Trabalho apresentado pela aluna Rita Bornes, 10ºD | 2010-2011(Escola Básica 2,3/S de Vale de Cambra), na disciplina de Português, no âmbito do estudo da Poesia do Século XX.
1. Poetas do século XX Sophia de Mello Breyner Andresen Rita Bornes 2010/11
2. Biografia Porto e Lisboa Porto 1919 Filologia Clássica Casa-se com o advogado e jornalista Francisco Sousa Tavares Sócia fundadora da “Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos” Deputada à Assembleia Constituinte pelo Partido Socialista Rita Bornes 2010/11
3. Universo Poético Jogo dos quatro elementos primordiais: Terra- Fauna e Flora Água- Mar, praia e espuma Ar- vento, brisa e sopro Fogo- sol, luz e lume Procura da justiça: Verdade Igualdade das classes sociais Tomada de consciência do comportamento humano Rita Bornes 2010/11
4. Temáticas Natureza associada à ideia de harmonia e pureza; Evocação de imagens da infância e adolescência; Valorização da Antiguidade Clássica; Desigualdades e injustiças sociais; Poesia e criação poética. Rita Bornes 2010/11
5. Estilo/linguagem Captação do real através das sensações; Discurso figurado com recurso a símbolos e a alegorias; Uso de certas palavras dotadas de grande simbolismo e magia; Rima ao serviço da beleza fónica; Quase inexistência de pontuação; Uso frequente de figuras de estilo, como a metáfora, a comparação, a anáfora e a ironia. Rita Bornes 2010/11
8. Porque os outros se mascaram mas tu não Porque os outros se mascaram mas tu nãoPorque os outros usam a virtude Para comprar o que não tem perdão. Porque os outros têm medo mas tu não. Porque os outros são os túmulos caiadosOnde germina calada a podridão.Porque os outros se calam mas tu não.Porque os outros se compram e se vendemE os seus gestos dão sempre dividendo.Porque os outros são hábeis mas tu não. Porque os outros vão à sombra dos abrigosE tu vais de mãos dadas com os perigos. Porque os outros calculam mas tu não. Rita Bornes 2010/11
9. Porque os outros se mascaram mas tu não Porque os outros se mascaram mas tu nãoPorque os outros usam a virtude Para comprar o que não tem perdão. Porque os outros têm medo mas tu não. Porque os outros são os túmulos caiadosOnde germina calada a podridão.Porque os outros se calam mas tu não.Porque os outros se compram e se vendemE os seus gestos dão sempre dividendo.Porque os outros são hábeis mas tu não. Porque os outros vão à sombra dos abrigosE tu vais de mãos dadas com os perigos. Porque os outros calculam mas tu não. “O poema Porque sintetiza admiravelmente a solidão e a marginalidade em que se encontra aquele que luta coerentemente pela justiça com as armas da justiça, dizendo a verdade e não utilizando a contra-violência.” Helena Santos Rita Bornes 2010/11 Espaço mais vasto do poema: - Comportamento da maioria (“os outros”), sendo a minoria (“tu”) a dizer não ao culto da aparência, à falsa virtude, ao medo, à podridão moral disfarçada, à submissão injusta, ao aviltamento de se comprar e de se vender, ao artifício hábil, à excessiva autoprotecção, ao abuso dos cálculos dos actos. Oposição entre o comportamento colectivo e o comportamento raro de quem procura coerência entre palavras e actos.
10. Em todos os jardins Em todos os jardins hei-de florir Em todos beberei a lua cheia Quando enfim no meu fim eu possuir Todas as praias onde o mar ondeia. Um dia serei eu o mar e a areia A tudo quanto existe me hei-de unir E o meu sangue arrasta em cada veia Esse abraço que um dia se há-de abrir. Então receberei no meu desejo Todo o fogo que habita na floresta Conhecido por mim como num beijo. Então serei o ritmo das paisagens A secreta abundância dessa festa Que eu via prometida nas imagens. Rita Bornes 2010/11
15. Desejo.VIDA Referência ao modo como o sujeito encara o momento da sua união plena com a Natureza, como se de uma festa se tratasse. UNIÃO URGÊNCIA DESSA UNIÃO Esquema Rimático: abab/baba/cdc/ede Rita Bornes 2010/11
16. A forma Justa Sei que seria possível construir o mundo justoAs cidades poderiam ser claras e lavadasPelo canto dos espaços e das fontesO céu o mar e a terra estão prontosA saciar a nossa fome do terrestreA terra onde estamos - se ninguém atraiçoasse - proporiaCada dia a cada um a liberdade e o reino- Na concha na flor no homem e no frutoSe nada adoecer a própria forma é justaE no todo se integra como palavra em versoSei que seria possível construir a forma justaDe uma cidade humana que fosseFiel à perfeição do universoPor isso recomeço sem cessar a partir da página em brancoE este é meu ofício de poeta para a reconstrução do mundo. Rita Bornes 2010/11