O documento discute os prós e contras da energia nuclear no Brasil. Ele descreve a história do uso de energia nuclear no país, incluindo a construção das usinas de Angra I e Angra II. Também aborda os argumentos a favor da construção de Angra III, como a viabilidade econômica e a escassez futura de petróleo, e os argumentos contra, como preocupações com segurança e lixo nuclear.
2. Países que utilizam Energia Nuclear Países europeus são os que mais utilizam energia nuclear. Levando-se em consideração a produção total de energia elétrica no mundo, a participação da energia nuclear saltou de 0,1% para 17% em 30 anos, fazendo-a aproximar-se da porcentagem produzida pelas hidrelétricas. De acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) no final de 1998 havia 434 usinas nucleares em 32 países e 36 unidades sendo construídas em 15 países. A decisão de construir usinas depende em grande parte dos custos de produção da energia nuclear. Na França, 78% da energia consumida é gerada por essa fonte. Maiores produtores de energia nuclear do mundo País Geração (kWh/hab/ano) Canadá 16.982 Suécia 16.886 EUA 12.535 Japão 7.594 França 7.531 Alemanha 6.291 Rússia 5.561 Coréia do Sul 5.488 Espanha 4.840 Kasaquistão 3.353 Brasil (11º) 2.389 Turquia 2.360 Argentina 3.334 México 2.125 China 1.036 Paquistão 546 Índia 512 Fonte: OECD - Organization for Economic Co-operation and Development)
6. Usinas nucleares: Segurança ou ameaça para a humanidade? “ Nada é perfeito, nenhuma fonte de energia é completamente positiva ao meio ambiente – exceto a solar. É preciso procurar soluções balanceadas que minimizem o impacto negativo no meio ambiente e toda a humanidade.” Gro Brundtland, ex-ministra da Noruega e criadora do termo “sustentabilidade”.
10. Por que pode ser uma medida viável Basta um Chernobyl, qualquer que tenha sido a sua causa, para condenarmos a energia nuclear definitivamente. Mas há ambientalistas e cientistas que defendem com unhas e dentes o uso da energia nuclear. Um deles é James Lovelock, um cientista britânico que criou a respeitada Hipótese de Gaia em meados dos anos 60, e inventou o aparelho que permitiu detectar o CFC como o responsável pela destruição da camada de ozônio. “ A oposição à energia nuclear está baseada em medo irracional. As pessoas têm medo do lixo atômico, mas isso é um mito. O perigo de acidentes não é nada comparado aos efeitos do aquecimento global. O gás carbônico vai nos matar se não fizermos nada a respeito, e uma alternativa para ganharmos tempo é substituir as fontes de energias mais comuns por usinas nucleares, mais limpas que hidrelétricas ou termoelétricas.”
11. Por que pode ser uma medida viável “ Precisamos parar de tremer diante dos diminutos riscos estatísticos de câncer por compostos de radiação. Cerca de um terço de nossa população morrerá de câncer, de todo modo, principalmente porque respiramos ar carregado com carcogênico mais comum: o oxigênio.
12. Por que pode ser uma medida viável “ Se falharmos em concentrar nossas mentes no perigo real, o aquecimento global, poderemos morrer ainda mais cedo. A civilização está em perigo e temos de empregar a energia nuclear – a única fonte limpa, segura e capaz de produzir em alta escala sem contribuir para o aquecimento global.”
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15. A história nuclear no Brasil A procura da tecnologia nuclear no Brasil começou na década de 50, com Almirante Álvaro Alberto, que entre outros feitos criou o Conselho Nacional de Pesquisa, em 1951, e que importou duas ultra -centrifugadoras da Alemanha para o enriquecimento do urânio, em 1953. A decisão da implementação de uma usina nuclear no Brasil aconteceu em 1969. E que em nenhum momento se pensou numa fonte para substituir a energia hidráulica, da mesma maneira que também após alguns anos, ficou bem claro que os objetivos não eram simplesmente o domínio de uma nova tecnologia. O Brasil estava vivendo dentro de um regime de governo militar e o acesso ao conhecimento tecnológico no campo nuclear permitiria desenvolver não só submarinos nucleares mas também armas atômicas. Em 1974, as obras civis da Usina Nuclear de Angra 1 estavam em pleno andamento quando o Governo Federal decidiu ampliar o projeto, autorizando a empresa Furnas a construir a segunda usina.
16. A história nuclear no Brasil Mais tarde, em 1975, com a justificativa de que o Brasil já mostrava falta de energia elétrica para meados dos anos 90 e início do século 21, uma vez que o potencial hidrelétrico já se apresentava quase que totalmente instalado, foi assinado na cidade alemã de Bonn o Acordo de Cooperação Nuclear, pelo qual o Brasil compraria oito usinas nucleares e possuiria toda a tecnologia necessária ao seu desenvolvimento nesse setor. Desta maneira o Brasil dava um passo definitivo para o ingresso no clube de potências atômicas e estava assim decidido o futuro energético do Brasil, dando início à Era Nuclear Brasileira.
17. A energia nuclear no Brasil hoje O Brasil possui duas usinas nucleares em operação, Angra I e Angra II, localizadas no município de Angra dos Reis, no litoral do Rio de Janeiro, que produzem cerca de 3% da capacidade energética do Brasil. Passaram-se mais de 20 anos após a construção de Angra I, sem nunca ter havido nenhum acidente nem mesmo em Angra II, e ainda persistem dúvidas que causam polêmica para a construção de Angra III, com os equipamentos já comprados e armazenados há mais de 10 anos, o que fez aumentar em muito o que seria o custo inicial de uma usina nuclear – já foram gastos US$ 750 milhões na obra.
18. Manifestação do Greenpeace - Brasil Porém, para que as obras comecem, a decisão precisa ser ratificada pelo presidente Lula. Enquanto isso, várias entidades e pessoas têm se manifestado dúvidas em alguns setores da sociedade e manifestações nos veículos de comunicação a respeito da viabilidade, segurança e pertinência do empreendimento, inclusive o Greenpeace Brasileiro.
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20. Qual a vantagem de investir nessa energia para o Brasil? É uma fonte economicamente viável, principalmente porque o Brasil possui grandes jazidas de urânio e sabemos enriquecê-lo. O petróleo está num futuro próximo dedicado a ficas escasso. As usinas hidráulicas que ainda se mostram viáveis são localizadas em regiões distantes dos consumidores, ao contrário das nucleares que apresentam vantagem por não precisarem de um custo adicional para linhas de transmissão. O Brasil conta com uma excelente reserva de profissionais qualificados na área nuclear pois Angra II foi uma das ultimas usinas a entrar em operação do mundo.
21. “ A energia é um desafio não só para o desenvolvimento como para conter a mudança climática. “ Gro Brundtland Num país onde há escassez de recursos, toda política deve ser definida com muita cautela, uma vez que depende de financiamentos externos. No caso da energia nuclear, além dos financiamentos, há todo um complexo de correntes de ecologistas e mesmo de governos de países detentores desta tecnologia, que tentam bloquear o desenvolvimento dessa área em países do 3° mundo.