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Revista Troca-Troca: experiências educacionais Nº 4
Queridos(as) leitores(as)

A Secretaria de Educação de Olinda apresenta mais um número da revista
“Troca-Troca: experiências educacionais”, resultado de um esforço coletivo
de traduzir experiências da vivência pedagógica do chão da Escola em
uma publicação, a partir do debate, da reflexão, da troca, reafirmando o
pensamento de Paulo Freire, cantado por Raul Seixas e profetizado por D.
Hélder: “Sonho que se sonha só é só um sonho; mas sonho que se sonha
junto é realidade”.

E como produção coletiva a Revista “Troca-Troca: experiências educacionais”
vem marcada por toda diversidade, esperança e criatividade presentes no
processo de aprendizagem da Rede, constituindo-se, assim, numa espécie
de mural da prática pedagógica de Olinda: para uns(umas) gratificante, para
outros(as) desafiante e para todos(as), o reconhecimento de que, apesar das
dificuldades, “uma outra educação é possível”, lembrando mais uma vez o
saudoso mestre Paulo Freire.

O compromisso do governo municipal com o fortalecimento da condição de
Olinda “Cidade Educadora” tem, hoje, na Revista “Troca-Troca: experiências
educacionais” um instrumento importantíssimo de promoção da agenda da
educação para além dos muros da Escola.

Parabéns a todos(as) que vêm contribuindo para o êxito desse processo.
Contem sempre conosco!


Leocádia da Hora
Secretária de Educação de Olinda
Ação
                                        REAlizAçãO

                              PREFEiTURA MUNiCiPAl DE OliNDA
                                     Renildo Calheiros
                                         PREFEiTO
                                       Horácio Reis
                                      ViCE-PREFEiTO

                           SECRETARiA DE EDUCAçãO DE OliNDA
                               leocádia Maria da Hora Neta
                                        SECRETáRiA
                               Maria dos Prazeres Advíncula
                                  SECRETáRiA EXECUTiVA
                                   DiRETORiA DE ENSiNO
                                      Edineide César
                                         DiRETORA
                                       leila loureiro
                             ASSESSORA TÉCNiCO-PEDAGÓGiCA
                                   Ana Cristina Fonseca
                                    ASSESSORA TÉCNiCA
                           DEPARTAMENTO DE EDUCAçãO BáSiCA
                                      Fátima Guerra
                       CHEFE DO DEPARTAMENTO DE EDUCAçãO BáSiCA

                                    COMiSSãO ORGANizADORA
              Adaneusa Alves do Nascimento – Coordenadora – Ensino Fundamental
                       Ana Maria Galvão Brito – Departamento de Gestão
         Francisca Nascimento - Departamento de Acompanhamento e Registro Escolar
                           leilza Ferrer – Divisão de Educação infantil
       leonardo Renné – Departamento de Tecnologia Educacional, Comunicação e idiomas
             Maria Amélia Feitosa Ferraz – Divisão de Educação de Jovens e Adultos
                                Rosa Raposo – Divisão de inclusão
                  Cristiane Goulart – Chefe da Divisão de Ensino Fundamental

                                        ASSESSORiA
                                Elma Bezerra Marques da Silva
                              Jeanne Amália de Andrade Tavares

                                          REViSãO
                              Jeanne Amália de Andrade Tavares

                            PROJETO GRáFiCO E DiAGRAMAçãO
                          NúClEO DE PRODUçãO Oi KABUM!-RECiFE
                                       Camilo Maia
                                      Lívia Damares
                                       luiz Alberto
                                      Rodrigo Gomes
                                TRATAMENTO DE iMAGENS &
                               FOTOGRAFiA COMPlEMENTAR
                                     Daniela Pinheiro
                                       Denison lima
                                           Capa
                                Rodrigo Gomes sobre fotos
                                 e desenhos dos projetos
A ideia inicial era propor uma ação que estimulasse os(as) professores(as) a registrarem e socializarem
experiências vividas em sala de aula. Na primeira versão, em 2001, os(as) professores(as) traziam o esboço do
seu projeto e, através do acompanhamento da equipe técnica do Ensino Fundamental e assessoria, discutiam
e vislumbravam possíveis (re)direcionamentos às ações pedagógicas. Após esses encontros de elaboração e
reelaboração, os projetos concluídos eram apresentados a professores, em encontros bimestrais, ao longo do
segundo semestre.

A partir da iniciativa de promover encontros para socializar as experiências em 2002/2003, nasceu uma nova
ideia: a criação de uma revista para a publicação dos textos com relatos de experiências dos professores.
A nova idéia foi tomando forma e materializou-se, em 2005, no lançamento do primeiro número da revista
“Troca-Troca, Experiências Educacionais”. Em 2007, houve a publicação do segundo número e, em 2009, a
consolidação dessa iniciativa com o lançamento do terceiro número da Revista.

Ao longo de 2009, com a determinação de dar continuidade a essa ação como Política de Incentivo à
valorização do desempenho do(a) professor(a) da rede municipal, a secretária de Educação, leocádia da
Hora, na perspectiva de ampliar a participação docente e discente, solicitou a formação de uma equipe
composta por duas assessoras e sete técnicos da Diretoria de Ensino para compor uma comissão que
organizasse todo o processo, dos encontros ao lançamento do quarto número em 2010.

A partir da cooperação dessa comissão, o apoio da Diretoria de Ensino e participação da assessoria, a “Ação
Troca-Troca: experiências educacionais” – 2009/2010 foi possível acompanhar os projetos desenvolvidos em
sala de aula por estudantes e professores(as) da Educação Básica nas seguintes etapas e modalidades de
ensino: Educação infantil, Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos.
                                                                                                                3
Foram realizados cinco encontros, de setembro a dezembro de 2009, com apresentações de práticas
pedagógicas de diferentes áreas do conhecimento, constituindo-se, assim, numa verdadeira dinâmica de
formação de professores(as) desenvolvida com a interação de todos(as) participantes.

Nesse quarto número da revista, estão contemplados 34 projetos, apresentados em forma de relatos escritos
e registros fotográficos, dos quais três se classificaram no Prêmio Anita Paes Barreto 2009. Esse prêmio é
concedido, anualmente, pela Secretaria de Educação de Olinda a professores que desenvolveram projetos
pedagógicos em escolas da rede municipal de Olinda e, assim, contribuíram para a melhoria da aprendizagem
dos estudantes.

A “Ação Troca-Troca: experiências educacionais” vem se consolidando como uma política educacional da
Secretaria de Educação de Olinda, na medida em que estimula a organização e dinamização de projetos
didáticos nas salas de aulas, contribuindo para o sucesso dos processos de ensino e aprendizagem, elevando a
qualidade da Educação Básica das escolas públicas municipais.


Comissão Organizadora
Adaneusa Alves do Nascimento – Coordenadora – Ensino Fundamental
Ana Maria Galvão Brito – Departamento de Gestão
Francisca Nascimento - Departamento de Acompanhamento e Registro Escolar
leilza Ferrer – Divisão de Educação infantil
leonardo Renné – DTECi
Maria Amélia Feitosa Ferraz – Divisão de Educação de Jovens e Adultos
Rosa Raposo – Divisão de inclusão
Cristiane Goulart – Chefe da Divisão de Ensino Fundamental
Eis a quarta edição da Revista Troca-Troca: experiências
    educacionais!

    Isso significa, primeiramente, que a rede municipal de Olinda
    incentiva e divulga o trabalho de professores(as) que (re)criaram
    uma prática educativa que visa à promoção do desejo de ensinar
    e aprender, baseada na igualdade de oportunidades, na crença de
    que todos podem aprender, no respeito ao tempo de aprendizagem
    individual.

    Segundo, que aponta os professores que têm buscado a melhoria
    do ensino nas escolas públicas de forma coletiva, quebrando a
    grande barreira do individualismo, da competição. Esta revista traz
    a experiência de professores que não ficaram isolados, fazendo seu
    trabalho sozinho. São professores, professores-multiplicadores,
    professores responsáveis por biblioteca, coordenadores pedagógicos
    que expuseram o que ocorre no seu dia-a-dia pedagógico,
    acreditando que cumpriram de forma competente a tarefa de levar
4   o outro a se encontrar com o conhecimento.

    E, por fim, que estamos cumprindo o grande desafio do séc. XXI
    que é tornar a escola pública brasileira um locus de produção de
    conhecimento, de pesquisa, de reflexão-ação. Digo isso porque o
    mundo se movimenta por quem escreve, divulga conhecimento,
    contesta, questiona, propõe, enfim, sai da condição de mero
    receptor passivo.

    Nas próximas páginas você, meu caro leitor, minha cara leitora,
    vai conhecer o trabalho de mestres que dignificam a profissão
    de professor ao trabalhar com seriedade, responsabilidade e,
    principalmente, com amor, enfrentando as situações adversas da
    sala de aula com sabedoria e criatividade.


    Jeanne amália de andrade Tavares
    Assessora da Ação Troca-troca
O número crescente de projetos didáticos realizados pelos
professores e divulgados, ao longo de nove anos, traz a certeza
de que o estímulo, o acompanhamento e o crédito que se dá a
atividade de cada educador, provocam a coragem e paixão para a
realização e registro de um formato de vivência pedagógica que
contribui para que o estudante permaneça com prazer na escola e
que, principalmente, melhore a sua aprendizagem.
Nisso reside o valor cultural e pedagógico da revista “TROCA-TROCA:
experiências educacionais” para a rede municipal de Olinda”, hoje,
resultado de uma ação permanente da Secretaria de Educação,
desenvolvida pela Diretoria de Ensino.

Nessa 4ª edição, a revista divulga projetos didáticos, vivenciados
tanto dentro quanto fora de salas de aulas e, socializados nos
encontros mensais da ação TROCA-TROCA.

Você, leitor(a), certamente, irá se deliciar com esses relatos que
abordam temas variados. Assim, vai conhecer, por exemplo, algumas
possibilidades pedagógicas de um jogo milenar no relato “O xadrez     5
na escola, ou melhor, nas escolas”; sentir a força de um cientista
social que ousou enfrentar a fome, em suas várias dimensões, no
“Você tem fome de quê, Josué?”; observar a beleza da arte e das
cores no “Colorindo e brincando com Cândido Portinari”; reconhecer
que o simples também pode ser belo em “Vitalino: vida e obra
vitalina”; compreender a importância de introduzir as crianças na
temática da diversidade das pessoas humanas no “Aprendendo com
diferenças”; e o cuidado que a escola deve ter com a nutrição das
crianças no relato “Alimentação Saudável: uma (re)construção de
valores”, além de muitos outros.

Dizem que uma ação só acontece se é feita com paixão. Mas a
paixão precisa de uma ocasião e lugar para se materializar. Em
Olinda, ela contou com a participação dos professores, diretores,
técnicos, estudantes e pais, das escolas onde esses trabalhos se
desenvolveram. Atualmente, a minha paixão pela ação TROCA-
TROCA se expressa na forma de assessoria.

Sinto uma paixão alegre e renovadora a cada nova revista, como
também espero que a leitura possa estimular a realização de ações
pedagógicas que promovam aprendizagem dos estudantes.
Boa leitura!

Elma Bezerra Marques da Silva
Assessora da ação TROCA-TROCA
Sumário
08       A vida desabrocha na horta e no jardim!


   10 Minhas raízes estão na África
13       Aprendendo com as diferenças

     15 Heitor Villa Lobos visitando nosso folclore
16       Leão do Norte


     18 Mídias Sociais: mecanismos de apoio e comunicação em curso EAD
21       Prêmio leitor de ouro

     22 Alimentação saudável: uma (re) construção de valores
24       Bantos e Nagôs: a presença da África no meu bairro

     26 Ensinando através das diversas leituras da cultura popular
28       Escola Ministro Marcos Freire no combate à desnutrição

     30 Meu Bairro, minha vida: resgatando a noção de pertencimento
32       o teatro e os recursos recicláveis: o lado lúdico do lixo


  34 Construção de objetos de aprendizagem: da imaginação ao virtual
36 o uso da água: abordagem interdisciplinar de uma experiência extraclasse
     38 Vivendo o folcore e formando leitores e escritores
40       o xadrez na escola, ou melhor, nas escolas: exposição itinerante do xadrez

     42 Viajando nos contos de fadas, levando a leitura e a escrita na bagagem
44       Prevenir é melhor que remediar


     46 Respeitem os meus cabelos brancos!
48       Tutoria virtual e os futuros caminhos da formação continuada de professores

     50 “Se essa rua fosse minha...”
52       Salvem o Beberibe! o rio não pode morrer


     54 Colorindo e brincando com as cores de Cândido Portinari
56       Lendas, canções, contos e encantos no caminho da alfabetização

     58 Um olhar sobre a obra do mestre Vitalino
61       Villa Lobos um mimo de multiculturalidade


     62 “Você tem fome de quê”, Josué?
64       Vitalino, vida e obra vitalina

     66 Raízes da minha cidade

68       Pequenos leitores e escritores de olinda registrando histórias em vídeo


     70 Amigos do verde
72       Hoje é dia de... ole (oficina de leitura e escrita)!


 74      Horta: plantando e colhendo saberes
Escola Municipal CaIC Norma Coelho
    prOfa. aNa rEIS




    A vida desabrocha na horta e no jardim!

    A   temática do projeto surgiu da
        necessidade de refletir junto
    com as crianças a importância de
                                         Norma Coelho pelos professores e
                                         coordenadora com as turmas dos
                                         Grupos: iii (3 Anos), iV (4 Anos) e
                                                                               ambiente e os materiais que
                                                                               seriam utilizados para o plantio
                                                                               na horta.
    uma alimentação mais saudável        V (5 Anos).
    e a necessidade de reeducar os                                             O segundo passo foi preparar os
    hábitos alimentares para atingir     As atividades pedagógicas             canteiros e mostrar as sementes
    esse objetivo. Além disso, o         permitiram a integração dos           que seriam plantadas, como
    trabalho proporcionou às crianças    temas educação, alimentação           também a forma de cultivá-las.
    a oportunidade de um contato         saudável, nutrição e meio             Atrelada a essa atividade, foi
    com a natureza, ao serem             ambiente, tornando a discussão        confeccionado um mostruário
    realizadas atividades de plantio     desses elementos fundamentais         com as crianças.
    e a colheita de variadas espécies    para a exploração da leitura e da
    diretamente da horta da escola.      escrita.                              O terceiro passo durou um pouco
                                                                               mais de tempo, pois consistia em
    O projeto foi realizado no Centro    O primeiro passo foi apresentar,      visitar a horta diariamente para
    de Educação infantil Professora      numa roda de conversa, o              alguns cuidados como regar as

8
Arquivo de Ana Reis




                                                                                                                                          9


                      plantas e limpar os canteiros      e flores explorando diversas         Acreditamos que a aprendizagem
                      e observar o desenvolvimento       técnicas artísticas explorando       tornou-se significativa e prazerosa
                      das culturas plantadas (coentro,   a criatividade das crianças          para todos os envolvidos no
                      couve, quiabo e tomate),           (desenho com sementes, pintura       projeto, pois a satisfação na
                      aguardando o tempo da              vazada, pintura surpresa e           execução de cada atividade
                      colheita.                          colagem); leitura dos livros “A      era visível nos olhinhos de cada
                                                         horta”, textos da coleção “Os        criança.
                      Eis um pouco das atividades        vegetais”, “A cesta de Dona
                      que realizamos ao longo das        Maricota”; experiências culinárias
                      três etapas de desenvolvimento     com execução de receitas e
                      do projeto: observação das         degustação de frutas, legumes,
                      características e classificação    chá, lambedor e sucos.
                      dos vegetais existentes na
                      horta da escola (ornamentais       O referido projeto realizou sua
                      medicinais e as que servem         culminância através da colheita
                      como alimentos); confecção         das hortaliças e frutas (coentro,
                      de um livro sobre os vegetais      tomate, couve e quiabo).



                                                                                                                    Arquivo de Ana Reis
Escola Municipal alto do Sol Nascente
     prOfa. CrISTIaNE BELCHIOr dE MELO




     Minhas raízes estão na África
                                                                             e formação da etnia brasileira,
                                                                             mediante fatos protagonizados
                                                                             por este povo, além de provocar
                                                                             a reflexão crítica da história,
                                                                             cultura e realidade social afro
                                                                             brasileira. Era necessário rever
                                                                             com os estudantes a ideia de que
                                                                             a nossa cultura é influenciada
                                                             transversal     pelo eurocentrismo.
                                                             Pluralidade
                                                            Cultural         O projeto despertou nos
                                                            e outros         estudantes orgulho pela
                                                           possíveis         formação étnica e cultural de
                                                          assuntos.          todos os brasileiros e a alegria
                                                                             em conhecer, cada vez mais, a
                                                              Na sociedade   verdadeira História do Brasil,
                                                             atual, depois   identificando suas negras raízes.
                                                            de 120 anos
10                                                         de abolição da    O racismo no Brasil é grave e
                                                          escravidão dos     perigoso, pois se concretiza
                                                         negros no Brasil,   através de atitudes e linguagens
                                                        é lamentável nos     implícitas, ninguém assume ser
                                                       depararmos ainda      preconceituoso ou racista. Essa
                                                      com o preconceito e    negação alimenta a existência
                                                     discriminação com os    desse mal na sociedade porque,
                                                    afros descendentes,      a partir do momento que o
                                                   pois o preconceito        racismo for assumido, torna-
                                                  provém da ignorância,      se notório e imprescindível à
                                                da falta de conhecimentos    tomada de atitudes e políticas
                                               e intolerância com as         sociais e educacionais contra o
                                             diferenças.                     mesmo. Segundo Orlandi, “Dizer
                                                                             e silenciar andam juntos... Há,
                                        Este projeto levou os estudantes     pois uma declinação política
                                        a conhecerem a história da           de significados que resulta no
                                        áfrica, pois é preciso conhecer a    silenciamento como forma não

     E   ste projeto idealizado para
         os estudantes do Nível
     i da Educação de Jovens e
                                        história daquele continente para
                                        melhor fundamentar o ensino
                                                                             de calar mas de fazer dizer ‘uma’
                                                                             coisa, para não deixar de dizer
                                        e a aprendizagem da cultura          ‘outras’. Ou seja, o silêncio
     Adultos da Escola Alto do Sol      africana e afro brasileira que       recorta o dizer. Esta é a sua
     Nascente – Olinda - PE, amplia     fazem parte, obrigatoriamente,       dimensão política” (In: Construir
     as oportunidades de trabalho       do currículo escolar. Almejamos      Notícias, 1995: 55).
     em sala de aula ao envolver        com este trabalho proporcionar
     Componentes Curriculares de        aos estudantes da EJA a aquisição    Ao observar alguns
     Geografia, História, Matemática,   de conhecimentos sobre               comportamentos de estudantes,
     Linguagem, Ciências, Filosofia,    diversos aspectos desta cultura,     materiais pedagógicos, livros
     Artes. Além disso, o tema          resgatando as contribuições          didáticos, currículos, filmes e
                                        dos povos africanos na história
desenhos infantis, percebe-se                                         este projeto, a sua culminância      Souza, poetisa; Carolina Maria
o quanto o sistema educacional                                        deu-se com uma aula passeio,         de Jesus, escritora; Cartola e
brasileiro é omisso e, muitas                                         recurso difundido por Freinet,       Jamelão, sambistas.
vezes, incentivador do racismo. A                                     onde os estudantes visitaram o
discriminação racial na sociedade                                     Museu do Estado de Pernambuco,       O fechamento deste projeto e do
brasileira acarreta conseqüências                                     no bairro das Graças - Recife,       ano letivo de 2008 aconteceu com
que se intensificam no âmbito                                         observaram vários elementos da       outra aula passeio, desta vez para
escolar, causando aos indivíduos                                      cultura africana e afro-brasileira   o Engenho Canoas, localizado no
negros sentimentos de auto-                                           e se aproximaram, de forma           município de Ipojuca - PE. Esse
rejeição, rejeição ao colega                                          mais concreta da história, das       engenho foi palco de várias cenas
da mesma cor, introversão,                                            artes e da religiosidade. Utilizar   durante o período escravista
pouca participação em sala                                            os sentidos faz com que a            e continua em funcionamento
de aula, falta de auto-estima,                                        aprendizagem se efetive, quando      produzindo vários produtos
dificuldade de aprendizagem e,                                        vamos ao museu sentimos a            regionais.
consequentemente, a repetência                                        história reviver em nós, não se
e evasão escolar. inicialmente                                        trata mais de palavras e figuras     Após a visita ao engenho, fomos
este trabalho abordou a geografia                                     abstratas dos livros didáticos, o    à Porto de Galinhas. Essa praia,
do continente africano, para isso                                     que vemos, sentimos e tocamos        há tempo atrás, era chamada
os estudantes assistiram ao filme                                     se fixa mais profundamente em        Porto Rico, devido à extração do
“lugar nenhum na áfrica”.                                             nossa mente.                         Pau Brasil. Após a abolição dos
Esse filme, além de mostrar                                                                                escravos, os negros continuavam
as belezas e diversidades do                                          No dia da Consciência Negra,         sendo trazidos clandestinamente
continente africano, trata de                                         20 de novembro, a Diretoria de       para Pernambuco. Desviados de
questões culturais que foram                                          Ensino de Olinda, através da         Recife, onde havia fiscalização,
enfatizadas e debatidas após a                                        Divisão da EJA, enviou grupos        os negros desembarcavam nessa
exibição.                                                             de capoeira e afoxé às escolas       praia, escondidos em engradados      11
                                                                      para que os estudantes tivessem      de galinhas d’Angola. A chegada
Após o término de todas as                                            mais aproximação com nossa           dos escravos na beira mar era
atividades, foram realizados                                          cultura. Na fase final do projeto    anunciada pela senha “tem
círculos de cultura para trocar                                       destacamos personalidades negras     galinha nova no porto!”. Por
idéias e discutir o assunto lido,                                     importantes em vários setores da     causa disso, Porto Rico ficou
ouvido, assistido.                                                    sociedade, como: Mestre Vitalino,    conhecida como Porto das
                                                                      artista plástico; luiz Gonzaga,      Galinhas. Nessa aula passeio,
O passo seguinte foi debater                                          compositor e cantor; Auta de         ainda foram observados aspectos
sobre a luta dos africanos pela
liberdade no solo brasileiro,
os movimentos de resistência
e libertação, as rebeliões, os
                                     Arquivo de Christiane Belchior




quilombos. Como estímulo para
essa etapa, utilizamos outro
filme que oferece aos estudantes
conhecimentos acerca da
história do Brasil e do seu povo:
“Quilombo”. O filme aborda todas
as questões acima e proporcionou
a oportunidade de chamar
a atenção para as questões
geográficas e culturais da região
Nordeste, já que esta foi ícone na
luta pela liberdade, rota de fuga
e de tráfico de escravos.

Para dinamizar e enriquecer
Arquivo de Christiane Belchior
12




     como a fauna, flora, hidrografia e                 GRAFSET, 2004.

     relevo pernambucanos.                              CORRÊA, Marlene. Caminhando Nordeste. São
                                                        Paulo: FTD, 1994.
                                                        BRASil. Educação anti-racista: caminhos aber-
     Assim, concluimos o Projeto
                                                        tos pela lei Federal nº 10.639/03/ Secretaria de
     Minhas Raízes Estão na África e
                                                        Educação Continuada, Alfabetização e Diversida-
     o ano letivo de 2008 com uma                       de. - Brasília: Ministério da Educação, Secretaria
     imensa, rica e nova bagagem                        de Educação Continuada, Alfabetização e Diversi-
     cultural e étnica, além de um                      dade, 2005. Texto disponível em http://unesdoc.
     novo olhar sobre a participação                    unesco.org/images/0014/001432/143283por.pdf
     dos negros na construção do                        Acesso em 17/07/2009.
     Brasil.                                            revista Construir Notícias, nº 29, ano 05, julho/
                                                        agosto de 2006.


     rEEfErÊNCIaS BIBLIOGrÁfICaS
     E WEBIBLIOGrÁfICaS


     BRASil. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro
     de 1996. Texto disponível em http://portal.
     mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/
     lein9394.pdf. Acesso em 07/07/09.
     BENJAMiM, Roberto. a África está em nós: his-
     tória e cultura afro-brasileira. João Pessoa-PB:
Escola Municipal Claudino leal
                                                                                          prOfa. adrIaNa MarIa dE aLMEIda araúJO




Aprendendo com as diferenças

P   ara viver democraticamente
    em uma sociedade, é preciso
respeitar os diferentes grupos
                                                                 elemento enriquecedor pessoal e
                                                                 social.
                                                                                                     tem pontinhos”? “Ah! Tem esses
                                                                                                     pontinhos na caixa dos perfumes
                                                                                                     da Natura” foram alguns dos
e culturas que a constituem.                                                                         comentários das crianças.
                                                                 Durante o projeto foram
Baseado nesse pressuposto,
                                                                 trabalhados, na hora do conto,
o Ministério de Educação
                                                                 livros como “Menina bonita do       Foi a partir desses comentários
implementou a política de
                                                                 laço de fita” que apresenta a       que iniciamos a discussão e
inclusão educacional, pautada
                                                                 busca da identidade étnica de       apresentação dos livros didáticos
nos princípios éticos do respeito
                                                                 uma menina, “O grande dia”          e paradidáticos em Braille,
aos direitos humanos, na proposta
                                                                 cujo tema é a deficiência física,   levando-os a refletir que o fato
pedagógica que propõe ensinar a
                                                                 “O patinho feio”, entre outros.     de uma pessoa possuir uma
todos os estudantes, valorizando
                                                                 Fazíamos a leitura e, em seguida,   deficiência não deve ser motivo
as diferenças de cada um no
                                                                 os estudantes liam o mesmo livro    para impedi-la de ter acesso
processo educacional e na
                                                                 para a turma.                       às mesmas oportunidades que
concepção política de construção
                                                                                                     as pessoas sem deficiências
de sistemas educacionais com
                                                                                                     têm, mesmo que para isso seja
escolas abertas para todos.                                      Outro momento enriquecedor
                                                                                                     necessária a utilização de um
A ideia de realizar o projeto                                    foi o de uma mostra de filmes na
                                                                                                     recurso específico.
surgiu, a partir das observações                                 escola, onde as crianças tiveram
diárias da relação entre                                         a oportunidade de assistir a
estudantes com deficiência                                       clássicos infantis contados na      No caso do deficiente visual,
                                                                                                                                        13
e os colegas de sala, e da                                       Língua Brasileira de Sinais –       um recurso indispensável para
possibilidade de reflexão sobre                                  LIBRAS. Neste momento, fizemos      apropriação da escrita e leitura
as deficiências e diversidades                                   um levantamento sobre o que         em Braille é a reglete e o punção.
presentes na sociedade de forma                                  eles sabiam sobre liBRAS e quem     Mostramos estes recursos e como
lúdica e respeitosa.                                             a usava. Timidamente algumas        são usados, mostramos também o
                                                                 crianças diziam: “É o mudo que      alfabeto em Braille, comparando-
                                                                 fala assim.”, “Eu conheço uma       os com o alfabeto dactológico
O projeto foi apresentado às                                     pessoa que fala assim.”.            (alfabeto do surdo), levando-os
colegas professoras em uma                                                                           à conclusão de que são alfabetos
reunião pedagógica e, nessa                                                                          específicos, para pessoas que
conversa, resolvemos que cada                                    Ao visitar a biblioteca,
                                                                                                     têm necessidades e maneiras
uma iria pesquisar materiais sobre                               apresentamos os livros em Braille
                                                                                                     diferentes de aprender.
o tema para compor o projeto.                                    e como desafio pedimos que todos
Os materiais foram entregues a                                   lessem. “Tia, como vou ler só
coordenadora que os agrupou,
formando um pequeno acervo
para empréstimo, garantindo,
                                     Arquivo de Adriana Araújo




dessa forma, acesso de todas as
professoras ao material.


Assim, procuramos através de
diversas atividades, respeitando
as especificidades, faixa etária e
o seu nível de desenvolvimento,
proporcionar aos estudantes, o
conhecimento, o respeito e a
valorização das diferenças como
A música também esteve presente     Adriana que deixaram o recado:                                               BRUNO, Marilda Moraes Garcia. Deficiência

                                         “cada um com as suas diferenças                                              visual: reflexão sobre a prática pedagógica. SP:
     como estimuladora da linguagem
                                                                                                                      laramara, 1997.
     verbal e corporal, além de          contribuem para harmonia do
                                                                                                                      MARTiNS, lúcia de Araújo Ramos et al. inclusão:
     contribuir como instrumento de      universo.”. A diversidade esteve
                                                                                                                      compartilhando saberes. Petrópolis, RJ: Vozes,
     conscientização, uma vez que,       presente no jogral apresentado
                                                                                                                      2006.
     através da exploração do texto      pelos estudantes da professora                                               SOUZA, Eloysa Godinho. Surdez e significado
     escrito da música constituíamos     Maria do Carmo, os estudantes da                                             social. São Paulo: Cortez, 1982.
     um momento de debate e              professora léa também deram o                                                STAiNBACK S. e STAiNBACK w. inclusão: Um guia
     reflexão.                           seu recado cantando: “(...) VOCÊ                                             para educadores.     Trad. Magda França lopes.
                                         É ESPECiAl NãO EXiSTE OUTRO                                                  Porto Alegre: Artmed, 1999.
                                         iGUAl, DEUS CRiOU VOCÊ ASSiM                                                 BElARMiNO, Joana. A valorização do Braille na
     Um trabalho tão bonito merecia
                                         DiFERENTE DE MiM.”.                                                          educação. Texto disponível em www.intervvox.
     um “dia especial”. No final do                                                                                   nce.ufrj.br. Acessado em 18/03/07.
     mês de agosto, de forma coletiva,                                                                                MACHADO. Ana Maria. Menina bonita do laço de
     fizemos a culminância do projeto,   Com este projeto percebemos                                                  fita. São Paulo: Ática, 2004.
     onde cada turma apresentou          que as crianças das turmas do                                                SECCO, Patrícia Engel. O grande dia. São Paulo:
     aos colegas e professores uma       1º e 2º ciclo do turno matutino                                              Melhoramentos, 2003.
     atividade relacionada ao tema.      conseguiram mudar suas                                                       ANDERSEN, Hans Christian. O patinho feio. ziT
                                         atitudes, compreendendo que é                                                Editora, 2005.
                                         essencial respeitar o outro, para                                            CURVELO, Gisélia. O diálogo das cores. Edições
     Ah! Foi um momento mágico!                                                                                       Bagaço, 2004.
                                         se construir uma convivência
     Ficamos parados, dominados
                                         harmoniosa.
     pela emoção ao ver um grupo de
     estudantes trazerem as bênçãos      Para nós, educadores, ficou ainda
     do criador através do “PAi NOSSO”   mais evidente que precisamos
     em liBRAS, acompanhados pela        refletir sobre as diferenças,
     professora Ana Paula; a história    construindo uma prática mais
     do patinho feio também esteve       humanitária e consciente que
     presente na dramatização            leve em conta as capacidades
14
     realizada pelos estudantes da       e limitações individuais,
     professora Verônica, até a menina   assegurando, dessa forma, um
     bonita do laço de fita esteve       exercício de cidadania para
     presente com coelhinho e tudo o     todos.
     que tinha direito através de uma
     dramatização realizada pelos        REFERÊNCiAS BiBliOGRáFiCAS
     estudantes da professora Miriam.    E wEBiBliOGRáFiCAS
     Vocês já pensaram numa revolta
     das cores? Pois, isso também foi    BRASil,   Ministério   da   Educação.   Diretrizes
     possível através da dramatização    Nacionais para a Educação Especial na Escola

     do livro “O diálogo das cores”      Básica/Secretária de Educação Especial na Escola
                                         Básica/Secretaria de Educação Especial. MEC.
     pelos estudantes da professora
                                                                                          Arquivo de Adriana Araújo
Escola Municipal alto do Sol Nascente
                                                                                      prOfa. EdNa MENdES




Heitor Villa Lobos visitando nosso folclore

D    urante uma conversa em
     uma reunião no início do
2º semestre, a coordenadora
                                    pelas crianças e produção de
                                    textos; em Artes, exploramos os
                                    elementos da música e da dança;
                                                                           pesquisadas, montamos um
                                                                           mural. Esse momento foi muito
                                                                           rico, pois íamos organizando em
pedagógica nos convidou a           em Ciências, apresentamos              categorias o que representava
pensar como iríamos trabalhar o     origem e a diversidade de              o nosso folclore, ou seja, o que
tema folclore com os estudantes     alimentos da nossa cultura; em         nos representava. A nossa riqueza
durante o mês de agosto.            História e Geografia, focamos          cultural é tanta que causou
lembrou-nos também que o            os elementos e manifestações           espanto em alguns estudantes
município de Olinda estava          culturais, o espaço geográfico em      como Renato que exclamou:
recebendo a Mostra internacional    que ocorrem essas manifestações;       “Puxa! isso tudo é o nosso
de Música Olinda – MiMO que         e, em Matemática, construímos          folclore?”. Seus colegas também
prestava homenagem a Heitor         algumas situações em que fossem        ratificaram suas palavras.
Villa Lobos, logo poderíamos        desenvolvidas as habilidades dos
unir os dois assuntos, pois esse    eixos números e operações e            Propusemos atividades de
compositor contempla, em suas       grandezas e medidas.                   desenho, pintura, quebra-cabeça,
obras, muitos elementos da                                                 recorte e colagem e confecção de
cultura pernambucana.               iniciamos o trabalho com os            bonecos e enfeites com materiais
                                    estudantes apresentando Heitor         recicláveis. A cada trabalho, os
Assim, nasceu este projeto que      Villa lobos através de fotos,          estudantes se empolgavam mais,
teve como objetivos: explorar       músicas e história de sua vida.        participando coletivamente da
a vida e a obra de Villa lobos,     Durante essa roda de conversa          atividade proposta.
apresentando a importância do       luciano, estudante do 1º ano                                                             15
seu trabalho no contexto nacional   do 1º Ciclo perguntou como ele         Para a culminância do projeto,
e internacional e conhecer as       conseguiu fazer tanta música e         montamos uma dramatização em
obras desse autor que trazem        seu amiguinho da mesma série,          que um estudante representaria
em sua composição a diversidade     Renato, perguntou o que era            o maestro Villa lobos interagindo
das manifestações folclóricas do    reger uma orquestra.                   com os elementos do folclore
nosso estado. A ideia subjacente                                           do nosso estado. Estudantes
a esse trabalho era “conhecer       Trouxemos na aula seguinte             das turmas A e B do 1º ano do
características fundamentais        um CD com músicas de Villa             1º ciclo apresentaram a música
do Brasil nas dimensões sociais,    lobos. Ao ouvir as músicas, as         “Carneirinho, carneirão” sob a
materiais e culturais como meio     crianças ficaram surpresas, pois       regência do personagem-maestro.
para construir progressivamente     reconheciam algumas daquelas           Uns estudantes recitaram
a noção de identidade nacional      músicas.                               provérbios, outros contaram
e pessoal e o sentimento de                                                piadas, parlendas para o pequeno
pertinência ao país”, como afirma   Essa audição provocou um               Villa. E, para encerrar, dançamos
o PCN de Língua Portuguesa.         debate sobre as brincadeiras,          ao som de vários frevos de rua.
                                    cantigas de rodas e festividades
Assim sendo, elaborei uma           que os estudantes conheciam e          REFERÊNCiAS BiBliOGRáFiCAS
versão preliminar do projeto,       participavam. wallace, estudante
apresentei-o, em reunião, aos       do 1º ano do 1º Ciclo disse que        SANTA ROSA, NEREiDE SCHilARO. Villa lobos. São
                                                                           Paulo: Callis, 2009. (Coleção Crianças famosas)
professores que concordaram         ia ver o carnaval de Olinda,
                                                                           Cante comigo - cantigas de rodas – v.4. Ultra
em desenvolvê-lo. inicialmente,     para ver os bonecos gigantes e
                                                                           Comunicação.
elaboramos um cronograma para       suas amigas, luana e Jennifer,
                                                                           Revista Nova Escola, março e abril de 2001.
realizar as atividades. Essas       disseram que gostavam mais de          Coleção lendas do folclore brasileiro (Bumba-
atividades contemplaram os          São João e de cantigas de rodas.       meu-boi, lobisomem, Boitatá, Saci-pererê e
conteúdos de várias áreas de                                               Bicho-papão).
conhecimento, por exemplo,          Em seguida, solicitamos que            BRASil. Parâmetros Curriculares Nacionais -
em Língua Portuguesa houve          fizessem uma pesquisa na               Língua Portuguesa, MEC, Secretaria de Educação
a leitura de histórias, análise     família sobre o folclore. Com          Fundamental, 1998.
fonológica de palavras escolhidas   a produção das informações             Material de apoio enviado pela secretaria de
                                                                           Educação de Olinda.
Escola Municipal Monte Castelo
     prOfa. Lyza GENNIfEr MOrEIra dE BarrOS SOuSa




     Leão do Norte

     N   o início do segundo semestre
         de 2008, numa roda de
     conversa com os estudantes
                                         Diante dessas indagações
                                         vislumbrei a possibilidade
                                         de ampliar o conhecimento
                                                                                               sobre a cultura pernambucana
                                                                                               acompanhado de visitas a centros
                                                                                               de divulgação do tema em
     do 2º ano do 2º Ciclo sobre a       da nossa cultura, a partir da                         questão (Museu do Mamulengo,
     cultura popular pernambucana        análise dessa música. Assim,                          Mercado da Ribeira, Alto da Sé,
     e, ao ouvir a musica de lenine      acordamos vivenciar o projeto                         entre outros) e entrevistas a
     “Leão do Norte”, vieram à tona      leão do Norte, numa perspectiva                       profissionais envolvidos nessa
     alguns questionamentos sobre        interdisciplinar que viesse                           divulgação. Foram realizadas
     elementos da música, até então      aprofundar alguns nomes                               também entrevistas com
     desconhecidos pelos estudantes,     e manifestações populares                             os familiares e vizinhos dos
     como por exemplo, “O que é          desconhecidas pelos estudantes.                       educandos, no intuito de resgatar
     calunga? O que é o auto de Ariano                                                         a cultura popular de épocas
     Suassuna? Quem foi João Cabral?     Para realização do trabalho                           passadas.
     O que é macambira?”.                de pesquisa foi feito um
                                         levantamento bibliográfico                            As palavras–chave de cada estrofe
                                                                                               da música formaram um eixo
                                                                                               para pesquisa, com o total de
                                                                                               seis eixos temáticos. intercaladas
                                                                                               a cada eixo aconteceram as
16                                                                                             visitas ou oficinas de artes. Ao
                                                                                               todo foram três oficinas: bonecos
                                                                                               de barro, mamulengo e dança.
                                                                                               Montamos uma coreografia na
                                                                                               qual cada personagem da cultura
                                                                                               popular pernambucana foi
                                                                                               representado por um estudante,
                                                                                               como se fosse um boneco de
                                                                                               barro que ganhava vida na
                                                                                               medida em que a música falava
                                                                                               seu nome.

                                                                                               As palavras-chave de cada eixo
                                                                                               provocavam rodas de conversa
                                                                                               e, no dia seguinte, os estudantes
                                                                                               traziam para escola o que
                                                                                               encontravam sobre o assunto e,
                                                                                               em grupo, o material pesquisado
                                                                                               era analisado. Eles trouxeram
                                                                                               livros, textos da internet, textos
                                                                                               de jornais e até um cartaz da
                                                                                               campanha de vacinação, no qual
                                                                                               havia bonecos de barro.

                                                                                               Quando um dos estudantes viu
                                                                                               num jornal, trazido para a sala, a
                                                                                               reportagem sobre a obra “Morte e
                                                                       Arquivo de lyza Sousa
Arquivo de lyza Sousa
Vida Severina”, de João Cabral de
Melo Neto, comentou: “Eu já vi a
estátua desse homem perto do rio
quando fui à cidade com a minha
mãe!”.

Trouxe o livro “Morte e Vida
Severina” para lermos alguns
trechos do primeiro capítulo
na sala. Ao final da leitura, um
estudante questionou dizendo:
“Severino é nome de pobre,
não é?” Essa pergunta, quase
afirmação, nos proporcionou
uma discussão sobre a vida dos
retirantes pernambucanos e
percebemos que havia alguns
                                                                                                          1995.
Severinos entre as famílias,
inclusive na minha.                                         Nessa 2ª apresentação, estavam                Leão do Norte. Disponível em<http://quinteto-
                                                                                                          violado.musicas.mus.br/letras/350871>Acesso
                                                            presentes alguns representantes
                                                                                                          em 02/08/09.
Esta foi apenas uma das situações                           da Secretaria de Educação e
                                                                                                          SUASSUNA, Ariano. Auto da compadecida – 22ª
de aprendizagem ocorridas                                   toda comunidade escolar. Parecia
                                                                                                          edição- São Paulo: Agir, 1986.
durante a pesquisa bibliográfica.                           que um filme de todas as etapas
                                                                                                          CABRAl, João de Melo Neto. Morte e vida
Formamos um glossário da música                             do projeto passavam em minha                  Severina - 28ª Edição. Rio de Janeiro: José
com os significados das palavras                            cabeça e acredito que o mesmo                 Olímpio, 1990.

construídos pela turma.                                     ocorreu para os estudantes.                   BARROS, weydson leal. Centenário do Frevo – 1.
                                                            Meu coração batia no compasso                 Edição, Olinda, 2008.

No final do mês de agosto,                                  do caboclinho.                                TEiXEiRA, Francisco. História Pernambuco. São    17
aconteceu na escola a gincana                               Naquele momento tive a sensação               Paulo: ática, 2004.

do folclore e uma das tarefas foi                           de dever cumprido, pois a turma
apresentar um ritmo da cultura                              apresentou com segurança o
local.                                                      conceito de que cultura é tudo
                                                            que é produzido pelo ser humano.
Como a música leão do Norte                                 Partimos da literatura,
tem o ritmo do caboclinho,                                  percorremos a História, chegamos
conseguimos cumprir a tarefa                                à Geografia, observamos as
com êxito e apresentamos                                    Ciências e culminamos nas
nossas descobertas para todos                               Artes. Foi uma viagem prazerosa
os colegas. Na ocasião, tivemos                             que fortaleceu nossa proposta
a presença dos pais que se                                  pedagógica na perspectiva de
perceberam como parte daquela                               construção da cidadania.
apresentação, inclusive uma mãe
vestiu-se como caboclo de lança                             E, para concluir este propósito,
e dançou após a apresentação.                               estamos na 4ª edição da revista
A participação da família traz                              Troca-troca, contando-lhes um
                                                            pouco da vivência neste projeto.
uma contribuição significativa
ao processo de ensino e
aprendizagem.
                                                            REFERÊNCiAS BiBliOGRáFiCAS E
                                                            wEBiBliOGRáFiCAS
O grupo ficou orgulhoso de sua
apresentação e fomos convidados                             SIEBERT, Célia. Geografia de Pernambuco. 4ª
para apresentar esta oficina na                             série, 2a Edição Renovada. São Paulo: FTD,
reinauguração da escola, antes                              2005.
em reforma.                                                 JORNAl DO COMÉRCiO. Coleção Pernambuco
                                                            imortal - Agamenon e o Estado Novo. Recife,
Núcleo de Tecnologia educacional, Comunicação e Idiomas – NTECI
      prOfaS.: rOSINEIdE pESSOa, ÁurEa MarIa CarLOS E
      SIMONE rOdrIGuES dE MELO




      Mídias Sociais: mecanismos de apoio
      e comunicação em curso EAD

      A   presente investigação busca    passíveis de serem usados no        entre organização e os diversos
          analisar o uso das mídias      cotidiano escolar. Seu emprego      públicos que a constituem e com
      sociais como ferramentas           também objetivou a promoção         ela interagem. Devido a essa
      comunicacionais em um curso        de trocas intelectuais, sociais     expansão, as redes sociais se
      de formação na modalidade          e afetivas. Nesta análise foi       tornam cada dia um canal mais
      Educação a Distância - EAD,        considerado a concepção de          importante, que possibilita a
      no município de Olinda. Nessa      Mídias Sociais e seu emprego        interação e manifestação dos
      investigação, as autoras e         na educação. Por conseguinte,       mais diversos tipos de públicos.
      também tutoras do Curso de         identificar a prática de três       As redes sociais
      Tecnologias na Educação –          tutoras e suas respectivas turmas   virtuais funcionariam
      CTE/120h -, analisaram tais        no uso de mídias, como: Youtube,    por meio da interação
      ferramentas como promotoras        Orkut, e Google Docs e outras.      social. Onde se busca
      da interação entre os cursistas.   Segundo Castells (2002), as redes   conectar pessoas
      No caso do curso de tecnologias    mundiais atribuem uma nova          e proporcionar sua
      na educação, as adoções dessas     morfologia social às sociedades     comunicação e,
      mídias sociais justificaram-       e a difusão da lógica de redes      portanto, podem
      se diante das dificuldades         modifica, de certo modo, os         ser utilizadas para
      comunicacionais ocorridas no       processos produtivos e de           forjar laços sociais
18    ambiente E-proinfo. Esta adoção    experiência, poder e cultura.       (DAMBRÓES e REiS,
      teve como objetivos didáticos      Deste modo, a internet, segundo     2008). Fica então
      integrar os estudantes dentro      Pinho (2003), permite uma           evidente o vasto
      destas novas lógicas de escritas   comunicação aberta e dialógica,     uso da internet no
      e leitura destes recursos, além    onde há o estabelecimento de        processo ensino
      de apresentar estas ferramentas    relacionamentos mais próximos,      aprendizagem e a
      integradoras como instrumentos     permanentes e duradouros            realização de cursos
                                                                             na modalidade EAD.
                                                                             Por sua vez, dentre
Arquivo de rosineide pessoa
                                                                                          as inúmeras mídias
                                                                                          contidas na web 2.0
                                                                                          e sua integração
                                                                                          midiática nas diversas
                                                                                          modalidades de
                                                                                          ensino presenciais
                                                                                          e semipresencias.
                                                                                          Mídias sociais
                                                                                          chegaram como
                                                                                          instrumentos
                                                                                          de comunicação
                                                                                          necessários para o
                                                                                          desenvolvimento
                                                                                          de um novo tipo
                                                                                          de relação entre
                                                                                          educadores e
                                                                                          educandos. Fazer uso
                                                                                          dessas mídias permite
                                                                                          a formação das
chamadas comunidades dinâmicas
de aprendizagem (Campos, Roque
e Amaral, 2007). Entretanto, cabe
ao tutor adquirir uma constante
predisposição a aprender e
permitir que seus colaboradores
assumam o protagonismo de
sua aprendizagem. As diversas
mudanças de paradigmas
educacionais veem para atender
o atual perfil dos estudantes
(Oliveira, lima, Novaes & Pessoa,
2007) inclusive dos estudantes
dos cursos EAD.
Foram aplicados questionários aos
cursistas durante os encontros                                                             Arquivo de rosineide pessoa


                                     durante as oficinas realizadas no     cursistas, ou seja, 8%. Oito
                                     primeiro módulo do curso de CTE       cursistas abriram uma página no
                                     por um período de dois meses.         Orkut, após iniciarem o curso, e
                                     A pesquisa de natureza qualitativa    seis deles, ou seja, 24%, passaram
                                     obteve os dados através das           a fazer uso do MSN.
                                     entrevistas e do acesso de suas       Na análise dos depoimentos do
                                     páginas pessoais e blogs. As          uso das redes sociais pesquisadas,
                                     entrevistas objetivaram investigar    constatou-se que essas redes têm
                                     os tipos de aplicações das Mídias     sido usadas como ferramentas
                                     Sociais na aprendizagem e seu         para a realização de estratégias        19
                                     emprego na comunicação entre          de comunicação. As ferramentas
                                     os envolvidos. Os depoimentos         mais utilizadas são os blogs, os
                                     colhidos das três tutoras e dos       microblogs, os fóruns, os grupos
                                     cursistas se deram nos encontros      de discussão das comunidades
                                     presenciais, contatos via AVA/e-      online e as ferramentas wiki.
                                     proinfo, nas mensagens dos blogs,     Neste estudo observou-se que
                                     nas páginas pessoais e durante        as redes sociais estão sendo
                                     as oficinas realizadas no primeiro    utilizadas como um novo
presenciais no NTECi. Também         módulo do curso de CTE por um         instrumento para a realização
foram registrados as entrevistas     período de dois meses.                de comunicação no curso
pessoais, conversas informais,       Participaram da pesquisa 24           de CTE-120. Entretanto, é
além do registro dos acessos         cursistas, ou seja, 59% do número     necessária uma constante
as páginas pessoais e blogs dos      dos estudantes matriculados no        avaliação quanto ao seu uso nos
cursistas. Estas ferramentas         curso de CTE-120. Destes, 22          cursos semipresenciais visando
metodológicas objetivaram            cursistas, ou seja, 92% faz uso       aprimorar seu desenvolvimento
investigar como poderiam             de alguma mídia social. Dentre        como ferramenta de comunicação
ser aplicados pedagogicamente as     as mídias, o MSN é a mais usada,      social.
Mídias Sociais e como os cursistas   perfazendo o percentual de            No caso pontual da introdução
estabelecem a comunicação entre      88% dos cursistas, seguidos por       dessas mídias, observou-se que
si. Também foram utilizados          75% que utilizam o Orkut e 67%        estas serviram para aproximar
o registro dos depoimentos           que faz uso do Google docs. Já        cursistas e tutores na tentativa
colhidos das três tutoras, dos       o percentual de 50% faz uso de        de facilitar o aprendizado. Seu
cursistas - durante os encontros     outras mídias sociais (Sonico,        uso foi estabelecer a interação
presenciais - nos contatos via       Hi5, Flickr, Tagged, entre outras).   entre pessoas diferentes que
AVA/E-proinfo (Ambiente virtual      O número de cursistas que não         nem sempre tinham os mesmos
de Aprendizagem), nas mensagens      possuíam a mídia mais relatada,       conceitos e ideias, mas que
dos blogs, nas páginas pessoais e    no caso do MSN foram de dois          passam a ter voz ativa, tornando-
Arquivo de rosineide pessoa
     se então, formadores de opinião.                 br/web/interna.asp?id_canais=4&id_subcanais=1
     Observou-se nos encontros                        3&id_noticia=18565&colunista=1> Acessado em

     presenciais uma interação                        10/06/2009.
20   crescente entre os envolvidos na                 DAMBRÓS, J. e Reis, C. a marca nas redes
     pesquisa, quando da discussão                    sociais virtuais: uma proposta de gestão
     quanto à natureza das interações                 colaborativa. Anais do XXXi Congresso de
     entre eles, uso das linguagens                   Ciências da Comunicação, intercom/UFRN/
     e opiniões positivas sobre o                     Uem/UnP/Fatern, 02 a 06 de Setembro de

     emprego das mídias em suas salas                 2008/ organizado por Maria do Carmo Barbosa
                                                      e Moacir Barbosa de Souza – São Paulo:
     de aula presencial.
                                                      intercom, 2008. iSBN 978-85-88537-42-2. Texto
                                                      disponível em <http://www.intercom.org.br/
     rEfErÊNCIaS BIBLIOGrÁfICaS E
                                                      papers/nacionais/2008/resumos/R3-0519-1.
     WEBIBLIOGrÁfICaS
                                                      pdf>Acessado em 04/03/09.

     CAMPOS, G., H. B.; Roque, G. O.; Amaral, S.
     B. dialética da Educação à distância. Rio de
     Janeiro: Ed. PUC-Rio, 2007.

     OliVEiRA, A. G. O., lima, l. F., Novaes, R. A.
     G. e Pessoa, R. S. professor-Multiplicador:
     propostas de ação e atuação profissional –
     Trabalho de Conclusão de Curso de Tecnologia
     em Educação. PUC/Rio, 2007.

     CASTEllS, M. a sociedade em rede: a era da
     informação. São Paulo: Paz e Terra, 2002.

     PiNHO, J. B. relações públicas na Internet:
                                                                                                      ÁurEa MarIa
     Técnicas e Estratégias para informar e
                                                                                                      CarLOS E SIMONE
     influenciar públicos de interesse. São Paulo:
                                                                                                      rOdrIGuES dE
     Summus, 2003.
                                                                                                      MELO
     POMERANz, Ricardo. difícil de decolar.
     Disponível em <http://www.b2bmagazine.com.
Escola Municipal Monsenhor fabrício
                                                                             prOfa. rOSaNa LIra MadurEIra



Prêmio leitor de ouro
O    bairro de Peixinhos tem          literatura, entre outros.              O número de leitores cresceu
     uma realidade precária                                                  cada vez mais e a biblioteca
em termos de infraestrutura,          Os objetivos do projeto                permaneceu lotada.
saneamento básico e sistema           foram atingidos: aumentamos
de transportes. A população           a circulação de livros                 O que não podemos deixar de
é, preponderantemente, de             proporcionando mais                    comemorar é o fato de que cada
baixa renda e convive com             conhecimento, colaborando,             leitor de Ouro passou a ler em
uma realidade que interfere           dessa forma, para elevar o nível       torno de cinco a quinze livros por
na vida escolar dos estudantes:       intelectual dos estudantes da          mês, através de empréstimos,
altos índices de contaminação         escola; auxiliamos o processo          além de realizar consultas na
por epidemias, proliferação da        de aprendizagem dos conteúdos          própria biblioteca.
violência, homicídios e tráfico de    programáticos ao despertar             A premiação propriamente dita:
drogas.                               o interesse pela pesquisa em           certificados, medalhas e livros,
                                      todas as áreas de conhecimento,        não foi o mais importante, o
A experiência com o Prêmio leitor     através da prática da leitura.         que verdadeiramente importou
de Ouro, dentro da nossa escola,                                             foi o fato desse prêmio
mostrou que a prática da leitura      Para exemplificar citamos              mobilizar quinhentos e vinte
pode ser uma grande aliada            uma atividade de pesquisa              e dois estudantes, universo de
para promover aprendizagem.           desenvolvida pelos estudantes sob      estudantes do turno da tarde
As palavras de uma professora         o comando do professor Edvaldo,        para se inserirem num espaço
da escola confirmam essa ideia:       de História, sobre o brasão do         importante do mundo letrado que
“Os estudantes com acesso a           nome de família. Essa pesquisa do      é a biblioteca.
livros de sua preferência, ao         brasão teve o papel desenvolver        Esses números refletem uma
serem estimulados e orientados        nos estudantes o respeito e o          conquista que se resume em:
pela professora coordenadora da       orgulho de fazer parte de uma          conhecimento e cidadania para
                                                                                                                          21
biblioteca e por seus professores,    família tradicional ao resgatar a      estes pequenos jovens que
obtiveram um aproveitamento           história do nome de família.           despontam de sua realidade como
em sala de aula muito acima do                                               cactos nas rochas, ao elevar seus
esperado”.                            Com o estímulo do prêmio, os           sonhos e ampliar horizontes,
                                      estudantes passaram a ler cada         através da leitura.
Criamos o prêmio confiantes           vez mais e assim, descobriram
no conceito de Paulo Freire de        que, através da leitura,               rEfErÊNCIaS BIBLIOGrÁfICaS E

que “Estudar é importante,            conseguiam fazer o que mais            WEBIBLIOGrÁfICaS

ler é muito mais!”, pois a            gostavam: viajar para os quatro        WEISz, TELMa. O dIÁLOGO ENTrE O ENSINO E
prática da leitura favorece           cantos do mundo e entrar no            a aprENdIzaGEM. SãO pauLO: EdITOra ÁTICa,
não só a aquisição de                 túnel do tempo. isso me remete         2002.
conteúdos programáticos, mas,         a Francis de Croisset quando ele
                                                                             MOrIN, EdGar. La TÊTE BIEN faITE. a CaBEça
principalmente, enriquece o           diz que “A leitura é a viagem de       BEM fEITa. rIO dE JaNEIrO: BErTraNd
crescimento pessoal de cada           quem não pode pegar um trem!”          BraSIL, 2008.
estudante.                            (in: Cabral, 2009:7).
                                                                             SOLÉ, ISaBEL. ESTraTÉGIaS dE LEITura.
                                                                             pOrTO aLEGrE: arTMEd, 1998.
Assumimos a coordenação da            Premiação dos leitores de Ouro
biblioteca, antes fechada, em         trouxe muitos ganhos para todos,       TOLEdO, LESLIE. fLOrES, LuIza rOdrIGuES.
julho de 2008 e informamos sobre      inclusive para meu universo            CONzaTTI, MarLI (OrGaNIzadOraS). CIdadE

o prêmio. Após a divulgação           particular, mas, sem dúvida, o         EduCadOra. SãO pauLO: COrTEz: INSTITuTO

                                      maior presente foi a elevação          pauLO frEIrE; BuENOS aIrES: CIudadES
do Prêmio leitor de Ouro, a
                                                                             EduCadOraS. aMÉrICa LaTINa, 2004.
biblioteca passou a receber           da autoestima das crianças e
todas as tardes, em média, entre      adolescentes.                          SEVErINO, aNTôNIO JOaquIM. METOdOLOGIa
sessenta e cem estudantes das                                                dO TraBaLHO CIENTífICO. SãO pauLO:
turmas de 2º ano do 2º Ciclo,         Outro fato que não podemos             COrTEz, 2009.

dos 1º e 2º anos do 3º Ciclo e 1º     deixar de ressaltar foi a              CaBraL, MarIa uMBELINa SaNTOS dE SOuza
e 2º anos do 4º Ciclo. O objetivo     surpresa do momento seguinte à         ET aLL. dESpErTar O prazEr pELa LEITura.
dessa visita era variado: pesquisar   premiação: não houve redução           TExTO dISpONíVEL EM HTTp://NEad.CTI.furG.
trabalhos escolares, fazer            de empréstimos de livros, nem          Br/MIdIaS/pdfS/dESpErTar.pdf aCESSO EM
empréstimos de livros de nossa        esvaziamento da biblioteca.            15/05/2009.
Escola Municipal dona Brites de albuquerque
     prOfaS.: CrISTIaNE HOLaNda, MarIa MadaLENa BarBOSa da fONSÊCa,
     CarLa CONCEIçãO LayME da SILVa




     Alimentação saudável:
     Uma (re) construção de valores

       A   equipe de professores e
           funcionários da Escola Dona
       Brites observaram que havia um
                                          decidiu participar do projeto
                                          Nutrir, oferecido pela Nestlé
                                          com a parceria da Secretaria
                                                                               dezembro foram trabalhados
                                                                               cinco temáticas abordando a
                                                                               alimentação e o modo de vida
       desperdício da merenda por parte   de Educação de Olinda. O             saudável: A importância do uso
       das crianças do 1º e 2º Ciclos.    projeto teve inicio a partir de      sustentável dos recursos naturais,
       Elas jogavam fora determinados     indagações das crianças em sala      reaproveitamento de alimentos,
       alimentos que não eram da sua      de aula sobre questões relativas à   mudança de hábitos alimentares,
       aceitação, muitas vezes faziam     natureza e sua preservação.          propriedade e receitas com a soja
       “guerra” com os biscoitos,         As professoras e funcionários(as)    e frutas e mudança de hábitos
       quando não eram recheados.         observaram as dificuldades e         alimentares.
       Além disso, também se percebeu     as deficiências na alimentação       Nesses meses, as crianças
       o consumo de um grande número      das crianças, isso gerou uma         demonstraram muito entusiasmo
       de alimentos industrializados      inquietação, levando o grupo a       nas aulas coletivas que
       como: salgadinhos, pipocas,        abraçar o projeto, priorizando       aconteciam em dois momentos:
       refrigerantes, confeitos etc.      a integração e orientação da         no primeiro momento,
       Diante dessa realidade, em         comunidade escolar como um           abordávamos a temática do
       abril de 2008, a unidade escolar   todo. Nos meses de abril a           mês, cantávamos e refletíamos

22




                                                                                                                    Arquivo de Cristiane Holanda
sobre os valores das pessoas        Realizamos a nossa Vi Feira de       construção de conhecimentos,
humanas. No segundo momento,        conhecimentos e o projeto foi        tanto por parte das crianças,
executávamos uma receita            divulgado para a comunidade,         como também pelos adultos,
prática onde os estudantes          atingido, dessa forma, um dos        demonstrando que a escola,
participavam ativamente,            principais objetivos do Projeto      ao abordar conteúdos e
preparando e degustando os          Político Pedagógico da escola        vivências significativas, torna-se
alimentos.                          que é trabalhar com projetos         verdadeiramente, um ambiente
Com este trabalho começamos         científicos a partir da educação     de aprendizagem e de promoção
a notar mudanças em relação à       infantil e divulgar sua produção     de mudanças.
alimentação e ao comportamento      para a comunidade. Outros
dos educandos que passaram          resultados que podemos pontuar,
a valorizar a merenda escolar,      encontram-se registrados nas         REFERÊNCiAS BiBliOGRáFiCAS

diminuindo o desperdício e          fotos, vídeos e relatos do projeto
                                                                         VIDAL, Eunice Leme. Saúde com sabor. Tatuí,
reduzindo gradativamente            que são: aumento da freqüência
                                                                         São Paulo: Editora Casa Publicadora Brasileira,
o consumo dos lanches               e permanência do estudante em
                                                                         2003.
industrializados na escola.         sala de aula; merenda escolar
                                                                         Serviço Social da indústria - Departamento
O entusiasmo, a alegria e as        consumida com mais prazer;           Regional de São Paulo. Alimente-se bem. 2ª
motivações em contribuir para a     sensibilização e envolvimento        edição. São Paulo, 2006.
mudança de hábitos alimentares      das professoras, gerando novas       Fundação Nestlé Brasil. Kit Nutrir (Guisadinho,
se destacaram de tal forma que a    práticas educativas; socialização    Receituário 1, Manual Antropométrico). Ed.
escola foi convidada a apresentar   das receitas desenvolvidas na        Estudo Elias Andreato. São Paulo, 2008.
o projeto em outros espaços, tais   escola; resgate dos valores                                                                               23
como: na formação dos auxiliares    básicos humanos por parte
da ação educativa da Secretaria     dos estudantes e funcionários,
de Educação de Olinda, no           melhorando a relação
encontro da família com os pais     interpessoal do grupo.
e responsáveis da Escola Brites e   Finalizando, ressaltamos que
anexos e na igreja Presbiteriana    a alimentação foi o ponto de
em Aldeia.                          partida para muitas reflexões e
                                                                                                               Arquivo de Cristiane Holanda
Escola alexandre José Barbosa Lima
     prOf. EdSON GOMES da SILVa fILHO




       Bantos e Nagôs:
       a presença da África no meu bairro

       O   território pernambucano,
           em especial, as Terras da
       Nova Roma, Olinda, foram, são
                                             em torno da religião de matriz
                                             africana e afrobrasileira, por
                                             não haver, de minha parte, a
                                                                                essa finalidade, utilizamos a
                                                                                leitura de contos africanos.
                                                                                Essas leituras trouxeram à tona
       e serão o palco de paradigmas         compreensão de minha negritude     questionamentos de como
       construtores da nossa                 que aflorou, realmente, quando     a História excluía o
       nacionalidade. Não se podem           um dos estudantes estava sendo     protagonismo do povo
       descartar, nessa instituição          humilhado em relação à cor da      africano e como os
       sócio-cultural, os aspectos           sua pele por um colega de sala e   fatos vividos pelos
       étnicos dos diferentes povos que      por alguns vizinhos da escola.     negros eram
       ocuparam o lócus olindense, e                                            contados a partir
       brasileiro. Essas etnias que, desde   A angústia de ver tamanha          do olhar do
       a restauração pernambucana,           discriminação levou-me a indagar   colonizador
       caminham lado a lado em nossa         aos estudantes como eles se        branco. isso pôde
       sociedade presenciam-se nas           percebiam em relação à sua cor.    ser percebido,
       comidas, no artesanato, nas           As respostas oriundas de tal       através da
       danças, entre tantos outros           indagação geraram maior            análise
       elementos culturalmente               desconforto, pois mesmo            dos livros
       difundidos em nossa população.        aqueles que, nitidamente           didáticos que
24                                           apresentavam características
       Tal contexto socioeconômico           predominantemente da etnia
       e cultural esconde em seu             negra, não se consideravam
       seio um caráter desagregador,         assim. Isso me desafiou a
       oriundo de parâmetros histórico-      resgatar, juntamente com eles, a                          possuíamos.
       sociais difundidos desde a            identidade africana, perdida                           O debate
       colônia e estipuladores de um         ao longo do tempo.                                   gerado pelas
       processo discriminatório, não                                                            descobertas
       visível, contudo perceptível, e       O primeiro passo para o                           contribuiu
       preconceituoso em relação ao          desenvolvimento deste projeto                   para que alguns
       africano, seus descendentes e         foi a escolha do nome e da                    estudantes
       simpatizantes de sua religiosidade    temática. Para isso, professor     começassem a se perceber
       e de sua cultura.                     e estudantes do 2º ano do          como afrodescendentes
                                             2º Ciclo embrenharam-se na         ou afrobrasileiros, ou
       Em face disto, foi aprovada a lei     pesquisa na busca das etnias       simplesmente negros. Também
       nº 10.639/03 que altera o artigo      africanas que foram trazidas       identificamos os heróis negros
       36º da lDBN 9394/96 no que diz        ao Brasil como escravas, entre     pernambucanos, elucidando o
       respeito ao ensino de História da     as quais, encontramos: Bantos,     conteúdo subjacente nas leis
       áfrica e dos Afrodescendentes         Nagôs, iorubás, Jêjês. Dentre      abolicionistas do Brasil.
       (alterada em 2008 pela lei            essas, selecionamos as nações
       11.645/08 que acrescenta o            Bantas e Nagôs por percebermos     Para finalizar, socializamos os
       ensino de História Indígena na        claramente elementos residuais     conteúdos aprendidos em sala
       escola).                              destes povos na nossa sociedade    de aula em eventos onde a
                                             na atualidade.                     escola toda pôde participar.
       Apesar do conhecimento da
       legislação vigente, havia uma         O segundo passo constituiu-        O primeiro evento foi fazer
       dificuldade em transpor o             se no resgate da identidade        uma feijoada onde os
       preconceito, principalmente           africana de cada um. Para          estudantes apresentassem a
composição dessa comida típica       da turma era de cristãos
e sua história, comparando-a         evangélicos.
a outras comidas oriundas das
senzalas pernambucanas e             Chegamos ao fim de nosso
nacionais. O segundo evento          projeto com a grande lição de
foi participar de uma roda de        que para termos um convívio
capoeira, discutindo os aspectos     social isento de preconceitos,
religiosos presentes nessa arte.     devemos aceitar o outro não
                                     importando qual seja o seu
Por fim, a realização de uma         credo religioso, sua cor de
feira de conhecimentos onde          pele, seu aspecto físico, pois
os estudantes expuseram seus         todos somos cidadão de direitos
trabalhos individuais e coletivos.   e a lei suprema nos coloca
Com este trabalho pudemos            num patamar de igualdade. As
trabalhar a cultura africana e       diferenças existem porque temos
afrodescendente, resgatar a          origens em povos diversos, mas
identidade afrodescendente           isso não significa que devam
perdida do professor e dos           ser usadas para que uns se
estudantes e compreender que         sobreponham aos outros.                         25
a lei de combate ao racismo
precisa ser duramente aplicada
  àqueles que ainda hoje se          rEfErÊNCIaS BIBLIOGrÁfICaS

               comportam como
                                     COll, Cesar et alii. O construtivismo em sala
                se vivêssemos
                                     de aula. São Paulo: Ed. Atica, 2006.
                numa sociedade
                                     FREiRE, Paulo. pedagogia do oprimido.São
              escravocrata.
                                     Paulo : Paz e Terra. 1996.
                                     ____________. pedagogia da autonomia. São
           Outro ganho deste         Paulo : Paz e Terra, 1995.
projeto foi a compreensão,           ____________. pedagogia da Esperança. São
por parte dos estudantes             Paulo : Paz e Terra, 1996.
evangélicos, que ninguém pode        CURY, Carlos Roberto Jamil. Lei de diretrizes
ser preconceituoso em relação às     e Bases da Educaçao - Lei 9394/96. Rio de
religiões africanas.                 Janeiro: DP&A, 2002.
                                     PERRENOUD, Philippe. dez novas

Essa compreensão se deu, tanto       competências para ensinar. Porto Alegre:
                                     Artmed, 2000.
pelo conhecimento adquirido
                                     TORRES, Carlos Alberto. democracia,
nas leituras e debates, como
                                     educação e multiculturalismo: dilemas
também pela observação do
                                     da cidadania em um mundo globalizado.
meu comportamento, pois              Petrópolis: Vozes, 2001.
mesmo sendo cristão evangélico       TRiNDADE, Azoilda l. da. (org).
valorizei o conhecimento e a         Multiculturalismo: mil e uma faces da escola.
vivência dos estudantes que          Rio de janeiro: DP&A, 2002.
praticavam cultos de religiões
de matrizes africanas e que
se sentiam discriminados num
universo onde a grande maioria
Escola Municipal Monsenhor fabrício
     prOf. rICardO LuIz dOS SaNTOS




       Ensinando através das diversas leituras
       da cultura popular
                                                                                   representantes do PROCON-
       C   omo situação real, tínhamos
           eu, um professor de Arte, um
       grupo formado por estudantes
                                              Estado de Pernambuco, a
                                              Agência Nacional de Vigilância
                                              Sanitária - ANViSA, entre outros,
                                                                                   PE, mas sem que despertasse
                                                                                   o interesse dos estudantes por
       do 2º ano do 3º Ciclo, 1º e            para que se realizasse, assim, o     causa da forma como o assunto
       2º anos do 4º Ciclo da escola          desenvolvimento de um trabalho,      foi apresentado. indagado por
       municipal de Olinda, Monsenhor         possivelmente, até de utilidade      esses representantes sobre como
       Fabrício, o Serviço de Proteção        pública.                             o código poderia ser apresentado
       ao Consumidor - PROCON do                                                   de forma atrativa, sugeri que
                                              Para que esse trabalho se            a linguagem teatral. Aceitei o
                                              realizasse, fez-se necessário mais   desafio de escrever o texto e
                                              do que metas, foi necessário         formar um grupo para representá-
                                               acreditar que podíamos realizar     lo.
                                               uma educação para fora das
                                              quatro paredes da sala de aula,      Assim, nasceu a primeira peça
                                              que fosse sedutora e se fizesse      que, a pedido do PROCON-PE,
                                              elemento utilitário em si mesmo.     foi filmada, “por acaso”, e
                                                                                   reproduzida no dia seguinte em
                                              isto aconteceu, a partir da          televisão local.
26                                            apresentação de uma peça de
                                              mamulengo, na Escola Monsenhor       O efeito de se ver na televisão foi
                                              Fabrício. Essa peça foi montada      tão positivo entre os estudantes
                                              para traduzir na linguagem do        que a partir de então, começamos
                                              teatro de bonecos, o Código          a vislumbrar outras possibilidades
                                                 de Defesa do Consumidor           como, por exemplo, a formação
                                                     que havia sido debatido,      de um grupo capaz de elaborar
                                                                 anteriormente,    e executar um projeto que
                                                                  na escola por    trouxesse como objetivo
                                                                                   comunicar temas de utilidade
                                                                                   pública, através da cultura
                                                                                   popular. Esse corajoso grupo foi
                                                                                   batizado de Troupiart.

                                                                                   Partimos então para a
                                                                                   pesquisa sobre teatro, mais
                                                                                   especificamente teatro de
                                                                                    bonecos, principalmente, o
                                                                                      teatro mambembe, o teatro de
                                                                                       arena, entre outros.
                                                                                        Para sistematizar as etapas
                                                                                         do projeto, chegamos à
                                                                                         conclusão da necessidade de
                                                                                           fazer encontros regulares
                                                                                           com o grupo para estudos,
                                                                                          ensaios. Nesses encontros,
                                                                                          os estudantes foram
                                                                                         estimulados a ler textos que
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Revista Troca-Troca: experiências educacionais Nº 4

  • 2. Queridos(as) leitores(as) A Secretaria de Educação de Olinda apresenta mais um número da revista “Troca-Troca: experiências educacionais”, resultado de um esforço coletivo de traduzir experiências da vivência pedagógica do chão da Escola em uma publicação, a partir do debate, da reflexão, da troca, reafirmando o pensamento de Paulo Freire, cantado por Raul Seixas e profetizado por D. Hélder: “Sonho que se sonha só é só um sonho; mas sonho que se sonha junto é realidade”. E como produção coletiva a Revista “Troca-Troca: experiências educacionais” vem marcada por toda diversidade, esperança e criatividade presentes no processo de aprendizagem da Rede, constituindo-se, assim, numa espécie de mural da prática pedagógica de Olinda: para uns(umas) gratificante, para outros(as) desafiante e para todos(as), o reconhecimento de que, apesar das dificuldades, “uma outra educação é possível”, lembrando mais uma vez o saudoso mestre Paulo Freire. O compromisso do governo municipal com o fortalecimento da condição de Olinda “Cidade Educadora” tem, hoje, na Revista “Troca-Troca: experiências educacionais” um instrumento importantíssimo de promoção da agenda da educação para além dos muros da Escola. Parabéns a todos(as) que vêm contribuindo para o êxito desse processo. Contem sempre conosco! Leocádia da Hora Secretária de Educação de Olinda
  • 3. Ação REAlizAçãO PREFEiTURA MUNiCiPAl DE OliNDA Renildo Calheiros PREFEiTO Horácio Reis ViCE-PREFEiTO SECRETARiA DE EDUCAçãO DE OliNDA leocádia Maria da Hora Neta SECRETáRiA Maria dos Prazeres Advíncula SECRETáRiA EXECUTiVA DiRETORiA DE ENSiNO Edineide César DiRETORA leila loureiro ASSESSORA TÉCNiCO-PEDAGÓGiCA Ana Cristina Fonseca ASSESSORA TÉCNiCA DEPARTAMENTO DE EDUCAçãO BáSiCA Fátima Guerra CHEFE DO DEPARTAMENTO DE EDUCAçãO BáSiCA COMiSSãO ORGANizADORA Adaneusa Alves do Nascimento – Coordenadora – Ensino Fundamental Ana Maria Galvão Brito – Departamento de Gestão Francisca Nascimento - Departamento de Acompanhamento e Registro Escolar leilza Ferrer – Divisão de Educação infantil leonardo Renné – Departamento de Tecnologia Educacional, Comunicação e idiomas Maria Amélia Feitosa Ferraz – Divisão de Educação de Jovens e Adultos Rosa Raposo – Divisão de inclusão Cristiane Goulart – Chefe da Divisão de Ensino Fundamental ASSESSORiA Elma Bezerra Marques da Silva Jeanne Amália de Andrade Tavares REViSãO Jeanne Amália de Andrade Tavares PROJETO GRáFiCO E DiAGRAMAçãO NúClEO DE PRODUçãO Oi KABUM!-RECiFE Camilo Maia Lívia Damares luiz Alberto Rodrigo Gomes TRATAMENTO DE iMAGENS & FOTOGRAFiA COMPlEMENTAR Daniela Pinheiro Denison lima Capa Rodrigo Gomes sobre fotos e desenhos dos projetos
  • 4. A ideia inicial era propor uma ação que estimulasse os(as) professores(as) a registrarem e socializarem experiências vividas em sala de aula. Na primeira versão, em 2001, os(as) professores(as) traziam o esboço do seu projeto e, através do acompanhamento da equipe técnica do Ensino Fundamental e assessoria, discutiam e vislumbravam possíveis (re)direcionamentos às ações pedagógicas. Após esses encontros de elaboração e reelaboração, os projetos concluídos eram apresentados a professores, em encontros bimestrais, ao longo do segundo semestre. A partir da iniciativa de promover encontros para socializar as experiências em 2002/2003, nasceu uma nova ideia: a criação de uma revista para a publicação dos textos com relatos de experiências dos professores. A nova idéia foi tomando forma e materializou-se, em 2005, no lançamento do primeiro número da revista “Troca-Troca, Experiências Educacionais”. Em 2007, houve a publicação do segundo número e, em 2009, a consolidação dessa iniciativa com o lançamento do terceiro número da Revista. Ao longo de 2009, com a determinação de dar continuidade a essa ação como Política de Incentivo à valorização do desempenho do(a) professor(a) da rede municipal, a secretária de Educação, leocádia da Hora, na perspectiva de ampliar a participação docente e discente, solicitou a formação de uma equipe composta por duas assessoras e sete técnicos da Diretoria de Ensino para compor uma comissão que organizasse todo o processo, dos encontros ao lançamento do quarto número em 2010. A partir da cooperação dessa comissão, o apoio da Diretoria de Ensino e participação da assessoria, a “Ação Troca-Troca: experiências educacionais” – 2009/2010 foi possível acompanhar os projetos desenvolvidos em sala de aula por estudantes e professores(as) da Educação Básica nas seguintes etapas e modalidades de ensino: Educação infantil, Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos. 3 Foram realizados cinco encontros, de setembro a dezembro de 2009, com apresentações de práticas pedagógicas de diferentes áreas do conhecimento, constituindo-se, assim, numa verdadeira dinâmica de formação de professores(as) desenvolvida com a interação de todos(as) participantes. Nesse quarto número da revista, estão contemplados 34 projetos, apresentados em forma de relatos escritos e registros fotográficos, dos quais três se classificaram no Prêmio Anita Paes Barreto 2009. Esse prêmio é concedido, anualmente, pela Secretaria de Educação de Olinda a professores que desenvolveram projetos pedagógicos em escolas da rede municipal de Olinda e, assim, contribuíram para a melhoria da aprendizagem dos estudantes. A “Ação Troca-Troca: experiências educacionais” vem se consolidando como uma política educacional da Secretaria de Educação de Olinda, na medida em que estimula a organização e dinamização de projetos didáticos nas salas de aulas, contribuindo para o sucesso dos processos de ensino e aprendizagem, elevando a qualidade da Educação Básica das escolas públicas municipais. Comissão Organizadora Adaneusa Alves do Nascimento – Coordenadora – Ensino Fundamental Ana Maria Galvão Brito – Departamento de Gestão Francisca Nascimento - Departamento de Acompanhamento e Registro Escolar leilza Ferrer – Divisão de Educação infantil leonardo Renné – DTECi Maria Amélia Feitosa Ferraz – Divisão de Educação de Jovens e Adultos Rosa Raposo – Divisão de inclusão Cristiane Goulart – Chefe da Divisão de Ensino Fundamental
  • 5. Eis a quarta edição da Revista Troca-Troca: experiências educacionais! Isso significa, primeiramente, que a rede municipal de Olinda incentiva e divulga o trabalho de professores(as) que (re)criaram uma prática educativa que visa à promoção do desejo de ensinar e aprender, baseada na igualdade de oportunidades, na crença de que todos podem aprender, no respeito ao tempo de aprendizagem individual. Segundo, que aponta os professores que têm buscado a melhoria do ensino nas escolas públicas de forma coletiva, quebrando a grande barreira do individualismo, da competição. Esta revista traz a experiência de professores que não ficaram isolados, fazendo seu trabalho sozinho. São professores, professores-multiplicadores, professores responsáveis por biblioteca, coordenadores pedagógicos que expuseram o que ocorre no seu dia-a-dia pedagógico, acreditando que cumpriram de forma competente a tarefa de levar 4 o outro a se encontrar com o conhecimento. E, por fim, que estamos cumprindo o grande desafio do séc. XXI que é tornar a escola pública brasileira um locus de produção de conhecimento, de pesquisa, de reflexão-ação. Digo isso porque o mundo se movimenta por quem escreve, divulga conhecimento, contesta, questiona, propõe, enfim, sai da condição de mero receptor passivo. Nas próximas páginas você, meu caro leitor, minha cara leitora, vai conhecer o trabalho de mestres que dignificam a profissão de professor ao trabalhar com seriedade, responsabilidade e, principalmente, com amor, enfrentando as situações adversas da sala de aula com sabedoria e criatividade. Jeanne amália de andrade Tavares Assessora da Ação Troca-troca
  • 6. O número crescente de projetos didáticos realizados pelos professores e divulgados, ao longo de nove anos, traz a certeza de que o estímulo, o acompanhamento e o crédito que se dá a atividade de cada educador, provocam a coragem e paixão para a realização e registro de um formato de vivência pedagógica que contribui para que o estudante permaneça com prazer na escola e que, principalmente, melhore a sua aprendizagem. Nisso reside o valor cultural e pedagógico da revista “TROCA-TROCA: experiências educacionais” para a rede municipal de Olinda”, hoje, resultado de uma ação permanente da Secretaria de Educação, desenvolvida pela Diretoria de Ensino. Nessa 4ª edição, a revista divulga projetos didáticos, vivenciados tanto dentro quanto fora de salas de aulas e, socializados nos encontros mensais da ação TROCA-TROCA. Você, leitor(a), certamente, irá se deliciar com esses relatos que abordam temas variados. Assim, vai conhecer, por exemplo, algumas possibilidades pedagógicas de um jogo milenar no relato “O xadrez 5 na escola, ou melhor, nas escolas”; sentir a força de um cientista social que ousou enfrentar a fome, em suas várias dimensões, no “Você tem fome de quê, Josué?”; observar a beleza da arte e das cores no “Colorindo e brincando com Cândido Portinari”; reconhecer que o simples também pode ser belo em “Vitalino: vida e obra vitalina”; compreender a importância de introduzir as crianças na temática da diversidade das pessoas humanas no “Aprendendo com diferenças”; e o cuidado que a escola deve ter com a nutrição das crianças no relato “Alimentação Saudável: uma (re)construção de valores”, além de muitos outros. Dizem que uma ação só acontece se é feita com paixão. Mas a paixão precisa de uma ocasião e lugar para se materializar. Em Olinda, ela contou com a participação dos professores, diretores, técnicos, estudantes e pais, das escolas onde esses trabalhos se desenvolveram. Atualmente, a minha paixão pela ação TROCA- TROCA se expressa na forma de assessoria. Sinto uma paixão alegre e renovadora a cada nova revista, como também espero que a leitura possa estimular a realização de ações pedagógicas que promovam aprendizagem dos estudantes. Boa leitura! Elma Bezerra Marques da Silva Assessora da ação TROCA-TROCA
  • 7. Sumário 08 A vida desabrocha na horta e no jardim! 10 Minhas raízes estão na África 13 Aprendendo com as diferenças 15 Heitor Villa Lobos visitando nosso folclore 16 Leão do Norte 18 Mídias Sociais: mecanismos de apoio e comunicação em curso EAD 21 Prêmio leitor de ouro 22 Alimentação saudável: uma (re) construção de valores 24 Bantos e Nagôs: a presença da África no meu bairro 26 Ensinando através das diversas leituras da cultura popular 28 Escola Ministro Marcos Freire no combate à desnutrição 30 Meu Bairro, minha vida: resgatando a noção de pertencimento 32 o teatro e os recursos recicláveis: o lado lúdico do lixo 34 Construção de objetos de aprendizagem: da imaginação ao virtual 36 o uso da água: abordagem interdisciplinar de uma experiência extraclasse 38 Vivendo o folcore e formando leitores e escritores
  • 8. 40 o xadrez na escola, ou melhor, nas escolas: exposição itinerante do xadrez 42 Viajando nos contos de fadas, levando a leitura e a escrita na bagagem 44 Prevenir é melhor que remediar 46 Respeitem os meus cabelos brancos! 48 Tutoria virtual e os futuros caminhos da formação continuada de professores 50 “Se essa rua fosse minha...” 52 Salvem o Beberibe! o rio não pode morrer 54 Colorindo e brincando com as cores de Cândido Portinari 56 Lendas, canções, contos e encantos no caminho da alfabetização 58 Um olhar sobre a obra do mestre Vitalino 61 Villa Lobos um mimo de multiculturalidade 62 “Você tem fome de quê”, Josué? 64 Vitalino, vida e obra vitalina 66 Raízes da minha cidade 68 Pequenos leitores e escritores de olinda registrando histórias em vídeo 70 Amigos do verde 72 Hoje é dia de... ole (oficina de leitura e escrita)! 74 Horta: plantando e colhendo saberes
  • 9. Escola Municipal CaIC Norma Coelho prOfa. aNa rEIS A vida desabrocha na horta e no jardim! A temática do projeto surgiu da necessidade de refletir junto com as crianças a importância de Norma Coelho pelos professores e coordenadora com as turmas dos Grupos: iii (3 Anos), iV (4 Anos) e ambiente e os materiais que seriam utilizados para o plantio na horta. uma alimentação mais saudável V (5 Anos). e a necessidade de reeducar os O segundo passo foi preparar os hábitos alimentares para atingir As atividades pedagógicas canteiros e mostrar as sementes esse objetivo. Além disso, o permitiram a integração dos que seriam plantadas, como trabalho proporcionou às crianças temas educação, alimentação também a forma de cultivá-las. a oportunidade de um contato saudável, nutrição e meio Atrelada a essa atividade, foi com a natureza, ao serem ambiente, tornando a discussão confeccionado um mostruário realizadas atividades de plantio desses elementos fundamentais com as crianças. e a colheita de variadas espécies para a exploração da leitura e da diretamente da horta da escola. escrita. O terceiro passo durou um pouco mais de tempo, pois consistia em O projeto foi realizado no Centro O primeiro passo foi apresentar, visitar a horta diariamente para de Educação infantil Professora numa roda de conversa, o alguns cuidados como regar as 8
  • 10. Arquivo de Ana Reis 9 plantas e limpar os canteiros e flores explorando diversas Acreditamos que a aprendizagem e observar o desenvolvimento técnicas artísticas explorando tornou-se significativa e prazerosa das culturas plantadas (coentro, a criatividade das crianças para todos os envolvidos no couve, quiabo e tomate), (desenho com sementes, pintura projeto, pois a satisfação na aguardando o tempo da vazada, pintura surpresa e execução de cada atividade colheita. colagem); leitura dos livros “A era visível nos olhinhos de cada horta”, textos da coleção “Os criança. Eis um pouco das atividades vegetais”, “A cesta de Dona que realizamos ao longo das Maricota”; experiências culinárias três etapas de desenvolvimento com execução de receitas e do projeto: observação das degustação de frutas, legumes, características e classificação chá, lambedor e sucos. dos vegetais existentes na horta da escola (ornamentais O referido projeto realizou sua medicinais e as que servem culminância através da colheita como alimentos); confecção das hortaliças e frutas (coentro, de um livro sobre os vegetais tomate, couve e quiabo). Arquivo de Ana Reis
  • 11. Escola Municipal alto do Sol Nascente prOfa. CrISTIaNE BELCHIOr dE MELO Minhas raízes estão na África e formação da etnia brasileira, mediante fatos protagonizados por este povo, além de provocar a reflexão crítica da história, cultura e realidade social afro brasileira. Era necessário rever com os estudantes a ideia de que a nossa cultura é influenciada transversal pelo eurocentrismo. Pluralidade Cultural O projeto despertou nos e outros estudantes orgulho pela possíveis formação étnica e cultural de assuntos. todos os brasileiros e a alegria em conhecer, cada vez mais, a Na sociedade verdadeira História do Brasil, atual, depois identificando suas negras raízes. de 120 anos 10 de abolição da O racismo no Brasil é grave e escravidão dos perigoso, pois se concretiza negros no Brasil, através de atitudes e linguagens é lamentável nos implícitas, ninguém assume ser depararmos ainda preconceituoso ou racista. Essa com o preconceito e negação alimenta a existência discriminação com os desse mal na sociedade porque, afros descendentes, a partir do momento que o pois o preconceito racismo for assumido, torna- provém da ignorância, se notório e imprescindível à da falta de conhecimentos tomada de atitudes e políticas e intolerância com as sociais e educacionais contra o diferenças. mesmo. Segundo Orlandi, “Dizer e silenciar andam juntos... Há, Este projeto levou os estudantes pois uma declinação política a conhecerem a história da de significados que resulta no áfrica, pois é preciso conhecer a silenciamento como forma não E ste projeto idealizado para os estudantes do Nível i da Educação de Jovens e história daquele continente para melhor fundamentar o ensino de calar mas de fazer dizer ‘uma’ coisa, para não deixar de dizer e a aprendizagem da cultura ‘outras’. Ou seja, o silêncio Adultos da Escola Alto do Sol africana e afro brasileira que recorta o dizer. Esta é a sua Nascente – Olinda - PE, amplia fazem parte, obrigatoriamente, dimensão política” (In: Construir as oportunidades de trabalho do currículo escolar. Almejamos Notícias, 1995: 55). em sala de aula ao envolver com este trabalho proporcionar Componentes Curriculares de aos estudantes da EJA a aquisição Ao observar alguns Geografia, História, Matemática, de conhecimentos sobre comportamentos de estudantes, Linguagem, Ciências, Filosofia, diversos aspectos desta cultura, materiais pedagógicos, livros Artes. Além disso, o tema resgatando as contribuições didáticos, currículos, filmes e dos povos africanos na história
  • 12. desenhos infantis, percebe-se este projeto, a sua culminância Souza, poetisa; Carolina Maria o quanto o sistema educacional deu-se com uma aula passeio, de Jesus, escritora; Cartola e brasileiro é omisso e, muitas recurso difundido por Freinet, Jamelão, sambistas. vezes, incentivador do racismo. A onde os estudantes visitaram o discriminação racial na sociedade Museu do Estado de Pernambuco, O fechamento deste projeto e do brasileira acarreta conseqüências no bairro das Graças - Recife, ano letivo de 2008 aconteceu com que se intensificam no âmbito observaram vários elementos da outra aula passeio, desta vez para escolar, causando aos indivíduos cultura africana e afro-brasileira o Engenho Canoas, localizado no negros sentimentos de auto- e se aproximaram, de forma município de Ipojuca - PE. Esse rejeição, rejeição ao colega mais concreta da história, das engenho foi palco de várias cenas da mesma cor, introversão, artes e da religiosidade. Utilizar durante o período escravista pouca participação em sala os sentidos faz com que a e continua em funcionamento de aula, falta de auto-estima, aprendizagem se efetive, quando produzindo vários produtos dificuldade de aprendizagem e, vamos ao museu sentimos a regionais. consequentemente, a repetência história reviver em nós, não se e evasão escolar. inicialmente trata mais de palavras e figuras Após a visita ao engenho, fomos este trabalho abordou a geografia abstratas dos livros didáticos, o à Porto de Galinhas. Essa praia, do continente africano, para isso que vemos, sentimos e tocamos há tempo atrás, era chamada os estudantes assistiram ao filme se fixa mais profundamente em Porto Rico, devido à extração do “lugar nenhum na áfrica”. nossa mente. Pau Brasil. Após a abolição dos Esse filme, além de mostrar escravos, os negros continuavam as belezas e diversidades do No dia da Consciência Negra, sendo trazidos clandestinamente continente africano, trata de 20 de novembro, a Diretoria de para Pernambuco. Desviados de questões culturais que foram Ensino de Olinda, através da Recife, onde havia fiscalização, enfatizadas e debatidas após a Divisão da EJA, enviou grupos os negros desembarcavam nessa exibição. de capoeira e afoxé às escolas praia, escondidos em engradados 11 para que os estudantes tivessem de galinhas d’Angola. A chegada Após o término de todas as mais aproximação com nossa dos escravos na beira mar era atividades, foram realizados cultura. Na fase final do projeto anunciada pela senha “tem círculos de cultura para trocar destacamos personalidades negras galinha nova no porto!”. Por idéias e discutir o assunto lido, importantes em vários setores da causa disso, Porto Rico ficou ouvido, assistido. sociedade, como: Mestre Vitalino, conhecida como Porto das artista plástico; luiz Gonzaga, Galinhas. Nessa aula passeio, O passo seguinte foi debater compositor e cantor; Auta de ainda foram observados aspectos sobre a luta dos africanos pela liberdade no solo brasileiro, os movimentos de resistência e libertação, as rebeliões, os Arquivo de Christiane Belchior quilombos. Como estímulo para essa etapa, utilizamos outro filme que oferece aos estudantes conhecimentos acerca da história do Brasil e do seu povo: “Quilombo”. O filme aborda todas as questões acima e proporcionou a oportunidade de chamar a atenção para as questões geográficas e culturais da região Nordeste, já que esta foi ícone na luta pela liberdade, rota de fuga e de tráfico de escravos. Para dinamizar e enriquecer
  • 13. Arquivo de Christiane Belchior 12 como a fauna, flora, hidrografia e GRAFSET, 2004. relevo pernambucanos. CORRÊA, Marlene. Caminhando Nordeste. São Paulo: FTD, 1994. BRASil. Educação anti-racista: caminhos aber- Assim, concluimos o Projeto tos pela lei Federal nº 10.639/03/ Secretaria de Minhas Raízes Estão na África e Educação Continuada, Alfabetização e Diversida- o ano letivo de 2008 com uma de. - Brasília: Ministério da Educação, Secretaria imensa, rica e nova bagagem de Educação Continuada, Alfabetização e Diversi- cultural e étnica, além de um dade, 2005. Texto disponível em http://unesdoc. novo olhar sobre a participação unesco.org/images/0014/001432/143283por.pdf dos negros na construção do Acesso em 17/07/2009. Brasil. revista Construir Notícias, nº 29, ano 05, julho/ agosto de 2006. rEEfErÊNCIaS BIBLIOGrÁfICaS E WEBIBLIOGrÁfICaS BRASil. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Texto disponível em http://portal. mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/ lein9394.pdf. Acesso em 07/07/09. BENJAMiM, Roberto. a África está em nós: his- tória e cultura afro-brasileira. João Pessoa-PB:
  • 14. Escola Municipal Claudino leal prOfa. adrIaNa MarIa dE aLMEIda araúJO Aprendendo com as diferenças P ara viver democraticamente em uma sociedade, é preciso respeitar os diferentes grupos elemento enriquecedor pessoal e social. tem pontinhos”? “Ah! Tem esses pontinhos na caixa dos perfumes da Natura” foram alguns dos e culturas que a constituem. comentários das crianças. Durante o projeto foram Baseado nesse pressuposto, trabalhados, na hora do conto, o Ministério de Educação livros como “Menina bonita do Foi a partir desses comentários implementou a política de laço de fita” que apresenta a que iniciamos a discussão e inclusão educacional, pautada busca da identidade étnica de apresentação dos livros didáticos nos princípios éticos do respeito uma menina, “O grande dia” e paradidáticos em Braille, aos direitos humanos, na proposta cujo tema é a deficiência física, levando-os a refletir que o fato pedagógica que propõe ensinar a “O patinho feio”, entre outros. de uma pessoa possuir uma todos os estudantes, valorizando Fazíamos a leitura e, em seguida, deficiência não deve ser motivo as diferenças de cada um no os estudantes liam o mesmo livro para impedi-la de ter acesso processo educacional e na para a turma. às mesmas oportunidades que concepção política de construção as pessoas sem deficiências de sistemas educacionais com têm, mesmo que para isso seja escolas abertas para todos. Outro momento enriquecedor necessária a utilização de um A ideia de realizar o projeto foi o de uma mostra de filmes na recurso específico. surgiu, a partir das observações escola, onde as crianças tiveram diárias da relação entre a oportunidade de assistir a estudantes com deficiência clássicos infantis contados na No caso do deficiente visual, 13 e os colegas de sala, e da Língua Brasileira de Sinais – um recurso indispensável para possibilidade de reflexão sobre LIBRAS. Neste momento, fizemos apropriação da escrita e leitura as deficiências e diversidades um levantamento sobre o que em Braille é a reglete e o punção. presentes na sociedade de forma eles sabiam sobre liBRAS e quem Mostramos estes recursos e como lúdica e respeitosa. a usava. Timidamente algumas são usados, mostramos também o crianças diziam: “É o mudo que alfabeto em Braille, comparando- fala assim.”, “Eu conheço uma os com o alfabeto dactológico O projeto foi apresentado às pessoa que fala assim.”. (alfabeto do surdo), levando-os colegas professoras em uma à conclusão de que são alfabetos reunião pedagógica e, nessa específicos, para pessoas que conversa, resolvemos que cada Ao visitar a biblioteca, têm necessidades e maneiras uma iria pesquisar materiais sobre apresentamos os livros em Braille diferentes de aprender. o tema para compor o projeto. e como desafio pedimos que todos Os materiais foram entregues a lessem. “Tia, como vou ler só coordenadora que os agrupou, formando um pequeno acervo para empréstimo, garantindo, Arquivo de Adriana Araújo dessa forma, acesso de todas as professoras ao material. Assim, procuramos através de diversas atividades, respeitando as especificidades, faixa etária e o seu nível de desenvolvimento, proporcionar aos estudantes, o conhecimento, o respeito e a valorização das diferenças como
  • 15. A música também esteve presente Adriana que deixaram o recado: BRUNO, Marilda Moraes Garcia. Deficiência “cada um com as suas diferenças visual: reflexão sobre a prática pedagógica. SP: como estimuladora da linguagem laramara, 1997. verbal e corporal, além de contribuem para harmonia do MARTiNS, lúcia de Araújo Ramos et al. inclusão: contribuir como instrumento de universo.”. A diversidade esteve compartilhando saberes. Petrópolis, RJ: Vozes, conscientização, uma vez que, presente no jogral apresentado 2006. através da exploração do texto pelos estudantes da professora SOUZA, Eloysa Godinho. Surdez e significado escrito da música constituíamos Maria do Carmo, os estudantes da social. São Paulo: Cortez, 1982. um momento de debate e professora léa também deram o STAiNBACK S. e STAiNBACK w. inclusão: Um guia reflexão. seu recado cantando: “(...) VOCÊ para educadores. Trad. Magda França lopes. É ESPECiAl NãO EXiSTE OUTRO Porto Alegre: Artmed, 1999. iGUAl, DEUS CRiOU VOCÊ ASSiM BElARMiNO, Joana. A valorização do Braille na Um trabalho tão bonito merecia DiFERENTE DE MiM.”. educação. Texto disponível em www.intervvox. um “dia especial”. No final do nce.ufrj.br. Acessado em 18/03/07. mês de agosto, de forma coletiva, MACHADO. Ana Maria. Menina bonita do laço de fizemos a culminância do projeto, Com este projeto percebemos fita. São Paulo: Ática, 2004. onde cada turma apresentou que as crianças das turmas do SECCO, Patrícia Engel. O grande dia. São Paulo: aos colegas e professores uma 1º e 2º ciclo do turno matutino Melhoramentos, 2003. atividade relacionada ao tema. conseguiram mudar suas ANDERSEN, Hans Christian. O patinho feio. ziT atitudes, compreendendo que é Editora, 2005. essencial respeitar o outro, para CURVELO, Gisélia. O diálogo das cores. Edições Ah! Foi um momento mágico! Bagaço, 2004. se construir uma convivência Ficamos parados, dominados harmoniosa. pela emoção ao ver um grupo de estudantes trazerem as bênçãos Para nós, educadores, ficou ainda do criador através do “PAi NOSSO” mais evidente que precisamos em liBRAS, acompanhados pela refletir sobre as diferenças, professora Ana Paula; a história construindo uma prática mais do patinho feio também esteve humanitária e consciente que presente na dramatização leve em conta as capacidades 14 realizada pelos estudantes da e limitações individuais, professora Verônica, até a menina assegurando, dessa forma, um bonita do laço de fita esteve exercício de cidadania para presente com coelhinho e tudo o todos. que tinha direito através de uma dramatização realizada pelos REFERÊNCiAS BiBliOGRáFiCAS estudantes da professora Miriam. E wEBiBliOGRáFiCAS Vocês já pensaram numa revolta das cores? Pois, isso também foi BRASil, Ministério da Educação. Diretrizes possível através da dramatização Nacionais para a Educação Especial na Escola do livro “O diálogo das cores” Básica/Secretária de Educação Especial na Escola Básica/Secretaria de Educação Especial. MEC. pelos estudantes da professora Arquivo de Adriana Araújo
  • 16. Escola Municipal alto do Sol Nascente prOfa. EdNa MENdES Heitor Villa Lobos visitando nosso folclore D urante uma conversa em uma reunião no início do 2º semestre, a coordenadora pelas crianças e produção de textos; em Artes, exploramos os elementos da música e da dança; pesquisadas, montamos um mural. Esse momento foi muito rico, pois íamos organizando em pedagógica nos convidou a em Ciências, apresentamos categorias o que representava pensar como iríamos trabalhar o origem e a diversidade de o nosso folclore, ou seja, o que tema folclore com os estudantes alimentos da nossa cultura; em nos representava. A nossa riqueza durante o mês de agosto. História e Geografia, focamos cultural é tanta que causou lembrou-nos também que o os elementos e manifestações espanto em alguns estudantes município de Olinda estava culturais, o espaço geográfico em como Renato que exclamou: recebendo a Mostra internacional que ocorrem essas manifestações; “Puxa! isso tudo é o nosso de Música Olinda – MiMO que e, em Matemática, construímos folclore?”. Seus colegas também prestava homenagem a Heitor algumas situações em que fossem ratificaram suas palavras. Villa Lobos, logo poderíamos desenvolvidas as habilidades dos unir os dois assuntos, pois esse eixos números e operações e Propusemos atividades de compositor contempla, em suas grandezas e medidas. desenho, pintura, quebra-cabeça, obras, muitos elementos da recorte e colagem e confecção de cultura pernambucana. iniciamos o trabalho com os bonecos e enfeites com materiais estudantes apresentando Heitor recicláveis. A cada trabalho, os Assim, nasceu este projeto que Villa lobos através de fotos, estudantes se empolgavam mais, teve como objetivos: explorar músicas e história de sua vida. participando coletivamente da a vida e a obra de Villa lobos, Durante essa roda de conversa atividade proposta. apresentando a importância do luciano, estudante do 1º ano 15 seu trabalho no contexto nacional do 1º Ciclo perguntou como ele Para a culminância do projeto, e internacional e conhecer as conseguiu fazer tanta música e montamos uma dramatização em obras desse autor que trazem seu amiguinho da mesma série, que um estudante representaria em sua composição a diversidade Renato, perguntou o que era o maestro Villa lobos interagindo das manifestações folclóricas do reger uma orquestra. com os elementos do folclore nosso estado. A ideia subjacente do nosso estado. Estudantes a esse trabalho era “conhecer Trouxemos na aula seguinte das turmas A e B do 1º ano do características fundamentais um CD com músicas de Villa 1º ciclo apresentaram a música do Brasil nas dimensões sociais, lobos. Ao ouvir as músicas, as “Carneirinho, carneirão” sob a materiais e culturais como meio crianças ficaram surpresas, pois regência do personagem-maestro. para construir progressivamente reconheciam algumas daquelas Uns estudantes recitaram a noção de identidade nacional músicas. provérbios, outros contaram e pessoal e o sentimento de piadas, parlendas para o pequeno pertinência ao país”, como afirma Essa audição provocou um Villa. E, para encerrar, dançamos o PCN de Língua Portuguesa. debate sobre as brincadeiras, ao som de vários frevos de rua. cantigas de rodas e festividades Assim sendo, elaborei uma que os estudantes conheciam e REFERÊNCiAS BiBliOGRáFiCAS versão preliminar do projeto, participavam. wallace, estudante apresentei-o, em reunião, aos do 1º ano do 1º Ciclo disse que SANTA ROSA, NEREiDE SCHilARO. Villa lobos. São Paulo: Callis, 2009. (Coleção Crianças famosas) professores que concordaram ia ver o carnaval de Olinda, Cante comigo - cantigas de rodas – v.4. Ultra em desenvolvê-lo. inicialmente, para ver os bonecos gigantes e Comunicação. elaboramos um cronograma para suas amigas, luana e Jennifer, Revista Nova Escola, março e abril de 2001. realizar as atividades. Essas disseram que gostavam mais de Coleção lendas do folclore brasileiro (Bumba- atividades contemplaram os São João e de cantigas de rodas. meu-boi, lobisomem, Boitatá, Saci-pererê e conteúdos de várias áreas de Bicho-papão). conhecimento, por exemplo, Em seguida, solicitamos que BRASil. Parâmetros Curriculares Nacionais - em Língua Portuguesa houve fizessem uma pesquisa na Língua Portuguesa, MEC, Secretaria de Educação a leitura de histórias, análise família sobre o folclore. Com Fundamental, 1998. fonológica de palavras escolhidas a produção das informações Material de apoio enviado pela secretaria de Educação de Olinda.
  • 17. Escola Municipal Monte Castelo prOfa. Lyza GENNIfEr MOrEIra dE BarrOS SOuSa Leão do Norte N o início do segundo semestre de 2008, numa roda de conversa com os estudantes Diante dessas indagações vislumbrei a possibilidade de ampliar o conhecimento sobre a cultura pernambucana acompanhado de visitas a centros de divulgação do tema em do 2º ano do 2º Ciclo sobre a da nossa cultura, a partir da questão (Museu do Mamulengo, cultura popular pernambucana análise dessa música. Assim, Mercado da Ribeira, Alto da Sé, e, ao ouvir a musica de lenine acordamos vivenciar o projeto entre outros) e entrevistas a “Leão do Norte”, vieram à tona leão do Norte, numa perspectiva profissionais envolvidos nessa alguns questionamentos sobre interdisciplinar que viesse divulgação. Foram realizadas elementos da música, até então aprofundar alguns nomes também entrevistas com desconhecidos pelos estudantes, e manifestações populares os familiares e vizinhos dos como por exemplo, “O que é desconhecidas pelos estudantes. educandos, no intuito de resgatar calunga? O que é o auto de Ariano a cultura popular de épocas Suassuna? Quem foi João Cabral? Para realização do trabalho passadas. O que é macambira?”. de pesquisa foi feito um levantamento bibliográfico As palavras–chave de cada estrofe da música formaram um eixo para pesquisa, com o total de seis eixos temáticos. intercaladas a cada eixo aconteceram as 16 visitas ou oficinas de artes. Ao todo foram três oficinas: bonecos de barro, mamulengo e dança. Montamos uma coreografia na qual cada personagem da cultura popular pernambucana foi representado por um estudante, como se fosse um boneco de barro que ganhava vida na medida em que a música falava seu nome. As palavras-chave de cada eixo provocavam rodas de conversa e, no dia seguinte, os estudantes traziam para escola o que encontravam sobre o assunto e, em grupo, o material pesquisado era analisado. Eles trouxeram livros, textos da internet, textos de jornais e até um cartaz da campanha de vacinação, no qual havia bonecos de barro. Quando um dos estudantes viu num jornal, trazido para a sala, a reportagem sobre a obra “Morte e Arquivo de lyza Sousa
  • 18. Arquivo de lyza Sousa Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto, comentou: “Eu já vi a estátua desse homem perto do rio quando fui à cidade com a minha mãe!”. Trouxe o livro “Morte e Vida Severina” para lermos alguns trechos do primeiro capítulo na sala. Ao final da leitura, um estudante questionou dizendo: “Severino é nome de pobre, não é?” Essa pergunta, quase afirmação, nos proporcionou uma discussão sobre a vida dos retirantes pernambucanos e percebemos que havia alguns 1995. Severinos entre as famílias, inclusive na minha. Nessa 2ª apresentação, estavam Leão do Norte. Disponível em<http://quinteto- violado.musicas.mus.br/letras/350871>Acesso presentes alguns representantes em 02/08/09. Esta foi apenas uma das situações da Secretaria de Educação e SUASSUNA, Ariano. Auto da compadecida – 22ª de aprendizagem ocorridas toda comunidade escolar. Parecia edição- São Paulo: Agir, 1986. durante a pesquisa bibliográfica. que um filme de todas as etapas CABRAl, João de Melo Neto. Morte e vida Formamos um glossário da música do projeto passavam em minha Severina - 28ª Edição. Rio de Janeiro: José com os significados das palavras cabeça e acredito que o mesmo Olímpio, 1990. construídos pela turma. ocorreu para os estudantes. BARROS, weydson leal. Centenário do Frevo – 1. Meu coração batia no compasso Edição, Olinda, 2008. No final do mês de agosto, do caboclinho. TEiXEiRA, Francisco. História Pernambuco. São 17 aconteceu na escola a gincana Naquele momento tive a sensação Paulo: ática, 2004. do folclore e uma das tarefas foi de dever cumprido, pois a turma apresentar um ritmo da cultura apresentou com segurança o local. conceito de que cultura é tudo que é produzido pelo ser humano. Como a música leão do Norte Partimos da literatura, tem o ritmo do caboclinho, percorremos a História, chegamos conseguimos cumprir a tarefa à Geografia, observamos as com êxito e apresentamos Ciências e culminamos nas nossas descobertas para todos Artes. Foi uma viagem prazerosa os colegas. Na ocasião, tivemos que fortaleceu nossa proposta a presença dos pais que se pedagógica na perspectiva de perceberam como parte daquela construção da cidadania. apresentação, inclusive uma mãe vestiu-se como caboclo de lança E, para concluir este propósito, e dançou após a apresentação. estamos na 4ª edição da revista A participação da família traz Troca-troca, contando-lhes um pouco da vivência neste projeto. uma contribuição significativa ao processo de ensino e aprendizagem. REFERÊNCiAS BiBliOGRáFiCAS E wEBiBliOGRáFiCAS O grupo ficou orgulhoso de sua apresentação e fomos convidados SIEBERT, Célia. Geografia de Pernambuco. 4ª para apresentar esta oficina na série, 2a Edição Renovada. São Paulo: FTD, reinauguração da escola, antes 2005. em reforma. JORNAl DO COMÉRCiO. Coleção Pernambuco imortal - Agamenon e o Estado Novo. Recife,
  • 19. Núcleo de Tecnologia educacional, Comunicação e Idiomas – NTECI prOfaS.: rOSINEIdE pESSOa, ÁurEa MarIa CarLOS E SIMONE rOdrIGuES dE MELO Mídias Sociais: mecanismos de apoio e comunicação em curso EAD A presente investigação busca passíveis de serem usados no entre organização e os diversos analisar o uso das mídias cotidiano escolar. Seu emprego públicos que a constituem e com sociais como ferramentas também objetivou a promoção ela interagem. Devido a essa comunicacionais em um curso de trocas intelectuais, sociais expansão, as redes sociais se de formação na modalidade e afetivas. Nesta análise foi tornam cada dia um canal mais Educação a Distância - EAD, considerado a concepção de importante, que possibilita a no município de Olinda. Nessa Mídias Sociais e seu emprego interação e manifestação dos investigação, as autoras e na educação. Por conseguinte, mais diversos tipos de públicos. também tutoras do Curso de identificar a prática de três As redes sociais Tecnologias na Educação – tutoras e suas respectivas turmas virtuais funcionariam CTE/120h -, analisaram tais no uso de mídias, como: Youtube, por meio da interação ferramentas como promotoras Orkut, e Google Docs e outras. social. Onde se busca da interação entre os cursistas. Segundo Castells (2002), as redes conectar pessoas No caso do curso de tecnologias mundiais atribuem uma nova e proporcionar sua na educação, as adoções dessas morfologia social às sociedades comunicação e, mídias sociais justificaram- e a difusão da lógica de redes portanto, podem se diante das dificuldades modifica, de certo modo, os ser utilizadas para comunicacionais ocorridas no processos produtivos e de forjar laços sociais 18 ambiente E-proinfo. Esta adoção experiência, poder e cultura. (DAMBRÓES e REiS, teve como objetivos didáticos Deste modo, a internet, segundo 2008). Fica então integrar os estudantes dentro Pinho (2003), permite uma evidente o vasto destas novas lógicas de escritas comunicação aberta e dialógica, uso da internet no e leitura destes recursos, além onde há o estabelecimento de processo ensino de apresentar estas ferramentas relacionamentos mais próximos, aprendizagem e a integradoras como instrumentos permanentes e duradouros realização de cursos na modalidade EAD. Por sua vez, dentre Arquivo de rosineide pessoa as inúmeras mídias contidas na web 2.0 e sua integração midiática nas diversas modalidades de ensino presenciais e semipresencias. Mídias sociais chegaram como instrumentos de comunicação necessários para o desenvolvimento de um novo tipo de relação entre educadores e educandos. Fazer uso dessas mídias permite a formação das
  • 20. chamadas comunidades dinâmicas de aprendizagem (Campos, Roque e Amaral, 2007). Entretanto, cabe ao tutor adquirir uma constante predisposição a aprender e permitir que seus colaboradores assumam o protagonismo de sua aprendizagem. As diversas mudanças de paradigmas educacionais veem para atender o atual perfil dos estudantes (Oliveira, lima, Novaes & Pessoa, 2007) inclusive dos estudantes dos cursos EAD. Foram aplicados questionários aos cursistas durante os encontros Arquivo de rosineide pessoa durante as oficinas realizadas no cursistas, ou seja, 8%. Oito primeiro módulo do curso de CTE cursistas abriram uma página no por um período de dois meses. Orkut, após iniciarem o curso, e A pesquisa de natureza qualitativa seis deles, ou seja, 24%, passaram obteve os dados através das a fazer uso do MSN. entrevistas e do acesso de suas Na análise dos depoimentos do páginas pessoais e blogs. As uso das redes sociais pesquisadas, entrevistas objetivaram investigar constatou-se que essas redes têm os tipos de aplicações das Mídias sido usadas como ferramentas Sociais na aprendizagem e seu para a realização de estratégias 19 emprego na comunicação entre de comunicação. As ferramentas os envolvidos. Os depoimentos mais utilizadas são os blogs, os colhidos das três tutoras e dos microblogs, os fóruns, os grupos cursistas se deram nos encontros de discussão das comunidades presenciais, contatos via AVA/e- online e as ferramentas wiki. proinfo, nas mensagens dos blogs, Neste estudo observou-se que nas páginas pessoais e durante as redes sociais estão sendo as oficinas realizadas no primeiro utilizadas como um novo presenciais no NTECi. Também módulo do curso de CTE por um instrumento para a realização foram registrados as entrevistas período de dois meses. de comunicação no curso pessoais, conversas informais, Participaram da pesquisa 24 de CTE-120. Entretanto, é além do registro dos acessos cursistas, ou seja, 59% do número necessária uma constante as páginas pessoais e blogs dos dos estudantes matriculados no avaliação quanto ao seu uso nos cursistas. Estas ferramentas curso de CTE-120. Destes, 22 cursos semipresenciais visando metodológicas objetivaram cursistas, ou seja, 92% faz uso aprimorar seu desenvolvimento investigar como poderiam de alguma mídia social. Dentre como ferramenta de comunicação ser aplicados pedagogicamente as as mídias, o MSN é a mais usada, social. Mídias Sociais e como os cursistas perfazendo o percentual de No caso pontual da introdução estabelecem a comunicação entre 88% dos cursistas, seguidos por dessas mídias, observou-se que si. Também foram utilizados 75% que utilizam o Orkut e 67% estas serviram para aproximar o registro dos depoimentos que faz uso do Google docs. Já cursistas e tutores na tentativa colhidos das três tutoras, dos o percentual de 50% faz uso de de facilitar o aprendizado. Seu cursistas - durante os encontros outras mídias sociais (Sonico, uso foi estabelecer a interação presenciais - nos contatos via Hi5, Flickr, Tagged, entre outras). entre pessoas diferentes que AVA/E-proinfo (Ambiente virtual O número de cursistas que não nem sempre tinham os mesmos de Aprendizagem), nas mensagens possuíam a mídia mais relatada, conceitos e ideias, mas que dos blogs, nas páginas pessoais e no caso do MSN foram de dois passam a ter voz ativa, tornando-
  • 21. Arquivo de rosineide pessoa se então, formadores de opinião. br/web/interna.asp?id_canais=4&id_subcanais=1 Observou-se nos encontros 3&id_noticia=18565&colunista=1> Acessado em presenciais uma interação 10/06/2009. 20 crescente entre os envolvidos na DAMBRÓS, J. e Reis, C. a marca nas redes pesquisa, quando da discussão sociais virtuais: uma proposta de gestão quanto à natureza das interações colaborativa. Anais do XXXi Congresso de entre eles, uso das linguagens Ciências da Comunicação, intercom/UFRN/ e opiniões positivas sobre o Uem/UnP/Fatern, 02 a 06 de Setembro de emprego das mídias em suas salas 2008/ organizado por Maria do Carmo Barbosa e Moacir Barbosa de Souza – São Paulo: de aula presencial. intercom, 2008. iSBN 978-85-88537-42-2. Texto disponível em <http://www.intercom.org.br/ rEfErÊNCIaS BIBLIOGrÁfICaS E papers/nacionais/2008/resumos/R3-0519-1. WEBIBLIOGrÁfICaS pdf>Acessado em 04/03/09. CAMPOS, G., H. B.; Roque, G. O.; Amaral, S. B. dialética da Educação à distância. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio, 2007. OliVEiRA, A. G. O., lima, l. F., Novaes, R. A. G. e Pessoa, R. S. professor-Multiplicador: propostas de ação e atuação profissional – Trabalho de Conclusão de Curso de Tecnologia em Educação. PUC/Rio, 2007. CASTEllS, M. a sociedade em rede: a era da informação. São Paulo: Paz e Terra, 2002. PiNHO, J. B. relações públicas na Internet: ÁurEa MarIa Técnicas e Estratégias para informar e CarLOS E SIMONE influenciar públicos de interesse. São Paulo: rOdrIGuES dE Summus, 2003. MELO POMERANz, Ricardo. difícil de decolar. Disponível em <http://www.b2bmagazine.com.
  • 22. Escola Municipal Monsenhor fabrício prOfa. rOSaNa LIra MadurEIra Prêmio leitor de ouro O bairro de Peixinhos tem literatura, entre outros. O número de leitores cresceu uma realidade precária cada vez mais e a biblioteca em termos de infraestrutura, Os objetivos do projeto permaneceu lotada. saneamento básico e sistema foram atingidos: aumentamos de transportes. A população a circulação de livros O que não podemos deixar de é, preponderantemente, de proporcionando mais comemorar é o fato de que cada baixa renda e convive com conhecimento, colaborando, leitor de Ouro passou a ler em uma realidade que interfere dessa forma, para elevar o nível torno de cinco a quinze livros por na vida escolar dos estudantes: intelectual dos estudantes da mês, através de empréstimos, altos índices de contaminação escola; auxiliamos o processo além de realizar consultas na por epidemias, proliferação da de aprendizagem dos conteúdos própria biblioteca. violência, homicídios e tráfico de programáticos ao despertar A premiação propriamente dita: drogas. o interesse pela pesquisa em certificados, medalhas e livros, todas as áreas de conhecimento, não foi o mais importante, o A experiência com o Prêmio leitor através da prática da leitura. que verdadeiramente importou de Ouro, dentro da nossa escola, foi o fato desse prêmio mostrou que a prática da leitura Para exemplificar citamos mobilizar quinhentos e vinte pode ser uma grande aliada uma atividade de pesquisa e dois estudantes, universo de para promover aprendizagem. desenvolvida pelos estudantes sob estudantes do turno da tarde As palavras de uma professora o comando do professor Edvaldo, para se inserirem num espaço da escola confirmam essa ideia: de História, sobre o brasão do importante do mundo letrado que “Os estudantes com acesso a nome de família. Essa pesquisa do é a biblioteca. livros de sua preferência, ao brasão teve o papel desenvolver Esses números refletem uma serem estimulados e orientados nos estudantes o respeito e o conquista que se resume em: pela professora coordenadora da orgulho de fazer parte de uma conhecimento e cidadania para 21 biblioteca e por seus professores, família tradicional ao resgatar a estes pequenos jovens que obtiveram um aproveitamento história do nome de família. despontam de sua realidade como em sala de aula muito acima do cactos nas rochas, ao elevar seus esperado”. Com o estímulo do prêmio, os sonhos e ampliar horizontes, estudantes passaram a ler cada através da leitura. Criamos o prêmio confiantes vez mais e assim, descobriram no conceito de Paulo Freire de que, através da leitura, rEfErÊNCIaS BIBLIOGrÁfICaS E que “Estudar é importante, conseguiam fazer o que mais WEBIBLIOGrÁfICaS ler é muito mais!”, pois a gostavam: viajar para os quatro WEISz, TELMa. O dIÁLOGO ENTrE O ENSINO E prática da leitura favorece cantos do mundo e entrar no a aprENdIzaGEM. SãO pauLO: EdITOra ÁTICa, não só a aquisição de túnel do tempo. isso me remete 2002. conteúdos programáticos, mas, a Francis de Croisset quando ele MOrIN, EdGar. La TÊTE BIEN faITE. a CaBEça principalmente, enriquece o diz que “A leitura é a viagem de BEM fEITa. rIO dE JaNEIrO: BErTraNd crescimento pessoal de cada quem não pode pegar um trem!” BraSIL, 2008. estudante. (in: Cabral, 2009:7). SOLÉ, ISaBEL. ESTraTÉGIaS dE LEITura. pOrTO aLEGrE: arTMEd, 1998. Assumimos a coordenação da Premiação dos leitores de Ouro biblioteca, antes fechada, em trouxe muitos ganhos para todos, TOLEdO, LESLIE. fLOrES, LuIza rOdrIGuES. julho de 2008 e informamos sobre inclusive para meu universo CONzaTTI, MarLI (OrGaNIzadOraS). CIdadE o prêmio. Após a divulgação particular, mas, sem dúvida, o EduCadOra. SãO pauLO: COrTEz: INSTITuTO maior presente foi a elevação pauLO frEIrE; BuENOS aIrES: CIudadES do Prêmio leitor de Ouro, a EduCadOraS. aMÉrICa LaTINa, 2004. biblioteca passou a receber da autoestima das crianças e todas as tardes, em média, entre adolescentes. SEVErINO, aNTôNIO JOaquIM. METOdOLOGIa sessenta e cem estudantes das dO TraBaLHO CIENTífICO. SãO pauLO: turmas de 2º ano do 2º Ciclo, Outro fato que não podemos COrTEz, 2009. dos 1º e 2º anos do 3º Ciclo e 1º deixar de ressaltar foi a CaBraL, MarIa uMBELINa SaNTOS dE SOuza e 2º anos do 4º Ciclo. O objetivo surpresa do momento seguinte à ET aLL. dESpErTar O prazEr pELa LEITura. dessa visita era variado: pesquisar premiação: não houve redução TExTO dISpONíVEL EM HTTp://NEad.CTI.furG. trabalhos escolares, fazer de empréstimos de livros, nem Br/MIdIaS/pdfS/dESpErTar.pdf aCESSO EM empréstimos de livros de nossa esvaziamento da biblioteca. 15/05/2009.
  • 23. Escola Municipal dona Brites de albuquerque prOfaS.: CrISTIaNE HOLaNda, MarIa MadaLENa BarBOSa da fONSÊCa, CarLa CONCEIçãO LayME da SILVa Alimentação saudável: Uma (re) construção de valores A equipe de professores e funcionários da Escola Dona Brites observaram que havia um decidiu participar do projeto Nutrir, oferecido pela Nestlé com a parceria da Secretaria dezembro foram trabalhados cinco temáticas abordando a alimentação e o modo de vida desperdício da merenda por parte de Educação de Olinda. O saudável: A importância do uso das crianças do 1º e 2º Ciclos. projeto teve inicio a partir de sustentável dos recursos naturais, Elas jogavam fora determinados indagações das crianças em sala reaproveitamento de alimentos, alimentos que não eram da sua de aula sobre questões relativas à mudança de hábitos alimentares, aceitação, muitas vezes faziam natureza e sua preservação. propriedade e receitas com a soja “guerra” com os biscoitos, As professoras e funcionários(as) e frutas e mudança de hábitos quando não eram recheados. observaram as dificuldades e alimentares. Além disso, também se percebeu as deficiências na alimentação Nesses meses, as crianças o consumo de um grande número das crianças, isso gerou uma demonstraram muito entusiasmo de alimentos industrializados inquietação, levando o grupo a nas aulas coletivas que como: salgadinhos, pipocas, abraçar o projeto, priorizando aconteciam em dois momentos: refrigerantes, confeitos etc. a integração e orientação da no primeiro momento, Diante dessa realidade, em comunidade escolar como um abordávamos a temática do abril de 2008, a unidade escolar todo. Nos meses de abril a mês, cantávamos e refletíamos 22 Arquivo de Cristiane Holanda
  • 24. sobre os valores das pessoas Realizamos a nossa Vi Feira de construção de conhecimentos, humanas. No segundo momento, conhecimentos e o projeto foi tanto por parte das crianças, executávamos uma receita divulgado para a comunidade, como também pelos adultos, prática onde os estudantes atingido, dessa forma, um dos demonstrando que a escola, participavam ativamente, principais objetivos do Projeto ao abordar conteúdos e preparando e degustando os Político Pedagógico da escola vivências significativas, torna-se alimentos. que é trabalhar com projetos verdadeiramente, um ambiente Com este trabalho começamos científicos a partir da educação de aprendizagem e de promoção a notar mudanças em relação à infantil e divulgar sua produção de mudanças. alimentação e ao comportamento para a comunidade. Outros dos educandos que passaram resultados que podemos pontuar, a valorizar a merenda escolar, encontram-se registrados nas REFERÊNCiAS BiBliOGRáFiCAS diminuindo o desperdício e fotos, vídeos e relatos do projeto VIDAL, Eunice Leme. Saúde com sabor. Tatuí, reduzindo gradativamente que são: aumento da freqüência São Paulo: Editora Casa Publicadora Brasileira, o consumo dos lanches e permanência do estudante em 2003. industrializados na escola. sala de aula; merenda escolar Serviço Social da indústria - Departamento O entusiasmo, a alegria e as consumida com mais prazer; Regional de São Paulo. Alimente-se bem. 2ª motivações em contribuir para a sensibilização e envolvimento edição. São Paulo, 2006. mudança de hábitos alimentares das professoras, gerando novas Fundação Nestlé Brasil. Kit Nutrir (Guisadinho, se destacaram de tal forma que a práticas educativas; socialização Receituário 1, Manual Antropométrico). Ed. escola foi convidada a apresentar das receitas desenvolvidas na Estudo Elias Andreato. São Paulo, 2008. o projeto em outros espaços, tais escola; resgate dos valores 23 como: na formação dos auxiliares básicos humanos por parte da ação educativa da Secretaria dos estudantes e funcionários, de Educação de Olinda, no melhorando a relação encontro da família com os pais interpessoal do grupo. e responsáveis da Escola Brites e Finalizando, ressaltamos que anexos e na igreja Presbiteriana a alimentação foi o ponto de em Aldeia. partida para muitas reflexões e Arquivo de Cristiane Holanda
  • 25. Escola alexandre José Barbosa Lima prOf. EdSON GOMES da SILVa fILHO Bantos e Nagôs: a presença da África no meu bairro O território pernambucano, em especial, as Terras da Nova Roma, Olinda, foram, são em torno da religião de matriz africana e afrobrasileira, por não haver, de minha parte, a essa finalidade, utilizamos a leitura de contos africanos. Essas leituras trouxeram à tona e serão o palco de paradigmas compreensão de minha negritude questionamentos de como construtores da nossa que aflorou, realmente, quando a História excluía o nacionalidade. Não se podem um dos estudantes estava sendo protagonismo do povo descartar, nessa instituição humilhado em relação à cor da africano e como os sócio-cultural, os aspectos sua pele por um colega de sala e fatos vividos pelos étnicos dos diferentes povos que por alguns vizinhos da escola. negros eram ocuparam o lócus olindense, e contados a partir brasileiro. Essas etnias que, desde A angústia de ver tamanha do olhar do a restauração pernambucana, discriminação levou-me a indagar colonizador caminham lado a lado em nossa aos estudantes como eles se branco. isso pôde sociedade presenciam-se nas percebiam em relação à sua cor. ser percebido, comidas, no artesanato, nas As respostas oriundas de tal através da danças, entre tantos outros indagação geraram maior análise elementos culturalmente desconforto, pois mesmo dos livros difundidos em nossa população. aqueles que, nitidamente didáticos que 24 apresentavam características Tal contexto socioeconômico predominantemente da etnia e cultural esconde em seu negra, não se consideravam seio um caráter desagregador, assim. Isso me desafiou a oriundo de parâmetros histórico- resgatar, juntamente com eles, a possuíamos. sociais difundidos desde a identidade africana, perdida O debate colônia e estipuladores de um ao longo do tempo. gerado pelas processo discriminatório, não descobertas visível, contudo perceptível, e O primeiro passo para o contribuiu preconceituoso em relação ao desenvolvimento deste projeto para que alguns africano, seus descendentes e foi a escolha do nome e da estudantes simpatizantes de sua religiosidade temática. Para isso, professor começassem a se perceber e de sua cultura. e estudantes do 2º ano do como afrodescendentes 2º Ciclo embrenharam-se na ou afrobrasileiros, ou Em face disto, foi aprovada a lei pesquisa na busca das etnias simplesmente negros. Também nº 10.639/03 que altera o artigo africanas que foram trazidas identificamos os heróis negros 36º da lDBN 9394/96 no que diz ao Brasil como escravas, entre pernambucanos, elucidando o respeito ao ensino de História da as quais, encontramos: Bantos, conteúdo subjacente nas leis áfrica e dos Afrodescendentes Nagôs, iorubás, Jêjês. Dentre abolicionistas do Brasil. (alterada em 2008 pela lei essas, selecionamos as nações 11.645/08 que acrescenta o Bantas e Nagôs por percebermos Para finalizar, socializamos os ensino de História Indígena na claramente elementos residuais conteúdos aprendidos em sala escola). destes povos na nossa sociedade de aula em eventos onde a na atualidade. escola toda pôde participar. Apesar do conhecimento da legislação vigente, havia uma O segundo passo constituiu- O primeiro evento foi fazer dificuldade em transpor o se no resgate da identidade uma feijoada onde os preconceito, principalmente africana de cada um. Para estudantes apresentassem a
  • 26. composição dessa comida típica da turma era de cristãos e sua história, comparando-a evangélicos. a outras comidas oriundas das senzalas pernambucanas e Chegamos ao fim de nosso nacionais. O segundo evento projeto com a grande lição de foi participar de uma roda de que para termos um convívio capoeira, discutindo os aspectos social isento de preconceitos, religiosos presentes nessa arte. devemos aceitar o outro não importando qual seja o seu Por fim, a realização de uma credo religioso, sua cor de feira de conhecimentos onde pele, seu aspecto físico, pois os estudantes expuseram seus todos somos cidadão de direitos trabalhos individuais e coletivos. e a lei suprema nos coloca Com este trabalho pudemos num patamar de igualdade. As trabalhar a cultura africana e diferenças existem porque temos afrodescendente, resgatar a origens em povos diversos, mas identidade afrodescendente isso não significa que devam perdida do professor e dos ser usadas para que uns se estudantes e compreender que sobreponham aos outros. 25 a lei de combate ao racismo precisa ser duramente aplicada àqueles que ainda hoje se rEfErÊNCIaS BIBLIOGrÁfICaS comportam como COll, Cesar et alii. O construtivismo em sala se vivêssemos de aula. São Paulo: Ed. Atica, 2006. numa sociedade FREiRE, Paulo. pedagogia do oprimido.São escravocrata. Paulo : Paz e Terra. 1996. ____________. pedagogia da autonomia. São Outro ganho deste Paulo : Paz e Terra, 1995. projeto foi a compreensão, ____________. pedagogia da Esperança. São por parte dos estudantes Paulo : Paz e Terra, 1996. evangélicos, que ninguém pode CURY, Carlos Roberto Jamil. Lei de diretrizes ser preconceituoso em relação às e Bases da Educaçao - Lei 9394/96. Rio de religiões africanas. Janeiro: DP&A, 2002. PERRENOUD, Philippe. dez novas Essa compreensão se deu, tanto competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2000. pelo conhecimento adquirido TORRES, Carlos Alberto. democracia, nas leituras e debates, como educação e multiculturalismo: dilemas também pela observação do da cidadania em um mundo globalizado. meu comportamento, pois Petrópolis: Vozes, 2001. mesmo sendo cristão evangélico TRiNDADE, Azoilda l. da. (org). valorizei o conhecimento e a Multiculturalismo: mil e uma faces da escola. vivência dos estudantes que Rio de janeiro: DP&A, 2002. praticavam cultos de religiões de matrizes africanas e que se sentiam discriminados num universo onde a grande maioria
  • 27. Escola Municipal Monsenhor fabrício prOf. rICardO LuIz dOS SaNTOS Ensinando através das diversas leituras da cultura popular representantes do PROCON- C omo situação real, tínhamos eu, um professor de Arte, um grupo formado por estudantes Estado de Pernambuco, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANViSA, entre outros, PE, mas sem que despertasse o interesse dos estudantes por do 2º ano do 3º Ciclo, 1º e para que se realizasse, assim, o causa da forma como o assunto 2º anos do 4º Ciclo da escola desenvolvimento de um trabalho, foi apresentado. indagado por municipal de Olinda, Monsenhor possivelmente, até de utilidade esses representantes sobre como Fabrício, o Serviço de Proteção pública. o código poderia ser apresentado ao Consumidor - PROCON do de forma atrativa, sugeri que Para que esse trabalho se a linguagem teatral. Aceitei o realizasse, fez-se necessário mais desafio de escrever o texto e do que metas, foi necessário formar um grupo para representá- acreditar que podíamos realizar lo. uma educação para fora das quatro paredes da sala de aula, Assim, nasceu a primeira peça que fosse sedutora e se fizesse que, a pedido do PROCON-PE, elemento utilitário em si mesmo. foi filmada, “por acaso”, e reproduzida no dia seguinte em isto aconteceu, a partir da televisão local. 26 apresentação de uma peça de mamulengo, na Escola Monsenhor O efeito de se ver na televisão foi Fabrício. Essa peça foi montada tão positivo entre os estudantes para traduzir na linguagem do que a partir de então, começamos teatro de bonecos, o Código a vislumbrar outras possibilidades de Defesa do Consumidor como, por exemplo, a formação que havia sido debatido, de um grupo capaz de elaborar anteriormente, e executar um projeto que na escola por trouxesse como objetivo comunicar temas de utilidade pública, através da cultura popular. Esse corajoso grupo foi batizado de Troupiart. Partimos então para a pesquisa sobre teatro, mais especificamente teatro de bonecos, principalmente, o teatro mambembe, o teatro de arena, entre outros. Para sistematizar as etapas do projeto, chegamos à conclusão da necessidade de fazer encontros regulares com o grupo para estudos, ensaios. Nesses encontros, os estudantes foram estimulados a ler textos que trouxessem informações sobre Arquivo de Ricardo luiz