SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 11
FOCCA – FACULDADE DE OLINDA 
Grupo: Allana Figueredo, Inaldo Bento e Tatyane Patrícia. 
Professora: Elizabeth Carvalho. 
Disciplina: Literatura Brasileira.
 Título: Esaú e Jacó 
 Autor: Machado de Assis 
 Ano de publicação: 1904 
Falecimento de Carolina Xavier 
(Esposa de Machado)
Isaac Blessing Jacob, Govert Flinck, c. 1638
 Numa época em que os Realistas se desdobravam em detalhes 
grosseiros, Machado preferia sugerir a declarar. Olhando a natureza 
como um míope, ele, em compensação, devassa e penetra a alma dos 
homens, para aí sim, exibi-la em opulência de detalhes. 
 Como diz José Barreto Filho em seu livro Introdução à obra de 
Machado de Assis , “Machado nos quis dizer um segredo, mas o fez 
com tanta reserva que não pôde formular talvez, nem para si mesmo”. 
 O livro possui uma particularidade: faz refletir a posição política de um 
homem tido como alheio a movimentos de tal natureza. Acusado de 
indiferente, frio e inteiramente desligado das paixões políticas, Machado 
de Assis, nesta obra, discute e analisa uma das mais importantes 
épocas da política brasileira.
 O livro é uma alegoria daquele momento histórico brasileiro, 
de transição entre Monarquia e República. Os gêmeos (o 
monarquista conservador Pedro e o liberal republicano Paulo) 
são opostos na essência, mas são tão idênticos fisicamente a 
ponto de Flora não conseguir distingui-los. A crítica de 
Machado está aí: no Brasil, não se consegue perceber a 
diferença entre Monarquia e República — diferentes no 
discurso, mas semelhantes em suas práticas políticas.
 A construção narrativa é feita para causar estranhamento. 
Apesar da aparência de simplicidade, a estrutura não é 
simples. A apresentação da advertência no início do livro, 
explicando que o texto foi encontrado no meio de cadernos 
manuscritos, torna o Conselheiro Aires, que é personagem, 
num autor suposto. Mas Aires não é o narrador: quem narra é 
o narrador onisciente. A voz machadiana, que conversa com o 
leitor, se sobrepõe à do Conselheiro. O esquema narrativo é 
complexo, pois há um narrador em terceira pessoa que 
também dialoga em primeira pessoa com o leitor.
 Pedro: Jovem monarquista. Formado em medicina, apaixona-se pela jovem Flora e 
a disputa com seu irmão. É amigo do Conselheiro Aires, por quem tem grande 
estima. Torna-se deputado republicano conservador e, no fim da narrativa, rompe 
laços com seu irmão. 
 Paulo: Irmão gêmeo de Pedro, republicano, formado em direito. Como o irmão, 
apaixona-se por Flora e a disputa com ele. Sofre com a morte da amada. É amigo 
do conselheiro Aires. Elege-se deputado reformista ao final da narrativa, rompendo 
definitivamente laços com Pedro. 
 Flora: Jovem misteriosa, firme e ingênua a um só tempo. Apaixona-se pelos 
gêmeos Pedro e Paulo. Indecisa, acaba ficando perturbada mentalmente e 
morrendo. Pode ser entendida como a metonímia do Brasil, sem esperança entre 
os jogos de interesse políticos. 
 Natividade: Mãe de Pedro e de Paulo, Natividade é uma mulher forte e 
condescendente. Viveu para os filhos, os amigos e a família. Tentou, em vão, 
estabelecer a paz entre os gêmeos, sonhando toda a vida com a “grandiosidade” 
anunciada pela cabocla.
 Conselheiro Aires: Conselheiro do império, Aires é um homem 
viajado, diplomata experiente e tido em alta conta pelos amigos. É 
quem auxilia Natividade na campanha de paz entre os gêmeos e 
ajuda Flora a lidar com seu sofrimento. É refinado, discreto e um 
tanto cético. 
 Santos: Pai de Pedro e Paulo, marido de Natividade. Homem de 
origem humilde, que fez fortuna com usura e tornou-se banqueiro. 
De fé duvidosa, converte-se ao espiritismo. 
 Batista: Pai de Flora e marido de D. Cláudia. É um oportunista, sem 
opinião firme e influenciável facilmente. Considera-se conservador, 
mas quando se dá a queda destes, alia-se aos liberais. Não 
consegue ter o seu sonhado retorno à política concretizado. 
 D. Cláudia: Mãe de Flora e mulher de Batista. Mulher superficial, 
interesseira e fútil. Está sempre buscando maneiras de reconduzir o 
marido à política, para reaver a satisfação pessoal.
Esaú e Jacó - Machado de Assis
Esaú e Jacó - Machado de Assis

Más contenido relacionado

Similar a Esaú e Jacó - Machado de Assis

Triste fim de policarpo completo (1)
Triste fim de policarpo  completo (1)Triste fim de policarpo  completo (1)
Triste fim de policarpo completo (1)Marcela Rodrigues
 
Biografia de Herminio Corrêa de Miranda
Biografia de Herminio Corrêa de MirandaBiografia de Herminio Corrêa de Miranda
Biografia de Herminio Corrêa de MirandaOsvaldo Brascher
 
Literatura Brasileira: Romance Nordestino de 30.
Literatura Brasileira: Romance Nordestino de 30. Literatura Brasileira: Romance Nordestino de 30.
Literatura Brasileira: Romance Nordestino de 30. Cyntia Borges
 
2º tarefa do facegrupo
2º tarefa do facegrupo2º tarefa do facegrupo
2º tarefa do facegrupoGabriel Mendes
 
Vidaemortedem j-gonzaga-3a-2011-110516155952-phpapp01
Vidaemortedem j-gonzaga-3a-2011-110516155952-phpapp01Vidaemortedem j-gonzaga-3a-2011-110516155952-phpapp01
Vidaemortedem j-gonzaga-3a-2011-110516155952-phpapp01Chromus
 
Vidaemortedem j-gonzaga-2a-2014-110516155952-phpapp01
Vidaemortedem j-gonzaga-2a-2014-110516155952-phpapp01Vidaemortedem j-gonzaga-2a-2014-110516155952-phpapp01
Vidaemortedem j-gonzaga-2a-2014-110516155952-phpapp01Chromus
 
Literatura Brasileira: Livro A Carne
Literatura Brasileira: Livro A CarneLiteratura Brasileira: Livro A Carne
Literatura Brasileira: Livro A CarneEzequias Guimaraes
 
As meninas entre_o_universo_de_lygia_fag
As meninas entre_o_universo_de_lygia_fagAs meninas entre_o_universo_de_lygia_fag
As meninas entre_o_universo_de_lygia_fagIlmara Fonseca
 
Alguns livros essenciais da literatura brasileira1
Alguns livros essenciais da literatura brasileira1Alguns livros essenciais da literatura brasileira1
Alguns livros essenciais da literatura brasileira1BiiancaAlvees
 

Similar a Esaú e Jacó - Machado de Assis (20)

Esaú e jacó
Esaú e jacóEsaú e jacó
Esaú e jacó
 
Esaú e jacó
Esaú e jacóEsaú e jacó
Esaú e jacó
 
Esau e jaco 1
Esau e jaco 1Esau e jaco 1
Esau e jaco 1
 
Literatura brasileira
Literatura brasileira Literatura brasileira
Literatura brasileira
 
Clarice lispector- A hora da Estrela
Clarice lispector- A hora da EstrelaClarice lispector- A hora da Estrela
Clarice lispector- A hora da Estrela
 
Triste fim de policarpo completo (1)
Triste fim de policarpo  completo (1)Triste fim de policarpo  completo (1)
Triste fim de policarpo completo (1)
 
Biografia de Herminio Corrêa de Miranda
Biografia de Herminio Corrêa de MirandaBiografia de Herminio Corrêa de Miranda
Biografia de Herminio Corrêa de Miranda
 
Literatura Brasileira: Romance Nordestino de 30.
Literatura Brasileira: Romance Nordestino de 30. Literatura Brasileira: Romance Nordestino de 30.
Literatura Brasileira: Romance Nordestino de 30.
 
Pre modernismo
Pre modernismoPre modernismo
Pre modernismo
 
2º tarefa do facegrupo
2º tarefa do facegrupo2º tarefa do facegrupo
2º tarefa do facegrupo
 
Slide e..(1)
Slide   e..(1)Slide   e..(1)
Slide e..(1)
 
Realismo
RealismoRealismo
Realismo
 
Slide josé cardoso pires
Slide josé cardoso piresSlide josé cardoso pires
Slide josé cardoso pires
 
Slide josé cardoso pires
Slide josé cardoso piresSlide josé cardoso pires
Slide josé cardoso pires
 
Vidaemortedem j-gonzaga-3a-2011-110516155952-phpapp01
Vidaemortedem j-gonzaga-3a-2011-110516155952-phpapp01Vidaemortedem j-gonzaga-3a-2011-110516155952-phpapp01
Vidaemortedem j-gonzaga-3a-2011-110516155952-phpapp01
 
Vidaemortedem j-gonzaga-2a-2014-110516155952-phpapp01
Vidaemortedem j-gonzaga-2a-2014-110516155952-phpapp01Vidaemortedem j-gonzaga-2a-2014-110516155952-phpapp01
Vidaemortedem j-gonzaga-2a-2014-110516155952-phpapp01
 
Literatura Brasileira: Livro A Carne
Literatura Brasileira: Livro A CarneLiteratura Brasileira: Livro A Carne
Literatura Brasileira: Livro A Carne
 
As meninas entre_o_universo_de_lygia_fag
As meninas entre_o_universo_de_lygia_fagAs meninas entre_o_universo_de_lygia_fag
As meninas entre_o_universo_de_lygia_fag
 
Alguns livros essenciais da literatura brasileira1
Alguns livros essenciais da literatura brasileira1Alguns livros essenciais da literatura brasileira1
Alguns livros essenciais da literatura brasileira1
 
PRE-MODERNISMO.pptx
PRE-MODERNISMO.pptxPRE-MODERNISMO.pptx
PRE-MODERNISMO.pptx
 

Más de Taty de Souza

Más de Taty de Souza (7)

O uso do porquês
O uso do porquêsO uso do porquês
O uso do porquês
 
Ariano em cena
Ariano em cenaAriano em cena
Ariano em cena
 
Morfologia morfema
Morfologia   morfemaMorfologia   morfema
Morfologia morfema
 
Morfologia morfema
Morfologia   morfemaMorfologia   morfema
Morfologia morfema
 
Os lusiadas
Os lusiadasOs lusiadas
Os lusiadas
 
Marquesa de alorna
Marquesa de alornaMarquesa de alorna
Marquesa de alorna
 
Teoria genética da aprendizagem
Teoria genética da aprendizagemTeoria genética da aprendizagem
Teoria genética da aprendizagem
 

Último

Prova uniasselvi tecnologias da Informação.pdf
Prova uniasselvi tecnologias da Informação.pdfProva uniasselvi tecnologias da Informação.pdf
Prova uniasselvi tecnologias da Informação.pdfArthurRomanof1
 
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasil
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 BrasilGoverno Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasil
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasillucasp132400
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?Rosalina Simão Nunes
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfGuia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfEyshilaKelly1
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalJacqueline Cerqueira
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfaulasgege
 
Regência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdfRegência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdfmirandadudu08
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
Lírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptx
Lírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptxLírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptx
Lírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptxfabiolalopesmartins1
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxkarinedarozabatista
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptxthaisamaral9365923
 

Último (20)

Prova uniasselvi tecnologias da Informação.pdf
Prova uniasselvi tecnologias da Informação.pdfProva uniasselvi tecnologias da Informação.pdf
Prova uniasselvi tecnologias da Informação.pdf
 
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasil
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 BrasilGoverno Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasil
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasil
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfGuia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
 
Regência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdfRegência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdf
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
Lírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptx
Lírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptxLírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptx
Lírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptx
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
 

Esaú e Jacó - Machado de Assis

  • 1. FOCCA – FACULDADE DE OLINDA Grupo: Allana Figueredo, Inaldo Bento e Tatyane Patrícia. Professora: Elizabeth Carvalho. Disciplina: Literatura Brasileira.
  • 2.  Título: Esaú e Jacó  Autor: Machado de Assis  Ano de publicação: 1904 Falecimento de Carolina Xavier (Esposa de Machado)
  • 3. Isaac Blessing Jacob, Govert Flinck, c. 1638
  • 4.  Numa época em que os Realistas se desdobravam em detalhes grosseiros, Machado preferia sugerir a declarar. Olhando a natureza como um míope, ele, em compensação, devassa e penetra a alma dos homens, para aí sim, exibi-la em opulência de detalhes.  Como diz José Barreto Filho em seu livro Introdução à obra de Machado de Assis , “Machado nos quis dizer um segredo, mas o fez com tanta reserva que não pôde formular talvez, nem para si mesmo”.  O livro possui uma particularidade: faz refletir a posição política de um homem tido como alheio a movimentos de tal natureza. Acusado de indiferente, frio e inteiramente desligado das paixões políticas, Machado de Assis, nesta obra, discute e analisa uma das mais importantes épocas da política brasileira.
  • 5.  O livro é uma alegoria daquele momento histórico brasileiro, de transição entre Monarquia e República. Os gêmeos (o monarquista conservador Pedro e o liberal republicano Paulo) são opostos na essência, mas são tão idênticos fisicamente a ponto de Flora não conseguir distingui-los. A crítica de Machado está aí: no Brasil, não se consegue perceber a diferença entre Monarquia e República — diferentes no discurso, mas semelhantes em suas práticas políticas.
  • 6.
  • 7.  A construção narrativa é feita para causar estranhamento. Apesar da aparência de simplicidade, a estrutura não é simples. A apresentação da advertência no início do livro, explicando que o texto foi encontrado no meio de cadernos manuscritos, torna o Conselheiro Aires, que é personagem, num autor suposto. Mas Aires não é o narrador: quem narra é o narrador onisciente. A voz machadiana, que conversa com o leitor, se sobrepõe à do Conselheiro. O esquema narrativo é complexo, pois há um narrador em terceira pessoa que também dialoga em primeira pessoa com o leitor.
  • 8.  Pedro: Jovem monarquista. Formado em medicina, apaixona-se pela jovem Flora e a disputa com seu irmão. É amigo do Conselheiro Aires, por quem tem grande estima. Torna-se deputado republicano conservador e, no fim da narrativa, rompe laços com seu irmão.  Paulo: Irmão gêmeo de Pedro, republicano, formado em direito. Como o irmão, apaixona-se por Flora e a disputa com ele. Sofre com a morte da amada. É amigo do conselheiro Aires. Elege-se deputado reformista ao final da narrativa, rompendo definitivamente laços com Pedro.  Flora: Jovem misteriosa, firme e ingênua a um só tempo. Apaixona-se pelos gêmeos Pedro e Paulo. Indecisa, acaba ficando perturbada mentalmente e morrendo. Pode ser entendida como a metonímia do Brasil, sem esperança entre os jogos de interesse políticos.  Natividade: Mãe de Pedro e de Paulo, Natividade é uma mulher forte e condescendente. Viveu para os filhos, os amigos e a família. Tentou, em vão, estabelecer a paz entre os gêmeos, sonhando toda a vida com a “grandiosidade” anunciada pela cabocla.
  • 9.  Conselheiro Aires: Conselheiro do império, Aires é um homem viajado, diplomata experiente e tido em alta conta pelos amigos. É quem auxilia Natividade na campanha de paz entre os gêmeos e ajuda Flora a lidar com seu sofrimento. É refinado, discreto e um tanto cético.  Santos: Pai de Pedro e Paulo, marido de Natividade. Homem de origem humilde, que fez fortuna com usura e tornou-se banqueiro. De fé duvidosa, converte-se ao espiritismo.  Batista: Pai de Flora e marido de D. Cláudia. É um oportunista, sem opinião firme e influenciável facilmente. Considera-se conservador, mas quando se dá a queda destes, alia-se aos liberais. Não consegue ter o seu sonhado retorno à política concretizado.  D. Cláudia: Mãe de Flora e mulher de Batista. Mulher superficial, interesseira e fútil. Está sempre buscando maneiras de reconduzir o marido à política, para reaver a satisfação pessoal.