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A Espada e a Espatula 
2 | Projeto Spurgeon
A Espada e a Espátula é uma publicação BI-bimestral 
de Projeto Spurgeon – Proclamando 
a CRISTO Crucificado & Projeto Ryle – Anun-ciando 
a Verdade Evangélica, inspirada na 
original “The Sword and the Trowel”, lançada 
por C.H.Spurgeon em 1865. 
• Editor: 
Armando Marcos 
• Colaboradores: 
Marcelo Lemos 
Sara de Cerqueira 
Josep Rossello 
Walter Mcalister 
Caio Andrade 
Atila Calumby 
• Revisão e prova: 
Atila Calumby 
• Capa e diagramação: 
Victor Silva 
• Fotos: 
Pesquisa de imagens, Wikipédia e arquivo de 
Projeto Spurgeon e associados. 
• TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 
É permitida a livre distribuição desse material, 
e a livre impressão para distribuição e uso pes-soal, 
somente vedado o lucro e a venda sem 
autorização. 
• Contato: 
Email: projetospurgeon@gmail.com 
• Twitter: 
@ProjetoSpurgeon 
• Facebook: 
https://www.facebook.com/projetospurgeon 
https://www.facebook.com/BispoJCRyle 
• Site: 
www.projetospurgeon.com.br 
www.projetoryle.com.br
EDITORIAL 
Agora em julho, comemoramos os 3 anos de criação do nosso 
site, o Projeto Spurgeon, proclamando a CRISTO crucificado; 
para mim é um uma benção que nesses tempo todo, eu tenha 
tido a possibilidade de divulgar daquilo que o Senhor tem usado 
para minha vida, o Evangelho de Cristo e o próprio Cristo, para 
amigos virtuais e reais; realmente, um privilégio, uma responsabilidade 
e um trabalho que eu encaro como algo que o Senhor tem usado e que 
poderá a vir seu usado pelo Espírito no futuro. 
Até aqui o Senhor nos ajudou, e contamos pela fé que continue a nos 
abençoar a trabalhar nessa obra, que nesses 3 anos, não se restringiu só 
aos textos e sermões de Spurgeon, mas que também se expandiu a textos 
de outros pregadores, especialmente o bispo J.C.Ryle com o Projeto Ryle, 
e a essa mesma revista: com isso quero evitar, de minha parte, de fazer 
de um pregador um tropeço a perfeição da devoção a Cristo, e cair numa 
carnalidade condenável; também, assim, continuar na pregação do evan-gelho 
e no anuncio de Cristo com a valiosa colaboração de todos nossos 
cooperadores por outras formas diversas, levando a mensagem do cristia-nismo 
bíblico a todos de várias formas. 
Nossos dois Projetos e a revista, a meu ver, em seus lemas, resumem 
nossas metas nos Projetos: Proclamar a cristo crucificado, que é o poder 
de Deus para salvação de todo aquele que crê; anunciar a verdade evan-gélica, 
de que estávamos perdidos, e justamente condenados por nossas 
rebeliões, mas que Cristo, cumprindo a vontade de Deus, se encarnou e 
a fim de cumprir o plano dele de salvar Seus eleitos, fez a expiação dos 
pecados por sua morte, e ressuscitou dos mortos vencendo a morte para 
nossa justificação, e e está ao lado de Deus intercedendo por seu povo So-beranamente, 
e, por fim batalhar contra o pecado derrotado e trabalhar 
para o Senhor para Sua glória. Que essa edição de “A Espada e a Espátula” 
nº 5 contribua para todos esses propósitos, pelo poder do Espírito Santo, 
é nossa oração. 
Armando Marcos Pinto 
Editor 
São Paulo, agosto de 2012
• INDICE • 
O Foco Evangélico de Charles Spurgeon: A Eleição 
Incondicional 
Por Nathan W. Bingham � 6 
O Poder do Espírito Santo 
Por J. C. Ryle �10 
Solus Christus ontem hoje e sempre 
Por Caio Andrade �15 
Porque Jesus veio? 
Por Bispo Josep Rossello �18 
Entrevista com o Bispo Josep Rossello 
Por Armando Marcos �20 
A Rebeldia Cristã 
Por Atila Calumby �26 
Cristã, valorize-se 
Por Sara de Cerqueira �30 
O Alvo da Felicidade 
Por Bispo Walter McAlister �35 
Você é evangélico? Pense de novo! 
Por Marcelo Lemos �40 
A Centralidade do Amor de Cristo por nós 
Por Tim Conway �44 
Como ensinar as crianças acerca de Deus 
Philip Doddridge �48 
Forçando pecadores a não rejeitarem a Cristo 
Por C. H. Spurgeon �53
A Espada e a Espatula 
6 | Projeto Spurgeon 
Por Nathan W. Bingham 
No último livro de Steven Lawson, O 
Foco Evangélico de Charles Spurgeon, 
Lawson sustenta que o compromisso 
fervente de Charles Spurgeon para com as 
doutrinas da graça “modelou” seu “foco 
evangélico.” Então, o que Spurgeon cria 
exatamente sobre os cinco pontos do calvi-nismo? 
Usando extratos de O Foco Evangé-lico 
de Charles Spurgeon, vamos responder 
a essa pergunta: Hoje descobrimos o que 
Charles Spurgeon cria sobre a doutrina da 
Eleição Incondicional. 
Charles Spurgeon fervorosamente sus-tentou 
a doutrina da eleição incondicional. 
Necessariamente, essa verdade bíblica de-riva 
da crença na depravação humana. De-vido 
que a vontade do homem está comple-tamente 
morta e não pode escolher a Deus, 
Deus tem que exercer Sua vontade soberana 
para salvar. Aparte da massa da humanida-de 
caída, Deus fez uma eleição eterna, que 
a distingue. Antes da fundação do mundo, 
Ele determinou quem se salvaria. Spurge-on 
afirmou que se não fosse pela eleição de 
Deus de Seus escolhidos, ninguém se salva-ria. 
O que perece elege perecer, mas o 
que se salva se salva, porque Deus es-colheu 
salvá-lo. —Spurgeon 
Igual que todas as doutrinas que Spur-geon 
celebrou, ele que cria nessa verdade 
porque estava convencido de que estava 
firmada e fundamentada na Bíblia: “Tudo 
o que se pode dizer acerca da doutrina da 
eleição, está escrito na Palavra de Deus 
como que com uma linha de ferro, e não 
há forma de se livrar disso.” Em seu ser-mão 
intitulado “A Eleição”, pregado em 2 
de setembro de 1855, Spurgeon leu muitas 
passagens que, sem espaço para duvidas, 
ensinam essa verdade doutrinária. Entre os 
textos que citou e explicou estavam Lucas 
18:7, João 15:16; 17:8-9, Atos 13:48, Roma-nos 
8:29, 33; 9:11-13; 11:07; 1 Coríntios 1: 
26-29, Efésios 1:14, Colossenses 3:12, 1 Tes-
Agosto/2012 
Projeto Spurgeon | 7 
salonicenses 5:9, 2 Tessalonicenses 2:13-14, 
Tito 1:1, 1 Pedro 1:1-2; y 2 João 1. 
Nessa exposição, Spurgeon disse: 
Mas Deus, desde o princípio, escolheu 
seu povo; quando o etéreo não nave-gado 
ainda não tinha sido revolvido 
pela asa de um anjo sequer, quando o 
espaço era sem limites, ou ainda não 
nascido quando a quietude univer-sal 
reinava, e nenhuma voz ou suspi-ro 
quebrava a solenidade do silêncio; 
quando não havia nem começo, nem 
gesto, nem tempo, nada, apenas Deus, 
só em sua eternidade; quando a can-ção 
de um anjo, sem a assistência de 
um querubim sequer, muito antes das 
criaturas vivas nascerem, ou das rodas 
da carruagem de Jeová tivessem sido 
moldadas, mesmo assim, “no princípio 
havia o Verbo”, e no princípio o povo 
de Deus era um com o Verbo, e “no 
princípio ele os escolheu para a vida 
eterna”. Nossa eleição, então é eter-na. 
1 
.Na eternidade passada, Deus sobera-namente 
estabeleceu seus afetos sobre um 
1 Sermão “Eleição” via Monergismo http://www.monergismo. 
com/textos/chspurgeon/Eleicao_Spurgeon.htm 
povo em particular e predestinou sua salva-ção. 
A eleição soberana, Spurgeon afirmou, 
não se baseava na previsão divina, mas sim 
da predestinação divina: “‘Mas’, outros 
alegam, ‘Deus os elegeu na previsão de que 
creriam’. Agora Deus dá a fé, portanto ele 
não poderia ter-lhes eleito levando em con-ta 
sua fé, que Ele previu.” 2 
Spurgeon negou que a eleição possa ser 
descartada como a eleição das nações em 
lugar de indivíduos. Ele declarou: 
É o mais miserável artifício na terra 
alegar que Deus não escolheu pessoas, 
mas nações, porque a mesma objeção 
que se faz contra a escolha de pessoa 
ocorre contra a escolha de uma nação. 
Se não fosse justo escolher uma pes-soa, 
seria muito mais injusto escolher 
uma nação, uma vez que as nações são 
a reunião de multidões de indivíduos, 
e escolher uma nação parece ser um 
crime imenso – como se a eleição fosse 
um crime – mais do que escolher uma 
pessoa. Certamente escolher dez mil 
seria considerado pior do que escolher 
um; distinguir uma nação inteira do 
resto da humanidade, parece ser uma 
grande extravagância nos atos da so-berania 
divina do que a eleição de um 
pobre mortal e deixar outro. 
Devido que a eleição soberana de Deus 
dos pecadores individuais é claramente en-sinada 
nas Escrituras, Spurgeon insistiu que 
ela deveria ser pregada: “Deus me deu este 
grande livro, a partir do qual devo pregar, 
e se Ele colocou algo nele, e você pensa 
que está fora de lugar, vá e se queixe dian-te 
Dele sobre isso, não para mim. Eu sou 
simplesmente Seu servo, e se é Seu encargo 
que aquilo que eu devo dizer é inaceitável, 
não posso evitá-lo. Permita-me dizer-lhe 
que a razão pela qual muitas de nossas igre-jas 
estão diminuindo é somente porque essa 
doutrina não foi pregada.” Spurgeon reco-nheceu 
que a negação em pregar a verdade 
da eleição soberana é um obstáculo para o 
2 ibdem 
O que perece 
elege perecer, 
mas o que se 
salva se salva, 
porque Deus 
escolheu sal-vá- 
lo.
A Espada e a Espatula 
crescimento da igreja. Tal pregação é ne-cessária 
para que os pecadores recebam a 
semente do evangelho. 
Em outro sermão, Spurgeon sustentou 
que a retenção dessa grande verdade é uma 
ofensa grave contra Deus: 
“Alguns de vocês nunca pregaram so-bre 
a eleição desde que foram orde-nados. 
“Essas coisas”, você diz, “são 
ofensivas.” E você ofenderia a Deus em 
vez de ofender ao homem. Mas você 
responde: “Essa doutrina não é práti-ca.” 
Creio que o clímax da blasfêmia 
de todo homem se concentra nessa ex-pressão. 
8 | Projeto Spurgeon 
Diz que Deus colocou algo na 
Bíblia sobre o que não se deva pregar! 
Você está criticando ao meu Deus. Mas 
vocês dizem: “Será perigoso.” O que?! 
A verdade de Deus é perigosa? Eu no 
queria estar em sua pele quando você 
tenha que estar diante de Seu criador 
no dia do Juízo depois de dizer algo 
como isso. ” 3 
.Desde uma perspectiva positiva, Spur-geon 
declarou audáciosamente que pregar 
a eleição incondicional é evangelístico. Ele 
disse: “Nunca preguei essa doutrina, sem 
ver conversões, e creio que nunca o farei.” 
Quando as pessoas lhe perguntaram como 
ele reconciliou a pregação da eleição com 
a extensão do evangelho, afirmou, “Não 
há necessidade de reconciliar, já que nun- 
3 ibdem 
A soberania divina e o evange-lismo 
caminham de mãos dadas, 
a primeira prepara o caminho 
para o segundo 
ca estiveram brigadas entre si.” Ele estava 
certo. A soberania divina e o evangelismo 
caminham de mãos dadas, a primeira pre-para 
o caminho para o segundo, e assegura 
o sucesso deste no evangelismo 
Enquanto todos no céu estão aí por 
eleição de Deus, Spurgeon disse que os que 
estão no inferno estão aí por sua própria 
eleição. Declarou: “A partir da Palavra de 
Deus, tenho entendido que a condenação é 
toda do homem, de ponta a ponta, e a sal-vação 
é toda por graça, de principio a fim. 
O que perece escolhe perecer; mas o que se 
salva, se salva porque Deus lhe quis salvar.” 
Em outras palavras, a salvação só é possível 
quando a vontade de Deus liberta a vontade 
humana da escravidão. 
Extrato adaptado de Steven Lawson “O Foco Evangélico de Charles Spurgeon.” 
Disponível agora na Editora Fiel: 
http://www.lojafiel.net/produto.aspx?ProCodigo=313&ind=blog 
Confira o sermão “Eleição” da Editora Fiel 
Nathan W. Bingham é cristão, diretor da área de internet do Ligonier Ministries, ministério 
de R.C.Sproul 
www.ligonier.org
O Foco Evangélico de 
Charles Spurgeon 
(Steven Lawson) 
140 Páginas / Fomato 14x21 
ISBN 978-85-8132-023-6 
No Livro “O Foco Evangélico de 
Charles Spurgeon”, quarto da série 
Um Perfil de Homens Piedosos, Ste-ven 
Lawson apresenta ao leitor a vida 
e o ministério do grande pregador ba-tista 
do século XIX, conhecido como o 
“príncipe dos pregadores”, que ensina-va 
ousadamente as doutrinas da graça 
e, ao mesmo tempo, apresentava a ofer-ta 
gratuita de salvação em Jesus Cristo. 
O própósito desta obra e de toda a série 
é examinar perfis de homens piedosos, 
como João Calvino, Jonathan Edwards, 
John Knox e Spurgeon, que utilizaram 
seus dons espirituais e suas habilidades 
ministeriais para promover o reino ce-lestial. 
CONFIRA AQUI 
www. loj a f i e l . n e t
A Espada e a Espatula 
10 | Projeto Spurgeon 
Por J. C. Ryle 
Há esperança no Evangelho a qualquer 
homem, enquanto ele viver. Há infini-ta 
boa vontade em Cristo para perdoar 
pecados. Há infinito poder no Espírito Santo 
para transformar corações. 
Existem muitas doenças do corpo que 
são incuráveis. Os doutores mais sábios não 
podem curá-las. Mas, graças a Deus! Não 
existem doenças incuráveis da alma. Todas 
as espécies e quantidades de pecados po-dem 
ser lavados por Cristo. O mais difícil e 
perverso dos corações pode ser mudado. 
Leitor, eu digo novamente, enquanto 
há vida, há esperança. O mais velho, mais 
vil, o pior dos pecadores pode ser salvo. 
Apenas deixe-o vir a Cristo, confessar seus 
pecados, e clamar por perdão – apenas dei-xe- 
o lançar sua alma em Cristo, e ele será 
curado. O Espírito Santo será enviado ao seu 
coração, conforme a promessa de Cristo, e 
ele será transformado pelo seu grandioso 
poder, em uma nova criatura. 
Eu nunca me preocupo com qualquer 
que se torne um cristão, o que quer que 
esta pessoa tenha sido em tempos passa-dos. 
Eu sei quão grandiosa é a mudança da 
morte para a vida; Eu sei que montanhas de 
divisão parecem ficar entre alguns homens 
e o Céu; Eu sei das dificuldades, dos preju-ízos, 
da pecaminosidade desesperadora do 
coração natural; mas eu lembro que Deus 
o Pai fez este glorioso mundo do nada. Eu 
lembro da voz do Senhor Jesus que pôde 
alcançar Lázaro quando este tinha quatro 
dias de morto, e o chamou de volta, mesmo 
da sepultura; Eu lembro das incríveis que 
o Espírito de Deus venceu em cada nação 
debaixo do Céu; Eu me lembro disso tudo e 
sinto que nunca devo me desesperar. Sim! 
Estas mesmas pessoas que agora parecem 
mais completamente mortas em pecados, 
podem ainda ser tornadas nova criatura e 
andar diante de Deus em novidade de vida. 
Por que não deveria ser assim? O Espí- 
LEITOR,
Agosto/2012 
O braço do Espírito não está 
encolhido; Seu poder não está 
deteriorado. Ele é como o Se-nhor 
Jesus – o mesmo ontem, 
hoje e para sempre. 
Projeto Spurgeon | 11 
rito Santo é um Espírito poderoso, miseri-cordioso 
e amoroso. Ele não se volta de nin-guém 
por causa de sua vileza. Ele não deixa 
de visitar porque seus pecados são preto e 
escarlate. 
Não havia nada nos coríntios para que 
ele viesse e os vivificasse. Paulo relata que 
eles eram, “fornicadores, idólatras, adúl-teros, 
efeminados, ladrões, cobiçosos, be-berrões, 
maldizentes, roubadores.” “Tais 
como”, ele diz, “eram alguns de vocês.” 
No entanto, mesmo a eles o Espírito vivifi-cou. 
“Fostes lavados,” ele escreve, “fostes 
santificados, fostes justificados, no nome 
do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso 
Deus.” (1 Co, 6.9-11) 
Não havia nada nos colossenses para 
que Ele visitasse seus corações. Paulo nos 
fala que eles andavam em “fornicação, im-pureza, 
afeiçoes desordenadas, concupis-cências 
malignas e avareza que é idolatria.” 
No entanto, a eles também o Espírito vivifi-cou. 
Ele os fez, “despir-se do velho homem 
e seus feitos, e vestir-se do novo homem 
que é renovado em conhecimento, segundo 
a imagem daquele que o criou.” (Colossen-ses 
3.5-10). 
Não havia nada em Maria Madalena 
para que o Espírito devesse tornar viva sua 
alma. Ela esteve possuída por sete demô-nios. 
Tempo houve, se o relato é verdadei-ro, 
que ela foi uma mulher proverbial para a 
vileza e iniquidade. No entanto, mesmo ela 
o Espírito fez uma nova criatura, - separou- 
-a de seus pecados – trouxe-a a Cristo – a fez 
a última na cruz e a primeira na tumba. 
Nunca, nunca o Espírito Santo se volta 
de uma alma por causa de sua corrupção. 
Ele nunca fez isso; Ele nunca fará. É Sua 
glória que ele tem purificado a mente dos 
mais impuros, e feito deles templos para 
sua própria morada. Ele pode ainda pegar o 
pior dos que leram este folheto e fazer dele 
um receptor da Graça. 
Por que não deveria ser assim? O Espí-rito 
é um Todo-Poderoso Espírito. Ele pode 
mudar um coração de pedra em um coração 
de carne. Ele pode destruir os maus-hábitos 
mais fortes, como uma estopa no fogo. Ele 
pode fazer as coisas mais difíceis parecerem 
fáceis e as mais poderosas objeções derre-terem 
como neve na primavera. Ele pode 
cortar as barras de metal e arrebentar os 
portões do prejuízo. Ele pode encher cada 
vale e fazer cada lugar árduo, suave. Ele 
tem feito isto regularmente, e pode fazer 
novamente. 
O Espírito pode usar um judeu – o mais 
amargo inimigo da cristandade, o mais fe-roz 
perseguidor dos verdadeiros crentes, o 
mais forte defensor das noções farisaicas, o 
opositor mais prejudicial da Doutrina Evan-gélica 
– e transformar este homem em um 
pregador zeloso da mesma fé que uma vez 
ele tentou destruir. Ele já fez isso – Ele fez 
isso com o Apóstolo Paulo. 
O Espírito pode usar um monge católi-co 
romano, criado no meio da superstição 
romana – treinado desde sua infância para 
crer na falsa doutrina, e obedecer o Papa – 
mergulhado com seus olhos no erro – e fazer 
deste homem o mais claro defensor da jus-tificação 
pela fé que o mundo já viu; Ele já 
fez isso – Ele fez com Martinho Lutero. 
O Espírito pode usar um funileiro in-glês, 
sem estudo, patronagem ou dinheiro, 
- um homem uma vez conhecido por nada 
menos que blasfemar e praguejar, - e fazer 
este homem escrever um livro religioso, o 
qual permanece sem rival e inigualado em
A Espada e a Espatula 
seu modo, por qualquer um desde o tempo 
dos Apóstolos. Ele já fez isto – Ele fez com 
John Bunyan, o autor de “O Peregrino.” 
O Espírito pode usar um marinheiro, 
afundado em mundanismo e pecado – um 
depravado capitão de um navio negreiro, - 
e fazer deste homem um dos mais bem-su-cedidos 
ministros do Evangelho; um escritor 
de cartas que são o celeiro da religião ex-perimental; 
e de hinos que são conhecidos 
e cantados em qualquer lugar onde a língua 
inglesa é falada. Ele já fez isto. Ele fez com 
John Newton. 
Tudo isto o Espírito tem feito, e muito 
mais, do qual eu não posso falar em parti-cular. 
E o braço do Espírito não está enco-lhido; 
Seu poder não está deteriorado. Ele é 
como o Senhor Jesus – o mesmo ontem, hoje 
e para sempre. Ele ainda faz maravilhas e 
fará até o fim dos tempos. 
Eu não ficarei surpreso em ouvir, mes-mo 
nesta vida, que o homem mais severo 
que eu conheço, tenha se tornado quebran-tado, 
e o mais orgulhoso, tenha tomado lu-gar 
aos pés de Jesus como uma criança. 
Eu não ficarei surpreso de encontrar 
muitos à mão direita no dia do Juízo, os 
quais eu deixei, quando morrer, viajando 
pelo caminho largo. 
Eu nunca me desespero porque eu 
creio no poder do Espírito Santo. Nós, mi-nistros, 
podemos bem nos desesperar, mas 
ao olharmos nosso próprio desempenho. Es-tamos 
frequentemente doentes de nós mes-mos. 
Podemos nos desesperar quando olha-mos 
para algumas pessoas que pertencem 
as nossas congregações; parecem tão duras 
e insensíveis quanto uma pedra de moinho. 
Mas nos lembramos do Espírito Santo e do 
que Ele já fez. Nos lembramos do Espírito 
Santo e refletimos que Ele não mudou. Ele 
pode descer como fogo e derreter os mais 
duros corações; Ele pode converter os pio-res 
homens ou mulheres entre nossos ouvin-tes, 
moldar todo seu caráter em uma nova 
forma. E assim nós pregamos. Temos espe-rança 
por causa do Espírito Santo. Oh, que 
nossos corações possam entender que o pro-gresso 
da verdadeira religião depende não 
de nossa força ou poder, mas do Espírito do 
12 | Projeto Spurgeon 
Senhor! Oh que muitos deles possa aprender 
a depender menos de seus ministros e a orar 
mais pelo Espírito Santo! Oh, que todos pos-samos 
aprender a esperar menos de esco-las, 
folhetos e aparatos eclesiásticos, e, ao 
mesmo tempo usando todos os meios dili-gentemente, 
buscarmos mais intensamente 
um derramamento do Espírito. 
Comece imediata-mente 
à orar pelo 
Espírito Santo. Não 
pense que está emu-decido 
e sem espe-rança: 
O Espírito 
Santo é prometido 
aos que lhe pedi-rem. 
Leitor, você se sente menor se aproxi-mando 
de Deus? Existe a menor inquietação 
sobre sua alma imortal? Sua consciência lhe 
diz neste dia, que você ainda não sentiu o 
poder do Espírito, e que você quer saber o 
que é isso? Ouça, e eu lhe direi. 
Por um lado, você deve ir imediata-mente 
ao Senhor Jesus Cristo em oração, 
e rogar-Lhe que tenha misericórdia de 
você, e lhe envie o Espírito. Você deve ir 
diretamente aquela fonte de águas vivas, o 
Senhor Jesus Cristo, e receberá o Espírito
Agosto/2012 
Projeto Spurgeon | 13 
Santo (João, 6.39). Comece imediatamente 
à orar pelo Espírito Santo. Não pense que 
está emudecido e sem esperança: O Espíri-to 
Santo é prometido aos que lhe pedirem. 
Seu nome é Espírito da Promessa e Espírito 
de Vida. Não Lhe dê descanso até que Ele 
venha e lhe faça um novo coração. Clamai 
vigorosamente ao Senhor – dize-Lhe, “Aben-çoa- 
me, mesmo também a mim: vivifica- 
-me, e faze-me vivo.” 
Eu não ouso enviar 
almas ansiosas a 
ninguém senão a 
Cristo. 
De minha parte, eu não ouso enviar al-mas 
ansiosas a ninguém senão a Cristo. Eu 
não apoio aqueles que dizem aos homens 
para orar para o Espírito Santo em primeiro 
lugar, a fim de que eles possam ir a Cristo 
em segundo lugar. Eu não vejo fundamento 
nas Escrituras para dizer isto. Eu vejo so-mente 
que se os homens se sentem necessi-tados, 
pecadores perecendo, eles devem se 
aplicar, em primeiro lugar e principalmente, 
direta e unicamente à Jesus Cristo. Eu vejo 
que Ele mesmo diz, “Se alguém tem sede, 
venha a Mim e beba” (João 7.37). Eu sei que 
está escrito “recebeste dons dentre os ho-mens, 
e até dentre os rebeldes, para que o 
Senhor Deus habitasse entre eles” (Salmos 
68.18). Eu sei que é seu ofício especial bati-zar 
com o Espírito Santo, e que “Nele habita 
toda plenitude.” Não ouso tentar ser mais 
sistemático que a Bíblia. Eu creio que Cristo 
é o ponto de encontro entre Deus e a alma: 
e meu primeiro conselho a qualquer um que 
queira o Espírito, deve sempre ser, “vá a Je-sus, 
e conte suas necessidades a Ele.” 
Por outro lado, se você ainda não sentiu o 
poder conversor do Espírito, você precisa 
ser diligente em observar os meios de graça 
através do qual o Espírito opera. Você deve 
ouvir regularmente a Palavra que é Sua es-pada; 
você deve habitualmente compare-cer 
aquelas assembleias onde Sua presença 
é prometida; você deve, em suma, ser en-contrado 
no caminho do Espírito, se você 
quer que o Espírito lhe faça bem. O cego 
Bartimeu jamais teria recebido a visão, se 
tivesse ficado sentado preguiçosamente 
em casa, e não tivesse saído afora, para se 
sentar a beira do caminho. Zaqueu poderia 
nunca ter visto Jesus, e se tornado um filho 
de Abraão, se ele não tivesse corrido adian-te 
e subido no pé de sicômoro. O Espírito 
é um Espírito amoroso e bom. Mas aquele 
que despreza os meios de graça, resiste ao 
Espírito Santo. 
Leitor, lembre-se destas duas coisas. Eu 
creio firmemente que nenhum homem ja-mais 
agiu com honestidade e perseverança 
nestes dois conselhos, que não, mais cedo 
ou mais tarde, tem o Espírito, e descobre, 
por experiência própria que Ele é “poderoso 
pra salvar”. 
Tradução: Projeto Ryle – Anunciando a verdade Evangélica. 
J.C.Ryle foi um religioso inglês, o primeiro bispo de Liverpool da Igreja da Inglaterra. Ele foi 
educado em Eton e em Christ Church, em Oxford. Ryle foi um forte sustentador da escola evangé-lica 
e um crítico do ritualismo. Ele tornou-se um líder da ala evangélica na Igreja da Inglaterra e 
foi notório por seus ensaios doutrinários e seus escritos polêmicos.
DANDO NOME AO ELEFANTE Cosmovisão Como um Conceito 
Sire amplia e aprofunda sua análise 
(presente em O Universo ao Lado) sobre os 
elementos constitutivos de uma visão de 
mundo pessoal, atribuindo lugar de impor-tância 
central às instâncias pré-teóricas e às 
funções pré-discursivas em sua formação e 
em seu processo de compartilhamento. Sua 
redefinição de cosmovisão resgata a impor-tância 
central que a dimensão ou instância 
espiritual do nosso ser (o coração) desem-penha 
na maneira como interpretamos a re-alidade 
ao nosso redor e na maneira como 
agimos nela. 
Esta é uma obra significativa que repre-senta 
uma excelente oportunidade de apro-fundamento 
nos estudos sobre cosmovisão 
a partir de uma perspectiva biblicamente 
orientada. 
Título: Dando Nome ao Elefante: Cosmovisão Como um 
Conceito 
Autor: James W. Sire 
Tradução: Paulo Zacarias e Marcelo Herberts 
Revisão: Felipe Sabino e Marcelo Herberts 
Capa: Márcio Santana Sobrinho 
Prefácio de Fabiano de Almeida Oliveira, Th.M. Ms. Fil. 
Formato: 14 x 21cm 
Nº de páginas : 246 p. 
Miolo em papel polen soft LD 80g 
Capa em Cartão Supremo 250g 
Editora Monergismo 
Ano: 2012 
www.monergismo.com 
Descrição: 
CONFIRA AQUI
Agosto/2012 
Por Caio Andrade 
Projeto Spurgeon | 15 
“Ele é a cabeça do corpo, da Igreja...” 
Colossenses 1.18 
Um dos pilares sustentadores da Refor-ma 
Protestante foi o Solus Christus, 
uma expressão latina que significa 
“Somente Cristo”. Esse brado pela centrali-dade 
e exclusividade de Cristo era extrema-mente 
necessário àquela época, quando o 
sacerdotalismo católico-romano obscurecia 
o ofício mediador de Cristo; quando a tra-dição 
e o magistério romanos tinham mais 
peso que as próprias Escrituras; quando o 
senhorio de Cristo sobre a Sua Igreja era ca-ricaturado 
na figura do Papa. 
Séculos passaram desde a Reforma, e 
cá estamos nós, quase quinhentos anos de-pois. 
“Por que isso agora?” – alguns podem 
perguntar – “Para quê ficar falando em re-forma, 
em solas e tudo mais?” Apesar do es-pírito 
pós-moderno (que prontamente rejei-ta 
tudo que é antigo como sendo antiquado) 
nós preferimos trilhar pelas “veredas anti-gas” 
(Jeremias 6.16), pois por elas nossos 
pais na fé encontraram descanso para suas 
almas. Preferimos pregar o “velho” Evange-lho; 
estudar os “velhos” Credos, Catecismos 
e Confissões de Fé; preferimos a “velha” 
teologia, centrada em Cristo e não no ho-mem; 
preferimos a “velha” fé, sim, aquela 
fé que “uma vez por todas foi entregue aos 
santos” (Jd 3), ainda lembra dela (Lc 18.8)? 
A centralidade e exclusividade de Cris-to 
estão longe de serem assuntos de um 
passado distante, mas são temas fundamen-tais, 
pelos quais a igreja é, ou não, Igreja 
de Cristo! Da mesma forma como acontecia 
no século XVI, o evangelicalismo atual pro-move 
um assalto ao senhorio de Cristo; uma 
tentativa de espoliar Cristo da Sua glória. 
“Como?” – alguém pode perguntar – “Nunca 
vi isso em parte alguma? Isso é extremis-mo!” 
– continuam insistindo. 
Isso acontece quando a autoridade de 
Cristo é substituída pelas tradições huma-
A Espada e a Espatula 
Cristo não é uma alternativa, uma 
opção, uma saída; mas Ele é o Senhor, 
o caminho, a verdade, a vida 
nas (Marcos 7.8); quando a igreja satisfaz 
a “coceira nos ouvidos” dos homens (2 Ti-móteo 
4.3-4), pervertendo o Evangelho do 
nosso Senhor (Gálatas 1.6-7). 
Isso acontece quando fazemos do Cris-tianismo 
apenas um sistema filosófico, pa-lavras 
bonitas e nada mais; quando chama-mos 
Cristo de “Senhor!” e não fazemos o 
que Ele nos manda (Lucas 6.46); quando es-quecemos 
que a ortodoxia anda junto com a 
ortopraxia, ou seja: doutrina e piedade, fé 
e obras! 
Isso acontece quando buscamos no-vas 
revelações, esquecendo que nos “últi-mos 
dias [Deus] nos falou pelo Filho” (He-breus 
1.2) e que Sua Palavra é a Verdade 
(Jo 17.17). Isso acontece quando buscamos 
pastores, bispos ou “apóstolos” para che-garmos 
a Deus, quando há apenas “um só 
mediador entre Deus e os homens, Cristo 
Jesus” (1 Timóteo 2.5), o nosso Sumo-Sa-cerdote 
(Hebreus 2.17; 4.14). Isso acontece 
quando desprezamos o governo de Cristo so-bre 
a Sua Igreja, e achamos que ela é nossa, 
transformando a noiva do Cordeiro (Apoca-lipse 
21.9) em uma aberração acéfala, pois 
“Cristo é o cabeça da Igreja” (Efésios 5.23). 
Ele é o “Rei dos reis”, com Ele e por Ele 
nós também venceremos (Apocalipse 19.16; 
17.14). 
16 | Projeto Spurgeon 
Cristo: Profeta, Sacerdote e Rei. O 
grande “EU SOU” (João 8.58); o “Alfa e o 
Ômega” (Apocalipse 1.8); o “sol da justi-ça” 
(Malaquias 4.2); a “brilhante Estrela da 
manhã” (Apocalipse 22.16); o “Cordeiro de 
Deus, que tira o pecado do mundo” (João 
1.29); o nosso Salvador (Mateus 1.21). 
Solus Christus! Ele deve ser o centro da 
nossa teologia, da nossa vida, do nosso cul-to; 
Ele deve ocupar o trono da nossa vida, 
se é que Ele é o nosso Salvador, e se Ele o é, 
então também é o nosso Senhor! Não ape-nas 
a centralidade, mas também a exclusi-vidade 
de Cristo deve ser um fato na nossa 
teologia, na nossa vida e no nosso culto. 
Cristo não é uma alternativa, uma opção, 
uma saída; mas Ele é o Senhor, o caminho, a 
verdade, a vida, não há caminho para Deus 
senão por Ele (João 14.6); Ele é a porta 
(João 10.9), a única e apertada porta que 
conduz ao caminho, igualmente único e es-treito 
(Mateus 7.13-14), caminho este que 
dá na Nova Jerusalém (Apocalipse 22.2), 
onde Deus nos “enxugará dos olhos toda lá-grima, 
e a morte já não existirá, já não ha-verá 
luto, nem pranto, nem dor” (Apocalip-se 
22.4). Esse é o Cristo em quem cremos, 
por isso também O confessamos (Romanos 
10.10). 
Caio Andrade é médico veterinário, presbítero da 1º Igreja Presbiteriana do Brasil em São 
Bento do Uma, Pernambuco.
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A Espada e a Espatula 
18 | Projeto Spurgeon 
Por Bispo Josep Rossello 
Já passamos do meridiano de 2012, e 
faltam 5 meses para o Natal chegar. 
Contudo, o que celebramos no Natal 
se faz presente hoje. Celebramos o Natal a 
cada ano, mas poucos se perguntam porque 
celebramos o nascimento de Jesus. 
Nos últimos anos, tenho visto como 
muitas palavras tem mudado de significado, 
e como, as vezes, falamos de “amor” quan-do 
queremos falar de “sexo.” As palavras 
mudam através dos anos, mas ainda hoje 
existe uma palavra que permanece inamo-vível, 
“graça.” Por este motivo, Jesus veio 
2,000 anos atrás. Por esse motivo, cada ano 
trocamos presentes, como um memorial de 
que o maior presente nos foi dado de graça. 
Nós como cristão de tradição reforma-da 
reconhecemos que tudo é um presente 
de Deus. A vida, a família, a salvação e até 
mesmo cada novo dia. Por este motivo, de-sejamos 
seguir vivendo esta vida de graça a 
cada instante. Sabemos que nossa salvação 
depende inteiramente em Cristo: Sua vida, 
Seu ministério, Sua morte e Sua ressurrei-ção. 
Ele é quem faz possível para nós ser-mos 
salvos do pecado, resgatados de sata-nás 
e reconciliados com Deus e uns com os 
outros. 
Somente pela graça, podemos viver 
essa nova vida em Cristo pelo poder do Es-pírito 
Santo que nos santifica e nos permite 
ser transformados dia a dia. Esta realidade 
nos liberta e nos ajuda a descobrir uma li-berdade 
que nem sabíamos que existia. En-quanto 
éramos pecadores, pensávamos que 
éramos livres, fazendo aquilo que desejá-vamos, 
mas somente conhecemos a verda-deira 
liberdade quando fomos regenerados 
pelo Espírito de Deus. Só então, percebe-mos 
que vivíamos em uma prisão, enquanto 
nos enganávamos acreditando que éramos 
livres. 
Isso demosntra como estávamos erra-dos 
ao pensar que éramos sábios aos nossos 
próprios olhos. O ser humano pensa que é 
sábio, mas não percebe o seu próprio estado 
e nem suas limitações. Porem, isso somente 
se observa quando olhamos com atenção a
Agosto/2012 
Projeto Spurgeon | 19 
graça infinita e maravilhosa de Deus. 
A graça nos encontra no estado onde 
estamos, longe de Deus e na escuridão da 
nossa própria existência. Lá, Ele nos trans-forma 
para que possamos encontrar um ca-minho 
cheio de graça e misericórdia. Assim, 
as palavra do livro de Lamentações se con-vertem 
em nossas próprias palavras, “as mi-sericórdias 
de Deus são novas cada manha.” 
Como escreveu o Rev . Thomas Adams 
(1612-1653), “A graça vem na alma, como o 
sol da manhã para o mundo; amanhecer um 
primeiro, em seguida, uma luz. E, finalmen-te, 
o sol em seu brilho máximo e excelen-te.” 
Com certeza, nós, como cristãos, so-mos 
filhos de Deus pela graça imerecida de 
Deus. Percebemos que não merecemos essa 
graça, e não entendemos porque a recebe-mos. 
Diante de tal dom, desejamos viver e 
ser tudo para Ele. Em consequência , dese-jamos 
amar e servir a Deus onde seja quer 
Ele nos chama. 
Nesse aspecto, observamos como que 
os cristãos de tradição refomada são pes-soas 
que tem participado intensamente da 
transformação do mundo, lutando contra a 
escravidão, formando escolas, os primeiros 
orfanatos, e indo a lugares longinguos para 
pregar o evangelho ou dando tudo para que 
outros possam conhecer as boas novas de 
Cristo, ao longo da história, e deveriamos 
ter essa posição também hoje, como resul-tado 
de nossa compreensão da graça que 
veio em Cristo e por Cristo que veio. 
A graça nos transforma para dar frutos 
do Espírito. Assim, a igreja se faz presente 
no meio do mundo, mostrando Cristo para 
um mundo em escuridão, e o Reino de Deus 
se faz visível, contra o reino da Escuridão. 
Somente a graça pode quebrar os me-dos 
e temores que alimentam a vida de tan-tos. 
Contudo, o temor não existe em nós, 
porque conhecemos que não podemos per-der 
algo que não nos pertence, e ainda que 
nó percamos a vida, somente estamos ga-nhamos 
a vida eterna. 
A esperança, a fé e o amor surgem a 
partir desta realidade. Portanto, nosso co-ração 
se entrega a essa graça que se nos faz 
presente na Cruz do Calvário. Cristo ressur-reto 
é a eterna imagem do amor, como o 
Natal é a eterna imagem da graça de Deus 
que se faz homem para que nos pudéssemos 
renascer em Cristo. 
Quando encontramos a graça, realmen-te 
nunca mais seremos os mesmos, ainda 
que tentemos voltar aos caminhos de onde 
viemos. Não em vão, Spurgeon escreveu, “a 
graça não elege um homem e, depois, deixa 
ele como ele é.” 
Hoje, observamos a graça que se faz 
presente no amor de Deus pelo seu povo 
eleito. O Senhor reina, e nos chama para 
que sejamos parte de Seu propósito. A noi-te 
escura já passou enquanto o amanhecer 
chega diante de nós. Assim, podemos seguir 
em frente, em meio a dor e das dificulda-des, 
porque a graça de Deus nos dá força 
em meio a tudo para nos transformar na-quilo 
que Deus está nos moldando a ser, a 
imagem de seu Filho para Sua glória. 
Nós cristãos reformados afirmamos, 
“Reafirmamos que na salvação somos res-gatados 
da ira de Deus unicamente pela sua 
graça. A obra sobrenatural do Espírito San-to 
é que nos leva a Cristo, soltando-nos de 
nossa servidão ao pecado e erguendo-nos da 
morte espiritual à vida espiritual.” (Decla-ração 
de Cambridge) 
Um cristão reformado é, e sempre 
será, um cristão eternamente agradecido a 
Deus. Cada segundo da vida é um novo dia 
cheio de oportunidades em Cristo. Somente 
com a compreensção da maravilhosa graça 
do Espírito atuando através de nós, como 
parte do povo eleito de Deus, que seremos 
transformados de glória em glória. 
Revmo Josep M. Rossello é o Presidente-Moderador da Igreja Anglicana Reformada do Brasil, 
e líder da igreja Re.Novo em Pindamonhangaba, São Paulo. Escreve em seu blog “Café com o Bispo” 
semanalmente. 
http://cafecomobispo.blogspot.com.br/
A Espada e a Espatula 
Recentemente,o Censo 2010 apontou a situação das Religiões no Brasil: é notório, 
entre as igrejas evangélicas, a estagnação das igrejas históricas no Brasil, porem, 
entre essas, a Igreja Anglicana nem é citada como um grupo significativo; aparece 
como “outras”. Realmente, mesmo com sua presença no Brasil desde 1805 quando 
o evangelista Henry Martin esteve no Brasil, o Anglicanismo não é conhecido com 
profundidade; muitos a percebem somente como uma “igreja católica diferente”; 
muitos a tem como uma igreja liberal, por conta das polemicas envolvendo a questão 
do homossexualismo; os evangélicos, principalmente os de linha Presbiteriana e Ba-tista, 
por conta da história da Reforma Inglesa, muitos levam algumas ideias difusas 
sobre o anglicanismo, em parte por ignorância do fato de que a Igreja da Inglaterra 
de fato ser reformada, em parte pelos erros dessa igreja em alguns momentos da 
história; nessa entrevista, o Bispo Josep Miguel Rossello Ferrer, bispo presidente e 
moderador da Igreja Anglicana Reformada no Brasil e blogueiro mantenedor do blog 
“Café com o Bispo” nos esclarece as raízes do que é realmente é o anglicanismo, 
fala um pouco de como ele é realmente uma expressão do movimento da Reforma 
Protestante, e nos coloca várias considerações de como fazer o reino de Deus visível 
no Brasil de uma forma teocêntrica. 
20 | Projeto Spurgeon 
Por Armando Marcos 
1 Bispo Rossello, o senhor é espanhol, mas mora no Brasil a alguns anos; nos conte o que 
o motivou a mudar-se para o Brasil e a se firmar aqui; nos conte um pouco da formação 
da Igreja Anglicana Reformada; quantos bispos tem nessa igreja? Como ela surgiu? 
Minha vinda ao Brasil foi devido ao fato de ter casado com minha esposa Patrice, 
que é brasileira. Nós oramos e buscamos discernir a vontade de Deus por um ano. 
Acreditamos que Deus nos orientou para viver no Brasil, assim que eu mudei para 
o Brasil. Naquela época, eu passava muito do meu tempo viajando e visitando as 
igrejas que estavam sobre minha jurisdição, então de fato tanto fazia se morava na 
Espanha ou no Brasil. A Igreja Anglicana Reformada surgiu na sua primeira etapa, 
como uma igreja local em Bragança Paulista em 2005. Foi fruto do trabalho do Bispo 
Francisco Buzzo. Naquela época, a Igreja Anglicana Reformada era uma paroquia da 
Igreja Episcopal Reformada do Brasil, mas esta igreja teve problema éticos muito 
sérios com seu principal líder. Assim, o bispo Buzzo saiu da igreja. Hoje, a Igreja 
Episcopal Reformada do Brasil não existe mais. Na segunda etapa, a Igreja Anglicana 
Reformada foi constituída como uma missão anglicana para alcançar todo o Brasil a 
partir de 2009. A Igreja Anglicana Reformada tem um bispo ativo, que sou eu, e o
Agosto/2012 
Bispo Buzzo é o nosso Bispo Emérito. Ele segue servindo nos diversos conselhos da 
igreja e, também, como reitor da congregação local de Bragança Paulista. 
2 Relate aos nossos leitores no que consiste o Anglicanismo genuíno; o anglicanismo sur-giu 
realmente na época da Reforma Protestantes, ou é simplesmente uma igreja apar-tada 
por conta de um capricho de Henrique 8º? 
O Anglicanismo é sem duvida uma igreja reformada, protestante e evangélica, 
como mostra uma rápida leitura dos 39 Artigos da Religião, a confissão de fé históri-ca 
e oficial da Igreja da Inglaterra. Esta confissão ainda tem que ser afirmada pelos 
seminaristas que desejam ser ordenados na Igreja, conforme o Canon A5 da mesma. 
Ao mesmo tempo, a liturgia do culto anglicano, constituída no chamado Livro de Ora-ção 
Comum, é um reflexo da doutrinas cristas e está formado através das Escrituras. 
Não em vão, o LOC é 90% baseada na Bíblia. A igreja é sinodal sobre a liderança dos 
bispos, seguindo os princípios de governo compartido e onde os leigos têm um papel 
destacado na vida da igreja, tanto no governo como na missão. A Reforma Inglesa 
teve um processo que começou com Henrique VIII que foi até os anos da década de 
1660. Isto é devido a que a Igreja de Inglaterra se separou do Papado no reinado de 
Henrique VIII, mas a Reforma não começo realmente até depois da morte do mesmo 
sobre o reinado de Eduardo VI. Infelizmente, este rei morreu jovem, e a rainha Maria 
I que assumiu o trono levou a Igreja de Inglaterra de volta à Roma. Durante o reinado 
de Maria, os reformadores ingleses foram perseguidos e queimados em fogueiras pu-blicas. 
Possivelmente, se Maria não houvesse falecido devido um câncer, a Igreja de 
Inglaterra como tal não teria existido hoje. Contudo, a providencia de Deus permitiu 
que a vida de Maria fosse breve. Assim, Elizabeth I subiu ao trono da Inglaterra. E 
foi sobre o seu reinado que reforma se desenvolveu e tomou corpo. Henrique VIII se 
separou do Papado, mas não podemos esquecer que ele chegou a perseguir os refor-madores 
e que morreu com o titulo de “Defensor da fé” que foi dado pelo Papa ao 
rei Henrique VIII, e nunca foi retirado. 
3 Quais os pontos em comum que a Igreja Anglicana tem em comum com o Catolicismo 
Romano, alem dos históricos de antes da Reforma; a Igreja Anglicana Reformada no 
Brasil é uma legitima expressão da Igreja da Inglaterra dessa época da Reforma? 
Bem, em comum a Igreja Anglicana afirma os credos Universais, temos bispos com 
sucessão apostólica e reconhecemos que a Igreja tem 2,000 anos de historia. Assim, 
afirmamos que Deus nunca abandonou sua igreja, e sempre teve um remanescente 
na Igreja em cada época da história. Contudo, isto pode também ser dito da Igreja 
Reformada da Hungria e das Igrejas Luteranas Nórdicas. Eu acredito que a Igreja 
Anglicana Reformada representa os valores, doutrinas, culto e governo da Igreja de 
Inglaterra dessa época da Reforma. Sentimos orgulhosos do que Deus faz na Inglater-ra 
e dá Sua misericórdia com a nação inglesa ao abrir os olhos daqueles que estavam 
na escuridão. Os Anglicanos tem abençoado as igrejas cristãs através dos séculos. 
Nunca temos tentado tomar a honra e glória que somente Deus merece. Agora bem, 
se tomarmos um tempo para estudar cuidadosamente, iremos encontrar que sempre 
houve algum ministro anglicano envolvido nesse mover de Deus. 
4 Explique para nossos leitores um pouco sobre o Anglo Catolicismo: é realmente um ex-pressão 
legitima do Anglicanismo? Realmente ele tem razão de que o Anglicanismo não 
Projeto Spurgeon | 21 
é de fato reformado em sua essência?
A Espada e a Espatula 
O Anglo-catolicismo foi um movimento que surgiu no século 19 a partir do Movimen-to 
de Oxford. Eles consideravam que a Reforma Protestante tinha sido uma tragédia 
para a Igreja de Inglaterra. Assim, tentaram reescrever a historia e tiveram sucesso 
em países, como nos EUA e no Brasil. Na verdade, os anglo-católicos tiveram ações 
fortemente questionáveis para crescer no interior da Igreja de Inglaterra. Por exem-plo, 
ele faziam juramento publico de aceitar os 39 Artigos quando negavam esse 
juramento nas suas mentes. Durante muito tempo, os anglo-católicos e os liberais se 
uniram para freiar o crescimento dos evangélicos no Anglicanismo. Contudo, hoje em 
dia, os evangélicos representam 70% dos evangélicos na Comunhão Anglicana. 
5 Qual o relacionamento da Igreja Anglicana Reformada no Brasil com as outras igrejas de 
confissão anglicana no Brasil? A IAR reconhece qualquer igreja Anglicana como de fato 
“Anglicana”? como é a relação com a Igreja da Inglaterra nos dias de hoje? 
A Igreja Anglicana Reformada mantém uma relação fraternal e dialogo com a Dio-cese 
de Recife e a Igreja Cristã Episcopal (esta igreja deve ser considerada conver-gente, 
mais que anglicana). Contudo, não temos relação com as outras igrejas que 
se chamam anglicanas no Brasil. Algumas delas são liberais demais, e outras acredi-tamos 
que são igrejas questionáveis. Entendo que nem todas as igrejas que se cha-mam 
anglicanas são anglicanas. Acredito que existem somente duas formas de serem 
anglicanas, ou sendo parte da Comunhão Anglicana ou sendo Anglicanos confessionais 
(afirmarem os 39 Artigos, usar o Livro de Oração Comum e ter um governo sinodal 
sobre a liderança de bispos). Infelizmente, muitas igrejas “anglicanas” têm muito 
cacique e pouco índio, isso quando estas igrejas não são virtuais. A Igreja Anglicana 
Reformada não tem relação oficial com a Igreja de Inglaterra, ainda que mantém 
uma relação fraternal com alguns ministérios e sociedades reformadas da Igreja de 
Inglaterra. 
6 Como o senhor, que não é brasileiro nato, tem enxergado o cristianismo de confissão 
reformada no Brasil? Muito frio, intelectual, com falta de zelo? Como o Sr. encara o 
pentecostalismo brasileiro? 
Falar do Cristianismo Reformado no Brasil é muito complexo, porque não é monolí-tico. 
Contudo, gostaria muito ver os reformados brasileiros despertarem às missões 
e ter uma paixão maior para plantar novas igrejas. Do contrario, outros serão que 
farão isso. Existe uma nova geração de jovens brasileiros que podem mudar esta 
situação. Eu gostaria de ter mais jovens dispostos a dar tudo para Deus, se tivésse-mos 
1,000 jovens reformados prontos para dar sua vida para Cristo. Tenho certeza 
que poderíamos mudar a historia do Brasil. Ficou muito preocupado com as igrejas 
(neo) pentecostais no Brasil. Muitas coisas erradas estão acontecendo que devem 
ser denunciadas publicamente para que as pessoas não sigam sendo enganadas. Por 
isso, precisamos que os reformados sejam mais atuantes. Temos sã doutrina e bons 
teólogos, mestres e pastores, mas faltam os apóstolos (pioneiros e missionários), 
profetas (reformadores) e evangelistas. Oro para que Deus levante uma nova geração 
de jovens dispostos a entregar todo para fazer visível o Reino de Deus. 
7 A Igreja Anglicana Reformada tem tido uma grande preocupação em formação de igre-jas 
locais, em comunidades locais, desenvolvendo até mesmo um projeto com algumas 
conexões em São Paulo e no Nordeste: como tem sido o desenvolvimento desse trabalho? 
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Tem sido uma grande aventura. Temos poucos recursos – humanos, financeiros e 
acadêmicos – assim que, tentamos fazer as coisas de forma diferente. Temos tenta-do 
ser criativos: Temos tido experiências boas e não tão boas, mas temos aprendido 
com os erros e temos visto a mão de Deus nos sucessos. Estes anos tem sido anos de 
aprendizagem. Temos crescido muito mais do que pensávamos. Agora, precisamos 
fortalecer as congregações locais, crescer de forma saudável e formar ainda mais 
nossos ministros para serem mais eficazes no seu ministério. Finalmente, o Projeto 
Connexion foi lançado com o desejo de plantar novas igrejas missionais no Brasil. 
Acreditamos que isto pode ajudar a fazer visível o Reino de Deus e transformar o 
Brasil. 
8 Qual sua visão sobre o papel do discipulado nas igrejas? Acredita que ele vem sendo 
praticado de forma correta? Como desenvolver isso plenamente nas igrejas? 
Fala-se muito, e se faz pouco. Nas poucas igrejas que fazem, se confunde discipu-lado 
com escola dominical ou estudo bíblico. Isto não ajuda muito. Acredito que as 
igrejas devem repensar toda a concepção de discipulado. Se desejarmos impactar 
verdadeiramente a vida em todas suas esferas – social, cultural, humana, econômi-ca 
– isto requer que sejamos capazes de fazer verdadeiros discípulos de Cristo que 
obedeçam tudo o que Jesus ensinou. Uma comparação que ajuda a perceber o verda-deiro 
discipulado tem sido a mesma de nutrir a um bebe recém-nascido. O processo 
é o mesmo. Ele precisa comida, amor, cuidados, e ele não sabem discernir o que é 
bom do que é ruim para ele. Estão ansiosos por aprender, mas devem ser ajudados 
a aprender corretamente. Por isso, precisamos passar tempo com os novos cristãos, 
ensinando com palavra, exemplo e instrução. Assim, poderemos ter cristãos que 
crescem saudavelmente. 
9 O Sr. acredita que precisamos de um avivamento no Brasil? Como o Sr. tem visto o gran-de 
interesse sobre as doutrinas reformadas históricas? Acredita que existe um risco de 
um aumento de um intelectualismo sem uma ação concreta, mas sim somente especula-tiva? 
Avivamento? 
Bem, eu acho que precisamos de uma verdadeira transformação. Quando vejo as 
nações que tiveram avivamentos no passado, e o estado atual delas, ficou preocu-pado, 
porque uma geração depois as pessoas deram as costas a Deus. Agora, trans-formação 
faz que com que a cultura, a economia, a sociedade, e a forma de pensar 
mudem completamente de tal forma que as seguintes gerações sejam instruídas na 
fé Crista e vejam exemplos de vida. Isto requer verdadeira conversão, instrução e 
discipulado. Uma vez que tenhamos cristãos maduros, as igrejas começarem a tomar 
seu papel como agentes do Reino no Brasil e os cristãos poderão influenciar suas res-petivas 
áreas para ai começarem uma verdadeira revolução. O problema sempre se 
encontra nos “ismos.” Ativismo, intelectualismo, anglicanismo, cristianismo... ha ha 
ha... o que precisamos é menos “ismos” e mais fé, esperança e amor. A igreja precisa 
sair das quatro paredes. Precisa valorizar as famílias, os pais, os jovens, os idosos, 
acreditar que eles são verdadeiros ministros de Deus, se preparamos eles para ser 
tudo aquilo que Deus chamou sua Igreja a ser. Isso requer amadurecer como Igreja, 
como pastores, como cristãos, e como sociedade... e não sei se estamos prontos para 
isso. 
Projeto Spurgeon | 23
A Espada e a Espatula 
10 A Internet tem exposto entre os grupos evangélicos tradicionais, e as vezes entre 
os mais modernos e conservadores, muitas contendas e discórdias, as vezes por 
questões ínfimas? O senhor acredita que a igreja tem perdido tempo e vigor em questões 
pequenas, brincando de ortodoxia enquanto deixa de lado a vida espiritual na pratica? 
Exatamente. Isto é devido a que a Igreja tem perdido o foco. Ninguém se salva por 
ter uma teologia 100% certa. Isso não é o evangelho. Somos salvos pela graça de Deus 
mediante a morte de Cristo na Cruz que se faz nossa pela fé. Contudo, gostamos de 
ver as diferenças, enquanto que os Testemunhos de Jeová, os Mórmons, os Adventis-tas, 
entre outros grupos, seguem crescendo no nosso Brasil amado. Evidentemente, a 
sã doutrina é importante, mas acho que temos deixado a igreja nas mãos dos mestres 
e pastores, e temos esquecido os outros dons. Assim, a igreja parece uma universi-dade 
e um hospital, conquanto a Igreja é um exercito chamado a tomar a Terra das 
mãos do reino da escuridão e estabelecer o Reino de Deus. Espero que, logo, desper-temos; 
do contrario, estamos a umas poucas gerações de que aconteça o mesmo que 
estamos vendo na Europa. Inglaterra só precisou de 60 anos para passar de um país 
cristão a ser um pais pós-cristão. 
11 Como o senhor interpreta e reage que uma grande parte dos evangélicos protes-tantes 
de linha reformada batista e presbiteriana, terem uma tendência natural em 
serem contrários a Igreja Anglicana, como ela uma igreja formalista ou sem vigor evangé-lico? 
Não seria isso uma reação com base em um puritanismo deformado? Puritanismo no 
sentido de que alguns consideram a Igreja da Inglaterra como TODA ELA em erro e como 
“meia-reformada.” 
Se eu não conhecera a Igreja Anglicana, como conheço, pensaria igual que eles. 
Acho que suas criticas são em parte verdade aqui no Brasil. Recentemente, percebi 
que os anglicanos nem aparecem no Censo como um grupo distinto como as outras 
igrejas históricas missionais, depois de mais de 150 anos de presença no Brasil. Algu-ma 
coisa deu errada no Brasil. Gostaria acreditar que a Igreja Anglicana Reformada 
possa ajudar a mudar isso, mas sou realista. O desafio é muito grande. E, ao final, 
temos que enfrentar o jeito e a cultura brasileira, como todas as outras igrejas. 
Portanto, precisamos orar por verdadeira conversão, como primeiro passo para a 
santificação e o discipulado. Assim, a igreja anglicana poderá participar na Missão de 
Deus, plenamente. 
12 Deixe uma mensagem para nossos leitores. 
Agradeço a todos pela oportunidade de compartilhar um pouco sobre a tradição 
reformada que representa a Igreja Anglicana. Espero e oro que os reformados pos-sam 
superar as diferenças para unir-nos por uma causa comum em prol do Reino. 
Também, quero felicitar o editor dessa Revista pelo seu trabalho no Projeto Ryle que 
tem dado a conhecer um dos grandes teólogos evangélicos anglicanos, o Bispo John 
Charles Ryle. Deus siga sendo glorificado através deste ministério. 
24 | Projeto Spurgeon 
Revmo Josep M. Rossello é o Presidente-Moderador da Igreja Anglicana Reformada do Brasil, 
e líder da igreja Re.Novo em Pindamonhangaba, São Paulo. Escreve em seu blog “Café com o Bispo” 
semanalmente. 
http://cafecomobispo.blogspot.com.br/
Igreja Anglicana 
Reformada 
www.igrejaanglicana.com.br 
Como posso EU ter certeza? - Frank Allred 
O autor nasceu no centro industrial do sul de Lancashire (Inglater-ra) 
em 1923. Criado numa família não-conformista, ele se tornou cristão 
aos 16 anos. Após cinco anos de serviço militar na Europa e no Orien-te 
Médio, ele ingressou numa grande organização joalheira e gerenciou 
filiais nas cidades de Hull, Southport, Manchester e Liverpool. Com a 
idade de 41 anos, após estudar em Tyndale Hall, Bristol, ele foi consa-grado 
ao ministério da Igreja da Inglaterra e serviu em paróquias de ní-veis 
sociais muito diversos em Lancashire, Merseyside, Essex e Yorkshire. 
Junto com sua esposa, Sheila, agora está aposentado. Ele tem 3 filhos 
e 6 netos. Sua vasta experiência, especialmente no cuidado pastoral e 
aconselhamento cristão, o tem levado à conclusão de que uma das causas 
principais da insegurança sentida por muitos cristãos de hoje é o escasso 
conhecimento da Palavra de Deus. Ele escreve de maneira cativante so-bre 
a necessidade de voltar à Bíblia e dar orientação prática àqueles que 
afirmam crer nela, como também sobre ter certeza da fé. 
Confira aqui 
www. e d i tor a p e s . com . br
A Espada e a Espatula 
26 | Projeto Spurgeon 
Por Atila Calumby 
No Cristianismo existem algumas verda-des 
inegociáveis e essas máximas de-vem 
estar ligadas entre si. Umas des-sas 
verdades é que a Escritura é a Palavra 
de Deus e tanto o Antigo como o Novo Testa-mento 
fazem parte dela. Outra coisa é que 
como Palavra do Deus vivo, elas não erram 
nem se contradizem e são a pura expressão 
da vontade, justiça e querer de Deus para 
o homem. 
Com isso, a Bíblia torna-se em primeira 
mão nosso único pressuposto real e verda-deiro, 
fazendo com que todas as demais coi-sas 
estejam necessariamente subordinadas 
à sua autoridade, como Palavra de Deus. 
Outra grande verdade é que no Éden, o 
homem se desconectou de Deus de tal forma 
que sua natureza se corrompeu totalmente. 
A Bíblia diz claramente que: “não há um só 
justo sobre a Terra, ninguém que pratique o 
bem e nunca peque” (Eclesiastes 7:20). Isso 
nos leva a seguinte pergunta: Se o homem 
é injusto e mentiroso, um ser decaído e de-pravado, 
aonde o homem encontrará a luz 
para a justiça? Logicamente que em Deus 
através de sua Palavra. 
Pois bem, acontece que há muito tem-po 
que a justiça de Deus não faz mais os 
corações dos cristãos. Nossas vidas, nossas 
leis, nossa cultura e, consequentemente, 
nossa política, tem sido exclusivamente in-fluenciadas 
pelo iluminismo, humanismo, 
cientificismo, por pessoas como Russeou, 
Montesquieu, Voltaire, Karl Marx, Keynes, 
no entanto, nenhum desses homens são dig-nos 
de confiança, a não ser que a Palavra de 
Deus estivesse em seus pressupostos, algo 
que não é verdadeiro. Baseamos nossas Leis, 
Economia, Politica, Moral e Cultura mera-mente 
pelo pensamento de seres decaídos e 
depravados, sem Deus. Deus tornou-se mal 
e Eles viraram sinônimo de bondade, mise-ricórdia 
e justiça. 
Cristãos modernos defendem com mais 
intensidade essas ideias esdrúxulas do que a 
própria lei de Deus. E é impossível que algo 
seja mais justo e misericordioso do que a 
Palavra de Deus. A verdade é que não deve-
Agosto/2012 
A Rebeldia Cristã em nos-sos 
dias tem sido a causa 
da derrocada da Igreja 
e do Colapso do sistema 
como um todo. 
Projeto Spurgeon | 27 
ria ser permitida a constituição, consolida-ção 
e promulgação de absolutamente nada, 
sem que antes tenha passado pelo crivo das 
Escrituras. Foi justamente com essa finali-dade 
que Deus nos mostrou o direcionamen-to 
de sua vontade no Evangelho. Deus no 
deu a sua luz, e o tempero de sua Palavra 
como baluarte de vida, para todos os povos, 
raças, tribos e nações. 
O problema é que temos hoje, um al-cateia 
de “cristãos” ignorantes, influencia-dos 
pela moral e cultura atual que vivem na 
maioria das vezes enclausurados e escondi-dos 
em suas igrejas, em atividades para a 
igreja – como se o chamado de Deus fos-se 
para retiros, encontros daquilo e aquilo 
outro – sem testemunhar de Cristo em suas 
vidas, trabalhos, em todas as áreas. Alguns 
têm a capacidade de dizer que a promoção 
do Evangelho para a transformação de cul-turas 
e símbolos pagãos é algo que não de-veria 
ser feito. Acreditam que Cristãos não 
deveriam se envolver na politica, e pior, de-fendem 
um estado injusto, que não observa 
o que Deus requer para qualquer povo na 
face dessa terra, afinal dentro da minha de-nominação 
Baseamos nossas Leis, 
Economia, Política, Mo-ral 
e Cultura meramen-te 
pelo pensamento de 
seres decaídos e depra-vados, 
sem Deus. 
eu estou a salvo. 
.Parece-me que no final das contas a 
lógica é: creio em Deus, mas não acho que 
nada Dele seja bom para os homens atual-mente, 
a não ser a sua graça e seu amor 
individual, que me da esperança no pós- 
-morte. O resto é coisa ultrapassada e anti-ga 
que não serve para absolutamente nada 
em nossos dias. Tolos! Esquecem que Deus 
não é somente graça e amor, mas a própria 
Justiça e nenhuma dessas coisas se anulam. 
É abominável o presente século, em-burrecemos 
muito mais, a apatia, o desa-mor, 
o espirito da intolerância e do indivi-dualismo 
é evidente. Vivemos num caos, e 
nossos representantes, como magistrados, 
são fantoches e muitos deles filhos do Dia-bo. 
O que por sinal tem sido algo frequen-te, 
já que na ausência de filhos de Deus, o 
Diabo tem achado lugar e permissão para 
colocar seus filhos como autoridade sobre 
o povo, e não é sem razão que as leis, e a 
politica está do jeito que tá! 
Acontece que Deus continua sendo e 
sempre será o soberano dos Reis da Terra e 
Sua vontade deve ser observada e cumprida 
quer queriam ou quer não. Não há desculpa 
para a insubordinação de criaturas contra 
o Criador. As nossas leis geram impunidade 
e impunidade gera mais malfeitores segun-do 
a própria escritura (Eclesiastes 8:11). E 
chegou o tempo de sairmos para o mundo 
e fazermos a diferença em todas as coisas.
A Espada e a Espatula 
Ou o cristão odeia e luta contra o 
mal, ou é um defensor da maldade. 
O livro de Provérbios diz que o principio do 
conhecimento é temer ao Senhor (Provér-bios 
1:7) e temer o Senhor é ODIAR o mal 
(Provérbios 8:13a), logo, não há outra saí-da, 
ou o cristão odeia e luta contra o mal, 
ou é um defensor da maldade. 
Temos muita gente se queixando e 
pouquíssimas fazendo alguma coisa. E as 
pouquíssimas que ainda se predispõe a obe-decer 
a Deus, são severamente criticadas 
pelos doutos da teologia-teórica, que são 
incapazes de trocarem uma simples lâm-pada 
em sua Comunidade Local. E seu tes-temunho 
muito das vezes é tão podre que 
pagãos é quem os criticam por sua maldade. 
Aos que fazem a diferença minha ora-ção 
é que vocês não desanimem, saibam 
que por mais que mil lutem contra vocês, 
Deus estará convosco. Vocês terão triste-zas, 
frustrações e desanimo que é comum 
de nossa natureza, mas tendes bom ânimo, 
foquem sempre na Cruz de Cristo que reno-vará 
todas as suas forças. 
Aos que lutam contra Deus e criticam 
sua verdade, minha oração é que se arre-pendam 
enquanto ainda é tempo. Mudem, 
transformem-se pelo evangelho, deixem 
de críticas frívolas e inúteis. Alguns tentam 
achar tanto a Deus externamente que me 
28 | Projeto Spurgeon 
leva a acreditar que já não o encontram em 
seu interior. 
Contra a rebeldia só existe um remé-dio: 
Submissão! Obediência àquele que não 
poupou seu próprio filho por amor de mui-tos. 
Faça hoje a vontade de Deus e ama-nhã 
teremos um mundo muito melhor para 
os nossos filhos e netos. Saiba que você em 
Cristo pode fazer a diferença, haja, prati-que, 
estude, conheça e transforme. 
A Rebeldia Cristã em nossos dias tem 
sido a causa da derrocada da Igreja e do 
Colapso do sistema como um todo, pense 
nisso. Pois somos o corpo de Cristo e apesar 
de nos “felicitarmos” que a doença do outro 
braço não seja minha, ou a doença do outro 
olho não seja sua, no final das contas essa 
doença é tanto minha quanto sua, pois se 
algo no corpo padece tudo padece. Você é 
também culpado. 
Seja o melhor político, juiz, médico, 
advogado, pastor, seja o melhor em tudo, 
por que o que você faz glorifica aquele que 
te salvou. Lute por leis melhores, por uma 
economia coerente, pela defesa do ecossis-tema, 
em fim para que em tudo Deus esteja 
sendo obedecido. Vida e doutrina, submis-são 
e prática, simples assim! 
Atila Calumby é Tenente do Exército Brasileiro, Cirurgião-Dentista, frequenta a Igreja Pres-biteriana 
Central de Dourados; blogueiro do blog “Mensagem Reformada”. 
http://mensagemreformada.blogspot.com/
JUSTIFICADOS EM CRISTO 
John Piper 
116 Páginas | Formato: 14x21cm | ISBN:978-85-61619-07-7 
“Esta é uma obra magnífica, maravilhosa em sua cla-reza, 
notável por seu tratamento fiel e minucioso dos tex-tos 
bíblicos e poderosa na força de sua argumentação. A 
resposta simples e potente do Dr. Piper aos ataques recen-tes 
à compreensão protestante histórica da justificação 
pela fé irá curar uma multidão de doenças teológicas. Este 
é certamente um dos livros mais belos e mais importantes 
a serem publicados em muitos anos.” 
JOHN MACARTHUR 
www.tempodecolheita.com.br 
CONFIRA AQUI
A Espada e a Espatula 
30 | Projeto Spurgeon 
Por Sara de Cerqueira 
Antigamente, quando dizíamos que 
éramos cristãos, as pessoas tinham 
mais respeito; hoje, nem sequer nos 
levam a sério. Isso acontece porque perde-mos 
nossa identidade. Em algum momento 
da história, deixamos de lado o que foi dito 
por Jesus a Deus, em João 17:14, “porque 
eles não são do mundo, como também eu 
não sou”, e nos deixamos ser seduzidos pelo 
mundo. 
A partir disso, começamos a nos mol-dar 
ao mundo, a considerar certas atitudes, 
vestimentas e palavras como algo normal, 
quando não são. 
Nós, como cristãs e filhas do Altíssi-mo, 
precisamos ter um cuidado especial 
com nosso comportamento, porque, infe-lizmente, 
estamos saindo dos nossos tronos 
de princesas, para nos equipararmos a mu-lheres 
mundanas, que não tem nada a nos 
acrescentar. 
Três atitudes me chamam atenção no 
meio feminino cristão: 
1. Nossas vestes insinuantes. 
2. Nosso vocabulário de baixo nível. 
3. Nossas conversas com rapazes. 
Antes de falar sobre esses três pontos, 
gostaria de deixar claro que minhas opini-ões 
estão firmadas na Bíblia, a Palavra de 
nosso Deus e Pai. Portanto, se alguém que 
não comunga da mesma fé que a minha vier 
a ler esse texto e discordar, não há nada 
que eu possa fazer, a não ser explicar tudo à 
luz das escrituras e orar para que o Espírito 
Santo mostre a verdade para você. 
1. Nossas vestes insinuantes. 
A Bíblia não nos diz o que devemos e 
o que não devemos usar, tampouco o que 
devemos ou não vestir, mas ela deixa claro 
que devemos nos portar com decência e isso 
nos basta para analisarmos certas roupas 
que permeiam as vestimentas dos cristãos. 
Como disse o apóstolo Paulo aos Corín-tios: 
“todas as cousas são lícitas, mas nem
Agosto/2012 
Como glorificamos a 
Deus quando postamos 
fotos que ressaltam 
nosso corpo e nada 
mais? 
Projeto Spurgeon | 31 
todas convêm; todas as cousas são lícitas, 
mas nem todas edificam”. I Co 10:23 
Quando falamos nesse assunto, muitas 
meninas já olham de forma desconfiada, 
com pedras nas mãos e dizendo: “roupa não 
molda caráter”, “roupa não qualifica a pes-soa 
como pecadora”, “não é a roupa que 
importa, mas as atitudes”. 
Realmente, tudo isso é verdade. Não é 
porque uma pessoa usa uma saia que chega 
a arrastar no chão, usa uma blusa de man-ga 
comprida e não põe maquiagem, que ela 
será menos pecadora. Não é porque alguém 
se porta com decência que ela tem um ca-ráter 
reto. 
Entretanto, quais são nossas intenções 
ao usarmos roupas curtas, exibindo nos-sas 
pernas e seios; ou roupas que moldam 
o corpo, enaltecendo nossas curvas? Como 
glorificamos a Deus quando postamos fotos 
que ressaltam nosso corpo e nada mais? O 
que desejamos quando usamos uma blusa 
tão decotada que, ao conversarmos com 
alguém, essa pessoa não consegue nem se-quer 
olhar para o nosso rosto? Será que o 
nosso intuito é honrar o nome de Deus? 
E quando vamos à praia com aquele bi-quíni 
minúsculo, será que as pessoas vêem 
a Cristo em nós? Será que não estamos mais 
preocupadas em expor nosso corpo, em nos 
sentirmos desejadas e admiradas, do que 
fazer com que a luz de Deus transpareça em 
nós? 
Irmãs, mesmo não havendo uma regra 
para a forma de nos vestir, devemos lem-brar 
que nosso corpo é o templo do Espírito 
Santo e, como tal, devemos zelar por ele 
em toda circunstância, para que em tudo o 
nome de Deus seja glorificado. 
Nosso corpo não foi feito para que nos 
gloriemos a nós mesmos, mas ao nosso Deus 
Pai, que nos escolheu dentre uma multidão 
de pecadores e nos remiu de todos os nossos 
pecados. Nosso corpo não é mais nosso, mas 
dele! 
“Acaso não sabeis que o vosso corpo é 
santuário do Espírito Santo, que está 
em vós, o qual tendes da parte de 
Deus, e que não sois de vós mesmos? 
Porque fostes comprados por preço. 
Agora, pois, glorificai a Deus no vosso 
corpo” I Co 6:19,20. 
Não esqueçamos também que a forma 
com que nos vestimos pode fazer com que 
outras pessoas caiam em pecado e tenham 
pensamentos maliciosos. Provocar o pecado 
nos irmãos é algo vergonhoso e condenado 
nas escrituras. 
Esse culto ao corpo é idolatria e preci-samos 
lutar contra isso. Essa nossa vontade, 
muitas vezes sutil e não perceptível, de ser-mos 
elogiadas, admiradas e desejadas não é 
bíblica e mostra o quanto precisamos orar e 
suplicar a Deus por misericórdia, para que 
não sejamos objeto nas mãos do diabo para 
a queda de irmãos em Cristo. 
“Disse Jesus a seus discípulos: É inevi-tável 
que venham escândalos, mas ai 
do homem pelo qual eles vêm! Melhor 
fora que se lhe pendurasse ao pescoço 
uma pedra de moinho, e fosse atirado 
no mar, do que fazer tropeçar a um 
destes pequeninos” Lc 17: 1,2 
2. Nosso vocabulário de baixo nível. 
Foi-se o tempo em que as pessoas, 
principalmente as mulheres, tinham ver-gonha 
de proferir alguma palavra torpe e
A Espada e a Espatula 
32 | Projeto Spurgeon 
Nosso alicerce deve ser sempre 
a Bíblia e devemos buscar, con-tinuamente, 
a santificação da 
nossa alma, do nosso corpo e da 
nossa mente. 
obscena. Já hoje, a cada dez palavras que 
pronunciamos, onze são palavrões! 
Ficou algo tão banalizado, que já nem 
sequer reparamos quando falamos pala-vrões 
em nossas conversas. Eu, pessoalmen-te, 
tenho uma dificuldade enorme com isso 
e tenho lutado diariamente contra minha 
carne, para superá-la. Minha internet trava? 
Praguejo. Bato meu mindinho na quina da 
cama? Praguejo. Saio de casa e esqueço al-gum 
material? Lá estou eu, com minha boca 
imunda, falando besteira novamente. 
Esse quadro só começou a mudar de-pois 
que minha vida foi moldada por Deus e 
meu coração foi continuamente aperfeiço-ado 
por Cristo. É normal termos um voca-bulário 
baixo quando nossas amizades não 
são adequadas, quando o que lemos e as-sistimos 
não nos ajudam a crescer e quando 
nosso coração está tomado por coisas mun-danas. 
Mas a partir do momento em que pre-enchemos 
nossos corações com o Espíri-to 
Santo, por mais que ainda falemos algo 
ruim, não é com a mesma frequência de an-tes, 
porque além de nos policiarmos mais, 
nossa mente e nossos pensamentos come-çam 
a buscar as coisas do alto. 
Em Lucas diz “porque a boca fala do 
que está cheio o coração” (Lc 6:45). Com 
o que nosso coração tem sido alimentado 
diariamente? Com programas de humor de 
baixo calão? Com novelas que nunca nos 
acrescentam nada de positivo? Com conver-sas 
inúteis com pessoas que nos influenciam 
para o caminho do mal? 
Se não preenchermos nossa vida com a 
Palavra de Deus, com louvores a Ele e com 
conversas edificantes com amigos, parentes 
e irmãos, será cada vez mais difícil ocupar-mos 
nosso coração com o que realmente é 
agradável ao Pai. 
Como cristãs, devemos fugir disso. 
Nossos exemplos não devem ser a menina 
popular da escola, que fala o que quer, sem 
medir as palavras, ou aquela cantora com 
músicas obscenas. Nosso alicerce deve ser 
sempre a Bíblia e devemos buscar, continu-amente, 
a santificação da nossa alma, do 
nosso corpo e da nossa mente. 
3. Nossas conversas com rapazes. 
Partindo do pressuposto que meninas 
cristãs compromissadas não ficam de con-versinhas 
galantes com outros rapazes, diri-jo- 
me às meninas que, como eu, são soltei-ras. 
Como é natural da mulher gostar de ser 
cortejada e hoje perdemos completamente 
o pudor, então cada vez mais somos insi-nuantes 
no nosso falar, para conseguirmos 
mais cortejos e elogios. 
Entramos no chat e das cinco pessoas 
falando conosco, quatro são rapazes e, to-dos, 
de certa forma, dando em cima. Por 
gostarmos de ser cortejadas, damos bola. 
Às vezes as conversas não são imorais e o 
rapaz pode até ter boa intenção, mas nós, 
muitas vezes, mesmo não tendo nenhum in-teresse 
por ele, continuamos conversando 
de forma imprópria, alimentando aquela 
paixão que ele nutre por nós, simplesmente 
pela necessidade que temos de ter o nosso 
ego massageado. 
Você se encontra nessa situação? Se 
não, louvado seja Deus por isso! Mas, se 
sim, acredite, você não está sozinha no bar-co. 
Muitas vezes, até mesmo sem querer, 
damos a corda para o rapaz se enforcar. “Ah, 
é que eu não quero ser grossa com ele”,
Agosto/2012 
Nós não devemos trocar um 
futuro ao lado de um homem 
verdadeiramente santo, por um 
presente ao lado de cortejos sem 
sentimento algum. 
Projeto Spurgeon | 33 
“que nada, ele é só meu amigo”, “não, não, 
ele fala isso pra todo mundo, por isso não 
me importo”. Muitas vezes pensamos assim, 
não? 
Eu, pelo menos, já passei por essa épo-ca 
e se puder evitar que outras meninas vi-vam 
o mesmo que vivi, ficarei feliz. 
Primeiro, quando um rapaz está inte-ressado 
em você, mas você não está, por 
questão de bom senso e amor a ele, você 
deve ser clara e explicá-lo que seu interesse 
por ele não passa de amizade. Isso não é ser 
grossa, pelo contrário, demonstra o respei-to 
que você tem por ele. 
Segundo, amigo não dá em cima, ami-go 
respeita. Se ele fosse só amigo seu, iria 
se interessar pelo que você está fazendo ou 
qual livro está lendo, mas não ficaria soltan-do 
indiretas. 
Terceiro, se ele fala isso pra todo mun-do, 
o problema é dele, mas você não é todo 
mundo e, como filha de Deus, merece um 
homem que lhe dê atenção exclusiva. Se 
você permite que homens desse nível pre-encham 
seu tempo, então analise e veja 
bem se você está se valorizando da forma 
com que uma princesa - a filha do Rei dos 
reis - deveria se valorizar. 
Acredite, Deus quer lhe dar um homem 
que lhe ame tanto, que nem sequer pensa-rá 
em cortejar outras meninas. Você será 
única para ele, assim como ele será o único 
para você. Não haverá “todo mundo”. 
“Segundo é santo aquele que vos cha-mou, 
tornai-vos santos também vós 
mesmos em todo o vosso procedimen-to, 
porque escrito está: sede santos, 
porque eu sou santo” I Pe 1:15,16 
A ordem nesse versículo não é ser san-to 
em algumas coisas, mas em tudo! E isso 
engloba as conversas que temos com outros 
rapazes, sejam elas virtualmente ou não. 
Com atitudes como essas, muitas vezes 
afastamos homens que nos tratariam da for-ma 
com que um homem cristão deve tratar 
uma mulher cristã. Através de um testemu-nho 
murcho, um rapaz que está verdadeira-mente 
interessado em nós pode se acanhar 
e não vir falar conosco. 
Nós não devemos trocar um futuro ao 
lado de um homem verdadeiramente santo, 
por um presente ao lado de cortejos sem 
sentimento algum e cujo objetivo, no final, 
não é glorificar a Deus. Você merece muito 
mais do que isso! 
Portanto, meninas, valorizem-se e não 
permitam que o mundo molde o seu falar e 
o seu vestir. Não deixe que o mundo tome 
o lugar de Deus e da Bíblia em sua vida. 
As consequências dessa troca não valem 
à pena. O seu coração é muito importan-te 
para ser entregue a qualquer pessoa, a 
qualquer conversa e a qualquer moda. Valo-rize- 
se! 
Sara de Cerqueira é formada em hotelaria, frequenta a Igreja Presbiteriana do Cambeba, 
em Fortaleza, e é tradutora do Projeto Ryle. 
http://sdecerqueira.blogspot.com.br
A ESPADA e a Espátula Junho de 2012 
Paul Washer 
estará em 2012 nos seguintes eventos: 
1 a 5 
OUTUBRO 
Conferência Fiel 2012 
Alicerces da fé Cristã 
(Águas de Lindóia/SP) 
Juntos em Cristo 
O que me torna um Cristão? 
(Rio de Janeiro/RJ) 5 e 6 
OUTUBRO 
Para se inscrever em uma das Conferências acesse: 
http://www.editorafiel.com.br 
Todos os eventos serão transmitidos ao vivo e online pela Fiel: 
http://editorafiel.com.br/aovivo 
Realização: Apoio:
Agosto/2012 
Por Bispo Walter McAlister 
Projeto Spurgeon | 35 
Poucos conhecem o nome de Horátio 
Spafford. Os que conhecem, sabem a 
sua história. Para os que ainda não o 
conhecem, permita que eu a conte. No fim 
do século 19 houve um advogado de Chica-go 
que, pelo seu trabalho árduo, acumulou 
grande fortuna. Casou-se. Teve cinco filhos, 
sendo um homem e quatro filhas. Um pilar 
da sociedade. Cristão, marido e pai devota-do, 
era um exemplo e até motivo de inveja 
de muitos. Seus investimentos o levaram a 
comprar muitos prédios à beira do lago em 
Chicago, área nobre, tornando-o rico e po-deroso. 
Certamente, para os seus irmãos na 
fé, esse homem era um exemplo do poder 
e das bênçãos de Deus. Sua fé, seu esforço 
e sua integridade tinham lhe proporcionado 
uma vida “abençoada”. 
Em 1871, houve um grande incêndio 
que destruiu a cidade de Chicago. As cha-mas 
dizimaram a população. Também des-truíram 
as propriedades de Spafford. Em um 
dia, ele teve a sua fortuna dramaticamente 
reduzida. Mas a tragédia foi ainda maior, 
pois as chamas também ceifaram a vida do 
seu filho. 
Ele e a sua esposa, Anna, ficaram de-vastados. 
O seu mundo veio abaixo. A dor 
da perda do filho em muito ofuscou a dor 
da perda da sua fortuna. Mas com o pouco 
que lhe restou, ele decidiu fazer uma via-gem 
de navio para a França. Certamente, 
num país distante poderiam esquecer, sarar, 
achar consolo em Deus. A viagem foi marca-da 
para 1873. Só que, na última hora, Ho-rátio 
não pôde embarcar e teve de mandar 
a sua família na frente. Prometeu seguir as-sim 
que pudesse. 
Em poucas semanas chegou um tele-grama 
da sua esposa, com as seguintes pa-lavras: 
“Salva, mas só”. Houve um naufrá-gio. 
Anna estava bem, mas as quatro filhas 
do casal pereceram no mar. Ela aguardava, 
aflita, a chegada do marido. Os dois pode-riam 
chorar juntos aquela aflição de Jó. Ho-rátio 
pegou o primeiro navio disponível para 
se juntar à esposa enlutada. No reencontro, 
concordaram que seria melhor voltar para
A Espada e a Espatula 
36 | Projeto Spurgeon 
Se a nossa vida cristã se resu-me 
aos benefícios que podemos 
obter nesta vida, somos paté-ticos, 
dignos de pena. 
casa. O acidente tinha acontecido perto do 
litoral francês. Ao passar pelo local do nau-frágio, 
o capitão do navio solenemente assi-nalou 
que fora ali que ocorrera a tragédia. 
Ao contemplar o lugar, Horátio pegou uma 
folha de papel e rascunhou palavras que, 
hoje, compõem um hino cantado inúmeras 
vezes, sem que a maioria saiba a sua ori-gem. 
Se paz a mais doce eu puder desfrutar 
Se dor a mais forte sofrer, 
Oh, seja o que for, Tu me fazes saber 
Que feliz com Jesus sempre sou! 
Sou feliz, com Jesus. 
Sou feliz com Jesus, meu Senhor. 
Embora me assalte o cruel Satanás, 
E ataque com vis tentações; 
Oh, certo eu estou, apesar de aflições 
Que feliz eu serei com Jesus! 
A vinda eu anseio do meu Salvador. 
Ao céu Ele vai me levar 
Em breve eu irei para sempre morar 
Com o salvos por Cristo Jesus. 
O mundo midiático no qual vivemos nos 
bombardeia com mensagens de alegria per-pétua, 
qualidade de vida, sonhos e a pro-messa 
de uma vida “que merecemos”. Não 
falo só de tele-evangelistas. Falo de lança-mentos 
imobiliários, anúncios de perfumes 
e toda sorte de bens e serviços que vá nos 
proporcionar a vida boa. 
Essa mensagem achou seu paralelo no 
meio evangélico. Não é preciso ser do arraial 
da teologia de prosperidade para abraçar o 
ideal de vida “abençoada”. Qualquer um 
que já virou a sua face para Deus e pergun-tou 
“por quê?” já pode se considerar infec-tado 
pela teologia do bem-estar. Quando as 
coisas vão bem, descansamos. Oramos me-nos. 
E quando as coisas vão mal, frequenta-mos 
a igreja um pouco mais. Pedimos ora-ção. 
E nos indagamos sobre o que pode ter 
dado errado. Como isso veio a acontecer? 
Nossas palavras são de consternação. É cer-to 
que louvor não é uma reação comum aos 
que passam pelo vale da sombra da morte. 
O apóstolo Paulo escreveu: “Se é so-mente 
para esta vida que temos esperança 
em Cristo, dentre todos os homens somos 
os mais dignos de compaixão” (1 Co 15.19). 
De fato, se a nossa vida cristã se resume 
aos benefícios que podemos obter nesta 
vida, somos patéticos, dignos de pena. Re-duzimos 
tudo a um bem-estar passageiro. O 
fato é que tudo passará. Nossa juventude 
dura muito pouco. Nossa saúde também. Os 
tempos bons, os tempos maus, tudo passa. 
Temos poucas décadas para vivermos aqui. 
Bens estragam. Amizades desapontam. So-fremos 
desilusões, perdas, acidentes, aban-donos. 
Nos esquecemos do fato de que este 
mundo está se apagando. Vivemos num pe-ríodo 
de superposição de duas eras. A nova, 
i.é, o Reino de Deus, está entre nós e ainda 
por vir, na sua plenitude. Provamos dessa 
era vindoura, como disse o autor da carta 
aos Hebreus (“experimentaram a bondade 
da palavra de Deus e os poderes da era que 
há de vir...” – Hb 6.5). Mas vivemos, tam-bém, 
numa era que está se esvaindo, desa-parecendo. 
Paulo disse assim: “...a forma 
presente deste mundo está passando” (1 Co 
7.31b). 
Então como viver? O próprio apóstolo 
respondeu: “O que quero dizer é que o tem-po 
é pouco. De agora em diante, aqueles 
que têm esposa, vivam como se não tives-sem; 
aqueles que choram, como se não cho-rassem; 
os que estão felizes, como se não
Agosto/2012 
Os que estão em Cristo vivem 
a condição de felizardos. 
Projeto Spurgeon | 37 
estivessem; os que compram algo, como se 
nada possuíssem” ( 1Co 7.29-31a). Então 
sejamos estoicos? Façamos de conta que vi-vemos 
sempre “vitoriosos”, “felizes”, “de 
bem com a vida”? Ou simplesmente enter-remos 
a emoção e neguemos que estejamos 
vivendo uma tragédia? De maneira alguma. 
“Felizes são os que choram, porque serão 
consolados” (Mt 5.4). Não deixamos de vi-ver, 
de sofrer, de chorar, de casar e dar em 
casamento. Vivemos a vida que Deus nos 
concede. Mas fazemos isso à luz de algo que 
é infinitamente mais precioso e perene do 
que qualquer bem ou alegria que podería-mos 
desfrutar nesta vida. 
O autor da carta aos Hebreus falou as-sim: 
“Pois não temos aqui nenhuma cidade 
permanente, mas buscamos a que há de vir” 
(Hb 13.14). “Buscamos”? Jesus nos instruiu 
a não correr atrás das coisas que tanto pre-ocupam 
os gentios: o que comeremos, o que 
beberemos, ou com o que nos vestiremos. 
Falou que devemos buscar em primeiro lu-gar 
“O Reino de Deus e a sua justiça” (Mt 
6.33). 
Horátio resume essa visão, reconhe-cendo 
que sofremos dor e somos vítimas de 
tentações satânicas. Mas tudo acontece à 
luz do fato de Cristo estar preparando um 
lugar eterno para nós. Isso não foi a expres-são 
de um tele-evangelista. Aquele hino não 
foi composto por um monge. Foi um advo-gado 
piedoso que, em meio a uma tragédia 
de proporções inimagináveis, pôde voltar os 
seus olhos para o que realmente importa na 
vida. 
Mas sejamos francos. A fé cristã não é 
mais a mesma. Antigamente os fiéis ouviam 
falar sobre o Céu com uma frequência ex-pressivamente 
maior do que se ouve em nos-sos 
tempos. Somos imediatistas. Tudo tran-sita 
em nosso mundo à velocidade da banda 
larga. Tudo em nossa época se resolve nos 
poucos minutos de um episódio televisado 
e antes dos reclames. Compramos máquinas 
que nos oferecem uma vida mais expedida, 
mais compacta, mais prática e eficiente. Os 
púlpitos não apontam para o Céu. Os púl-pitos 
proporcionam o que Michael Horton 
chamou de “Deísmo Moralista Terapêutico”. 
Isso quer dizer que a mensagem majoritária 
dos púlpitos modernos nos aponta para uma 
autorrealização cada vez maior. Apontam- 
-nos para um bem-estar, uma vida “boa e 
certa”. Apontam-nos para uma vida vivida 
longe da presença constante de Deus. 
O próprio deísmo que tanto influenciou 
os pais da constituição americana, como 
Thomas Jefferson e outros, afirma que Deus 
criou o mundo e depois deixou tudo “em pi-loto 
automático”. Dizendo que, se tão so-mente 
seguirmos as regras, tudo irá bem. 
Isso infundiu a Igreja evangélica de um 
pragmatismo que há 200 anos predomina, 
tanto lá quanto aqui. A pergunta que surgiu, 
e continua a ser feita, é: “A fé serve para 
o que, então?” Sim, pois se a fé não serve 
para me proporcionar uma vida melhor, para 
que serve? Se eu não sou feliz com Cristo, 
então aonde devo ir para achar a felicida-de? 
De fato, é o alvo-mor desta geração: ser 
feliz. Mas Spafford disse “sou feliz”. Embo-ra... 
apesar de... não obstante... eu sou 
feliz. Felicidade é uma condição de privi-légio, 
não de emoção. Alegria certamente 
vem e vai. Mas o felizardo é aquele que foi, 
e continua sendo, privilegiado. Esse privilé-gio, 
nos termos cristãos, não é um estado 
de espírito. Não é uma condição emocional. 
É uma condição que só se define pelo telos, 
pelo fim. 
O que nos define não é o que temos. O 
que nos define não é o que somos ou faze-mos 
neste mundo. O que nos define é o que 
nos espera. 
É a mesma condição de um herdeiro 
que ainda não desfruta inteiramente da sua 
fortuna mas tem por certo o que está por 
vir. Quantos já não se perguntaram quan-do 
a Rainha Elizabeth II vai finalmente dar 
uma chance ao filho para reinar? Quando é 
que ela passará o cetro? Vemos o príncipe
A Espada e a Espatula 
38 | Projeto Spurgeon 
Os ricos e poderosos desfrutam des-te 
mundo hoje, mas o pequeno reba-nho 
tem a sua esperança Naquele que 
tudo deu para nos salvar. 
já com cabelos brancos, tendo passado por 
tantas dificuldades, e ainda é coadjuvante 
da mãe dele. E nós? Quando vamos realmen-te 
entrar na plenitude da nossa herança? 
Para os adeptos da teologia da prosperida-de, 
é já. Ouvimos a promessa e a bronca no 
subtexto da frase “pare de sofrer”. Todavia, 
a despeito de todas essas provocações, ge-memos. 
A própria natureza geme. Mas geme 
pelo quê? Paulo disse que a natureza geme 
pela “revelação dos filhos de Deus”. Aliás, 
veja o texto todo: 
A natureza criada aguarda, com grande 
expectativa, que os filhos de Deus sejam re-velados. 
Pois ela foi submetida à futilidade, 
não pela sua própria escolha, mas por causa 
da vontade daquele que a sujeitou, na es-perança 
de que a própria natureza criada 
será libertada da escravidão da decadência 
em que se encontra para a gloriosa liberda-de 
dos filhos de Deus. Sabemos que toda a 
natureza criada geme até agora, como em 
dores de parto. E não só isso, mas nós mes-mos, 
que temos os primeiros frutos do Es-pírito, 
gememos interiormente, esperando 
ansiosamente nossa adoção como filhos, a 
redenção do nosso corpo. Pois nessa espe-rança 
fomos salvos. Mas, esperança que se 
vê não é esperança. Quem espera por aqui-lo 
que está vendo? Mas se esperamos o que 
ainda não vemos, aguardamo-lo paciente-mente. 
(Rm 8.19-25) 
De fato não vemos o que esperamos. 
Aliás, nem olhos viram, nem ouvidos ouvi-ram 
o que Deus tem preparado para aqueles 
que o amam (1 Co 2.9). Só pelos olhos da fé. 
Essa sim é a fé que Ele nos concede. 
Não é a fé que derruba tudo e nos ga-rante 
vitória neste mundo. Não é a fé que 
nos faz viver num redoma impenetrável, ao 
ponto de não sermos atingidos pelas dificul-dades 
e tragédias. Não é a fé dos poderosos. 
É a fé dos remidos do Senhor. Essa é a fé que 
Ele nos concede. E é por isso que fitamos os 
nossos olhos naquilo que é do alto, naquilo 
que ainda está por vir. 
Os que estão em Cristo vivem a condi-ção 
de felizardos. Possivelmente chorando, 
com frio, náufragos, perseguidos e destituí-dos 
das alegrias de que um dia talvez desfru-taram. 
Acima de tudo, os ricos e poderosos 
desfrutam deste mundo hoje, mas o peque-no 
rebanho tem a sua esperança Naquele 
que tudo deu para nos salvar. É essa certeza 
que tem de voltar a ocupar os nossos púl-pitos 
e o imaginário coletivo da Igreja. Ao 
perdermos a capacidade e o hábito de ima-ginar 
o que está por vir, temos nos achados 
presos ao que os olhos veem. Lamentamos 
por não conseguir levantar os nossos olhos 
para Aquele de quem vem a nossa salvação. 
Nossa fé é inoperante, é dormente. Toda-via, 
ouçamos as palavras do apóstolo Pau-lo: 
“Desperta, ó tu que dormes, levanta-te 
dentre os mortos e Cristo resplandecerá so-bre 
ti. Tenham cuidado com a maneira como 
vocês vivem; que não seja como insensatos, 
mas como sábios, aproveitando ao máxi-mo 
cada oportunidade, porque os dias são 
maus. Portanto, não sejam insensatos, mas 
procurem compreender qual é a vontade do 
Senhor. Não se embriaguem com vinho, que 
leva à libertinagem, mas deixem-se encher 
pelo Espírito, falando entre si com salmos, 
hinos e cânticos espirituais, cantando e lou-vando 
de coração ao Senhor, dando graças 
constantemente a Deus Pai por todas as coi-sas, 
em nome de nosso Senhor Jesus Cristo” 
(Ef 5.14-20). 
Na paz, +W 
Walter Mcalister é Bispo Primaz da Aliança das Igrejas Cristãs Nova Vida. Fundador e Presi-dente 
do IBRMEC. Lauzanne Movement 2010 (Capetown), Autor dos livros: O Fim de Uma Era, O Pai 
Nosso, A Coleção Café Espiritual. 
http://www.waltermcalister.com.br
Agosto/2012 
Neopentecostalismo 
A História não Contada 
Walter Mcalister 
“O uso mais comum do termo neopentecostal 
associa esse movimento a um determinado 
tipo de igreja que adota práticas apócrifas 
em seus cultos, realiza exorcismos com trans-missão 
pela TV como forma de se promover, 
lança mão de métodos mágicos incorporados 
de outras religiões, promove um sincretis-mo 
claríssimo em suas reuniões, usa meios 
duvidosos para arrecadar dinheiro, prega a 
Teologia da Prosperidade e segue uma linha 
doutrinária que Bispo Roberto classificaria de 
antibíblica.” 
“Este livro traz uma contribuição significativa não só à história da Igreja 
Cristã Nova Vida, mas também a todos aqueles que estudam de uma maneira 
séria o protestantismo no Brasil, em especial a origem do pentecostalismo. 
Com toda certeza as novas gerações do pentecostalismo brasileiro terão 
que obrigatoriamente passar pela vida e pelo ministério do Bispo Roberto se 
desejarem conhecer não só sua própria história como a dos seus pioneiros.” 
Ricardo Bitun - Teólogo, cientista social, Mestre em Ciências da Religião e 
Doutor em Ciências Sociais, Pastor da Igreja Evangélica Manaim. 
“Não tenho conhecimento de nenhuma outra obra que conte a história de 
um líder e de uma denominação com tanto espírito crítico como esta. (...) 
Permita Deus que o livro de Walter McAlister abra os olhos de muitos brasi-leiros 
para graves distorções, a bem do Evangelho. (...) É um livro indicado 
para quem quer ficar mais por dentro do movimento neopentecostal, prin-cipalmente 
da história das três primeiras denominações que provavelmente 
inauguraram a chamada terceira onda do pentecostalismo brasileiro.” 
Projeto Spurgeon | 39 
Elben M. Lenz César - Diretor da revista Ultimato. 
www.editoraannodomini.com.br 
Walter McAlister 
LANÇAMENTO 
CONFIRA AQUI
A Espada e a Espatula 
40 | Projeto Spurgeon 
Por Marcelo Lemos 
Boa parte dos meus leitores no blog 
“Olhar Reformado” já me viu falar so-bre 
“deixar de ser evangélico”. Nem 
todos reagem bem, o que é compreensível 
diante do seguinte fato: muitos confun-dem 
um sistema religioso autodenominado 
‘evangélico’ com o próprio evangelho. 
Mas, o que muitos parecem não entender 
neste debate é que considerar-se evangéli-co 
tem haver com uma bem definida com-preensão 
do que é o Evangelho de Cristo. 
Irei comentar alguns dados históricos e te-ológicos, 
e ao terminar espero que o leitor 
pergunte a si mesmo: Sou realmente um 
evangélico? 
Por razões históricas mais ou menos 
justificadas, boa parte de nós toma o termo 
“evangélico” como sinônimo de “não cató-lico”, 
ou pior ainda, de “anticatólico”. Pen-so 
que é uma analise estreita do problema, 
e sem muito valor teológico. No máximo, 
tal compreensão tenta nos dizer o que um 
evangélico não faz, sem esclarecer nada so-bre 
o que ele faz e crê. É bom saber que 
evangélicos não aceitam a Infabilidade do 
Papa, a Intercessão dos Santos e o valor das 
procissões, porém, isso não nos diz nada so-bre 
qual é a natureza do Evangelho. 
Então, qual é a natureza do Evange-lho? 
Foi essa a pergunta originou a Reforma 
Protestante. Foi essa pergunta que dividiu 
o Ocidente entre “católicos” e “evangéli-cos”. 
Lutero não se rebelou contra o Papa, 
nem contra os dias santos, ou qualquer ou-tra 
coisa que os evangélicos de hoje odeiam 
no Catolicismo. Sim, com o tempo, Lutero 
acabaria combatendo tais coisas, mas não 
foi isso que deu origem a Reforma. Lutero 
se deu conta que a Igreja, ou uma parte sig-nificativa 
dela, havia perdido o significado 
real do que era o Evangelho. De fato, a Re-ligião 
Cristã estava envolvida em exigências 
e regras tão pesadas, e vinha mesclando- 
-se a superstições tão absurdas, que a Boa 
Notícia tornara-se um grande fardo. Lutero 
compreendeu que a salvação dava-se exclu-sivamente 
“pela fé”, e isso mudaria a histó-ria 
do Ocidente.
Agosto/2012 
Não precisamos 
ter fé na fé que 
temos em Cristo 
para alcançar-mos 
a salvação 
– apenas preci-samos 
ter fé em 
Cristo! 
Projeto Spurgeon | 41 
Se Deus é Santo, se odeia o pecado, 
e se o homem é tão pecador como a Bíblia 
diz, que esperança temos de alcançar a sal-vação? 
Certamente a esperança não pode 
estar no legalismo, nem na superstição. Nos 
dias de Lutero alguns líderes da Igreja ofe-reciam 
a salvação a troco de moedas; ritos 
e sacrifícios eram a oposta de outros. Lute-ro 
percebeu o erro ao encontrar na Bíblia 
que a salvação era um dom, e que nascida 
da iniciativa de Deus e não dos méritos do 
homem. “Porque pela graça sois salvos, por 
meio da fé; e isso não vem de vós, é Dom de 
Deus. Não vem das obras, para que ninguém 
se glorie” (Efésios 2.8-9). 
Lutero, e os chamados Reformadores, 
compreenderam que o Evangelho era extre-mamente 
simples. O Evangelho não carece 
de ritos, estruturas burocráticas ou rituais 
místicos. O Evangelho resume-se em uma 
única coisa: confiar em Cristo. Não é algo 
extremamente simples? De fato é. Porém, 
ouso dizer que é muito mais simples do que 
talvez você esteja concluindo ao ler isso. 
Sim, pois há o risco de confundir a confiança 
em Cristo com a confiança na fé em Cristo. 
O Evangelho é tão simples, tão simples, que 
não pode sequer ser compreendid0 com ter 
fé na fé! Não precisamos ter fé na fé que 
temos em Cristo para alcançarmos a salva-ção 
– apenas precisamos ter fé em Cristo! 
Ainda que às vezes o cristão possa duvidar 
de si mesmo, ainda que possa questionar a 
qualidade da sua fé pessoal, se ele de fato 
compreende a simplicidade do Evangelho, 
não questionará a fidelidade de Cristo! Ain-da 
que sua fé seja pequena, frágil e capaz 
de dúvidas, o cristão joga-se nos braços de 
Cristo. Se entender isso, compreendeu a 
simplicidade do Evangelho. “Se formos infi-éis, 
ele permanece fiel; não pode negar-se 
a si mesmo” (II Timóteo 2.13). 
O Arcebispo Tomas Cranmer, um dos 
mais importantes Reformadores da Igreja da 
Inglaterra, escreveu sobre isso. “A nossa fé 
em Cristo nos diz isso: ‘Não sou eu [a sua fé 
pessoal] quem paga os seus pecados, senão 
somente Cristo; e somente a Ele te envio 
para tal propósito, esquecendo até mesmo 
as tuas boas obras, palavras e pensamentos, 
e colocando tua confiança apenas em Cris-to!’”( 
1). É importante compreender isso: 
não é a fé quem nos salva, mas a fé em uma 
pessoa, o Cristo! Dito de outro modo, Cristo 
é quem nos salva, e a fé é o caminho pelo 
qual Deus nos conduz a Seu Filho. 
Que isso tem haver com ser evangéli-co? 
A resposta talvez esteja enublada pela 
extrema confusão dos nossos dias. Nossos 
evangelistas pregam as mais variadas e 
criativas regras para a salvação: desde não 
tomar Coca-Cola a não escutar Bossa Nova. 
Nossos pastores nos convencem do valor 
e da eficiência de ritos como tomar água 
“orada”, comprar lenços ungidos e coisas
A Espada e a Espatula 
O Evangelho resume-se em uma única 
coisa: confiar em Cristo. Não é algo 
extremamente simples? De fato é. 
semelhantes. Que isso tem haver com ser 
evangélico? Absolutamente nada, pois nada 
disso tem haver com tudo aquilo que expu-semos 
até agora! É decepcionante ter de 
fazer tal denúncia, mas o fato é que a Igre-ja 
Evangélica de hoje prega tudo, menos o 
Evangelho. Parece contraditório, mas “dei-xar 
de ser evangélico” pode ser uma mani-festação 
de desejo por voltar a ser, de fato, 
“evangélico”. 
Uma multidão de evangélicos troca de 
salvação mais vezes que de camisa. Se es-tão 
bem consigo mesmos sentem-se salvos, 
mas se estão deprimidos, se percebem que 
cometeram alguma falha, sua confiança se 
esvai. Eles se sentem salvos hoje, mas nada 
garante a respeito de seu próprio futuro. 
A salvação para eles é algo que depende 
42 | Projeto Spurgeon 
o que fazem para Deus. Eles acreditam - 
ainda que não confessem - que a salvação 
depende de seus próprios méritos. Não são 
herdeiros de Lutero. 
Outros seguem inabaláveis em suas 
convicções anticatólicas. Porém, isso não 
lhes impede de acreditar na infabilidade de 
pastores ou levitas. Combatem a idolatria e 
a superstição dos outros, mas são incrivel-mente 
tolerantes com suas próprias blasfê-mias 
contra o Evangelho. Não são herdeiros 
da Reforma! 
A pergunta que fica é uma só: você é 
evangélico? Uma pergunta ariscada, que 
talvez mostre ao leitor que uma resposta 
positiva não obriga ninguém a estar preso 
ao sistema que se apoderou do título. 
Marcelo Lemos é teólogo, casado e pai de dois filhos. Vem atuando como líder da Comuni-dade 
Anglicana Carisma, em São Paulo, e edita o blog Olhar Reformado. 
http://www.olharreformado.com/
Lançamento 
Agonia de Cristo 
Jonathan Edwards 
64 Páginas | Formato: 14x21cm 
“Os piedosos podem estar tranquilos nisto, que Cristo como seu 
Sumo sacerdote ofereceu esse grande clamor a Deus. Todos que crêem 
em Cristo e seus verdadeiros seguidores e servos, estejam tranquilos 
nisto, que Jesus Cristo é seu Sumo sacerdote, que Cristo derramou em 
agonia, caiu na terra por vocês, e que este intenso clamor foi feito a 
Deus por vocês pra que a vitória de sua missão e sofrimentos servissem 
de todo o bem que o mundo necessita e toda a felicidade fosse vivida. 
Portanto aprendemos que os cristãos devem ser plenamente fervorosos 
em suas orações e esforços pela salvação de outros. Todo cristão é se-guidor 
de Cristo e devem segui-lo também neste exemplo. Claramentes 
temos ouvido que o grande labor da alma de Cristo foi pela salvação 
de outros, e que grande e intenso clamor a Deus o acompanhou em sua 
missão” 
CONFIRA AQUI 
www.editorainterferencia.com 
Curso ministrado por Juliano Heyse na Igreja Batista Reformada Vida Nova em Floria-nópolis- 
SC aos domingos, nos meses de setembro a novembro de 2008. O áudio foi editado 
para ser colocado na forma de episódios. As apresentações em Powerpoint exigem a versão 
2007 ou o visualizador disponibilizado gratuitamente pela Microsoft e que pode ser baixado 
aqui. Os vídeos podem ser assistidos acessando os episódios. 
CLIRQUE E ACESSE: 
w w w . bomcaminho. com
A Espada e a Espatula 
Escreve ao anjo da igreja que está em Éfeso: Isto diz aquele que tem na sua destra as sete 
estrelas, que anda no meio dos sete castiçais de ouro: Conheço as tuas obras, e o teu traba-lho, 
e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser 
apóstolos, e o não são, e tu os achaste mentirosos. E sofreste, e tens paciência; e trabalhaste 
pelo meu nome, e não te cansaste. Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. 
Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, bre-vemente 
a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres. Tens, porém, 
isto: que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio. Quem tem ouvidos, ouça o 
que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no 
44 | Projeto Spurgeon 
Por Tim Conway 
Na 10º Conferência de Jovens da Editora Fiel 
meio do paraíso de Deus. Apocalipse 2: 1-7 
Vejamos o que o texto nos diz sobre 
Jesus. Primeiro, ele tem as Igrejas em suas 
mãos e anda no meio da Igreja. Ele é um 
Cristo que sustenta a Igreja e está no meio 
dela. Quão bom é saber que Cristo está no 
meio de nós! Mas também devemos nos lem-brar 
que Cristo tem olhos de fogo. Ele vê e 
examina tudo que há nas igrejas. Isso é te-meroso, 
mas também é bom, pois significa 
que Cristo conhece Sua Igreja e, portanto, 
não precisamos ser hipócritas diante dele; 
podemos confessar nossos pecados, pois ele 
já o sabe. E a boa notícia é que se perten-cermos 
a Ele, Ele não nos condenará, mas, 
quando confessamos, Ele trabalha para nos 
tornar semelhante a Ele. 
Agora, vejamos o que Jesus conhecia 
da igreja de Éfeso? 
1) Seu trabalho (no original significa se 
esgotar em prol do trabalho). A igreja de 
Éfeso era uma igreja empenhada na obra do 
Senhor até o ponto de se esgotarem. 
2) Sua perseverança. Mesmo em meio 
a tanta resistência que havia em Éfeso con-tra 
cristianismo, eles perseveraram. Éfeso 
era uma cidade muito idólatra (templo de
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  • 3. A Espada e a Espátula é uma publicação BI-bimestral de Projeto Spurgeon – Proclamando a CRISTO Crucificado & Projeto Ryle – Anun-ciando a Verdade Evangélica, inspirada na original “The Sword and the Trowel”, lançada por C.H.Spurgeon em 1865. • Editor: Armando Marcos • Colaboradores: Marcelo Lemos Sara de Cerqueira Josep Rossello Walter Mcalister Caio Andrade Atila Calumby • Revisão e prova: Atila Calumby • Capa e diagramação: Victor Silva • Fotos: Pesquisa de imagens, Wikipédia e arquivo de Projeto Spurgeon e associados. • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS É permitida a livre distribuição desse material, e a livre impressão para distribuição e uso pes-soal, somente vedado o lucro e a venda sem autorização. • Contato: Email: projetospurgeon@gmail.com • Twitter: @ProjetoSpurgeon • Facebook: https://www.facebook.com/projetospurgeon https://www.facebook.com/BispoJCRyle • Site: www.projetospurgeon.com.br www.projetoryle.com.br
  • 4. EDITORIAL Agora em julho, comemoramos os 3 anos de criação do nosso site, o Projeto Spurgeon, proclamando a CRISTO crucificado; para mim é um uma benção que nesses tempo todo, eu tenha tido a possibilidade de divulgar daquilo que o Senhor tem usado para minha vida, o Evangelho de Cristo e o próprio Cristo, para amigos virtuais e reais; realmente, um privilégio, uma responsabilidade e um trabalho que eu encaro como algo que o Senhor tem usado e que poderá a vir seu usado pelo Espírito no futuro. Até aqui o Senhor nos ajudou, e contamos pela fé que continue a nos abençoar a trabalhar nessa obra, que nesses 3 anos, não se restringiu só aos textos e sermões de Spurgeon, mas que também se expandiu a textos de outros pregadores, especialmente o bispo J.C.Ryle com o Projeto Ryle, e a essa mesma revista: com isso quero evitar, de minha parte, de fazer de um pregador um tropeço a perfeição da devoção a Cristo, e cair numa carnalidade condenável; também, assim, continuar na pregação do evan-gelho e no anuncio de Cristo com a valiosa colaboração de todos nossos cooperadores por outras formas diversas, levando a mensagem do cristia-nismo bíblico a todos de várias formas. Nossos dois Projetos e a revista, a meu ver, em seus lemas, resumem nossas metas nos Projetos: Proclamar a cristo crucificado, que é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; anunciar a verdade evan-gélica, de que estávamos perdidos, e justamente condenados por nossas rebeliões, mas que Cristo, cumprindo a vontade de Deus, se encarnou e a fim de cumprir o plano dele de salvar Seus eleitos, fez a expiação dos pecados por sua morte, e ressuscitou dos mortos vencendo a morte para nossa justificação, e e está ao lado de Deus intercedendo por seu povo So-beranamente, e, por fim batalhar contra o pecado derrotado e trabalhar para o Senhor para Sua glória. Que essa edição de “A Espada e a Espátula” nº 5 contribua para todos esses propósitos, pelo poder do Espírito Santo, é nossa oração. Armando Marcos Pinto Editor São Paulo, agosto de 2012
  • 5. • INDICE • O Foco Evangélico de Charles Spurgeon: A Eleição Incondicional Por Nathan W. Bingham � 6 O Poder do Espírito Santo Por J. C. Ryle �10 Solus Christus ontem hoje e sempre Por Caio Andrade �15 Porque Jesus veio? Por Bispo Josep Rossello �18 Entrevista com o Bispo Josep Rossello Por Armando Marcos �20 A Rebeldia Cristã Por Atila Calumby �26 Cristã, valorize-se Por Sara de Cerqueira �30 O Alvo da Felicidade Por Bispo Walter McAlister �35 Você é evangélico? Pense de novo! Por Marcelo Lemos �40 A Centralidade do Amor de Cristo por nós Por Tim Conway �44 Como ensinar as crianças acerca de Deus Philip Doddridge �48 Forçando pecadores a não rejeitarem a Cristo Por C. H. Spurgeon �53
  • 6. A Espada e a Espatula 6 | Projeto Spurgeon Por Nathan W. Bingham No último livro de Steven Lawson, O Foco Evangélico de Charles Spurgeon, Lawson sustenta que o compromisso fervente de Charles Spurgeon para com as doutrinas da graça “modelou” seu “foco evangélico.” Então, o que Spurgeon cria exatamente sobre os cinco pontos do calvi-nismo? Usando extratos de O Foco Evangé-lico de Charles Spurgeon, vamos responder a essa pergunta: Hoje descobrimos o que Charles Spurgeon cria sobre a doutrina da Eleição Incondicional. Charles Spurgeon fervorosamente sus-tentou a doutrina da eleição incondicional. Necessariamente, essa verdade bíblica de-riva da crença na depravação humana. De-vido que a vontade do homem está comple-tamente morta e não pode escolher a Deus, Deus tem que exercer Sua vontade soberana para salvar. Aparte da massa da humanida-de caída, Deus fez uma eleição eterna, que a distingue. Antes da fundação do mundo, Ele determinou quem se salvaria. Spurge-on afirmou que se não fosse pela eleição de Deus de Seus escolhidos, ninguém se salva-ria. O que perece elege perecer, mas o que se salva se salva, porque Deus es-colheu salvá-lo. —Spurgeon Igual que todas as doutrinas que Spur-geon celebrou, ele que cria nessa verdade porque estava convencido de que estava firmada e fundamentada na Bíblia: “Tudo o que se pode dizer acerca da doutrina da eleição, está escrito na Palavra de Deus como que com uma linha de ferro, e não há forma de se livrar disso.” Em seu ser-mão intitulado “A Eleição”, pregado em 2 de setembro de 1855, Spurgeon leu muitas passagens que, sem espaço para duvidas, ensinam essa verdade doutrinária. Entre os textos que citou e explicou estavam Lucas 18:7, João 15:16; 17:8-9, Atos 13:48, Roma-nos 8:29, 33; 9:11-13; 11:07; 1 Coríntios 1: 26-29, Efésios 1:14, Colossenses 3:12, 1 Tes-
  • 7. Agosto/2012 Projeto Spurgeon | 7 salonicenses 5:9, 2 Tessalonicenses 2:13-14, Tito 1:1, 1 Pedro 1:1-2; y 2 João 1. Nessa exposição, Spurgeon disse: Mas Deus, desde o princípio, escolheu seu povo; quando o etéreo não nave-gado ainda não tinha sido revolvido pela asa de um anjo sequer, quando o espaço era sem limites, ou ainda não nascido quando a quietude univer-sal reinava, e nenhuma voz ou suspi-ro quebrava a solenidade do silêncio; quando não havia nem começo, nem gesto, nem tempo, nada, apenas Deus, só em sua eternidade; quando a can-ção de um anjo, sem a assistência de um querubim sequer, muito antes das criaturas vivas nascerem, ou das rodas da carruagem de Jeová tivessem sido moldadas, mesmo assim, “no princípio havia o Verbo”, e no princípio o povo de Deus era um com o Verbo, e “no princípio ele os escolheu para a vida eterna”. Nossa eleição, então é eter-na. 1 .Na eternidade passada, Deus sobera-namente estabeleceu seus afetos sobre um 1 Sermão “Eleição” via Monergismo http://www.monergismo. com/textos/chspurgeon/Eleicao_Spurgeon.htm povo em particular e predestinou sua salva-ção. A eleição soberana, Spurgeon afirmou, não se baseava na previsão divina, mas sim da predestinação divina: “‘Mas’, outros alegam, ‘Deus os elegeu na previsão de que creriam’. Agora Deus dá a fé, portanto ele não poderia ter-lhes eleito levando em con-ta sua fé, que Ele previu.” 2 Spurgeon negou que a eleição possa ser descartada como a eleição das nações em lugar de indivíduos. Ele declarou: É o mais miserável artifício na terra alegar que Deus não escolheu pessoas, mas nações, porque a mesma objeção que se faz contra a escolha de pessoa ocorre contra a escolha de uma nação. Se não fosse justo escolher uma pes-soa, seria muito mais injusto escolher uma nação, uma vez que as nações são a reunião de multidões de indivíduos, e escolher uma nação parece ser um crime imenso – como se a eleição fosse um crime – mais do que escolher uma pessoa. Certamente escolher dez mil seria considerado pior do que escolher um; distinguir uma nação inteira do resto da humanidade, parece ser uma grande extravagância nos atos da so-berania divina do que a eleição de um pobre mortal e deixar outro. Devido que a eleição soberana de Deus dos pecadores individuais é claramente en-sinada nas Escrituras, Spurgeon insistiu que ela deveria ser pregada: “Deus me deu este grande livro, a partir do qual devo pregar, e se Ele colocou algo nele, e você pensa que está fora de lugar, vá e se queixe dian-te Dele sobre isso, não para mim. Eu sou simplesmente Seu servo, e se é Seu encargo que aquilo que eu devo dizer é inaceitável, não posso evitá-lo. Permita-me dizer-lhe que a razão pela qual muitas de nossas igre-jas estão diminuindo é somente porque essa doutrina não foi pregada.” Spurgeon reco-nheceu que a negação em pregar a verdade da eleição soberana é um obstáculo para o 2 ibdem O que perece elege perecer, mas o que se salva se salva, porque Deus escolheu sal-vá- lo.
  • 8. A Espada e a Espatula crescimento da igreja. Tal pregação é ne-cessária para que os pecadores recebam a semente do evangelho. Em outro sermão, Spurgeon sustentou que a retenção dessa grande verdade é uma ofensa grave contra Deus: “Alguns de vocês nunca pregaram so-bre a eleição desde que foram orde-nados. “Essas coisas”, você diz, “são ofensivas.” E você ofenderia a Deus em vez de ofender ao homem. Mas você responde: “Essa doutrina não é práti-ca.” Creio que o clímax da blasfêmia de todo homem se concentra nessa ex-pressão. 8 | Projeto Spurgeon Diz que Deus colocou algo na Bíblia sobre o que não se deva pregar! Você está criticando ao meu Deus. Mas vocês dizem: “Será perigoso.” O que?! A verdade de Deus é perigosa? Eu no queria estar em sua pele quando você tenha que estar diante de Seu criador no dia do Juízo depois de dizer algo como isso. ” 3 .Desde uma perspectiva positiva, Spur-geon declarou audáciosamente que pregar a eleição incondicional é evangelístico. Ele disse: “Nunca preguei essa doutrina, sem ver conversões, e creio que nunca o farei.” Quando as pessoas lhe perguntaram como ele reconciliou a pregação da eleição com a extensão do evangelho, afirmou, “Não há necessidade de reconciliar, já que nun- 3 ibdem A soberania divina e o evange-lismo caminham de mãos dadas, a primeira prepara o caminho para o segundo ca estiveram brigadas entre si.” Ele estava certo. A soberania divina e o evangelismo caminham de mãos dadas, a primeira pre-para o caminho para o segundo, e assegura o sucesso deste no evangelismo Enquanto todos no céu estão aí por eleição de Deus, Spurgeon disse que os que estão no inferno estão aí por sua própria eleição. Declarou: “A partir da Palavra de Deus, tenho entendido que a condenação é toda do homem, de ponta a ponta, e a sal-vação é toda por graça, de principio a fim. O que perece escolhe perecer; mas o que se salva, se salva porque Deus lhe quis salvar.” Em outras palavras, a salvação só é possível quando a vontade de Deus liberta a vontade humana da escravidão. Extrato adaptado de Steven Lawson “O Foco Evangélico de Charles Spurgeon.” Disponível agora na Editora Fiel: http://www.lojafiel.net/produto.aspx?ProCodigo=313&ind=blog Confira o sermão “Eleição” da Editora Fiel Nathan W. Bingham é cristão, diretor da área de internet do Ligonier Ministries, ministério de R.C.Sproul www.ligonier.org
  • 9. O Foco Evangélico de Charles Spurgeon (Steven Lawson) 140 Páginas / Fomato 14x21 ISBN 978-85-8132-023-6 No Livro “O Foco Evangélico de Charles Spurgeon”, quarto da série Um Perfil de Homens Piedosos, Ste-ven Lawson apresenta ao leitor a vida e o ministério do grande pregador ba-tista do século XIX, conhecido como o “príncipe dos pregadores”, que ensina-va ousadamente as doutrinas da graça e, ao mesmo tempo, apresentava a ofer-ta gratuita de salvação em Jesus Cristo. O própósito desta obra e de toda a série é examinar perfis de homens piedosos, como João Calvino, Jonathan Edwards, John Knox e Spurgeon, que utilizaram seus dons espirituais e suas habilidades ministeriais para promover o reino ce-lestial. CONFIRA AQUI www. loj a f i e l . n e t
  • 10. A Espada e a Espatula 10 | Projeto Spurgeon Por J. C. Ryle Há esperança no Evangelho a qualquer homem, enquanto ele viver. Há infini-ta boa vontade em Cristo para perdoar pecados. Há infinito poder no Espírito Santo para transformar corações. Existem muitas doenças do corpo que são incuráveis. Os doutores mais sábios não podem curá-las. Mas, graças a Deus! Não existem doenças incuráveis da alma. Todas as espécies e quantidades de pecados po-dem ser lavados por Cristo. O mais difícil e perverso dos corações pode ser mudado. Leitor, eu digo novamente, enquanto há vida, há esperança. O mais velho, mais vil, o pior dos pecadores pode ser salvo. Apenas deixe-o vir a Cristo, confessar seus pecados, e clamar por perdão – apenas dei-xe- o lançar sua alma em Cristo, e ele será curado. O Espírito Santo será enviado ao seu coração, conforme a promessa de Cristo, e ele será transformado pelo seu grandioso poder, em uma nova criatura. Eu nunca me preocupo com qualquer que se torne um cristão, o que quer que esta pessoa tenha sido em tempos passa-dos. Eu sei quão grandiosa é a mudança da morte para a vida; Eu sei que montanhas de divisão parecem ficar entre alguns homens e o Céu; Eu sei das dificuldades, dos preju-ízos, da pecaminosidade desesperadora do coração natural; mas eu lembro que Deus o Pai fez este glorioso mundo do nada. Eu lembro da voz do Senhor Jesus que pôde alcançar Lázaro quando este tinha quatro dias de morto, e o chamou de volta, mesmo da sepultura; Eu lembro das incríveis que o Espírito de Deus venceu em cada nação debaixo do Céu; Eu me lembro disso tudo e sinto que nunca devo me desesperar. Sim! Estas mesmas pessoas que agora parecem mais completamente mortas em pecados, podem ainda ser tornadas nova criatura e andar diante de Deus em novidade de vida. Por que não deveria ser assim? O Espí- LEITOR,
  • 11. Agosto/2012 O braço do Espírito não está encolhido; Seu poder não está deteriorado. Ele é como o Se-nhor Jesus – o mesmo ontem, hoje e para sempre. Projeto Spurgeon | 11 rito Santo é um Espírito poderoso, miseri-cordioso e amoroso. Ele não se volta de nin-guém por causa de sua vileza. Ele não deixa de visitar porque seus pecados são preto e escarlate. Não havia nada nos coríntios para que ele viesse e os vivificasse. Paulo relata que eles eram, “fornicadores, idólatras, adúl-teros, efeminados, ladrões, cobiçosos, be-berrões, maldizentes, roubadores.” “Tais como”, ele diz, “eram alguns de vocês.” No entanto, mesmo a eles o Espírito vivifi-cou. “Fostes lavados,” ele escreve, “fostes santificados, fostes justificados, no nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus.” (1 Co, 6.9-11) Não havia nada nos colossenses para que Ele visitasse seus corações. Paulo nos fala que eles andavam em “fornicação, im-pureza, afeiçoes desordenadas, concupis-cências malignas e avareza que é idolatria.” No entanto, a eles também o Espírito vivifi-cou. Ele os fez, “despir-se do velho homem e seus feitos, e vestir-se do novo homem que é renovado em conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou.” (Colossen-ses 3.5-10). Não havia nada em Maria Madalena para que o Espírito devesse tornar viva sua alma. Ela esteve possuída por sete demô-nios. Tempo houve, se o relato é verdadei-ro, que ela foi uma mulher proverbial para a vileza e iniquidade. No entanto, mesmo ela o Espírito fez uma nova criatura, - separou- -a de seus pecados – trouxe-a a Cristo – a fez a última na cruz e a primeira na tumba. Nunca, nunca o Espírito Santo se volta de uma alma por causa de sua corrupção. Ele nunca fez isso; Ele nunca fará. É Sua glória que ele tem purificado a mente dos mais impuros, e feito deles templos para sua própria morada. Ele pode ainda pegar o pior dos que leram este folheto e fazer dele um receptor da Graça. Por que não deveria ser assim? O Espí-rito é um Todo-Poderoso Espírito. Ele pode mudar um coração de pedra em um coração de carne. Ele pode destruir os maus-hábitos mais fortes, como uma estopa no fogo. Ele pode fazer as coisas mais difíceis parecerem fáceis e as mais poderosas objeções derre-terem como neve na primavera. Ele pode cortar as barras de metal e arrebentar os portões do prejuízo. Ele pode encher cada vale e fazer cada lugar árduo, suave. Ele tem feito isto regularmente, e pode fazer novamente. O Espírito pode usar um judeu – o mais amargo inimigo da cristandade, o mais fe-roz perseguidor dos verdadeiros crentes, o mais forte defensor das noções farisaicas, o opositor mais prejudicial da Doutrina Evan-gélica – e transformar este homem em um pregador zeloso da mesma fé que uma vez ele tentou destruir. Ele já fez isso – Ele fez isso com o Apóstolo Paulo. O Espírito pode usar um monge católi-co romano, criado no meio da superstição romana – treinado desde sua infância para crer na falsa doutrina, e obedecer o Papa – mergulhado com seus olhos no erro – e fazer deste homem o mais claro defensor da jus-tificação pela fé que o mundo já viu; Ele já fez isso – Ele fez com Martinho Lutero. O Espírito pode usar um funileiro in-glês, sem estudo, patronagem ou dinheiro, - um homem uma vez conhecido por nada menos que blasfemar e praguejar, - e fazer este homem escrever um livro religioso, o qual permanece sem rival e inigualado em
  • 12. A Espada e a Espatula seu modo, por qualquer um desde o tempo dos Apóstolos. Ele já fez isto – Ele fez com John Bunyan, o autor de “O Peregrino.” O Espírito pode usar um marinheiro, afundado em mundanismo e pecado – um depravado capitão de um navio negreiro, - e fazer deste homem um dos mais bem-su-cedidos ministros do Evangelho; um escritor de cartas que são o celeiro da religião ex-perimental; e de hinos que são conhecidos e cantados em qualquer lugar onde a língua inglesa é falada. Ele já fez isto. Ele fez com John Newton. Tudo isto o Espírito tem feito, e muito mais, do qual eu não posso falar em parti-cular. E o braço do Espírito não está enco-lhido; Seu poder não está deteriorado. Ele é como o Senhor Jesus – o mesmo ontem, hoje e para sempre. Ele ainda faz maravilhas e fará até o fim dos tempos. Eu não ficarei surpreso em ouvir, mes-mo nesta vida, que o homem mais severo que eu conheço, tenha se tornado quebran-tado, e o mais orgulhoso, tenha tomado lu-gar aos pés de Jesus como uma criança. Eu não ficarei surpreso de encontrar muitos à mão direita no dia do Juízo, os quais eu deixei, quando morrer, viajando pelo caminho largo. Eu nunca me desespero porque eu creio no poder do Espírito Santo. Nós, mi-nistros, podemos bem nos desesperar, mas ao olharmos nosso próprio desempenho. Es-tamos frequentemente doentes de nós mes-mos. Podemos nos desesperar quando olha-mos para algumas pessoas que pertencem as nossas congregações; parecem tão duras e insensíveis quanto uma pedra de moinho. Mas nos lembramos do Espírito Santo e do que Ele já fez. Nos lembramos do Espírito Santo e refletimos que Ele não mudou. Ele pode descer como fogo e derreter os mais duros corações; Ele pode converter os pio-res homens ou mulheres entre nossos ouvin-tes, moldar todo seu caráter em uma nova forma. E assim nós pregamos. Temos espe-rança por causa do Espírito Santo. Oh, que nossos corações possam entender que o pro-gresso da verdadeira religião depende não de nossa força ou poder, mas do Espírito do 12 | Projeto Spurgeon Senhor! Oh que muitos deles possa aprender a depender menos de seus ministros e a orar mais pelo Espírito Santo! Oh, que todos pos-samos aprender a esperar menos de esco-las, folhetos e aparatos eclesiásticos, e, ao mesmo tempo usando todos os meios dili-gentemente, buscarmos mais intensamente um derramamento do Espírito. Comece imediata-mente à orar pelo Espírito Santo. Não pense que está emu-decido e sem espe-rança: O Espírito Santo é prometido aos que lhe pedi-rem. Leitor, você se sente menor se aproxi-mando de Deus? Existe a menor inquietação sobre sua alma imortal? Sua consciência lhe diz neste dia, que você ainda não sentiu o poder do Espírito, e que você quer saber o que é isso? Ouça, e eu lhe direi. Por um lado, você deve ir imediata-mente ao Senhor Jesus Cristo em oração, e rogar-Lhe que tenha misericórdia de você, e lhe envie o Espírito. Você deve ir diretamente aquela fonte de águas vivas, o Senhor Jesus Cristo, e receberá o Espírito
  • 13. Agosto/2012 Projeto Spurgeon | 13 Santo (João, 6.39). Comece imediatamente à orar pelo Espírito Santo. Não pense que está emudecido e sem esperança: O Espíri-to Santo é prometido aos que lhe pedirem. Seu nome é Espírito da Promessa e Espírito de Vida. Não Lhe dê descanso até que Ele venha e lhe faça um novo coração. Clamai vigorosamente ao Senhor – dize-Lhe, “Aben-çoa- me, mesmo também a mim: vivifica- -me, e faze-me vivo.” Eu não ouso enviar almas ansiosas a ninguém senão a Cristo. De minha parte, eu não ouso enviar al-mas ansiosas a ninguém senão a Cristo. Eu não apoio aqueles que dizem aos homens para orar para o Espírito Santo em primeiro lugar, a fim de que eles possam ir a Cristo em segundo lugar. Eu não vejo fundamento nas Escrituras para dizer isto. Eu vejo so-mente que se os homens se sentem necessi-tados, pecadores perecendo, eles devem se aplicar, em primeiro lugar e principalmente, direta e unicamente à Jesus Cristo. Eu vejo que Ele mesmo diz, “Se alguém tem sede, venha a Mim e beba” (João 7.37). Eu sei que está escrito “recebeste dons dentre os ho-mens, e até dentre os rebeldes, para que o Senhor Deus habitasse entre eles” (Salmos 68.18). Eu sei que é seu ofício especial bati-zar com o Espírito Santo, e que “Nele habita toda plenitude.” Não ouso tentar ser mais sistemático que a Bíblia. Eu creio que Cristo é o ponto de encontro entre Deus e a alma: e meu primeiro conselho a qualquer um que queira o Espírito, deve sempre ser, “vá a Je-sus, e conte suas necessidades a Ele.” Por outro lado, se você ainda não sentiu o poder conversor do Espírito, você precisa ser diligente em observar os meios de graça através do qual o Espírito opera. Você deve ouvir regularmente a Palavra que é Sua es-pada; você deve habitualmente compare-cer aquelas assembleias onde Sua presença é prometida; você deve, em suma, ser en-contrado no caminho do Espírito, se você quer que o Espírito lhe faça bem. O cego Bartimeu jamais teria recebido a visão, se tivesse ficado sentado preguiçosamente em casa, e não tivesse saído afora, para se sentar a beira do caminho. Zaqueu poderia nunca ter visto Jesus, e se tornado um filho de Abraão, se ele não tivesse corrido adian-te e subido no pé de sicômoro. O Espírito é um Espírito amoroso e bom. Mas aquele que despreza os meios de graça, resiste ao Espírito Santo. Leitor, lembre-se destas duas coisas. Eu creio firmemente que nenhum homem ja-mais agiu com honestidade e perseverança nestes dois conselhos, que não, mais cedo ou mais tarde, tem o Espírito, e descobre, por experiência própria que Ele é “poderoso pra salvar”. Tradução: Projeto Ryle – Anunciando a verdade Evangélica. J.C.Ryle foi um religioso inglês, o primeiro bispo de Liverpool da Igreja da Inglaterra. Ele foi educado em Eton e em Christ Church, em Oxford. Ryle foi um forte sustentador da escola evangé-lica e um crítico do ritualismo. Ele tornou-se um líder da ala evangélica na Igreja da Inglaterra e foi notório por seus ensaios doutrinários e seus escritos polêmicos.
  • 14. DANDO NOME AO ELEFANTE Cosmovisão Como um Conceito Sire amplia e aprofunda sua análise (presente em O Universo ao Lado) sobre os elementos constitutivos de uma visão de mundo pessoal, atribuindo lugar de impor-tância central às instâncias pré-teóricas e às funções pré-discursivas em sua formação e em seu processo de compartilhamento. Sua redefinição de cosmovisão resgata a impor-tância central que a dimensão ou instância espiritual do nosso ser (o coração) desem-penha na maneira como interpretamos a re-alidade ao nosso redor e na maneira como agimos nela. Esta é uma obra significativa que repre-senta uma excelente oportunidade de apro-fundamento nos estudos sobre cosmovisão a partir de uma perspectiva biblicamente orientada. Título: Dando Nome ao Elefante: Cosmovisão Como um Conceito Autor: James W. Sire Tradução: Paulo Zacarias e Marcelo Herberts Revisão: Felipe Sabino e Marcelo Herberts Capa: Márcio Santana Sobrinho Prefácio de Fabiano de Almeida Oliveira, Th.M. Ms. Fil. Formato: 14 x 21cm Nº de páginas : 246 p. Miolo em papel polen soft LD 80g Capa em Cartão Supremo 250g Editora Monergismo Ano: 2012 www.monergismo.com Descrição: CONFIRA AQUI
  • 15. Agosto/2012 Por Caio Andrade Projeto Spurgeon | 15 “Ele é a cabeça do corpo, da Igreja...” Colossenses 1.18 Um dos pilares sustentadores da Refor-ma Protestante foi o Solus Christus, uma expressão latina que significa “Somente Cristo”. Esse brado pela centrali-dade e exclusividade de Cristo era extrema-mente necessário àquela época, quando o sacerdotalismo católico-romano obscurecia o ofício mediador de Cristo; quando a tra-dição e o magistério romanos tinham mais peso que as próprias Escrituras; quando o senhorio de Cristo sobre a Sua Igreja era ca-ricaturado na figura do Papa. Séculos passaram desde a Reforma, e cá estamos nós, quase quinhentos anos de-pois. “Por que isso agora?” – alguns podem perguntar – “Para quê ficar falando em re-forma, em solas e tudo mais?” Apesar do es-pírito pós-moderno (que prontamente rejei-ta tudo que é antigo como sendo antiquado) nós preferimos trilhar pelas “veredas anti-gas” (Jeremias 6.16), pois por elas nossos pais na fé encontraram descanso para suas almas. Preferimos pregar o “velho” Evange-lho; estudar os “velhos” Credos, Catecismos e Confissões de Fé; preferimos a “velha” teologia, centrada em Cristo e não no ho-mem; preferimos a “velha” fé, sim, aquela fé que “uma vez por todas foi entregue aos santos” (Jd 3), ainda lembra dela (Lc 18.8)? A centralidade e exclusividade de Cris-to estão longe de serem assuntos de um passado distante, mas são temas fundamen-tais, pelos quais a igreja é, ou não, Igreja de Cristo! Da mesma forma como acontecia no século XVI, o evangelicalismo atual pro-move um assalto ao senhorio de Cristo; uma tentativa de espoliar Cristo da Sua glória. “Como?” – alguém pode perguntar – “Nunca vi isso em parte alguma? Isso é extremis-mo!” – continuam insistindo. Isso acontece quando a autoridade de Cristo é substituída pelas tradições huma-
  • 16. A Espada e a Espatula Cristo não é uma alternativa, uma opção, uma saída; mas Ele é o Senhor, o caminho, a verdade, a vida nas (Marcos 7.8); quando a igreja satisfaz a “coceira nos ouvidos” dos homens (2 Ti-móteo 4.3-4), pervertendo o Evangelho do nosso Senhor (Gálatas 1.6-7). Isso acontece quando fazemos do Cris-tianismo apenas um sistema filosófico, pa-lavras bonitas e nada mais; quando chama-mos Cristo de “Senhor!” e não fazemos o que Ele nos manda (Lucas 6.46); quando es-quecemos que a ortodoxia anda junto com a ortopraxia, ou seja: doutrina e piedade, fé e obras! Isso acontece quando buscamos no-vas revelações, esquecendo que nos “últi-mos dias [Deus] nos falou pelo Filho” (He-breus 1.2) e que Sua Palavra é a Verdade (Jo 17.17). Isso acontece quando buscamos pastores, bispos ou “apóstolos” para che-garmos a Deus, quando há apenas “um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus” (1 Timóteo 2.5), o nosso Sumo-Sa-cerdote (Hebreus 2.17; 4.14). Isso acontece quando desprezamos o governo de Cristo so-bre a Sua Igreja, e achamos que ela é nossa, transformando a noiva do Cordeiro (Apoca-lipse 21.9) em uma aberração acéfala, pois “Cristo é o cabeça da Igreja” (Efésios 5.23). Ele é o “Rei dos reis”, com Ele e por Ele nós também venceremos (Apocalipse 19.16; 17.14). 16 | Projeto Spurgeon Cristo: Profeta, Sacerdote e Rei. O grande “EU SOU” (João 8.58); o “Alfa e o Ômega” (Apocalipse 1.8); o “sol da justi-ça” (Malaquias 4.2); a “brilhante Estrela da manhã” (Apocalipse 22.16); o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1.29); o nosso Salvador (Mateus 1.21). Solus Christus! Ele deve ser o centro da nossa teologia, da nossa vida, do nosso cul-to; Ele deve ocupar o trono da nossa vida, se é que Ele é o nosso Salvador, e se Ele o é, então também é o nosso Senhor! Não ape-nas a centralidade, mas também a exclusi-vidade de Cristo deve ser um fato na nossa teologia, na nossa vida e no nosso culto. Cristo não é uma alternativa, uma opção, uma saída; mas Ele é o Senhor, o caminho, a verdade, a vida, não há caminho para Deus senão por Ele (João 14.6); Ele é a porta (João 10.9), a única e apertada porta que conduz ao caminho, igualmente único e es-treito (Mateus 7.13-14), caminho este que dá na Nova Jerusalém (Apocalipse 22.2), onde Deus nos “enxugará dos olhos toda lá-grima, e a morte já não existirá, já não ha-verá luto, nem pranto, nem dor” (Apocalip-se 22.4). Esse é o Cristo em quem cremos, por isso também O confessamos (Romanos 10.10). Caio Andrade é médico veterinário, presbítero da 1º Igreja Presbiteriana do Brasil em São Bento do Uma, Pernambuco.
  • 17. A Vida de David Brainerd Jonathan Edwards 246 Páginas | Formato: 14x21cm | ISBN: 978-85-9914-504-3 O diário de David Brainerd, comentado por Jonathan Edwards neste volume, constitui um desafio ao cristão de nossos dias; sua vida de dedicação ao Senhor é um exemplo que deve impactar a vida daqueles que buscam sinceramente agradar ao Senhor em sua jornada. CONFIRA AQUI (0xx85) 3055.0083 | 3287.3473 | 8658.8274 | 9948.7357 www.escolacharlesspurgeon.com.br
  • 18. A Espada e a Espatula 18 | Projeto Spurgeon Por Bispo Josep Rossello Já passamos do meridiano de 2012, e faltam 5 meses para o Natal chegar. Contudo, o que celebramos no Natal se faz presente hoje. Celebramos o Natal a cada ano, mas poucos se perguntam porque celebramos o nascimento de Jesus. Nos últimos anos, tenho visto como muitas palavras tem mudado de significado, e como, as vezes, falamos de “amor” quan-do queremos falar de “sexo.” As palavras mudam através dos anos, mas ainda hoje existe uma palavra que permanece inamo-vível, “graça.” Por este motivo, Jesus veio 2,000 anos atrás. Por esse motivo, cada ano trocamos presentes, como um memorial de que o maior presente nos foi dado de graça. Nós como cristão de tradição reforma-da reconhecemos que tudo é um presente de Deus. A vida, a família, a salvação e até mesmo cada novo dia. Por este motivo, de-sejamos seguir vivendo esta vida de graça a cada instante. Sabemos que nossa salvação depende inteiramente em Cristo: Sua vida, Seu ministério, Sua morte e Sua ressurrei-ção. Ele é quem faz possível para nós ser-mos salvos do pecado, resgatados de sata-nás e reconciliados com Deus e uns com os outros. Somente pela graça, podemos viver essa nova vida em Cristo pelo poder do Es-pírito Santo que nos santifica e nos permite ser transformados dia a dia. Esta realidade nos liberta e nos ajuda a descobrir uma li-berdade que nem sabíamos que existia. En-quanto éramos pecadores, pensávamos que éramos livres, fazendo aquilo que desejá-vamos, mas somente conhecemos a verda-deira liberdade quando fomos regenerados pelo Espírito de Deus. Só então, percebe-mos que vivíamos em uma prisão, enquanto nos enganávamos acreditando que éramos livres. Isso demosntra como estávamos erra-dos ao pensar que éramos sábios aos nossos próprios olhos. O ser humano pensa que é sábio, mas não percebe o seu próprio estado e nem suas limitações. Porem, isso somente se observa quando olhamos com atenção a
  • 19. Agosto/2012 Projeto Spurgeon | 19 graça infinita e maravilhosa de Deus. A graça nos encontra no estado onde estamos, longe de Deus e na escuridão da nossa própria existência. Lá, Ele nos trans-forma para que possamos encontrar um ca-minho cheio de graça e misericórdia. Assim, as palavra do livro de Lamentações se con-vertem em nossas próprias palavras, “as mi-sericórdias de Deus são novas cada manha.” Como escreveu o Rev . Thomas Adams (1612-1653), “A graça vem na alma, como o sol da manhã para o mundo; amanhecer um primeiro, em seguida, uma luz. E, finalmen-te, o sol em seu brilho máximo e excelen-te.” Com certeza, nós, como cristãos, so-mos filhos de Deus pela graça imerecida de Deus. Percebemos que não merecemos essa graça, e não entendemos porque a recebe-mos. Diante de tal dom, desejamos viver e ser tudo para Ele. Em consequência , dese-jamos amar e servir a Deus onde seja quer Ele nos chama. Nesse aspecto, observamos como que os cristãos de tradição refomada são pes-soas que tem participado intensamente da transformação do mundo, lutando contra a escravidão, formando escolas, os primeiros orfanatos, e indo a lugares longinguos para pregar o evangelho ou dando tudo para que outros possam conhecer as boas novas de Cristo, ao longo da história, e deveriamos ter essa posição também hoje, como resul-tado de nossa compreensão da graça que veio em Cristo e por Cristo que veio. A graça nos transforma para dar frutos do Espírito. Assim, a igreja se faz presente no meio do mundo, mostrando Cristo para um mundo em escuridão, e o Reino de Deus se faz visível, contra o reino da Escuridão. Somente a graça pode quebrar os me-dos e temores que alimentam a vida de tan-tos. Contudo, o temor não existe em nós, porque conhecemos que não podemos per-der algo que não nos pertence, e ainda que nó percamos a vida, somente estamos ga-nhamos a vida eterna. A esperança, a fé e o amor surgem a partir desta realidade. Portanto, nosso co-ração se entrega a essa graça que se nos faz presente na Cruz do Calvário. Cristo ressur-reto é a eterna imagem do amor, como o Natal é a eterna imagem da graça de Deus que se faz homem para que nos pudéssemos renascer em Cristo. Quando encontramos a graça, realmen-te nunca mais seremos os mesmos, ainda que tentemos voltar aos caminhos de onde viemos. Não em vão, Spurgeon escreveu, “a graça não elege um homem e, depois, deixa ele como ele é.” Hoje, observamos a graça que se faz presente no amor de Deus pelo seu povo eleito. O Senhor reina, e nos chama para que sejamos parte de Seu propósito. A noi-te escura já passou enquanto o amanhecer chega diante de nós. Assim, podemos seguir em frente, em meio a dor e das dificulda-des, porque a graça de Deus nos dá força em meio a tudo para nos transformar na-quilo que Deus está nos moldando a ser, a imagem de seu Filho para Sua glória. Nós cristãos reformados afirmamos, “Reafirmamos que na salvação somos res-gatados da ira de Deus unicamente pela sua graça. A obra sobrenatural do Espírito San-to é que nos leva a Cristo, soltando-nos de nossa servidão ao pecado e erguendo-nos da morte espiritual à vida espiritual.” (Decla-ração de Cambridge) Um cristão reformado é, e sempre será, um cristão eternamente agradecido a Deus. Cada segundo da vida é um novo dia cheio de oportunidades em Cristo. Somente com a compreensção da maravilhosa graça do Espírito atuando através de nós, como parte do povo eleito de Deus, que seremos transformados de glória em glória. Revmo Josep M. Rossello é o Presidente-Moderador da Igreja Anglicana Reformada do Brasil, e líder da igreja Re.Novo em Pindamonhangaba, São Paulo. Escreve em seu blog “Café com o Bispo” semanalmente. http://cafecomobispo.blogspot.com.br/
  • 20. A Espada e a Espatula Recentemente,o Censo 2010 apontou a situação das Religiões no Brasil: é notório, entre as igrejas evangélicas, a estagnação das igrejas históricas no Brasil, porem, entre essas, a Igreja Anglicana nem é citada como um grupo significativo; aparece como “outras”. Realmente, mesmo com sua presença no Brasil desde 1805 quando o evangelista Henry Martin esteve no Brasil, o Anglicanismo não é conhecido com profundidade; muitos a percebem somente como uma “igreja católica diferente”; muitos a tem como uma igreja liberal, por conta das polemicas envolvendo a questão do homossexualismo; os evangélicos, principalmente os de linha Presbiteriana e Ba-tista, por conta da história da Reforma Inglesa, muitos levam algumas ideias difusas sobre o anglicanismo, em parte por ignorância do fato de que a Igreja da Inglaterra de fato ser reformada, em parte pelos erros dessa igreja em alguns momentos da história; nessa entrevista, o Bispo Josep Miguel Rossello Ferrer, bispo presidente e moderador da Igreja Anglicana Reformada no Brasil e blogueiro mantenedor do blog “Café com o Bispo” nos esclarece as raízes do que é realmente é o anglicanismo, fala um pouco de como ele é realmente uma expressão do movimento da Reforma Protestante, e nos coloca várias considerações de como fazer o reino de Deus visível no Brasil de uma forma teocêntrica. 20 | Projeto Spurgeon Por Armando Marcos 1 Bispo Rossello, o senhor é espanhol, mas mora no Brasil a alguns anos; nos conte o que o motivou a mudar-se para o Brasil e a se firmar aqui; nos conte um pouco da formação da Igreja Anglicana Reformada; quantos bispos tem nessa igreja? Como ela surgiu? Minha vinda ao Brasil foi devido ao fato de ter casado com minha esposa Patrice, que é brasileira. Nós oramos e buscamos discernir a vontade de Deus por um ano. Acreditamos que Deus nos orientou para viver no Brasil, assim que eu mudei para o Brasil. Naquela época, eu passava muito do meu tempo viajando e visitando as igrejas que estavam sobre minha jurisdição, então de fato tanto fazia se morava na Espanha ou no Brasil. A Igreja Anglicana Reformada surgiu na sua primeira etapa, como uma igreja local em Bragança Paulista em 2005. Foi fruto do trabalho do Bispo Francisco Buzzo. Naquela época, a Igreja Anglicana Reformada era uma paroquia da Igreja Episcopal Reformada do Brasil, mas esta igreja teve problema éticos muito sérios com seu principal líder. Assim, o bispo Buzzo saiu da igreja. Hoje, a Igreja Episcopal Reformada do Brasil não existe mais. Na segunda etapa, a Igreja Anglicana Reformada foi constituída como uma missão anglicana para alcançar todo o Brasil a partir de 2009. A Igreja Anglicana Reformada tem um bispo ativo, que sou eu, e o
  • 21. Agosto/2012 Bispo Buzzo é o nosso Bispo Emérito. Ele segue servindo nos diversos conselhos da igreja e, também, como reitor da congregação local de Bragança Paulista. 2 Relate aos nossos leitores no que consiste o Anglicanismo genuíno; o anglicanismo sur-giu realmente na época da Reforma Protestantes, ou é simplesmente uma igreja apar-tada por conta de um capricho de Henrique 8º? O Anglicanismo é sem duvida uma igreja reformada, protestante e evangélica, como mostra uma rápida leitura dos 39 Artigos da Religião, a confissão de fé históri-ca e oficial da Igreja da Inglaterra. Esta confissão ainda tem que ser afirmada pelos seminaristas que desejam ser ordenados na Igreja, conforme o Canon A5 da mesma. Ao mesmo tempo, a liturgia do culto anglicano, constituída no chamado Livro de Ora-ção Comum, é um reflexo da doutrinas cristas e está formado através das Escrituras. Não em vão, o LOC é 90% baseada na Bíblia. A igreja é sinodal sobre a liderança dos bispos, seguindo os princípios de governo compartido e onde os leigos têm um papel destacado na vida da igreja, tanto no governo como na missão. A Reforma Inglesa teve um processo que começou com Henrique VIII que foi até os anos da década de 1660. Isto é devido a que a Igreja de Inglaterra se separou do Papado no reinado de Henrique VIII, mas a Reforma não começo realmente até depois da morte do mesmo sobre o reinado de Eduardo VI. Infelizmente, este rei morreu jovem, e a rainha Maria I que assumiu o trono levou a Igreja de Inglaterra de volta à Roma. Durante o reinado de Maria, os reformadores ingleses foram perseguidos e queimados em fogueiras pu-blicas. Possivelmente, se Maria não houvesse falecido devido um câncer, a Igreja de Inglaterra como tal não teria existido hoje. Contudo, a providencia de Deus permitiu que a vida de Maria fosse breve. Assim, Elizabeth I subiu ao trono da Inglaterra. E foi sobre o seu reinado que reforma se desenvolveu e tomou corpo. Henrique VIII se separou do Papado, mas não podemos esquecer que ele chegou a perseguir os refor-madores e que morreu com o titulo de “Defensor da fé” que foi dado pelo Papa ao rei Henrique VIII, e nunca foi retirado. 3 Quais os pontos em comum que a Igreja Anglicana tem em comum com o Catolicismo Romano, alem dos históricos de antes da Reforma; a Igreja Anglicana Reformada no Brasil é uma legitima expressão da Igreja da Inglaterra dessa época da Reforma? Bem, em comum a Igreja Anglicana afirma os credos Universais, temos bispos com sucessão apostólica e reconhecemos que a Igreja tem 2,000 anos de historia. Assim, afirmamos que Deus nunca abandonou sua igreja, e sempre teve um remanescente na Igreja em cada época da história. Contudo, isto pode também ser dito da Igreja Reformada da Hungria e das Igrejas Luteranas Nórdicas. Eu acredito que a Igreja Anglicana Reformada representa os valores, doutrinas, culto e governo da Igreja de Inglaterra dessa época da Reforma. Sentimos orgulhosos do que Deus faz na Inglater-ra e dá Sua misericórdia com a nação inglesa ao abrir os olhos daqueles que estavam na escuridão. Os Anglicanos tem abençoado as igrejas cristãs através dos séculos. Nunca temos tentado tomar a honra e glória que somente Deus merece. Agora bem, se tomarmos um tempo para estudar cuidadosamente, iremos encontrar que sempre houve algum ministro anglicano envolvido nesse mover de Deus. 4 Explique para nossos leitores um pouco sobre o Anglo Catolicismo: é realmente um ex-pressão legitima do Anglicanismo? Realmente ele tem razão de que o Anglicanismo não Projeto Spurgeon | 21 é de fato reformado em sua essência?
  • 22. A Espada e a Espatula O Anglo-catolicismo foi um movimento que surgiu no século 19 a partir do Movimen-to de Oxford. Eles consideravam que a Reforma Protestante tinha sido uma tragédia para a Igreja de Inglaterra. Assim, tentaram reescrever a historia e tiveram sucesso em países, como nos EUA e no Brasil. Na verdade, os anglo-católicos tiveram ações fortemente questionáveis para crescer no interior da Igreja de Inglaterra. Por exem-plo, ele faziam juramento publico de aceitar os 39 Artigos quando negavam esse juramento nas suas mentes. Durante muito tempo, os anglo-católicos e os liberais se uniram para freiar o crescimento dos evangélicos no Anglicanismo. Contudo, hoje em dia, os evangélicos representam 70% dos evangélicos na Comunhão Anglicana. 5 Qual o relacionamento da Igreja Anglicana Reformada no Brasil com as outras igrejas de confissão anglicana no Brasil? A IAR reconhece qualquer igreja Anglicana como de fato “Anglicana”? como é a relação com a Igreja da Inglaterra nos dias de hoje? A Igreja Anglicana Reformada mantém uma relação fraternal e dialogo com a Dio-cese de Recife e a Igreja Cristã Episcopal (esta igreja deve ser considerada conver-gente, mais que anglicana). Contudo, não temos relação com as outras igrejas que se chamam anglicanas no Brasil. Algumas delas são liberais demais, e outras acredi-tamos que são igrejas questionáveis. Entendo que nem todas as igrejas que se cha-mam anglicanas são anglicanas. Acredito que existem somente duas formas de serem anglicanas, ou sendo parte da Comunhão Anglicana ou sendo Anglicanos confessionais (afirmarem os 39 Artigos, usar o Livro de Oração Comum e ter um governo sinodal sobre a liderança de bispos). Infelizmente, muitas igrejas “anglicanas” têm muito cacique e pouco índio, isso quando estas igrejas não são virtuais. A Igreja Anglicana Reformada não tem relação oficial com a Igreja de Inglaterra, ainda que mantém uma relação fraternal com alguns ministérios e sociedades reformadas da Igreja de Inglaterra. 6 Como o senhor, que não é brasileiro nato, tem enxergado o cristianismo de confissão reformada no Brasil? Muito frio, intelectual, com falta de zelo? Como o Sr. encara o pentecostalismo brasileiro? Falar do Cristianismo Reformado no Brasil é muito complexo, porque não é monolí-tico. Contudo, gostaria muito ver os reformados brasileiros despertarem às missões e ter uma paixão maior para plantar novas igrejas. Do contrario, outros serão que farão isso. Existe uma nova geração de jovens brasileiros que podem mudar esta situação. Eu gostaria de ter mais jovens dispostos a dar tudo para Deus, se tivésse-mos 1,000 jovens reformados prontos para dar sua vida para Cristo. Tenho certeza que poderíamos mudar a historia do Brasil. Ficou muito preocupado com as igrejas (neo) pentecostais no Brasil. Muitas coisas erradas estão acontecendo que devem ser denunciadas publicamente para que as pessoas não sigam sendo enganadas. Por isso, precisamos que os reformados sejam mais atuantes. Temos sã doutrina e bons teólogos, mestres e pastores, mas faltam os apóstolos (pioneiros e missionários), profetas (reformadores) e evangelistas. Oro para que Deus levante uma nova geração de jovens dispostos a entregar todo para fazer visível o Reino de Deus. 7 A Igreja Anglicana Reformada tem tido uma grande preocupação em formação de igre-jas locais, em comunidades locais, desenvolvendo até mesmo um projeto com algumas conexões em São Paulo e no Nordeste: como tem sido o desenvolvimento desse trabalho? 22 | Projeto Spurgeon
  • 23. Agosto/2012 Tem sido uma grande aventura. Temos poucos recursos – humanos, financeiros e acadêmicos – assim que, tentamos fazer as coisas de forma diferente. Temos tenta-do ser criativos: Temos tido experiências boas e não tão boas, mas temos aprendido com os erros e temos visto a mão de Deus nos sucessos. Estes anos tem sido anos de aprendizagem. Temos crescido muito mais do que pensávamos. Agora, precisamos fortalecer as congregações locais, crescer de forma saudável e formar ainda mais nossos ministros para serem mais eficazes no seu ministério. Finalmente, o Projeto Connexion foi lançado com o desejo de plantar novas igrejas missionais no Brasil. Acreditamos que isto pode ajudar a fazer visível o Reino de Deus e transformar o Brasil. 8 Qual sua visão sobre o papel do discipulado nas igrejas? Acredita que ele vem sendo praticado de forma correta? Como desenvolver isso plenamente nas igrejas? Fala-se muito, e se faz pouco. Nas poucas igrejas que fazem, se confunde discipu-lado com escola dominical ou estudo bíblico. Isto não ajuda muito. Acredito que as igrejas devem repensar toda a concepção de discipulado. Se desejarmos impactar verdadeiramente a vida em todas suas esferas – social, cultural, humana, econômi-ca – isto requer que sejamos capazes de fazer verdadeiros discípulos de Cristo que obedeçam tudo o que Jesus ensinou. Uma comparação que ajuda a perceber o verda-deiro discipulado tem sido a mesma de nutrir a um bebe recém-nascido. O processo é o mesmo. Ele precisa comida, amor, cuidados, e ele não sabem discernir o que é bom do que é ruim para ele. Estão ansiosos por aprender, mas devem ser ajudados a aprender corretamente. Por isso, precisamos passar tempo com os novos cristãos, ensinando com palavra, exemplo e instrução. Assim, poderemos ter cristãos que crescem saudavelmente. 9 O Sr. acredita que precisamos de um avivamento no Brasil? Como o Sr. tem visto o gran-de interesse sobre as doutrinas reformadas históricas? Acredita que existe um risco de um aumento de um intelectualismo sem uma ação concreta, mas sim somente especula-tiva? Avivamento? Bem, eu acho que precisamos de uma verdadeira transformação. Quando vejo as nações que tiveram avivamentos no passado, e o estado atual delas, ficou preocu-pado, porque uma geração depois as pessoas deram as costas a Deus. Agora, trans-formação faz que com que a cultura, a economia, a sociedade, e a forma de pensar mudem completamente de tal forma que as seguintes gerações sejam instruídas na fé Crista e vejam exemplos de vida. Isto requer verdadeira conversão, instrução e discipulado. Uma vez que tenhamos cristãos maduros, as igrejas começarem a tomar seu papel como agentes do Reino no Brasil e os cristãos poderão influenciar suas res-petivas áreas para ai começarem uma verdadeira revolução. O problema sempre se encontra nos “ismos.” Ativismo, intelectualismo, anglicanismo, cristianismo... ha ha ha... o que precisamos é menos “ismos” e mais fé, esperança e amor. A igreja precisa sair das quatro paredes. Precisa valorizar as famílias, os pais, os jovens, os idosos, acreditar que eles são verdadeiros ministros de Deus, se preparamos eles para ser tudo aquilo que Deus chamou sua Igreja a ser. Isso requer amadurecer como Igreja, como pastores, como cristãos, e como sociedade... e não sei se estamos prontos para isso. Projeto Spurgeon | 23
  • 24. A Espada e a Espatula 10 A Internet tem exposto entre os grupos evangélicos tradicionais, e as vezes entre os mais modernos e conservadores, muitas contendas e discórdias, as vezes por questões ínfimas? O senhor acredita que a igreja tem perdido tempo e vigor em questões pequenas, brincando de ortodoxia enquanto deixa de lado a vida espiritual na pratica? Exatamente. Isto é devido a que a Igreja tem perdido o foco. Ninguém se salva por ter uma teologia 100% certa. Isso não é o evangelho. Somos salvos pela graça de Deus mediante a morte de Cristo na Cruz que se faz nossa pela fé. Contudo, gostamos de ver as diferenças, enquanto que os Testemunhos de Jeová, os Mórmons, os Adventis-tas, entre outros grupos, seguem crescendo no nosso Brasil amado. Evidentemente, a sã doutrina é importante, mas acho que temos deixado a igreja nas mãos dos mestres e pastores, e temos esquecido os outros dons. Assim, a igreja parece uma universi-dade e um hospital, conquanto a Igreja é um exercito chamado a tomar a Terra das mãos do reino da escuridão e estabelecer o Reino de Deus. Espero que, logo, desper-temos; do contrario, estamos a umas poucas gerações de que aconteça o mesmo que estamos vendo na Europa. Inglaterra só precisou de 60 anos para passar de um país cristão a ser um pais pós-cristão. 11 Como o senhor interpreta e reage que uma grande parte dos evangélicos protes-tantes de linha reformada batista e presbiteriana, terem uma tendência natural em serem contrários a Igreja Anglicana, como ela uma igreja formalista ou sem vigor evangé-lico? Não seria isso uma reação com base em um puritanismo deformado? Puritanismo no sentido de que alguns consideram a Igreja da Inglaterra como TODA ELA em erro e como “meia-reformada.” Se eu não conhecera a Igreja Anglicana, como conheço, pensaria igual que eles. Acho que suas criticas são em parte verdade aqui no Brasil. Recentemente, percebi que os anglicanos nem aparecem no Censo como um grupo distinto como as outras igrejas históricas missionais, depois de mais de 150 anos de presença no Brasil. Algu-ma coisa deu errada no Brasil. Gostaria acreditar que a Igreja Anglicana Reformada possa ajudar a mudar isso, mas sou realista. O desafio é muito grande. E, ao final, temos que enfrentar o jeito e a cultura brasileira, como todas as outras igrejas. Portanto, precisamos orar por verdadeira conversão, como primeiro passo para a santificação e o discipulado. Assim, a igreja anglicana poderá participar na Missão de Deus, plenamente. 12 Deixe uma mensagem para nossos leitores. Agradeço a todos pela oportunidade de compartilhar um pouco sobre a tradição reformada que representa a Igreja Anglicana. Espero e oro que os reformados pos-sam superar as diferenças para unir-nos por uma causa comum em prol do Reino. Também, quero felicitar o editor dessa Revista pelo seu trabalho no Projeto Ryle que tem dado a conhecer um dos grandes teólogos evangélicos anglicanos, o Bispo John Charles Ryle. Deus siga sendo glorificado através deste ministério. 24 | Projeto Spurgeon Revmo Josep M. Rossello é o Presidente-Moderador da Igreja Anglicana Reformada do Brasil, e líder da igreja Re.Novo em Pindamonhangaba, São Paulo. Escreve em seu blog “Café com o Bispo” semanalmente. http://cafecomobispo.blogspot.com.br/
  • 25. Igreja Anglicana Reformada www.igrejaanglicana.com.br Como posso EU ter certeza? - Frank Allred O autor nasceu no centro industrial do sul de Lancashire (Inglater-ra) em 1923. Criado numa família não-conformista, ele se tornou cristão aos 16 anos. Após cinco anos de serviço militar na Europa e no Orien-te Médio, ele ingressou numa grande organização joalheira e gerenciou filiais nas cidades de Hull, Southport, Manchester e Liverpool. Com a idade de 41 anos, após estudar em Tyndale Hall, Bristol, ele foi consa-grado ao ministério da Igreja da Inglaterra e serviu em paróquias de ní-veis sociais muito diversos em Lancashire, Merseyside, Essex e Yorkshire. Junto com sua esposa, Sheila, agora está aposentado. Ele tem 3 filhos e 6 netos. Sua vasta experiência, especialmente no cuidado pastoral e aconselhamento cristão, o tem levado à conclusão de que uma das causas principais da insegurança sentida por muitos cristãos de hoje é o escasso conhecimento da Palavra de Deus. Ele escreve de maneira cativante so-bre a necessidade de voltar à Bíblia e dar orientação prática àqueles que afirmam crer nela, como também sobre ter certeza da fé. Confira aqui www. e d i tor a p e s . com . br
  • 26. A Espada e a Espatula 26 | Projeto Spurgeon Por Atila Calumby No Cristianismo existem algumas verda-des inegociáveis e essas máximas de-vem estar ligadas entre si. Umas des-sas verdades é que a Escritura é a Palavra de Deus e tanto o Antigo como o Novo Testa-mento fazem parte dela. Outra coisa é que como Palavra do Deus vivo, elas não erram nem se contradizem e são a pura expressão da vontade, justiça e querer de Deus para o homem. Com isso, a Bíblia torna-se em primeira mão nosso único pressuposto real e verda-deiro, fazendo com que todas as demais coi-sas estejam necessariamente subordinadas à sua autoridade, como Palavra de Deus. Outra grande verdade é que no Éden, o homem se desconectou de Deus de tal forma que sua natureza se corrompeu totalmente. A Bíblia diz claramente que: “não há um só justo sobre a Terra, ninguém que pratique o bem e nunca peque” (Eclesiastes 7:20). Isso nos leva a seguinte pergunta: Se o homem é injusto e mentiroso, um ser decaído e de-pravado, aonde o homem encontrará a luz para a justiça? Logicamente que em Deus através de sua Palavra. Pois bem, acontece que há muito tem-po que a justiça de Deus não faz mais os corações dos cristãos. Nossas vidas, nossas leis, nossa cultura e, consequentemente, nossa política, tem sido exclusivamente in-fluenciadas pelo iluminismo, humanismo, cientificismo, por pessoas como Russeou, Montesquieu, Voltaire, Karl Marx, Keynes, no entanto, nenhum desses homens são dig-nos de confiança, a não ser que a Palavra de Deus estivesse em seus pressupostos, algo que não é verdadeiro. Baseamos nossas Leis, Economia, Politica, Moral e Cultura mera-mente pelo pensamento de seres decaídos e depravados, sem Deus. Deus tornou-se mal e Eles viraram sinônimo de bondade, mise-ricórdia e justiça. Cristãos modernos defendem com mais intensidade essas ideias esdrúxulas do que a própria lei de Deus. E é impossível que algo seja mais justo e misericordioso do que a Palavra de Deus. A verdade é que não deve-
  • 27. Agosto/2012 A Rebeldia Cristã em nos-sos dias tem sido a causa da derrocada da Igreja e do Colapso do sistema como um todo. Projeto Spurgeon | 27 ria ser permitida a constituição, consolida-ção e promulgação de absolutamente nada, sem que antes tenha passado pelo crivo das Escrituras. Foi justamente com essa finali-dade que Deus nos mostrou o direcionamen-to de sua vontade no Evangelho. Deus no deu a sua luz, e o tempero de sua Palavra como baluarte de vida, para todos os povos, raças, tribos e nações. O problema é que temos hoje, um al-cateia de “cristãos” ignorantes, influencia-dos pela moral e cultura atual que vivem na maioria das vezes enclausurados e escondi-dos em suas igrejas, em atividades para a igreja – como se o chamado de Deus fos-se para retiros, encontros daquilo e aquilo outro – sem testemunhar de Cristo em suas vidas, trabalhos, em todas as áreas. Alguns têm a capacidade de dizer que a promoção do Evangelho para a transformação de cul-turas e símbolos pagãos é algo que não de-veria ser feito. Acreditam que Cristãos não deveriam se envolver na politica, e pior, de-fendem um estado injusto, que não observa o que Deus requer para qualquer povo na face dessa terra, afinal dentro da minha de-nominação Baseamos nossas Leis, Economia, Política, Mo-ral e Cultura meramen-te pelo pensamento de seres decaídos e depra-vados, sem Deus. eu estou a salvo. .Parece-me que no final das contas a lógica é: creio em Deus, mas não acho que nada Dele seja bom para os homens atual-mente, a não ser a sua graça e seu amor individual, que me da esperança no pós- -morte. O resto é coisa ultrapassada e anti-ga que não serve para absolutamente nada em nossos dias. Tolos! Esquecem que Deus não é somente graça e amor, mas a própria Justiça e nenhuma dessas coisas se anulam. É abominável o presente século, em-burrecemos muito mais, a apatia, o desa-mor, o espirito da intolerância e do indivi-dualismo é evidente. Vivemos num caos, e nossos representantes, como magistrados, são fantoches e muitos deles filhos do Dia-bo. O que por sinal tem sido algo frequen-te, já que na ausência de filhos de Deus, o Diabo tem achado lugar e permissão para colocar seus filhos como autoridade sobre o povo, e não é sem razão que as leis, e a politica está do jeito que tá! Acontece que Deus continua sendo e sempre será o soberano dos Reis da Terra e Sua vontade deve ser observada e cumprida quer queriam ou quer não. Não há desculpa para a insubordinação de criaturas contra o Criador. As nossas leis geram impunidade e impunidade gera mais malfeitores segun-do a própria escritura (Eclesiastes 8:11). E chegou o tempo de sairmos para o mundo e fazermos a diferença em todas as coisas.
  • 28. A Espada e a Espatula Ou o cristão odeia e luta contra o mal, ou é um defensor da maldade. O livro de Provérbios diz que o principio do conhecimento é temer ao Senhor (Provér-bios 1:7) e temer o Senhor é ODIAR o mal (Provérbios 8:13a), logo, não há outra saí-da, ou o cristão odeia e luta contra o mal, ou é um defensor da maldade. Temos muita gente se queixando e pouquíssimas fazendo alguma coisa. E as pouquíssimas que ainda se predispõe a obe-decer a Deus, são severamente criticadas pelos doutos da teologia-teórica, que são incapazes de trocarem uma simples lâm-pada em sua Comunidade Local. E seu tes-temunho muito das vezes é tão podre que pagãos é quem os criticam por sua maldade. Aos que fazem a diferença minha ora-ção é que vocês não desanimem, saibam que por mais que mil lutem contra vocês, Deus estará convosco. Vocês terão triste-zas, frustrações e desanimo que é comum de nossa natureza, mas tendes bom ânimo, foquem sempre na Cruz de Cristo que reno-vará todas as suas forças. Aos que lutam contra Deus e criticam sua verdade, minha oração é que se arre-pendam enquanto ainda é tempo. Mudem, transformem-se pelo evangelho, deixem de críticas frívolas e inúteis. Alguns tentam achar tanto a Deus externamente que me 28 | Projeto Spurgeon leva a acreditar que já não o encontram em seu interior. Contra a rebeldia só existe um remé-dio: Submissão! Obediência àquele que não poupou seu próprio filho por amor de mui-tos. Faça hoje a vontade de Deus e ama-nhã teremos um mundo muito melhor para os nossos filhos e netos. Saiba que você em Cristo pode fazer a diferença, haja, prati-que, estude, conheça e transforme. A Rebeldia Cristã em nossos dias tem sido a causa da derrocada da Igreja e do Colapso do sistema como um todo, pense nisso. Pois somos o corpo de Cristo e apesar de nos “felicitarmos” que a doença do outro braço não seja minha, ou a doença do outro olho não seja sua, no final das contas essa doença é tanto minha quanto sua, pois se algo no corpo padece tudo padece. Você é também culpado. Seja o melhor político, juiz, médico, advogado, pastor, seja o melhor em tudo, por que o que você faz glorifica aquele que te salvou. Lute por leis melhores, por uma economia coerente, pela defesa do ecossis-tema, em fim para que em tudo Deus esteja sendo obedecido. Vida e doutrina, submis-são e prática, simples assim! Atila Calumby é Tenente do Exército Brasileiro, Cirurgião-Dentista, frequenta a Igreja Pres-biteriana Central de Dourados; blogueiro do blog “Mensagem Reformada”. http://mensagemreformada.blogspot.com/
  • 29. JUSTIFICADOS EM CRISTO John Piper 116 Páginas | Formato: 14x21cm | ISBN:978-85-61619-07-7 “Esta é uma obra magnífica, maravilhosa em sua cla-reza, notável por seu tratamento fiel e minucioso dos tex-tos bíblicos e poderosa na força de sua argumentação. A resposta simples e potente do Dr. Piper aos ataques recen-tes à compreensão protestante histórica da justificação pela fé irá curar uma multidão de doenças teológicas. Este é certamente um dos livros mais belos e mais importantes a serem publicados em muitos anos.” JOHN MACARTHUR www.tempodecolheita.com.br CONFIRA AQUI
  • 30. A Espada e a Espatula 30 | Projeto Spurgeon Por Sara de Cerqueira Antigamente, quando dizíamos que éramos cristãos, as pessoas tinham mais respeito; hoje, nem sequer nos levam a sério. Isso acontece porque perde-mos nossa identidade. Em algum momento da história, deixamos de lado o que foi dito por Jesus a Deus, em João 17:14, “porque eles não são do mundo, como também eu não sou”, e nos deixamos ser seduzidos pelo mundo. A partir disso, começamos a nos mol-dar ao mundo, a considerar certas atitudes, vestimentas e palavras como algo normal, quando não são. Nós, como cristãs e filhas do Altíssi-mo, precisamos ter um cuidado especial com nosso comportamento, porque, infe-lizmente, estamos saindo dos nossos tronos de princesas, para nos equipararmos a mu-lheres mundanas, que não tem nada a nos acrescentar. Três atitudes me chamam atenção no meio feminino cristão: 1. Nossas vestes insinuantes. 2. Nosso vocabulário de baixo nível. 3. Nossas conversas com rapazes. Antes de falar sobre esses três pontos, gostaria de deixar claro que minhas opini-ões estão firmadas na Bíblia, a Palavra de nosso Deus e Pai. Portanto, se alguém que não comunga da mesma fé que a minha vier a ler esse texto e discordar, não há nada que eu possa fazer, a não ser explicar tudo à luz das escrituras e orar para que o Espírito Santo mostre a verdade para você. 1. Nossas vestes insinuantes. A Bíblia não nos diz o que devemos e o que não devemos usar, tampouco o que devemos ou não vestir, mas ela deixa claro que devemos nos portar com decência e isso nos basta para analisarmos certas roupas que permeiam as vestimentas dos cristãos. Como disse o apóstolo Paulo aos Corín-tios: “todas as cousas são lícitas, mas nem
  • 31. Agosto/2012 Como glorificamos a Deus quando postamos fotos que ressaltam nosso corpo e nada mais? Projeto Spurgeon | 31 todas convêm; todas as cousas são lícitas, mas nem todas edificam”. I Co 10:23 Quando falamos nesse assunto, muitas meninas já olham de forma desconfiada, com pedras nas mãos e dizendo: “roupa não molda caráter”, “roupa não qualifica a pes-soa como pecadora”, “não é a roupa que importa, mas as atitudes”. Realmente, tudo isso é verdade. Não é porque uma pessoa usa uma saia que chega a arrastar no chão, usa uma blusa de man-ga comprida e não põe maquiagem, que ela será menos pecadora. Não é porque alguém se porta com decência que ela tem um ca-ráter reto. Entretanto, quais são nossas intenções ao usarmos roupas curtas, exibindo nos-sas pernas e seios; ou roupas que moldam o corpo, enaltecendo nossas curvas? Como glorificamos a Deus quando postamos fotos que ressaltam nosso corpo e nada mais? O que desejamos quando usamos uma blusa tão decotada que, ao conversarmos com alguém, essa pessoa não consegue nem se-quer olhar para o nosso rosto? Será que o nosso intuito é honrar o nome de Deus? E quando vamos à praia com aquele bi-quíni minúsculo, será que as pessoas vêem a Cristo em nós? Será que não estamos mais preocupadas em expor nosso corpo, em nos sentirmos desejadas e admiradas, do que fazer com que a luz de Deus transpareça em nós? Irmãs, mesmo não havendo uma regra para a forma de nos vestir, devemos lem-brar que nosso corpo é o templo do Espírito Santo e, como tal, devemos zelar por ele em toda circunstância, para que em tudo o nome de Deus seja glorificado. Nosso corpo não foi feito para que nos gloriemos a nós mesmos, mas ao nosso Deus Pai, que nos escolheu dentre uma multidão de pecadores e nos remiu de todos os nossos pecados. Nosso corpo não é mais nosso, mas dele! “Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo” I Co 6:19,20. Não esqueçamos também que a forma com que nos vestimos pode fazer com que outras pessoas caiam em pecado e tenham pensamentos maliciosos. Provocar o pecado nos irmãos é algo vergonhoso e condenado nas escrituras. Esse culto ao corpo é idolatria e preci-samos lutar contra isso. Essa nossa vontade, muitas vezes sutil e não perceptível, de ser-mos elogiadas, admiradas e desejadas não é bíblica e mostra o quanto precisamos orar e suplicar a Deus por misericórdia, para que não sejamos objeto nas mãos do diabo para a queda de irmãos em Cristo. “Disse Jesus a seus discípulos: É inevi-tável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual eles vêm! Melhor fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e fosse atirado no mar, do que fazer tropeçar a um destes pequeninos” Lc 17: 1,2 2. Nosso vocabulário de baixo nível. Foi-se o tempo em que as pessoas, principalmente as mulheres, tinham ver-gonha de proferir alguma palavra torpe e
  • 32. A Espada e a Espatula 32 | Projeto Spurgeon Nosso alicerce deve ser sempre a Bíblia e devemos buscar, con-tinuamente, a santificação da nossa alma, do nosso corpo e da nossa mente. obscena. Já hoje, a cada dez palavras que pronunciamos, onze são palavrões! Ficou algo tão banalizado, que já nem sequer reparamos quando falamos pala-vrões em nossas conversas. Eu, pessoalmen-te, tenho uma dificuldade enorme com isso e tenho lutado diariamente contra minha carne, para superá-la. Minha internet trava? Praguejo. Bato meu mindinho na quina da cama? Praguejo. Saio de casa e esqueço al-gum material? Lá estou eu, com minha boca imunda, falando besteira novamente. Esse quadro só começou a mudar de-pois que minha vida foi moldada por Deus e meu coração foi continuamente aperfeiço-ado por Cristo. É normal termos um voca-bulário baixo quando nossas amizades não são adequadas, quando o que lemos e as-sistimos não nos ajudam a crescer e quando nosso coração está tomado por coisas mun-danas. Mas a partir do momento em que pre-enchemos nossos corações com o Espíri-to Santo, por mais que ainda falemos algo ruim, não é com a mesma frequência de an-tes, porque além de nos policiarmos mais, nossa mente e nossos pensamentos come-çam a buscar as coisas do alto. Em Lucas diz “porque a boca fala do que está cheio o coração” (Lc 6:45). Com o que nosso coração tem sido alimentado diariamente? Com programas de humor de baixo calão? Com novelas que nunca nos acrescentam nada de positivo? Com conver-sas inúteis com pessoas que nos influenciam para o caminho do mal? Se não preenchermos nossa vida com a Palavra de Deus, com louvores a Ele e com conversas edificantes com amigos, parentes e irmãos, será cada vez mais difícil ocupar-mos nosso coração com o que realmente é agradável ao Pai. Como cristãs, devemos fugir disso. Nossos exemplos não devem ser a menina popular da escola, que fala o que quer, sem medir as palavras, ou aquela cantora com músicas obscenas. Nosso alicerce deve ser sempre a Bíblia e devemos buscar, continu-amente, a santificação da nossa alma, do nosso corpo e da nossa mente. 3. Nossas conversas com rapazes. Partindo do pressuposto que meninas cristãs compromissadas não ficam de con-versinhas galantes com outros rapazes, diri-jo- me às meninas que, como eu, são soltei-ras. Como é natural da mulher gostar de ser cortejada e hoje perdemos completamente o pudor, então cada vez mais somos insi-nuantes no nosso falar, para conseguirmos mais cortejos e elogios. Entramos no chat e das cinco pessoas falando conosco, quatro são rapazes e, to-dos, de certa forma, dando em cima. Por gostarmos de ser cortejadas, damos bola. Às vezes as conversas não são imorais e o rapaz pode até ter boa intenção, mas nós, muitas vezes, mesmo não tendo nenhum in-teresse por ele, continuamos conversando de forma imprópria, alimentando aquela paixão que ele nutre por nós, simplesmente pela necessidade que temos de ter o nosso ego massageado. Você se encontra nessa situação? Se não, louvado seja Deus por isso! Mas, se sim, acredite, você não está sozinha no bar-co. Muitas vezes, até mesmo sem querer, damos a corda para o rapaz se enforcar. “Ah, é que eu não quero ser grossa com ele”,
  • 33. Agosto/2012 Nós não devemos trocar um futuro ao lado de um homem verdadeiramente santo, por um presente ao lado de cortejos sem sentimento algum. Projeto Spurgeon | 33 “que nada, ele é só meu amigo”, “não, não, ele fala isso pra todo mundo, por isso não me importo”. Muitas vezes pensamos assim, não? Eu, pelo menos, já passei por essa épo-ca e se puder evitar que outras meninas vi-vam o mesmo que vivi, ficarei feliz. Primeiro, quando um rapaz está inte-ressado em você, mas você não está, por questão de bom senso e amor a ele, você deve ser clara e explicá-lo que seu interesse por ele não passa de amizade. Isso não é ser grossa, pelo contrário, demonstra o respei-to que você tem por ele. Segundo, amigo não dá em cima, ami-go respeita. Se ele fosse só amigo seu, iria se interessar pelo que você está fazendo ou qual livro está lendo, mas não ficaria soltan-do indiretas. Terceiro, se ele fala isso pra todo mun-do, o problema é dele, mas você não é todo mundo e, como filha de Deus, merece um homem que lhe dê atenção exclusiva. Se você permite que homens desse nível pre-encham seu tempo, então analise e veja bem se você está se valorizando da forma com que uma princesa - a filha do Rei dos reis - deveria se valorizar. Acredite, Deus quer lhe dar um homem que lhe ame tanto, que nem sequer pensa-rá em cortejar outras meninas. Você será única para ele, assim como ele será o único para você. Não haverá “todo mundo”. “Segundo é santo aquele que vos cha-mou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimen-to, porque escrito está: sede santos, porque eu sou santo” I Pe 1:15,16 A ordem nesse versículo não é ser san-to em algumas coisas, mas em tudo! E isso engloba as conversas que temos com outros rapazes, sejam elas virtualmente ou não. Com atitudes como essas, muitas vezes afastamos homens que nos tratariam da for-ma com que um homem cristão deve tratar uma mulher cristã. Através de um testemu-nho murcho, um rapaz que está verdadeira-mente interessado em nós pode se acanhar e não vir falar conosco. Nós não devemos trocar um futuro ao lado de um homem verdadeiramente santo, por um presente ao lado de cortejos sem sentimento algum e cujo objetivo, no final, não é glorificar a Deus. Você merece muito mais do que isso! Portanto, meninas, valorizem-se e não permitam que o mundo molde o seu falar e o seu vestir. Não deixe que o mundo tome o lugar de Deus e da Bíblia em sua vida. As consequências dessa troca não valem à pena. O seu coração é muito importan-te para ser entregue a qualquer pessoa, a qualquer conversa e a qualquer moda. Valo-rize- se! Sara de Cerqueira é formada em hotelaria, frequenta a Igreja Presbiteriana do Cambeba, em Fortaleza, e é tradutora do Projeto Ryle. http://sdecerqueira.blogspot.com.br
  • 34. A ESPADA e a Espátula Junho de 2012 Paul Washer estará em 2012 nos seguintes eventos: 1 a 5 OUTUBRO Conferência Fiel 2012 Alicerces da fé Cristã (Águas de Lindóia/SP) Juntos em Cristo O que me torna um Cristão? (Rio de Janeiro/RJ) 5 e 6 OUTUBRO Para se inscrever em uma das Conferências acesse: http://www.editorafiel.com.br Todos os eventos serão transmitidos ao vivo e online pela Fiel: http://editorafiel.com.br/aovivo Realização: Apoio:
  • 35. Agosto/2012 Por Bispo Walter McAlister Projeto Spurgeon | 35 Poucos conhecem o nome de Horátio Spafford. Os que conhecem, sabem a sua história. Para os que ainda não o conhecem, permita que eu a conte. No fim do século 19 houve um advogado de Chica-go que, pelo seu trabalho árduo, acumulou grande fortuna. Casou-se. Teve cinco filhos, sendo um homem e quatro filhas. Um pilar da sociedade. Cristão, marido e pai devota-do, era um exemplo e até motivo de inveja de muitos. Seus investimentos o levaram a comprar muitos prédios à beira do lago em Chicago, área nobre, tornando-o rico e po-deroso. Certamente, para os seus irmãos na fé, esse homem era um exemplo do poder e das bênçãos de Deus. Sua fé, seu esforço e sua integridade tinham lhe proporcionado uma vida “abençoada”. Em 1871, houve um grande incêndio que destruiu a cidade de Chicago. As cha-mas dizimaram a população. Também des-truíram as propriedades de Spafford. Em um dia, ele teve a sua fortuna dramaticamente reduzida. Mas a tragédia foi ainda maior, pois as chamas também ceifaram a vida do seu filho. Ele e a sua esposa, Anna, ficaram de-vastados. O seu mundo veio abaixo. A dor da perda do filho em muito ofuscou a dor da perda da sua fortuna. Mas com o pouco que lhe restou, ele decidiu fazer uma via-gem de navio para a França. Certamente, num país distante poderiam esquecer, sarar, achar consolo em Deus. A viagem foi marca-da para 1873. Só que, na última hora, Ho-rátio não pôde embarcar e teve de mandar a sua família na frente. Prometeu seguir as-sim que pudesse. Em poucas semanas chegou um tele-grama da sua esposa, com as seguintes pa-lavras: “Salva, mas só”. Houve um naufrá-gio. Anna estava bem, mas as quatro filhas do casal pereceram no mar. Ela aguardava, aflita, a chegada do marido. Os dois pode-riam chorar juntos aquela aflição de Jó. Ho-rátio pegou o primeiro navio disponível para se juntar à esposa enlutada. No reencontro, concordaram que seria melhor voltar para
  • 36. A Espada e a Espatula 36 | Projeto Spurgeon Se a nossa vida cristã se resu-me aos benefícios que podemos obter nesta vida, somos paté-ticos, dignos de pena. casa. O acidente tinha acontecido perto do litoral francês. Ao passar pelo local do nau-frágio, o capitão do navio solenemente assi-nalou que fora ali que ocorrera a tragédia. Ao contemplar o lugar, Horátio pegou uma folha de papel e rascunhou palavras que, hoje, compõem um hino cantado inúmeras vezes, sem que a maioria saiba a sua ori-gem. Se paz a mais doce eu puder desfrutar Se dor a mais forte sofrer, Oh, seja o que for, Tu me fazes saber Que feliz com Jesus sempre sou! Sou feliz, com Jesus. Sou feliz com Jesus, meu Senhor. Embora me assalte o cruel Satanás, E ataque com vis tentações; Oh, certo eu estou, apesar de aflições Que feliz eu serei com Jesus! A vinda eu anseio do meu Salvador. Ao céu Ele vai me levar Em breve eu irei para sempre morar Com o salvos por Cristo Jesus. O mundo midiático no qual vivemos nos bombardeia com mensagens de alegria per-pétua, qualidade de vida, sonhos e a pro-messa de uma vida “que merecemos”. Não falo só de tele-evangelistas. Falo de lança-mentos imobiliários, anúncios de perfumes e toda sorte de bens e serviços que vá nos proporcionar a vida boa. Essa mensagem achou seu paralelo no meio evangélico. Não é preciso ser do arraial da teologia de prosperidade para abraçar o ideal de vida “abençoada”. Qualquer um que já virou a sua face para Deus e pergun-tou “por quê?” já pode se considerar infec-tado pela teologia do bem-estar. Quando as coisas vão bem, descansamos. Oramos me-nos. E quando as coisas vão mal, frequenta-mos a igreja um pouco mais. Pedimos ora-ção. E nos indagamos sobre o que pode ter dado errado. Como isso veio a acontecer? Nossas palavras são de consternação. É cer-to que louvor não é uma reação comum aos que passam pelo vale da sombra da morte. O apóstolo Paulo escreveu: “Se é so-mente para esta vida que temos esperança em Cristo, dentre todos os homens somos os mais dignos de compaixão” (1 Co 15.19). De fato, se a nossa vida cristã se resume aos benefícios que podemos obter nesta vida, somos patéticos, dignos de pena. Re-duzimos tudo a um bem-estar passageiro. O fato é que tudo passará. Nossa juventude dura muito pouco. Nossa saúde também. Os tempos bons, os tempos maus, tudo passa. Temos poucas décadas para vivermos aqui. Bens estragam. Amizades desapontam. So-fremos desilusões, perdas, acidentes, aban-donos. Nos esquecemos do fato de que este mundo está se apagando. Vivemos num pe-ríodo de superposição de duas eras. A nova, i.é, o Reino de Deus, está entre nós e ainda por vir, na sua plenitude. Provamos dessa era vindoura, como disse o autor da carta aos Hebreus (“experimentaram a bondade da palavra de Deus e os poderes da era que há de vir...” – Hb 6.5). Mas vivemos, tam-bém, numa era que está se esvaindo, desa-parecendo. Paulo disse assim: “...a forma presente deste mundo está passando” (1 Co 7.31b). Então como viver? O próprio apóstolo respondeu: “O que quero dizer é que o tem-po é pouco. De agora em diante, aqueles que têm esposa, vivam como se não tives-sem; aqueles que choram, como se não cho-rassem; os que estão felizes, como se não
  • 37. Agosto/2012 Os que estão em Cristo vivem a condição de felizardos. Projeto Spurgeon | 37 estivessem; os que compram algo, como se nada possuíssem” ( 1Co 7.29-31a). Então sejamos estoicos? Façamos de conta que vi-vemos sempre “vitoriosos”, “felizes”, “de bem com a vida”? Ou simplesmente enter-remos a emoção e neguemos que estejamos vivendo uma tragédia? De maneira alguma. “Felizes são os que choram, porque serão consolados” (Mt 5.4). Não deixamos de vi-ver, de sofrer, de chorar, de casar e dar em casamento. Vivemos a vida que Deus nos concede. Mas fazemos isso à luz de algo que é infinitamente mais precioso e perene do que qualquer bem ou alegria que podería-mos desfrutar nesta vida. O autor da carta aos Hebreus falou as-sim: “Pois não temos aqui nenhuma cidade permanente, mas buscamos a que há de vir” (Hb 13.14). “Buscamos”? Jesus nos instruiu a não correr atrás das coisas que tanto pre-ocupam os gentios: o que comeremos, o que beberemos, ou com o que nos vestiremos. Falou que devemos buscar em primeiro lu-gar “O Reino de Deus e a sua justiça” (Mt 6.33). Horátio resume essa visão, reconhe-cendo que sofremos dor e somos vítimas de tentações satânicas. Mas tudo acontece à luz do fato de Cristo estar preparando um lugar eterno para nós. Isso não foi a expres-são de um tele-evangelista. Aquele hino não foi composto por um monge. Foi um advo-gado piedoso que, em meio a uma tragédia de proporções inimagináveis, pôde voltar os seus olhos para o que realmente importa na vida. Mas sejamos francos. A fé cristã não é mais a mesma. Antigamente os fiéis ouviam falar sobre o Céu com uma frequência ex-pressivamente maior do que se ouve em nos-sos tempos. Somos imediatistas. Tudo tran-sita em nosso mundo à velocidade da banda larga. Tudo em nossa época se resolve nos poucos minutos de um episódio televisado e antes dos reclames. Compramos máquinas que nos oferecem uma vida mais expedida, mais compacta, mais prática e eficiente. Os púlpitos não apontam para o Céu. Os púl-pitos proporcionam o que Michael Horton chamou de “Deísmo Moralista Terapêutico”. Isso quer dizer que a mensagem majoritária dos púlpitos modernos nos aponta para uma autorrealização cada vez maior. Apontam- -nos para um bem-estar, uma vida “boa e certa”. Apontam-nos para uma vida vivida longe da presença constante de Deus. O próprio deísmo que tanto influenciou os pais da constituição americana, como Thomas Jefferson e outros, afirma que Deus criou o mundo e depois deixou tudo “em pi-loto automático”. Dizendo que, se tão so-mente seguirmos as regras, tudo irá bem. Isso infundiu a Igreja evangélica de um pragmatismo que há 200 anos predomina, tanto lá quanto aqui. A pergunta que surgiu, e continua a ser feita, é: “A fé serve para o que, então?” Sim, pois se a fé não serve para me proporcionar uma vida melhor, para que serve? Se eu não sou feliz com Cristo, então aonde devo ir para achar a felicida-de? De fato, é o alvo-mor desta geração: ser feliz. Mas Spafford disse “sou feliz”. Embo-ra... apesar de... não obstante... eu sou feliz. Felicidade é uma condição de privi-légio, não de emoção. Alegria certamente vem e vai. Mas o felizardo é aquele que foi, e continua sendo, privilegiado. Esse privilé-gio, nos termos cristãos, não é um estado de espírito. Não é uma condição emocional. É uma condição que só se define pelo telos, pelo fim. O que nos define não é o que temos. O que nos define não é o que somos ou faze-mos neste mundo. O que nos define é o que nos espera. É a mesma condição de um herdeiro que ainda não desfruta inteiramente da sua fortuna mas tem por certo o que está por vir. Quantos já não se perguntaram quan-do a Rainha Elizabeth II vai finalmente dar uma chance ao filho para reinar? Quando é que ela passará o cetro? Vemos o príncipe
  • 38. A Espada e a Espatula 38 | Projeto Spurgeon Os ricos e poderosos desfrutam des-te mundo hoje, mas o pequeno reba-nho tem a sua esperança Naquele que tudo deu para nos salvar. já com cabelos brancos, tendo passado por tantas dificuldades, e ainda é coadjuvante da mãe dele. E nós? Quando vamos realmen-te entrar na plenitude da nossa herança? Para os adeptos da teologia da prosperida-de, é já. Ouvimos a promessa e a bronca no subtexto da frase “pare de sofrer”. Todavia, a despeito de todas essas provocações, ge-memos. A própria natureza geme. Mas geme pelo quê? Paulo disse que a natureza geme pela “revelação dos filhos de Deus”. Aliás, veja o texto todo: A natureza criada aguarda, com grande expectativa, que os filhos de Deus sejam re-velados. Pois ela foi submetida à futilidade, não pela sua própria escolha, mas por causa da vontade daquele que a sujeitou, na es-perança de que a própria natureza criada será libertada da escravidão da decadência em que se encontra para a gloriosa liberda-de dos filhos de Deus. Sabemos que toda a natureza criada geme até agora, como em dores de parto. E não só isso, mas nós mes-mos, que temos os primeiros frutos do Es-pírito, gememos interiormente, esperando ansiosamente nossa adoção como filhos, a redenção do nosso corpo. Pois nessa espe-rança fomos salvos. Mas, esperança que se vê não é esperança. Quem espera por aqui-lo que está vendo? Mas se esperamos o que ainda não vemos, aguardamo-lo paciente-mente. (Rm 8.19-25) De fato não vemos o que esperamos. Aliás, nem olhos viram, nem ouvidos ouvi-ram o que Deus tem preparado para aqueles que o amam (1 Co 2.9). Só pelos olhos da fé. Essa sim é a fé que Ele nos concede. Não é a fé que derruba tudo e nos ga-rante vitória neste mundo. Não é a fé que nos faz viver num redoma impenetrável, ao ponto de não sermos atingidos pelas dificul-dades e tragédias. Não é a fé dos poderosos. É a fé dos remidos do Senhor. Essa é a fé que Ele nos concede. E é por isso que fitamos os nossos olhos naquilo que é do alto, naquilo que ainda está por vir. Os que estão em Cristo vivem a condi-ção de felizardos. Possivelmente chorando, com frio, náufragos, perseguidos e destituí-dos das alegrias de que um dia talvez desfru-taram. Acima de tudo, os ricos e poderosos desfrutam deste mundo hoje, mas o peque-no rebanho tem a sua esperança Naquele que tudo deu para nos salvar. É essa certeza que tem de voltar a ocupar os nossos púl-pitos e o imaginário coletivo da Igreja. Ao perdermos a capacidade e o hábito de ima-ginar o que está por vir, temos nos achados presos ao que os olhos veem. Lamentamos por não conseguir levantar os nossos olhos para Aquele de quem vem a nossa salvação. Nossa fé é inoperante, é dormente. Toda-via, ouçamos as palavras do apóstolo Pau-lo: “Desperta, ó tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e Cristo resplandecerá so-bre ti. Tenham cuidado com a maneira como vocês vivem; que não seja como insensatos, mas como sábios, aproveitando ao máxi-mo cada oportunidade, porque os dias são maus. Portanto, não sejam insensatos, mas procurem compreender qual é a vontade do Senhor. Não se embriaguem com vinho, que leva à libertinagem, mas deixem-se encher pelo Espírito, falando entre si com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e lou-vando de coração ao Senhor, dando graças constantemente a Deus Pai por todas as coi-sas, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef 5.14-20). Na paz, +W Walter Mcalister é Bispo Primaz da Aliança das Igrejas Cristãs Nova Vida. Fundador e Presi-dente do IBRMEC. Lauzanne Movement 2010 (Capetown), Autor dos livros: O Fim de Uma Era, O Pai Nosso, A Coleção Café Espiritual. http://www.waltermcalister.com.br
  • 39. Agosto/2012 Neopentecostalismo A História não Contada Walter Mcalister “O uso mais comum do termo neopentecostal associa esse movimento a um determinado tipo de igreja que adota práticas apócrifas em seus cultos, realiza exorcismos com trans-missão pela TV como forma de se promover, lança mão de métodos mágicos incorporados de outras religiões, promove um sincretis-mo claríssimo em suas reuniões, usa meios duvidosos para arrecadar dinheiro, prega a Teologia da Prosperidade e segue uma linha doutrinária que Bispo Roberto classificaria de antibíblica.” “Este livro traz uma contribuição significativa não só à história da Igreja Cristã Nova Vida, mas também a todos aqueles que estudam de uma maneira séria o protestantismo no Brasil, em especial a origem do pentecostalismo. Com toda certeza as novas gerações do pentecostalismo brasileiro terão que obrigatoriamente passar pela vida e pelo ministério do Bispo Roberto se desejarem conhecer não só sua própria história como a dos seus pioneiros.” Ricardo Bitun - Teólogo, cientista social, Mestre em Ciências da Religião e Doutor em Ciências Sociais, Pastor da Igreja Evangélica Manaim. “Não tenho conhecimento de nenhuma outra obra que conte a história de um líder e de uma denominação com tanto espírito crítico como esta. (...) Permita Deus que o livro de Walter McAlister abra os olhos de muitos brasi-leiros para graves distorções, a bem do Evangelho. (...) É um livro indicado para quem quer ficar mais por dentro do movimento neopentecostal, prin-cipalmente da história das três primeiras denominações que provavelmente inauguraram a chamada terceira onda do pentecostalismo brasileiro.” Projeto Spurgeon | 39 Elben M. Lenz César - Diretor da revista Ultimato. www.editoraannodomini.com.br Walter McAlister LANÇAMENTO CONFIRA AQUI
  • 40. A Espada e a Espatula 40 | Projeto Spurgeon Por Marcelo Lemos Boa parte dos meus leitores no blog “Olhar Reformado” já me viu falar so-bre “deixar de ser evangélico”. Nem todos reagem bem, o que é compreensível diante do seguinte fato: muitos confun-dem um sistema religioso autodenominado ‘evangélico’ com o próprio evangelho. Mas, o que muitos parecem não entender neste debate é que considerar-se evangéli-co tem haver com uma bem definida com-preensão do que é o Evangelho de Cristo. Irei comentar alguns dados históricos e te-ológicos, e ao terminar espero que o leitor pergunte a si mesmo: Sou realmente um evangélico? Por razões históricas mais ou menos justificadas, boa parte de nós toma o termo “evangélico” como sinônimo de “não cató-lico”, ou pior ainda, de “anticatólico”. Pen-so que é uma analise estreita do problema, e sem muito valor teológico. No máximo, tal compreensão tenta nos dizer o que um evangélico não faz, sem esclarecer nada so-bre o que ele faz e crê. É bom saber que evangélicos não aceitam a Infabilidade do Papa, a Intercessão dos Santos e o valor das procissões, porém, isso não nos diz nada so-bre qual é a natureza do Evangelho. Então, qual é a natureza do Evange-lho? Foi essa a pergunta originou a Reforma Protestante. Foi essa pergunta que dividiu o Ocidente entre “católicos” e “evangéli-cos”. Lutero não se rebelou contra o Papa, nem contra os dias santos, ou qualquer ou-tra coisa que os evangélicos de hoje odeiam no Catolicismo. Sim, com o tempo, Lutero acabaria combatendo tais coisas, mas não foi isso que deu origem a Reforma. Lutero se deu conta que a Igreja, ou uma parte sig-nificativa dela, havia perdido o significado real do que era o Evangelho. De fato, a Re-ligião Cristã estava envolvida em exigências e regras tão pesadas, e vinha mesclando- -se a superstições tão absurdas, que a Boa Notícia tornara-se um grande fardo. Lutero compreendeu que a salvação dava-se exclu-sivamente “pela fé”, e isso mudaria a histó-ria do Ocidente.
  • 41. Agosto/2012 Não precisamos ter fé na fé que temos em Cristo para alcançar-mos a salvação – apenas preci-samos ter fé em Cristo! Projeto Spurgeon | 41 Se Deus é Santo, se odeia o pecado, e se o homem é tão pecador como a Bíblia diz, que esperança temos de alcançar a sal-vação? Certamente a esperança não pode estar no legalismo, nem na superstição. Nos dias de Lutero alguns líderes da Igreja ofe-reciam a salvação a troco de moedas; ritos e sacrifícios eram a oposta de outros. Lute-ro percebeu o erro ao encontrar na Bíblia que a salvação era um dom, e que nascida da iniciativa de Deus e não dos méritos do homem. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós, é Dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2.8-9). Lutero, e os chamados Reformadores, compreenderam que o Evangelho era extre-mamente simples. O Evangelho não carece de ritos, estruturas burocráticas ou rituais místicos. O Evangelho resume-se em uma única coisa: confiar em Cristo. Não é algo extremamente simples? De fato é. Porém, ouso dizer que é muito mais simples do que talvez você esteja concluindo ao ler isso. Sim, pois há o risco de confundir a confiança em Cristo com a confiança na fé em Cristo. O Evangelho é tão simples, tão simples, que não pode sequer ser compreendid0 com ter fé na fé! Não precisamos ter fé na fé que temos em Cristo para alcançarmos a salva-ção – apenas precisamos ter fé em Cristo! Ainda que às vezes o cristão possa duvidar de si mesmo, ainda que possa questionar a qualidade da sua fé pessoal, se ele de fato compreende a simplicidade do Evangelho, não questionará a fidelidade de Cristo! Ain-da que sua fé seja pequena, frágil e capaz de dúvidas, o cristão joga-se nos braços de Cristo. Se entender isso, compreendeu a simplicidade do Evangelho. “Se formos infi-éis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo” (II Timóteo 2.13). O Arcebispo Tomas Cranmer, um dos mais importantes Reformadores da Igreja da Inglaterra, escreveu sobre isso. “A nossa fé em Cristo nos diz isso: ‘Não sou eu [a sua fé pessoal] quem paga os seus pecados, senão somente Cristo; e somente a Ele te envio para tal propósito, esquecendo até mesmo as tuas boas obras, palavras e pensamentos, e colocando tua confiança apenas em Cris-to!’”( 1). É importante compreender isso: não é a fé quem nos salva, mas a fé em uma pessoa, o Cristo! Dito de outro modo, Cristo é quem nos salva, e a fé é o caminho pelo qual Deus nos conduz a Seu Filho. Que isso tem haver com ser evangéli-co? A resposta talvez esteja enublada pela extrema confusão dos nossos dias. Nossos evangelistas pregam as mais variadas e criativas regras para a salvação: desde não tomar Coca-Cola a não escutar Bossa Nova. Nossos pastores nos convencem do valor e da eficiência de ritos como tomar água “orada”, comprar lenços ungidos e coisas
  • 42. A Espada e a Espatula O Evangelho resume-se em uma única coisa: confiar em Cristo. Não é algo extremamente simples? De fato é. semelhantes. Que isso tem haver com ser evangélico? Absolutamente nada, pois nada disso tem haver com tudo aquilo que expu-semos até agora! É decepcionante ter de fazer tal denúncia, mas o fato é que a Igre-ja Evangélica de hoje prega tudo, menos o Evangelho. Parece contraditório, mas “dei-xar de ser evangélico” pode ser uma mani-festação de desejo por voltar a ser, de fato, “evangélico”. Uma multidão de evangélicos troca de salvação mais vezes que de camisa. Se es-tão bem consigo mesmos sentem-se salvos, mas se estão deprimidos, se percebem que cometeram alguma falha, sua confiança se esvai. Eles se sentem salvos hoje, mas nada garante a respeito de seu próprio futuro. A salvação para eles é algo que depende 42 | Projeto Spurgeon o que fazem para Deus. Eles acreditam - ainda que não confessem - que a salvação depende de seus próprios méritos. Não são herdeiros de Lutero. Outros seguem inabaláveis em suas convicções anticatólicas. Porém, isso não lhes impede de acreditar na infabilidade de pastores ou levitas. Combatem a idolatria e a superstição dos outros, mas são incrivel-mente tolerantes com suas próprias blasfê-mias contra o Evangelho. Não são herdeiros da Reforma! A pergunta que fica é uma só: você é evangélico? Uma pergunta ariscada, que talvez mostre ao leitor que uma resposta positiva não obriga ninguém a estar preso ao sistema que se apoderou do título. Marcelo Lemos é teólogo, casado e pai de dois filhos. Vem atuando como líder da Comuni-dade Anglicana Carisma, em São Paulo, e edita o blog Olhar Reformado. http://www.olharreformado.com/
  • 43. Lançamento Agonia de Cristo Jonathan Edwards 64 Páginas | Formato: 14x21cm “Os piedosos podem estar tranquilos nisto, que Cristo como seu Sumo sacerdote ofereceu esse grande clamor a Deus. Todos que crêem em Cristo e seus verdadeiros seguidores e servos, estejam tranquilos nisto, que Jesus Cristo é seu Sumo sacerdote, que Cristo derramou em agonia, caiu na terra por vocês, e que este intenso clamor foi feito a Deus por vocês pra que a vitória de sua missão e sofrimentos servissem de todo o bem que o mundo necessita e toda a felicidade fosse vivida. Portanto aprendemos que os cristãos devem ser plenamente fervorosos em suas orações e esforços pela salvação de outros. Todo cristão é se-guidor de Cristo e devem segui-lo também neste exemplo. Claramentes temos ouvido que o grande labor da alma de Cristo foi pela salvação de outros, e que grande e intenso clamor a Deus o acompanhou em sua missão” CONFIRA AQUI www.editorainterferencia.com Curso ministrado por Juliano Heyse na Igreja Batista Reformada Vida Nova em Floria-nópolis- SC aos domingos, nos meses de setembro a novembro de 2008. O áudio foi editado para ser colocado na forma de episódios. As apresentações em Powerpoint exigem a versão 2007 ou o visualizador disponibilizado gratuitamente pela Microsoft e que pode ser baixado aqui. Os vídeos podem ser assistidos acessando os episódios. CLIRQUE E ACESSE: w w w . bomcaminho. com
  • 44. A Espada e a Espatula Escreve ao anjo da igreja que está em Éfeso: Isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete castiçais de ouro: Conheço as tuas obras, e o teu traba-lho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos, e o não são, e tu os achaste mentirosos. E sofreste, e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome, e não te cansaste. Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, bre-vemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres. Tens, porém, isto: que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no 44 | Projeto Spurgeon Por Tim Conway Na 10º Conferência de Jovens da Editora Fiel meio do paraíso de Deus. Apocalipse 2: 1-7 Vejamos o que o texto nos diz sobre Jesus. Primeiro, ele tem as Igrejas em suas mãos e anda no meio da Igreja. Ele é um Cristo que sustenta a Igreja e está no meio dela. Quão bom é saber que Cristo está no meio de nós! Mas também devemos nos lem-brar que Cristo tem olhos de fogo. Ele vê e examina tudo que há nas igrejas. Isso é te-meroso, mas também é bom, pois significa que Cristo conhece Sua Igreja e, portanto, não precisamos ser hipócritas diante dele; podemos confessar nossos pecados, pois ele já o sabe. E a boa notícia é que se perten-cermos a Ele, Ele não nos condenará, mas, quando confessamos, Ele trabalha para nos tornar semelhante a Ele. Agora, vejamos o que Jesus conhecia da igreja de Éfeso? 1) Seu trabalho (no original significa se esgotar em prol do trabalho). A igreja de Éfeso era uma igreja empenhada na obra do Senhor até o ponto de se esgotarem. 2) Sua perseverança. Mesmo em meio a tanta resistência que havia em Éfeso con-tra cristianismo, eles perseveraram. Éfeso era uma cidade muito idólatra (templo de