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Projeções - escolhendo
a deformação da terra
Sandro Valeriano
• Para escolher a projeção ter claro o que se pretende é o ponto de partida. Desejamos
construir uma representação temática ou um ambiente de produção cartográfica? Mais
uma vez estamos diante de um problema de negócio.
• Um ambiente de produção cartográfica requer tratamento rigoroso com fontes,
preservando ao máximo suas características geométricas. A projeção escolhida deve
atender esse requisito.
• Quanto a representação temática o essencial é que se possa compreender as relações e
padrões do tema no espaço geográfico. A essência está na informação, em alguns casos
no compartilhamento da informação. A essência não é a forma e posição geométricas.
Mais uma vez um problema de negócio.....
Tipos de projeções segundo as
propriedades geométricas
• Equivalentes – não deformam áreas, bastante apropriadas para representação de
mapeamentos temáticos.
• Conformes – não deformam áreas e ângulos de pequenas áreas. Apropriadas para
escalas de detalhe. Bastante apropriadas para ambientes de produção cartográfica em
escala de detalhe.
• Equidistantes – não apresentam deformações lineares, ou seja preservam o
comprimento das linhas. Porém não preservam essa condição em todas as direções.
Tipos segundo as
superfície de
desenvolvimento
Fonte da figura: http://www.cartografica.ufpr.br/home/wp-content/uploads/2013/09/Nocoes-
Basicas-Cartografia.pdf
Sistemas de coordenadas
• Sistema de coordenadas planimétrico – viável para escalas de detalhe –
unidade de medida em metros. Mandatório se existe a necessidade de
análise espacial e ou de densidade populacional
• Sistema de coordenadas geográfico – que pode ser usado em pequenas
escalas (grandes denominadores). Mandatório se existe a necessidade de
integrar com bases em escala continental ou global. Unidade de medida é
graus. Em ambiente computacional minuto e segundos são recalculados
para graus decimais.
Sistemas de coordenadas UTM
• Sistema UTM é composto de 60 fusos, ou seja 360/60 = 6, assim cada fuso é equivalente
a 6º. Sendo a origem do fuso 1 contada a partir de Greenwich em direção leste.
• Um dos objetivos do sistema UTM é não ter valores negativos. Para tal finalidade o ponto
de origem do eixo X, para valores ao sul do equador parte de 10.000.000 metros
diminuindo em direção ao polo sul. Parte de 0 no equador em direção ao norte.
• O valor Y é calculado para cada zona UTM, sendo o valor do ponto central em Y 500.000
metros, cresce na direção leste e diminui na direção oeste.
• Existe uma sobreposição equivalente a 30 minutos entre os fusos.
Sistemas de Coordenadas Geográficas
• Paralelos – são as linhas do eixo X, um grau no eixo X não apresenta
comprimento uniforme se convertido para unidade métrica.
• Meridianos – Linhas do eixo Y. Um grau no eixo Y apresenta
comprimento uniforme se convertido para unidade métrica
• Latitude – Posição em relação arco do meridiano. Tendo como o
ponto de origem a linha do Equador. Apresenta variação positiva ao
norte e negativa ao sul.
• Longitude – Posição em relação ao arco dos paralelos. Tendo como
ponto de origem Greenwich
Situações problema
• A reprojeção on the fly apenas trata as diferenças geradas por Datum,
ou seja não trata deformações geométricas (ângulos, formas e
distâncias). Sempre que houver diferença no tipo de projeção a
reprojeção é recomendada.
• Um ambiente de produção cartográfica deve estar configurado para
esse fim, já dados para publicação requerem compatibilização com
sistemas de globais como WGS84.
Situações problema
• Diferenças entre sistemas de coordenadas (geográficas ou planas) são diferenças
de unidades métricas. Devem ser tratados através de reprojeção.
• Mapeamentos de detalhe que abrangem mais de uma zona UTM, não devem ser
tratados como uma única zona UTM. Sugiro tratar em ambiente de produção
como dois conjuntos de dados ou configurar um sistema próprio.
• Sistemas de projeção customizados não são raros em ambiente CAD. Ao
converter e armazenar esse tipo de dado considere como um ponto de atenção.

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Escolhendo a projeção certa para seu mapa

  • 1. Projeções - escolhendo a deformação da terra Sandro Valeriano
  • 2. • Para escolher a projeção ter claro o que se pretende é o ponto de partida. Desejamos construir uma representação temática ou um ambiente de produção cartográfica? Mais uma vez estamos diante de um problema de negócio. • Um ambiente de produção cartográfica requer tratamento rigoroso com fontes, preservando ao máximo suas características geométricas. A projeção escolhida deve atender esse requisito. • Quanto a representação temática o essencial é que se possa compreender as relações e padrões do tema no espaço geográfico. A essência está na informação, em alguns casos no compartilhamento da informação. A essência não é a forma e posição geométricas. Mais uma vez um problema de negócio.....
  • 3. Tipos de projeções segundo as propriedades geométricas • Equivalentes – não deformam áreas, bastante apropriadas para representação de mapeamentos temáticos. • Conformes – não deformam áreas e ângulos de pequenas áreas. Apropriadas para escalas de detalhe. Bastante apropriadas para ambientes de produção cartográfica em escala de detalhe. • Equidistantes – não apresentam deformações lineares, ou seja preservam o comprimento das linhas. Porém não preservam essa condição em todas as direções.
  • 4. Tipos segundo as superfície de desenvolvimento Fonte da figura: http://www.cartografica.ufpr.br/home/wp-content/uploads/2013/09/Nocoes- Basicas-Cartografia.pdf
  • 5. Sistemas de coordenadas • Sistema de coordenadas planimétrico – viável para escalas de detalhe – unidade de medida em metros. Mandatório se existe a necessidade de análise espacial e ou de densidade populacional • Sistema de coordenadas geográfico – que pode ser usado em pequenas escalas (grandes denominadores). Mandatório se existe a necessidade de integrar com bases em escala continental ou global. Unidade de medida é graus. Em ambiente computacional minuto e segundos são recalculados para graus decimais.
  • 6. Sistemas de coordenadas UTM • Sistema UTM é composto de 60 fusos, ou seja 360/60 = 6, assim cada fuso é equivalente a 6º. Sendo a origem do fuso 1 contada a partir de Greenwich em direção leste. • Um dos objetivos do sistema UTM é não ter valores negativos. Para tal finalidade o ponto de origem do eixo X, para valores ao sul do equador parte de 10.000.000 metros diminuindo em direção ao polo sul. Parte de 0 no equador em direção ao norte. • O valor Y é calculado para cada zona UTM, sendo o valor do ponto central em Y 500.000 metros, cresce na direção leste e diminui na direção oeste. • Existe uma sobreposição equivalente a 30 minutos entre os fusos.
  • 7. Sistemas de Coordenadas Geográficas • Paralelos – são as linhas do eixo X, um grau no eixo X não apresenta comprimento uniforme se convertido para unidade métrica. • Meridianos – Linhas do eixo Y. Um grau no eixo Y apresenta comprimento uniforme se convertido para unidade métrica • Latitude – Posição em relação arco do meridiano. Tendo como o ponto de origem a linha do Equador. Apresenta variação positiva ao norte e negativa ao sul. • Longitude – Posição em relação ao arco dos paralelos. Tendo como ponto de origem Greenwich
  • 8. Situações problema • A reprojeção on the fly apenas trata as diferenças geradas por Datum, ou seja não trata deformações geométricas (ângulos, formas e distâncias). Sempre que houver diferença no tipo de projeção a reprojeção é recomendada. • Um ambiente de produção cartográfica deve estar configurado para esse fim, já dados para publicação requerem compatibilização com sistemas de globais como WGS84.
  • 9. Situações problema • Diferenças entre sistemas de coordenadas (geográficas ou planas) são diferenças de unidades métricas. Devem ser tratados através de reprojeção. • Mapeamentos de detalhe que abrangem mais de uma zona UTM, não devem ser tratados como uma única zona UTM. Sugiro tratar em ambiente de produção como dois conjuntos de dados ou configurar um sistema próprio. • Sistemas de projeção customizados não são raros em ambiente CAD. Ao converter e armazenar esse tipo de dado considere como um ponto de atenção.