Este documento fornece informações sobre poetas portugueses do século XX, incluindo seus objetivos, definições de poesia, exemplos de poemas e ideias-chave sobre os poetas Florbela Espanca, José Régio, Miguel Torga e António Gedeão.
1. | Português – 10º ano | Poetas do Séc. XX Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2010 /2011 Poesia do Século XX Objectivos a alcançar: . Poesia e Poeta: tentativas de definição . Contextualização: Modernismo/Geração de Orpheu/Fernando Pessoa; Presencialismo e Neo-realismo . Conhecer vários poetas portugueses e de expressão lusófona . Identificar várias temáticas . Identificar recursos estilísticos e saber evidenciar o seu valor expressivo . Saber analisar a estrutura formal de um poema
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4. | Português – 10º ano | Poetas do Séc. XX Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2010 /2011 O que é a Poesia? Ver Claro Toda a poesia é luminosa, até a mais obscura. O leitor é que tem às vezes, em lugar de sol, nevoeiro dentro de si. E o nevoeiro nunca deixa ver claro. Se regressar outra vez e outra vez e outra vez a essas sílabas acesas ficará cego de tanta claridade. Abençoado seja se lá chegar. Eugénio de Andrade, Os Sulcos da Sede Lavoisier Na poesia, natureza variável das palavras, nada se perde ou cria, tudo se transforma: cada poema no seu perfil incerto e caligráfico, já sonha outra forma. Carlos de Oliveira Conselho Sê paciente; espera Que a palavra amadureça E se desprenda como um fruto Ao passar o vento que a ameaça. Eugénio de Andrade, Poesia
5. | Português – 10º ano | Poetas do Séc. XX Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2010 /2011 Vila Viçosa 1894 - 1930 CARAVELAS Cheguei a meio da vida já cansada De tanto caminhar! Já me perdi! Dum estranho país que nunca vi Sou neste mundo imenso a exilada. Tanto tenho aprendido e não sei nada. E as torres de marfim que construí Em trágica loucura as destruí Por minhas próprias mãos de malfadada! Se eu sempre fui assim este Mar morto: Mar sem marés, sem vagas e sem porto Onde velas de sonhos se rasgaram! Caravelas doiradas a bailar... Ai quem me dera as que eu deitei ao Mar! As que eu lancei à vida, e não voltaram!... Florbela Espanca, «Charneca em Flor», 1930 Ideias-Chave . Sofrimento , solidão e desencanto; . Imensa ternura e um desejo de felicidade e plenitude que só poderão ser alcançados no absoluto , no infinito ; . carácter confessional, sentimental ; . Poetisa de excessos , cultivou exacerbadamente a paixão , com voz marcadamente feminina (na qual alguns críticos encontram dom-joanismo no feminino).
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7. | Português – 10º ano | Poetas do Séc. XX Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2010 /2011 Vila do Conde 1901-1969 Ignoto Deo Desisti de saber qual é o Teu nome, Se tens ou não tens nome que Te demos, Ou que rosto é que toma, se algum tome, Teu sopro tão além de quanto vemos. Desisti de Te amar, por mais que a fome Do Teu amor nos seja o mais que temos, E empenhei-me em domar, nem que os não dome, Meus, por Ti, passionais e vãos extremos. Chamar-Te amante ou pai... grotesco engano Que por demais tresanda a gosto humano! Grotesco engano o dar-te forma! E enfim, Desisti de Te achar no quer que seja, De Te dar nome, rosto, culto, ou igreja... – Tu é que não desistirás de mim! José Régio, in 'Biografia' Ideias-Chave: . Fundador da revista "Presença" . Conflitos entre Deus e o Homem, o espírito e a carne, o indivíduo e a sociedade; . Consciência da frustração de todo o amor humano; . Orgulhoso recurso à solidão ; . Problemática da sinceridade e do logro perante os outros e perante a si mesmos.
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9. | Português – 10º ano | Poetas do Séc. XX Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2010 /2011 Lisboa 1906-1997 Pedra filosofal Eles não sabem que o sonho é uma constante da vida tão concreta e definida como outra coisa qualquer, como esta pedra cinzenta em que me sento e descanso, como este ribeiro manso em serenos sobressaltos, como estes pinheiros altos que em verde e oiro se agitam, como estas aves que gritam em bebedeiras de azul. Eles não sabem que o sonho é vinho, é espuma, é fermento, bichinho álacre e sedento, de focinho pontiagudo, que fossa através de tudo num perpétuo movimento. (…) António Gedeão Ideias-Chave: . Figura de referência incontornável no imaginário colectivo do povo português, principalmente para toda a geração da "Pedra Filosofal”; . Sonha a harmonia do mundo : igualdade na desigualdade; fraternidade na competição ou na luta de instintos; a liberdade íntima e cívica; . Crença no aperfeiçoamento incessante e progressivo da espécie humana.
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11. | Português – 10º ano | Poetas do Séc. XX Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2010011 Fontes: http://www.astormentas.com/ http://alfarrabio.di.uminho.pt/ http://cvc.instituto-camoes.pt/index.php