O documento descreve a oposição dos colonos britânicos aos missionários cristãos em Demerara no século 19, devido à mensagem de igualdade e fraternidade que pregavam, incompatível com a escravidão. Detalha a história do missionário John Smith, que tentou ajudar os escravos e acabou condenado à morte, morrendo na prisão. Também apresenta figuras históricas como o abolicionista William Wilberforce e o missionário John Newton.
Mundos contraditórios: colonos, missionários e escravos em Demerara
1. I
Profa Dra. Sylvia Lenz - 1º.
2015
COSTA, Emilia Viotti da.
Coroas de glória, lágrimas
de sangue.
A revolta escrava em
Demerara, Guiana Inglesa.
2. Capítulo:
MUNDOS CONTRADITÓRIOS
COLONOS E MISSIONÁRIOS
Alunos:
- André Augusto Vieira dos Santos
- Jéssica Silva Pereira
- Reginaldo Lucio Cerqueira
- Valdeir Aberto dos Santos
3. AUTORA
Emília Viotti da Costa
São Paulo (28/02/1928)
Estudiosa do tema da escravidão,
Emília Viotti lecionou no Departamento
de História da Universidade de São
Paulo entre 64 e 69, quando foi
aposentada pelo AI-5 (Ato Institucional
do governo militar que endureceu o
regime). Na ocasião, seguiu para os
Estados Unidos, onde é professora
emérita de história da América Latina na
Universidade de Yale (EUA). Em 1999,
Emília Viotti recebeu o título de
professora emérita na USP.
4. É autora do livro "Da Senzala à
Colônia", importante estudo sobre a
transição do trabalho escravo para o
livre na região cafeeira de São Paulo, e
"Coroas de Glória, Lágrimas de
Sangue", sobre a rebelião dos escravos
em Demerara, na Guiana Inglesa, no
século 19 -em que analisa o fato
histórico enfocando tanto a micro como
a macro-história.
5. Coroas de Glória, Lágrimas de
Sangue
Com grande talento narrativo
e erudição, a autora reconstrói
as vidas e visões de mundo
dos atores de uma das maiores
revoltas de escravos do Novo
Mundo, ocorrida na Guiana
Britânica em 1823: escravos
que demandam seus direitos,
senhores ciosos de seus
privilégios, missionários
dilacerados entre seus deveres
de brancos e suas obrigações
de cristãos.
Autor: COSTA, EMÍLIA VIOTTI DA
Idioma: PORTUGUÊS
Editora: Companhia das Letras
Assunto: História
7. Wiliam Wilberforce
Hull (24/08/1759)
Londres (29/07/1833)
Foi político, filantropo e líder do
movimento abolicionista.
Sua história abolicionista pode ser vista
no filme Amazing Grace.
Estreia em 23 de fevereiro de 2007
Dirigido por Michael Apted
Roteiro por David Arnold
Elenco: Ioan Gruffudd, Albert Finney,
Stephen Campbell Moore, Michael
Gambon, Romola Garai
8. Hino Amazing Grace
John Newton
Wapping, Reino Unido (04/08/1725)
Londres, Reino Unido (21/12/1807)
Escrito em seu túmulo:
“John Newton, uma vez um infiel e
um libertino, um mercador de
escravos na África, foi, pela
misericórdia de nosso senhor e
salvador Jesus Cristo, perdoado e
inspirado a pregar a mesma fé que
ele tinha se esforçado muito por
destruir.”
9. John Newton era o comandante de um navio negreiro
inglês, transportou muitas cargas de escravos africanos
trazidos à América no século 18. No mar, em uma de
suas viagens, o navio enfrentou uma enorme
tempestade e afundou. Newton ofereceu sua vida à
Cristo, achando que iria morrer. Após ter sobrevivido,
ele se converteu e começou a estudar para ser pastor.
O seu mais famoso testemunho continua vivo, no mais
famoso das centenas de hinos que escreveu: Amazing
Grace!
11. John Smith
Northamptonshire (27/06/1790)
Demerara (06/02/1824)
John Smith foi um missionário ,
originalmente de Northamptonshire,
cujas tentativas de ajudar as pessoas
escravizadas em Demerara lhe custou
a vida em apenas 34 anos de idade.
12. Jhon Smith nasceu no interior da Inglaterra
provavelmente em 1792 de família pobre ele como
qualquer criança das camadas mais pobres de seu
tempo frequentou escolas dominicais, aos 14 anos
trabalhou como aprendiz de comerciante em Londres,
aos 17 anos frequentava igrejas para ouvir diferentes
pregadores aos 18 anos após quase perder sua vida,
devido ter contraído varíola, diante da morte converteu
ao evangélico.
13. Aos 19 anos ele foi admitido como membro da capela
de Tnbridge, onde se tornou membro da escola
dominical em 1816 candidatou ao cargo de missionário
junto a London Missionary Society, mas só foi aceito na
segunda vez que se candidatou ao cargo de
missionário.
No mesmo ano candidatou-se ao cargo de missionário
em Demerara em substituição a Wray na fazenda Le
Resouvenir, seu destino estava marcado, seria
missionário entre os escravos.
14. Jhon Smth foi ordenado em 12 de dezembro de 1816, e
poucos dias depois ele e sua esposa Jane Goldden estava a
caminho de Demerara, em 23 de fevereiro do ano seguinte o
casal chega a Demerara, o casal passou a primeira noite na
cidade antes de se dirigir a fazenda, quando chegou a
fazenda a alegria deu lugar a tristeza, tanto a capela como a
casa estava em péssimo estado, além disso o missionário
não teve uma boa recepção ao ser apresentado ao
governador , que lhe informou que não pregasse sem licença,
Smith não tinha esta licença, o governador advertiu ao
missionário que nunca ensinassem um escravo a ler.
15. Mas a recepção por parte dos escravos foi calorosa, no
seu primeiro culto havia cerca de quatrocentas pessoas,
em uma carta encaminha a LMS dois meses após sua
chegada ele diz: “todo o fazendeiro vê os missionários
como aquele que veio causar subversão da colônia eles
ficam em casa e diz que temos laço com Wilberforce
que só ficamos satisfeito com a emancipação dos
escravos. “
16. Após a revolução Demerara, foi levado a corte marcial
em 13 de outubro de 1823, sob a acusação de ter
fomentado, nas mentes dos escravos, o
descontentamento e a insatisfação com seus senhores,
administradores e capatazes.
Em 24 de novembro os juízes condenaram Jhon Smith
de todas as acusações, e, o sentenciaram a forca, mas
o tribunal implorou perdão a Smith, nisto o missionário
agonizava na cadeia esperando a decisão do rei e do
conselho real, quando chegou a noticia de seu perdão,
ele já estava morto, devido a tuberculose e a
consumação pulmonar ele morreu em 6 de fevereiro de
1824.
17.
18. Oposição dos colonos aos missionários pois
pregavam fraternidade e igualdade entre os
homens, o que era incompatível em uma
sociedade escravista. Os jornais denunciavam
suas ligações com os abolicionistas e com a
African Institution.
“A mensagem evangélica dá aos oprimidos
um código para julgar seus opressores”.
19. Os colonos de Demerara não eram os únicos a suspeitar que
o Evangelho pregado pelos missionários poderia ser usado
contra os senhores, e foi brilhantemente definido num artigo
da The Essequebo and Demerary Royal Gazette, dois
meses depois da chegada de 2 missionários da London
Missionary Society.
O autor condenava “os pregadores precários de uma
doutrina pretensamente esclarecedora, que anunciavam
direitos iguais, liberdade universal.”
Havia incompatibilidade fundamental entre o cristianismo e a
escravidão.
20. Evangelical Magazine
Fundada dois anos antes da LMS com a finalidade explícita
de contrapor-se às “influencias perniciosas de doutrinas
errôneas”, tornou-se porta voz da London Missionary Society
publicando a biografia de missionários, memórias, diários ou
as ultimas palavras de cristãos a beira da morte para
impressionar aos leitores como exemplo da graça de Deus.
21. Convocação de novos missionários pela London
Missionary Society
Salvação de “milhares de pecadores que pereciam em terras
pagãs”, particularmente entre “hotentotes e negros e numa
quantidade de outras tribos rudes rudes da humanidade” ...
22. Vênus Negra (Venus Noire)
Lançamento: 17/06/2011 no Brasil
Diretor: Abdellatif Kechiche
Roteiro: Abdellatif Kechiche, Ghalya Lacroix
Elenco: Yahima Torres, Oliver Gourmet,
Andre Jacobs, Elina Löwensohn
Vênus Negra, é um filme belga, francês e
tunisiano que é baseado na história de
Saartjie Baartman, uma hotentote.
23. Saartjie Baartman
Nasceu na África do Sul em 1789
Faleceu em 29 de dezembro de 1815 em
Paris.
Além de chamariz de público que
assistiam suas exibições como aberração,
chamou a atenção de artistas e cientistas
de sua época.
24.
25. Os colonos e a metrópole
Os colonos e a metrópole
Comércio
Tensões entre os colonos e o governo imperial
Conflito entre os colonos
Tensão entre os próprios colonos britânicos
26. Representação da Europa nas colônias
Valorização dos colonos
Thomas Babington Macaulay
Leicestershire (25/10/1800)
Londres (28/12/1859)
“É sua glória peculiar”, disse ele, “não a de
ter governado tão amplamente, não a de ter
feito conquistas admiráveis, mas a de ter
governado para favorecer, e ter conquistado
apenas para proteger!”
27. A ideologia imperial
Extraordinária prosperidade no final do séc. XVIII
Lógica do capitalismo mercantilista
28. Dificuldades dos colonos de manter seus privilégio com a
metrópole devido as políticas praticadas
Abertura para o comércio externo
Aflição vivida na Jamaica
Aumento de impostos sobre o açúcar da Índias Orientais
29. Joseph Marryat
Horshan, Inglaterra (1757-1824)
Porta voz das Índias Ocidentais advogou
brilhantemente o ponto de vista da região
em um de seus discursos transcrito na
Gazette, dizendo que os colonos
britânicos tinham que adquirir todos os
seus suprimentos na Grã-Bretanha
30. Como Marryat, os colonos de Demerara estavam
preocupados em manter a proteção que sempre haviam
desfrutado no mercado britânico e se solidarizavam com seus
vizinhos das Índias Ocidentais.
Em 1821, a Gazette reproduziu uma petição da Assembleia
jamaicana fazendo ver o estado de aflição extrema a que
aquela e as outras colônias britânicas estavam reduzidas
devido aos rendimentos inadequados obtidos pelos produtos
básicos em decorrência dos impostos onerosos da
regulamentação opressiva e das vantagens que as colônias
rivais possuíam. Um mês após essa publicação, publicaram
outra petição da Jamaica, dessa vez indo direto ao ponto.
Pedindo que a situação fosse aliviada argumentado que o
31. Os jornais de Demerara publicariam pouco depois debates
sobre impostos adicionais sobre o açúcar das Índias
Orientais, onde foi inevitável discutir sobre o tráfico
negreiro.
Haviam favoráveis e desfavoráveis
Os movimentos abolicionistas ganhavam impulso
Colônias na Índia e na África se tornam preocupações
maiores