1. O documento discute o problema do uso de crack, uma droga altamente viciante e de baixo custo que tem se espalhado para além das grandes cidades.
2. Ele analisa os fatores sociais e psicológicos que levam ao uso de crack, seus efeitos nocivos na saúde e como cria dependentes nas ruas.
3. Também discute o papel do assistente social e da família no tratamento e recuperação dos dependentes, bem como a importância das políticas públicas para lidar com essa questão social complexa.
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
Serviço social port. 1 semestre - tamíris almeida
1. Itaperuna RJ
2015
SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
NOME DO CURSO
NOME DO(S) AUTOR(ES) EM ORDEM ALFABÉTICA
TAMÍRIS BARBOSA DE ALMEIDA
SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
SERVIÇO SOCIAL
O USO DO CRACK:
Um Problema Social Restrito ás Metrópoles?
2. Itaperuna RJ
2015
O USO DO CRACK:
Um problema Social Restrito ás Metrópoles?
Trabalho de Serviço Social apresentado à Universidade
Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito a Produção
Textual Individual relativa ao 1º semestre, para a obtenção
de conceitos nas Disciplinas:
Metodologia Científica
Professora: Clarice Kernkamp
Formação Social, Política Econômica do Brasil
Professor: Gleiton Lima
Acumulação Capitalista
Professora: Rosane Malvezzi
TAMÍRIS BARBOSA DE ALMEIDA
3. SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................3
2 DESENVOLVIMENTO...............................................................................................4
2.1. O CRACK E SUAS CONSEQUÊNCIAS CAUSAS E SINTOMAS........................4
2.2. REPRESENTAÇÃO E COMPREENSÃO DA SOCIEDADE FRENTE A ESTE
PROBLEMA.................................................................................................................5
2.3. CONTRIBUIÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL PARA O ATENDIMENTO DESSA
POPULAÇÃO...............................................................................................................6
2.4. A EXPANSÃO URBANA NO BRASIL...................................................................7
2.5. PAPEL DA NO PROCESSO DE EXTRURAÇÃO EMOCIONAL/AFETIVA DOS
DEPENDENTES QUÍMICOS.......................................................................................8
3 CONCLUSÃO...................................................................................................... 9
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 10
4. 3
1 INTRODUÇÃO
Este artigo apresenta o resultado da pesquisa que teve como
temática “O uso do Crack, um problema social restrito às metrópoles?” Com Objetivo
de identificar quais as expressões da questão social que desencadeiam a grande
demanda de usuários de crack e em segundo momento analisar como ocorre o
trabalho em rede entre as diferentes políticas públicas. Utilizou-se como
procedimentos metodológicos a pesquisa qualitativa, com método crítico dialético.
Essa é uma realidade que atinge usuários de diferentes classes
sociais, que na maioria das vezes está agregado ao tempo ocioso e aqueles cujo
laços de convivência familiar foram rompidos, principalmente com a ausência da
figura paterna.
As pequenas cidades também estão enfrentando grandes problemas
com drogas, em pequenas demandas, mas em grande proporção. O crack agora é a
droga mais usada nas grandes metrópoles como nas zonas mais remotas. O
problema de saúde que surgiu nos maiores centros urbanos passou a ser desafio
para as autoridades de todo país.
5. 4
2 DESENVOLVIMENTO
2.1. O Crack e suas Consequências, Causas e Sintomas
O Crack é uma droga, geralmente fumada em cachimbos, tubos
de pvc ou aquecidos em latinhas de refrigerantes, cerveja ou similares, possui efeito
cerca de cinco vezes mais potente que a cocaína, sendo também mais barato e
acessível que as outras drogas.
Feita a parte da mistura da pasta de cocaína com bicabornato de
sódio, é uma forma impura de cocaína e não um subproduto. Tendo como nome
derivado do verbo “to crack”, que em inglês, significa quebrar, pois ao serem
queimados é como se quebrassem as pedras.
Os fatores psicológicos e sociais são os maiores responsáveis
para que pessoas possam fazer o experimento dessa droga, dentre outros como
depressão, baixo nível intelectual, ansiedade, desagregação familiar, etc. A
dependência se dá a partir do primeiro experimento, causando assim uma forte
compulsão para fumar esta droga.
A fumaça produzida chega ao sistema nervoso central em 10
segundos, devido ao fato da área de absorção pulmonar ser grande e seu efeito
dura em torno de 15 minutos, causando uma busca invencível por mais crack,
fazendo com que o viciado tenha quase sempre que morar nas ruas.
“As chamadas “cracolândias”, hoje em dia existentes nas ruas de
praticamente toda cidade grande, são aglomerações de consumidores de crack.”
(ABC.MED.BR, 2014).
6. 5
2.2. Representação e Compreensão da Sociedade Frente a este Problema.
“Reconhecer o consumido de crack, suas características e
necessidades, assim como as vias de administração de drogas, exigem a busca de
novas estratégias de contato e de vínculo com ele e seus familiares, para que se
possa desenhar e implantar múltiplos programas de prevenção, educação,
tratamento e promoção adaptados às diferentes necessidades. Para que uma
política de saúde seja coerente, eficaz e efetiva deve ter em conta que as distintas
estratégias são complementares e não concorrentes, e que, portanto, o retardo do
consumo de drogas, a redução dos danos associada ao consumo e a superação do
consumo são elementos fundamentais para sua construção”. (A POLÍTICA DO
MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA A ATENÇÃO INTEGRAL A USUÁRIOS DE
ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS pg 8 - 2ª edição revista e ampliada; Série B. Textos
Básicos de Saúde; Brasília – DF – 2004).
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2000), as
atribuições de uma Equipe de Estratégia de Saúde da Família são:
Conhecer a realidade das famílias/comunidade; identificar problemas de
saúde e situações de risco”; elaborar um planejamento local de saúde
juntamente com a comunidade; reestruturar o processo de trabalho;
executar, de acordo com a qualificação de cada profissional, as ações
planejadas; criar vínculo com a comunidade; ser resolutivo e encaminhar
quando necessário, respeitando o sistema de referência e contra referência
para unidades mais especializadas os clientes dependentes de crack”;
prestar assistência integral de forma contínua e racionalizada, visando
promover a saúde através da educação em saúde; desenvolver processos
educativos com a comunidade em forma de grupos; promover ações Inter
setoriais; construir, junto à equipe e à comunidade, uma consciência
sanitária (cidadania, direitos em saúde) através do exercício do controle
social.
Vivenciamos hoje um problema de alta complexibilidade em todo o
país, o uso de drogas e em específico do “crack” vem crescendo absurdamente nas
grandes cidades e também nos lugares mais longínquos do país. Fazendo assim
reféns crianças, adolescentes e até mesmo adultos. A sociedade em sua maioria vê
o dependente de crack “o noiado”, como um marginal que deve estar longe de tudo
e de todos; Por falta de assistência do poder público com projetos de ajuda
psicossocial, é usado a força bruta (polícia), que vai “varrendo” o dependente do
7. 6
crack, eles se agrupam em locais afastados onde a sociedade evita passar ou
frequentar, por medo ou até mesmo descaso, a polícia por sua vez não faz questão
de vigiar, sentindo assim seguros e livres para o consumo desenfreado da droga,
onde surge a cidade dos usuários do crack, “ a cracolândia ”, o poder público e a
saúde se afastam, tratam essa classe com mero esquecimento, dando senhorio aos
traficantes.
“A maior parte da sociedade desconhece o sofrimento desta gente,
que para suportar a dor apelam para o uso do crack, esta dor insuportável que é
motivada pela Exclusão Social e Problemas familiares. Nem todos os usuários do
crack sofrem da exclusão social, uma parte começa a usar o crack por hedonismo,
curiosidade, ou sofrimento que provavelmente, persistirão após a dependência, ou
até mesmo com o objetivo de vivenciar novas experiências. Estudo realizado com
198 dependentes de múltiplas drogas como a cocaína, o crack, a maconha, o álcool e
o tabaco, indica que a maioria dos dependentes apresentam graves transtornos
psicopatológicos, entre eles a depressão”. (Sandí &Diaz 1998).
2.3. Contribuição do Assistente Social para o Atendimento desta População
O Assistente Social em sua atuação deve ter como base a teoria
interpretativa que tem como base principal compreender o outro a partir dos
referenciais. Para que obtenha bons resultados, é necessário que seja
fundamentada em alicerces do poder público, pois sem a política pública o
Assistente Social nada consegue para o resgate do dependente da droga. Projeto
nenhum poderá ser realizado sem que haja o embasamento em uma política de
prevenção, ninguém começa fumando crack. O adolescente fuma um cigarro, depois
fuma um cigarro de maconha, depois se torna usuário de álcool, de cocaína, e só na
ponta vem a pedra da cocaína que é o crack. Não basta o Assistente Social achar
que o usuário de drogas é um doente, e não é apelando para um poder público com
sua política assistida que o Assistente Social irá trazer de volta os “zumbis” para o
mundo real, sendo assim é necessário que haja um trabalho equilibrado e conjunto
com profissionais especializados para o trato com o dependente como técnicos de
saúde, Assistentes Sociais, psicólogos, psiquiatras, e também contam com o apoio
do governo, da sociedade e de programas sociais. Não há um programa com metas
rígidas para todos os atendidos. Cada caso é olhado individualmente.
8. 7
2.4. A Expansão Urbana no Brasil.
Com a chegada da Família Real ao Brasil, começamos a passar por
grandes transformações. Transformações estas que desde então não deixaram de
acontecer. Ainda bem que os donos das casas e palacetes que receberam o “P.R”
pregados em suas portas, tinham condições de comprarem ou mesmo alugarem
moradias para o acolhimento dos seus. O que não aconteceu com os escravos que
após a Abolição da Escravatura (1888), muitos deles não tinham moradias e nem
trabalho para o seu próprio sustento e dos seus familiares, muitos saíram em bandos
e criaram povoados pobres, morando em casebres sem a menor condição de vida.
Outros se dirigiam para a cidade grande, onde viviam da mendicância (Esta é a
explicação que se dá para a questão de que a maioria dos excluídos sociais são de
raça negra ou mulata) morando em casa amontoadas, sob condições quase sub-
humanas, originando-se as favelas. Em seguida no Rio de Janeiro, no início do
Século XX, passava por graves problemas sociais, decorrentes, em grande parte do
seu rápido e desordenado crescimento, alavancado pela imigração europeia e pela
transição do trabalho escravo para o trabalho livre. Na ocasião em que Pereira
Passos assume a prefeitura da cidade, o Rio de Janeiro, com sua estrutura de
cidade colonial, possuía quase um milhão de habitantes carentes de condições
favoráveis a uma vida digna. Na cidade do Rio de Janeiro e adjacências eclodiam
habitações coletivas insalubres, surgindo assim epidemias e pestes que conferiam à
cidade a fama de “porto sujo” como assim se tornou conhecida internacionalmente.
Pereira Passos promoveu uma grande reforma urbana conhecida popularmente
como “Bota-abaixo”, tendo como finalidade prática o urbanismo, o saneamento e o
embelezamento, dando ao Rio de Janeiro ares de cidade moderna e cosmopolita.
Crianças e adolescentes expostos a miseras condições de vida, enfrentando cada
vez mais cedo o dilema de lidar com problemas familiares, sem qualquer tipo de
atenção, encarando cada vez mais situações de descaso e desprezo do poder
público, os pais que por sua vez também não alcancem objetivos de trabalho formal,
em situação de desespero, passem então para o “refúgio” nas drogas,
principalmente no crack, que é uma droga barata.
9. 8
2.5. Papel da Família no Processo de Estruturação Emocional/Afetiva dos
Dependentes Químicos.
Medidas duras e extremas fazem parte das recomendações de
grupos de apoio aos familiares de usuário de crack. Nem todas elas recebem o aval
de especialistas, mas mostram o grau de dificuldade que parentes tem na hora de
resgatar quem caiu no submundo do crack. Como o dependente perde rapidamente
o contato com a realidade, cabe a família tomar a frente do problema para resgatá-
lo. A família do dependente químico que na maioria das vezes já vem também de
uma realidade deprimida enfrentam grandes dificuldades na compreensão e no
auxílio deste problema, aqueles que devem ser a base estrutural de uma família tem
fundamental importância no trato com o viciado, deve haver bastante diálogo,
mostrando-se sempre disposto e apto a ajuda-lo a sair desta situação de completo
abandono, pois aquele que se encontra já chafurdado nas drogas não tem o menor
poder de percepção do mundo a seu redor, e é aí que a família deve entrar. Deve
haver em seu seio familiar muito amor, compreensão, paciência, e assim também
trabalhando o emocional e afetivo, preparando-se também para enfrentar possíveis
processos de recaídas. Sabemos o quanto é difícil a recuperação de pacientes como
tais; O processo de acolhimento familiar e da sociedade é que vai dar ao drogado a
segurança e o conforto necessários para que se reestabeleça o respeito e a
confiança mútua, trazendo assim o mesmo de volta a sociedade. Quanto aos
dependentes químicos que não possuem um lar, o assistente social deve
encaminha-los a abrigos ou lugares semelhantes, como, consultórios de rua e de
pontos de acolhimento de usuários, onde eles possam comer, tomar banho,
descansar, ter assistência afetiva e de profissionais preparados para este tipo de
trabalho, sendo este o ponto crucial de abordagem do trabalho.
10. 9
3 CONCLUSÃO
Este trabalho teve como objetivo pesquisar déficits cognitivos em
pacientes usuários de crack. O uso de cocaína fumada (crack) tem aumentado no
Brasil. Disso decorrem comprometimentos nas funções cognitivas. Déficits na
atenção, na memória, nas funções executivas e nas soluções de problemas são
destacados frequentemente. O crack torna-se, então, o bode expiatório dos grandes
problemas da sociedade contemporânea, e a mídia, porta-voz de um discurso
ideológico predominante, definidora da agenda de assuntos que serão levados à
sociedade. As notícias apresentam territórios como as cracolândias, por exemplo,
como espaços típicos de violência e delinquência, ignorando a organicidade
existente ali, com características (e qualidades) como acolhimento, visibilidade,
interação social e proteção. É perceptível a existência de outras drogas talvez mais
desastrosas que o crack, as quais causam problemas sociais e de saúde pública
também maior, mas que não estão recebendo a devida atenção da sociedade. O
drama do uso do crack, dentre outros, é, muitas vezes, ignorado. Por outro lado,
ainda não está claro se esse chamamento para o "enfrentamento" ao crack se deve
ao problema real que a droga causa ao ser humano ou ao fato de a sociedade ter de
se deparar com a sua decadência em cada esquina. Quaisquer das alternativas
requerem atenção e ação, mas é a consciência do problema real que vai definir
estratégias eficazes.
11. 10
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://www.brasilescola.com/drogas/crack.htm
http://www.abc.med.br
(A POLÍTICA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA A ATENÇÃO INTEGRAL A
USUÁRIOS DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS pg 8 - 2ª edição revista e ampliada;
Série B. Textos Básicos de Saúde; Brasília – DF – 2004).
Ministério da Saúde (BRASIL, 2000)
ALVAREZ, Gilberto. A cracolândia não é um caso de polícia. Linha Direta, em 17-01-
2012. Disponível em Acesso em: 16 de abril de 2012.
COLLETTA, Denise Dalla. Projeto Quixote: tratando pequenos adultos. Época São
Paulo – Qui, 2/2/2012: ASSISTENCIA SOCIAL, HABITAÇÃO, POLÍTICAS
PÚBLICAS, REVITALIZAÇÃO,TAGS: ASSISTÊNCIA SOCIAL, CRACK,
CRACOLÂNDIA, REINSERÇÃO.Disponívelem: Acesso em 16 de Abril de 2012.
PASA, Morgana Scheffer Graciela Gema ; ALMEIDA, Rosa Maria Martins de.
Dependência de álcool, cocaína e crack e transtornos psiquiátricos. Psic.: Teor. E
Pesq.[online].2010, vol.26, n.3, pp.533-541. Disponível em: Acesso em 06 de Março
de 2012.
JUNIOR, Rafael & BLOTA, João. Nóia – O poder tentador de nossas fraquezas.
Edição: 1ª – Editora:300 Editora. Ano de Lançamento: 2009