônicos e associações absurdas espalhadas pela Constituição. Ele também faz links com outros Direitos, como o Penal, o Civil e o Administrativo, e isso me ajudou a contextualizar melhor diversas matérias. 
Direito Administrativo: Fabiana Mussato (finado Unilearn) e Henrique Cantarino (Canal dos Concursos) – gosto muito dos dois. Ambos têm abordagens diferentes, a Fabiana usa mais esquemas, enquanto o Cantarino tem uma aula mais textual. Acho que os materiais se completam. A professora Fabiana explica detalhes que acabam sendo utilizados em outros ramos do Direito também, o que é sempre positivo. 
Direito Penal: Sergio Gurgel (Canal dos Concursos) – excelente professor, inspira muita confiança, além de explicar de forma clara e fazer você rir do começo ao fim da aula. Seus exemplos práticos são hilários e te ajudam a guardar o conteúdo. 
Direito Civil: Dicler Forestieri, teoria (Canal dos Concursos), e Anderson Hermano, exercícios (Estratégia) – o Dicler tem um jeito muito engraçado também. E ele é bastante calmo, o que ajuda na hora de explicar um ramo do Direito repleto de detalhes. Gostei bastante, mas é bom fazer uns esquemas pra ajudar a consolidar a matéria. Em relação ao Anderson, admito que li seu material na correria, fiz todos os exercícios do curso em apenas 1 dia, mas o material foi fundamental para ir bem na prova. Se não me engano, todas as questões da prova haviam sido vistas no curso dele. 
Direito Empresarial: Taíssa Romeiro (Canal dos Concursos) – não sei se o curso foi gravado às pressas, mas a aula acabou ficando meio bagunçada. Comprei o livro do professor André Santa Cruz (que é ótimo, por sinal) para ajudar. Mas, ainda que o curso tenha sido um tanto confuso, a professora tem alguns macetes que ajudam bastante na fixação do conteúdo. Acho que lembrarei pra sempre do
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“comanditário não é otário. Comanditado, coitado!” sobre as responsabilidades dos sócios. 
Atualidades: não fiz curso, mas nunca deixei de ler jornais e portais de internet. Na verdade, leio atualidades não com a finalidade de estudar pra concurso, mas simplesmente porque não conseguiria me desligar totalmente do mundo. Vale lembrar que, neste concurso, as atualidades caíram apenas na redação, e não em questões. Se a matéria tivesse sido cobrada em questões, eu faria um curso, sim. 
Administração Pública: Elisabete Moreira (Uniequipe) – a aula foi muito boa e o material é bastante organizado. Achei apenas que a abordagem pareceu um tanto tendenciosa em algumas partes da matéria. Neste ponto, cabe uma ressalva, não em relação à professora, mas em relação à própria matéria Administração Pública. Por ser um campo pouco regulamentado (diferentemente dos Direitos, das Contábeis), não temos muita legislação que positive certos entendimentos como “corretos”. Assim, por vezes, as provas trazem definições de doutrinadores específicos sem sequer mencioná-los. E, pior ainda, há casos em que outros estudiosos têm posição oposta à adotada pela banca. Isso, no meu entendimento, gera insegurança nos candidatos, e essa prova não foi exceção. 
Economia: Marcelo Bolzan, teoria (Canal dos Concursos), e Heber Carvalho, exercícios (Estratégia) – ambos são excelentes e te fazem gostar da matéria. O único senão é que tive dúvidas não respondidas pelos professores nos dois cursos. 
Auditoria: Davi Barreto e Fernando Graeff (Ponto dos Concursos) – aula muito bem estruturada, clara, e professores bastante prestativos. O material acabou não cobrindo a prova toda, mas, sinceramente, acho que nenhum outro material cobriu. A prova veio bem atípica, e cobrou aspectos não corriqueiros nas provas fiscais. O próprio professor Davi, se não me engano, já avisou que está aprimorando o material de acordo com as novas exigências das bancas. Gosto da atitude dele, ele é um professor humilde e preocupado com os alunos. 
Informática: Patrícia Quintão (Ponto dos Concursos) – material muito completo e explicação clara e direta. Gostei bastante das aulas. Vale inclusive para aqueles que não são nada iniciados em Informática. 
Contabilidade Privada: Cláudio Cardoso, teoria (Canal dos Concursos), Luciano Rosa e Gabriel Rabelo, exercícios (Estratégia), e Silvio Sande, exercícios (Uniequipe). Gostei muito da aula do Cláudio, pois ele é bem meticuloso e explica tudo com muita clareza. Além disso, passa bastante segurança. Os professores Luciano e Gabriel são igualmente excelentes, muito didáticos e solícitos. Já em relação ao Sande, confesso que não me adaptei tanto ao estilo dele. No curso de exercícios, pelo menos, o Sande corre bastante com a matéria, o que, por si só, não é ruim se você tiver boa base. Porém, por causa desse ritmo, ele aca
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bou comprometendo a precisão algumas vezes. Houve lançamentos que foram corrigidos pelos alunos, por exemplo, e isso não é legal para o meu jeito de estudar. Ainda assim, ele merece o crédito por ter acertado em cheio 2 questões da prova. Uma delas, inclusive, ele gastou um bom tempo detalhando, porque disse que a chance de cair era alta. Não deu outra, matei a questão em poucos segundos por causa dele. 
Contabilidade Pública: Igor Oliveira (Ponto dos Concursos) – gostei das aulas, mas admito que não dei a devida atenção a esta matéria. Claro que a culpa não foi do professor, foi da falta de tempo, mas não sinto que tenho condição de avaliar o curso. Já recebi ótimas recomendações a respeito dele, no entanto. 
Finanças Públicas: Avellar (Canal dos Concursos) – a aula do Avellar é bastante completa, mas ele parte do pressuposto de que o aluno já tem algum conhecimento prévio de outras matérias, como Direito Tributário e Economia. Ele, inclusive, avisa isso no começo do curso. Se você já é iniciado nessas matérias, não terá qualquer dificuldade em acompanhar o ritmo das aulas. Gosto desta matéria, pois ela amarra os conteúdos de outras, ajudando a passar uma visão geral sobre o assunto. 
Bom, vocês devem ter notado que eu sou fã de professores engraçados, né? Isso porque, pra mim, o humor ajuda a suavizar a pressão e o cansaço mental, tão comuns durante os estudos. 
Há concurseiros que não gostam, pois acham que o professor não está levando o curso a sério. Eu, por outro lado, penso que a aula deve ser séria, mas o professor não precisa. Nossa meta é absorver informação, não importa a forma com a qual ela vai parar na nossa cabeça. E, se for possível aprender rindo, por que não? 
Professores para os quais devo um almoço 
Queria deixar um agradecimento especial a dois professores, o Luciano Rosa e o César Frade. O César está aí como menção honrosa, pois não fiz curso com ele para este certame específico. 
Ambos me ajudaram muito, muito mesmo, e fico feliz que existam professores como eles por aí. Sempre com muita paciência, respondiam aos meus e-mails, algumas vezes enormes, com toda a atenção do mundo. Além disso, já recebi apoio dos dois em momentos de tensão, e nunca me cobraram nada por isso. Aliás, eles sequer me conhecem pessoalmente! O professor Luciano já estava tão terapeuta que me recomendou jogar um pouco de Resident Evil para desestressar. :P 
Fica aí o meu muito obrigada e um vale-almoço.
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Só pra finalizar 
Por mais estranho que pareça, hoje fico feliz de não ter passado nos primeiros concursos que prestei. Não porque acho a vida de concurseiro uma delícia, mas porque me ajudou a evoluir muito. O concurseiro precisa se conhecer a fundo, e acaba fazendo negociações entre as suas diferentes necessidades internas. Suas demandas sociais, emocionais, físicas e materiais devem estar em constante equilíbrio e, putz, só nós sabemos o quanto isso é difícil! A dificuldade de conciliar humildade e segurança, de perceber quando o estudo em demasia está prejudicando o próprio aprendizado, de manter as pessoas queridas próximas, mas não tão próximas assim. 
Estudei por 2 anos e meio, mas sinto que a quantidade de conhecimento que absorvi até aqui valeu por uns 10 anos de estudos em ritmo “normal”. Sem contar que são conhecimentos muito valiosos para o trabalho e para a vida. 
E, hoje, coloco a mão no fogo por todos nós e por todos vocês. Os que estão dentro e os que em breve estarão. Por tudo o que aprendemos nessa jornada, sei que todos temos potencial para sermos excelentes servidores públicos e, dessa forma, prestarmos um serviço da mais alta qualidade para a população. 
Essa jornada é a maior viagem, e o destino compensa muito. O percurso, porém, também vale cada lágrima derramada e cada noite de insônia, pois você vai aprender coisas que ninguém jamais poderia te ensinar. ;) 
Keep sponging.

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Tecnicas de estudo. 1a. colocada + fmb

  • 1. Como fui aprovada Ana Paula Fujita 1o lugar ISS-SP 2012
  • 2. Sumário Sobre mim. 1 Do 0 ao 1 (vulgo “minhas reprovações”). 2 Metodologia. 2 O que funciona para mim. 3 Tabelas e esquemas. 3 Exemplos do dia a dia. 4 Mnemônicos forever. 5 Exercícios. 5 Cotidiano. 5 Exercícios físicos. 6 Estudar tudo junto ou separado. 6 Como eu enxergo o processo de estudar. 7 Esponja. 7 Nós. 9 Pós-edital. 11 Cronograma. 11 Edital rediagramado. 13 No dia da prova. 14 Escolhendo o melhor lugar. 14 Concentração. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 Controlando o tempo. 15 Saúde pública. 15 Estratégia de prova (específico para ISS-SP 2012). 15 Bibliografia. 16 Cursos. 17 Presencial. 17 Vídeo-aula. 17 PDF. 17 Professores. 18 Professores para os quais devo um almoço. 21 Só pra finalizar. 22
  • 3. 1 Oi! Já começo pedindo desculpas se você está achando este depoimento grande demais. Sei que sua barra de scroll está alongada, mas tentei distribuir o texto em seções, para que você possa ler apenas as partes que julgar relevantes. Ah! Também não custa enfatizar: neste texto, vou contar como foi a minha trajetória até a aprovação em primeiro lugar no ISS-SP 2012, o que não significa que este é o caminho certo, mas apenas que é um dos caminhos, ok? E adianto que meus métodos não são exatamente inéditos, sendo assim, é provável que você encontre aqui apenas uma compilação de técnicas que diversos outros aprovados também utilizaram. Sobre mim Me formei em 2007, em Comunicação Social, com habilitação em Editoração, pela USP. É isso mesmo! Não sou de Engenharia, de Direito, de Administração ou de Contábeis. Sei que, para quem está começando os estudos (e não é formado em nenhuma dessas áreas), essa informação é importante. No início, eu olhava com desânimo para os lados, pois só via gente com graduação mais “apropriada” que a minha. Mas, no fim, acho que isso me fez estudar com mais afinco logo de cara, porque senti que teria que tirar a diferença entre mim e eles. Felizmente, deu tudo certo. :) Tenho 29 anos e estudei por 2 anos e meio. Período integral de segunda a sexta e meio período aos sábados. Trabalhava com design gráfico quando resolvi largar tudo, por não enxergar boas perspectivas de longo prazo na área, embora gostasse muito da atividade. Nesse momento, já havia guardado dinheiro suficiente para, talvez, uns 3 anos de estudo (apertando o cinto no último buraquinho, é bem verdade). Contudo, um grande diferencial nos meus estudos e que, infelizmente, não é acessível a todos, é que eu estava amparada pela tríade do concurseiro feliz: apoio da família + dinheiro não tão apertado + tempo livre para estudar. Sei que estes três fatores contribuíram muito para a minha aprovação, e sei também que foi um privilégio estar sentada em cima desses pilares por todo o meu período de estudos. Se você não tem um destes componentes, ou mesmo se não tem nenhum destes, acredite, há aprovados no ISS-SP iguais a você. E eu tenho uma enorme admiração por eles, pois sei que fizeram das tripas coração e mereciam estar na 1a colocação muito mais do que eu. Mas, no fim, o que vale mesmo é estar dentro.
  • 4. 2 Do 0 ao 1 (vulgo “minhas reprovações”) Início dos estudos: setembro de 2009 Eis os concursos que prestei e os resultados que obtive. Já peço desculpas pelas datas a seguir, pois as puxo da memória, então não garanto que estejam corretas: • 2010: Bacen: janeiro – reprovação. Fiquei na curiosa situação de ter a redação corrigida e não ter classificação no concurso. Neste certame, houve uma redistribuição das vagas do edital na semana que antecedia o resultado, e a área para a qual prestei perdeu alguns lugares. As redações destas vagas, no entanto, já estavam corrigidas e acabei tendo acesso à minha. Mas, no fim, eu acabaria não tendo uma boa classificação final de qualquer maneira. Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo): abril – reprovação, 27o lugar de 16 vagas para o cargo de Agente Técnico Legislativo. Susep: abril – reprovação, 6o lugar de 4 vagas para o cargo de Administração e Finanças, SP. CVM: dezembro – reprovação, 12o lugar de 9 vagas para o cargo de Analista de Mercado de Capitais, SP. • 2011: ano da seca. • 2012: prestei apenas ISS-SP. Aqui você pôde reparar que eu não tenho consistência em aprovações. Quer dizer, você viu que eu sequer tive outra aprovação, né? (Na verdade, acabei sendo chamada no Metrô, que – sem querer desmerecer a instituição – não é meta de ninguém por aqui. Mas não lembro quando foi a prova.) Nesse quesito eu destoo muito daqueles primeiros colocados tradicionais que passam em tudo o que prestam. Portanto, eu já aviso: não faço a menor ideia de por que ocupo esta colocação. Não mesmo. Estou aqui reescrevendo as 1001 noites (900, na verdade) pra ver se você consegue aproveitar algo de bom do relato, mas não leve nada a ferro e fogo, porque eu não sou o melhor exemplo. Metodologia Sei que a gente costuma insistir muito nesse ponto, mas acho importante que os concurseiros saibam encontrar o seu perfil de estudo e seguir firme com ele. Isso porque o meu método pode ser totalmente inapropriado para você, e isso não pode te gerar insegurança, ok? Se você segue um método e ele tem rendido bons resultados, fique com ele sem pestanejar. Um bom exemplo disso é o 2o lugar do ISS-SP, o Guilherme Siqueira. Nós fizemos praticamente a mesma pontuação, pois tivemos diferença de 2 pontos em
  • 5. 3 320 (por esta flutuação mínima, atribuo a minha colocação somente à sorte). Pois bem, o Guilherme tem uma metodologia muito diferente da minha e, no entanto, tivemos o mesmo resultado. Portanto, o que vale pra mim pode não valer pra você. E tudo bem, sem traumas! Quando comecei a estudar, dei uma lida em alguns depoimentos de aprovados e percebi que seus métodos estavam embaralhando, de certa forma, o modelo que eu havia construído pra mim anos antes, quando prestei vestibular. Por vezes, alguns concurseiros tinham estilos tão diferentes do meu, que isso me causava insegurança em relação ao meu jeito de estudar. Admito, então, que parei de ler os relatos e peço desculpas se estou repetindo algumas técnicas deles aqui sem dar o devido crédito. No mais, acredito que não existam tantos modelos de estudo, talvez apenas uns 4 ou 5, e, por isso mesmo, a maioria dos aprovados tende a utilizar alguma combinação destes. O que funciona para mim Por favor, leia esta parte com um pé atrás, tá certo? Sei que muitos não estudam desse jeito e odiaria botar grilos na sua cabeça. Tenho um jeito meio fluido de estudar (pra não dizer desestruturado), no qual a preocupação maior é assimilar o conteúdo e verificar a eficácia do estudo, geralmente por meio de questões. Ou seja, eu não sigo uma estrutura padrão para todas as matérias, pois minha finalidade é conferir se as informações ficaram dentro da minha cabeça de um jeito que eu possa acessá-las de novo no futuro. Esse processo pode ser rápido, se eu tiver maior afinidade com a matéria, ou demorado, se não for o caso. Seria algo semelhante a ter horário flexível de trabalho – eu estipulo uma meta diária a bater e, se conseguir alcançá-la rapidamente, fico com tempo livre. Se, por outro lado, a matéria estiver difícil, terei que estudar muito mais horas até alcançar o resultado esperado. Até por isso não tenho ideia de quantas horas líquidas estudava por dia – esse número variava consideravelmente. Como não tenho uma curva de aprendizagem padrão, que possa servir como um denominador comum entre todas as matérias, acabo adaptando o método de acordo com a minha facilidade ou dificuldade em cada assunto. Vou tentar explicar um pouco melhor a seguir. Tabelas e esquemas Por exemplo, em matérias com muitas informações verbais (Constitucional, Administrativo, Civil, Empresarial...), utilizar tabelas e esquemas gráficos me ajuda muito, pois acho que eles organizam a informação de forma a nos proporcionar uma visão ampla do conteúdo, além de permitir a comparação entre os dados. Se
  • 6. 4 tiver um tempinho livre, tente fazer uma tabela comparando os diversos títulos de crédito do Direito Empresarial. Faça colunas apontando suas características e anote as similaridades e diferenças entre eles. Ou faça tabelas comparando as diversas competências constitucionais dos entes. Pra mim, isso ajuda demais. Aí na figura está um quadro que usei em Direito Civil: associações associaçõesorganizações religiosaspartidos políticossociedadessimplesempresárias! Este conteúdo deve ser confirmado com um professor de Direito Civilem comumem conta de participaçãodespersonificadaspersonificadasDireito PúblicoDireito PrivadofundaçõescorporaçõesinternoexternoAdm. diretaAdm. indiretaEstados estrangeirospessoas regidas pelo Direito Internacional PúblicoPJ Eu acredito que esta forma de organização das informações seja bem mais rápida que fazer resumos das matérias. Aliás, nunca fiz resumos, pois eles estourariam facilmente minha meta diária de estudos. Se, no entanto, eles têm te trazido bons resultados, não os abandone. Exemplos do dia a dia Já em matérias com mais informações numéricas, como Contabilidade, gosto de estudar pensando em exemplos práticos, que eu possa trazer para a minha realidade atual, e não só para o futuro. Ou seja, claro que é importante estudar a contabilidade das empresas as quais fiscalizaremos, mas, quando estudo, elas ainda são uma realidade distante da minha. Para quem ainda está engatinhando na matéria, talvez essa parte seja aproveitável. Sabe quando você quer fazer uma compra extravagante, mas se sente culpado? Pois seus problemas acabaram! (Pelo menos por um tempo.) Ao comprar o novo iPad, faça uns razonetes e perceba que o seu patrimônio não diminui. Ele sofre apenas uma permutação. Logo, você não está mais pobre, você só tem menos caixa e mais imobilizado. Claro que a alegria passa assim que chegamos ao capítulo sobre depreciação, porém, como esta ocorrerá por competência, você vai incorrer em despesas suavemente, mês a mês, e não tudo de uma vez. Tá vendo? A Contabilidade é sua amiga e serve até para acalmar a consciência.
  • 7. 5 Mnemônicos forever Está tão no automático que, se vejo uma lista, já saio tentando formar palavras com as iniciais. Exercícios mnemônicos valem para qualquer tipo de matéria e são seus grandes aliados. É bem verdade que entender vale mais que decorar, mas, sejamos honestos, em alguns pontos da matéria não há muito o que entender. Você pode até compreender a lógica das alíquotas de determinado imposto, por exemplo. Se se tratar de um tributo progressivo, ele vai onerar mais quem pode pagar mais. Entretanto, com essa lógica, você não chega ao valor da alíquota. Então, para tudo o que a lógica não alcança, mnemônico. Ah! E há várias maneiras de se fazer isso. Não apenas por palavras, mas também associando gestos, cores, imagens a determinadas informações. Vale tudo, e quanto mais idiota, melhor. Assim você não esquece jamais. Enfim, não tenha vergonha de fazer mnemônicos bobos ou forçados e não os menospreze, achando que esta técnica não é digna de um concurseiro sério. Nós estamos aqui é para marcar gols, não importa se são de canela. Exercícios Usava o site www.questoesdeconcursos.com.br para estudar no dia a dia e, depois do edital, comprei alguns cursos de questões comentadas. No primeiro caso, mirava a quantidade e, no segundo, a qualidade. Infelizmente, como não sou muito ligada nos números do meu estudo, não tenho ideia de quantos exercícios fiz por matéria. Sei apenas que tentei fazer o máximo de exercícios da FCC dos anos recentes e, de algumas matérias, fiz todos mesmo. Agora, só um toque, acho até que a maioria já faz isso, mas não custa relembrar: tente marcar todas as questões que você errar. Eu tenho uma Bic 4 cores que servia para as aulas de exercícios – os acertos eram marcados em verde e os erros, circulados em vermelho. E, lá na frente, quando for retornar à matéria, passe sempre pelos exercícios errados e veja se você os acerta dessa vez. Durante os estudos, os erros são mais relevantes que os acertos, pois indicam onde estão os pontos fracos do seu conhecimento. Já vi várias pessoas em cursos presenciais passando uma borracha no gabarito errado e circulando o certo. Eu, particularmente, acho que devemos aprender com o erro, e não apagá-lo. Cotidiano No período normal (isto é, antes da autorização e do edital), eu costumava assistir a apenas uma aula por dia. A minha rotina era basicamente estudar a aula do dia anterior e assistir a uma aula nova, de segunda a sábado. Tirava as noites de sábado e o dia todo de domingo para descansar.
  • 8. 6 Pode parecer meio devagar para alguns, mas, pra mim, o que funciona é tentar assimilar o máximo possível na primeira vez em que tenho contato com o conteúdo. Talvez seja limitação minha, mas não havia a menor possibilidade de aprender direito DFC e controle de constitucionalidade no mesmo dia, por exemplo. Por isso mesmo, a quantidade de horas estudadas por dia variava bastante, e logo percebi que este não seria um bom parâmetro para o meu jeito de estudar. Destaco também que nunca estudo uma matéria logo após a sua respectiva aula. Pra mim, o ideal é dormir entre a aula e a revisão desta, pois esse processo permite assentar melhor o conteúdo. Assim, tendo um lapso de tempo, você consegue perceber quais pontos não fixaram tão bem no dia anterior e já estão começando a apagar, por exemplo. Também permite rever a aula com algum distanciamento, o que nos dá uma visão mais ampla da matéria. Quer dizer, existem assuntos tão cheios de detalhes que, às vezes, ficamos bitolados naquele pedacinho da matéria e não conseguimos contextualizá-lo no todo. Não sei se já aconteceu com você, mas algumas vezes me peguei pensando: “em qual parte da matéria estou mesmo?”. Pois bem, dormir ajuda. (Nesse caso, ajudam também os esquemas que amarram a matéria. De cada palavra saem bracinhos que ligam a outras palavras e assim por diante, fazendo com que a matéria fique linkada. Como o esquema de Direito Civil mencionado anteriormente.) Exercícios físicos Se você é um sedentário convicto, aconselho a pular para o próximo tópico! Exercícios físicos foram cruciais na minha preparação, sem exagero. Eu pratico kung fu há alguns anos, o que me ajudou a desenvolver resistência física (para as 14 horas de prova), disciplina e concentração. Além de ser muito legal chutar e socar para aliviar o estresse, né? Quer dizer, pelo menos pra mim, isso funciona muito. Mas não recomendo qualquer esporte, acho bom evitar aqueles em que há maior risco de lesão. O kung fu não é uma arte marcial de contato, há lutas para quem se interessa, mas a maior parte do treino é individual. Isso é importante, pois o concurseiro não pode se dar ao luxo de ter lesões nas mãos, braços e orelhas. É sério isso! Estudar tudo junto ou separado Me perguntaram se eu preferia intercalar várias matérias ou estudar uma só, de cabo a rabo. Bom, pra ser sincera, eu não tenho preferência e sempre acabei estudando pelos cursos que estavam disponíveis no momento. Foi uma abordagem meio “dançando conforme a música”. Ou seja, logo que os cursos lançavam os pacotes para um concurso X, eu acabava estudando as matérias de forma intercalada, pois é mais ou menos o ritmo em que as aulas são disponibilizadas. Já nos
  • 9. 7 momentos de seca, nos quais só dava para achar cursos avulsos, eu estudava uma única matéria, do começo ao fim. No final das contas, não criei preferências por nenhum dos dois modos, e acho que ambos têm vantagens e desvantagens. Estudar intercalando, por exemplo, nos permite arejar uma matéria enquanto estudamos outra, o que pode ser menos cansativo. Estudar de uma só vez, por outro lado, fornece uma visão bastante coesa da matéria, e é possível se aprofundar no conteúdo com maior facilidade, pois a bagagem está mais fresca na sua mente. Mas, novamente, não consegui chegar à conclusão de qual método seria o melhor para mim, acho que ambos funcionaram igualmente. Como eu enxergo o processo de estudar Esponja Peço licença para inserir um desenho tosco no meio do meu relato, e logo você verá que ilustrar não é bem minha especialidade. Fiz isso agora só porque sou uma pessoa muito visual, e não consigo pensar em outra maneira de explicar a lógica que não visualmente. A ideia é bem simples, mas acho que fica mais clara assim:
  • 10. 8 V ocê é uma esponja. (Sei que o desenho não ajuda, mas vou contarcom o seu poder de abstração, ok?) Este é você diante de uma matéria nova.A sua meta é absorver a MAIOR quantidadede informação possível, num período detempo razoável. Mas não se engane. Ler a matéria é uma coisa, entendê-la é outra. Não estude obcecado por prazos e metas. As metas estão aí para te ajudar a estruturar o seuestudo, e não podem jamais sobrepujar a própria compreensão da matéria. É bem melhor adaptar o programa ao se deparar com um conteúdo de difícil assimilação que perderpartes do conteúdo somente para cumprir determinado número de horas preestabelecido por assuntoou número de páginas por dia. Em outras palavras, dedicar um tempo extra para compreender a matéria na primeira vez em que aestudamos tem um custo-benefício muito superior a ter que revisar a matéria 3 ou 4 vezes no futuro, por nunca ter dado a devida atenção a ela. Não corra para chegar antes; ande para chegar melhor. Também não dá pra estudar devagar demais, porque as primeiras informações lidas começam aevaporar, e você corre o risco de ficar esturricado. Acredito que uma das chaves do sucesso sejajustamente encontrar o seu ritmo certo de estudo, aquele em que as novas informações ajudama reforçar o entendimento das antigas, de forma que você conquiste uma visão macro da matéria. Você sabe que está no caminho certo quando uma informação nova te faz entender melhoraquilo que você viu lá no comecinho do estudo, quando tudo era grego. E, lembre-se: a precisão é a sua melhor amiga – absorva tudo o que conseguir. Claro que um detalhe ou outro sempre acaba escapando na hora do estudo, mas não se contentecom argumentos do tipo “ah, seria muito azar se caísse na prova bem essa parte que eu não entendi”. Já viu, né? Aproveite a sorte, se ela vier, mas não dê chance para o azar. Eu, como sou bem insegura, sempre achava que iria cair justamente aquilo que eu não haviaentendido. Então, mantive um caderno no qual anotava diversas dúvidas, de todas as matérias. Se nãoconseguisse resolver a dúvida naquele momento, ela ficava lá anotada para o futuro. Quando finalmentea esclarecesse, riscava com um lápis por cima e escrevia ao lado a resolução – fazia um risco fininho, porque nunca se sabe quando uma dúvida antiga vai voltar pra te assombrar, então é bom que seconsiga ler o que está embaixo. Enfim, esponjar é um processo contínuo, e deve ser melhorado a cada novo ciclo. No início dos estudos, o ritmo é mais lento e demanda diversas adaptações. Com o tempo, porém, são necessários apenas ajustes finos para descobrir o seu modelo ideal. E aí você tem uma boa e uma má notícia: a boa é que, depois de dominar o modelo, uma vaga épraticamente sua. A má notícia é que, depois de tanto trabalho e de tantos ajustes, você vai querercontinuar aplicando o modelo, mas já terá sido aprovado no seu concurso! Acontece mesmo, viu? A gente passa anos querendo parar de estudar e, quando a aprovaçãofinalmente chega, percebe que não consegue largar essa vida. Keep sponging.
  • 11. 9 O método da esponja é, na realidade, um preceito que eu tento seguir nas diversas esferas da vida, não apenas nos estudos. Já que o conhecimento adquirido ao longo dos anos não se perde, ele passa a interagir com as outras informações que você já possuía e, juntos, formam um todo maior que a soma das partes. Sinergia, baby. Nós Na infância, me ensinaram que todo conhecimento é válido, mesmo aquele que não tem utilidade imediata. Lembra quando o professor do colégio te ensinou História do Brasil, e te falou sobre os ciclos econômicos e sobre as origens políticas dos nossos presidentes? Então você pode se considerar iniciado em Administração Pública. Precisa somente aprender os detalhes, que se encaixarão num esquema já montado na sua cabeça há anos. Chamo esse esquema de rede de conhecimento. Lá vou eu tentar te explicar algo visualmente. E, de novo, não é um raciocínio complexo ou inovador, mas acho que ajuda a entender:
  • 12. 10 A rede de conhecimento seria algo mais ou menos assim: Na infância, a rede é bem desfalcada, pois ainda estamos aprendendo obásico. Mas, com o passar dos anos, vamosassimilando mais informações. Com isso, desenvolvemos o poder de fazerassociações com informações que jáestavam lá. Essa é a rede completa, em um“estágio avançado”, com informaçãocirculando para todos os lados. Praticamente toda informaçãoé relevante nesse processo. Assim, na próxima vez em que alguémquiser te explicar, por exemplo, comose cria avestruz, ouça e aprenda. Pois essa informação pode te ajudar emMicroeconomia, no tópico sobre ogolpe da pirâmide Avestruz Master*. * Avestruz Master é um exemplo dado em sala deaula pelo professor César Frade. Ou seja, quanto mais nós você tiver, mais facilidade terá para fazerassociações entre os diversos assuntosdos concursos e da vida em geral. Portanto, não desperdiceconhecimento. ;) Informações não diretamenterelacionadas entre si ajudam a traçarcaminhos que levam a outros nós, àsvezes, muito distantes. E, por último, um apelo aos professores, se algum dia este esquema for lido por um: por favor, cuidado com os erros de gabarito! Esse erro de digitação banal pode “queimar” um nó já bem estabelecido e causarinsegurança no aluno. Quando o concurseiro passa a questionar se o conhecimentodo nó é verdadeiro, ele compromete um pedaço da rede, e não apenas aquele ponto. O estrago é grande. Repare que as novas informaçõespodem ser acessadas de vários lados, epreenchem lacunas no nossoconhecimento. cada nó representauma informação?? ? ?
  • 13. 11 Desde que percebi que esta lógica funciona, quero aprender tudo o que alguém quiser me ensinar. Pós-edital Tive dois documentos de apoio que me foram de extrema importância: o edital rediagramado em um formato mais amigável e limpo, e um calendário impresso com bastante espaço nos dias. Vou anexar as imagens aqui, pois acho que serão mais esclarecedoras: Cronograma De início, já imaginava que não conseguiria cumprir o cronograma exatamente como havia planejado. Então, nas primeiras semanas, deixei os sábados livres para estudar aquilo que tivesse faltado nos outros dias. Também mantive, na medida do possível, o domingo livre para descansar, porque sei que meu rendimento cai muito quando estudo sem parar. Isso só não foi possível na semana entre as provas. Ah, e as palavras riscadas são pendências resolvidas.
  • 14. 12
  • 16. 14 Bem, nada de muito especial aqui, só dei um tapa para que ele ficasse com a visualização facilitada. Pode parecer banal, mas isso me ajuda muito! Os percentuais que cada matéria representa na prova também ajudam a manter o foco no estudo. Quer dizer, se tiver de sacrificar alguma matéria, aquelas de menor peso naturalmente vão dançar primeiro. No dia da prova Escolhendo o melhor lugar Gosto de chegar bem cedo à sala pra escolher o melhor lugar. (Essa tática não vale para o Cespe, pois os lugares são previamente marcados.) Geralmente, fico ou nas fileiras mais externas ou nas carteiras do fundo da sala. Isso garante que pelo menos um dos meus lados esteja livre de movimentações que poderiam atrapalhar. Também é ideal dar uma olhada nestas outras variáveis: Sol: atente para a posição da sua carteira em relação a ele – você não vai querer fazer a prova com incidência direta do sol no seu lombo. Ventilador: alguns são muito barulhentos, outros apontam direto pra você. Eu, que sou calorenta, não me importo com o frio. Mas já vi várias pessoas reclamando dele. Janelas: se o prédio for baixo ou térreo, tente não ficar muito próximo das janelas. Isso porque domingo é dia de tocar funk/pagode/karaokê bem alto na rua do seu colégio. NÃO importa qual colégio, ok? Esta é uma daquelas regras sem exceções. Mala: tem sempre uma pessoa que gosta de compartilhar seus sentimentos com todos durante a prova. Preste atenção àquele cara que faz vários comentários dirigidos aos fiscais, em voz alta, antes da entrega da prova, e tente evitá-lo. Sério. Ele vai levantar a mão e fazer 15 perguntas durante a primeira prova. E vai falar meio alto, para receber apoio dos colegas ao redor, pois ele é meio carente. Todavia, cabe lembrar que essas preocupações só são válidas para alguém com o meu perfil, pois tento sistematizar toda informação à qual tenho acesso. Isso acontece de forma natural pra mim. Se o fato de ter que pensar em tudo isso for te causar mais estresse no dia da prova, abandone sem remorso. Concentração Isso varia muito de pessoa pra pessoa. Eu, particularmente, não tenho muito problema em me concentrar, mas um dos aprovados chegou a comprar uma carteira escolar no Mercado Livre e realizou alguns simulados nela. Claro, não vou di
  • 17. 15 zer quem é, pois ele sofreria bullying na Sefin (:P), mas o que quero dizer é: conheça seus pontos fortes e fracos. Se você sabe que concentração não é uma qualidade inata sua, treine-a como se fosse uma matéria de prova, pois bombar em concentração compromete o seu desempenho como um todo. Controlando o tempo Primeiro: eu comprei um relógio analógico com o visor enorme, de fundo branco e números pretos – para o maior contraste possível – e ponteiros compridos. Deveria ser da linha watches for dummies, pois, não fosse pelo tamanho, pareceria relógio para as crianças aprenderem a ver a hora. Não queria perder um 1s com o relógio. Segundo: não tenho ideia de quanto tempo levei em cada matéria, pois aqui entra em cena novamente o meu jeito meio fluido de estudar e fazer prova. Pra mim, não funciona saber os minutos, já que isso me causa ansiedade. Eu acelero ou freio de acordo com o tempo faltante. Até porque tenho dificuldade em precisar o tempo ideal para gastar em cada prova antes de lê-la, já que o grau de dificuldade das matérias varia bastante de concurso pra concurso. Mas, novamente, tem bastante aprovado que sabe dizer exatamente quanto tempo gastou em cada matéria. Saúde pública Pelamor, resista aos encantos do dogão da barraquinha na hora do almoço! A menos que você tenha certeza absoluta de que aquele estabelecimento possui alvará e é fiscalizado com regularidade, não é o momento de ser corajoso, ok? Pelo seu próprio bem e pelo bem dos seus colegas de sala, se tudo o mais der errado, compre um pacote de salgadinhos e se vire com ele. O fandangos vai te fazer bem? Não, claro que não, mas a chance de ele querer voltar no meio da prova, seja em fluxo ascendente, seja no descendente, são mínimas. Aliás, tudo o que o fandangos não quer é sair de você. Até o final da prova, ele provavelmente já se abraçou à sua cintura e de lá não planeja sair tão cedo. Ainda assim, é melhor se penitenciar numa esteira de academia no futuro do que numa cabininha de banheiro no presente. Estratégia de prova (específico para ISS-SP 2012) Vou falar da P1, a famigerada P1. Putz, eu infelizmente não tenho uma fórmula milagrosa para esta prova! O que posso dizer sobre ela é que, pra mim, a P1 foi feita para ver quem conseguia controlar os nervos. Isso porque não dava tempo de fazê- la inteira (à exceção de 1 ou 2 prodígios, como o Guilherme) – eu chutei bem umas 10 questões – além de ser uma prova extremamente cansativa. Na minha opinião,
  • 18. 16 Direito Tributário veio mais simples apenas para garantir que um número razoável de pessoas atingisse os mínimos da prova. O que me salvou na P1 foi o fato de eu estar relativamente tranquila. Com isso, pude ganhar pontos valiosíssimos em Português (26 de 30) e Raciocínio Lógico (6 de 7). Tenho convicção de que, se tivesse feito essa prova de Rac. Lógico nos primeiros concursos que prestei, não teria tido a menor condição de completá-la. Não porque estivesse muito difícil, mas porque praticamente não caiu lógica proposicional ou outro assunto no qual pudéssemos aplicar um raciocínio previamente estudado. Eram questões para serem feitas na raça, ali na hora. Gente, só fez essa prova quem conseguiu controlar os próprios demônios. Idem para Português, cujas questões tinham alternativas com diferenças muito sutis entre si. Se na hora batesse o desespero, você simplesmente não enxergaria a resposta certa. É cruel, mas é simples. Você precisa escanear as alternativas para encontrar aquela palavra escondida que a torna incorreta, e esse processo não funciona quando lemos a questão de maneira atropelada, esbaforida, olhando para o relógio. Nessa prova, Deus estava mesmo nos detalhes. Bibliografia Você vai ver a seguir que não tomei por base muitos livros. Uso-os mais como referência para acompanhar os cursos que fiz. Tenho uma razão bem particular pra isso, e sei que muitos, inclusive aprovados, discordam dela. Pois bem, a verdade é que eu perco um tanto de concentração quando estou estudando uma matéria e cruzo com um “hodiernamente”. Ou um “escorreito”. Quem estuda comunicação passa anos ouvindo o seguinte: regra geral, quando se escreve um texto, a finalidade máxima é, bem, comunicar. Ou seja, passar uma mensagem adiante, ensinar algo. Quando adicionamos palavras desconhecidas, ou em desuso, ou rebuscadas ao texto, estamos incluindo ali um ruído. E o que o ruído faz? Diminui ou dificulta o entendimento da mensagem. Lendo livros, por vezes eu pensava: “caraca, estudar a matéria por si só já é difícil. Precisava mesmo botar um ‘porquanto’ ali?”. Sabe aquela história “bom escritor não é aquele que escreve algo fácil com palavras difíceis, mas sim aquele que escreve algo difícil com palavras fáceis”? Pois eu concordo com ela, e é por isso que me adaptei muito melhor aos cursos, nos quais não apenas a linguagem é mais palatável, como a abordagem também costuma ser mais objetiva. Nos livros, o professor raramente declara algo como “isso aqui, sinceramente, tem chance mínima de cair na sua prova”, pois o livro é bem mais definitivo que um curso. E, convenhamos, é uma informação muitíssimo relevante, né?
  • 19. 17 Cursos Eu usei cursos de todos os tipos, tanto os escritos e os presenciais, como as vídeo-aulas. Deixo aqui minhas impressões, mas vale antes fazer uma ressalva: eu gosto de estudar sozinha, no meu quarto, com internet e livros à mão e um tapa-ouvido. Conheço concurseiros que não suportam estudar em casa. Se este for o seu perfil, provavelmente você não concordará com as minhas impressões. Presencial Prós: ver o professor em carne e osso ajuda a prender a atenção. Além disso, também é legal fazer amizades e trocar experiências com outros alunos. Muito do que aprendi nessa jornada devo a amigos que não me encaravam como concorrente, mas sim como futura colega. Contras: como moro em São Paulo e longe do metrô, só assistia à aula presencial em último caso, pois gastava tempo demais no trânsito. Fora que eu sentia muita falta de dar replay em determinadas partes da aula, sabe? Acho que poder reler com mais atenção um trecho, ou poder voltar um vídeo ajuda muito. Também senti falta de poder tirar dúvidas nas aulas. Geralmente o professor é cercado por uma horda de gente com caderninho e, se você demorar, pode não conseguir um bom lugar na fila. Ou não conseguir lugar algum, pois o professor também precisa almoçar e ir ao banheiro. Vídeo-aula Prós: é ótimo poder assistir às aulas na hora em que for melhor pra você, ou poder dar replay infinitas vezes quando o assunto for difícil. Fora que eu sou bem mulamba e adoro estudar de pantufa. As aulas costumam ser mais baratas que as presenciais e não se gasta com transporte ou alimentação fora de casa. Tem tira- dúvidas (embora nem todos os professores respondam a contento). Contras: alguns professores não têm facilidade em lidar com as câmeras, e isso pode dar uma truncada na aula. Se você estiver com pressa, não dá pra acelerar o ritmo, o que é uma desvantagem se compararmos com as aulas escritas. PDF Prós: as vantagens são similares às das vídeo-aulas, mas aqui nós podemos acelerar a leitura com mais facilidade. Lá nos finalmentes, depois da autorização, quando você já sente a água batendo no umbigo, este plus pode ser de grande valia. Algumas aulas de exercícios que comprei foram lidas pela metade, pois li só as explicações das questões que eu errava, e mesmo assim foram muito úteis. Contras: na época em que estava estudando, alguns cursos andaram se emba
  • 20. 18 ralhando nos sistemas de segurança dos arquivos. Alguns não permitiam imprimir frente e verso ou usar o modo econômico, que são expedientes mais que comuns na vida dos concurseiros. Vá lá que eles queiram coibir os rateios, mas prejudicar a vida de quem anda na linha por causa disso já acho complicado. Professores Listo, a seguir, as matérias da prova, os respectivos professores e cursinhos. Ressalvo que estou listando apenas os professores mais importantes no meu estudo, ok? Língua Portuguesa: não fiz aula, mas sempre tive muito carinho com Português, pois acho uma das matérias mais essenciais que existem. Redação: Ivany Pedroso (NEAF) – a professora Ivany já participou de várias bancas examinadoras, sem contar que ela inspira muita confiança durante as aulas. As notas atribuídas por ela às minhas redações sempre foram condizentes com as notas das provas que prestei. Matemática financeira: Carlos Henrique (Uniequipe) – o Carlos Henrique é muito prático nas explicações. Ele é do tipo que evita fórmulas ao máximo e prioriza o raciocínio. Seu material é bem completo, o que te permite ir para a prova com tranquilidade. Fora que ele é engraçado pra caramba, inclusive em vídeo. Estatística: foi a única matéria que acabei negligenciando. Nem tanto por intenção, mas mais por ter calculado muito mal o tempo de estudo. Confesso, porém, que já imaginava o sufoco da P1, e sabia que provavelmente mal conseguiria ler a prova de Estatística. Foi o que aconteceu, chutei todas. :( Raciocínio Lógico: Sergio Mercuri (finado Sucesso) – o Sergio tem aquele curso “Raciocínio Lógico sem tabela-verdade”, que me deu uma perspectiva bem mais visual da matéria. Achei ótimo, pois sou chegada em diagramas. Fora isso, o professor é muito acessível, dava uma adaptada no curso conforme a demanda dos alunos, e ia comer tempurá na feirinha com a gente. Legislação Tributária Municipal: Aluisio Neto, teoria (Estratégia), Dicler Forestieri e Marcus Duarte, exercícios (Canal dos Concursos, PDF) – gostei bastante dos cursos. As aulas do Aluisio eram bem dinâmicas e o conteúdo cobriu toda a prova. Gostei também porque, embora ele tenha cometido alguns erros nas explicações, sempre publicava erratas para corrigir esses pontos. Sei que essa deveria ser a regra, mas já vi vários professores que custavam a admitir seus erros, ou só retificavam para aquele aluno que o questionou. Não sei se por vaidade, mas sei que isso prejudica demais os estudos, e o Aluisio não faz isso. As aulas do Dicler e do Marcus foram igualmente importantes no meu estudo. Uma das qualidades do curso foi utilizar questões de concursos internos da Secretaria de Finanças, pois, além de cobrarem conteúdo presente no edital,
  • 21. 19 davam uma boa motivada. Quando as resolvia, pensava que também estava me preparando para as provas internas. :P Direito Tributário: Claudio Borba (Canal dos Concursos) e Ricardo Alexandre (Espaço Jurídico) – achei que os materiais se complementaram bem. O curso do Ricardo Alexandre é excelente, e foi muito mais longo, bem mais aprofundado, portanto, que o do Claudio. A segurança que ele transmite e o domínio que demonstra ter da matéria são inquestionáveis. O material do Borba, por outro lado, é bem organizado. Ele tem uma série de esquemas e tabelas que facilitam muito o entendimento e casam bem com o meu estilo de aprendizado. Direito Constitucional: Alessandro Ferraz (NEAF) – tive uma sorte muito grande de iniciar os estudos com ele, pois o Alessandro te explica logo que o bom concurseiro não é o catedrático, é o que sabe marcar X no lugar certo. O material principal dele é a CF/88 toda separada em esquemas e tabelas, além de ter mil mnemônicos e associações absurdas espalhadas pela Constituição. Ele também faz links com outros Direitos, como o Penal, o Civil e o Administrativo, e isso me ajudou a contextualizar melhor diversas matérias. Direito Administrativo: Fabiana Mussato (finado Unilearn) e Henrique Cantarino (Canal dos Concursos) – gosto muito dos dois. Ambos têm abordagens diferentes, a Fabiana usa mais esquemas, enquanto o Cantarino tem uma aula mais textual. Acho que os materiais se completam. A professora Fabiana explica detalhes que acabam sendo utilizados em outros ramos do Direito também, o que é sempre positivo. Direito Penal: Sergio Gurgel (Canal dos Concursos) – excelente professor, inspira muita confiança, além de explicar de forma clara e fazer você rir do começo ao fim da aula. Seus exemplos práticos são hilários e te ajudam a guardar o conteúdo. Direito Civil: Dicler Forestieri, teoria (Canal dos Concursos), e Anderson Hermano, exercícios (Estratégia) – o Dicler tem um jeito muito engraçado também. E ele é bastante calmo, o que ajuda na hora de explicar um ramo do Direito repleto de detalhes. Gostei bastante, mas é bom fazer uns esquemas pra ajudar a consolidar a matéria. Em relação ao Anderson, admito que li seu material na correria, fiz todos os exercícios do curso em apenas 1 dia, mas o material foi fundamental para ir bem na prova. Se não me engano, todas as questões da prova haviam sido vistas no curso dele. Direito Empresarial: Taíssa Romeiro (Canal dos Concursos) – não sei se o curso foi gravado às pressas, mas a aula acabou ficando meio bagunçada. Comprei o livro do professor André Santa Cruz (que é ótimo, por sinal) para ajudar. Mas, ainda que o curso tenha sido um tanto confuso, a professora tem alguns macetes que ajudam bastante na fixação do conteúdo. Acho que lembrarei pra sempre do
  • 22. 20 “comanditário não é otário. Comanditado, coitado!” sobre as responsabilidades dos sócios. Atualidades: não fiz curso, mas nunca deixei de ler jornais e portais de internet. Na verdade, leio atualidades não com a finalidade de estudar pra concurso, mas simplesmente porque não conseguiria me desligar totalmente do mundo. Vale lembrar que, neste concurso, as atualidades caíram apenas na redação, e não em questões. Se a matéria tivesse sido cobrada em questões, eu faria um curso, sim. Administração Pública: Elisabete Moreira (Uniequipe) – a aula foi muito boa e o material é bastante organizado. Achei apenas que a abordagem pareceu um tanto tendenciosa em algumas partes da matéria. Neste ponto, cabe uma ressalva, não em relação à professora, mas em relação à própria matéria Administração Pública. Por ser um campo pouco regulamentado (diferentemente dos Direitos, das Contábeis), não temos muita legislação que positive certos entendimentos como “corretos”. Assim, por vezes, as provas trazem definições de doutrinadores específicos sem sequer mencioná-los. E, pior ainda, há casos em que outros estudiosos têm posição oposta à adotada pela banca. Isso, no meu entendimento, gera insegurança nos candidatos, e essa prova não foi exceção. Economia: Marcelo Bolzan, teoria (Canal dos Concursos), e Heber Carvalho, exercícios (Estratégia) – ambos são excelentes e te fazem gostar da matéria. O único senão é que tive dúvidas não respondidas pelos professores nos dois cursos. Auditoria: Davi Barreto e Fernando Graeff (Ponto dos Concursos) – aula muito bem estruturada, clara, e professores bastante prestativos. O material acabou não cobrindo a prova toda, mas, sinceramente, acho que nenhum outro material cobriu. A prova veio bem atípica, e cobrou aspectos não corriqueiros nas provas fiscais. O próprio professor Davi, se não me engano, já avisou que está aprimorando o material de acordo com as novas exigências das bancas. Gosto da atitude dele, ele é um professor humilde e preocupado com os alunos. Informática: Patrícia Quintão (Ponto dos Concursos) – material muito completo e explicação clara e direta. Gostei bastante das aulas. Vale inclusive para aqueles que não são nada iniciados em Informática. Contabilidade Privada: Cláudio Cardoso, teoria (Canal dos Concursos), Luciano Rosa e Gabriel Rabelo, exercícios (Estratégia), e Silvio Sande, exercícios (Uniequipe). Gostei muito da aula do Cláudio, pois ele é bem meticuloso e explica tudo com muita clareza. Além disso, passa bastante segurança. Os professores Luciano e Gabriel são igualmente excelentes, muito didáticos e solícitos. Já em relação ao Sande, confesso que não me adaptei tanto ao estilo dele. No curso de exercícios, pelo menos, o Sande corre bastante com a matéria, o que, por si só, não é ruim se você tiver boa base. Porém, por causa desse ritmo, ele aca
  • 23. 21 bou comprometendo a precisão algumas vezes. Houve lançamentos que foram corrigidos pelos alunos, por exemplo, e isso não é legal para o meu jeito de estudar. Ainda assim, ele merece o crédito por ter acertado em cheio 2 questões da prova. Uma delas, inclusive, ele gastou um bom tempo detalhando, porque disse que a chance de cair era alta. Não deu outra, matei a questão em poucos segundos por causa dele. Contabilidade Pública: Igor Oliveira (Ponto dos Concursos) – gostei das aulas, mas admito que não dei a devida atenção a esta matéria. Claro que a culpa não foi do professor, foi da falta de tempo, mas não sinto que tenho condição de avaliar o curso. Já recebi ótimas recomendações a respeito dele, no entanto. Finanças Públicas: Avellar (Canal dos Concursos) – a aula do Avellar é bastante completa, mas ele parte do pressuposto de que o aluno já tem algum conhecimento prévio de outras matérias, como Direito Tributário e Economia. Ele, inclusive, avisa isso no começo do curso. Se você já é iniciado nessas matérias, não terá qualquer dificuldade em acompanhar o ritmo das aulas. Gosto desta matéria, pois ela amarra os conteúdos de outras, ajudando a passar uma visão geral sobre o assunto. Bom, vocês devem ter notado que eu sou fã de professores engraçados, né? Isso porque, pra mim, o humor ajuda a suavizar a pressão e o cansaço mental, tão comuns durante os estudos. Há concurseiros que não gostam, pois acham que o professor não está levando o curso a sério. Eu, por outro lado, penso que a aula deve ser séria, mas o professor não precisa. Nossa meta é absorver informação, não importa a forma com a qual ela vai parar na nossa cabeça. E, se for possível aprender rindo, por que não? Professores para os quais devo um almoço Queria deixar um agradecimento especial a dois professores, o Luciano Rosa e o César Frade. O César está aí como menção honrosa, pois não fiz curso com ele para este certame específico. Ambos me ajudaram muito, muito mesmo, e fico feliz que existam professores como eles por aí. Sempre com muita paciência, respondiam aos meus e-mails, algumas vezes enormes, com toda a atenção do mundo. Além disso, já recebi apoio dos dois em momentos de tensão, e nunca me cobraram nada por isso. Aliás, eles sequer me conhecem pessoalmente! O professor Luciano já estava tão terapeuta que me recomendou jogar um pouco de Resident Evil para desestressar. :P Fica aí o meu muito obrigada e um vale-almoço.
  • 24. 22 Só pra finalizar Por mais estranho que pareça, hoje fico feliz de não ter passado nos primeiros concursos que prestei. Não porque acho a vida de concurseiro uma delícia, mas porque me ajudou a evoluir muito. O concurseiro precisa se conhecer a fundo, e acaba fazendo negociações entre as suas diferentes necessidades internas. Suas demandas sociais, emocionais, físicas e materiais devem estar em constante equilíbrio e, putz, só nós sabemos o quanto isso é difícil! A dificuldade de conciliar humildade e segurança, de perceber quando o estudo em demasia está prejudicando o próprio aprendizado, de manter as pessoas queridas próximas, mas não tão próximas assim. Estudei por 2 anos e meio, mas sinto que a quantidade de conhecimento que absorvi até aqui valeu por uns 10 anos de estudos em ritmo “normal”. Sem contar que são conhecimentos muito valiosos para o trabalho e para a vida. E, hoje, coloco a mão no fogo por todos nós e por todos vocês. Os que estão dentro e os que em breve estarão. Por tudo o que aprendemos nessa jornada, sei que todos temos potencial para sermos excelentes servidores públicos e, dessa forma, prestarmos um serviço da mais alta qualidade para a população. Essa jornada é a maior viagem, e o destino compensa muito. O percurso, porém, também vale cada lágrima derramada e cada noite de insônia, pois você vai aprender coisas que ninguém jamais poderia te ensinar. ;) Keep sponging.