O documento discute transtornos alimentares na adolescência, como anorexia e bulimia. Ele explica que "manias" de dieta podem levar a problemas nutricionais e ser o início de transtornos alimentares graves. O documento também descreve sintomas, tratamentos e explicações psicológicas para esses transtornos.
2. Alimentação do Adolescente
A alimentação é um aspecto tão importante na
adolescência quanto na infância, pois deverá
contribuir para criar e manter bons hábitos
alimentares para toda a vida, além de satisfazer as
necessidades nutricionais, propiciando peso e
desenvolvimento adequados de massa óssea e
muscular, intensos nesse período.
3. As mudanças dos hábitos alimentares podem
ter influências emocionais, sociais, econômicas,
etc.
O adolescente pode mudar seus hábitos
alimentares devido à influência dos amigos,
para contrariar os pais, pelo aumento do poder
de compra, pela influência da mídia, etc.
Um comportamento preocupante é a “mania”
de fazer “regimes” de restrição alimentar,
existente especialmente entre as adolescentes
do sexo feminino.
4. Isso pode acarretar carências
nutricionais. Nutrientes
importantes acabam sendo
consumidos abaixo das
necessidades, entre eles o ferro,
cálcio, vitaminas, e até o
consumo energético pode ficar
comprometido, prejudicando o
desenvolvimento.
Além disso, essas “manias” de
“regimes” de restrição alimentar
podem ser o início de problemas
mais graves, devidos à baixa
auto-aceitação do adolescente,
como anorexia e bulimia
nervosa.
5. Transtornos Alimentares
• Os transtornos relacionados à alimentação, como os
vômitos e a falta de apetite, freqüentes na adolescência,
podem levar a um quadro de desidratação importante, e
até à necessidade de internação. A partir da década de
70, a anorexia e a bulimia nervosa tornaram-se os
principais transtornos alimentares da adolescência.
• Os adolescentes que têm transtornos alimentares
experimentam uma variedade de complicações
metabólicas e sequelas psicossociais, incluindo a co-
morbidade com os transtornos afetivos (depressão) e de
ansiedade. Além disso, podem apresentar isolamento
social decorrente de freqüentes intercorrências médicas.
6. Anorexia Nervosa
• Anorexia nervosa é um transtorno alimentar no
qual a busca implacável por magreza leva a
pessoa a recorrer a estratégias para perda de
peso, ocasionando importante emagrecimento.
• As pessoas anoréxicas apresentam um medo
intenso de engordar mesmo estando
extremamente magras.
• Em 90% dos casos, acomete mulheres
adolescentes e adultas jovens, na faixa de 12 a
20 anos.
7. Complicações médicas
• Desnutrição e desidratação.
• Hipotensão (diminuição da pressão arterial).
• Anemia.
• Redução da massa muscular.
• Intolerância ao frio.
• Motilidade gástrica diminuída.
• Amenorréia (parada do ciclo menstrual).
• Osteoporose (rarefação e fraqueza óssea).
• Infertilidade em casos crônicos.
8. Como se trata?
• O tratamento deve ser realizado por uma equipe
multidisciplinar formada por psiquiatra, psicólogo,
pediatra, clínico e nutricionista, em função da
complexa interação de problemas emocionais e
fisiológicos nos transtornos alimentares.
9. Anorexia Nervosa
• É mais freqüente nas adolescentes do sexo
feminino, iniciando-se tipicamente aos 13 anos e
culminando aos 17-18 anos.
• É causada por uma interação de fatores
socioculturais, biológicos e psíquicos,
considerando-se a vulnerabilidade daquela
adolescente em particular.
• Diagnóstico: perda ponderal de pelo menos 15% do
peso original e a ausência de doença física
conhecida, que responda pela perda de peso, o que
requer uma série de exames clínicos e laboratoriais.
10. • O comportamento dirigido à perda de peso
ocorre em segredo, os pacientes recusam-se a
comer com suas famílias ou em lugares
públicos.
• Eles diminuem drasticamente a ingestão de
alimentos, principalmente os que são ricos em
carboidratos e lipídios.
• Alguns pacientes oscilam entre a restrição e a
orgia alimentar, geralmente à noite, seguindo-se
ao ritual de indução ao vômito ou uso de
laxantes e diuréticos.
11. O que se sente?
• Perda de peso em um curto espaço de tempo.
• Alimentação e preocupação com peso corporal
tornam-se obsessões.
• Crença de que se está gordo, mesmo estando
excessivamente magro.
• Parada do ciclo menstrual (amenorréia).
• Interesse exagerado por alimentos.
• Comer em segredo e mentir a respeito de comida.
• Depressão, ansiedade e irritabilidade.
• Exercícios físicos em excesso.
• Progressivo isolamento da família e amigos.
12. Explicações psicodinâmicas para o fenômeno
encontrado na anorexia da adolescente
• Tensões sexuais geradas pelas próprias alterações
físicas, relacionadas à puberdade. A desnutrição
leva à diminuição do interesse sexual, o que pode
proteger a jovem contra a sua própria sexualidade.
• Uma relação sedutora e dependente com o pai,
culpando-se pela agressividade em relação à mãe:
o ódio contra a mãe, que ao mesmo tempo a
protege do pai.
• A perturbação da auto-percepção (imagem
corporal), implica na negação do corpo, através da
fadiga, fraqueza e fome e poderá incidir tanto em
uma estrutura neurótica quanto psicótica.
13. Três tipos de anorexias
• Aquela relacionada com uma complicada relação
mãe-filho, em um contexto familiar bastante
perturbado;
• A relacionada com práticas culturais de culto ao
“corpo perfeito”, em que temos tanto a presença de
anorexia quanto a de bulimia, e
• Uma forma, provavelmente, ligada a causas
genéticas, que levará o paciente à morte,
independente do tratamento.
14. Bulimia nervosa
• A bulimia nervosa é caracterizada por repetidos
ataques de hiperfagia e uma preocupação
excessiva com o controle do peso corporal, levando
o paciente a adotar medidas extremas, a fim de
mitigar os efeitos “de engordar”.
• A distribuição etária e por sexo é similar àquela
encontrada na anorexia, porém a idade de
apresentação tende a ser ligeiramente mais tardia.
O transtorno pode ser visto como uma seqüela da
anorexia persistente, embora a seqüência inversa
também possa ocorrer.
15. • A anoréxica, ao começar a melhorar, ganhar peso,
retornar sua menstruação, entra em um padrão
pernicioso de hiperfagia e vômitos, o que lhe causa
novamente alterações eletrolíticas e complicações
físicas (tetania, crises epiléticas, arritimias
cardíacas e fraqueza muscular) retomando à perda
de peso e à sintomatologia anterior.
• Freqüentemente encontramos quadros de bulimia
associados à depressão, o que requer a prescrição
de anti-depressivos e inibidores do apetite.
• O tratamento segue as linhas gerais daquele
empregado para a anorexia nervosa.
16. Hiperfagia
• É um episódio em que o indivíduo com bulimia tem
ataques de excesso alimentar, incluindo na maioria das
vezes doces e alimentos com alto teor calórico, tais
como sorvetes ou bolos. A hiperfagia não é uma
resposta de uma fome exagerada, mas de depressão,
estresse e assuntos relacionados a auto-estima.
Durante esse episódio o indivíduo experimenta uma
perda de controle muito grande seguida de uma calma
rápida. Essa calma é sempre seguida de raiva de si
mesmo.
17. • Tetania é também a palavra usada para
descrever espasmos musculares
(contrações involuntárias dos músculos),
quando eles não são causados pelo
tétano.
18. ENSINANDO E APRENDENDO
COM AS TICs
• Uma alimentação, quando adequada e variada,
previne deficiências nutricionais, e protege
contra doenças infecciosas, porque é rica em
nutrientes que podem melhorar as defesas do
organismo.
• Nutrientes são compostos químicos
encontrados nos alimentos que têm funções
específicas e se dividem em: macronutrientes:
carboidratos, proteínas e lipídeos;
micronutrientes: vitaminas e sais minerais.
Algumas dicas para hábitos
alimentares saudáveis
19. • Realizar de cinco a seis refeições diárias, sendo
três refeições principais e dois a três lanches,
evitando ficar longos períodos sem se alimentar;
• Variar a dieta (consulte a Pirâmide Alimentar dos
Adolescentes);
• Ingerir bastante líquido;
• Evitar comer em frente à TV, pois isso abre
caminho para excessos;
• Evitar "pular" refeições, pois isso faz com a fome
seja ainda maior na próxima refeição, propiciando
excessos;
20. • Escolher embalagens individuais, em vez de
embalagens "tamanho-família"; por exemplo,
preferir os chocolates embalados individualmente,
no lugar de barras inteiras;
• Quando os lanches substituem as principais
refeições, é importante assegurar que eles sejam
nutritivos e contribuam para uma dieta equilibrada;
• Praticar exercícios físicos regularmente;
• Caso haja necessidade de redução de peso,
procurar sempre a orientação de um profissional
da área.
22. Atividade Física
• É muito importante a prática de exercícios físicos
regularmente, aliada a uma alimentação saudável, o
que previne o sobrepeso e a obesidade, além de
trazer benefícios para saúde mental e emocional.
• As pessoas fisicamente ativas são
profissionalmente mais produtivas, e desenvolvem
maior resistência a doenças.
• Para ter uma vida saudável, associe sempre uma
alimentação equilibrada, com o consumo de água e
a prática de atividades físicas regularmente.
23. Cálculo do IMC
• Índice de Massa Corporal (IMC) é usado
para avaliar o seu peso (kg) em
relação à sua estatura (m).
IMC = peso atual (kg) dividido
por altura² (m)
• IMC = 79 / 1,60²
24. TABELA DE CLASSIFICAÇÃO DO IMC
IMC Classificação
Abaixo do peso Menor que 18,5
Peso Normal 18,5 – 24,9
Pré Obesidade 25,0 – 29,9
Obesidade Grau I 30,0 – 34,9
Obesidade Grau II 35,0 – 39,9
Obesidade Grau III Acima de 40,0