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Um aviso do Céu

                               Ao Sr. Prof. Dr. Álvaro
                               de Matos


Tinha eu oito anos apenas quando abandonei pela
primeira vez o meu pacato burgo de Moncorvo,
demandando as veigas do Minho.
O barco de carreira entre a foz do Sabor e a do Tua
- ponto terminal, nesse tempo, da linha férrea do
Douro - partia do Rego da Barca, pelas duas horas
da madrugada, às terças e sextas-feiras. E foi
precisamente numa sexta-feira de Setembro que eu,
cavalgando ao lado de meu pai, desci pela estrada
da Vilariça, em direitura ao cais de embarque. Mer-
gulhava o sol atrás da serra da Lousa quando me
apeei no pequeno largo da povoação, onde os meus
olhos infantis puderam contemplar, curiosamente,
os viajantes que iam chegando: uns a pé, - os de
mais cerca; outros, os que provinham lá de cima, do
norte do concelho, das terras de Mogadouro e de
Miranda, bifurcados em machos ou jericos, a mala
de viagem à garupa e os alforjes repletos de sacas
de chita, uma das quais, a mais obesa e melhor
acautelada, era o farnel.
Pouco a pouco, foi-se enchendo a única hospedaria
do lugarejo, instalada numa casa de andar, para cuja
grande sala, simultâneamente de reunião e de
comer, dava ingresso grosseira escada exterior
desembocando num balcão alpendrado. Vinha a
noite, fomos todos para a mesa, onde fumegava a
sopa. Vazios os pratos, entraram em acção as saco-
las da merenda. A casa era mais albergue que
restaurante, cozinhando apenas duas bebidas: a
sopa e o chá. De resto, quem viesse comeria do que
trouxesse. O certo é que ninguém ficou com fome,
e a refeição resultou variadíssima porque, além de
serem os farnéis abundantemente providos, logo se
estabeleceu entre os comensais tão sem-
cerimoniosa familiaridade, que não houve resistir-
se à insistência obsequiosa de aquela boa gente
transmontana, para que nos servíssemos das suas
iguarias.
A hora em que, no silêncio da noite, ecoou a buzina
do arrais anunciando a partida, já todos éramos
como amigos velhos. Pôs-se ponto à pequena festa
que sucedera à ceia, - um bailarico improvisado em
que, ao compasso de duas guitarras e outros tantos
violões, os rapazes se haviam deliciado polcando
com ardor, enquanto os velhos jogavam a manilha e
as matronas e as crianças dormitavam. Largou
carreiro abaixo o grupo dos forasteiros, de essa vez
bastante numeroso, em linha como as formigas,
malas na mão, sacas ao ombro, atrás do moço da
estalagem que marchava na testa erguendo um
lampião. Ao fundo do areal, a sombra do comprido
rabelo dava a impressão de um animal antedilu-
viano encalhado ali. Saltámos para dentro. Cada
qual procurou lugar, ao sabor das suas predilecções,
na grande bancada que circundava a metade poste-
rior do barco.
. A meio, de frente para a proa, ficaram os melóma-
nos que haviam tido a feliz ideia de trazer os seus
instrumentos musicais, para aligeirarem a viagem.
Apagaram-se as duas luzes de bordo, «que cega-
vam os olhos - explicou o arrais - a quem precisava
de ver no escuro». Os marinheiros toma¬ram os
seus postos. - «Largai» bradou uma voz. Cravando
a ponta do croque na areia, um rapazote da tripula-
ção fez finca-pé, afastando da margem a pesada
barcaça. - «Rema p'ra o pego!» mandou o patrão.
Ouviram-se os remos a cair na água. E nada mais se
escutou, depois, senão aquele chape-chape compas-
sado e o murmúrio sinistro da corrente.
Quem apurasse o ouvido, mais alguma coisa escu-
taria: o sussurro das rezas. Ao aventurar-se no dorso
da torrente bravia e lodosa, onde os «pontos»
abundavam e as arestas dos rochedos afloravam
com frequência, os passageiros, aterrorizados,
entregavam-se nas mãos de Deus. E era bem uma
sensação de terror a que todos nós sentíamos,
dentro de frágil e já carcomida construção de
madeira, à tona de aquele «rio de mau navegar»,
imersos em profunda escuridão, que uma neblina
ténue tornava mais densa.
A princípio, durante poucos minutos, avistaram-se
ainda algumas luzes, no Rego da Barca, na Foz do
Sabor. Mas logo, dada a volta do Monte Meão, se
entrou na treva absoluta. As margens, até então
espraiadas, erguiam-se quase a pique, negras,
maciças, ameaçadoras, altas de centenas de metros:
duas muralhas de crepe forrando um poço. E era no
fundo de esse poço que seguíamos navegando,
vendo apenas, no cairei altaneiro do abismo, lá
muito em cima, um retalho de céu cor de tinta,
picado pelo lucilar de algumas estrelas.
Ninguém falava. Todos nos conservávamos mudos,
dominados por intransitivo sentimento de angústia.
Felizmente, ao cabo de uma hora, as montanhas
abriram, o rio dilatou-se, e surgiram aqui e ali as
manchas alvacentas de alguns areais. Como o hori-
zonte era mais largo, e os olhos se iam acos-
tumando ao negrume, percebiam-se as silhuetas das
casas de quinta alcandoradas pelas encostas, os
socalcos do vinhedo, os esquadrões das oliveiras
descendo, em carga cerrada, os pendores da mon-
tanha. Gritos de aves de rapina, acordadas pelo
bater dos remos, estridulavam nos recôncavos. E
uma que outra vez, chegavam até nós latidos de
cães e brados alegres dos guardadores das vinhas,
saudando os passageiros e desejando-lhes boa
viagem.
Pouco a pouco, a serenidade ia voltando aos nossos
espíritos. Já cortava o silêncio um cicio de conver-
sas a meia voz. Algumas risadas soaram. E em
breve a palestra se generalizou, até que uma voz
pediu: - o senhores das guitarras! Quer-se um
bocado de música'
Elevou-se o ruído plangente das cordas de arame,
logo secundado pelo dlon-dlon dos bordões.
Alguém denunciou que uma senhora ali presente
era exímia cantadeira de fados. Choveram as súpli-
cas. E uma voz de contralto, trémula ainda da
emoção sofrida, subiu para as estrelas, dizendo a
sorte triste de quem sofre penas de amor.
Foi nesta ocasião que reparei em certo rapazito,
pouco mais velho do que eu, sentado no lastro do
barco, quase sobre os meus pés. Perto dele, um
vulto de mulher, acocorado nas tábuas húmidas,
gemia. Meu pai, compadecido, interrogou:
- Está incomodada, tiazinha?
- Não, meu, senhor - respondeu ela, soerguendo-se,
- Vou a chorar, também, a minha triste sorte.
E com aquela comunicabilidade tão vulgar na gente
da província, desenrolou toda a sua vida. Viúva,
com quatro filhos, um deles ainda de peito. Aquele
que ia ali era o mais velho. Viviam miseràvelmente.
Tudo quanto ganhavam, trabalhando de sol a sol, -
nas ceifas, nas mondas, na apanha da azeitona ou
nas vindimas - mal chegava para a côdea do
centeio. Aparecera lá na terra, uma aldeola do
termo da Alfândega da Fé, certo brasileiro rico que
se apiedara da sua pobreza e se tinha prontificado a
empregar-lhe o rapaz na Baía. Esse senhor - um
santo homem, não desfazendo - tornara para o
Brasil havia dois meses, E o cachopo ia ter com ele,
por esses mares de Cristo. Mas como a viagem era
cara, e o dinheiro. pouco, ele arranjara-lhe passa-
gem num veleiro a barca «Santa Quitéria», que
partia do Porto de ali a dois dias.
- E é por isso que chora?
- Pois não hei-de chorar, meu senhor?
Ganhasse eu pão bastante p'ra os sustentar a todos,
que não havia forças humanas que me arrancassem
o rapaz dos braços!
Nesta altura notámos que o barco atracava a um
areal. As guitarras calaram-se. -«Que temos» ?
- perguntou-se. E o arrais explicou: estávamos a
cem braças do Cachão da Valeira. Seria imprudên-
cia tentar de noite esse arriscado passo. Ficaríamos
ali, portanto, até que o dia rompesse.
-Contanto que não percamos o comboio! - disse
uma senhora idosa, de mantilha preta.
- Antes isso do que irmos todos ao charco!
- contrapôs outro passageiro.
E foi fatal vir a lume a história do célebre sinistro
sucedido naquele sítio, havia já bastantes anos, mas
ainda bem presente na memória de todos, em que
perderam a vida seis pessoas, entre as quais um
inglês tido e havido por habilíssimo nadador.
Salvara-se apenas uma senhora, que a saia-balão
fizera flutuar.
As raparigas, que conheciam a saia-balão apenas
dos figurinos antigos, riram-se, achando graça
àquela bóia improvisada. Depois, a animação caiu.
Faltava ainda uma boa hora para o nascer do sol. E
os passageiros, aconchegados nos seus agasa¬lhos,
aproveitaram a trégua passando pelo sono.
Fui eu um dos poucos que permaneceram desper-
tos. Impressionara-me muito aquela mãe chorando
o filho que partia para a América. E lembrava-me,
com saudade intensa, da minha, que, igualmente
lavada em lágrimas, se despedira de mim horas
antes.
- O menino vai também p'ra o Brasil? - perguntou o
rapazito acocorado a meus pés.
- Felizmente não! -, respondi, sem pesar o egoísmo
cruel da resposta.
- Por que é que diz: felizmente? - volveu ele, numa
inflexão muito meiga.
- Porque não tenho de passar o mar.
O mar! Nunca eu o tinha visto. Mas imaginava-o,
como toda a gente das serras, cheio de ondas altero-
sas topetando o firmamento.
Houve uma pausa. Depois, a voz infantil, mais doce
ainda, tornou:
- Então o mar é assim bravo?
- Muito bravo. E tu não tens medo de te
arriscares em cima de ele?
- Não, senhor. As ondas não me hão-de fazer mal.
Minha mãe apegou-se com o Salvador do Mundo,
p'ra que me defenda de elas.
- Quem é o Salvador do Mundo?
- Olhe, meu menino - explicou a mãe. É o santo que
está no altar de uma capelinha, além, no cimo da
serra. Se fosse dia, via-se de aqui.
Enfim, o firmamento tornou-se menos escuro.
Uma ligeira tonalidade pálida o vinha tomando,
desde as arribas de leste, espraiando-se lentamente,
como tecido compacto cuja extremidade se
embebesse num líquido e a acção da capilaridade
fosse pouco a pouco humedecendo por igual. Nas
cristas das serranias a montante entraram de
recortar-se, nítidos como repregos de teatro, as
árvores e os penhascos. Para o poente, doiravam-se
os visos escalvados, enquanto as vertentes se
tingiam de violeta. De instante para instante, a luz
intensificava-se, fazendo avultar os relevos da
paisagem. Já lá no alto, a cavaleiro da montanha em
frente, se distinguia a cascata da Ola, saltando de
rocha em rocha, num filete de espuma. Os azinhei-
ros das encostas tomavam atitudes hirtas, de galhos
abertos como braços de ermitães rezando. Dos
casais dependurados pelas escarpas, ou coroando
moutas de verdura, subiam colunas de fumo. Um
ou outro rebanho de cabras saía dos currais e descia
os atalhos, chocalhando. Vinha de qualquer
quebrada distante um toque de sino. E a aragem que
entrara de soprar inclinava sobre a água a cabeleira
rumorejante dos canaviais.
Mas já o tom índigo dos últimos planos se dissol-
via, dando lugar a um cor-de-rosa suave, logo
mudado em amarelo retinto. O oiro que tingia os
picos veio descendo até se esbater pelas margens do
rio. Um pequeno brilhante, que era o sol
emergindo, cintilou nas cumeadas do Freixo.
- Larga! - mandou de novo o arrais.
Meia dúzia de remadas nervosas, - e o barco
abalou. Logo, tomado pela corrente impetuosa,
começou de fugir como uma flecha. Entrávamos no
«ponto» da Valeira. A água precipitava-se, escacho-
ando, batendo como um aríete as rochas escaveira-
das, refluindo em caprichosas volutas, atirando-se
contra o costado da embarcação, que gemia sob o
embate. Seguindo a depressão cavada pelos rede-
moinhos no eixo do rio, o rabelo corria como numa
calha. Sobre a ponte, o velho arrais, de semblante
adusto, olhos fitos na proa e músculos retesados,
movia à direita e à' esquerda a pesada espadela,
guinando ora para o pego ora para a margem,
procurando evitar os parcéis e manter-se no sinuoso
canal, - na certeza de que o menor desvio seria o
irremediável naufrágio. De repente, sentiu-se uma
pancada surda na quilha. Batêramos num penedo
submerso. Alguns passageiros, violentamente
projectados, estatelaram-se no fundo da embarca-
ção. Um golpe de água entrou, como vaga alterosa,
molhando-nos a todos. E um brado uníssono de
angústia vibrou no ar, ecoou nos penhascos das
arribas, ao mesmo tempo que nos erguíamos dos
bancos.
- Má raios! - gritou o arrais.
E logo, imperativamente:
- Tudo sentado já! Rema à esquerda! Cia à direita!
O barco atravessou-se, oscilou, conseguiu libertar-
se das garras agudas do granito. Metros abaixo,
entrámos no «poço» do Salvador, tranquilo como
um lago. Estávamos salvos. No alto da escarpa, por
cima das nossas cabeças, alvejava a ermida do
Salvador do Mundo ...


Duas horas depois, avistávamos o apeadeiro de S.
Mamede do Tua, e a par dele, fumegando, uma
locomotiva atrelada à longa fila de trens, negros e
sujos, que devia conduzir-nos vale do Douro
abaixo. Desembarcámos. Todos? Não. A bordo
ficavam dois passageiros: a mulher da Alfândega e
o filho.
- Então não vêm! - berrou um de nós. - .
Olhem que perdem o comboio!
- Deixá-lo, meu senhor - tornou a mulherzinha, com
uma expressão de resoluta firmeza. - Perdido seja
ele p'ra sempre! Depois do que se passou lá em riba,
na Valeira, pus-me a pensar que muito tolo é quem
se arrisca em cima da água. A terra é bem melhor.
Dá-nos o pão enquanto vivemos, e só nos afoga
depois de mortos. Em toda a parte se vive, havendo
saúde e graça de Deus. Aquele susto que apanhá-
mos foi um aviso do céu. Foi o Senhor Salvador do
Mundo a dizer-me os males que esperam o meu
filho por lá. E é que já não vai! Torna p'ra casa
comigo!
- Mas olhe que lhe estraga o futuro! Sabe lá se ele
ainda viria a ser muito rico?
- Antes quero vê-lo pobre como os escalrachos do
que morto no mar, sem sepultura em sagrado!
E repetia, com um acento de funda convicção: - Foi
um aviso do céu! Foi um aviso do céu! Lá ficou,
abraçada ao rapaz, sentada na borda
do barco, as grossas sapatorras de bezerro penden-
tes sobre a areia ...



Teria razão? Não teria? Houve, no grupo, quem se
risse da pobre mulher. Esse riso, porém, devia
secar-se-lhe nos lábios, um mês depois, quando os
jornais noticiaram ter ido a pique, em viagem do
Porto para Pernambuco, a barca
Santa Quitéria.
Ficha Técnica:

Título da obra: Ares da Minha Serra
Autor: Campos Monteiro
Edição: Livraria Figueirinhas - Porto
        2ª Edição 5º Milhar
Data: 1956
ARES DA MINHA SERRA

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ARES DA MINHA SERRA

  • 1.
  • 2. Um aviso do Céu Ao Sr. Prof. Dr. Álvaro de Matos Tinha eu oito anos apenas quando abandonei pela primeira vez o meu pacato burgo de Moncorvo, demandando as veigas do Minho. O barco de carreira entre a foz do Sabor e a do Tua - ponto terminal, nesse tempo, da linha férrea do Douro - partia do Rego da Barca, pelas duas horas da madrugada, às terças e sextas-feiras. E foi precisamente numa sexta-feira de Setembro que eu, cavalgando ao lado de meu pai, desci pela estrada da Vilariça, em direitura ao cais de embarque. Mer- gulhava o sol atrás da serra da Lousa quando me apeei no pequeno largo da povoação, onde os meus olhos infantis puderam contemplar, curiosamente, os viajantes que iam chegando: uns a pé, - os de mais cerca; outros, os que provinham lá de cima, do norte do concelho, das terras de Mogadouro e de Miranda, bifurcados em machos ou jericos, a mala de viagem à garupa e os alforjes repletos de sacas de chita, uma das quais, a mais obesa e melhor acautelada, era o farnel. Pouco a pouco, foi-se enchendo a única hospedaria do lugarejo, instalada numa casa de andar, para cuja grande sala, simultâneamente de reunião e de comer, dava ingresso grosseira escada exterior desembocando num balcão alpendrado. Vinha a
  • 3. noite, fomos todos para a mesa, onde fumegava a sopa. Vazios os pratos, entraram em acção as saco- las da merenda. A casa era mais albergue que restaurante, cozinhando apenas duas bebidas: a sopa e o chá. De resto, quem viesse comeria do que trouxesse. O certo é que ninguém ficou com fome, e a refeição resultou variadíssima porque, além de serem os farnéis abundantemente providos, logo se estabeleceu entre os comensais tão sem- cerimoniosa familiaridade, que não houve resistir- se à insistência obsequiosa de aquela boa gente transmontana, para que nos servíssemos das suas iguarias. A hora em que, no silêncio da noite, ecoou a buzina do arrais anunciando a partida, já todos éramos como amigos velhos. Pôs-se ponto à pequena festa que sucedera à ceia, - um bailarico improvisado em que, ao compasso de duas guitarras e outros tantos violões, os rapazes se haviam deliciado polcando com ardor, enquanto os velhos jogavam a manilha e as matronas e as crianças dormitavam. Largou carreiro abaixo o grupo dos forasteiros, de essa vez bastante numeroso, em linha como as formigas, malas na mão, sacas ao ombro, atrás do moço da estalagem que marchava na testa erguendo um lampião. Ao fundo do areal, a sombra do comprido rabelo dava a impressão de um animal antedilu- viano encalhado ali. Saltámos para dentro. Cada qual procurou lugar, ao sabor das suas predilecções, na grande bancada que circundava a metade poste- rior do barco. . A meio, de frente para a proa, ficaram os melóma-
  • 4. nos que haviam tido a feliz ideia de trazer os seus instrumentos musicais, para aligeirarem a viagem. Apagaram-se as duas luzes de bordo, «que cega- vam os olhos - explicou o arrais - a quem precisava de ver no escuro». Os marinheiros toma¬ram os seus postos. - «Largai» bradou uma voz. Cravando a ponta do croque na areia, um rapazote da tripula- ção fez finca-pé, afastando da margem a pesada barcaça. - «Rema p'ra o pego!» mandou o patrão. Ouviram-se os remos a cair na água. E nada mais se escutou, depois, senão aquele chape-chape compas- sado e o murmúrio sinistro da corrente. Quem apurasse o ouvido, mais alguma coisa escu- taria: o sussurro das rezas. Ao aventurar-se no dorso da torrente bravia e lodosa, onde os «pontos» abundavam e as arestas dos rochedos afloravam com frequência, os passageiros, aterrorizados, entregavam-se nas mãos de Deus. E era bem uma sensação de terror a que todos nós sentíamos, dentro de frágil e já carcomida construção de madeira, à tona de aquele «rio de mau navegar», imersos em profunda escuridão, que uma neblina ténue tornava mais densa. A princípio, durante poucos minutos, avistaram-se ainda algumas luzes, no Rego da Barca, na Foz do Sabor. Mas logo, dada a volta do Monte Meão, se entrou na treva absoluta. As margens, até então espraiadas, erguiam-se quase a pique, negras, maciças, ameaçadoras, altas de centenas de metros: duas muralhas de crepe forrando um poço. E era no fundo de esse poço que seguíamos navegando, vendo apenas, no cairei altaneiro do abismo, lá
  • 5. muito em cima, um retalho de céu cor de tinta, picado pelo lucilar de algumas estrelas. Ninguém falava. Todos nos conservávamos mudos, dominados por intransitivo sentimento de angústia. Felizmente, ao cabo de uma hora, as montanhas abriram, o rio dilatou-se, e surgiram aqui e ali as manchas alvacentas de alguns areais. Como o hori- zonte era mais largo, e os olhos se iam acos- tumando ao negrume, percebiam-se as silhuetas das casas de quinta alcandoradas pelas encostas, os socalcos do vinhedo, os esquadrões das oliveiras descendo, em carga cerrada, os pendores da mon- tanha. Gritos de aves de rapina, acordadas pelo bater dos remos, estridulavam nos recôncavos. E uma que outra vez, chegavam até nós latidos de cães e brados alegres dos guardadores das vinhas, saudando os passageiros e desejando-lhes boa viagem. Pouco a pouco, a serenidade ia voltando aos nossos espíritos. Já cortava o silêncio um cicio de conver- sas a meia voz. Algumas risadas soaram. E em breve a palestra se generalizou, até que uma voz pediu: - o senhores das guitarras! Quer-se um bocado de música' Elevou-se o ruído plangente das cordas de arame, logo secundado pelo dlon-dlon dos bordões. Alguém denunciou que uma senhora ali presente era exímia cantadeira de fados. Choveram as súpli- cas. E uma voz de contralto, trémula ainda da emoção sofrida, subiu para as estrelas, dizendo a sorte triste de quem sofre penas de amor. Foi nesta ocasião que reparei em certo rapazito,
  • 6. pouco mais velho do que eu, sentado no lastro do barco, quase sobre os meus pés. Perto dele, um vulto de mulher, acocorado nas tábuas húmidas, gemia. Meu pai, compadecido, interrogou: - Está incomodada, tiazinha? - Não, meu, senhor - respondeu ela, soerguendo-se, - Vou a chorar, também, a minha triste sorte. E com aquela comunicabilidade tão vulgar na gente da província, desenrolou toda a sua vida. Viúva, com quatro filhos, um deles ainda de peito. Aquele que ia ali era o mais velho. Viviam miseràvelmente. Tudo quanto ganhavam, trabalhando de sol a sol, - nas ceifas, nas mondas, na apanha da azeitona ou nas vindimas - mal chegava para a côdea do centeio. Aparecera lá na terra, uma aldeola do termo da Alfândega da Fé, certo brasileiro rico que se apiedara da sua pobreza e se tinha prontificado a empregar-lhe o rapaz na Baía. Esse senhor - um santo homem, não desfazendo - tornara para o Brasil havia dois meses, E o cachopo ia ter com ele, por esses mares de Cristo. Mas como a viagem era cara, e o dinheiro. pouco, ele arranjara-lhe passa- gem num veleiro a barca «Santa Quitéria», que partia do Porto de ali a dois dias. - E é por isso que chora? - Pois não hei-de chorar, meu senhor? Ganhasse eu pão bastante p'ra os sustentar a todos, que não havia forças humanas que me arrancassem o rapaz dos braços! Nesta altura notámos que o barco atracava a um areal. As guitarras calaram-se. -«Que temos» ? - perguntou-se. E o arrais explicou: estávamos a
  • 7. cem braças do Cachão da Valeira. Seria imprudên- cia tentar de noite esse arriscado passo. Ficaríamos ali, portanto, até que o dia rompesse. -Contanto que não percamos o comboio! - disse uma senhora idosa, de mantilha preta. - Antes isso do que irmos todos ao charco! - contrapôs outro passageiro. E foi fatal vir a lume a história do célebre sinistro sucedido naquele sítio, havia já bastantes anos, mas ainda bem presente na memória de todos, em que perderam a vida seis pessoas, entre as quais um inglês tido e havido por habilíssimo nadador. Salvara-se apenas uma senhora, que a saia-balão fizera flutuar. As raparigas, que conheciam a saia-balão apenas dos figurinos antigos, riram-se, achando graça àquela bóia improvisada. Depois, a animação caiu. Faltava ainda uma boa hora para o nascer do sol. E os passageiros, aconchegados nos seus agasa¬lhos, aproveitaram a trégua passando pelo sono. Fui eu um dos poucos que permaneceram desper- tos. Impressionara-me muito aquela mãe chorando o filho que partia para a América. E lembrava-me, com saudade intensa, da minha, que, igualmente lavada em lágrimas, se despedira de mim horas antes. - O menino vai também p'ra o Brasil? - perguntou o rapazito acocorado a meus pés. - Felizmente não! -, respondi, sem pesar o egoísmo cruel da resposta. - Por que é que diz: felizmente? - volveu ele, numa inflexão muito meiga.
  • 8. - Porque não tenho de passar o mar. O mar! Nunca eu o tinha visto. Mas imaginava-o, como toda a gente das serras, cheio de ondas altero- sas topetando o firmamento. Houve uma pausa. Depois, a voz infantil, mais doce ainda, tornou: - Então o mar é assim bravo? - Muito bravo. E tu não tens medo de te arriscares em cima de ele? - Não, senhor. As ondas não me hão-de fazer mal. Minha mãe apegou-se com o Salvador do Mundo, p'ra que me defenda de elas. - Quem é o Salvador do Mundo? - Olhe, meu menino - explicou a mãe. É o santo que está no altar de uma capelinha, além, no cimo da serra. Se fosse dia, via-se de aqui. Enfim, o firmamento tornou-se menos escuro. Uma ligeira tonalidade pálida o vinha tomando, desde as arribas de leste, espraiando-se lentamente, como tecido compacto cuja extremidade se embebesse num líquido e a acção da capilaridade fosse pouco a pouco humedecendo por igual. Nas cristas das serranias a montante entraram de recortar-se, nítidos como repregos de teatro, as árvores e os penhascos. Para o poente, doiravam-se os visos escalvados, enquanto as vertentes se tingiam de violeta. De instante para instante, a luz intensificava-se, fazendo avultar os relevos da paisagem. Já lá no alto, a cavaleiro da montanha em frente, se distinguia a cascata da Ola, saltando de rocha em rocha, num filete de espuma. Os azinhei- ros das encostas tomavam atitudes hirtas, de galhos
  • 9. abertos como braços de ermitães rezando. Dos casais dependurados pelas escarpas, ou coroando moutas de verdura, subiam colunas de fumo. Um ou outro rebanho de cabras saía dos currais e descia os atalhos, chocalhando. Vinha de qualquer quebrada distante um toque de sino. E a aragem que entrara de soprar inclinava sobre a água a cabeleira rumorejante dos canaviais. Mas já o tom índigo dos últimos planos se dissol- via, dando lugar a um cor-de-rosa suave, logo mudado em amarelo retinto. O oiro que tingia os picos veio descendo até se esbater pelas margens do rio. Um pequeno brilhante, que era o sol emergindo, cintilou nas cumeadas do Freixo. - Larga! - mandou de novo o arrais. Meia dúzia de remadas nervosas, - e o barco abalou. Logo, tomado pela corrente impetuosa, começou de fugir como uma flecha. Entrávamos no «ponto» da Valeira. A água precipitava-se, escacho- ando, batendo como um aríete as rochas escaveira- das, refluindo em caprichosas volutas, atirando-se contra o costado da embarcação, que gemia sob o embate. Seguindo a depressão cavada pelos rede- moinhos no eixo do rio, o rabelo corria como numa calha. Sobre a ponte, o velho arrais, de semblante adusto, olhos fitos na proa e músculos retesados, movia à direita e à' esquerda a pesada espadela, guinando ora para o pego ora para a margem, procurando evitar os parcéis e manter-se no sinuoso canal, - na certeza de que o menor desvio seria o irremediável naufrágio. De repente, sentiu-se uma pancada surda na quilha. Batêramos num penedo
  • 10. submerso. Alguns passageiros, violentamente projectados, estatelaram-se no fundo da embarca- ção. Um golpe de água entrou, como vaga alterosa, molhando-nos a todos. E um brado uníssono de angústia vibrou no ar, ecoou nos penhascos das arribas, ao mesmo tempo que nos erguíamos dos bancos. - Má raios! - gritou o arrais. E logo, imperativamente: - Tudo sentado já! Rema à esquerda! Cia à direita! O barco atravessou-se, oscilou, conseguiu libertar- se das garras agudas do granito. Metros abaixo, entrámos no «poço» do Salvador, tranquilo como um lago. Estávamos salvos. No alto da escarpa, por cima das nossas cabeças, alvejava a ermida do Salvador do Mundo ... Duas horas depois, avistávamos o apeadeiro de S. Mamede do Tua, e a par dele, fumegando, uma locomotiva atrelada à longa fila de trens, negros e sujos, que devia conduzir-nos vale do Douro abaixo. Desembarcámos. Todos? Não. A bordo ficavam dois passageiros: a mulher da Alfândega e o filho. - Então não vêm! - berrou um de nós. - . Olhem que perdem o comboio! - Deixá-lo, meu senhor - tornou a mulherzinha, com uma expressão de resoluta firmeza. - Perdido seja ele p'ra sempre! Depois do que se passou lá em riba, na Valeira, pus-me a pensar que muito tolo é quem se arrisca em cima da água. A terra é bem melhor.
  • 11. Dá-nos o pão enquanto vivemos, e só nos afoga depois de mortos. Em toda a parte se vive, havendo saúde e graça de Deus. Aquele susto que apanhá- mos foi um aviso do céu. Foi o Senhor Salvador do Mundo a dizer-me os males que esperam o meu filho por lá. E é que já não vai! Torna p'ra casa comigo! - Mas olhe que lhe estraga o futuro! Sabe lá se ele ainda viria a ser muito rico? - Antes quero vê-lo pobre como os escalrachos do que morto no mar, sem sepultura em sagrado! E repetia, com um acento de funda convicção: - Foi um aviso do céu! Foi um aviso do céu! Lá ficou, abraçada ao rapaz, sentada na borda do barco, as grossas sapatorras de bezerro penden- tes sobre a areia ... Teria razão? Não teria? Houve, no grupo, quem se risse da pobre mulher. Esse riso, porém, devia secar-se-lhe nos lábios, um mês depois, quando os jornais noticiaram ter ido a pique, em viagem do Porto para Pernambuco, a barca Santa Quitéria.
  • 12. Ficha Técnica: Título da obra: Ares da Minha Serra Autor: Campos Monteiro Edição: Livraria Figueirinhas - Porto 2ª Edição 5º Milhar Data: 1956