1. Avaliações Bimestrais - 2013 – 6º ao 9º ano – 1
AVALIAÇÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA – 2º BIMESTRE
Escola:
A pêndula
Aluno:
Prof.(a)
Machado de Assis
Ano/ Turma:
9º ano
O RELÓGIO
Rubem Alves
Eu tinha medo de dormir na casa do meu avô. Era
um sobradão colonial enorme, longos corredores,
escadarias, portas grossas e pesadas que rangiam, vidros
coloridos nos caixilhos das janelas, pátios calçados com
pedras antigas... De dia, tudo era luminoso. Mas quando
vinha a noite e as luzes se apagavam, tudo mergulhava
no sono: pessoas, paredes, espaços. Menos o relógio...
De dia, ele estava lá também. Só que era diferente.
Manso, tocando o carrilhão a cada quarto de hora,
ignorado pelas pessoas, absorvidas por suas rotinas.
Acho que era porque durante o dia ele dormia. Seu
pêndulo regular era seu coração que batia, seu ressonar,
e suas músicas eram seus sonhos, iguais aos de todos os
outros relógios.
[...]
De noite, quando todos dormiam, elas saíam. O
passado só sai quando o silêncio é grande, memória do
sobrado. E o meu medo era por isto: por sentir que o
relógio, com seu pêndulo e carrilhão, me chamava para si
e me incorporava naquela estória que eu não conhecia,
mas só imaginava. Já havia visto alguns dos seus sinais
imobilizados, fosse na própria magia dos espaço da casa,
fosse nos velhos álbuns de fotografia, homens solenes de
colarinho engomado e bigode, famílias paradigmáticas,
maridos assentados de pernas cruzadas, e fiéis esposas
de pé, ao seu lado, mão docemente pousada no ombro
do companheiro.
[…]
SOARES, Magda. Uma Proposta Para o Letramento. Português, 9º Ano.
Moderna, p. 91.
01. O narrador conta que, na infância, tinha medo de
(A) ser ignorado pela pessoas.
(B) ser absorvido por suas rotinas.
(C) dormir na casa do avô.
(D) dormir durante o dia.
02.“Acho que era porque durante o dia ele dormia...”, o
pronome em destaque se refere
(A) ao avô.
(B) ao relógio.
(C) às pessoas.
(D) às paredes.
03. No trecho “fosse na própria magia dos espaço da
casa, fosse nos velhos álbuns de fotografia...”, a
expressão destacada indica
(A) causa.
(B) finalidade.
(C) tempo.
(D) lugar.
Saí dali a saborear o beijo. Não pude dormir;
estirei-me na cama, é certo, mas foi o mesmo que nada.
Ouvi as horas todas da noite. Usualmente, quando eu
perdia o sono, o bater da pêndula fazia-me muito mal;
esse tic-tac soturno, vagaroso e seco, parecia dizer a
cada golpe que eu ia ter um instante menos de vida.
Imaginava então um velho diabo, sentado entre dous
sacos, o da vida e o da morte, a tirar as moedas da vida
para dá-las à morte, e a contá-las assim:
-- Outra de menos...
-- Outra de menos...
-- Outra de menos...
-- Outra de menos...
O mais singular é que, se o relógio parava, eu
dava-lhe corda, para que ele não deixasse de bater
nunca, e eu pudesse contar todos os meus instantes
perdidos. Invenções há, que se transformam ou acabam;
as mesmas instituições morrem; o relógio é definitivo e
perpétuo. O derradeiro homem, ao despedir-se do sol frio
e gasto, há de ter um relógio na algibeira, para saber a
hora exata em que morre.
http://www.ibiblio.org/ml/libri/a/AssisJMM_MemoriasPostumas/node57.html
04. A repetição do trecho “Outra de menos...” foi
utilizado no trecho para
(A) sugerir que a vida prevalece à morte.
(B) provocar um sentimento de medo no leitor.
(C) mostrar a proximidade da morte a cada instante.
(D) reproduzir exatamente as batidas da pêndula do
relógio.
05. No texto “A pêndula”, o narrador-personagem
demonstra ser
(A) pensativo.
(C) cuidadoso.
(B) expressivo.
(D) neurótico.
BILHETE AO FUTURO
Affonso Romano de Sant` Anna
Bela ideia essa de Cristóvam Buarque, reitor da
Universidade de Brasília, de pedir a diversas pessoas no
país q escreva um "Bilhete ao Futuro". O projeto é
recolher hoje uma serie de mensagem que seriam
abertos perplexidades diante do tumultuado presente e
do fabuloso futuro.
Oportuníssima e fecunda ideia. Ela nos coloca de
frente ao século XXI, nos incita a liquidar de vez o
século XX e sair da hipocondria político-social.
Pensar o futuro é um exercício da vida. O que projetor
para amanhã?
[…]
http://www.gloog.com.br/answer/pt_br/answer_20100822190157AAJjD
G6.html?categoryId=396545310
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06. “O projeto é recolher hoje uma serie de mensagem...”,
o termo destacado indica
Também aprendemos que entre a vida adulta e a
infância existe a adolescência. Mas essa é uma etapa
criada só no final do século XIX.
(A) lugar.
(B) causa.
(C) tempo.
(D) modo.
07. O uso da pontuação […] no final do trecho indica
(A) continuação.
(B) interrupção.
(C) repetição.
(D) conclusão.
10. O uso da conjunção mas neste trecho indica
(A) conclusão.
(B) negação.
(C) explicação.
(D) afirmação.
08. “... nossas esperanças e perplexidades diante do
tumultuado presente e do fabuloso futuro.”, a palavra
destacada indica
(A) adição.
(B) oposição.
(C) explicação.
(D) alternância.
11. Segundo o autor, as sociedades tornam-se mais
complexas quando
(A)surge a adolescência entre a infância e a vida
adulta.
(B)aumenta a especialização das tarefas e das
carreiras profissionais.
(C)aparece a “cultura jovem” semelhante ao mundo
adulto.
(D)chega a passagem da idade e constroem-se
convenções de tempo.
O tempo e você
O mundo sem mim
Alexander Martins Vianna
Nós estamos sempre construindo convenções
de tempo. Você aprendeu a contar a passagem de sua
idade a partir de aproximadamente 365 dias depois de
seu nascimento. Mas esta não é a única forma possível.
Em outras sociedades, como alguns grupos tribais da
Amazônia, da África e da Polinésia, contam-se os anos
pelos ciclos lunares.
Também aprendemos que entre a vida adulta e
a infância existe a adolescência. Mas essa é uma etapa
criada só no final do século XIX. Em muitas sociedades
nossas contemporâneas, os jovens passam direto da
infância à vida adulta, sem atravessar uma etapa que
se chama adolescência. À medida que as sociedades
tornam-se mais complexas e centralizadas, quando
aumenta a especialização das tarefas e das carreiras
profissionais, a preparação necessária ao desempenho
das atividades adultas fica mais prolongada e difícil.
Crianças e jovens são isolados dos círculos adultos.
Essa vida social cria uma “cultura jovem” diferente do
mundo adulto. Nessas sociedades, os jovens seriam
pessoas biologicamente maduras, mas socialmente
imaturas.
[...]
Gustavo Corção
Teria eu uns doze anos quando um dia me assaltou
a mente, com particular relevo, a ideia de que o mundo
já existira sem mim. Essa ideia é aparentemente trivial,
pois nenhum de nós em são juízo, pretende ter sido
companheiro de armas de Carlos Magno, ou tripulante
da caravela de Cristovão Colombo. O mundo,
evidentemente, era mais antigo do que o menino que
suspendia o brinquedo para olhar em volta de si com
estranheza; ali estavam as pessoas mais velhas, as
grossas árvores, as casas, as montanhas, tudo a me
falar de uma história anterior e de um cenário anterior.
Mas o caso é que eu, de repente, achava muito
esquisita essa ideia tão simples.
As pessoas mais velhas tinham o privilégio
perturbador: bastava-lhes querer, para que dentro
delas se armasse um mundo em que eu não era, nem
havia necessidade que fosse. Pedia então à mamãe:
― Conta uma história de antigamente.
[...]
Lições de abismo (1950). 15. ed., Rio de janeiro: Agir, 2004, p. 69-71
Ciências Hoje na Escola, 7: Tempo e Espaço, Rio de Janeiro, 1999,
p. 6-7.
09. A expressão “cultura jovem” foi usada no texto para
(A) mostrar que os jovens tem hábitos diferentes dos
adultos.
(B) explicar que os jovens imitam a cultura dos mais
velhos.
(C) acrescentar informações importantes da cultura dos
jovens.
(D) demonstrar que a cultura dos jovens é também
vivida pelos adultos.
12. No texto, as pessoas mais velhas tinham privilégio
porque
(A) conseguiam se divertir com as histórias das
crianças.
(B) tinham possibilidade de contar histórias ao
menino.
(C)voltavam a ser crianças com os acontecimentos
vividos.
(D) podiam recordar acontecimentos anteriores ao
nascimento do menino.
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13. A finalidade principal do texto é
(A) instruir.
(B) narrar.
(C) divulgar.
(D) convencer.
14. No texto, o narrador busca recordar
(A) histórias vividas antes de sua existência.
(B)histórias inventadas por sua mãe durante sua
infância.
(C) acontecimentos que ele viveu quando era menino.
(D) acontecimentos que sua mãe havia esquecido de
contá-lo.