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[object Object],ISCIA - Comunicação 2009/2010 - TAT - Carla Silva e Joana Cruz Remete à partida para uma teorização ou dissertação sobre a cegueira Um romance – subgénero narrativo de tipologia mais diversificada é apresentado como história ficcional  em prosa e de extensão considerável na qual as personagens e acções são inventadas mas como que tiradas da vida real e envolvidas numa intriga Alegoria que conduz ao reconhecimento do carácter inato da maldade humana normalmente dissimulada pelas frágeis máscaras da sociedade
[object Object],[object Object],ISCIA - Comunicação 2009/2010 - TAT - Carla Silva e Joana Cruz
[object Object],ISCIA - Comunicação 2009/2010 - TAT - Carla Silva e Joana Cruz
ISCIA - Comunicação 2009/2010 - TAT - Carla Silva e Joana Cruz Pandemia Inédita Cegueira Branca Isolamento dos doentes - quarentena Condições primitivas Imunidade de apenas um ser humano Desenvolvimento de todos os sentimentos malévolos dos homens Proliferação da doença por toda a cidade… Acção Saída da quarentena  Uma cidade devastada, toda infectada, pessoas cegas guiadas pelo instinto animal O encontro de uma casa Recuperação da visão  Cegueira da única pessoa que via em toda a acção???
ISCIA - Comunicação 2009/2010 - TAT - Carla Silva e Joana Cruz ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
ISCIA - Comunicação 2009/2010 - TAT - Carla Silva e Joana Cruz ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
ISCIA - Comunicação 2009/2010 - TAT - Carla Silva e Joana Cruz ,[object Object],A mulher do médico, o médico, a mulher do 1º cego, a rapariga dos óculos escuros, o primeiro cego O rapazinho estrábico O velho da venda preta
ISCIA - Comunicação 2009/2010 - TAT - Carla Silva e Joana Cruz Todos os momentos vividos em conjunto potenciam nas personagens o confronto entre a verdade do eu e a do outro deparando-se com a crueldade da morte e com a mudança de perspectiva em relação ao ser A mulher do m é dico  é  a  ú nica que pode ver as belas e horrorosas imagens descritas pelo autor da í  que ela não saiba se  é  uma bên ç ão ou uma maldi ç ão viver numa terra de cegos Talvez seja a sua bondade, a sua preocupação com o marido, mesmo convivendo entre cegos, que a impede de cegar
ISCIA - Comunicação 2009/2010 - TAT - Carla Silva e Joana Cruz Saramago opta por: Anonimato das personagens – maneira de universalizar a experiência abrangendo todas as pessoas e todos os nomes Somos remetidos para o universo ficcional e experimentamos a cada página a dolorosa trajectória das personagens Uso de um recurso tipicamente pós-moderno ao confrontar os princípios de civilização que os cegos conheciam – instaurando e subvertendo situações
ISCIA - Comunicação 2009/2010 - TAT - Carla Silva e Joana Cruz Leva o leitor à reflexão de que estes  instintos que parecem tão vis na ficção são os mesmos  que disfarçamos no dia-a-dia de homens civilizados. O romance desencadeia a revolta do leitor perante a  torpeza das atitudes dos cegos das outras camaratas Empenho na subsistência individual e mais tarde uso da comida como instrumento de poder O fio condutor do romance é a cegueira - leva não só as personagens como também o leitor a reflectir sobre as relações entre o individual e o colectivo
[object Object],ISCIA - Comunicação 2009/2010 - TAT - Carla Silva e Joana Cruz Saramago desconstrói as referências típicas ao  Espaço  e ao Tempo que normalmente  conferem ao homem uma identidade Surpreende-nos a ausência das marcas típicas da historicidade  Não existe referência temporal que nos permita dizer com segurança em que momento histórico deve ser inserido A percepção do tempo faz-se sentir apenas na memória das  personagens e nas observações do narrador Saramago tenta fazer um espelho onde o leitor poderá reflectir-se e reflectir sobre  o seu papel enquanto cidadão no mundo na construção da história da humanidade .
ISCIA - Comunicação 2009/2010 - TAT - Carla Silva e Joana Cruz Mais importante do que conseguir distinguir  quem diz o quê é a própria mensagem Narrador/Autor Saramago constrói uma narrativa na qual se reflecte a sua visão do mundo Figura do narrador não existe e o autor é responsável pelo que narra O autor consegue uma polifonia vocal através da qual várias personagens têm voz e não apenas o narrador/autor tornando-se com frequência difícil distingui-las
[object Object],ISCIA - Comunicação 2009/2010 - TAT - Carla Silva e Joana Cruz Recurso à oralidade evidenciando a produção de um texto cujo a forma rompe com as regras gramaticais de pontuação Remete para as noções de ritmo e sonoridade  que norteiam a escrita de Saramago Recurso a frases e períodos compridos utilização da  pontuação de uma maneira não convencional Existência de oralidade durante todo o discurso Pluralidade discursiva na voz do autor - autor e narrador são um só
ISCIA - Comunicação 2009/2010 - TAT - Carla Silva e Joana Cruz Intromissão do próprio narrador durante todo  o discurso recorrendo a várias expressões deícticas O leitor é obrigado a um exercício  constante para distinguir a voz da narrativa, do diálogo e do registo dos pensamentos individuais Diálogo das personagens em discurso indirecto livre  Relato muito aberto à imaginação do leitor
ISCIA - Comunicação 2009/2010 - TAT - Carla Silva e Joana Cruz Filmagens realizadas em Toronto (Canadá),  Montevideu (Uruguai) e São Paulo (Brasil) Não há identificação no filme dos locais de produção Concede ao espaço um carácter de indeterminação A cidade filmada pode representar qualquer grande cidade do mundo, transmitindo um elevado nível de abstracção ao espectador
ISCIA - Comunicação 2009/2010 - TAT - Carla Silva e Joana Cruz Leva o telespectador a centrar a atenção nas personagens e no “mal branco”  A transposição da obra literária para a adaptação  cinematográfica foi inteiramente conseguida Os acontecimentos no espaço, por exemplo, do manicómio,  que constitui o centro  da narrativa ocorrem com lentidão na versão fílmica Realça a deterioração do ambiente e a consequência  psicológica dos residentes do local
ISCIA - Comunicação 2009/2010 - TAT - Carla Silva e Joana Cruz A lentidão aparece como um contraste do mundo exterior apresentado na cena inicial do trânsito na qual movimentos rápidos e bruscos são projectados para o telespectador O “mal branco” mencionado tantas vezes na narrativa literária é transposto para o filme de modo agressivo O “mar de leite”  que toma conta da visão das personagens chega ao telespectador pela luminosidade branca projectada  Existe também o recurso a imagens mal enquadradas ou distorcidas, aumento do contraste entre o claro e o escuro e a impossibilidade de distinguir a realidade com clareza Objectivo: fazer o telespectador sentir o mal branco
ISCIA - Comunicação 2009/2010 - TAT - Carla Silva e Joana Cruz O som em muitos momentos do filme é tão ou mais intenso do que a própria imagem As imagens criadas por Meirelles evidenciam: A fragilidade do homem perante uma realaidade caótica Levam-nos a penetrar em um universo desconhecido Conduzem o telespectador a repensar os próprios valores e a nossa instabilidade
ISCIA - Comunicação 2009/2010 - TAT - Carla Silva e Joana Cruz Considerações Finais Obra e Filme levam o leitor/espectador a uma reflexão sobre a identidade humana A cegueira como metáfora da necessidade do ser humano - abandonar a sua natureza de maldade Personagem feminina (a mulher do médico e única que vê) como réstia de esperança da Humanidade, estando associada a esta figura a sensibilidade, a bondade genuína, grandeza de alma, amor pelo próximo… Produção de um retrato perturbador – simultaneamente intemporal e transversal da condição humana – aliança entre a fantasia e o real Esperança de que podemos vislumbrar uma porta de saída – a humanidade vai ser capaz, um dia, de derrubar as todas as tiranias e inventar uma nova forma de ser e viver…. SE PODES OLHAR, VÊ. SE PODES VER, REPARA…
Trabalho de pesquisa apresentado à  Unidade Curricular de  Técnicas de Análise Textual  (TAT), ministrada no Instituto Superior de Ciências da Informação e da Administração ( ISCIA ), de Aveiro   Maio de 2010 Autores do trabalho: Carla Silva  Joana Cruz  Docente: Professora Doutora Dina Baptista

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  • 6. ISCIA - Comunicação 2009/2010 - TAT - Carla Silva e Joana Cruz Pandemia Inédita Cegueira Branca Isolamento dos doentes - quarentena Condições primitivas Imunidade de apenas um ser humano Desenvolvimento de todos os sentimentos malévolos dos homens Proliferação da doença por toda a cidade… Acção Saída da quarentena Uma cidade devastada, toda infectada, pessoas cegas guiadas pelo instinto animal O encontro de uma casa Recuperação da visão Cegueira da única pessoa que via em toda a acção???
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  • 10. ISCIA - Comunicação 2009/2010 - TAT - Carla Silva e Joana Cruz Todos os momentos vividos em conjunto potenciam nas personagens o confronto entre a verdade do eu e a do outro deparando-se com a crueldade da morte e com a mudança de perspectiva em relação ao ser A mulher do m é dico é a ú nica que pode ver as belas e horrorosas imagens descritas pelo autor da í que ela não saiba se é uma bên ç ão ou uma maldi ç ão viver numa terra de cegos Talvez seja a sua bondade, a sua preocupação com o marido, mesmo convivendo entre cegos, que a impede de cegar
  • 11. ISCIA - Comunicação 2009/2010 - TAT - Carla Silva e Joana Cruz Saramago opta por: Anonimato das personagens – maneira de universalizar a experiência abrangendo todas as pessoas e todos os nomes Somos remetidos para o universo ficcional e experimentamos a cada página a dolorosa trajectória das personagens Uso de um recurso tipicamente pós-moderno ao confrontar os princípios de civilização que os cegos conheciam – instaurando e subvertendo situações
  • 12. ISCIA - Comunicação 2009/2010 - TAT - Carla Silva e Joana Cruz Leva o leitor à reflexão de que estes instintos que parecem tão vis na ficção são os mesmos que disfarçamos no dia-a-dia de homens civilizados. O romance desencadeia a revolta do leitor perante a torpeza das atitudes dos cegos das outras camaratas Empenho na subsistência individual e mais tarde uso da comida como instrumento de poder O fio condutor do romance é a cegueira - leva não só as personagens como também o leitor a reflectir sobre as relações entre o individual e o colectivo
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  • 14. ISCIA - Comunicação 2009/2010 - TAT - Carla Silva e Joana Cruz Mais importante do que conseguir distinguir quem diz o quê é a própria mensagem Narrador/Autor Saramago constrói uma narrativa na qual se reflecte a sua visão do mundo Figura do narrador não existe e o autor é responsável pelo que narra O autor consegue uma polifonia vocal através da qual várias personagens têm voz e não apenas o narrador/autor tornando-se com frequência difícil distingui-las
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  • 16. ISCIA - Comunicação 2009/2010 - TAT - Carla Silva e Joana Cruz Intromissão do próprio narrador durante todo o discurso recorrendo a várias expressões deícticas O leitor é obrigado a um exercício constante para distinguir a voz da narrativa, do diálogo e do registo dos pensamentos individuais Diálogo das personagens em discurso indirecto livre Relato muito aberto à imaginação do leitor
  • 17. ISCIA - Comunicação 2009/2010 - TAT - Carla Silva e Joana Cruz Filmagens realizadas em Toronto (Canadá), Montevideu (Uruguai) e São Paulo (Brasil) Não há identificação no filme dos locais de produção Concede ao espaço um carácter de indeterminação A cidade filmada pode representar qualquer grande cidade do mundo, transmitindo um elevado nível de abstracção ao espectador
  • 18. ISCIA - Comunicação 2009/2010 - TAT - Carla Silva e Joana Cruz Leva o telespectador a centrar a atenção nas personagens e no “mal branco” A transposição da obra literária para a adaptação cinematográfica foi inteiramente conseguida Os acontecimentos no espaço, por exemplo, do manicómio, que constitui o centro da narrativa ocorrem com lentidão na versão fílmica Realça a deterioração do ambiente e a consequência psicológica dos residentes do local
  • 19. ISCIA - Comunicação 2009/2010 - TAT - Carla Silva e Joana Cruz A lentidão aparece como um contraste do mundo exterior apresentado na cena inicial do trânsito na qual movimentos rápidos e bruscos são projectados para o telespectador O “mal branco” mencionado tantas vezes na narrativa literária é transposto para o filme de modo agressivo O “mar de leite” que toma conta da visão das personagens chega ao telespectador pela luminosidade branca projectada Existe também o recurso a imagens mal enquadradas ou distorcidas, aumento do contraste entre o claro e o escuro e a impossibilidade de distinguir a realidade com clareza Objectivo: fazer o telespectador sentir o mal branco
  • 20. ISCIA - Comunicação 2009/2010 - TAT - Carla Silva e Joana Cruz O som em muitos momentos do filme é tão ou mais intenso do que a própria imagem As imagens criadas por Meirelles evidenciam: A fragilidade do homem perante uma realaidade caótica Levam-nos a penetrar em um universo desconhecido Conduzem o telespectador a repensar os próprios valores e a nossa instabilidade
  • 21. ISCIA - Comunicação 2009/2010 - TAT - Carla Silva e Joana Cruz Considerações Finais Obra e Filme levam o leitor/espectador a uma reflexão sobre a identidade humana A cegueira como metáfora da necessidade do ser humano - abandonar a sua natureza de maldade Personagem feminina (a mulher do médico e única que vê) como réstia de esperança da Humanidade, estando associada a esta figura a sensibilidade, a bondade genuína, grandeza de alma, amor pelo próximo… Produção de um retrato perturbador – simultaneamente intemporal e transversal da condição humana – aliança entre a fantasia e o real Esperança de que podemos vislumbrar uma porta de saída – a humanidade vai ser capaz, um dia, de derrubar as todas as tiranias e inventar uma nova forma de ser e viver…. SE PODES OLHAR, VÊ. SE PODES VER, REPARA…
  • 22. Trabalho de pesquisa apresentado à Unidade Curricular de Técnicas de Análise Textual (TAT), ministrada no Instituto Superior de Ciências da Informação e da Administração ( ISCIA ), de Aveiro Maio de 2010 Autores do trabalho: Carla Silva Joana Cruz Docente: Professora Doutora Dina Baptista