Ocupação/uso do solo em Portugal Continental, 1995-2010 ...
Construção sustentável e reabilitação urbana
1. GEOGRAFIA 10º/11º ANOS
Domínio - A organização do espaço ao longo do tempo: uma construção humana contínua.
Objetivo - As áreas urbanas: organização e dinâmica internas
Texto informativo
As consequências negativas da construção dos aglomerados urbanos e de infraestruturas
O Millenium Ecosystem Assessement (programa de pesquisas sobre mudanças ambientais apoiado pelas
Nações Unidas) classificou em quatro categorias os serviços prestados pelos ecossistemas às pessoas e às
empresas. São eles:
Serviços de aprovisionamento – de alimentos, de água, de materiais de construção, de recursos
genéticos, etc.
Serviços de regulação – do clima, das doenças, do ciclo da água, dos desastres naturais, etc.
Serviços culturais – de natureza estética, educacional, religiosa, de lazer.
Serviços de suporte – criação de solos, fotossíntese, etc.
Estes serviços perdem-se ou desvalorizam-se face à destruição ou degradação de ecossistemas para a
construção de aglomerados urbanos e de infraestruturas, particularmente, se ocorrem em zonas protegidas,
zonas húmidas, leitos dos rios ou orlas costeiras.
Quais são os impactos mais negativos?
Todos os anos são ocupados, em todo o mundo, três milhões de hectares de solos virgens com
novas construções e infraestruturas
Cerca de 50% das matérias-primas extraídas da natureza são destinadas à construção
Os entulhos resultantes das atividades da construção e demolição constituem o maior fluxo de
resíduos
Daí, ser difícil respeitar o desenvolvimento sustentável.
Efetivamente, o ciclo da construção tem um elevado impacto negativo sobre quase todos os domínios
ambientais, tais como, “solo”, “natureza” e “materiais”.
Vejamos o que se tem passado em Portugal.
Entre 1985 e o ano 2000, o solo que foi ocupado com novas urbanizações, indústrias, vias de comunicação e
outras infraestruturas correspondeu a quase nove vezes o espaço correspondente à do concelho de Lisboa.
Entre 1990 e 2000, o país registou o desenvolvimento mais rápido do “muro mediterrânico” (a orla costeira da
Europa, dominada pelo cimento e pelo betão).
De há uns anos para cá, após décadas de expansão das cidades em mancha de óleo e de urbanização
pouco planeada, um outro tipo de construção tem vindo a ocupar solos segundo projetos com riscos para a
sustentabilidade: os resorts turísticos.
Trata-se de projetos imobiliários caraterizados pela dispersão de habitações de elevado impacto ambiental,
com infraestruturas pesadas e profusão de equipamentos de lazer, o que conduz a um substancial acréscimo
da “pegada ecológica”. Muitos destes projetos ocuparam dos melhores terrenos da nossa orla costeira e da
reserva ecológica nacional.
Como contrariar a expansão do “território arteficializado”?
Uma alternativa capaz de travar o impacto da construção urbana e salvaguardar o património natural ainda
existente é a reabilitação do edificado e da infraestrutura já existentes, um processo que permite avançar
para um regime de “construção zero”. Dito de outro modo, um processo de aproveitamento de áreas já
anteriormente construídas.
Texto adaptado de “Portugal com o desenvolvimento mais rápido no betão” de Vítor Cóias, presidente da Direção do
Gecorpa – Grémio do Património, no BPI Expresso de 23 de novembro de 2013
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2. GEOGRAFIA 10º/11º ANOS
Um belo exemplo de “construção zero”
O Hotel Intercontinental Palácio das Cardosas, cuja reabilitação esteve a cargo da Lucios Engenharia e Construção, foi
ontem distinguido com o prémio ‘Melhor Intervenção na Cidade do Porto’, entregue no âmbito da 1ª edição do Prémio
Nacional de Reabilitação Urbana.
A concurso estavam 36 projetos, oriundos de todo o país, e assentes nas mais diversas áreas de negócio, incluindo
habitação, turismo, comércio, serviços e equipamentos sociais.
Trata-se do primeiro hotel da marca Intercontinental em Portugal e localiza-se numa das mais importantes artérias da
cidade do Porto, em plena zona classificada de património mundial pela UNESCO.
Esta obra assumiu a demolição do edifício e a manutenção da fachada original do Palácio das Cardosas.
Tendo em vista a integração do projeto, a construtora explica que houve uma aposta na manutenção da imagem dos
edifícios voltados para os espaços urbanos envolventes, nomeadamente a Praça Almeida Garrett, a Praça da Liberdade
e o Largo dos Lóios.
“Na Lucios, … sentimo-nos ‘em casa’ na reabilitação, porque sabemos fazer, temos know-how nesta matéria, e sentimonos bem a reabilitar porque ajudamos a preservar o nosso património.”, conclui o presidente da construtora.
Recorde-se que o Prémio Nacional de Reabilitação Urbana … consiste na distinção de projetos que estão a contribuir
para a regeneração das cidades portuguesas, para o seu desenvolvimento económico e para a melhoria de vida das
suas populações, distinguindo, simultaneamente, os agentes que se empenham em promover estas mudanças.
Fonte: Lucios ( texto adaptado)
http://www.lucios.pt/arquivo-noticias/palacio-das-cardosas-vence-premio-nacional-de-reabilita%C3%A7ao-urbana
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3. GEOGRAFIA 10º/11º ANOS
Vista aérea do Quarteirão das Cardosas, um exemplo de requalificação de todo um quarteirão numa zona nobre da
baixa portuense
Segundo a PORTO VIVO – Sociedade de Reabilitação Urbana, o quarteirão apresentava, antes da intervenção,
-42 prédios
-75% da área útil subaproveitada e 60% devoluta
- Ocupação intensiva do interior do quarteirão
- Cadastro retalhado e exíguo
- Mau estado de conservação dos edifícios
- Perigo para a saúde e segurança coletivas.
Perante este diagnóstico foi decidida uma intervenção no sentido de:
-Demolir as construções do interior do quarteirão
-Criar uma praça
-Criar um hotel de qualidade superior
-Criar um parque de estacionamento subterrâneo
- Dar predomínio à função habitacional.
Adaptado de
http://www.portovivosru.pt/sub_menu_5_2_2_5.php
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