O documento resume a história do Trem do Sertão Mineiro, como ele trouxe progresso e integração à região transportando pessoas e mercadorias. Também descreve os impactos causados quando o trem foi desativado, incluindo a perda de empregos e dificuldades para a população se locomover.
Acompanhamento processual e push — tribunal superior eleitoral
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1. ANO I Nº 1 Julho/2010
GRANDE REPORTAGEM - PROJETO EXPERIMENTAL – TRABALHO DE
CONCLUSÃO DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – HABILITAÇÃO EM
JORNALISMO – FUNORTE (FACULDADES INTEGRADAS DO NORTE DE MINAS)
Sertão é onde o pensamento da gente se forma mais forte do que o poder do lugar.
Caminhos do Papel branco Minas no O Circo Político
Trem Baiano aceita tudo! Norte e o Conhecimento
Perdido
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O TREM DO SERTÃO MINEIRO
IMPACTOS CAUSADOS
APÓS A DESATIVAÇÃO
JOSÉ EDUARDO
Ói, ói o trem, que surgia detrás das
montanhas azuis, olha o trem
Ói, ói o trem, que trazia de longe as cinzas
do velho éon
Ói, não é vem, fumegando, apitando,
chamando os que lembram do trem
Ói, era o trem, não precisava passagem, nem
mesmo bagagem no trem
Quem chorou. Quem sorriu
Quem ficou, quem partiu
Pois o trem foi embora, foi embora da região
Era o trem das sete horas, era o último do
sertão, do sertão
Adaptação livre sobre a letra da música “O Trem
das Sete”, do cantor e compositor Raul Seixas
2. GRANDE REPORTAGEM - PROJETO EXPERIMENTAL – TRABALHO DE CONCLUSÃO
2 Julho/2010
DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – HABILITAÇÃO EM JORNALISMO –
FUNORTE (FACULDADES INTEGRADAS DO NORTE DE MINAS)
MEMÓRIA
Uma viagem na história do
Trem do Sertão Mineiro e
dos Sertões do Mundo
Na Era Industrial, a ferrrovia se mais impressionantes feitos da enge- Antigo mapa da
constitui em um dos personagens nharia na história”. Enquanto na Central do
mais dramáticos, segundo a pesqui- Europa a viagem de trem requeria Brasil entre Rio
de Janeiro e
sadora Simone Narciso Lessa. Um várias paradas em estações – que Montes Claros
verdadeiro marco do progresso e da eram providas de restaurantes e to-
civilização da sociedade ocidental, aletes -; nos Estados Unidos, devido
que foi propagado por todas as for- às longas distâncias, os trens já pos-
mas de produção de imagens, aos suíam estes atrativos.
quatro cantos do planeta, sendo uma No Brasil, a rede ferroviária co- redores migratórios do Brasil, facili- e inacessível”.
imagem que se caracteriza por sua meçou a ser construída no Segundo tando o êxodo dos fugitivos da seca Em 1925, Montes Claros passa de
fluidez, capacidade de aparecer e de- Reinado (1840-1889), com a criação do sertão para os grandes centros ramal à Linha do Centro da Estrada
saparecer e por seu caráter inconstan- da Estrada de Ferro Dom Pedro II, urbanos. de Ferro Central do Brasil. Um ano
te. “Um trem que podemos seguir até que na República ficaria conhecida Segundo o pesquisador Leandro depois é inaugurada a Estrada de
sumir por um túnel, no presente, para como Estrada de Ferro Central do Saraiva, no Norte de Minas, antes da Ferro Central do Brasil na cidade.
reaparecer logo adiante, no passado, Brasil. Essa linha se constituiu pos- chegada da ferrovia, o transporte Entretanto, em 1930, as obras da fer-
na lembrança”, enfatiza. teriormente num dos principais cor- mais popular era feito através das tro- rovia foram interceptadas, o que for-
A história do trem tem início em pas. Os tropeiros tinham uma impor- mou um movimento para pressionar
27 de setembro de 1825, com o inglês tância salutar na economia da região: o andamento da construção. Em 1931,
George Stephenson. Ele inaugura abasteciam pequenas localidades e com o atraso das obras, o governo
com muita festa a locomotiva, The “Um trem que eram encarregados de levar e trazer federal assumiu os serviços da ferro-
Rocket, apesar das críticas que rece-
beu em relação ao valor e à utiliza-
podemos seguir até correspondências e informações. En- via, denominando-a de Viação Férrea
tretanto, com a chegada da ferrovia, Federal Leste Brasileiro.
ção do transporte. sumir por um túnel, eles passam a atuar cada vez menos A construção da linha até Monte
Na Europa, as ferrovias aparecem
como transportes individuais. Com
no presente, para e o trem torna-se o meio de transpor- Azul foi iniciada em 1942 e termina-
te mais eficiente e promissor. Lessa da em 1946. O tráfego dos primeiros
o passar do tempo, elas ganham de- reaparecer logo afirma que “a ferrovia seguirá pelo 65 quilômetros foi liberado em 1944.
finição jurídica, política e econômi-
ca. De acordo com Lessa, “a ferrovia
adiante, no passado, Sertão reforçando sua imagem de in- Em meados de 1945, mais 85 quilô-
tegradora e conquistadora de deser- metros da Linha foram utilizados. E,
foi o maior conjunto de obras públi- na lembrança” tos, civilizadora e saneadora de gran- no dia 10 de setembro de 1947, foi re-
cas existentes na época e um dos des extensões de território insalubre alizada a inauguração oficial de todo
o trecho, numa extensão de 238 qui-
lômetros, entre as cidades de Montes
Claros e a de Monte Azul.
PROJETO EXPERIMENTAL – TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO
DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – HABILITAÇÃO EM JORNALISMO – FUNORTE Entretanto, com a implantação do
(FACULDADES INTEGRADAS DO NORTE DE MINAS) trem de passageiros, o Trem do Ser-
tão Mineiro, este terá um valor pú-
COORDENADOR DO CURSO: Prof. Elpidio Rodrigues da Rocha Neto. ORIENTADORA: Profª. Ângela
Márcia Silva Braga. REDAÇÃO: José Eduardo Miranda Goes FOTOGRAFIAS: José Eduardo e Alberto blico importante no fortalecimento da
Bouchardet. REVISÃO: Profª. Patrícia Braga Ferreira. DIAGRAMAÇÃO: Cléber Caldeira. identidade socioeconômica e cultural
CONTATO: (38) 9160-1696 - eduardomoc22@yahoo.com.br
da região.
3. GRANDE REPORTAGEM - PROJETO EXPERIMENTAL – TRABALHO DE CONCLUSÃO
DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – HABILITAÇÃO EM JORNALISMO –
FUNORTE (FACULDADES INTEGRADAS DO NORTE DE MINAS) Julho/2010 3
Caminhos do Trem Baiano
Histórias contadas pelo povo
O Trem do Sertão Mineiro, o po- celino Amâncio Moreira, filho de JOSÉ EDUARDO JOSÉ EDUARDO
pular “trem baiano”, era fonte de Dona Nena, fala que as pessoas de
renda e lazer para muita gente que fora vendiam e muitas vezes compra-
morava perto da ferrovia. O apito do vam os produtos de Tocandira.
trem soava como um toque mágico Olerina era biscoiteira e conta que
que encantava e atraía as pessoas “o trem, quando chegava à estação,
próximas à linha. Nas estações, os parecia um mercado, na hora que
passageiros ficavam ansiosos à espe- partia, tinha menos de quarenta ou
ra do trem. Quando ele estacionava cinquenta pessoas”. Naquele tempo,
na plataforma, a ansiedade se trans- de acordo com ela, vendia-se de tudo:
formava em alegria, todos se apres- biscoito, bolo, mandioca cozida, bei-
savam em direção às poltronas, o ju, galinha, doce com requeijão. “O
movimento era intenso e a certeza de trem era um pai e uma mãe para Olerina Pereira dos Santos, 57 Constantino Galdante dos Santos, 60 anos - Pai
anos - Tocandira Pedro
mais uma viagem era emocionante. muitas famílias, ajudava muito o
Nela, os passageiros apreciavam be- povo” afirma. Ela às vezes fazia bis-
las paisagens e degustavam produ- coito três vezes no dia, para vender Fim do Trem trem desvalorizou muito Tocandira,
tos típicos da região durante as pa- aos passageiros, que vinham de Mon- Francelino conta que “na época vários comerciantes mudaram para
radas nas estações. te Azul ou Janaúba com o dinheiro que o trem parou, as pessoas se des- Janaúba e Montes Claros, porque as
Em Tocandira, distrito que perten- trocado, porque o trem demorava locavam de bicicleta, a cavalo e a pé pessoas dependiam dele para sobre-
ce ao município de Porteirinha, o pouco na estação. até as cidades de Porteirinha e Janaú- viver, fazer feira, pagar água e luz. A
trem baiano desfilava no centro, le- Lorivaldo Lopes de Oliveira, 43 ba para pegar o ônibus. Também última viagem do trem foi uma tris-
vando alegria e esperança à popula- anos, observa que o trem de carga morreram muitas pessoas, o senti- teza para o povo”, diz ela.
ção. Na área onde fica a estação fer- passa de madrugada apitando e atra- mento da perda do trem foi grande,
roviária, existem várias gameleiras. palha o sono de muitos moradores na as pessoas foram se acomodando nas
Estas árvores majestosas na época cidade de Pai Pedro, ex-distrito de casas, não tinham mais ânimo para
eram uma espécie de tenda natural, Porteirinha. Enquanto, na época do fazer biscoito e levar até o trem. Mui-
ofereciam sombra aos feirantes que trem baiano, a felicidade do povo era tas acabaram adoecendo e morren-
aguardavam a chegada do trem. vê-lo chegar à estação. Além disso, do”. Olerina reforça que “o fim do
Segundo a moradora Zela Morei- Lorivaldo ressalta que as estradas do
ra, conhecida como “Dona Nena”, as município estão acabadas, o asfalto
ALBERTO BOUCHARDET
pessoas traziam coisas de fora para chegou, mas, segundo ele, elas conti-
vender debaixo das gameleiras. Fran- nuam péssimas, principalmente
quando chove.
O Trem Baiano chegando
à Estação de Catuti
4. GRANDE REPORTAGEM - PROJETO EXPERIMENTAL – TRABALHO DE CONCLUSÃO
4 Julho/2010
DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – HABILITAÇÃO EM JORNALISMO –
FUNORTE (FACULDADES INTEGRADAS DO NORTE DE MINAS)
Constantino é ex-ferroviário, traba-
lhou vinte e dois como conservador de
linha e salienta que “o trem de passa-
geiros fez muita falta para o povo,
principalmente para os pobres. Ain-
da existe muita gente carente em Pai
JOSÉ EDUARDO
Pedro que não pode pagar uma pas-
sagem de ônibus”. Além disso, segun-
do ele, “a Rede Ferroviária Federal
Gameleira usada pelos feirantes na época e a atual
(RFFSA) empregava muita gente, co- Estação de Tocandira
locava empreiteira para tocar o servi-
ço, a linha era limpa, não tinha mato”. Olímpio conta que acordava às cin-
Constantino era um dos conservado- co horas da manhã, quando os carros
res responsáveis em capinar o terreno de boi passavam cantando, trazendo
próximo à linha. Depois que foi arren- pinha, coco, requeijão e outros produ-
dada à Ferrovia Centro-Atlântica, “a Manuel Costa, tos até o trem para Montes Claros.
71 anos - Catuti
FCA mandou passar veneno na ferro- Depois que o trem saía, o pessoal dos
via, mas os fazendeiros reclamaram, carros parava no boteco de Olímpio
porque o produto estava matando as para beber e comprar alguns manti-
pastagens, então a empresa teve que mentos. Hoje o comerciante ainda tem
abandonar o veneno”, diz ele. casa em Rebentão, mas não mora lá;
JOSÉ EDUARDO
Durante a entrevista, Constantino mudou-se para Monte Azul, porque
fala que a FCA optou pelo trem de o movimento em Re-
carga, porque dava mais lucro do que bentão acabou após a
o trem de passageiros, sobretudo em fazia o trajeto entre as duas cidades”. desativação do trem.
relação aos acidentes, uma vez que, Segundo ele, “esse último trem falha- O estudante Wali-
se houver um acidente com o trem de va um dia e voltava no outro; em se- son Cassiano de Sou-
carga, o prejuízo é menor. Já com o guida, falhava duas vezes por sema- za, 9 anos, nasceu cin-
trem de passageiros, colocava-se em na até ser desativado”. co anos após a desa-
risco a vida das pessoas, sendo, na Manuel conta que participou de tivação do trem de
concepção da empresa, maior o pre- uma reunião há cerca de cinco anos passageiros. Ainda é
juízo. Entretanto, quando o trem de em Montes Claros, e um certo Dou- uma criança, mas so-
passageiros funcionava no trecho de tor Afonso disse que um trem turísti- nha um dia viajar de
Montes Claros a Monte Azul, nunca co de luxo iria funcionar na região. trem. A ferrovia pas-
houve um acidente grave. Entretanto, Manuel discordou do sa próxima à casa de
Ana Barbosa Silva, 47 anos, fala projeto e queria o retorno do trem bai- seus pais, que moram
JOSÉ EDUARDO
que na época do trem, os passageiros ano, pois nele as pessoas transporta- numa pequena fa-
aproveitavam a viagem para colocar vam de tudo, enquanto, no trem tu- zenda perto do distri-
“o papo em dia”. Para ela, “o trem é rístico, isso não seria permitido. Walison to de Pageú, no mu-
sem dúvida melhor que o ônibus. As O comerciante José Olímpio fala trem. “Depois que parou, com- Cassiano de nicípio de Monte
Souza, 9 anos -
estradas já são péssimas, ainda mais que quando o trem baiano chegava plicou ainda mais; quando fun- Monte Azul Azul. Durante a re-
no tempo de chuva, quando ficam ao povoado de Rebentão, no municí- cionava, o movimento era mai- portagem, seguimos
praticamente intransitáveis; os carros pio de Monte Azul, as pessoas corri- or”, explica. Os moradores de de charrete até o po-
e os ônibus atolam na lama e o servi- am para perto da ferrovia para ver o Rebentão ficaram chocados com voado de Pedreira,
ço de retirada dos veículos ocorre o fim do transporte. Segundo que também perten-
JOSÉ EDUARDO
através de tratores emprestados por José Olímpio, “a maioria deles ce ao município.
moradores da zona rural”. mudou para Monte Azul, porque o Aproveito a carona e lhe informo da
Ela explica que o fim do trem “foi lugar ficou parado e isolado”. Já em reportagem sobre o trem baiano, e ele
muito ruim, parentes diziam que fi- relação ao transporte atual, o comer- acha muito boa a ideia. O convido a
caria mais difícil viajar para Pai Pe- ciante afirma que apenas um cami- participar do trabalho. Por fim, mar-
dro, houve várias manifestações na nhão faz todos os dias a linha até camos a entrevista, e o menino de ape-
cidade, cartazes de protestos pedin- Monte Azul, e um ônibus escolar do nas nove anos surpreende. Segundo
do o retorno do trem”. Manuel Costa município, em estado precário, trans- Walison, o trem trafega num único tra-
é funcionário da prefeitura de Catu- porta os estudantes para Rebentão. jeto; já os carros passam vários numa
ti, ex-distrito de Mato Verde, e expli- Além disso, José Olímpio explica que, única via. O estudante explica que o ris-
ca que o trecho entre Montes Claros na época do trem, a ferrovia era lim- co de acidente é muito maior na rodo-
e Monte Azul já “teve quatro trens de pa e conservada, os pedestres e o pes- via do que na ferrovia. Para ele, “o trem
passageiros, depois cortaram dois José Olímpio Silva, 52 anos -
soal de bicicleta deixavam as estra- é seguro no ferro”, ou seja, ferro signifi-
trens e por fim sobrou apenas um que Monte Azul das para passar pela linha. ca os trilhos por onde o trem transita.
5. GRANDE REPORTAGEM - PROJETO EXPERIMENTAL – TRABALHO DE CONCLUSÃO
DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – HABILITAÇÃO EM JORNALISMO –
FUNORTE (FACULDADES INTEGRADAS DO NORTE DE MINAS) Julho/2010 5
crescimento do negócio caminha
lado a lado com a preocupação, com
a segurança e adoção de práticas de
responsabilidade social, que contri-
Estação de buam para prevenir ocorrências fer-
Tocandira -
roviárias, além de melhorar a vida
Porteirinha
das comunidades onde operamos;
- em parceria com instituições
governamentais e sociedade civil,
buscamos promover, por meio de
diálogo permanente, a construção
de programas e atividades para
JOSÉ EDUARDO
fomentar o desenvolvimento local
e garantir uma convivência segu-
ra e harmônica em nossa área de
atuação.
Papel branco aceita tudo! Porém, basta chegar ao distrito
de Tocandira, no município de Por-
teirinha, para nos depararmos com
Sátira ao contrato de concessão, firmado em 1996 entre uma cena lastimável. A estação fer-
o governo e a empresa Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) roviária, patrimônio histórico e cul-
tural do município, está destruída,
O trem, durante muitas décadas, ria e/ou expansão dos serviços da reitos emergentes da CONCESSÃO o telhado e parte do muro foram ar-
alimentou a cultura e as tradições malha objeto deste contrato, sempre até limite que não comprometa a rancados, as paredes estão desfigu-
da região. Hoje, algumas estações com prévia autorização da CONCE- continuidade da prestação do ser- radas, o mato e a sujeira tomam
ferroviárias do trecho que liga DENTE, que se manifestará a respei- viço, com autorização prévia da conta do local.
Montes Claros a Monte Azul estão to no prazo de 90 (noventa) dias; CONCEDENTE. A fachada da estação com o
em estado de abandono e deterio- - ampliar a prestação do servi- A FCA é uma empresa privada nome de Tocandira está danificada,
ração. O contrato obriga a Ferrovia ço concedido mediante a partici- que visa o lucro, a administração e foi pichada a sigla ETO - Estação
Centro-Atlântica (FCA) a zelar pela pação em projetos públicos ou pri- patrimonial que ela exerce no tre- de Tocandira - na parede, com tinta
integridade dos bens vinculados à vados que visem a promover o de- cho entre Montes Claros e Monte laranja, cor que simboliza a empre-
concessão, mantendo-os em perfei- senvolvimento socioeconômico da Azul é desprezível, em relação a sa FCA. A casa do ex-agente da es-
tas condições de funcionamento e área onde se situa a malha objeto outras malhas que administra. No tação está deformada, e o telhado
conservação. Além disso, os três desta CONCESSÃO; site, a empresa fala muito de res- desabando. Além disso, o terreno
primeiros parágrafos da cláusula - dar, em garantia de eventuais ponsabilidade e bem-estar social, que a FCA administra está imundo,
10ª (dos direitos da concessionária) contratos de financiamento desti- como nos dois textos retirados do não tem uma praça e uma área de
do contrato impõem a FCA: nados a prover a recuperação, a próprio site: lazer. Diferente de outras malhas
- construir ramais, variantes, pá- conservação, a ampliação ou a mo- - a FCA considera fundamental onde atua, como no trecho de 18
tios, estações, oficinas e demais ins- dernização da ferrovia, bens de sua o bom relacionamento com as co- quilômetros entre Ouro Preto e Ma-
talações, bem como proceder a reti- propriedade vinculados ao trans- munidades. Por isso, nosso esforço riana. Nele, a população encontra
ficações de traçados para a melho- porte ferroviário, bem como os di- para a criação de bases sólidas de “uma estrutura de entretenimento
e de conhecimento pedagógico úni-
ca no país: parque lúdico musical,
JOSÉ EDUARDO JOSÉ EDUARDO
museu, bibliotecas, cafeteria e vári-
os vagões temáticos”, segundo o site
da FCA. Outro exemplo é o projeto
de modernização da linha férrea que
liga o bairro Horto, região leste de
Belo Horizonte, a General Carneiro,
em Sabará. De acordo com informa-
ção publicada no site da empresa:
- o projeto contempla investi-
mentos em infraestrutura urbana
que beneficiarão os mais de 250 mil
moradores dos 10 bairros que estão
localizados na região, por meio da
Reforma inacabada da instalação de passarelas e viadutos,
Estação de Catuti
pavimentação de ruas e a constru-
Estação de Pai Pedro ção de áreas verdes e de lazer;
6. GRANDE REPORTAGEM - PROJETO EXPERIMENTAL – TRABALHO DE CONCLUSÃO
6 Julho/2010
DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – HABILITAÇÃO EM JORNALISMO –
FUNORTE (FACULDADES INTEGRADAS DO NORTE DE MINAS)
FOTOS: JOSÉ EDUARDO
Alojamento
da Estação de
Monte Azul
FOTOS: JOSÉ EDUARDO
- além disso, a duplicação e reti-
ficação dos 8,3 quilômetros da fer-
rovia que liga a região Leste de Belo
Horizonte até General Carneiro, em
Sabará, contribuirão para a melho- Plataforma de Rebentão - Monte Azul
ria da segurança das comunidades
e para a maior eficiência das opera-
ções ferroviárias no trecho.
Depois de Tocandira, a situação se FOTOS: JOSÉ EDUARDO
repete em Pai Pedro; a estação da cida-
de está em estado precário, destroços
de telhas espalhados sobre o piso, esti-
lhaços de madeira e muito mato.
Na cidade de Catuti, a reforma
da estação está parada após anos
abandonada pela empresa FCA, que
nunca preservou o patrimônio his-
tórico e cultural dessas estações.
O contrato firmado, em 1996,
obriga a empresa a zelar pela inte-
gridade dos bens concedidos, o que,
na realidade, não acontece. Em Reben-
tão, povoado que pertence ao municí-
pio de Monte Azul, a pequena plata-
forma onde ficavam os passageiros te de crianças que passam pelo lo-
- com o perdão do trocadilho - está cal. Os antigos dormitórios da ofi-
arrebentada. cina não existem mais, apenas arma-
As três pilastras de ferro que sus- ções velhas, paredes pichadas e
tentavam o teto estão enferrujadas, muito mato.
e apenas o mato cobre o local. A cai- Segundo o site da FCA, a em-
Oficina da Estação de Monte Azul
xa d’água ao lado da ferrovia está presa possui no total 11 oficinas,
danificada. Mais adiante no trecho, que estão preparadas para recupe-
um carro guindaste amarelo da em- rar e reformar o transporte de di-
presa está tomado pelo mato. Já na ferentes produtos. Entretanto, há
estação ferroviária de Monte Azul, outras oficinas arrendadas à em- estações, entre outros. A foto na página seguinte retrata
as portas e janelas do alojamento presa, como essa de Monte Azul, No pátio da estação de Monte a imagem de destruição. As paredes
estão quebradas. que está caindo aos pedaços. A Azul, alguns vagões da antiga Rede de madeira estão furadas e arranca-
Dentro do prédio, a sujeira retra- FCA deixa de lado um patrimônio Ferroviária Federal (RFFSA) trans- das; no chão, muita espuma mistu-
ta o descaso da FCA perante os bens que lhe foi concedido para que feridos à Ferrovia Centro-Atlântica, rada com brita da própria ferrovia.
que lhe foram concedidos. Além dis- preservasse. O próprio contrato na época do contrato, estão em es- Dentre as estações ferroviárias
so, a estrutura da oficina ferroviá- fala que a empresa deve construir tado degradante. A ferrugem e o de pequeno porte, no trecho entre
ria está abalada e perigosa, parte do oficinas, recuperar, conservar, am- abandono dos carros, no local, mos- Montes Claros e Monte Azul, a úni-
telhado está destruída e desmoro- pliar, modernizar bens de sua pro- tram o quanto a empresa é irrespon- ca que está em bom estado de con-
nando, a ponto de colocar em risco priedade, e não destruir e abando- sável em administrar o patrimônio servação é a de Engenheiro Zander,
a vida de moradores, principalmen- nar oficinas, alojamentos, vagões, que foi arrendado a ela. ou Capitão Enéas. Por que a esta-
7. GRANDE REPORTAGEM - PROJETO EXPERIMENTAL – TRABALHO DE CONCLUSÃO
DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – HABILITAÇÃO EM JORNALISMO –
FUNORTE (FACULDADES INTEGRADAS DO NORTE DE MINAS) Julho/2010 7
ção de Capitão Enéas e a oficina fer- e 2006, a Vale destinou cerca de
roviária foram reformadas, e as es- US$ 488 milhões à FCA, possibili-
tações de Tocandira, Pai Pedro, tando a modernização dos ativos e
Catuti e outras não foram? Basta da gestão, com resultados imedia-
Sujeira e compreender que na região de Ca- tos em produtividade e segurança
destruição pitão Enéas está instalada a Eletrosi- para empregados e comunidades.
dentro de um
dos vagões lex, empresa que trabalha na produ- A Vale do Rio Doce trabalha com
emperrados ção de metais. Segundo o site da FCA: extração de minério. Restaurar um
no pátio de - em setembro de 2003, autori- ou outro patrimônio histórico é
Monte Azul
zada pela Agência Nacional de marketing para ela, uma vez que
Transportes Terrestres (ANTT), a incrementa o poder de atuação da
Vale assumiu o controle acionário mesma, sobretudo numa área que
da FCA, com 99,9% de ações, for- encaixa com o perfil de produção da
talecendo o processo de gestão e re- empresa, no caso da usina da Ele-
JOSÉ EDUARDO cuperação da empresa. Entre 2004 trosilex, em Capitão Enéas.
Minas no Norte “o pessoal de
Governador Valadares
ameaçou até arrancar
cionando todos os dias, o Vitória-
Minas, e mais dois trens turísticos:
um que faz o trecho de 18 quilôme-
Foi descoberta, em 2008, no mu- Doce, retrata bem o conforto e a so- as linhas se retirassem tros entre as duas cidades históri-
nicípio de Rio Pardo de Minas, Nor- fisticação do transporte de passa- cas, Ouro Preto a Mariana, revitali-
te de Minas, uma grande jazida de geiros mantido pela empresa que
o trem de passageiros, zado em 2006, e outro que percorre
minério de ferro. A informação foi liga os dois estados. pois não admitiam 12 quilômetros entre São João Del
anunciada na época pelo diretor do trens de cargas Rei e Tiradentes.
Instituto de Desenvolvimento Indus- “Único trem diário que realiza retirando o sossego da Os trens de passageiros que fun-
trial de Minas Gerais (INDI), Jamil viagens de longa distância no Bra- cionam naquela região são um marke-
Habib Cury. Segundo ele, a pesquisa sil – passa por cidades históricas, às
população que não ting social muito forte para a empre-
indica que as reservas de minério margens do Rio Piracicaba e do Rio teria nada em troca” sa. Já na época da privatização, hou-
de ferro da região estão entre as Doce, em Minas Gerais, e chega até ve desativação do transporte de
maiores do mundo, com a estimati- as belas praias do Espírito Santo. passageiros em alguns cantos do
va de concentração de 10 bilhões de A viagem tem duração de apro- bira e Nova Era, e faz conexão com país, inclusive na região Norte de
toneladas, podendo ser comparadas ximadamente 13 horas, em trecho os dois trens da linha principal. Minas, como aconteceu com o len-
com as jazidas do quadrilátero ferrí- de 664 km entre Belo Horizonte e Há mais de um século, o trem dário e saudoso Trem do Sertão, o
fero mineiro, da região metropoli- Vitória. Assim como outros meios de de passageiros incentiva o turismo popular “Trem Baiano”. Entretan-
tana e municípios do Vale do Aço transporte, o Trem de Passageiros con- na região e contribui para integrar to, o trem de passageiros em Gover-
como João Monlevade e Itabira. ta com classe econômica e executiva e desenvolver várias comunidades. nador Valadares não foi desativa-
Futuramente, a Vale do Rio com ar condicionado, ambas ofere- Venha fazer parte deste passeio do, porque segundo Alberto Bou-
Doce tem interesse em explorar cendo transporte seguro e agradá- inesquecível. Boa viagem!” chardet, presidente da ong Amigos
aquela área, que faz parte da Serra vel. Em 2008, mais de 1,2 milhão do Trem Baiano, “o pessoal de Go-
Geral, considerada um dos cartões de passageiros viajaram pela Estra- Este último parágrafo do texto é vernador Valadares ameaçou até
postais do Norte do estado. da de Ferro Vitória-Minas. um pouco contraditório no que diz arrancar as linhas se retirassem o
Certamente, nas próximas dé- Para mais conforto e comodida- respeito ao trem de passageiros que trem de passageiros, pois não ad-
cadas, a atual malha ferroviária de, o trem conta com carro-lancho- a Vale do Rio Doce opera. Se o trem mitiam trens de cargas retirando o
que liga Montes Claros a Monte nete e um carro-restaurante, dispo- tem essa importância de incentivar, sossego da população que não te-
Azul poderá receber um novo tre- níveis durante a viagem. Há tam- integrar e desenvolver o social, por ria nada em troca”.
cho até o local onde foi encontra- bém um carro exclusivo para por- que a Vale não coloca um trem de Hoje é lucro para a Vale man-
da a nova mina. O mesmo diretor tadores de necessidades especiais. passageiros para funcionar no Nor- ter o transporte de passageiros
fala da importância de construir Em todos os ambientes do trem, os te de Minas, região que também em troca de explorar a riqueza
uma ferrovia para assegurar o es- passageiros contam com atendi- tem uma das malhas administra- daquela região e, quem sabe, ex-
coamento do minério. mento da equipe de bordo. das pela empresa? Resta saber se plorar ainda nas próximas déca-
Atualmente, a Vale dá pouca Todos os dias, dois trens de pas- no momento é “vantajoso” para a das a nova reserva de minério de
importância ao trecho que liga as sageiros circulam pela Estrada de empresa o trem de passageiros ferro encontrada no Norte de Mi-
duas cidades; não há transporte de Ferro Vitória-Minas (EFVM). Um numa das regiões mais carentes do nas, mas de forma consciente do
passageiros e o que vemos é um ce- sai de Cariacica, na região metro- estado. Ao contrário da região mi- impacto ambiental que poderá
nário de abandono e desolação. Já politana de Vitória, às 7h, chegan- neradora, uma área estratégica acarretar sobre um dos cartões
na região mineradora do estado, do a Belo Horizonte por volta de para a Vale, onde está localizado o postais mais importantes da re-
considerada a mais desenvolvida, 19h40. O outro parte da capital mi- quadrilátero ferrífero, várias in- gião. Talvez, em compensação
o trem de passageiros que liga Mi- neira às 7h30 e encerra a viagem às dústrias metalúrgicas e siderúrgi- pelos ganhos com o transporte do
nas a Vitória, no Espírito Santo, 20h10, na capital capixaba. Há tam- cas; e que hoje ela mantém, junto minério que será extraído no Nor-
ainda funciona. O texto a seguir, bém um trem que realiza o percur- com a Ferrovia Centro-Atlântica te de Minas, a Vale traga de volta
extraído do site da Vale do Rio so entre as cidades mineiras de Ita- (FCA), um trem de passageiros fun- o trem de passageiros.
8. GRANDE REPORTAGEM - PROJETO EXPERIMENTAL – TRABALHO DE CONCLUSÃO
8 Julho/2010
DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – HABILITAÇÃO EM JORNALISMO –
FUNORTE (FACULDADES INTEGRADAS DO NORTE DE MINAS)
O P I N I Ã O
A influência do JOSÉ EDUARDO
BNDES no fim do povo marcou presença e
assistiu a mais um espe-
táculo desprezível da po-
trem de passageiros lítica brasileira: o fim do
trem baiano.
O Norte de Minas possui três importantes meios de Ao lado da estação fer-
transporte: o ferroviário, o rodoviário e o hidroviário, roviária de Janaúba foi cri-
através do Rio São Francisco. No ano de 2010, o Progra- ado o Espaço Cultural Cen-
ma de Aceleração do Crescimento (PAC-2) prevê um in- tral do Brasil. No local tam-
vestimento de R$ 399 milhões até 2014, no trecho entre bém funciona a Biblioteca
Pirapora (MG) e Juazeiro (PE), perfazendo um total de Circo instalado ao lado da Estação de Janaúba Pública da cidade. Atual-
1.371 quilômetros de hidrovia. mente, o patrimônio per-
Entretanto, a rodovia é o principal meio utilizado
para o transporte na região. Existem três grandes rodo-
vias federais: BR-135, BR-365 e BR-251 que ligam o Su-
O Circo Político tence à Ferrovia Centro-Atlântica (FCA); o
espaço foi cedido pela empresa à prefeitura.
Na parede, várias pinturas retratam his-
deste do Brasil ao Nordeste. Montes Claros, cidade pólo
do Norte de Minas, tem o segundo maior entroncamen- e o Conhecimento tórias e tradições gorutubanas e norte-mi-
neiras. Uma delas é a estação ferroviária. Po-
to rodoviário do país.
Por outro lado, o ferroviário e o hidroviário são me-
nos poluentes e mais econômicos em relação ao rodoviá-
Perdido rém, dentro da biblioteca encontra-se mui-
to pouco sobre a história da cidade. De acor-
rio. A realidade, observada em outras regiões de países O acordo de concessão entre o Gover- do com o bibliotecário Delci da Silva Duar-
desenvolvidos como os Estados Unidos, mostra que o no e a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), te, 51 anos, “temos muito pouco da história
transporte ferroviário, sobretudo o de passageiro, ainda segundo o contrato, “decorre de licitação de Janaúba, porque os primeiros que pega-
é muito utilizado por lá. sob a modalidade de leilão” ou melhor, ram os documentos da cidade não se preo-
Entretanto, no Norte de Minas, o trem baiano foi su-
na modalidade de “circo”. É isso que re- cuparam em guardá-los e conservá-los. Hoje
primido e abandonado em pátios da ferrovia. O azul dos
presenta o contrato, “uma palhaçada”. A di- necessitamos recorrer aos moradores anti-
vagões, na época, simbolizava as belas montanhas de
Monte Azul. Hoje a tinta se desintegra dos carros e a fer- ferença de um e outro é que, no leilão, não gos que possam fazer o relato da história da
rugem é o retrato da covardia e crueldade que fizeram teve a participação do povo, apenas dos em- cidade e do trem”.
com o trem de passageiros. presários da FCA que assistiram ao lance Delci afirma que, na biblioteca, não existe
Este trem fazia parte da Rede Ferroviária Federal So- e arremataram-no. Enquanto no circo, o documento ou arquivo histórico sobre o trem bai-
ciedade Anônima (RFFSA), que, no ano de 1992, foi in- ano. Portanto, isso representa um vexame para a
JOSÉ EDUARDO
cluída no Programa Nacional de Desestatização através empresa FCA, que forneceu o espaço, mas não
de estudos feitos pelo Banco Nacional de Desenvolvimen- se preocupou em doar algum material histórico
to Econômico e Social (BNDES), que recomendou a trans- sobre o trem à biblioteca. A prefeitura municipal,
ferência para o setor privado dos serviços de transporte Espaço
Cultural através da secretaria de cultura, também mostra
ferroviário de carga, segundo o site do Ministério dos
Central o quanto é negligente em relação à história de
Transportes. Mas o transporte de passageiros não é men-
do Janaúba, que teve o trem como personagem
cionado pelo site. Será mesmo que o BNDES não anali- Brasil,
sou, durante a pesquisa, a utilidade econômica e social importante no desenvolvimento da cidade.
em
que o trem de passageiros tinha no Norte de Minas? Janaúba
Se alguém entrar no Espaço Cultural Central
O BNDES, no início da década de 1980, foi marcado do Brasil em busca de informações a respeito do
pela integração das preocupações sociais e política de trem, não vai encontrar nada significativo, o
desenvolvimento, e em 1982 acrescentou mais uma le- que representa um grande paradoxo.
tra importante à sua sigla, um “s”, de social e de sorte.
Entretanto, “o azar” veio dez anos depois, quando o ban-
co, de acordo com o site da empresa, “teve papel impor-
tante na privatização das grandes estatais brasileiras”.
Além disso, “o banco foi o órgão responsável pelo su- Resposta da FCA
porte administrativo, financeiro e técnico do Programa Dia 16 de junho de 2010, foi encaminhado um e- dade, o que eu precisava era de documentos e
Nacional de Desestatização, iniciado em 1991”. mail a Ana Carolina Barbosa, analista de comuni- informações a respeito dos patrimônios citados
Portanto, não se pode considerar que o Banco Naci- cação da FCA em Belo Horizonte, solicitando infor- anteriormente, que estão ou não sob concessão
onal foi de “Desenvolvimento Econômico e Social”, prin-
mações sobre manutenção e preservação dos patri- da empresa.
cipalmente na época em que o trem de passageiros era o
mônios ferroviários (estações, oficinas, alojamentos Porém, minha solicitação não foi atendida e
protagonista do desenvolvimento socioeconômico e cul-
etc), que a Ferrovia Centro-Atlântica administra no o Leandro me pediu que lhe enviasse um e-mail
tural do Norte de Minas.
Norte de Minas, no trecho entre Montes Claros e sobre os ativos (os patrimônios) de meu interes-
Monte Azul. No dia seguinte, Ana Carolina respon- se. Os ativos já haviam sido enviados no primei-
de ao e-mail, dizendo que iria encaminhá-lo para ro e-mail encaminhado a Ana, que ficou de re-
Leandro Grandi, assessor de imprensa da FCA. passá-lo ao assessor.
Domingo à tarde, 20 de junho, Leandro liga Por fim, o assessor explicou que não tinha au-
pedindo mais detalhes da reportagem. Na ver- torização para fornecer tais informações.
ALBERTO BOUCHARDET
Parte do Trem Baiano abandonado
no pátio de Sete Lagoas