2. REVOLTAS NATIVISTAS
• Movimentos que não tinham como objetivo a
independência, mas que demonstravam
insatisfação com a administração local ou da
Coroa Portuguesa.
• São exemplos desse tipo de movimento:
Aclamação de Amador Bueno (1641), Revolta da
Cachaça (1660-1661), Conjuração de "Nosso Pai“
(1666), Revolta dos Beckman (1684-1685), Guerra
dos Emboabas (1708-1709), Revolta do Sal (1710),
Guerra dos Mascates (1710-1711), Motins do
Maneta (1711), Revolta de Filipe dos Santos
(1720).
Prof.ª Valéria Fernandes 9/28/2012 2
3. REVOLTA DOS BECKMAN
• DATA: 1684-1685.
• O Maranhão era tratado como periferia da área
de produção açucareira e sua população era
em sua maioria muito pobre.
• Os senhores da região praticavam a escravidão
indígena abertamente.
• A ação dos jesuítas na região e a proibição de
escravizar os índios reforçada pela Coroa
(1680), acirrou os conflitos.
• Em 1682, foi criada a Companhia do Comércio
do Maranhão com monopólio de 20 anos sobre o
comércio de escravos e outros produtos.
Prof.ª Valéria Fernandes 9/28/2012 3
4. REVOLTA DOS BECKMAN
• A Companhia entretanto não fornecia a
quantidade contratada de escravos e cobrava
caríssimo pelos produtos em geral.
• A população protestava e os senhores tramaram
uma revolta que se concretizou em 24/02/1684:
Palácio de governo tomado e o governador
preso.
Jesuítas expulsos do Maranhão.
Armazéns da Companhia saqueados.
Tentativa de conseguir adesão ao movimento
dos colonos de Belém do Pará.
Prof.ª Valéria Fernandes 9/28/2012 4
5. REVOLTA DOS BECKMAN
• Os revoltosos enviam Tomás Beckman a Portugal
para convencer a Coroa de que a revolta era
justa.
• Tomás Beckman é capturado e trazido para o
Maranhão na Esquadra, com o novo governador,
Gomes Freire de Andrade, mandado para
executar a repressão.
• No fim, somente dois revoltosos são mortos,
Manuel Beckman e Jorge Sampaio, os demais
seguem para o degredo.
• A situação de pobreza da região perdurou até a
Revolução Industrial e a Revolução Americana.
Prof.ª Valéria Fernandes 9/28/2012 5
6. GUERRA DOS MASCATES
• DATA: 1710-1711.
• Opôs os grandes senhores de engenho de Olinda
aos comerciantes lusitanos de Recife.
• Com a expulsão dos holandeses, a crise da
economia açucareira se tornou mais evidente.
• O porto de Recife prosperava e os comerciantes
eram credores das dívidas dos fazendeiros.
• Olinda, entretanto, era a capital de Pernambuco
e, somente uma vila, estava sob jurisdição
daquela cidade.
Prof.ª Valéria Fernandes 9/28/2012 6
7. GUERRA DOS MASCATES
• Em fevereiro de 1709, uma Carta Régia elevou
Recife à condição de vila.
• Em 1710, o conflito estourou com a invasão de
Recife, o governador fugiu para a Bahia, e a
destruição dos símbolos de sua autonomia, o
Pelourinho e a Câmara Municipal.
• Os recifenses também atacaram Olinda no ano
seguinte.
• A Coroa interveio, prendeu os líderes da revolta,
garantiu a autonomia de Recife e transformou a
cidade em capital da capitania de Pernambuco.
Prof.ª Valéria Fernandes 9/28/2012 7
8. MOVIMENTOS
EMANCIPACIONISTAS
• Visavam a autonomia da colônia ou partes dela.
• Surgidos do sentimento de alteridade → os
colonos são diferentes dos portugueses.
• Inspirados por idéias iluministas e por movimentos
como a Revolução Americana, a Independência
do Haiti e a Revolução Francesa.
• São exemplos de movimentos emancipacionistas:
Conjuração Mineira (1789), Conjuração Carioca
(1794), Conjuração Baiana (1798), Conspiração
dos Suassunas (1801) e Revolução Pernambucana
(1817).
Prof.ª Valéria Fernandes 9/28/2012 8
9. POLÍTICA PORTUGUESA
• A subida ao trono de D. Maria I em março de
1777, levou à derrubada do Marquês de Pombal
e todo o ministério.
• Este movimento é chamado de Viradeira.
• D. Maria I suspendeu as medidas econômicas do
ministro, reforçou o poder da Igreja, a
dependência em relação à Inglaterra, expurgou
a Universidade de Coimbra acusando alunos e
professores de heresia, enciclopedismo e outros
“crimes”.
• Baixou o Alvará proibindo atividades industriais no
Brasil em 1785.
Prof.ª Valéria Fernandes 9/28/2012 9
10. ALVARÁ DE D. MARIA I
• Fala do “grande número de fábricas e
manufaturas que de alguns anos por esta parte se
têm difundido em diferentes capitanias do Brasil”.
• E determina que “todas as fábricas, manufaturas
ou teares de galões, de tecidos, (...) excetuando-
se tão somente aqueles ditos teares ou
manufaturas em que se tecem, ou manufaturam,
fazendas grossas de algodão, que servem para o
uso e vestuário de negros, para enfardar, para
empacotar, (...) todas as mais sejam extintas e
abolidas por qualquer parte em que se acharem
em meus domínios do Brasil”.
Prof.ª Valéria Fernandes 9/28/2012 10
11. CONJURAÇÃO MINEIRA
• DATA: 1789.
• Apesar da queda na produção aurífera, a Coroa
Portuguesa mantinha uma pesada carga fiscal.
• A Coroa alegava que a culpa era do
contrabando.
• A Derrama → os homens-bons deveriam
completar o que faltasse das 100 arrobas anuais
de ouro (1500 kg) pré-estabelecidas.
• A pressão da Metrópole alimentou a revolta
conhecida como Conjuração ou Inconfidência
Mineira.
Prof.ª Valéria Fernandes 9/28/2012 11
12. CONJURAÇÃO MINEIRA
• Ficou estabelecido que no dia da Derrama
haveria um levante.
• O grupo que tramava a revolta era socialmente
variado, ainda que em sua maioria fossem
homens da elite mineradora: militares de média e
alta patente, clérigos, intelectuais, funcionários
públicos.
• Dentre eles destacamos os poetas Cláudio
Manuel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga.
• Joaquim José da Silva Xavier, o “Tiradentes”, era
um dos inconfidentes menos abastados e
terminou ganhando notoriedade pós-morte.
Prof.ª Valéria Fernandes 9/28/2012 12
13. CONJURAÇÃO MINEIRA
• Os conjurados pretendiam criar uma república
nas Minas Gerais, podendo se expandir para
outras regiões da colônia.
• Inspiravam-se nas idéias Iluministas e da
Revolução Americana.
• Queriam a capital em São João Del Rei e nesta
cidade pretendiam fundar uma universidade.
• Não havia consenso em relação à escravidão,
então, a proposta era mantê-la.
• Foi criada uma bandeira com o dístico "Libertas
Quæ Sera Tamen“, “Liberdade ainda que Tardia”.
Prof.ª Valéria Fernandes 9/28/2012 13
15. CONJURAÇÃO MINEIRA
• O movimento foi denunciado por Joaquim Silvério
dos Reis ao governador, o visconde de
Barbacena, em troca do perdão de suas dívidas.
• A derrama foi suspensa.
• O governador instaurou uma devassa e acusou os
conjurados de crime de lesa-majestade, traição
ao rei (*nesse caso, rainha*), inconfidência.
• Todos foram presos e os líderes do movimento
foram mandados para o Rio de Janeiro.
• Ainda em Vila Rica, Cláudio Manuel da Costa
faleceu na prisão, provavelmente assassinado
Prof.ª Valéria Fernandes 9/28/2012 15
16. CONJURAÇÃO MINEIRA
• Todos negaram envolvimento com a conjura,
menos Tiradentes.
• A sentença de 18 de abril de 1792, condenou os
12 inconfidentes à morte. No dia seguinte, um
decreto real mudou a sentença de 11 deles para
degredo.
• Os degredados foram remetidos para as colônias
na África, e os religiosos recolhidos a conventos
em Portugal.
• Tiradentes foi morto em 21 de abril de 1792, seu
corpo esquartejado e exposto no Caminho Novo,
sua cabeça exposta em Vila Rica.
Prof.ª Valéria Fernandes 9/28/2012 16
17. CONJURAÇÃO MINEIRA
• A memória da execução de
Tiradentes, orquestrada para
servir de exemplo, ficou na
memória popular.
• A República, carente de
heróis, apropriou-se de
Tiradentes, deu-lhe feições de
“Cristo” e transformou-o em
mito.
• O quadro de Pedro Américo
de 1893, exemplifica bem isso.
Prof.ª Valéria Fernandes 9/28/2012 17
18. CONJURAÇÃO BAIANA
• DATA: 1798.
• Havia grande insatisfação com o governador e os
preços altos dos gêneros alimentícios.
• Inspirava-se na Revolução Americana, na
Revolução Francesa e na Independência do Haiti.
• A elite intelectual reunia-se na Loja Maçônica
Cavaleiros da Luz para discutir as idéias vindas do
estrangeiro.
• Mas essas idéias circulavam também nas ruas de
Salvador, entre a população mais pobre, negra e
mestiça, daí o nome de Conjuração dos Alfaiates.
Prof.ª Valéria Fernandes 9/28/2012 18
19. CONJURAÇÃO BAIANA
• Os conjurados baianos defendiam, entre outras
coisas:
A República.
Abolição da Escravidão;
Diminuição dos Impostos;
Abertura dos Portos;
Fim do preconceito racial;
Salários mais justos;
Que as portas dos conventos fossem abertas e
quem desejasse pudesse deixar a vida religiosa.
Expansão do movimento para o resto da colônia;
Prof.ª Valéria Fernandes 9/28/2012 19
21. CONJURAÇÃO BAIANA
• Os ideais da conjuração eram divulgadas
principalmente pelos escritos do soldado mulato
Luiz Gonzaga das Virgens e pelos panfletos de
Cipriano Barata, médico e filósofo.
• Em 12 de agosto estoura o movimento. Panfletos
colados por toda a cidade, especialmente nas
portas das igrejas.
• Em um deles se lia: "Animai-vos Povo baiense que
está para chegar o tempo feliz da nossa
Liberdade: o tempo em que todos seremos
irmãos: o tempo em que todos seremos iguais."
• Houve repressão e muitas denúncias e prisões.
Prof.ª Valéria Fernandes 9/28/2012 21
22. CONJURAÇÃO BAIANA
• Alguns foram condenados à morte, outros
sofreram suplício e foram mandados para o
degredo, alguns perpétuo, e em colônias que não
eram portuguesas.
• Os condenados à morte foram executados em 8
de novembro de 1799, três alfaiates e dois
soldados. O quinto condenado à pena capital, o
ourives Luís Pires, fugitivo, jamais foi localizado.
• Ao contrário da Conjuração Mineira, a Baiana
tinha um caráter popular, mestiço e defendia
mudanças profundas na estrutura social vigente
na colônia.
Prof.ª Valéria Fernandes 9/28/2012 22
23. CONJURAÇÃO BAIANA
• Cipriano Barata foi enviado
para a prisão no Rio de
Janeiro e liberto em 1800.
• Tomou parte na Revolução
Pernambucana (1817) e na
Confederação do Equador
(1824).
• Foi, também, deputado da
Bahia nas Cortes de Lisboa
(1821) e ativo jornalista.
• Preso por ordem de D. Pedro
I, foi libertado em 1830.
Prof.ª Valéria Fernandes 9/28/2012 23
24. CONSPIRAÇÃO DOS SUASSUNAS
• DATA: 1801.
• Teve como centro a Loja Maçônica Areópago de
Itambé e o Seminário de Olinda.
• Influenciada pelo Iluminismo e pela Revolução
Francesa, queriam proclamar uma república e
pedir proteção de Napoleão.
• Em 1801 foram delatados, procedeu-se a devassa,
mas todos foram absolvidos por falta de provas.
• O Areópago foi fechado em 1802 e reaberto com
o nome de Academia dos Suassunas.
• Alguns participantes tomaram parte na Revolução
Pernambucana (1817).
Prof.ª Valéria Fernandes 9/28/2012 24
25. REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA
• DATA: 1817.
• Influência das “infames idéias francesas”, que
chegavam pelo importante porto de Recife.
• As lojas maçônicas Areópago de Itambé, a
Patriotismo, a Restauração, a Pernambuco do
Oriente e a Pernambuco do Ocidente foram
centros de discussão e difusão do movimento.
• Havia toda uma tradição de resistência local,
potencializada pela insatisfação com o governo
de D. João VI.
• Recife e Olinda tinham juntas cerca de 40 mil
habitantes, o Rio tinha 60 mil.
Prof.ª Valéria Fernandes 9/28/2012 25
26. REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA
• Vários motivos impulsionaram o movimento:
Preferência por portugueses na administração
pública.
Novos impostos criados por D. João VI e que
revertiam para o embelezamento do Rio de
Janeiro.
Grande seca de 1816, que prejudicou a produção
açucareira e de algodão.
Concorrência do algodão americano e do açúcar
da Jamaica.
Pressão abolicionista inglesa.
O movimento era republicano e queria a
independência não só de Pernambuco.
Prof.ª Valéria Fernandes 9/28/2012 26
27. REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA
• O movimento começou com a tomada de Recife
em 6 de março de 1817, a partir do regimento de
artilharia.
• Cercado, o governador renunciou.
• O movimento foi liderado por Domingos José
Martins, com o apoio de Antônio Carlos de
Andrada e Silva e de Frei Caneca.
• Em 29 de março foi convocada uma assembléia
constituinte: separação entre os três poderes; o
catolicismo foi mantido como religião oficial, com
liberdade de culto; liberdade de imprensa;
abolidos alguns impostos; mantida a escravidão.
Prof.ª Valéria Fernandes 9/28/2012 27
28. REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA
• As estrelas da bandeira da Revolução representam
Pernambuco, Paraíba e Ceará,
Prof.ª Valéria Fernandes 9/28/2012 28
29. REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA
• Um dos desdobramentos curiosos da Revolução
foi a substituição do vinho por aguardente na
missa e o uso de hóstia feita de mandioca.
• Emissários foram enviados para outras províncias,
como a Bahia e Rio Grande do Norte.
• Houve adesão ao movimento no Ceará, com
rápida repressão da Coroa.
• O governador, Conde dos Arcos, enviou tropas
por terra da Bahia, e por mar, do Rio de Janeiro,
veio a força naval. 8 mil homens ao todo.
• Em 19 de maio, o governo provisório de rendeu e
Recife foi tomada.
Prof.ª Valéria Fernandes 9/28/2012 29
30. REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA
• Um emissário foi enviado aos Estados Unidos, para
conseguir comprar armas, o apoio do governo
americano e adesão de exilados franceses.
• Não houve tempo, a República caiu antes.
• Houve várias prisões e as penas foram duríssimas,
no entanto, a maioria dos revolucionários terminou
anistiada. Somente 4 foram executados.
• Como compensação pela sua fidelidade ao
Príncipe Regente, a comarca de Alagoas foi
desmembrada de Pernambuco. A comarca do
Rio Grande (atual Rio Grande do Norte), também
foi desmembrada.
Prof.ª Valéria Fernandes 9/28/2012 30
31. E a Independência estava às
portas...
• Os movimentos emancipacionistas evidenciaram
a insatisfação de parte da população em relação
ao governo metropolitano.
• A presença de D. João VI na colônia não aliviou
as tensões, muito pelo contrário.
• Entre as elites havia forte influência de idéias
liberais, republicanas e federalistas.
• No plano social, não havia por parte dessas elites
interesse em grandes mudanças na estrutura
social, a manutenção da escravidão era quase
consenso.
Prof.ª Valéria Fernandes 9/28/2012 31