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Eixo 10 – Outros Temas
               Aprendendo pelos exemplos: casos práticos de Turismo Inclusivo
                                                                                Bruna de Castro Mendes1
                                                                                               Scott Rains2


Resumo:  O  texto  deve  ter entre dez e doze linhas, escrito em fonte  Arial, tamanho 10 e com
entrelinhas  simples.  O  resumo  deve  ter  uma  extensão  mínima  de  100  e  máxima  de  150
palavras.  No  texto,  é  necessário  explicitar  o  objeto  de  estudo,  objetivos,  metodologia  e  os
principais resultados da pesquisa.


Palavras­chave: Turismo Acessível. Pessoas com deficiência. Mercado.


Introdução


           Nas  cidades  e  na  vida  urbana,  as  relações  deixam  de  ser  naturais para se tornarem
sociais,  surgindo o  conceito  de  indivíduo,  que  passa  a viver de forma mais autônoma e livre,
conforme  destaca  Ross  (2006).  Contudo,  isso  apenas  ocorre  se  esse indivíduo  pertencer e
cumprir  às regras estabelecidas pelo estereótipo de “ser normal”. Porém,  pergunta­se: o que
significa e representa essa normalidade, defendida por uma assim conceituada maioria?
           Em   primeiro  lugar,  é   preciso  compreender  que  a  sociedade  caracteriza­se  por
definições   pautadas  por  conceitos  de  produtividade,  segundo  os  quais  aquele  indivíduo que
não  cumprir  com  o  esperado  (seja  em produção,  seja  em métodos de elaboração) é taxado
por  determinados termos  que  marcam essa  diferenciação:  ou  ele  é  burro  ou é gênio; ou ele
é normal ou é anormal; entre outros.
           Em   segundo  lugar,  destaca­se  o  fato  de  que  o  “diferente”  assusta  e  por  isso  as
pessoas  tentam  controlar,  da  melhor  maneira  possível,  as  suas  rotinas,  os seus esquemas
de  trabalho e as suas amizades e áreas de  convívio  social. Dessa maneira, as comunidades
costumam  ter  regras  implícitas  que  podem segregar ou não  indivíduos que não pertençam a
um  ideal   estabelecido,  tornando  os  que  estão  fora  das  normas,  muitas  vezes,  pessoas
estigmatizadas.  Ribas  (2003)  acredita  que  sejam  essas   diferenças  sociais valorativas  que

1
  Mestre  em  Hospitalidade   e  Professor  no  Centro  Universitário  Nossa  Senhora  do   Patrocínio.  E­mail:
mendesbruna@hotmail.com

2
     Consultor de Turismo Inclusivo, no Brasil e no mundo. E­mail: srains@oco.net

                                                          1
podem  determinar  que  as  pessoas  deficientes  não  sejam  capazes  de conviver  com  outros
indivíduos,  fabricando  mecanismos  de  exclusão.  Contudo,  estamos  inseridos  em  relações
sociais  e  dependemos  delas  para  o  desenvolvimento  social.  Ao  isolarmos  grupos  sociais
que  não  pertençam  ao  que  a  maioria  considera  o   ideal  de  produtividade  e  convivência,
negamos essa inter­relação entre o homem e a sociedade.
        Nesse   sentido,  não  se  pode  esquecer  que  quando  se  pensa  em  diversidade,
pensa­se  em   uma  minoria,  excluída  e  isolada  de   todo  e  qualquer  convívio  social,  porém
Guijarro  (1998)  reforça  que  falar em  diversidade  é  falar  do  coletivo,  que  traz  em  seu  interior
as  diferenças  habituais  (grifo  nosso).  Ao  debater  a  relação  dos  direitos  e  deveres  de  cada
pessoa  na  sociedade,  aborda­se,  obrigatoriamente,  o  conceito  de  cidadania  dos  grupos
conhecidos  como  minorias.  Tratando­se  especificamente  das  pessoas  com  deficiência,  o
artigo   3º  da  Declaração  dos  Direitos  das  Pessoas  Portadoras  de  Deficiência  diz  que  as
pessoas  deficientes  têm  o  direito  inerente  ao  respeito  por  sua  dignidade  humana;  qualquer
que  seja   a  origem,  a  natureza  e  gravidade  de   suas  deficiências,  têm  os  mesmos  direitos
fundamentais  que  seus  concidadãos  da  mesma  idade,  que  implicam  antes  de  tudo,  no
direito de desfrutar de uma vida decente, tão normal e plena quanto possível.
        A  Convenção  Interamericana  para  a  Eliminação  de  todas  as  Formas  de
Discriminação  contra  Pessoas  Portadoras  de  Deficiência,  mais  conhecida  como  a
Convenção  de Guatemala,  ocorrida  em  28  de  maio  de  1999,  enfatiza  ainda que  as pessoas
com  deficiência  têm  o  direito  de  não  serem  submetidas   à  discriminação   com  base  na
deficiência,  emanando  a  dignidade  e  a  igualdade  que  são  inerentes  a  todo   ser  humano
(BRASIL, 2006a).
        Todos  esses  conceitos  expostos  preconizam  o  debate  da  inclusão  social,  que
representa  um  dos  diversos movimentos  sociais  que  consideram  a liberdade pessoal como
um direito universal, independentemente  de raça,  sexo, aparência física, sendo que,  segundo
Castells  (1983 apud KAUCHAKJE, 2003, p.68), esses movimentos sociais são considerados
os  principais  protagonistas  na  formulação  e  na  demanda  por  direitos.  Portanto,  falar  em
cidadania  das  pessoas  com  deficiência  envolve,  obrigatoriamente,  falar  da  inclusão  social
desse segmento e da qualidade de vida.
        Contudo,  possibilitar  que  pessoas  com deficiência convivam com  os diversos grupos
sociais  e  que  a  discriminação  seja  atenuada  exige  um  tempo  prolongado  de  espera.   Ao
comentar  sobre  mudanças  sociais,  Krippendorf  (1989,  p.152)  ressalta que “a mudança só é
efetiva  quando  se  galgam  todas  as  etapas,  sendo  que  ela  não  pode  ser  forçada,  e  sim  no

                                                       2
máximo   encorajada”.  Em  busca  desse  encorajamento  é  que  se  discutem  conceitos  de
inclusão social, buscando­se uma transformação da sociedade. O resultado dessa alteração
não  é  imediato,  mas é preciso permitir que cada deficiente possa controlar a sua vida, e “dar
orientação básica a seus impulsos” (OLIVEIRA, 1993, p.12).
       Enfatiza­se  ser  necessário  o  conhecimento  das  diferenças   para  garantir  a
concretização   do  processo  de  inclusão,  pois,  conforme  afirma  Fávero  (2004),  apenas  o
tratamento  diferenciado  é  que  irá  promover  a  igualdade,  respeitando  as  diferenças  e  as
capacidades  de  cada  pessoa.  Apenas  a  convivência  garante  a  formação  completa  do  ser
humano,  pois,  segundo Oliveira  (1993,  p.13),  “o  homem  só  se faz no mundo através de sua
ação, sendo que sua dignidade consiste fundamentalmente na liberdade de decisão”.
       Conquistar,  disseminar  o  respeito  e  não  erguer  barreiras  diante  das  diferenças
implica  construir  uma  atmosfera  inclusiva.  Acredita­se,  diante  disso,  que  é  por  meio  da
disseminação  da  informação  e  de  exemplos  inclusivos  que  poderemos  demonstrar  para  a
sociedade  que  a  convivência  integral  de  todo  e   qualquer  ser  humano  pode  se  tornar  uma
realidade  e  não  mais  um debate  meramente  utópico.  Nesse  sentido  é  que  o presente artigo
expõe  exemplos  de  estabelecimentos  e  cidades   que  caminham  no  processo  de  inclusão
social.   Reforça­se  o  fato  de  que  todo  esse  levantamento  ocorreu  pelas  experiências  dos
autores,  que  lutam  pela  inclusão  ao  turismo  de  toda  e  qualquer  pessoa,  independente  de
suas  características  particulares.  Para  tanto,  caracteriza­se  a  pesquisa  como exploratória,
utilizando­se  do  levantamento bibliográfico, experiências empíricas (e por isso a utilização de
escrita  mais  pessoal)  e  debates  no  mundo  académico  para a elaboração da mesma. Como
complemento,  utilizou­se  de  uma rede  de  contatos  internacionais,  recebendo  sugestões  de
pessoas  da Ìndia,  Suècia,  Estados  Unidos  e  outras localidades, além de indicações de sites
e entidades que estudam e pesquisam o tema da inclusão no turismo.


Parte 1. Turismo para Pessoas com Deficiência


        Para  diversos  autores que trabalham com o tema da deficiência, como Ribas (2003),
Amaral   (1995),  Werneck  (1997) e  Silva  e  Bóia  (2006),  além  das  barreiras  físicas,  a  falta de
informação  aliada  à “subinformação” (conceitos errôneos  disseminados pela sociedade) são
os  principais  entraves  para  a  inclusão social das pessoas  com deficiência, pois a ignorância
sobre  o  assunto  acarreta  preconceito  –  e,  a  partir  deste,  se  formam  os  estereótipos que se
tornam presentes na cultura e originam estigmas.

                                                     3
Percebem­se,  assim,  poucas  ações  efetivas  que  auxiliam  na  quebra  de  paradigma,
ocorrendo   apenas  um  cumprimento  forçado  das   leis,  sem   a  mudança  de  comportamento
necessária   para  a  efetivação  do  processo  de   inclusão   social.  Para  uma  mudança  cultural
em  relação  ao  tratamento  destinado  às  pessoas  deficientes,  que  resulte  em  uma
acessibilidade  plena,  é  preciso  mais  do  que  simplesmente  garantir a  ocupação  do  espaço
físico. É preciso envolver toda a sociedade nessa complicada conquista.
       Aproveitando­se  desses  conceitos,  e  delimitando  a  análise  no  campo  das  atividades
turísticas,  percebe­se  que  é  durante  essa  prática  que  as  pessoas  interagem com  os  mais
diversos  públicos,  inclusive com  aqueles que não  pertenceriam ao seu ciclo habitual de uma
convivência  marcada  pela  “normalidade”.  Ao  contemplar  essa  relação,  nota­se  a
preocupação  com  o  bem­estar  do  outro,  com  a  recepção,   com  o  atendimento  das
necesidades,  em  suma,  nota­se,  poder­se­ia  notar  um  olhar   marcado  pela  hospitalidade,
mas o que se encontra é a inospitalidade.
       Para  que  possamos  falar  de  um  turismo  hospitaleiro,  marcado  pelos  conceitos  da
hospitalidade, é  preciso nos preocuparmos não só com  a melhoria do serviço prestado, mas
também  com   o  conforto  e  o  bem­estar  dos  clientes  em  relação  à  infra­estrutura  e  aos
equipamentos  (TRINDADE,  2004, p.74).  Conhecer  o seu  público e adequar os serviços para
que  todas  as  necessidades  sejam  atendidas  são  iniciativas primordiais  para  que  o  turismo
contribua para a inclusão social das pessoas com deficiência.
       Segundo  o  Programa  de  Ação  Mundial  das  Nações  Unidas,  “as  autoridades  de
turismo,  agências  de  viagens,  organizações  voluntárias  e  outras  envolvidas na  organização
de  atividades  recreativas ou oportunidades de viagem devem oferecer seus serviços a todos
e não discriminar as pessoas com deficiência” (SASSAKI, 2003, p.20).
       Pessoas   com  deficiência  almejam  um  tratamento  idêntico  ao  destinado  às  demais
pessoas  em  recintos  comuns  e  em  atividades  diversas,  como  a   turística.  Acresce­se
apenas  a  necessidade  de  algumas  adaptações,  respeitando  as  capacidades  e
possibilidades  individuais.  Com  o  objetivo  de  garantir  o acesso ao turismo, algumas atitudes
devem  ser  tomadas.  Segundo Muller  (2003,  p.68),  o  “turismo  deve, além  de  se tornar  mais
eficiente  e  melhorar  sua  qualidade,  ser  mais  autêntico  e   mais  humano”.  É  apenas
considerando  o  outro  em  sua  plenitude   que   o  turismo  poderá  auxiliar  no  processo  de
inclusão.
       A  contribuição  do  turismo  é  possibilitar  que  as  pessoas  com  deficiência  conheçam
suas  capacidades  e  desenvolvam  suas  habilidades  de  maneira  prazerosa,  em contato com

                                                    4
ambientes  diversos  e  pessoas  fora  do  seu  círculo  habitual;  é  ajudá­las  a  compreender
melhor  aquilo  que  desejam e  necessitam,  com  vistas  a  um  aumento  na  qualidade de vida e
maior   participação  como  cidadãs;  em  suma,  é  fazer  com  que  elas  migrem  do  papel  de
coadjuvantes para o de protagonistas.
       Nesse   sentido,  define­se  turismo  inclusivo  como  "the  application  of   the  seven
principles  of  Universal  Design  to the  products,  services,  and  policies  of  the tourism industry
at  all  stages of their lifecycle from conception to retirement and introduction of a replacement3
",  complementado  pelo  conceito  de  que  esse  é  o  turismo  “  that  is accessible to  all  people,
with  disabilities  or  not,  including  those  with  mobility,  hearing,  sight,  cognitive,  or intellectual
and psychosocial disabilities, older persons and those with temporary disabilities4 ”.
       Os  principios  do  Desenho  Universal  foram  criados  durante  a  era dos direitos civis nos
Estados  Unidos  e  formalizados  em  1997,  representando  as  principais  demandas  para  o
proceso  de  incluso  social,  seja  no  ámbito  do  trabalho,  do  lazer,  do turismo  e  demais áreas.
De  qualquer  maneira,  nós  enfatizamos  que  o  desenho  universal  é  uma  aproximação  do
ideal, e não uma lista única de soluções, de medidas ou de produtos predefinidos.
       Os  princípios  envolvidos  são  a  Equiparação  nas  posibilidades  de  uso,  reforçando  a
flexibilidade  em  sua  utilização,  para  atender  a  uma   ampla  demanda  de  indivíduos,
preferencias   e  habilidades.  Debe­se  contemplar,  também,  o  uso  Simples  e  Intuitivo,
permitindo  que  qualquer  pessoa,  independente  da  experiênca,  nível  de   formação,
conhecimento, possa usar o produto ou serviço em questão. A captação de informação deve
ser  avaliado,  comunicando  eficazmente  ao  usuário  as  informações  necessárias, ocorrendo
tolerancia  ao  erro, sendo  esse  o quinto conceito, já que o desing minimiza o erro, mas não o
previne  totalmente.  O  mínimo  esforço físico debe ser considerado,  seguido pela Dimensão e
espaço para uso e interação, independente do tamanho, postura, ou mobilidade da pessoa5 .
        Acredita­se  que  o  Design  Universal  debe  ser  contemplado   em  toda  e  qualquer
decisão.  Apenas  a  partir  disso  é  que  poderemos  pressupor  que  a  Hospitalidade,  turismo  e

3
  Tradução livre: “A aplicação dos sete principios do Design Universal para productos, serviços e políticas da
industria do turismo para todos os estágios do seu ciclo de vida, desde a sua concepção até a reforma, e a
introdução de um substituto”. Disponível em: http://www.livestream.com/PoloITHandicap. Acesso em 03
abr.2012.
4
  Tradução livre: “atividade acessível a toda e qualquer pessoa, com deficiencias ou não, incluindo aqueles
com dificuldades de mobilidade, escuta, visão, cognitivas ou intelectuais, pessoas idosas, ou aqueles com
deficiencia                          temporária”.                         Disponível                           em:
http://www.accessibletourism.org/resources/takayama_declaration_top-e-fin_171209.pdf.
5
  Escrito por Scott Rains, sendo o documento completo disponível em: acessobrasil.org.br/index.php?itemid=42

                                                            5
incluso,  conceitos  que  devem  nortear  um  trabalho,  uma  mudança  de  paradigma,  afinal,  a
hospitalidade  pode  ser  entendida   como  um  meio   de  criar  e  consolidar  relacionamentos;  o
turismo,  uma   das  atividades  pelas  quais  os  relacionamentos  se  fortalecem;  e  a  inclusão,
uma  meta   direcionadora  desse  envolvimento.  Se  bem  estruturado  e  pesquisado,  o  turismo
poderá  se   tornar  o  mecanismo  da  disseminação  da  sociabilidade  e  da  inclusão  social,
baseado nos preceitos da hospitalidade.


Parte 2. Aprendendo pelos Exemplos
      Quando  inicia­se  a  discussão  ou  debate  acerca  de  turismo  inclusivo, não é  incomum
escutarmos   que  tudo  não  passa  de  conceitos  utópicos,  sem  aplicabilidade  e  interesse  ao
profissional da área, pois não gera lucratividade. Segundo Butler e Jones (2003), a população
com  deficiência  raramente aparece em estimativas ou previsões  como um grupo específico,
apesar  de   ser  um  grupo  grande  e  que  tende  a   crescer  com  o  aumento  da  expectativa  de
vida,  além  de  viajarem  com  mais  freqüência.  Para  Trindade  (2004,  p.74),  a  pessoa  com
deficiência  é  vista  como  doente,  sem  necessidade  de  fazer  turismo;  visão  que  inibiu  as
oportunidades  e  os direitos desse segmento  e afetou a qualidade do turismo, que passa pela
adaptação e acessibilidade dos serviços existentes.
       Para  Buhalis  e  Eichhorn  (2005), a demanda por  acessibilidade no continente europeu
é  de  mais  de  127  milhões  de  pessoas,  sendo  que  89  milhões  delas  representam  um
potencial  mercado  de  consumo  de  produtos  turísticos;  se  multiplicarmos  esse número  por
0,5,  referente  a  amigos  e  familiares,  chegamos  a  um  total  de  134  milhões de  pessoas com
potencial de consumo para viagens adaptadas na Europa.
       Em   estudo   realizado  na  Alemanha,  segundo  Neumann  (2005),  as  pessoas  com
limitações  representam  um  potencial  de  consumo  considerável.  A  intensidade  de  viagem
desse  segmento  é  de  54,3%,  o  que  equivale  a 3,64 milhões de indivíduos com restrições de
mobilidade.  Já  nos  Estados  Unidos,  de  acordo  com  Zografopoulos  (2005),  pessoas  com
deficiência  gastam  U$13,6  milhões  com  turismo  todo  ano,  e  quase  70%  dos  adultos  com
deficiência  viajaram pelo  menos  uma  vez  nos últimos dois anos. O estudo americano revela
ainda  que, dentro desses 70%, há um subgrupo, que representa 20%, que viaja, pelo menos,
seis vezes a cada dois anos.
       Em  2011,  a  Organização  Mundial  da  Saúde  e  o Banco Mundial divulgaram o primeiro
resultado  de  um  estudo  global  acerca  da  deficiencia,  estimando  que  cerca  de  um  bilhão  de
pessoas  sofrem  algum tipo  de  restrição,  sendo  que  o  estudo  reforça também que a maioria

                                                    6
das  pesquisas  para  nesse  tipo  de  informação.  Buscando  ir  além  e  englobar  os  conceitos
económicos  e  de  consumo  dessa  parcela  da  população,  em  uma  pesquisa  realizada  por
Simon   Darcy  (Austrália),  sugere  que  se  deve  considerar  que   uma  pessoa  com  deficiencia
raramente  viaja  sozinha,  pois,  na maioria das vezes, está  acompanhada de famílias, amigos
ou  colegas  de  trabalho.  Portanto,  após  suas   pesquisas,  o estudioso  sugere  multiplicar  por
três  os  efeitos  económicos  de  uma  única  pessoa  com   deficiencia  viajando,  tornando  ese
mercado  muito  interesante  para  se  investir6 .  Ainda  segundo  o  estudo  australiano
supracitado,  os  dados  mais  recentes  demonstram  que  cerca  de  88%  das  pessoas  com
deficiencia  tiram  férias  todos os  anos;  o  tamanho  médio  do  grupo  desse segmento é de 2,8
pessoas  para  uma  viagem  doméstica  de  um  pernoite   e  de   3,4  pessoas  para  um  dia  de
viagem;   cada  vez  mais  se  quebra  a  imagen  de  que  ese  segmento  não  se  expande  em
decorrência  das baixas  condições  económicas,  sendo  esse pressupsoto falso já que há um
nicho  muito  interesante  a ser explorado nesse grupo; eles viajam e consomem das mesmas
maneiras  que  a  população  geral;  o  crescimento  do  turismo  desse  grupo  equivale  a  US$8
bilhões por ano ou 11% do turismo mundial (seja inclusivo ou não).
         Ressalta­se,  porém,  que  a  estimativa  acima  envolve  apenas  as  pessoas  com
deficiencia.  Se  expandir  para  as  pessoas  que  não  possuem  deficiencia,  mas  viajam  com
esse  grupo,  pode­se  dizer  que  o  potencial  económico  gira  em  torno  de  US$24  bilhões  ou
30%  do  turismo  geral.  Como  vantagens,  este  segmento  de  clientes revela  preferência  pela
baixa  temporada,  boa  fidelidade  e  razoável  efeito  multiplicador,  pois  um  turista  com
deficiência dificilmente viaja sozinho (TRINDADE, 2004, p.75).
         Outro   estudo  realizado  pelo  Grupo  Keroul,  de  Quebec,  denominado  Study  on  the
behaviours  and  attitudes  of  people  with  a  physical  disability, with  respect  to  tourism,  culture
and  transportation  in  Québec7 .  O  estudo  procurou  descobrir  os  hábitos  desse  segment,
referente  a  restaurants,  hotéis,  teatros,  cinemas,  além  de  examiner  a  participação  em
celebrações  e  festas.  Entre  as  descobertas  destaca­se  que,  nas  suas  mais  recentes
viagens  a  Quebec,  esse  segmento  gastou  em  torno  de  US$175  milhões,  sendo  que  esse
mercado  rendeu,  apenas  à  cidade,  mais  de   US$1  bilhão.  Além  do  mais,  destaca­se  o
constante  crescimento  desse  segmento,  em  decorrência  do  envelhecimento  da  população,


6
  Informações retiradas do site http://travability.travel/papers/occasional_4.html#significence. Acesso em 07
de abril de 2012.
7
  “Estudo sobre os comportamentos e atitudes das pessoas com deficiencia, referente ao turismo, cultura e
transporte em Quebec”. Disponível em: http://www.keroul.qc.ca/en/. Acesso em: 07 de abril de 2012.

                                                           7
sendo  que  65%  da  amostra  tinham  mais  do  que  55  anos. As  principais  motivações  para  a
viagem  envolvem  negócios,  visita  a  famílias  e  amigos,  além  de  visitar  áreas  turísticas  e
atrações   culturais,  sendo  que  59%,  pelo  menos,  viajaram  uma  média  de  seis  viagens  ao
ano, normalmente acompanhados por familiares e amigos.
      Aproveitando­se  desse  mercado,  o  grupo Microtel Inns & Suites8  se propõe a seguir as
diretrizes  da   ADA  (Americans  with  Disabilities  Act),  assegurando  que  todos  os  seus  hotéis
tenham  quartos  acessíveis  para  todo  e qualquer tipo de deficiência. Porém, cientes de  que  a
barreira  atitudinal  é  uma  das  mais  complexas  a  serem  transpostas,  pois  estão  enraizadas
em  nossa  vida,  comunidade  e família,  o  grupo  oferece um  treinamento a todo funcionário de
cada  um  dos  seus  hotéis,  ensinando  como  ser  amigável  e  útil  às pessoas  com deficiência,
como  também  ensina  habilidades  de  atendimento  de  ordem  prática,  procedimentos
operacionais,  de  emergência  e  segurança.  Acredita­se  ser   esse  um  grande  exemplo  de
turismo  inclusivo,  já  que as  barreiras atitudinais  estão  tão  incorporadas  no  nosso  cotidiano,
por  meio  de  leis,  senso  comum,  que  apenas  quando  não  houver  mais  preconceitos,
estigmas,  estereótipos  e  discriminações,  como  resultado  de  programas  e  práticas  de
sensibilização  e  de  conscientização  das  pessoas  em  geral  e  da  convivência  na diversidade
humana que poderemos falar na quebra dessas barreiras.
      Outro   exemplo  a  ser  citado  e  seguido  é  o  da  cidade  de  Takayama  (Japão),
reconhecida  pelas  habilidades  da  população  em  carpintaria.  Em  decorrência  da  sua  alta
altitude  e  consequente  separação  de  outras  áreas  japonesas,  o  que  a  manteve  bem
afastada   de  influências,  a  cidade  desenvolveu  a  sua  própria  cultura,  fato  presente  na
Declaração  de Takayama para o  Desenvolvimento  de uma Comunidade para Todos na Ásia
e  Pacífico9 .  Nesse  documento,  afirma­se  o  principio  “nothing  about  us  without us”, ou  seja,
“nada  sobre  nós  sem  nós”,  ao  destacar  a  importância  da   participação  de  pessoas  com
deficiência,  idosos  e  famílias  no  processo  de  desenvolvimento  de  políticas,  implantação,
monitoramento e avaliação das práticas inclusivas.
      Destaca­se  também  o Scandic Victoria Tower, um hotel de 34 andares em Estocolmo,
que  demonstrou  que  é possível  oferecer  quartos adaptados em andares mais altos, já que o
tradicional  é  elaborá­los  no  térreo,  apenas  com   a  ajuda  de  elevadores  que  permitam  a
cadeirantes  uma  fácil  evacuação  em  caso de incêndios. Junto com a supervisão de Magnus


8
 Para maiores detalhes, consultar o site: http://www.microtelinn.com/
9
 Disponível em: http://www.accessibletourism.org/resources/takayama_declaration_top-e-fin_171209.pdf.
Acesso em 03 de abril de 2012.

                                                       8
Berglund,  que  desde  de  2003,  tornou­se o Embaixador da Acessibilidade e que, em 2012, foi
indicado  como  uma  das  principais  pessoas  na  luta  pela  inclusão  na  Suécia,  o  hotel
desenvolveu  um  check­list  com  mais  de  cem  exigências,  implantados   em  um  período  de
três  meses.  Após  somente um ano de implantação, eles já perceberam um aumento na taxa
de  ocupação  apenas  pela  facilidade,  compreensão  e  acessibilidade  dos  seus  quartos  e
áreas sociais.
       O  grupo  Hoteleiro  ITC,  especializado  em  Hoteis  de  Luxo  na   Índia,  estabeleceu  e
acredita  que  as  pessoas  com  deficiencia  podem  contribuir  com  o  trabalho  e  com  a
receptividade  de  toda  e  qualquer  pessoa.  Ao  empregar  pessoas  que  apresentam  alguma
limitação,  outros  funcionarios  começaram  a  mudar  suas  atitudes  e  receptividade  para  o
“diferente”.   Os  hóspedes  que  lá  se  hospedam,   tanto  os  com  alguma  deficiencia  ou  sem
nenhuma   limitação,  sentem  uma  maior  e  melhor  receptividade  e  atenção  dos  funcionarios.
Para  maiores  detalhes  em  relação  a  esse  grupo  hoteleiro,  contactamos  Niranjan  Khatri,
responsável  pela  iniciativa  em debater  a  inclusão  dentro  do  mercado  da hospitalidade. Além
do  óbvio  benefício  financeiro  dos novos contratados, e do valor publicitário que acompanha a
ação,  também  confirma  aos  hóspedes  a  seriedade  com  que  o  tema  “inclusão”  é
considerado  pelo  grupo  ITC.  Segundo  relato  obtido,  as  ações  internas  só  foram  realizadas
após  a  contratação  de  pessoas  com  deficiencia,  sendo  que  no  início  eles  não  sabiam nada
desse  segmento.  Para  iniciar  essa ação  inclusiva,  foi  decidido que pequenos pilotos seriam
adotados  em  diferentes  locações  do  grupo  hoteleiro  em  questão.  Simultaneamente,   um
treinamento  foi  realizado  com  os  demais  funcionarios  com  o  objetivo  de sensibilização para
que eles pudessem se tornar um apoio no processo de integração.
       Para tal, a crença disseminada é que a empatía nos negocios é construída diretamente
com  os  hóspedes,  tornando como  principal  desafio,  “to  shift this attribute to the basement of
the pyramid as the sector is mired in sympathy leading to no large outcomes &
we  decided  to  discard  sympathy  and  deploy  empathy 10 ”.  Prosseguindo  com  as  ações,
identificaram­se  as  principais  vagas  que  poderiam  receber  pessoas  com  deficiencia,  sendo
que  eles  precisavam  ser  seguros, fáceis  de  se  aprenderem e  que pudessem ser realizados
internamente,  podendo­se  citar  como  exemplos,  porteiros,  área  de  reservas,  vendas  e
marketing,  salão  de beleza,  entre  outros.  Após  finalizarmos  as  principais questões, pode­se
definir  que  o  destaca  ao  grupo  ITC  perpassa  pelo fato de que eles, deliberamente, adotaram


10
  Tradução Livre: Para mudar este atributo para a base da pirámide, como o setor esta atrelado à simpatía,
nós decidimos descartar a simpatía e implantar a empatía.

                                                           9
um  sistema   para   facilitar  a  inclusão  por  intermédio  de  sua  cultura  corporativa,  e  que
assumiram  como  missão   disseminar  essa  conceito  ela  borando  livros  que  possam  guiar
outras  ações  de  outros  empreendimentos  (concorrentes  ou   não)11 ,  e,  finalmente,  eles
substituíram a pena pela empatía como valor corporativo.
         No  Brasil,  podemos citar  como exemplo  o Novotel  Jaraguá,  sob  então gerencia do Sr.
Carlos  Bernardo,  que  realizou  um treinamento  com  todos  os  seus  funcionarios sobre como
atender  e  se  preparar  para  as  particularidades   de  atendimento  que  envolvem  um  hóspede
com  deficiencia.  Já  em  relação  à  ciudades,  Balneário  Camboriú  deu  os  primeiros  passos
com  a  construção  de  rampas  e  adequação  de  calçadas,  porém  com  um  longo  caminho
ainda  a  ser  percorrido.  Não  poderíamos  deixar  de  citar  Socorro,  considerada  um  dos
maiores  exemplos  de turismo acessível em territorio nacional, que conseguiu unir o mercado
de  aventuras  com  a  inclusão  social  de  todo   estilo   de  turista.  Marta  Gil,  uma  socióloga  e
miliante  pela  inclusão,  ainda  destaca  Porto  de  Galinhas,  com  jangada  acessível,  jet  ski  e
demais  esportes,  além de  profissionais preparados  para  o atendimento específico, tanto nas
pousadas,  como  também  nos  diversos  passeios  oferecidos.  A  mesma  autora  destaca
Maceió,  com  o  Projeto  Jangada Acessível, desenvolvida pelo arquiteto Jorge Luiz, permitindo
o  acesso  de pessoas  com  deficiencia,  de  idosos,  além  de famílias com crianças pequenas,
com a utilização de uma esteira que leva até a faixa de areia mais dura.
         Nessa   busca   de  cenários  que  pudessem  se  qualificar  como  exemplos  de  inclusão
social,  consideramos  que  as  ações  realizadas  pela  ADA  e pelo ACAA12  nos Estados Unidos
poderão  se  tornar  um  dos  principais  marcos  de 2012.. Durante o check in, é oferecida ajuda
com  a  bagagem,  geral  e  a  de  mão,  como  também  é  oferecido  a  uma  diversidade  de
funcionarios  um  treinamento  para  que  eles  estejam  aptos  a  entrevistar  passageiros  que
apresentem  algum  tipo  de  limitação  com  o  objetivo   de  determinar  a  gravidade  dessa
limitação e a necessidade de alguma assistência específica, se solicitado.
         Além  disso,  durante  o  vôo,  a  legislação  permite  que  passageiros  carreguem
equipamentos  médicos  ou  cão  guía  para  apoio  e  conforto  da  pessoa.  Certos  lugares  ao
longo  do  corredor  possuem  braços  que  podem  ser  levantadas  para  facilitar  a  entrada  de
cadeiras  de  rodas  (infelizmente  ainda  há  um  ponto  a  ser  modificado,  pois  apesar  das

11
  Physical Accessibility Manual. Disponível em:
http://www.slideshare.net/srains/hotel-accessibility-manual-by-itc-india e Disability Handbook for Industry.
Disponível em: http://www.itcportal.com/pdf/Welcomgroup-Disability-Handbook-for-Industry.pdf

12
     ADA: Americans with Disabilities; ACAA: Air Carriers Access Act.

                                                              10
pessoas  com  deficiencia  terem  o  direito de serem os primeiros  a embarcar, são  também os
últimos  a  desembarcar  pela  necessidade  de  apoio  durante  essa  etapa).  Posteriormente,  se
a  pessoa  quiser  alugar  um  carro,  as  operadoras  são  obrigadas  a  fornecer  opções  de
condução  manual,  enquanto  postos  de gasolina com mais de um empregado devem prestar
assistência a esses motoristas.
      Após  esses  breves  relatos, podemos  afirmar  que  escolhas  arquitetônicas e de design
valorizam  o  espaço e, ao mesmo tempo, tem a capacidade de ensinar. Uma simples rampa,
construída  de  maneira  adequada,  em  um  hotel,  relembra  um  hóspede  e  um  funcionario  de
que a área do turismo valoriza todo e qualquer consumidor, e que por isso, todos merecem o
melhor  atendimento  possível.  Não  podemos,  ainda,  citar  e   apontar  um  exemplo  que
contemple  todos  os  aspectos  da  inclusão  das  pessoas com  deficiencia  no  turismo. Porém,
os  casos  citados acima são  exemplos  de  que  esse  segmento  não  mais  precisa  ser  visto e
interpretado  com  dó  e  com  asistencialismo,  mas  sim  visto  como  um  mercado  a  ser
explorado.


Conclusões


       Apesar   de  crescente,  o  acesso  das  pessoas  com  deficiência   ao  turismo  ainda  é
pequeno.  Primeiro,  pela  dificuldade  de  a  pessoa  com  deficiência  e  a  sociedade,  incluindo
aqui  os  familiares,  lidarem  com  essas  diferenças;  e,  segundo,  pela  falta  de  acessibilidade
das cidades, atrativos turísticos, meios de hospedagem e setores de alimentação e aviação.
       Contudo,  isso não significa  que  esse  mercado deva ser ignorado. Faz­se necessário
compreender  esse  mercado  e  as pessoas  com  deficiência,  já  que a  demanda  por  serviços
de  turismo  adaptados  cresce  proporcionalmente  ao  aumento  da  expectativa  de  vida  e  das
ocorrências   de  trauma,  como  já  se  percebe  em  países   desenvolvidos,  como  Estados
Unidos,  Alemanha, Canadá e Japão (estudos europeus já demonstram preocupação com  os
baby   boomers  e  o  acesso  ao  lazer).  Nesse  sentido,   recomenda­se  que  novos  estudos
abordem  os  benefícios  obtidos  pelos  familiares  e  pessoas  mais  próximas  ao  deficiente
quando este se torna mais independente e passa a viajar.
       Como acelerar a evolução desse mercado?
       É  preciso  provocar  uma  mudança  na  atitude  das   pessoas,   a  qual  perpassa  pela
educação,  desde  o  nível  básico  até  o  superior,  englobando  os  profissionais  direta  e
indiretamente  envolvidos no setor de turismo. Esse mercado  deve ser pesquisado, analisado

                                                    11
e  estudado,  obtendo­se,  com  isso,  um  perfil  do  consumidor  e   o  produto  turístico  que  ele
busca.  Faz­se necessário, ainda, pressionar os órgãos públicos e o sistema judiciário para a
aplicação  das  diversas  leis  já  existentes,  auxiliando  o  ingresso  no mercado  de  trabalho  de
pessoas com deficiência, seja ela física, visual, auditiva ou mental.
       Prioritariamente,  é  ideal  não  confundir  a  busca  de  reconhecimento  dos  direitos  dos
deficientes  com  vistas  à  melhora  de  qualidade  de  vida  com  mero  assistencialismo.  Diante
dessa  situação,  acredita­se  ser  importante  que  novos  estudos  analisem  os  benefícios
previdenciários  disponíveis,  além  de  uma  possível  obrigatoriedade  de  participarem  das
atividades   escolares;  como  garantir  que  as  empresas  não  contratem  simplesmente  a
pessoa  com  deficiência,  mas  também  a  qualifique  quanto  ao  seu  potencial  de  trabalho,
permitindo  melhor  rendimento,  maior satisfação  pessoal,  a  entrada  da  mesma  no  mercado
consumidor e reduzindo, naturalmente, as barreiras atitudinais.
       Já  que  o  tratamento  ao  deficiente  deve  ser  distante  do  assistencialismo,  deve­se
compreender  que  o  turismo  inclusivo  é  um  negócio  como  qualquer  outro.  A  pessoa  com
deficiência  é  um  cliente  e,  como  tal,  deve  ser  bem  atendido.  Isso  deve  ser  percebido  pela
sociedade, pois  esse  nicho de  mercado  tem  grande  potencial  de  crescimento,  devendo  ser
mais  bem  trabalhado.  Os  lucros  virão,  mas  investimentos  têm  que  ser  realizados,
especialmente  em  adaptação  arquitetônica,  educação  profissional,  adequação  de
equipamentos e esforços de marketing.




Referências (Normas APA)




                                                    12

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Turismo Inclusivo: casos práticos que promovem a acessibilidade

  • 1. Eixo 10 – Outros Temas Aprendendo pelos exemplos: casos práticos de Turismo Inclusivo Bruna de Castro Mendes1 Scott Rains2 Resumo:  O  texto  deve  ter entre dez e doze linhas, escrito em fonte  Arial, tamanho 10 e com entrelinhas  simples.  O  resumo  deve  ter  uma  extensão  mínima  de  100  e  máxima  de  150 palavras.  No  texto,  é  necessário  explicitar  o  objeto  de  estudo,  objetivos,  metodologia  e  os principais resultados da pesquisa. Palavras­chave: Turismo Acessível. Pessoas com deficiência. Mercado. Introdução Nas  cidades  e  na  vida  urbana,  as  relações  deixam  de  ser  naturais para se tornarem sociais,  surgindo o  conceito  de  indivíduo,  que  passa  a viver de forma mais autônoma e livre, conforme  destaca  Ross  (2006).  Contudo,  isso  apenas  ocorre  se  esse indivíduo  pertencer e cumprir  às regras estabelecidas pelo estereótipo de “ser normal”. Porém,  pergunta­se: o que significa e representa essa normalidade, defendida por uma assim conceituada maioria? Em   primeiro  lugar,  é   preciso  compreender  que  a  sociedade  caracteriza­se  por definições   pautadas  por  conceitos  de  produtividade,  segundo  os  quais  aquele  indivíduo que não  cumprir  com  o  esperado  (seja  em produção,  seja  em métodos de elaboração) é taxado por  determinados termos  que  marcam essa  diferenciação:  ou  ele  é  burro  ou é gênio; ou ele é normal ou é anormal; entre outros. Em   segundo  lugar,  destaca­se  o  fato  de  que  o  “diferente”  assusta  e  por  isso  as pessoas  tentam  controlar,  da  melhor  maneira  possível,  as  suas  rotinas,  os seus esquemas de  trabalho e as suas amizades e áreas de  convívio  social. Dessa maneira, as comunidades costumam  ter  regras  implícitas  que  podem segregar ou não  indivíduos que não pertençam a um  ideal   estabelecido,  tornando  os  que  estão  fora  das  normas,  muitas  vezes,  pessoas estigmatizadas.  Ribas  (2003)  acredita  que  sejam  essas   diferenças  sociais valorativas  que 1   Mestre  em  Hospitalidade   e  Professor  no  Centro  Universitário  Nossa  Senhora  do   Patrocínio.  E­mail: mendesbruna@hotmail.com 2  Consultor de Turismo Inclusivo, no Brasil e no mundo. E­mail: srains@oco.net 1
  • 2. podem  determinar  que  as  pessoas  deficientes  não  sejam  capazes  de conviver  com  outros indivíduos,  fabricando  mecanismos  de  exclusão.  Contudo,  estamos  inseridos  em  relações sociais  e  dependemos  delas  para  o  desenvolvimento  social.  Ao  isolarmos  grupos  sociais que  não  pertençam  ao  que  a  maioria  considera  o   ideal  de  produtividade  e  convivência, negamos essa inter­relação entre o homem e a sociedade. Nesse   sentido,  não  se  pode  esquecer  que  quando  se  pensa  em  diversidade, pensa­se  em   uma  minoria,  excluída  e  isolada  de   todo  e  qualquer  convívio  social,  porém Guijarro  (1998)  reforça  que  falar em  diversidade  é  falar  do  coletivo,  que  traz  em  seu  interior as  diferenças  habituais  (grifo  nosso).  Ao  debater  a  relação  dos  direitos  e  deveres  de  cada pessoa  na  sociedade,  aborda­se,  obrigatoriamente,  o  conceito  de  cidadania  dos  grupos conhecidos  como  minorias.  Tratando­se  especificamente  das  pessoas  com  deficiência,  o artigo   3º  da  Declaração  dos  Direitos  das  Pessoas  Portadoras  de  Deficiência  diz  que  as pessoas  deficientes  têm  o  direito  inerente  ao  respeito  por  sua  dignidade  humana;  qualquer que  seja   a  origem,  a  natureza  e  gravidade  de   suas  deficiências,  têm  os  mesmos  direitos fundamentais  que  seus  concidadãos  da  mesma  idade,  que  implicam  antes  de  tudo,  no direito de desfrutar de uma vida decente, tão normal e plena quanto possível. A  Convenção  Interamericana  para  a  Eliminação  de  todas  as  Formas  de Discriminação  contra  Pessoas  Portadoras  de  Deficiência,  mais  conhecida  como  a Convenção  de Guatemala,  ocorrida  em  28  de  maio  de  1999,  enfatiza  ainda que  as pessoas com  deficiência  têm  o  direito  de  não  serem  submetidas   à  discriminação   com  base  na deficiência,  emanando  a  dignidade  e  a  igualdade  que  são  inerentes  a  todo   ser  humano (BRASIL, 2006a). Todos  esses  conceitos  expostos  preconizam  o  debate  da  inclusão  social,  que representa  um  dos  diversos movimentos  sociais  que  consideram  a liberdade pessoal como um direito universal, independentemente  de raça,  sexo, aparência física, sendo que,  segundo Castells  (1983 apud KAUCHAKJE, 2003, p.68), esses movimentos sociais são considerados os  principais  protagonistas  na  formulação  e  na  demanda  por  direitos.  Portanto,  falar  em cidadania  das  pessoas  com  deficiência  envolve,  obrigatoriamente,  falar  da  inclusão  social desse segmento e da qualidade de vida. Contudo,  possibilitar  que  pessoas  com deficiência convivam com  os diversos grupos sociais  e  que  a  discriminação  seja  atenuada  exige  um  tempo  prolongado  de  espera.   Ao comentar  sobre  mudanças  sociais,  Krippendorf  (1989,  p.152)  ressalta que “a mudança só é efetiva  quando  se  galgam  todas  as  etapas,  sendo  que  ela  não  pode  ser  forçada,  e  sim  no 2
  • 3. máximo   encorajada”.  Em  busca  desse  encorajamento  é  que  se  discutem  conceitos  de inclusão social, buscando­se uma transformação da sociedade. O resultado dessa alteração não  é  imediato,  mas é preciso permitir que cada deficiente possa controlar a sua vida, e “dar orientação básica a seus impulsos” (OLIVEIRA, 1993, p.12). Enfatiza­se  ser  necessário  o  conhecimento  das  diferenças   para  garantir  a concretização   do  processo  de  inclusão,  pois,  conforme  afirma  Fávero  (2004),  apenas  o tratamento  diferenciado  é  que  irá  promover  a  igualdade,  respeitando  as  diferenças  e  as capacidades  de  cada  pessoa.  Apenas  a  convivência  garante  a  formação  completa  do  ser humano,  pois,  segundo Oliveira  (1993,  p.13),  “o  homem  só  se faz no mundo através de sua ação, sendo que sua dignidade consiste fundamentalmente na liberdade de decisão”. Conquistar,  disseminar  o  respeito  e  não  erguer  barreiras  diante  das  diferenças implica  construir  uma  atmosfera  inclusiva.  Acredita­se,  diante  disso,  que  é  por  meio  da disseminação  da  informação  e  de  exemplos  inclusivos  que  poderemos  demonstrar  para  a sociedade  que  a  convivência  integral  de  todo  e   qualquer  ser  humano  pode  se  tornar  uma realidade  e  não  mais  um debate  meramente  utópico.  Nesse  sentido  é  que  o presente artigo expõe  exemplos  de  estabelecimentos  e  cidades   que  caminham  no  processo  de  inclusão social.   Reforça­se  o  fato  de  que  todo  esse  levantamento  ocorreu  pelas  experiências  dos autores,  que  lutam  pela  inclusão  ao  turismo  de  toda  e  qualquer  pessoa,  independente  de suas  características  particulares.  Para  tanto,  caracteriza­se  a  pesquisa  como exploratória, utilizando­se  do  levantamento bibliográfico, experiências empíricas (e por isso a utilização de escrita  mais  pessoal)  e  debates  no  mundo  académico  para a elaboração da mesma. Como complemento,  utilizou­se  de  uma rede  de  contatos  internacionais,  recebendo  sugestões  de pessoas  da Ìndia,  Suècia,  Estados  Unidos  e  outras localidades, além de indicações de sites e entidades que estudam e pesquisam o tema da inclusão no turismo. Parte 1. Turismo para Pessoas com Deficiência Para  diversos  autores que trabalham com o tema da deficiência, como Ribas (2003), Amaral   (1995),  Werneck  (1997) e  Silva  e  Bóia  (2006),  além  das  barreiras  físicas,  a  falta de informação  aliada  à “subinformação” (conceitos errôneos  disseminados pela sociedade) são os  principais  entraves  para  a  inclusão social das pessoas  com deficiência, pois a ignorância sobre  o  assunto  acarreta  preconceito  –  e,  a  partir  deste,  se  formam  os  estereótipos que se tornam presentes na cultura e originam estigmas. 3
  • 4. Percebem­se,  assim,  poucas  ações  efetivas  que  auxiliam  na  quebra  de  paradigma, ocorrendo   apenas  um  cumprimento  forçado  das   leis,  sem   a  mudança  de  comportamento necessária   para  a  efetivação  do  processo  de   inclusão   social.  Para  uma  mudança  cultural em  relação  ao  tratamento  destinado  às  pessoas  deficientes,  que  resulte  em  uma acessibilidade  plena,  é  preciso  mais  do  que  simplesmente  garantir a  ocupação  do  espaço físico. É preciso envolver toda a sociedade nessa complicada conquista. Aproveitando­se  desses  conceitos,  e  delimitando  a  análise  no  campo  das  atividades turísticas,  percebe­se  que  é  durante  essa  prática  que  as  pessoas  interagem com  os  mais diversos  públicos,  inclusive com  aqueles que não  pertenceriam ao seu ciclo habitual de uma convivência  marcada  pela  “normalidade”.  Ao  contemplar  essa  relação,  nota­se  a preocupação  com  o  bem­estar  do  outro,  com  a  recepção,   com  o  atendimento  das necesidades,  em  suma,  nota­se,  poder­se­ia  notar  um  olhar   marcado  pela  hospitalidade, mas o que se encontra é a inospitalidade. Para  que  possamos  falar  de  um  turismo  hospitaleiro,  marcado  pelos  conceitos  da hospitalidade, é  preciso nos preocuparmos não só com  a melhoria do serviço prestado, mas também  com   o  conforto  e  o  bem­estar  dos  clientes  em  relação  à  infra­estrutura  e  aos equipamentos  (TRINDADE,  2004, p.74).  Conhecer  o seu  público e adequar os serviços para que  todas  as  necessidades  sejam  atendidas  são  iniciativas primordiais  para  que  o  turismo contribua para a inclusão social das pessoas com deficiência. Segundo  o  Programa  de  Ação  Mundial  das  Nações  Unidas,  “as  autoridades  de turismo,  agências  de  viagens,  organizações  voluntárias  e  outras  envolvidas na  organização de  atividades  recreativas ou oportunidades de viagem devem oferecer seus serviços a todos e não discriminar as pessoas com deficiência” (SASSAKI, 2003, p.20). Pessoas   com  deficiência  almejam  um  tratamento  idêntico  ao  destinado  às  demais pessoas  em  recintos  comuns  e  em  atividades  diversas,  como  a   turística.  Acresce­se apenas  a  necessidade  de  algumas  adaptações,  respeitando  as  capacidades  e possibilidades  individuais.  Com  o  objetivo  de  garantir  o acesso ao turismo, algumas atitudes devem  ser  tomadas.  Segundo Muller  (2003,  p.68),  o  “turismo  deve, além  de  se tornar  mais eficiente  e  melhorar  sua  qualidade,  ser  mais  autêntico  e   mais  humano”.  É  apenas considerando  o  outro  em  sua  plenitude   que   o  turismo  poderá  auxiliar  no  processo  de inclusão. A  contribuição  do  turismo  é  possibilitar  que  as  pessoas  com  deficiência  conheçam suas  capacidades  e  desenvolvam  suas  habilidades  de  maneira  prazerosa,  em contato com 4
  • 5. ambientes  diversos  e  pessoas  fora  do  seu  círculo  habitual;  é  ajudá­las  a  compreender melhor  aquilo  que  desejam e  necessitam,  com  vistas  a  um  aumento  na  qualidade de vida e maior   participação  como  cidadãs;  em  suma,  é  fazer  com  que  elas  migrem  do  papel  de coadjuvantes para o de protagonistas. Nesse   sentido,  define­se  turismo  inclusivo  como  "the  application  of   the  seven principles  of  Universal  Design  to the  products,  services,  and  policies  of  the tourism industry at  all  stages of their lifecycle from conception to retirement and introduction of a replacement3 ",  complementado  pelo  conceito  de  que  esse  é  o  turismo  “  that  is accessible to  all  people, with  disabilities  or  not,  including  those  with  mobility,  hearing,  sight,  cognitive,  or intellectual and psychosocial disabilities, older persons and those with temporary disabilities4 ”. Os  principios  do  Desenho  Universal  foram  criados  durante  a  era dos direitos civis nos Estados  Unidos  e  formalizados  em  1997,  representando  as  principais  demandas  para  o proceso  de  incluso  social,  seja  no  ámbito  do  trabalho,  do  lazer,  do turismo  e  demais áreas. De  qualquer  maneira,  nós  enfatizamos  que  o  desenho  universal  é  uma  aproximação  do ideal, e não uma lista única de soluções, de medidas ou de produtos predefinidos. Os  princípios  envolvidos  são  a  Equiparação  nas  posibilidades  de  uso,  reforçando  a flexibilidade  em  sua  utilização,  para  atender  a  uma   ampla  demanda  de  indivíduos, preferencias   e  habilidades.  Debe­se  contemplar,  também,  o  uso  Simples  e  Intuitivo, permitindo  que  qualquer  pessoa,  independente  da  experiênca,  nível  de   formação, conhecimento, possa usar o produto ou serviço em questão. A captação de informação deve ser  avaliado,  comunicando  eficazmente  ao  usuário  as  informações  necessárias, ocorrendo tolerancia  ao  erro, sendo  esse  o quinto conceito, já que o desing minimiza o erro, mas não o previne  totalmente.  O  mínimo  esforço físico debe ser considerado,  seguido pela Dimensão e espaço para uso e interação, independente do tamanho, postura, ou mobilidade da pessoa5 . Acredita­se  que  o  Design  Universal  debe  ser  contemplado   em  toda  e  qualquer decisão.  Apenas  a  partir  disso  é  que  poderemos  pressupor  que  a  Hospitalidade,  turismo  e 3 Tradução livre: “A aplicação dos sete principios do Design Universal para productos, serviços e políticas da industria do turismo para todos os estágios do seu ciclo de vida, desde a sua concepção até a reforma, e a introdução de um substituto”. Disponível em: http://www.livestream.com/PoloITHandicap. Acesso em 03 abr.2012. 4 Tradução livre: “atividade acessível a toda e qualquer pessoa, com deficiencias ou não, incluindo aqueles com dificuldades de mobilidade, escuta, visão, cognitivas ou intelectuais, pessoas idosas, ou aqueles com deficiencia temporária”. Disponível em: http://www.accessibletourism.org/resources/takayama_declaration_top-e-fin_171209.pdf. 5 Escrito por Scott Rains, sendo o documento completo disponível em: acessobrasil.org.br/index.php?itemid=42 5
  • 6. incluso,  conceitos  que  devem  nortear  um  trabalho,  uma  mudança  de  paradigma,  afinal,  a hospitalidade  pode  ser  entendida   como  um  meio   de  criar  e  consolidar  relacionamentos;  o turismo,  uma   das  atividades  pelas  quais  os  relacionamentos  se  fortalecem;  e  a  inclusão, uma  meta   direcionadora  desse  envolvimento.  Se  bem  estruturado  e  pesquisado,  o  turismo poderá  se   tornar  o  mecanismo  da  disseminação  da  sociabilidade  e  da  inclusão  social, baseado nos preceitos da hospitalidade. Parte 2. Aprendendo pelos Exemplos Quando  inicia­se  a  discussão  ou  debate  acerca  de  turismo  inclusivo, não é  incomum escutarmos   que  tudo  não  passa  de  conceitos  utópicos,  sem  aplicabilidade  e  interesse  ao profissional da área, pois não gera lucratividade. Segundo Butler e Jones (2003), a população com  deficiência  raramente aparece em estimativas ou previsões  como um grupo específico, apesar  de   ser  um  grupo  grande  e  que  tende  a   crescer  com  o  aumento  da  expectativa  de vida,  além  de  viajarem  com  mais  freqüência.  Para  Trindade  (2004,  p.74),  a  pessoa  com deficiência  é  vista  como  doente,  sem  necessidade  de  fazer  turismo;  visão  que  inibiu  as oportunidades  e  os direitos desse segmento  e afetou a qualidade do turismo, que passa pela adaptação e acessibilidade dos serviços existentes. Para  Buhalis  e  Eichhorn  (2005), a demanda por  acessibilidade no continente europeu é  de  mais  de  127  milhões  de  pessoas,  sendo  que  89  milhões  delas  representam  um potencial  mercado  de  consumo  de  produtos  turísticos;  se  multiplicarmos  esse número  por 0,5,  referente  a  amigos  e  familiares,  chegamos  a  um  total  de  134  milhões de  pessoas com potencial de consumo para viagens adaptadas na Europa. Em   estudo   realizado  na  Alemanha,  segundo  Neumann  (2005),  as  pessoas  com limitações  representam  um  potencial  de  consumo  considerável.  A  intensidade  de  viagem desse  segmento  é  de  54,3%,  o  que  equivale  a 3,64 milhões de indivíduos com restrições de mobilidade.  Já  nos  Estados  Unidos,  de  acordo  com  Zografopoulos  (2005),  pessoas  com deficiência  gastam  U$13,6  milhões  com  turismo  todo  ano,  e  quase  70%  dos  adultos  com deficiência  viajaram pelo  menos  uma  vez  nos últimos dois anos. O estudo americano revela ainda  que, dentro desses 70%, há um subgrupo, que representa 20%, que viaja, pelo menos, seis vezes a cada dois anos. Em  2011,  a  Organização  Mundial  da  Saúde  e  o Banco Mundial divulgaram o primeiro resultado  de  um  estudo  global  acerca  da  deficiencia,  estimando  que  cerca  de  um  bilhão  de pessoas  sofrem  algum tipo  de  restrição,  sendo  que  o  estudo  reforça também que a maioria 6
  • 7. das  pesquisas  para  nesse  tipo  de  informação.  Buscando  ir  além  e  englobar  os  conceitos económicos  e  de  consumo  dessa  parcela  da  população,  em  uma  pesquisa  realizada  por Simon   Darcy  (Austrália),  sugere  que  se  deve  considerar  que   uma  pessoa  com  deficiencia raramente  viaja  sozinha,  pois,  na maioria das vezes, está  acompanhada de famílias, amigos ou  colegas  de  trabalho.  Portanto,  após  suas   pesquisas,  o estudioso  sugere  multiplicar  por três  os  efeitos  económicos  de  uma  única  pessoa  com   deficiencia  viajando,  tornando  ese mercado  muito  interesante  para  se  investir6 .  Ainda  segundo  o  estudo  australiano supracitado,  os  dados  mais  recentes  demonstram  que  cerca  de  88%  das  pessoas  com deficiencia  tiram  férias  todos os  anos;  o  tamanho  médio  do  grupo  desse segmento é de 2,8 pessoas  para  uma  viagem  doméstica  de  um  pernoite   e  de   3,4  pessoas  para  um  dia  de viagem;   cada  vez  mais  se  quebra  a  imagen  de  que  ese  segmento  não  se  expande  em decorrência  das baixas  condições  económicas,  sendo  esse pressupsoto falso já que há um nicho  muito  interesante  a ser explorado nesse grupo; eles viajam e consomem das mesmas maneiras  que  a  população  geral;  o  crescimento  do  turismo  desse  grupo  equivale  a  US$8 bilhões por ano ou 11% do turismo mundial (seja inclusivo ou não). Ressalta­se,  porém,  que  a  estimativa  acima  envolve  apenas  as  pessoas  com deficiencia.  Se  expandir  para  as  pessoas  que  não  possuem  deficiencia,  mas  viajam  com esse  grupo,  pode­se  dizer  que  o  potencial  económico  gira  em  torno  de  US$24  bilhões  ou 30%  do  turismo  geral.  Como  vantagens,  este  segmento  de  clientes revela  preferência  pela baixa  temporada,  boa  fidelidade  e  razoável  efeito  multiplicador,  pois  um  turista  com deficiência dificilmente viaja sozinho (TRINDADE, 2004, p.75). Outro   estudo  realizado  pelo  Grupo  Keroul,  de  Quebec,  denominado  Study  on  the behaviours  and  attitudes  of  people  with  a  physical  disability, with  respect  to  tourism,  culture and  transportation  in  Québec7 .  O  estudo  procurou  descobrir  os  hábitos  desse  segment, referente  a  restaurants,  hotéis,  teatros,  cinemas,  além  de  examiner  a  participação  em celebrações  e  festas.  Entre  as  descobertas  destaca­se  que,  nas  suas  mais  recentes viagens  a  Quebec,  esse  segmento  gastou  em  torno  de  US$175  milhões,  sendo  que  esse mercado  rendeu,  apenas  à  cidade,  mais  de   US$1  bilhão.  Além  do  mais,  destaca­se  o constante  crescimento  desse  segmento,  em  decorrência  do  envelhecimento  da  população, 6 Informações retiradas do site http://travability.travel/papers/occasional_4.html#significence. Acesso em 07 de abril de 2012. 7 “Estudo sobre os comportamentos e atitudes das pessoas com deficiencia, referente ao turismo, cultura e transporte em Quebec”. Disponível em: http://www.keroul.qc.ca/en/. Acesso em: 07 de abril de 2012. 7
  • 8. sendo  que  65%  da  amostra  tinham  mais  do  que  55  anos. As  principais  motivações  para  a viagem  envolvem  negócios,  visita  a  famílias  e  amigos,  além  de  visitar  áreas  turísticas  e atrações   culturais,  sendo  que  59%,  pelo  menos,  viajaram  uma  média  de  seis  viagens  ao ano, normalmente acompanhados por familiares e amigos. Aproveitando­se  desse  mercado,  o  grupo Microtel Inns & Suites8  se propõe a seguir as diretrizes  da   ADA  (Americans  with  Disabilities  Act),  assegurando  que  todos  os  seus  hotéis tenham  quartos  acessíveis  para  todo  e qualquer tipo de deficiência. Porém, cientes de  que  a barreira  atitudinal  é  uma  das  mais  complexas  a  serem  transpostas,  pois  estão  enraizadas em  nossa  vida,  comunidade  e família,  o  grupo  oferece um  treinamento a todo funcionário de cada  um  dos  seus  hotéis,  ensinando  como  ser  amigável  e  útil  às pessoas  com deficiência, como  também  ensina  habilidades  de  atendimento  de  ordem  prática,  procedimentos operacionais,  de  emergência  e  segurança.  Acredita­se  ser   esse  um  grande  exemplo  de turismo  inclusivo,  já  que as  barreiras atitudinais  estão  tão  incorporadas  no  nosso  cotidiano, por  meio  de  leis,  senso  comum,  que  apenas  quando  não  houver  mais  preconceitos, estigmas,  estereótipos  e  discriminações,  como  resultado  de  programas  e  práticas  de sensibilização  e  de  conscientização  das  pessoas  em  geral  e  da  convivência  na diversidade humana que poderemos falar na quebra dessas barreiras. Outro   exemplo  a  ser  citado  e  seguido  é  o  da  cidade  de  Takayama  (Japão), reconhecida  pelas  habilidades  da  população  em  carpintaria.  Em  decorrência  da  sua  alta altitude  e  consequente  separação  de  outras  áreas  japonesas,  o  que  a  manteve  bem afastada   de  influências,  a  cidade  desenvolveu  a  sua  própria  cultura,  fato  presente  na Declaração  de Takayama para o  Desenvolvimento  de uma Comunidade para Todos na Ásia e  Pacífico9 .  Nesse  documento,  afirma­se  o  principio  “nothing  about  us  without us”, ou  seja, “nada  sobre  nós  sem  nós”,  ao  destacar  a  importância  da   participação  de  pessoas  com deficiência,  idosos  e  famílias  no  processo  de  desenvolvimento  de  políticas,  implantação, monitoramento e avaliação das práticas inclusivas. Destaca­se  também  o Scandic Victoria Tower, um hotel de 34 andares em Estocolmo, que  demonstrou  que  é possível  oferecer  quartos adaptados em andares mais altos, já que o tradicional  é  elaborá­los  no  térreo,  apenas  com   a  ajuda  de  elevadores  que  permitam  a cadeirantes  uma  fácil  evacuação  em  caso de incêndios. Junto com a supervisão de Magnus 8 Para maiores detalhes, consultar o site: http://www.microtelinn.com/ 9 Disponível em: http://www.accessibletourism.org/resources/takayama_declaration_top-e-fin_171209.pdf. Acesso em 03 de abril de 2012. 8
  • 9. Berglund,  que  desde  de  2003,  tornou­se o Embaixador da Acessibilidade e que, em 2012, foi indicado  como  uma  das  principais  pessoas  na  luta  pela  inclusão  na  Suécia,  o  hotel desenvolveu  um  check­list  com  mais  de  cem  exigências,  implantados   em  um  período  de três  meses.  Após  somente um ano de implantação, eles já perceberam um aumento na taxa de  ocupação  apenas  pela  facilidade,  compreensão  e  acessibilidade  dos  seus  quartos  e áreas sociais. O  grupo  Hoteleiro  ITC,  especializado  em  Hoteis  de  Luxo  na   Índia,  estabeleceu  e acredita  que  as  pessoas  com  deficiencia  podem  contribuir  com  o  trabalho  e  com  a receptividade  de  toda  e  qualquer  pessoa.  Ao  empregar  pessoas  que  apresentam  alguma limitação,  outros  funcionarios  começaram  a  mudar  suas  atitudes  e  receptividade  para  o “diferente”.   Os  hóspedes  que  lá  se  hospedam,   tanto  os  com  alguma  deficiencia  ou  sem nenhuma   limitação,  sentem  uma  maior  e  melhor  receptividade  e  atenção  dos  funcionarios. Para  maiores  detalhes  em  relação  a  esse  grupo  hoteleiro,  contactamos  Niranjan  Khatri, responsável  pela  iniciativa  em debater  a  inclusão  dentro  do  mercado  da hospitalidade. Além do  óbvio  benefício  financeiro  dos novos contratados, e do valor publicitário que acompanha a ação,  também  confirma  aos  hóspedes  a  seriedade  com  que  o  tema  “inclusão”  é considerado  pelo  grupo  ITC.  Segundo  relato  obtido,  as  ações  internas  só  foram  realizadas após  a  contratação  de  pessoas  com  deficiencia,  sendo  que  no  início  eles  não  sabiam nada desse  segmento.  Para  iniciar  essa ação  inclusiva,  foi  decidido que pequenos pilotos seriam adotados  em  diferentes  locações  do  grupo  hoteleiro  em  questão.  Simultaneamente,   um treinamento  foi  realizado  com  os  demais  funcionarios  com  o  objetivo  de sensibilização para que eles pudessem se tornar um apoio no processo de integração. Para tal, a crença disseminada é que a empatía nos negocios é construída diretamente com  os  hóspedes,  tornando como  principal  desafio,  “to  shift this attribute to the basement of the pyramid as the sector is mired in sympathy leading to no large outcomes & we  decided  to  discard  sympathy  and  deploy  empathy 10 ”.  Prosseguindo  com  as  ações, identificaram­se  as  principais  vagas  que  poderiam  receber  pessoas  com  deficiencia,  sendo que  eles  precisavam  ser  seguros, fáceis  de  se  aprenderem e  que pudessem ser realizados internamente,  podendo­se  citar  como  exemplos,  porteiros,  área  de  reservas,  vendas  e marketing,  salão  de beleza,  entre  outros.  Após  finalizarmos  as  principais questões, pode­se definir  que  o  destaca  ao  grupo  ITC  perpassa  pelo fato de que eles, deliberamente, adotaram 10 Tradução Livre: Para mudar este atributo para a base da pirámide, como o setor esta atrelado à simpatía, nós decidimos descartar a simpatía e implantar a empatía. 9
  • 10. um  sistema   para   facilitar  a  inclusão  por  intermédio  de  sua  cultura  corporativa,  e  que assumiram  como  missão   disseminar  essa  conceito  ela  borando  livros  que  possam  guiar outras  ações  de  outros  empreendimentos  (concorrentes  ou   não)11 ,  e,  finalmente,  eles substituíram a pena pela empatía como valor corporativo. No  Brasil,  podemos citar  como exemplo  o Novotel  Jaraguá,  sob  então gerencia do Sr. Carlos  Bernardo,  que  realizou  um treinamento  com  todos  os  seus  funcionarios sobre como atender  e  se  preparar  para  as  particularidades   de  atendimento  que  envolvem  um  hóspede com  deficiencia.  Já  em  relação  à  ciudades,  Balneário  Camboriú  deu  os  primeiros  passos com  a  construção  de  rampas  e  adequação  de  calçadas,  porém  com  um  longo  caminho ainda  a  ser  percorrido.  Não  poderíamos  deixar  de  citar  Socorro,  considerada  um  dos maiores  exemplos  de turismo acessível em territorio nacional, que conseguiu unir o mercado de  aventuras  com  a  inclusão  social  de  todo   estilo   de  turista.  Marta  Gil,  uma  socióloga  e miliante  pela  inclusão,  ainda  destaca  Porto  de  Galinhas,  com  jangada  acessível,  jet  ski  e demais  esportes,  além de  profissionais preparados  para  o atendimento específico, tanto nas pousadas,  como  também  nos  diversos  passeios  oferecidos.  A  mesma  autora  destaca Maceió,  com  o  Projeto  Jangada Acessível, desenvolvida pelo arquiteto Jorge Luiz, permitindo o  acesso  de pessoas  com  deficiencia,  de  idosos,  além  de famílias com crianças pequenas, com a utilização de uma esteira que leva até a faixa de areia mais dura. Nessa   busca   de  cenários  que  pudessem  se  qualificar  como  exemplos  de  inclusão social,  consideramos  que  as  ações  realizadas  pela  ADA  e pelo ACAA12  nos Estados Unidos poderão  se  tornar  um  dos  principais  marcos  de 2012.. Durante o check in, é oferecida ajuda com  a  bagagem,  geral  e  a  de  mão,  como  também  é  oferecido  a  uma  diversidade  de funcionarios  um  treinamento  para  que  eles  estejam  aptos  a  entrevistar  passageiros  que apresentem  algum  tipo  de  limitação  com  o  objetivo   de  determinar  a  gravidade  dessa limitação e a necessidade de alguma assistência específica, se solicitado. Além  disso,  durante  o  vôo,  a  legislação  permite  que  passageiros  carreguem equipamentos  médicos  ou  cão  guía  para  apoio  e  conforto  da  pessoa.  Certos  lugares  ao longo  do  corredor  possuem  braços  que  podem  ser  levantadas  para  facilitar  a  entrada  de cadeiras  de  rodas  (infelizmente  ainda  há  um  ponto  a  ser  modificado,  pois  apesar  das 11 Physical Accessibility Manual. Disponível em: http://www.slideshare.net/srains/hotel-accessibility-manual-by-itc-india e Disability Handbook for Industry. Disponível em: http://www.itcportal.com/pdf/Welcomgroup-Disability-Handbook-for-Industry.pdf 12 ADA: Americans with Disabilities; ACAA: Air Carriers Access Act. 10
  • 11. pessoas  com  deficiencia  terem  o  direito de serem os primeiros  a embarcar, são  também os últimos  a  desembarcar  pela  necessidade  de  apoio  durante  essa  etapa).  Posteriormente,  se a  pessoa  quiser  alugar  um  carro,  as  operadoras  são  obrigadas  a  fornecer  opções  de condução  manual,  enquanto  postos  de gasolina com mais de um empregado devem prestar assistência a esses motoristas. Após  esses  breves  relatos, podemos  afirmar  que  escolhas  arquitetônicas e de design valorizam  o  espaço e, ao mesmo tempo, tem a capacidade de ensinar. Uma simples rampa, construída  de  maneira  adequada,  em  um  hotel,  relembra  um  hóspede  e  um  funcionario  de que a área do turismo valoriza todo e qualquer consumidor, e que por isso, todos merecem o melhor  atendimento  possível.  Não  podemos,  ainda,  citar  e   apontar  um  exemplo  que contemple  todos  os  aspectos  da  inclusão  das  pessoas com  deficiencia  no  turismo. Porém, os  casos  citados acima são  exemplos  de  que  esse  segmento  não  mais  precisa  ser  visto e interpretado  com  dó  e  com  asistencialismo,  mas  sim  visto  como  um  mercado  a  ser explorado. Conclusões Apesar   de  crescente,  o  acesso  das  pessoas  com  deficiência   ao  turismo  ainda  é pequeno.  Primeiro,  pela  dificuldade  de  a  pessoa  com  deficiência  e  a  sociedade,  incluindo aqui  os  familiares,  lidarem  com  essas  diferenças;  e,  segundo,  pela  falta  de  acessibilidade das cidades, atrativos turísticos, meios de hospedagem e setores de alimentação e aviação. Contudo,  isso não significa  que  esse  mercado deva ser ignorado. Faz­se necessário compreender  esse  mercado  e  as pessoas  com  deficiência,  já  que a  demanda  por  serviços de  turismo  adaptados  cresce  proporcionalmente  ao  aumento  da  expectativa  de  vida  e  das ocorrências   de  trauma,  como  já  se  percebe  em  países   desenvolvidos,  como  Estados Unidos,  Alemanha, Canadá e Japão (estudos europeus já demonstram preocupação com  os baby   boomers  e  o  acesso  ao  lazer).  Nesse  sentido,   recomenda­se  que  novos  estudos abordem  os  benefícios  obtidos  pelos  familiares  e  pessoas  mais  próximas  ao  deficiente quando este se torna mais independente e passa a viajar. Como acelerar a evolução desse mercado? É  preciso  provocar  uma  mudança  na  atitude  das   pessoas,   a  qual  perpassa  pela educação,  desde  o  nível  básico  até  o  superior,  englobando  os  profissionais  direta  e indiretamente  envolvidos no setor de turismo. Esse mercado  deve ser pesquisado, analisado 11
  • 12. e  estudado,  obtendo­se,  com  isso,  um  perfil  do  consumidor  e   o  produto  turístico  que  ele busca.  Faz­se necessário, ainda, pressionar os órgãos públicos e o sistema judiciário para a aplicação  das  diversas  leis  já  existentes,  auxiliando  o  ingresso  no mercado  de  trabalho  de pessoas com deficiência, seja ela física, visual, auditiva ou mental. Prioritariamente,  é  ideal  não  confundir  a  busca  de  reconhecimento  dos  direitos  dos deficientes  com  vistas  à  melhora  de  qualidade  de  vida  com  mero  assistencialismo.  Diante dessa  situação,  acredita­se  ser  importante  que  novos  estudos  analisem  os  benefícios previdenciários  disponíveis,  além  de  uma  possível  obrigatoriedade  de  participarem  das atividades   escolares;  como  garantir  que  as  empresas  não  contratem  simplesmente  a pessoa  com  deficiência,  mas  também  a  qualifique  quanto  ao  seu  potencial  de  trabalho, permitindo  melhor  rendimento,  maior satisfação  pessoal,  a  entrada  da  mesma  no  mercado consumidor e reduzindo, naturalmente, as barreiras atitudinais. Já  que  o  tratamento  ao  deficiente  deve  ser  distante  do  assistencialismo,  deve­se compreender  que  o  turismo  inclusivo  é  um  negócio  como  qualquer  outro.  A  pessoa  com deficiência  é  um  cliente  e,  como  tal,  deve  ser  bem  atendido.  Isso  deve  ser  percebido  pela sociedade, pois  esse  nicho de  mercado  tem  grande  potencial  de  crescimento,  devendo  ser mais  bem  trabalhado.  Os  lucros  virão,  mas  investimentos  têm  que  ser  realizados, especialmente  em  adaptação  arquitetônica,  educação  profissional,  adequação  de equipamentos e esforços de marketing. Referências (Normas APA) 12