Aqui consta a apresentação da vídeo-instalação interativa “Pra onde vai o que fica pra trás?” elaborada por Stefânia Masotti, com o auxílio de Rúbia Silveira de Almeida. Em caso de dúvidas ou interesse em saber mais sobre a obra, entre em contato pelo e-mail: http://scr.im/smasotti
ATIVIDADE 1 - GCOM - GESTÃO DA INFORMAÇÃO - 54_2024.docx
Apresentação: Pra onde vai o que fica pra trás?
1.
2. Rosa dos Ventos: Vá, ande, caminhe!
Sou tarada por pés. Não, não se trata de tesão, mas do movimento que eles fazem. Talvez
tenha sido o percurso da vida que tenha me colocado os pés e os detalhes dos movimentos
deles em meu caminho, cicatrizados na pele de um tornozelo e na distensão de um osso. É
desses caminhos que nos atravessam e nos cortam e não nos deixam nunca mais. Um dia
um carro avançou o sinal e cruzou o meu caminho. Eu estava de moto e meu tornozelo
nunca mais foi o mesmo, assim como os movimentos do meu pé direito. Mas isto não é uma
história pessoal. A toda hora um carro cruza o nosso caminho. A toda hora a gente avança
um sinal. A toda hora seguimos em frente, pra frente, adiante, avante, a mais. Mas, pra
onde vai o que fica pra trás?
3. Sentido Norte: contraste, estranhe, caminhe!
“Pra onde vai o que fica pra trás?” busca
gerar uma reflexão sobre o passado
recente, um tempo que anda esquecido
na atualidade.
Não sou especialista para
afirmar, mas me dói
muito as forças da
excessiva correria e da
excêntrica necessidade
de tudo no presente, no
agora. Até o gerúndio,
tão necessário para os
processos, foi condenado
e jogado para escanteio.
Parar alguns minutos no tempo,
promover reflexões, mostrar que
“velocidade não é dinamismo” (SANTOS,
2009, p. 156), são pensamentos que
norteiam este trabalho.
4. Sentido Sul: mas pára! Olhe por onde.
Depois de quase 6 anos de curso, me cansei do lead,
das fórmulas, das métricas, e resolvi criar minha
própria mídia para me expressar.
Sentia falta de emoção nas mídias, então coloquei a poesia. Precisava ilustrar o que
sentia, então coloquei o vídeo. Preciso que o outro me dê suas respostas sobre o que
eu digo, então coloquei um programa de computador para as pessoas me
responderem. Sentia falta de uma pitada de crença, de fé, para reger, no pano de
fundo, tudo isso, e então coloquei a Numerologia. Sentia falta do acaso, de não ter
controle absoluto, da possibilidade do erro, do humano, do universal, do imprevisível,
e então deixei uma brecha para o acaso acontecer. Cada um desses elementos tem
muito a ver com a minha vida. São coisas em que acredito e não vivo sem.
5. Sentido Sul: mas pára! Olhe por onde.
Uma combinação humana entre números binários,
imagens, respostas sensíveis, números místicos, e
você. Não sei no que isso vai resultar para cada um,
mas eu não estou em busca de um resultado, estou
querendo apenas ser e refletir sobre o que eu estou
sendo.
“A imagem, sem dúvida – e toda arte, segundo ele [Couchot] -, não é mais o lugar da
metáfora e sim da metamorfose.” (COUCHOT, apud PLAZA, 2008, p. 77)
6. Sentido de Leste a Oeste: veja que
esquisito, se esquisite, se inquiete, se
perceba de costas, tropece, caia nos
seus limites.
“Figurar para a sensibilidade e
dizer através do número” (LUZ,
2008)
“Linguagens e meios que se misturam,
compondo um todo mesclado e interconectado
de sistemas de signos que se juntam para
formar uma sintaxe integrada” (SANTAELLA,
apud ARANTES, 2005, p. 49)
12. Sentido que virá: invente um novo resultado
"Pra onde vai o que fica pra trás?" me
pegou de surpresa e ecoa em minha
vida há alguns anos. Ainda não
entendi tudo o que esta obra quer me
dizer, mas mesmo assim tento
repassar algo que entendi para o
mundo. Mais do que tudo, este
projeto é um grito e uma pausa. Um
grito que mesmo depois que é
escutado, fica martelando na cabeça,
uma palavra aqui, outra ali. Uma
pausa, aquele instante necessário pra
vir uma nova idéia, pra surgir uma
lembrança, pra lembrar da vida.
"Pra onde vai o que fica pra trás?",
por mais que tente falar do passado,
é um projeto pro futuro, é pra todos
os lados. Cabe ao receptor, da obra
ou deste memorial, escolher qual
lado seguir. Seja qual for, posso ir
contigo?