SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 10
1

“A primeira regra, no
teatro, é que não existem
regras.” Dario Fo.
O trabalho consiste no fichamento de duas jornadas do livro „Manual Mínimo do
Ator, de Dario Fo. Designado pelo Professor Oswaldo Anzolin,
PRIMEIRA JORNADA
A COMMEDIA DELL‟ARTE
O autor começa o livro definindo seu primeiro assunto, a Commedia dell‟arte. A
partir da exclamação de Carmelo Bene, de que a commedia dell‟arte nunca
existiu, ele afirma que todos os escritos sobre tal arte são de baixa qualidade, e
não convencem.
ARLECCHINO, O GRANDE GARANHÃO
A primeira fez que o nome Arlecchhino aparece no papel, em 1585, foi para
denunciar Ferruccio Marotti de garanhão. Porém, o primeiro a ter colocado a
máscara de Arlecchino em cena, seria Tristano Martinelli. Personagens como o
Arlecchino, faziam divertir-se tanto a classe mais popular, como até mesmo o
rei e a rainha da França. Mas, os cômicos tornaram-se vagabundos e pilantras,
perante todos. O autor também ressalta a teoria que afirma que toda a
improvisação da trupe de cômicos, na verdade era toda marcada e ensaiada
previamente, ou seja, eles não improvisavam diante do público, e isso é um
ponto positivo para Fo.
TUDO TRUQUE E PREPARAÇÃO
Os atores possuíam um grande acervo de situações, diálogos e movimentos
em sua própria mente, e com grande harmonia (timing) a impressão ao assistilos é de magnífíca improvisação. Os cômicos possuíam também um grande
domínio sobre o ofício, além de toda essa memória cênica.
OS RAMES E O OFÍCIO DO IMPROVISO
O conhecimento seria insuficiente se o ator não tivesse a capacidade de
improvisar, parecendo dizer coisas pensadas naquele momento. Fo cita a
experiência de Franca, descendente de artistas, ela viveu quando criança o
clima da comédia italiana, para ela não existia a necessidade de ensaios, pois
quando a trama era descrita, os atores já sabiam como se movimentar de
acordo com seus personagens, e a atuação dava inicio a partir da
improvisação.
DE ONDE NASCE A EXPRESSÃO COMMEDIA DELL‟ARTE
Na idade média, o termo arte estava ligado ao ofício, por exemplo, “arte da lã”,
“arte da seda”. Talvez essa seja uma teoria válida, a arte de fazer comédias, os
cômicos dell‟arte.
2

DIREITOS E PRIVILÉGIOS “SOBRE A PRAÇA”
A Commedia dell‟arte era formada por atores profissionais, e entre os grupos
havia certa rivalidade por conta de infiltrações de companhias em praças já
utilizadas por outro grupo. Daí, vieram os pedidos para apresentações em
locais fechados.
Nicoll, estudioso inglês, afirma que o termo arte tem relação direta com a
qualidade, sendo assim, o dell‟arte significaria de qualidade.
CROCE A IDÉIA (FIXA) DO TEXTO
A Commedia dell‟arte baseia-se na relação texto e movimento, as gags dos
personagens isoladamente, não sustentam uma cena, contrariando o
pensamento de Croce, que desmistificou o romantismo francês e reforçou a
presença de profissionais cômicos.
CASANOVA E O ELOGIO DA PALAVRA ARLECCHINO: MÉTODO E ESTILO
Casanova comenta a atuação de Antonio Sacchi no século XVIII, ele diz que o
enredo é perturbador, os discursos ligeiros e alegres, sempre espontâneos,
nunca premeditados, com um método de extravagante estilo, que somente ele
sabe vestir.
CONTRA A IDÉIA DOS CÔMICOS ESFARRAPADOS
Certa era a relação feliz que os atores conseguiam manter com a plateia, a
originalidade e espetaculosidade são determinadas por uma concepção
revolucionária do fazer teatral assumido somente pelos atores. Fo acredita que
deveria chamar Comédia de Atores a Commedia dell‟arte, devido ao fato de
que os atores eram também diretores, autores, montadores e propriamente
atores.
DIDEROT E PARADOXO CONTRA OS “CÔMICOS”
A racionalidade e o distanciamento das emoções sem deixar o acaso, é um
resumo do que dizia Diderot, no Paradoxo do Comediante. Ele imaginava um
ator capaz de controlar a própria exibição, por meio de exercícios, calculando
toda representação sem margem de erros.
QUEM SE COMOVE É UM VIGARISTA
Para o autor o pensamento de Diderot, está equivocado, pois ele pensa como
autor, e o texto para ele é mais importante, porem a palavra se torna viva nos
atores. O teatro de Diderot nunca conseguiu interesse popular. Para ele o
público não existia, mas o teatro geralmente se faz para espectadores, e a sua
obsessão pelo distanciamento muitas vezes esquecia-se da primeira função do
teatro, que é divertir.
3

HUGUENOTES TERRORISTAS
O teatro da Commedia era formado por pessoas cultas, enquanto a ideia de
que os cômicos dell‟arte eram vagabundos é um desproposito, segundo o
autor. Esses atores conviviam com pessoas intelectuais e cultas como Galileu
Galilei e Michelangelo.
“O ATOR QUE MORRA”
Enquanto algumas companhias cresciam e faziam sucesso, em outras, os
atores eram trancafiados em celas se por acaso cometessem alguma falta.
AS MÁSCARAS NÃO SERVEM PARA MASCARAR
A mascar é um dos elementos importantes da Commedia dell‟arte, em si ela
sintetiza o caráter de um personagem e o expressa através de suas
qualidades. Na história encontramos as mascaras como símbolo do carnaval, e
o com elas o transvestimento (fantasia).
OS CAVERNÍCOLAS COM A MÁSCARA
Talvez o registro mais antigo do uso de máscaras é da gruta dês deux frères,
na França, numa pintura que indica uma cena de caça, onde o caçador é
transvestido de cabra para se aproximar melhor da caça. A máscara servia
para quebrar tabus, e está ligada a cultura dos povos.
OS MAMMUTTONES
O Mammuttone é um personagem mítico, vestido de pele e mascara negra, em
grupos de dez ou cinco, um líder ordena os movimentos e os ritmos da dança.
A CHEGADA DE DIONISO
Associado aos ritos de fertilidade, durante os solstícios de verão e primavera, o
povo grego, representavam Dioniso com uma mascara de semblante humano.
DIONISO NA TESSÁLIA
Um mistério Tessálio representa pseudo-mammuttones, homens vestidos de
peles, e representavam o sacrifício de Dioniso, em outros rituais, Dioniso morre
depois de se transformar em bode.
A TRAGÉDIA E A COMUNHÃO
O corpo de bode de Dioniso é cortado e devorado pelos presentes. Esse ritual
nos remete ao cristianismo, segundo Fo, que diz que os cristãos se alimentam
de Cristo durante a santa missa.
4

MÁSCARAS DE QUINTAL
A movimentação do ator deve imitar gestos mecânicos do caráter de sua
mascara. O Arlecchino dava sempre pulinhos e articulava muito as pernas e
braços, por exemplo.
A maioria das máscaras tem ligação com o mundo animal. São zoomórficas. A
relação que se faz com os animais de quintal, é que se refere a baixa corte
daquele tempo.
As máscaras encontradas na Commedia dell‟arte, são de modelos encontrados
no teatro greco-romano.
MARIONETES E FANTOCHES
A expressão facial da marionete antigo substituía o uso da mascara. Fo
constatou que a parte mímica e do gestual das máscaras, vem das articulações
das marionetes e dos fantoches.
A MÁSCARA COMO MEGAFONE
A boca sugere um megafone, a forma de funil dada às máscaras que já
possuíam uma particular caixa de ressonância, amplificava a voz, e na Grécia
chegava a alcançar um público de até vinte mil pessoas.
O ARLECCHINO-FAUNO
Máscaras como do Arlecchino e de Zanni, seu pai, tendiam a privilegiar os sons
baixos.
No teatro de Aristófanes, enquanto o personagem falastrão despejava suas
enormes falas ao publico, os outros atores tinham tempo de respirar,
recuperando o fôlego.
O BOCCACCIONE PROVOCADOR DE ARISTOFANES
O boccaccione de Aristófanes, entrava em cena insultando o público e
gracejando ininterruptamente, o Zanni e Pulcinella, também desempenharam
essa função na Commedia dell‟arte. A qualidade dessas tiradas estava na
velocidade e no ritmo que o ator conseguia desenvolver,
USAR MÁSCARA FAZ MAL
O uso da mascara traz uma sensação de jaula de tortura para quem a utiliza,
pois restringe o campo visual e o plano vocal também, você passa a ter outras
proporções , e a utilização freqüente das mascaras, traz um efeito contrario o
de não conseguir representar mais sem elas.
5

TIRE AS MÃOS DA MÁSCARA
Não se deve tocar a máscara, pois quando é tocada ela aparece, como se você
voltasse a ter proporções faciais humanas, que estão apenas escondidas. A
expressão da mascara na verdade é dada pelo corpo.
O autor cita a montagem de O Arlecchino, servidor de dois amos, de Strehler,
como espetáculo estruturado sobre ritmo, cadencia cômica e estilo.
O BLABLABLÁ DOS PÁSSAROS
Os Pássaros de Aristófanes, é uma constante provocação ao público, e com
insultos.
O CORPO COMO MOLDURA À MASCARA
A utilização da mascara requer uma movimentação particular, e o corpo é
quem dá suporte a essa movimentação, sendo o corpo uma espécie de
moldura para a mascara.
DIGA-ME A PROFISSÃO E EU LHE DIREI O GESTO
Segundo Fo, Plekhanov afirma que a gestualidade é determinada pela relação
de cada povo com a sobrevivência. O ritmo e o tempo dos movimentos,
determinam o comportamento do homem.
CANTO E DANÇA NO TRABALHO COM CORDAS
Em Siracusa, o canto dava ritmo para a produção de cordas, o mesmo ritmo
cantarolado por todos auxiliava na maior interação no processo de fabricação
das cordas.
REMAR CANTANDO
Num barco, a cadencia e o ritmo, são indispensáveis na hora de remar todos
juntos, a musica é indispensável para a movimentação harmônica dos
remadores, após várias repetições isso forma uma coreografia com dança
(movimentos dos remadores) e musica.
OS REMADORES REMAM COPIANDO A MÉTRICA DOS POETAS
O autor refere a utilização do heptametro de cinco pés, o qual os remadores
também utilizam ao remar em conjunto.
TRABALHAR, PORÉM COM ESTILO
Os movimentos devem ser executados para manter o equilíbrio, movimentos
cadenciados e entonações vocais, originam uma dança regulada por módulos
rituais, que se repetem. Assim é com os remadores, e com o camponês na
hora da colheita também. partir dos gestos cotidianos nós, profissionais de
teatro, podemos sugerir movimentos harmoniosos e dança-los.
6

VAMOS
FAZER
OS
ACOMPANHAMENTO)

MOVIMENTOS

(O

GESTO

COM

O

O difícil em montar um espetáculo com um grupo de mímicos onde o gestual é
o ponto forte, está em conscientizar cada um de sua capacidade motora e
gestual. Todos deveriam conhecer a sua maneira de andar, gesticular, não
somente para corrigir, mas para utilizar o que bom em cena.
OS CEGOS DO GESTO E A SALADA
É notável que não temos consciência do nosso gesto, pois muitos não se
identificam após uma serie de caricaturas, inclusive a sua. É necessário cuidar
do gesto que acompanha as palavras na ação cênica.
GESTUALIDADE E GESTICULAÇÃO
Mover o tronco e os membros com sabedoria deve ser uma preocupação do
ator. A máscara é a síntese do personagem e a movimentação deve seguir o
mesmo discurso, para que aja compreensão.
CONCERTO PARA RANGIDO, TOSSE E ROER DE BALAS
O autor traz a possibilidade de ler a reação do público através do silencio
(compreensão), e da batida das cadeiras, da tosse, do mascar chiclete ou
revirar a bolsa (desatenção).
O ESPIÃO DA RISADA. UM CONSELHO DE PASSAGEM
Fo relata a questão da risada de efeito, ou seja, revelar o jogo cômico antes da
cena ou não, também conhecido por “telefonar”.
A MÁSCARA NÃO TEM TELEFONE
A máscara não permite nenhuma mobilidade facial, não possibilitando o
telefonar em cena.
PRIMEIRO RACIOCÍNIO SOBRE A SÍNTESE
Para um ator que utiliza uma mascara, é necessária a colocação ponderada e
essencial do corpo. Na Commedia dell‟arte o movimento corporal esta centrado
na bacia e no tórax.
A BACIA NO CENTRO DO UNIVERSO
Com o trabalho continuo de exploração de movimentos com máscara,
podemos afirmar que a Commedia dell‟arte não seria um teatro de comédia
baseado apenas na movimentação dos quadris.
7

QUEM NÃO DANÇA COMO O JAGUAR NÃO FAZ REVOLUÇÃO
A partir do filme: Angola e a consciência de um povo submisso. O autor insere
a figura do Jaguar, animal de rapina mais veloz, que consegue alcançar
animais em galhos de arvores com apenas um salto.
COMO APRENDER A EXPRESSÃO DO JAGUAR
Nós vivemos numa sociedade moderna e tecnológica, mas se prestarmos
atenção as características do jaguar, que são: a velocidade, a coragem e a sua
decisão rápida, elas se melhor observadas e praticadas trariam verdade ao
exercício do improviso.
MÁRMORE E CORALIDADE
Nas pedreiras de mármore de Massa e Carrara, centenas de pessoas
executavam diferentes tarefas, mas um “gritador” (regente), dizia o tempo certo
da execução, e seus gritos tinham sonoridades diferentes para cada
movimento.
AS CATEDRAIS PRÉ-FABRICADAS
Com a chegada de muitos estrangeiros para trabalhar nessa pedreira, a região
tornou-se uma mistura de língua se sons.
UM CANTO PARA OS PÉS NÃO SEREM PISADOS
Parecido com o canto de trabalho que já foi citado, os pilares da cidade de
Veneza foram vincados por homens regidos por um som vindo de um líder, e
os operários respondiam e assim formavam uma coreografia, de fincar estacas
no chão com música.
NEM TUDO PODE SER CLASSIFICADO
A mudança de gesto de trabalho para dança ou mímica, é definido por
consequência pela cultura e contexto histórico de cada região. Mas existem
casos, que não se encontram nem os gestos de origem, pois eles
transformaram-se, agregando valores de linguagem vocabular e gestual, esse
desenvolvimento é imprevisível segundo Fo.
O GESTO E A MÁSCARA
O autor descreve uma encenação feita por ele, e mais tarde transmitida pela
TV, que se chama: A fome do Zanni.
OS ZANNI ESTÃO CHEGANDO
Modificando todo o ambiente chegam a Veneza vinte mil pessoas, que
propriamente invadem Veneza, e esse episodio traz personagens marcantes
para a história.
8

O BOOM DAS PROSTITUTAS
A prostituição crescera muito, enquanto os Zanni passavam fome.
TEMOS UMA FILMADORA NA CABEÇA
Esse ponto trata de uma capacidade psicológica do espectador, a de ver
apenas o que realmente quer, por exemplo focalizar o rosto do ator, ou vê-lo
por inteiro, essa capacidade muitas vezes é condicionada pelo ator através de
sua movimentação, por isso a concentração é muito importante.
O uso da mascara necessita no mínimo da movimentação do tronco do ator,
por isso para aqueles que utilizam mascara, o campo de visão é bem maior do
que o do ator que pode explorar apenas a movimentação do olho.
DIABO DE ARLECCHINO
Na tradição popular francesa o Arlecchino é considerado um personagem
diabólico, por ser zombeteiro, trapaceiro, arrogante e corrupto.
Os atores sempre provocavam o público, e na maior parte das vezes já
entravam em cena xingando e falando palavrões.
A EXPULSÃO DOS CÔMICOS
Em 1675 a Commedia dell‟arte é expulsa da França, principalmente por tantas
sátiras aos maus costumes desse povo. Segundo o autor, Bragaglia afirma ter
nascido em Nápoles a mímica, como gênero de teatro total, no qual se usava a
voz, o corpo, a dança e a acrobacia.
O autor também acha relevante citar Pulcinella, outro personagem da
Commedia dell‟arte, caracterizado por ser agressivo, corcunda e possuiria o
mesmo gasto pela mentira que o Arlecchino.
COMO EMBOTAR UMA CRIANÇA
O processo criativo de uma criança, na maioria das vezes impede a própria
criança de extravasar sua criatividade através de desenhos de monstros, e
outras criaturas. O autor diz que o jogo infantil, respira liberdade. Enquanto os
adultos tendem a estereotipar o teatro.
É PROÍBIDO TER PIEDADE DE SI MESMA
O autor começa esse último ponto da Primeira Jornada, com o convite que ele
fez a sua esposa Franca, para dar a sua opinião sobre o texto que havia
acabado de escrever, e ela simplesmente diz que o texto não a convenceu.
Porem, Fo exige criticas detalhadas, e após um estudo melhor do texto, Franca
é capaz de expressar todas as entrelinhas até então encobertas pela sua
afirmação anterior.
O autor explica que para a mulher fazer parte da historia do teatro, ela tem que
tornar-se o sujeito da ação, desprender-se dos homens, e caminhar em favor
9

de questões femininas. Para ele, o primeiro passo a ser dado é o de parar de
ter piedade de si mesmas, e libertar-se das lamentações.

SEXTA JORNADA
Dario Fo diz que irá trazer uma surpresa para o texto, agora que esta
finalizando o livro.
ULISSES NÃO ESTA NEM AI
O ponto principal em toda a tragédia é o destino e a morte. Eurípedes porém,
inicia algo novo, que é a possibilidade da mudança pela vontade humana,
capaz de modificar até a morte.
A PAIXÃO DOS CROATAS
O autor relata uma apresentação assistida na Croácia, A morte do vilão. Tratase de um mito anterior ao de Dioniso. Demonstra-nos ao final, não apenas a
catarse, mas que o ser humano não finito.
DIÁLOGO COM LÚCIFER DE BONVESIN
Bonvesin de La Riva inventou a dialética do humanismo, e também a ideia de
confrontar a mãe de Deus com o inimigo. Em um dos seus textos Deus é
acusado de corrupção, de roubar no jogo.
A FILHA D‟ARTE
Quem passa a escrever nessa parte do livro é a própria Franca, nascida entre
artistas, e influenciada pelo teatro popular, com uma tendência a improvisação.
Ela assume que no inicio de sua carreira nada sabia sobre provocação direta
do público, e que isso só veio acontecer quando o seu grupo decidiu sair da
rota de espetáculos oficiais, e assim tiveram que aprender a segurar o público,
e a dirigir-se diretamente a plateia.
O GOLPE DO MAGLIARO
Franca faz uma descrição detalhada de um espetáculo que montaram, A
guerra do povo no Chile, que se baseia em documentos verdadeiros, com uma
sequência de monólogos, esquetes e cantos. O envolvimento do público em
certas intervenções era fantástico, pois o grupo levou para o teatro a
verdadeira sensação de guerra.
A MULHER-PALHAÇO, A BUFA, A JOGRALESCA
A papel da mulher na comédia, é descrito por Franca. Enquanto o pensamento
geral é que na antiguidade as mulheres não participavam do teatro, eram
apenas jogralescas, Franca defende que a mulher poderia ter sido o início da
comédia, por ser conhecida como contadoras de historias hilárias e eróticas.
10

Também reprova o abuso das mulheres de caras, bocas e rebolados em cena
para chamara atenção. Com dignidade é possível provocar o público, e com
moderação. Complementa falando que a mulher transvestida de homem é
inaceitável, a não ser que isso seja para mostrar antes ou depois a figura
feminina. No século XVII, as mulheres em cena, eram consideradas prostitutas.
Mas havia um teatro com temas escabrosos, escrito e representado por
mulheres, freiras em vários conventos, denunciavam o desejo sexual dentro do
recinto. Quanto ao feminismo, posiciona-se a favor da autonomia e
distanciamento crítico. Os homens se sentem invencíveis, e Franca cita um dos
fatores, a própria terminologia poética do órgão masculino, e a pobre
terminologia feminina.
Na base das duas mais antigas e importantes formas de tragédias,
encontramos a catarse do riso e do obsceno sexual.
Com a contrarreforma, muitos teatros foram fechados.
AS MULHERES SEM MÁSCARA
Na França, as mulheres representavam a si mesmas, e não um personagem,
por isso não usavam máscaras, e também pela vontade de aparecer como
mulheres. Em muitas, cidades na Europa, o teatro era cultivado ao ar livre,
porém, no teatro de rua é muito difícil encontrar um bom papel para uma atriz.
Na Itália, tais representações eram quase extintas, e pensar que esse gênero
de representação teria nascido justamente em berço italiano.

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Aula de redação figuras de linguagem
Aula de redação figuras de linguagemAula de redação figuras de linguagem
Aula de redação figuras de linguagemCris Costa
 
Perceção da forma
Perceção da formaPerceção da forma
Perceção da formaPaulo Gaspar
 
Montagem e Edição de Vídeo
Montagem e Edição de VídeoMontagem e Edição de Vídeo
Montagem e Edição de VídeoLuciano Dias
 
Radiofrequência Biodinâmica Spectra G3
Radiofrequência Biodinâmica Spectra G3Radiofrequência Biodinâmica Spectra G3
Radiofrequência Biodinâmica Spectra G3Tudo Belo Estética
 
Creazione Profili Colore con Roland VersaWorks
Creazione Profili Colore con Roland VersaWorksCreazione Profili Colore con Roland VersaWorks
Creazione Profili Colore con Roland VersaWorksGiovanni Re
 
Português - Sintaxe (1ª Unidade)
Português - Sintaxe (1ª Unidade)Português - Sintaxe (1ª Unidade)
Português - Sintaxe (1ª Unidade)Cleiton Cunha
 
Conectores de orações subordinadas relativas
Conectores de orações subordinadas relativasConectores de orações subordinadas relativas
Conectores de orações subordinadas relativasPatricio Armando Sando
 

La actualidad más candente (14)

Aula de redação figuras de linguagem
Aula de redação figuras de linguagemAula de redação figuras de linguagem
Aula de redação figuras de linguagem
 
Perceção da forma
Perceção da formaPerceção da forma
Perceção da forma
 
Montagem e Edição de Vídeo
Montagem e Edição de VídeoMontagem e Edição de Vídeo
Montagem e Edição de Vídeo
 
Radiofrequência Biodinâmica Spectra G3
Radiofrequência Biodinâmica Spectra G3Radiofrequência Biodinâmica Spectra G3
Radiofrequência Biodinâmica Spectra G3
 
Historia do cinema
Historia do cinema Historia do cinema
Historia do cinema
 
Creazione Profili Colore con Roland VersaWorks
Creazione Profili Colore con Roland VersaWorksCreazione Profili Colore con Roland VersaWorks
Creazione Profili Colore con Roland VersaWorks
 
05 imagem digital
05   imagem digital05   imagem digital
05 imagem digital
 
Colocação pronominal
Colocação pronominalColocação pronominal
Colocação pronominal
 
Estrias
EstriasEstrias
Estrias
 
Semiotica
SemioticaSemiotica
Semiotica
 
Português - Sintaxe (1ª Unidade)
Português - Sintaxe (1ª Unidade)Português - Sintaxe (1ª Unidade)
Português - Sintaxe (1ª Unidade)
 
Términos teatrales
Términos teatralesTérminos teatrales
Términos teatrales
 
Conectores de orações subordinadas relativas
Conectores de orações subordinadas relativasConectores de orações subordinadas relativas
Conectores de orações subordinadas relativas
 
Regencia verbal
Regencia verbalRegencia verbal
Regencia verbal
 

Destacado

A preparação do ator stanislavski
A preparação do ator   stanislavskiA preparação do ator   stanislavski
A preparação do ator stanislavskiArthur Fernandes
 
Improvisação para o teatro - Viola Spolin
Improvisação para o teatro - Viola SpolinImprovisação para o teatro - Viola Spolin
Improvisação para o teatro - Viola SpolinPIBID_Teatro2014
 
Jogos Teatrais - O fichário de Viola Spolin
Jogos Teatrais - O fichário de Viola SpolinJogos Teatrais - O fichário de Viola Spolin
Jogos Teatrais - O fichário de Viola SpolinPIBID_Teatro2014
 
Vamos sair da chuva quando a bomba cair mario bortolotto
Vamos sair da chuva quando a bomba cair  mario bortolotto Vamos sair da chuva quando a bomba cair  mario bortolotto
Vamos sair da chuva quando a bomba cair mario bortolotto studio silvio selva
 
Aula inaugural da disciplina de gestão de pessoas m2
Aula inaugural da disciplina de gestão de pessoas m2Aula inaugural da disciplina de gestão de pessoas m2
Aula inaugural da disciplina de gestão de pessoas m2ivancavalcanti
 
Apostila de formaçao de teatro
Apostila de formaçao de teatroApostila de formaçao de teatro
Apostila de formaçao de teatroMatheus Paz
 
Stand up_auditor - a carga de energia que auditores necessitam
Stand up_auditor - a carga de energia que auditores necessitamStand up_auditor - a carga de energia que auditores necessitam
Stand up_auditor - a carga de energia que auditores necessitamRogério Campos Meira
 
Trabalho de artes análise da "musica amanhã será" do grupo "Teatro Mágico"
Trabalho de artes análise da "musica amanhã será"  do grupo "Teatro Mágico"Trabalho de artes análise da "musica amanhã será"  do grupo "Teatro Mágico"
Trabalho de artes análise da "musica amanhã será" do grupo "Teatro Mágico"Magno Oliveira
 
Stanislavski e o sistema
Stanislavski e o sistemaStanislavski e o sistema
Stanislavski e o sistemaTaís Ferreira
 
WILLIAN SHAKESPEARE. O TEATRO INGLÉS
WILLIAN SHAKESPEARE. O TEATRO INGLÉSWILLIAN SHAKESPEARE. O TEATRO INGLÉS
WILLIAN SHAKESPEARE. O TEATRO INGLÉSraquelcamacho2015
 
Risadaria 2014 projeto completo
Risadaria 2014   projeto completoRisadaria 2014   projeto completo
Risadaria 2014 projeto completoPaula Barbosa
 

Destacado (20)

A preparação do ator stanislavski
A preparação do ator   stanislavskiA preparação do ator   stanislavski
A preparação do ator stanislavski
 
Improvisação para o teatro - Viola Spolin
Improvisação para o teatro - Viola SpolinImprovisação para o teatro - Viola Spolin
Improvisação para o teatro - Viola Spolin
 
História m. do teatro m.berthold 102 137
História m. do teatro m.berthold 102 137História m. do teatro m.berthold 102 137
História m. do teatro m.berthold 102 137
 
Teatro para iniciantes.
Teatro para iniciantes. Teatro para iniciantes.
Teatro para iniciantes.
 
Jogos Teatrais - O fichário de Viola Spolin
Jogos Teatrais - O fichário de Viola SpolinJogos Teatrais - O fichário de Viola Spolin
Jogos Teatrais - O fichário de Viola Spolin
 
Linguagem teatral
Linguagem teatralLinguagem teatral
Linguagem teatral
 
Vamos sair da chuva quando a bomba cair mario bortolotto
Vamos sair da chuva quando a bomba cair  mario bortolotto Vamos sair da chuva quando a bomba cair  mario bortolotto
Vamos sair da chuva quando a bomba cair mario bortolotto
 
Aula inaugural da disciplina de gestão de pessoas m2
Aula inaugural da disciplina de gestão de pessoas m2Aula inaugural da disciplina de gestão de pessoas m2
Aula inaugural da disciplina de gestão de pessoas m2
 
Stanislavski
StanislavskiStanislavski
Stanislavski
 
Agile comedy stand up
Agile comedy stand upAgile comedy stand up
Agile comedy stand up
 
Apostila de formaçao de teatro
Apostila de formaçao de teatroApostila de formaçao de teatro
Apostila de formaçao de teatro
 
Apresentação humor de 4
Apresentação humor de 4Apresentação humor de 4
Apresentação humor de 4
 
Stand up_auditor - a carga de energia que auditores necessitam
Stand up_auditor - a carga de energia que auditores necessitamStand up_auditor - a carga de energia que auditores necessitam
Stand up_auditor - a carga de energia que auditores necessitam
 
Práticas corporais
Práticas corporaisPráticas corporais
Práticas corporais
 
Trabalho de artes análise da "musica amanhã será" do grupo "Teatro Mágico"
Trabalho de artes análise da "musica amanhã será"  do grupo "Teatro Mágico"Trabalho de artes análise da "musica amanhã será"  do grupo "Teatro Mágico"
Trabalho de artes análise da "musica amanhã será" do grupo "Teatro Mágico"
 
Stanislavski e o sistema
Stanislavski e o sistemaStanislavski e o sistema
Stanislavski e o sistema
 
Técnicas de Oratória
Técnicas de OratóriaTécnicas de Oratória
Técnicas de Oratória
 
A escola no teatro
A escola no teatroA escola no teatro
A escola no teatro
 
WILLIAN SHAKESPEARE. O TEATRO INGLÉS
WILLIAN SHAKESPEARE. O TEATRO INGLÉSWILLIAN SHAKESPEARE. O TEATRO INGLÉS
WILLIAN SHAKESPEARE. O TEATRO INGLÉS
 
Risadaria 2014 projeto completo
Risadaria 2014   projeto completoRisadaria 2014   projeto completo
Risadaria 2014 projeto completo
 

Similar a ‘Manual mínimo do ator, de dario fo. pelo professor oswaldo anzolin,

Artes O Teatro e Atividades
Artes O Teatro e AtividadesArtes O Teatro e Atividades
Artes O Teatro e AtividadesGeo Honório
 
Apresentação melodrama
Apresentação melodramaApresentação melodrama
Apresentação melodramaAmine Boccardo
 
Gênero textual: teatro
Gênero textual: teatroGênero textual: teatro
Gênero textual: teatroKaren Olivan
 
A commedia dell'arte: máscaras, duplicidade e o riso diabólico do Arlequim, N...
A commedia dell'arte: máscaras, duplicidade e o riso diabólico do Arlequim, N...A commedia dell'arte: máscaras, duplicidade e o riso diabólico do Arlequim, N...
A commedia dell'arte: máscaras, duplicidade e o riso diabólico do Arlequim, N...studio silvio selva
 
História do teatro no mundo ocidental 2
História do teatro no mundo ocidental 2História do teatro no mundo ocidental 2
História do teatro no mundo ocidental 2Silvana Chaves
 
Teatro
TeatroTeatro
TeatroAna
 
Historia_do_Teatro.ppt
Historia_do_Teatro.pptHistoria_do_Teatro.ppt
Historia_do_Teatro.pptElizeu filho
 
A commedia dell'arte- Máscaras, duplicidade e riso diabólico de Arlequim- Nan...
A commedia dell'arte- Máscaras, duplicidade e riso diabólico de Arlequim- Nan...A commedia dell'arte- Máscaras, duplicidade e riso diabólico de Arlequim- Nan...
A commedia dell'arte- Máscaras, duplicidade e riso diabólico de Arlequim- Nan...studio silvio selva
 
Fichamento de A personagem no teatro, de Décio de Almeida Prado
Fichamento de A personagem no teatro, de Décio de Almeida PradoFichamento de A personagem no teatro, de Décio de Almeida Prado
Fichamento de A personagem no teatro, de Décio de Almeida PradoCarla Souto
 
Panorama Do Teatro Ocidental Stan
Panorama Do Teatro Ocidental StanPanorama Do Teatro Ocidental Stan
Panorama Do Teatro Ocidental StanClaudia Venturi
 
6982397 Origem E Evol Do Teatro
6982397  Origem E  Evol  Do  Teatro6982397  Origem E  Evol  Do  Teatro
6982397 Origem E Evol Do TeatroRicardo Araujo
 

Similar a ‘Manual mínimo do ator, de dario fo. pelo professor oswaldo anzolin, (20)

Atividades sobre teatro novinho rsr
Atividades sobre teatro novinho rsrAtividades sobre teatro novinho rsr
Atividades sobre teatro novinho rsr
 
Artes O Teatro e Atividades
Artes O Teatro e AtividadesArtes O Teatro e Atividades
Artes O Teatro e Atividades
 
Atividades sobre teatro novinho rsr
Atividades sobre teatro novinho rsrAtividades sobre teatro novinho rsr
Atividades sobre teatro novinho rsr
 
A mímica
A mímicaA mímica
A mímica
 
Apresentação melodrama
Apresentação melodramaApresentação melodrama
Apresentação melodrama
 
Gênero textual: teatro
Gênero textual: teatroGênero textual: teatro
Gênero textual: teatro
 
A commedia dell'arte: máscaras, duplicidade e o riso diabólico do Arlequim, N...
A commedia dell'arte: máscaras, duplicidade e o riso diabólico do Arlequim, N...A commedia dell'arte: máscaras, duplicidade e o riso diabólico do Arlequim, N...
A commedia dell'arte: máscaras, duplicidade e o riso diabólico do Arlequim, N...
 
História do teatro no mundo ocidental 2
História do teatro no mundo ocidental 2História do teatro no mundo ocidental 2
História do teatro no mundo ocidental 2
 
Teatro e [1]..
Teatro e [1]..Teatro e [1]..
Teatro e [1]..
 
Prova de arte 6ano 3b pronta 1
Prova de arte 6ano 3b pronta 1Prova de arte 6ano 3b pronta 1
Prova de arte 6ano 3b pronta 1
 
Prova de arte 6ano 3b pronta 1
Prova de arte 6ano 3b pronta 1Prova de arte 6ano 3b pronta 1
Prova de arte 6ano 3b pronta 1
 
Teatro
TeatroTeatro
Teatro
 
Artes cênicas
Artes cênicasArtes cênicas
Artes cênicas
 
Historia_do_Teatro.ppt
Historia_do_Teatro.pptHistoria_do_Teatro.ppt
Historia_do_Teatro.ppt
 
A commedia dell'arte- Máscaras, duplicidade e riso diabólico de Arlequim- Nan...
A commedia dell'arte- Máscaras, duplicidade e riso diabólico de Arlequim- Nan...A commedia dell'arte- Máscaras, duplicidade e riso diabólico de Arlequim- Nan...
A commedia dell'arte- Máscaras, duplicidade e riso diabólico de Arlequim- Nan...
 
Fichamento de A personagem no teatro, de Décio de Almeida Prado
Fichamento de A personagem no teatro, de Décio de Almeida PradoFichamento de A personagem no teatro, de Décio de Almeida Prado
Fichamento de A personagem no teatro, de Décio de Almeida Prado
 
Teatro contemporâneo
Teatro contemporâneoTeatro contemporâneo
Teatro contemporâneo
 
Panorama Do Teatro Ocidental Stan
Panorama Do Teatro Ocidental StanPanorama Do Teatro Ocidental Stan
Panorama Do Teatro Ocidental Stan
 
Teatro grego
Teatro gregoTeatro grego
Teatro grego
 
6982397 Origem E Evol Do Teatro
6982397  Origem E  Evol  Do  Teatro6982397  Origem E  Evol  Do  Teatro
6982397 Origem E Evol Do Teatro
 

Más de studio silvio selva

Lei 1574 71- Estatuto dos Servidores Municipais de Bauru
Lei 1574 71- Estatuto dos Servidores Municipais de BauruLei 1574 71- Estatuto dos Servidores Municipais de Bauru
Lei 1574 71- Estatuto dos Servidores Municipais de Baurustudio silvio selva
 
Gabriel garcia marques ninguém escreve ao coronel
Gabriel garcia marques   ninguém escreve ao coronelGabriel garcia marques   ninguém escreve ao coronel
Gabriel garcia marques ninguém escreve ao coronelstudio silvio selva
 
As alegres matronas de windsor W. Shakespeare
As alegres matronas de windsor W. ShakespeareAs alegres matronas de windsor W. Shakespeare
As alegres matronas de windsor W. Shakespearestudio silvio selva
 
"Alegres senhoras de Windsor" William Shakespeare,
"Alegres senhoras de Windsor"  William Shakespeare, "Alegres senhoras de Windsor"  William Shakespeare,
"Alegres senhoras de Windsor" William Shakespeare, studio silvio selva
 
'O casamento do pequeno burgues' bertolt brecht
'O casamento do pequeno burgues'   bertolt brecht'O casamento do pequeno burgues'   bertolt brecht
'O casamento do pequeno burgues' bertolt brechtstudio silvio selva
 
Fulana, Sicrana e Beltrana- Paulo Sacaldassy
Fulana, Sicrana e Beltrana- Paulo SacaldassyFulana, Sicrana e Beltrana- Paulo Sacaldassy
Fulana, Sicrana e Beltrana- Paulo Sacaldassystudio silvio selva
 
máscara cinematográfica de látex
máscara cinematográfica de látexmáscara cinematográfica de látex
máscara cinematográfica de látexstudio silvio selva
 
O 18 de Brumário de Luís Bonaparte
O 18 de Brumário de Luís BonaparteO 18 de Brumário de Luís Bonaparte
O 18 de Brumário de Luís Bonapartestudio silvio selva
 
Mário Bortolotto "HOMENS, SANTOS E DESERTORES"
Mário Bortolotto "HOMENS, SANTOS E DESERTORES"Mário Bortolotto "HOMENS, SANTOS E DESERTORES"
Mário Bortolotto "HOMENS, SANTOS E DESERTORES"studio silvio selva
 
Luigi pirandello "O Homem da Flor na Boca"
Luigi pirandello "O Homem da Flor na Boca"Luigi pirandello "O Homem da Flor na Boca"
Luigi pirandello "O Homem da Flor na Boca"studio silvio selva
 
Gonçalves dias leonor de mendonça
Gonçalves dias leonor de mendonçaGonçalves dias leonor de mendonça
Gonçalves dias leonor de mendonçastudio silvio selva
 
Anton tchekov os maleficios do tabaco
Anton tchekov os maleficios do tabacoAnton tchekov os maleficios do tabaco
Anton tchekov os maleficios do tabacostudio silvio selva
 
Anton tchékhov o canto do cisne
Anton tchékhov o canto do cisneAnton tchékhov o canto do cisne
Anton tchékhov o canto do cisnestudio silvio selva
 

Más de studio silvio selva (20)

Lei 1574 71- Estatuto dos Servidores Municipais de Bauru
Lei 1574 71- Estatuto dos Servidores Municipais de BauruLei 1574 71- Estatuto dos Servidores Municipais de Bauru
Lei 1574 71- Estatuto dos Servidores Municipais de Bauru
 
Cenotécnicos do Brasil
Cenotécnicos do BrasilCenotécnicos do Brasil
Cenotécnicos do Brasil
 
Gabriel garcia marques ninguém escreve ao coronel
Gabriel garcia marques   ninguém escreve ao coronelGabriel garcia marques   ninguém escreve ao coronel
Gabriel garcia marques ninguém escreve ao coronel
 
As alegres matronas de windsor W. Shakespeare
As alegres matronas de windsor W. ShakespeareAs alegres matronas de windsor W. Shakespeare
As alegres matronas de windsor W. Shakespeare
 
"Alegres senhoras de Windsor" William Shakespeare,
"Alegres senhoras de Windsor"  William Shakespeare, "Alegres senhoras de Windsor"  William Shakespeare,
"Alegres senhoras de Windsor" William Shakespeare,
 
'O casamento do pequeno burgues' bertolt brecht
'O casamento do pequeno burgues'   bertolt brecht'O casamento do pequeno burgues'   bertolt brecht
'O casamento do pequeno burgues' bertolt brecht
 
Fulana, Sicrana e Beltrana- Paulo Sacaldassy
Fulana, Sicrana e Beltrana- Paulo SacaldassyFulana, Sicrana e Beltrana- Paulo Sacaldassy
Fulana, Sicrana e Beltrana- Paulo Sacaldassy
 
Pastelão 1
Pastelão 1Pastelão 1
Pastelão 1
 
O pastel e a torta
O pastel e a tortaO pastel e a torta
O pastel e a torta
 
O pastelao e a torta
O pastelao e a tortaO pastelao e a torta
O pastelao e a torta
 
máscara cinematográfica de látex
máscara cinematográfica de látexmáscara cinematográfica de látex
máscara cinematográfica de látex
 
"Esperando godot" de Beckett
"Esperando godot" de Beckett"Esperando godot" de Beckett
"Esperando godot" de Beckett
 
Molière o tartufo
Molière o tartufoMolière o tartufo
Molière o tartufo
 
O 18 de Brumário de Luís Bonaparte
O 18 de Brumário de Luís BonaparteO 18 de Brumário de Luís Bonaparte
O 18 de Brumário de Luís Bonaparte
 
Mário Bortolotto "HOMENS, SANTOS E DESERTORES"
Mário Bortolotto "HOMENS, SANTOS E DESERTORES"Mário Bortolotto "HOMENS, SANTOS E DESERTORES"
Mário Bortolotto "HOMENS, SANTOS E DESERTORES"
 
Luigi pirandello "O Homem da Flor na Boca"
Luigi pirandello "O Homem da Flor na Boca"Luigi pirandello "O Homem da Flor na Boca"
Luigi pirandello "O Homem da Flor na Boca"
 
Luigi pirandello
Luigi pirandello Luigi pirandello
Luigi pirandello
 
Gonçalves dias leonor de mendonça
Gonçalves dias leonor de mendonçaGonçalves dias leonor de mendonça
Gonçalves dias leonor de mendonça
 
Anton tchekov os maleficios do tabaco
Anton tchekov os maleficios do tabacoAnton tchekov os maleficios do tabaco
Anton tchekov os maleficios do tabaco
 
Anton tchékhov o canto do cisne
Anton tchékhov o canto do cisneAnton tchékhov o canto do cisne
Anton tchékhov o canto do cisne
 

Último

Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptxAula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptxBiancaNogueira42
 
Noções de Orçamento Público AFO - CNU - Aula 1 - Alunos.pdf
Noções de Orçamento Público AFO - CNU - Aula 1 - Alunos.pdfNoções de Orçamento Público AFO - CNU - Aula 1 - Alunos.pdf
Noções de Orçamento Público AFO - CNU - Aula 1 - Alunos.pdfdottoor
 
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptxAula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptxpamelacastro71
 
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfBRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfHenrique Pontes
 
HABILIDADES ESSENCIAIS - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
HABILIDADES ESSENCIAIS  - MATEMÁTICA 4º ANO.pdfHABILIDADES ESSENCIAIS  - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
HABILIDADES ESSENCIAIS - MATEMÁTICA 4º ANO.pdfdio7ff
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISVitor Vieira Vasconcelos
 
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 anoAdelmaTorres2
 
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptxSlides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...Martin M Flynn
 
VALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO
VALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSOVALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO
VALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSOBiatrizGomes1
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosAntnyoAllysson
 
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundogeografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundonialb
 
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕESPRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕESpatriciasofiacunha18
 
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNASQUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNASEdinardo Aguiar
 
Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPanandatss1
 
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdf
Geometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdfGeometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdf
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdfDemetrio Ccesa Rayme
 
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresSociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresaulasgege
 
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdfPPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdfAnaGonalves804156
 
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdfSlides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdfpaulafernandes540558
 

Último (20)

Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptxAula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
 
Noções de Orçamento Público AFO - CNU - Aula 1 - Alunos.pdf
Noções de Orçamento Público AFO - CNU - Aula 1 - Alunos.pdfNoções de Orçamento Público AFO - CNU - Aula 1 - Alunos.pdf
Noções de Orçamento Público AFO - CNU - Aula 1 - Alunos.pdf
 
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptxAula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
 
treinamento brigada incendio 2024 no.ppt
treinamento brigada incendio 2024 no.ppttreinamento brigada incendio 2024 no.ppt
treinamento brigada incendio 2024 no.ppt
 
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfBRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
 
HABILIDADES ESSENCIAIS - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
HABILIDADES ESSENCIAIS  - MATEMÁTICA 4º ANO.pdfHABILIDADES ESSENCIAIS  - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
HABILIDADES ESSENCIAIS - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
 
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
 
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptxSlides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
 
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
 
VALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO
VALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSOVALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO
VALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
 
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundogeografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
 
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕESPRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
 
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNASQUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
 
Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SP
 
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdf
Geometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdfGeometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdf
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdf
 
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresSociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
 
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdfPPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
 
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdfSlides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
 

‘Manual mínimo do ator, de dario fo. pelo professor oswaldo anzolin,

  • 1. 1 “A primeira regra, no teatro, é que não existem regras.” Dario Fo. O trabalho consiste no fichamento de duas jornadas do livro „Manual Mínimo do Ator, de Dario Fo. Designado pelo Professor Oswaldo Anzolin, PRIMEIRA JORNADA A COMMEDIA DELL‟ARTE O autor começa o livro definindo seu primeiro assunto, a Commedia dell‟arte. A partir da exclamação de Carmelo Bene, de que a commedia dell‟arte nunca existiu, ele afirma que todos os escritos sobre tal arte são de baixa qualidade, e não convencem. ARLECCHINO, O GRANDE GARANHÃO A primeira fez que o nome Arlecchhino aparece no papel, em 1585, foi para denunciar Ferruccio Marotti de garanhão. Porém, o primeiro a ter colocado a máscara de Arlecchino em cena, seria Tristano Martinelli. Personagens como o Arlecchino, faziam divertir-se tanto a classe mais popular, como até mesmo o rei e a rainha da França. Mas, os cômicos tornaram-se vagabundos e pilantras, perante todos. O autor também ressalta a teoria que afirma que toda a improvisação da trupe de cômicos, na verdade era toda marcada e ensaiada previamente, ou seja, eles não improvisavam diante do público, e isso é um ponto positivo para Fo. TUDO TRUQUE E PREPARAÇÃO Os atores possuíam um grande acervo de situações, diálogos e movimentos em sua própria mente, e com grande harmonia (timing) a impressão ao assistilos é de magnífíca improvisação. Os cômicos possuíam também um grande domínio sobre o ofício, além de toda essa memória cênica. OS RAMES E O OFÍCIO DO IMPROVISO O conhecimento seria insuficiente se o ator não tivesse a capacidade de improvisar, parecendo dizer coisas pensadas naquele momento. Fo cita a experiência de Franca, descendente de artistas, ela viveu quando criança o clima da comédia italiana, para ela não existia a necessidade de ensaios, pois quando a trama era descrita, os atores já sabiam como se movimentar de acordo com seus personagens, e a atuação dava inicio a partir da improvisação. DE ONDE NASCE A EXPRESSÃO COMMEDIA DELL‟ARTE Na idade média, o termo arte estava ligado ao ofício, por exemplo, “arte da lã”, “arte da seda”. Talvez essa seja uma teoria válida, a arte de fazer comédias, os cômicos dell‟arte.
  • 2. 2 DIREITOS E PRIVILÉGIOS “SOBRE A PRAÇA” A Commedia dell‟arte era formada por atores profissionais, e entre os grupos havia certa rivalidade por conta de infiltrações de companhias em praças já utilizadas por outro grupo. Daí, vieram os pedidos para apresentações em locais fechados. Nicoll, estudioso inglês, afirma que o termo arte tem relação direta com a qualidade, sendo assim, o dell‟arte significaria de qualidade. CROCE A IDÉIA (FIXA) DO TEXTO A Commedia dell‟arte baseia-se na relação texto e movimento, as gags dos personagens isoladamente, não sustentam uma cena, contrariando o pensamento de Croce, que desmistificou o romantismo francês e reforçou a presença de profissionais cômicos. CASANOVA E O ELOGIO DA PALAVRA ARLECCHINO: MÉTODO E ESTILO Casanova comenta a atuação de Antonio Sacchi no século XVIII, ele diz que o enredo é perturbador, os discursos ligeiros e alegres, sempre espontâneos, nunca premeditados, com um método de extravagante estilo, que somente ele sabe vestir. CONTRA A IDÉIA DOS CÔMICOS ESFARRAPADOS Certa era a relação feliz que os atores conseguiam manter com a plateia, a originalidade e espetaculosidade são determinadas por uma concepção revolucionária do fazer teatral assumido somente pelos atores. Fo acredita que deveria chamar Comédia de Atores a Commedia dell‟arte, devido ao fato de que os atores eram também diretores, autores, montadores e propriamente atores. DIDEROT E PARADOXO CONTRA OS “CÔMICOS” A racionalidade e o distanciamento das emoções sem deixar o acaso, é um resumo do que dizia Diderot, no Paradoxo do Comediante. Ele imaginava um ator capaz de controlar a própria exibição, por meio de exercícios, calculando toda representação sem margem de erros. QUEM SE COMOVE É UM VIGARISTA Para o autor o pensamento de Diderot, está equivocado, pois ele pensa como autor, e o texto para ele é mais importante, porem a palavra se torna viva nos atores. O teatro de Diderot nunca conseguiu interesse popular. Para ele o público não existia, mas o teatro geralmente se faz para espectadores, e a sua obsessão pelo distanciamento muitas vezes esquecia-se da primeira função do teatro, que é divertir.
  • 3. 3 HUGUENOTES TERRORISTAS O teatro da Commedia era formado por pessoas cultas, enquanto a ideia de que os cômicos dell‟arte eram vagabundos é um desproposito, segundo o autor. Esses atores conviviam com pessoas intelectuais e cultas como Galileu Galilei e Michelangelo. “O ATOR QUE MORRA” Enquanto algumas companhias cresciam e faziam sucesso, em outras, os atores eram trancafiados em celas se por acaso cometessem alguma falta. AS MÁSCARAS NÃO SERVEM PARA MASCARAR A mascar é um dos elementos importantes da Commedia dell‟arte, em si ela sintetiza o caráter de um personagem e o expressa através de suas qualidades. Na história encontramos as mascaras como símbolo do carnaval, e o com elas o transvestimento (fantasia). OS CAVERNÍCOLAS COM A MÁSCARA Talvez o registro mais antigo do uso de máscaras é da gruta dês deux frères, na França, numa pintura que indica uma cena de caça, onde o caçador é transvestido de cabra para se aproximar melhor da caça. A máscara servia para quebrar tabus, e está ligada a cultura dos povos. OS MAMMUTTONES O Mammuttone é um personagem mítico, vestido de pele e mascara negra, em grupos de dez ou cinco, um líder ordena os movimentos e os ritmos da dança. A CHEGADA DE DIONISO Associado aos ritos de fertilidade, durante os solstícios de verão e primavera, o povo grego, representavam Dioniso com uma mascara de semblante humano. DIONISO NA TESSÁLIA Um mistério Tessálio representa pseudo-mammuttones, homens vestidos de peles, e representavam o sacrifício de Dioniso, em outros rituais, Dioniso morre depois de se transformar em bode. A TRAGÉDIA E A COMUNHÃO O corpo de bode de Dioniso é cortado e devorado pelos presentes. Esse ritual nos remete ao cristianismo, segundo Fo, que diz que os cristãos se alimentam de Cristo durante a santa missa.
  • 4. 4 MÁSCARAS DE QUINTAL A movimentação do ator deve imitar gestos mecânicos do caráter de sua mascara. O Arlecchino dava sempre pulinhos e articulava muito as pernas e braços, por exemplo. A maioria das máscaras tem ligação com o mundo animal. São zoomórficas. A relação que se faz com os animais de quintal, é que se refere a baixa corte daquele tempo. As máscaras encontradas na Commedia dell‟arte, são de modelos encontrados no teatro greco-romano. MARIONETES E FANTOCHES A expressão facial da marionete antigo substituía o uso da mascara. Fo constatou que a parte mímica e do gestual das máscaras, vem das articulações das marionetes e dos fantoches. A MÁSCARA COMO MEGAFONE A boca sugere um megafone, a forma de funil dada às máscaras que já possuíam uma particular caixa de ressonância, amplificava a voz, e na Grécia chegava a alcançar um público de até vinte mil pessoas. O ARLECCHINO-FAUNO Máscaras como do Arlecchino e de Zanni, seu pai, tendiam a privilegiar os sons baixos. No teatro de Aristófanes, enquanto o personagem falastrão despejava suas enormes falas ao publico, os outros atores tinham tempo de respirar, recuperando o fôlego. O BOCCACCIONE PROVOCADOR DE ARISTOFANES O boccaccione de Aristófanes, entrava em cena insultando o público e gracejando ininterruptamente, o Zanni e Pulcinella, também desempenharam essa função na Commedia dell‟arte. A qualidade dessas tiradas estava na velocidade e no ritmo que o ator conseguia desenvolver, USAR MÁSCARA FAZ MAL O uso da mascara traz uma sensação de jaula de tortura para quem a utiliza, pois restringe o campo visual e o plano vocal também, você passa a ter outras proporções , e a utilização freqüente das mascaras, traz um efeito contrario o de não conseguir representar mais sem elas.
  • 5. 5 TIRE AS MÃOS DA MÁSCARA Não se deve tocar a máscara, pois quando é tocada ela aparece, como se você voltasse a ter proporções faciais humanas, que estão apenas escondidas. A expressão da mascara na verdade é dada pelo corpo. O autor cita a montagem de O Arlecchino, servidor de dois amos, de Strehler, como espetáculo estruturado sobre ritmo, cadencia cômica e estilo. O BLABLABLÁ DOS PÁSSAROS Os Pássaros de Aristófanes, é uma constante provocação ao público, e com insultos. O CORPO COMO MOLDURA À MASCARA A utilização da mascara requer uma movimentação particular, e o corpo é quem dá suporte a essa movimentação, sendo o corpo uma espécie de moldura para a mascara. DIGA-ME A PROFISSÃO E EU LHE DIREI O GESTO Segundo Fo, Plekhanov afirma que a gestualidade é determinada pela relação de cada povo com a sobrevivência. O ritmo e o tempo dos movimentos, determinam o comportamento do homem. CANTO E DANÇA NO TRABALHO COM CORDAS Em Siracusa, o canto dava ritmo para a produção de cordas, o mesmo ritmo cantarolado por todos auxiliava na maior interação no processo de fabricação das cordas. REMAR CANTANDO Num barco, a cadencia e o ritmo, são indispensáveis na hora de remar todos juntos, a musica é indispensável para a movimentação harmônica dos remadores, após várias repetições isso forma uma coreografia com dança (movimentos dos remadores) e musica. OS REMADORES REMAM COPIANDO A MÉTRICA DOS POETAS O autor refere a utilização do heptametro de cinco pés, o qual os remadores também utilizam ao remar em conjunto. TRABALHAR, PORÉM COM ESTILO Os movimentos devem ser executados para manter o equilíbrio, movimentos cadenciados e entonações vocais, originam uma dança regulada por módulos rituais, que se repetem. Assim é com os remadores, e com o camponês na hora da colheita também. partir dos gestos cotidianos nós, profissionais de teatro, podemos sugerir movimentos harmoniosos e dança-los.
  • 6. 6 VAMOS FAZER OS ACOMPANHAMENTO) MOVIMENTOS (O GESTO COM O O difícil em montar um espetáculo com um grupo de mímicos onde o gestual é o ponto forte, está em conscientizar cada um de sua capacidade motora e gestual. Todos deveriam conhecer a sua maneira de andar, gesticular, não somente para corrigir, mas para utilizar o que bom em cena. OS CEGOS DO GESTO E A SALADA É notável que não temos consciência do nosso gesto, pois muitos não se identificam após uma serie de caricaturas, inclusive a sua. É necessário cuidar do gesto que acompanha as palavras na ação cênica. GESTUALIDADE E GESTICULAÇÃO Mover o tronco e os membros com sabedoria deve ser uma preocupação do ator. A máscara é a síntese do personagem e a movimentação deve seguir o mesmo discurso, para que aja compreensão. CONCERTO PARA RANGIDO, TOSSE E ROER DE BALAS O autor traz a possibilidade de ler a reação do público através do silencio (compreensão), e da batida das cadeiras, da tosse, do mascar chiclete ou revirar a bolsa (desatenção). O ESPIÃO DA RISADA. UM CONSELHO DE PASSAGEM Fo relata a questão da risada de efeito, ou seja, revelar o jogo cômico antes da cena ou não, também conhecido por “telefonar”. A MÁSCARA NÃO TEM TELEFONE A máscara não permite nenhuma mobilidade facial, não possibilitando o telefonar em cena. PRIMEIRO RACIOCÍNIO SOBRE A SÍNTESE Para um ator que utiliza uma mascara, é necessária a colocação ponderada e essencial do corpo. Na Commedia dell‟arte o movimento corporal esta centrado na bacia e no tórax. A BACIA NO CENTRO DO UNIVERSO Com o trabalho continuo de exploração de movimentos com máscara, podemos afirmar que a Commedia dell‟arte não seria um teatro de comédia baseado apenas na movimentação dos quadris.
  • 7. 7 QUEM NÃO DANÇA COMO O JAGUAR NÃO FAZ REVOLUÇÃO A partir do filme: Angola e a consciência de um povo submisso. O autor insere a figura do Jaguar, animal de rapina mais veloz, que consegue alcançar animais em galhos de arvores com apenas um salto. COMO APRENDER A EXPRESSÃO DO JAGUAR Nós vivemos numa sociedade moderna e tecnológica, mas se prestarmos atenção as características do jaguar, que são: a velocidade, a coragem e a sua decisão rápida, elas se melhor observadas e praticadas trariam verdade ao exercício do improviso. MÁRMORE E CORALIDADE Nas pedreiras de mármore de Massa e Carrara, centenas de pessoas executavam diferentes tarefas, mas um “gritador” (regente), dizia o tempo certo da execução, e seus gritos tinham sonoridades diferentes para cada movimento. AS CATEDRAIS PRÉ-FABRICADAS Com a chegada de muitos estrangeiros para trabalhar nessa pedreira, a região tornou-se uma mistura de língua se sons. UM CANTO PARA OS PÉS NÃO SEREM PISADOS Parecido com o canto de trabalho que já foi citado, os pilares da cidade de Veneza foram vincados por homens regidos por um som vindo de um líder, e os operários respondiam e assim formavam uma coreografia, de fincar estacas no chão com música. NEM TUDO PODE SER CLASSIFICADO A mudança de gesto de trabalho para dança ou mímica, é definido por consequência pela cultura e contexto histórico de cada região. Mas existem casos, que não se encontram nem os gestos de origem, pois eles transformaram-se, agregando valores de linguagem vocabular e gestual, esse desenvolvimento é imprevisível segundo Fo. O GESTO E A MÁSCARA O autor descreve uma encenação feita por ele, e mais tarde transmitida pela TV, que se chama: A fome do Zanni. OS ZANNI ESTÃO CHEGANDO Modificando todo o ambiente chegam a Veneza vinte mil pessoas, que propriamente invadem Veneza, e esse episodio traz personagens marcantes para a história.
  • 8. 8 O BOOM DAS PROSTITUTAS A prostituição crescera muito, enquanto os Zanni passavam fome. TEMOS UMA FILMADORA NA CABEÇA Esse ponto trata de uma capacidade psicológica do espectador, a de ver apenas o que realmente quer, por exemplo focalizar o rosto do ator, ou vê-lo por inteiro, essa capacidade muitas vezes é condicionada pelo ator através de sua movimentação, por isso a concentração é muito importante. O uso da mascara necessita no mínimo da movimentação do tronco do ator, por isso para aqueles que utilizam mascara, o campo de visão é bem maior do que o do ator que pode explorar apenas a movimentação do olho. DIABO DE ARLECCHINO Na tradição popular francesa o Arlecchino é considerado um personagem diabólico, por ser zombeteiro, trapaceiro, arrogante e corrupto. Os atores sempre provocavam o público, e na maior parte das vezes já entravam em cena xingando e falando palavrões. A EXPULSÃO DOS CÔMICOS Em 1675 a Commedia dell‟arte é expulsa da França, principalmente por tantas sátiras aos maus costumes desse povo. Segundo o autor, Bragaglia afirma ter nascido em Nápoles a mímica, como gênero de teatro total, no qual se usava a voz, o corpo, a dança e a acrobacia. O autor também acha relevante citar Pulcinella, outro personagem da Commedia dell‟arte, caracterizado por ser agressivo, corcunda e possuiria o mesmo gasto pela mentira que o Arlecchino. COMO EMBOTAR UMA CRIANÇA O processo criativo de uma criança, na maioria das vezes impede a própria criança de extravasar sua criatividade através de desenhos de monstros, e outras criaturas. O autor diz que o jogo infantil, respira liberdade. Enquanto os adultos tendem a estereotipar o teatro. É PROÍBIDO TER PIEDADE DE SI MESMA O autor começa esse último ponto da Primeira Jornada, com o convite que ele fez a sua esposa Franca, para dar a sua opinião sobre o texto que havia acabado de escrever, e ela simplesmente diz que o texto não a convenceu. Porem, Fo exige criticas detalhadas, e após um estudo melhor do texto, Franca é capaz de expressar todas as entrelinhas até então encobertas pela sua afirmação anterior. O autor explica que para a mulher fazer parte da historia do teatro, ela tem que tornar-se o sujeito da ação, desprender-se dos homens, e caminhar em favor
  • 9. 9 de questões femininas. Para ele, o primeiro passo a ser dado é o de parar de ter piedade de si mesmas, e libertar-se das lamentações. SEXTA JORNADA Dario Fo diz que irá trazer uma surpresa para o texto, agora que esta finalizando o livro. ULISSES NÃO ESTA NEM AI O ponto principal em toda a tragédia é o destino e a morte. Eurípedes porém, inicia algo novo, que é a possibilidade da mudança pela vontade humana, capaz de modificar até a morte. A PAIXÃO DOS CROATAS O autor relata uma apresentação assistida na Croácia, A morte do vilão. Tratase de um mito anterior ao de Dioniso. Demonstra-nos ao final, não apenas a catarse, mas que o ser humano não finito. DIÁLOGO COM LÚCIFER DE BONVESIN Bonvesin de La Riva inventou a dialética do humanismo, e também a ideia de confrontar a mãe de Deus com o inimigo. Em um dos seus textos Deus é acusado de corrupção, de roubar no jogo. A FILHA D‟ARTE Quem passa a escrever nessa parte do livro é a própria Franca, nascida entre artistas, e influenciada pelo teatro popular, com uma tendência a improvisação. Ela assume que no inicio de sua carreira nada sabia sobre provocação direta do público, e que isso só veio acontecer quando o seu grupo decidiu sair da rota de espetáculos oficiais, e assim tiveram que aprender a segurar o público, e a dirigir-se diretamente a plateia. O GOLPE DO MAGLIARO Franca faz uma descrição detalhada de um espetáculo que montaram, A guerra do povo no Chile, que se baseia em documentos verdadeiros, com uma sequência de monólogos, esquetes e cantos. O envolvimento do público em certas intervenções era fantástico, pois o grupo levou para o teatro a verdadeira sensação de guerra. A MULHER-PALHAÇO, A BUFA, A JOGRALESCA A papel da mulher na comédia, é descrito por Franca. Enquanto o pensamento geral é que na antiguidade as mulheres não participavam do teatro, eram apenas jogralescas, Franca defende que a mulher poderia ter sido o início da comédia, por ser conhecida como contadoras de historias hilárias e eróticas.
  • 10. 10 Também reprova o abuso das mulheres de caras, bocas e rebolados em cena para chamara atenção. Com dignidade é possível provocar o público, e com moderação. Complementa falando que a mulher transvestida de homem é inaceitável, a não ser que isso seja para mostrar antes ou depois a figura feminina. No século XVII, as mulheres em cena, eram consideradas prostitutas. Mas havia um teatro com temas escabrosos, escrito e representado por mulheres, freiras em vários conventos, denunciavam o desejo sexual dentro do recinto. Quanto ao feminismo, posiciona-se a favor da autonomia e distanciamento crítico. Os homens se sentem invencíveis, e Franca cita um dos fatores, a própria terminologia poética do órgão masculino, e a pobre terminologia feminina. Na base das duas mais antigas e importantes formas de tragédias, encontramos a catarse do riso e do obsceno sexual. Com a contrarreforma, muitos teatros foram fechados. AS MULHERES SEM MÁSCARA Na França, as mulheres representavam a si mesmas, e não um personagem, por isso não usavam máscaras, e também pela vontade de aparecer como mulheres. Em muitas, cidades na Europa, o teatro era cultivado ao ar livre, porém, no teatro de rua é muito difícil encontrar um bom papel para uma atriz. Na Itália, tais representações eram quase extintas, e pensar que esse gênero de representação teria nascido justamente em berço italiano.