O documento descreve o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), definindo-o como um transtorno mental caracterizado por obsessões e compulsões que causam sofrimento ao indivíduo. Fatores biológicos, genéticos e psicológicos podem estar envolvidos, e o tratamento mais eficaz envolve terapia cognitivo-comportamental e medicamentos inibidores da recaptação de serotonina.
2. Definição do TOC:
O TOC é um transtorno mental incluído pelo Manual de
Diagnóstico Estatístico de Transtornos Mentais da
Associação Psiquiátrica Americana (DSM-IV) dentre os
chamados transtornos de ansiedade. Ele manifesta-se sob a
forma de alterações do comportamento, dos pensamentos e
das emoções, sendo que são considerados:
Comportamento (rituais ou
compulsões, repetições, evitações).
Pensamentos (obsessões como dúvidas, preocupações
excessivas).
Emoções (medo, desconforto, aflição, culpa, depressão).
3. Caracterização do TOC
Sua característica principal é a presença de Obsessões e
de Compulsões, sendo que uma é seguida pela outra.
Dentre as obsessões e compulsões mais comuns estão:
Preocupação excessiva com limpeza (obsessão) que é
seguida de lavagens repetidas (compulsão).
Dúvidas (obsessão), que são seguidas de verificações
(compulsão).
4. Definição de Obsessões:
São pensamentos ou impulsos que invadem a mente de forma
repetitiva e persistente, geralmente são acompanhadas de
medo angustia, culpa ou desprazer. Os portadores de
TOC, mesmo desejando, não conseguem afastar as obsessões
ou suprimi-las de sua mente. Deste modo, esses indivíduos
tentam amenizá-las realizando rituais. Os exemplos mais
comuns são:
Preocupação excessiva com higiene, doenças e organização;
Religião: pecado, culpa e sacrilégios.
Pensamentos supersticiosos.
Impulsos de agredir outras pessoas.
Falta de discernimento quanto a impulsos sexuais.
5. Definição de Compulsões (ou Rituais):
Comportamentos executados em resposta à
obsessão, costumam ser repetitivos e involuntários. Assim, as
compulsões têm relação funcional com as obsessões, ou
seja, aliviam momentaneamente a ansiedade associada a elas.
Os exemplos mais comuns são:
Mania de colecionar coisas inúteis
Repetições ou confirmações (trancar a porta, apagar a luz...)
Contagens
Alinhamento, ordem e simetria
Compulsões mentais: rezar, repetir palavras, frases e números
Fazer listas
Marcar datas
6. Papel da genética
Estudos realizados pelos pesquisadores Steven
Rasmussen e Ming Tsuang com gêmeos
univitelinos portadores de TOC revelaram que
65% deles apresentavam pensamentos
compatíveis com o transtorno, embora, na
maioria das vezes, fizessem rituais diferentes.
Não existe apenas um gene responsável pelo
TOC, e sim vários, com maior ou menor
influência sobre a manifestação do transtorno.
7. Causas:
A ciência tem conseguido esclarecer vários fatos em
relação ao TOC embora não consiga ainda esclarecer
suas verdadeiras causas. Provavelmente concorrem
vários fatores para o seu aparecimento, são eles:
Fatores Biológicos: envolvendo aspectos
genéticos, neuroquímica cerebral, lesões ou infecções
cerebrais.
Fatores Psicológicos: como a aprendizagem; certas
formas errôneas de ver e interpretar a realidade
próprias dos portadores do TOC.
Fatores Culturais que induzem aos rituais.
8. Causas – Fatores Biológicos:
Há evidências de que o TOC ocorra após
traumatismos, lesões ou infecções cerebrais. Também é
comum a existência de vários indivíduos acometidos em
uma mesma família, sugerindo uma predisposição
genética.
Essa predisposição está relacionado a uma alteração dos
receptores de Serotonina do tipo 1 (5- HT1). Esta
conclusão se dá uma vez que o uso de medicamentos
que inibem, seletivamente, a recaptação de serotonina
(serotoninérgicos) têm se mostrado um dos tratamentos
mais eficazes contra o TOC.
9. Tese de Frederico Graeff sobre alteração dos receptores de
Serotonina do tipo 1 (5- HT1) e o uso de medicamentos que
inibem (seletivamente) a recaptação de serotonina.
http://www.qca.ibilce.unesp.br/BNR/acao-serotonina.jpg
10. Causas - Fatores Psicológicos
Estudos sugerem que observar familiares executando
rituais, levará ao aprendizado, porém, pesquisadores
acreditam que só desenvolverá o TOC aquele indivíduo
que for geneticamente predisposto.
Estima-se que o indivíduo possa apresentar os
sintomas entre 20, 25 anos, geralmente durante ou
logo após um período de estresse, após trauma ou
uma depressão grave.
11. Sintomas:
Preocupação excessiva com:
Sujeira, germes, contaminação, doenças ou com o corpo;
simetria, exatidão, ordem, sequência ou alinhamento;
preocupação em armazenar, poupar, guardar coisas
inúteis.
Pensamentos recorrentes com: Imagens ou impulsos
de ferir, insultar ou agredir; cenas ou impulsos
indesejáveis e impróprios;
Pensamentos supersticiosos com: números
especiais, cores, datas, horários, palavras, nomes, cenas
ou músicas, objetos ou roupas, etc.
12. Comorbidades ou Distúrbios que estão
associados ao TOC:
Existem comorbidades ou distúrbio associados ao
TOC, as mais frequentes são:
Ansiedade
Depressão
Transtornos do humor
Transtorno do pânico
Transtorno bipolar
Fobia específica
Abuso e dependência de substâncias químicas
Outras doenças nervosas ou psiquiátricas.
13. Comorbidades ou Distúrbios que
estão associados ao TOC:
Linha de pesquisa tem fornecido importantes contribuições
sobre qual é a sequência temporal de instalação dos
distúrbios ou comorbidades associados ao TOC ao longo da
vida de um portador. Essa pesquisa sugere que:
Ansiedade: surge antes do TOC.
Transtornos do humor: surge durante ou após o TOC.
Fobia específica: surge antes do TOC.
Transtorno do Pânico: surge após o TOC.
Abuso e dependência de substâncias: surge após o TOC.
14. Tratamento Farmacológico e os
Neurotransmissores envolvidos:
A clomipramina (Anafranil) foi a primeira droga cujo
efeito antiobsessivo ficou comprovado e até hoje é
utilizada. Mais recentemente verificou-se que outras
drogas, os antidepressivos que pertencem ao grupo dos
inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRSs)
apresentavam melhores resultados. Em princípio, o efeito
de todas elas é semelhante. Há, entretanto, diferenças
em relação aos efeitos colaterais. Fazem parte desse
grupo:
clomipramina, fluoxetina, paroxetina, sertralina, citalop
ram e fluvoxamina.
15. Tratamento Não Farmacológico:
A resposta de muitos pacientes aos medicamentos
inibidores da receptação da serotonina é parcial ou
muitas vezes nula e ainda se desconhece o motivo.
Sabe-se ainda que fatores de natureza psicológica
influem no surgimento, na manutenção e no
agravamento dos sintomas de TOC, sendo comum que os
sintomas surjam depois de algum estresse psicológico.
O tratamento atualmente mais recomendado em função
de seu êxito é a Terapia Cognitiva Comportamental –
TCC que deverá ser feita por psicólogo devidamente
habilitado através de especialização nesta área.
16. Terapia Cognitivo Comportamental
Além dos medicamentos, utiliza-se no TOC uma modalidade
de terapia – a chamada Terapia Cognitivo Comportamental
(TCC), da qual foram adaptadas algumas técnicas para
combater os sintomas do TOC.
Cerca de 70% dos que realizam essa terapia, obtém uma boa
redução ou até a eliminação completa dos
sintomas, especialmente quando predominam rituais, não há
outros problemas psiquiátricos graves e os pacientes se
envolvem efetivamente nas tarefas de casa.
Essa Terapia deverá ser feita por psicólogo devidamente
habilitado através de especialização na área Cognitivo
Comportamental .
17. Bibliografia:
Mentes & Manias, Ana Beatriz Barbosa Silva, Editora Gente
Ano: 2004
Trabalho sobre TOC disponível no site da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul - UFRGS: http://www.ufrgs.br/toc/
Aspectos genéticos do transtorno obsessivo-
compulsivo, Revista Brasileira de Psiquiatria, 2001;23(Supl
II):38-41
Comorbidade no transtorno obsessivo-compulsivo, Revista
Brasileira de Psiquiatria, 2001;23(Supl II):17-20
Quadro clínico do transtorno obsessivo-compulsivo, Revista
Brasileira de Psiquiatria, 2001;23(Supl II):6-9
Aspectos neuroquímicos: o papel da serotonina no
TOC, Revista Brasileira de Psiquiatria, 2001;23(Supl II):35-7
18. Faculdade Maurício de Nassau
Curso: Psicologia 2011-1
Disciplina: Neurofisiologia
Professora: Izabel Barreto
Grupo:
Amanda Lourenço
Carol Galindo
Júlio Cezar
Piera Lobo
Simone Lustosa