Hotelaria é o segmento que mais irá lucrar, seguido pela alimentação. 40% dos empresários que investiram para a Copa das Confederações não tiveram o faturamento esperado
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56% dos empresários esperam vender mais com a realização da Copa do Mundo.
1. 56% dos empresários esperam vender mais com a
realização da Copa do Mundo, mostra SPC Brasil
Hotelaria é o segmento que mais irá lucrar, seguido pela alimentação. 40% dos empresários
que investiram para a Copa das Confederações não tiveram o faturamento esperado
Um estudo realizado pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela
CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) com empresários do ramo
de comércio e prestação de serviços mostrou que 56% dos empresários têm a
expectativa de aumentar suas vendas durante o período de realização da Copa
do Mundo no Brasil. Desses, 16% afirmam estar extremamente otimistas
quanto à possibilidade de vender mais. Cerca de um terço (33%) dos
entrevistados estão indiferentes, isto é, acreditam que as vendas não devem se
alterar em função do torneio e somente 7% esperam queda nas vendas.
O levantamento também detectou distintos graus de otimismo por segmentos
pesquisados. Os empresários do setor de hotelaria são os que têm melhores
perspectivas de lucratividade durante a realização do torneio no Brasil. Quase
70% dos entrevistados gestores ou donos de empreendimentos na área de
hotelaria, pousadas e albergues acreditam que o seu setor será um dos que
mais lucrará com a Copa. Empresários do setor de lazer (56%), alimentação
(55,6%) e transporte (38,2%) também estão otimistas, mas em menor escala.
Em posição oposta, está o setor do comércio. O percentual dos que avaliam que
o seu segmento será um dos que menos vai lucrar (27,5%) é maior do que os
que projetam grande faturamento nas vendas (23,8%).
2. Na avaliação do presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, os feriados
decretados em dias de jogos e o horário reduzido de funcionamento de alguns
estabelecimentos comerciais explicam, em parte, o pouco entusiasmo dos
comerciantes com a realização da Copa. Exemplo disso, é que o comércio figura
como o segmento em que mais empresários reduzirão o horário de
atendimento ao público quando as seleções estiverem em campo: 19% nas
lojas de rua e 20% nas lojas localizadas nos shopping centers. Por outro lado, a
maior parte dos empresários do ramo de transporte e lazer ampliará o horário
de atendimento, com 33% e 34% dos casos, respectivamente.
“O turista que vem para a Copa não está interessado exatamente em comprar,
mas sim em gastar com lazer, alimentação, transporte e atrações turísticas. Por
isso que os segmentos apresentam percepções diferentes quanto à realização
da Copa”, justifica Pellizzaro Junior.
Diferenças regionais
Quando avaliados por cidade-sede, constata-se que os empresários mais
otimistas são os cariocas. Pelo menos 45% dos entrevistados acreditam que o
volume de vendas crescerá muito durante os jogos, enquanto que dentre os
mineiros e paulistas, apenas 8% e 5%, respectivamente, acreditam num
3. crescimento muito elevado. Já em Salvador, Fortaleza e Recife, o percentual de
muito otimistas é de 19%, 16% e 15%, respectivamente.
Para o gerente financeiro do SPC Brasil, Flávio Borges, a percepção mais
favorável por parte dos empresários cariocas pode estar relacionada ao fato de
o Rio de Janeiro ser uma cidade essencialmente turística e que,
tradicionalmente, abriga eventos de grande repercussão internacional.
“No geral, percebemos que os entrevistados das cidades litorâneas são mais
otimistas com o crescimento das vendas, possivelmente por avaliarem que o
público da Copa vai se sentir atraído também pelas belezas naturais da região,
gastando mais tempo e dinheiro com a estadia. Tanto que o Rio de Janeiro é a
cidade que tem a maior expectativa de receber turistas estrangeiros, na opinião
de um terço dos empresários pesquisados”, conclui Borges.
Pouca preparação
Seis em cada dez (63%) empresários entrevistados não fez e nem irá fazer
modificações ou investimentos no próprio negócio em função da Copa do
Mundo. Dois em cada dez (19%) pretendem se preparar, mas ainda não
começaram e 18% já estão preparados.
O Rio de Janeiro aparece com o mais alto percentual de empresários que não
tem o interesse em se preparar (78%), seguido por São Paulo (70%) e Brasília
(67%). Para Pellizzaro Junior, a decisão de não investir na melhoria do negócio
não significa, necessariamente, falta de interesse em lucrar com o evento. “Mas
pode sinalizar que essas cidades, em especial, já possuem uma capacidade
instalada suficiente para suportar a demanda extra”.
Já as capitais do Nordeste, que não tem a mesma tradição em abrigar grandes
eventos internacionais, tendem a avaliar a Copa do Mundo como uma
oportunidade de crescimento e demonstram uma maior preocupação com os
preparativos. Em Fortaleza, 81% dos entrevistados afirmaram que já se
prepararam ou que pretendem se preparar para o evento, em seguida surgem
Recife (72%) e Salvador (59%).
4. Dentre os que não pretendem fazer investimentos, 42% justificam a decisão
pela descrença de que haverá um aumento significativo da demanda que
dispensem investimentos em seus negócios.
Aprendizado com a Copa das Confederações
A experiência com a Copa das Confederações - evento teste da FIFA realizado
ano passado em quatro capitais brasileiras - ajudam a explicar o fato de o
empresariado estar, em boa parte, reticente em relação às oportunidades de
crescimento que a Copa do Mundo pode gerar. Em geral, 55% dos
entrevistados afirmaram que se prepararam para a competição realizada no
ano passado. Porém, para 40% dos que investiram, o retorno ficou “abaixo” ou
“muito abaixo” do esperado. Por outro lado, 44% disseram que o volume de
vendas foi “dentro do esperado” e apenas 16% avaliam que o resultado ficou
“acima” das expectativas.
Formas de preparação para o evento
Dentre os 37% de empresários que afirmam ter se preparado ou estão se
preparando para receber mais demandas durante a Copa do Mundo, percebe-se
que a maior parte das adequações está relacionada à ampliação de estoques
(51%) e contratação de funcionários (40%). Na sequência, surgem
investimentos como aumento da variedade de produtos (39%) e treinamento
5. de equipe (37%). Dos empresários que estão se preparando, a maioria (36%)
começou os preparativos há menos de três meses e 30% num período entre
seis meses e um ano.
No setor de comércio de rua e shopping center, o investimento mais comum é a
ampliação do estoque, com 57% e 54%, respectivamente. Já a contratação de
funcionários foi a opção mais citada pelos empresários do ramo de hotelaria
(60%), alimentação (54%) e diversão (58%). Por fim, os empreendedores de
transportes e agências de turismo têm apostado principalmente no treinamento
da equipe, com 38% e 69%, dos casos.
Apesar da contração de funcionários ser uma das mudanças mais citadas, a
falta de mão de obra qualificada foi a maior dificuldade encontrada pelos
empresários, citada em 35% dos casos.
Para investir nas melhorias do próprio negócio, apenas 5% recorreram a
empréstimos em nome da empresa. A maioria (85%) dos empresários tive de
utilizar capital próprio, entre poupança, reservas pessoais e até mesmo venda
de imóveis ou outros bens de valor.
“O alto percentual de empresário que tirou dinheiro do próprio bolso para
investir comprova que a concessão de linhas de crédito para o pequeno e médio
empresário ainda esbarra em inúmeros trâmites burocráticos, que acabam
dificultando bastante a tomada de crédito por esses empreendedores”, afirma
Pellizzaro Junior.
6. Metodologia
A pesquisa teve como objetivo avaliar as expectativas dos empresários dos
setores do comércio e prestação de serviços para a realização da Copa do
Mundo de futebol no Brasil. Para isso, ouviu-se 600 proprietários e gestores de
empresas cujo segmento de atuação tem relação direta com o evento nas sete
cidades-sede que mais receberão partidas (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo
Horizonte, Brasília, Salvador, Recife e Fortaleza). A margem de erro é de
4,00pp.
Baixe a pesquisa completa em
https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/pesquisas
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