O documento discute vários tipos de fundamentalismo, incluindo religioso e ambientalista. Aborda o fundamentalismo islâmico radical e suas manifestações terroristas, como os ataques de 11 de setembro e em Madrid. Também analisa as tensões geopolíticas resultantes da "guerra ao terror" e da expansão militar e econômica dos EUA no Oriente Médio.
2. • Doutrina ou prática social que visa seguir
determinados fundamentos tradicionais, baseados
em algum livro sagrado ou práticas habituais.
• O fundamentalista vive na convicção plena de que a
sua doutrina é a única verdadeira, desvalorizando as
restantes.
3. • Algumas manifestações fundamentalistas ocupam
um papel central.
– Globalização imperante
– Fundamentalismo Suicidário
4. • Preconizado pelos radicais islâmicos, rompe com os
marcos da globalização moderna, tornou-se
desinteressante ao capitalismo e é também
combatido com violência.
5. • O 11 de setembro foi o fator detonador, ao ser
encarado como a justificação para os EUA
expandirem o seu poder.
• A própria expansão assume-se como um elemento
revelador do poder efetivo dos EUA e dificuldade de
relações transatlânticas e intereuropeias,
nomeadamente na questão iraquiana.
6. • O alargamento militar/económico ao Médio Oriente,
sobretudo aos países do Golfo e outras regiões do
mundo, associa-se ao fator estrutural de riqueza e de
poder, que o domínio do mercado mundial de
petróleo e gás natural representa, especialmente
quando se depende em termos energéticos.
7. • Como resposta à ação capitalista e neoliberal,
promovida pelos EUA, seguida por todos periféricos
globalizados, os atores assimétricos não estatais
proliferam, especialmente as redes terroristas.
8. • São dois os movimentos geoestratégicos que
marcam o mundo atual:
– A guerra mundial contra o terror;
– O jogo de ações de terror como combate a essa
guerra
9. • Em termos históricos a Inquisição praticada pelos
católicos na Idade Média assumiu-se como uma
primeira forma de fundamentalismo religioso.
• No atual cenário mundial, o fundamentalismo de
origem islâmica ganha expressão e notoriedade pelo
impacto das suas manifestações, nomeadamente o
caso de atos terroristas.
10. • O fundamentalismo suicidário praticado por
muçulmanos parte da convicção de que o seu
inimigo é o Ocidente, porque este se baseia numa
perspetiva materialista e imperialista.
11. • O termo Islão significa “submissão a Deus”, na
palavra salam ou paz. A essência do Islamismo acaba
por ser distorcida pelos radicais que praticam atos
hediondos em nome do Islão.
12. • Jihad é um conceito essencial
da religião islâmica e significa
“empenho”, “esforço” e luta
contra os inimigos de Deus.
• Alguns versículos que
descrevem a luta armada de
Maomé contra os inimigos dão
aos radicais de hoje um
pretexto.
13. • Sobre a égide de Jihad, grupos extremistas mostram-
se empenhados numa luta global contra o inimigo, o
Ocidente, tido como corrupto e opressor.
• Da ação destes grupos destaca-se a tentativa de
impor a teocracia em terras muçulmanas e eliminar
as influências “impuras” do Ocidente.
14. • Segundo a CIA, a face mais visível e mortífera deste
proceder aparece associada a Bin Laden e á Al-
Qaeda, com células identificadas e/ou suspeitas em
68 países.
15.
16.
17. • Os ataques levados a cabo em Madrid, a 11 de março
de 2004 por um grupo com relações à rede Al-Qaeda
são um exemplo de manifestação do
fundamentalismo através de práticas terroristas.
• O fundamentalismo religioso ultrapassa os limites da
nacionalidade humana. Nesta rede intricada de
legitimações e justificações, a religião desempenha
um papel central.
• As guerras de religião são o espelho das guerras
políticas.
18. • O fundamentalismo verde assume-se como um
movimento de deslegitimação, do processo de
crescimento económico baseado na exploração
desenfreada dos recursos naturais.
19. Alerta para ataque suicida nos transportes parisienses veio
dos argelinos.
O ministro do Interior francês confirmou ontem que a ameaça
de um atentado terrorista no país é "real e a vigilância foi
reforçada", enquanto fontes dos serviços de informações
nacionais, que foram citadas pelos media, falam em "ameaça
iminente de atentado" contra território francês.
Na origem do ataque estaria a Al-Qaeda no Magrebe Islâmico,
grupo que levou ao cancelamento do rali Lisboa-Dacar em
2008. O tipo de atentado seria suicida e o alvo mais provável
seriam os transportes públicos da zona de Paris.
"Nós mobilizámos todos os meios necessários para conseguir
evitar um ato tão perigoso", garantiu Brice Hortefeux,
indicando que o plano de segurança Vigipirate se mantém no
nível vermelho. Este é o terceiro dos quatro níveis de alerta
que esse sistema tem. O nível máximo tem a cor escarlate (um
vermelho mais vivo). A França encontra-se em alerta vermelho
desde os atentados de Londres em Julho de 2005.
Fonte do Ministério do Interior francês confirmou à AFP que as
informações sobre um possível atentado vieram da Argélia -
país de origem do Grupo Salafita para a Prédica e o Combate,
que há três anos se transformou na Al-Qaeda do Magrebe
Islâmico.
O Ministério Público de Paris abriu entretanto uma
investigação a uma mulher que teria como objetivo fazer-se
explodir na capital francesa. Fontes policiais citadas pela
mesma agência indicaram que duas células terroristas
adormecidas foram ativadas depois da chegada de vários
radicais islâmicos vindos da conturbada zona de fronteira entre
o Paquistão e o Afeganistão.
20. Aquilo que todos os britânicos temiam
aconteceu no dia 7 de Julho de 2005. Ao início
da manhã, três bombas explodiram na rede de
metro e num autocarro de Londres, fazendo
mais de meia centena de mortos e pelo menos
sete centenas de feridos.
Na origem daqueles que foram os piores
atentados no Reino Unido desde Lockerbie, em
1988, estiveram quatro extremistas islâmicos que
atuaram como bombistas suicidas. Alguns deles
tinham estado recentemente a receber
instruções em madrassas paquistanesas. Alguns
dias mais tarde, a 21 de Julho, outros extremistas
tentaram repetir o ataque. Foram mal sucedidos
e acabaram presos, uns em Londres, outros em
Birmingham, mas também em Roma, na Itália, à
luz do mandado de captura europeu.
A ameaça terrorista mantém os serviços secretos
e as forças de segurança britânicas em constante
alerta e em 2006, em Agosto, foi desmantelada
uma alegada conspiração para fazer explodir
uma série de voos que faziam a ligação entre o
Reino Unido e os Estados Unidos. A seguir a isto
foram aprovadas, a nível da União Europeia, uma
série de restrições em relação à quantidade de
líquidos que os passageiros podem transportar
na bagagem de mão.
21. Na manhã do dia 11 de Março de 2004 dez bombas
explodiram em quarto comboios que faziam a ligação
entre Alcalá de Denares e a estação madrilena de
Atocha. 191 pessoas morreram na altura, milhares
ficaram feridas, com maior ou menor gravidade. Os
principais autores dos atentados suicidaram-se, um
mês depois, no apartamento do bairro madrileno de
Legam és em que estavam escondidos desde o
ataque.
A maioria dos restantes envolvidos foram condenados,
em 2007, a penas máximas de prisão. Mas o alegado
cérebro do ataque, Mohamed, o Egípcio, detido em
Itália, foi absolvido das acusações por não haver provas
consistentes contra si. A justiça espanhola considerou
provada a ligação à Al-Qaeda e afastou definitivamente
uma relação com a ETA.
Apesar da acção contraterrorista os sucessivos
relatórios sobre segurança, em Espanha, referem que o
país continua a ser um alvo dos terroristas islâmicos,
nomeadamente aqueles que estão agrupados na
chamada Al-Qaeda para o Magrebe Islâmico. O
objetivo, dizem, é recuperar o Al-Andaluz, zona da
Península Ibérica que, até ao século XV, era árabe. No
seu entender uma terra uma vez muçulmana é para
sempre muçulmana.
22. • Na sociedade refletem-se várias manifestações
fundamentalistas, em campos como a economia,
religião e o ambiente. Não obstante dessa
diversidade, o seu eixo estruturante é que todas elas
se consideram possuidoras da verdade e de
legitimidade, mesmo que a imposição ao outro
assuma um caráter violento.