O documento discute os resíduos sólidos da construção civil, o desenvolvimento sustentável e as normas técnicas relacionadas aos resíduos. Ele fornece informações sobre os tipos de resíduos da construção civil, os impactos ambientais causados por sua disposição inadequada e formas de reduzir perdas e desperdícios no setor.
5. Desde a culminação da revolução industrial até os dias atuais, o
modelo de desenvolvimento implantado pelas nações sempre foi
idealizado sem se levar em conta o respeito à natureza, à
qualidade de vida da humanidade e do impacto causado por este
sobre a realidade e as condições sociais das populações
envolvidas, levando o nosso planeta a atual situação de
degradação e devastação ambiental, pobreza e miséria,
espalhando assim um imenso caos, principalmente nos países
subdesenvolvidos, que ao longo da história foram explorados
por tecnologias ambientalmente poluentes e desastrosas,
pensadas e testadas pelos países exploradores nessas nações
pobres, que diante das suas restrições, foram utilizadas como
"cobaias" durante todo este século que agora se encerra.
6. Ao se pensar em um modelo de desenvolvimento que não repita os
males e práticas ainda existentes e que possa amenizar os danos
causados ao planeta terra no decorrer da história, temos que colocar
acima de tudo e principalmente, o ser humano, o ambiente e a
sociedade, pois só assim poderemos atingir os outros aspectos que
permeiam todos estes (o social, ambiental, econômico, político,
institucional, tecnológico e o cultural), utilizando-os como
referenciais e pontos de partida, já que são as ferramentas e elementos
necessários que devem ser considerados na construção de qualquer
modelo de desenvolvimento sustentável que sirva para todas as
gerações, não deixando que apenas as gerações atuais usufruam dos
seus frutos, mas que estes também sejam garantidos aos que ainda
estão por vir, possibilitando a continuidade dos recursos naturais
disponíveis e consequentemente da vida em nosso planeta.
8. RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
• São os provenientes de
construções, reformas, reparos e
demolições de obras de
construção civil, e os resultantes
da preparação e da escavação de
terrenos.
• São eles: tijolos, blocos
cerâmicos, concreto em geral,
solos, rochas, metais, resinas,
colas, tintas, madeiras e
compensados, forros, argamassa,
gesso, telhas, pavimento asfáltico,
vidros, plásticos, tubulações,
fiação elétrica, etc. (Resolução
307/CONAMA)
9. As causas da geração destes resíduos são diversas, mas podem-
se destacar (LEITE, 2001):
• A falta de qualidade dos bens e serviços, podendo isto dar
origem às perdas de materiais, que saem das obras na forma de
entulho;
• A urbanização desordenada que faz com que as construções
passem por adaptações e modificações gerando mais resíduos;
• O aumento do poder aquisitivo da população e as facilidades
econômicas que impulsionam o desenvolvimento de novas
construções e reformas;
10. • Estruturas de concreto mal concebidas que ocasionam a
redução de sua vida útil e necessitam de manutenção corretiva,
gerando grandes volumes de resíduos;
• Desastres naturais, como avalanches, terremotos e tsunamis;
• Desastres provocados pelo homem, como guerras e
bombardeios.
11. CLASSIFICAÇÃO E TIPOS DE RESÍDUOS
SÓLIDOS
Os resíduos sólidos podem ser classificados de acordo com a origem,
tipo de resíduo, composição química e periculosidade conforme abaixo:
De acordo com a ORIGEM:
• “Resíduo Industrial”: são originados dos processos industriais.
Possuem composição bastante diversificada e uma grande
quantidade desses rejeitos é considerada perigosa. Podem ser
constituídos por escórias (impurezas resultantes da fundição do
ferro), cinzas, lodos, óleos, plásticos, papel, borrachas, etc.
• “Entulho”: resultante da construção civil e reformas. Quase 100%
destes resíduos podem ser reaproveitados embora isso não ocorra na
maioria das situações por falta de informação. Os entulhos são
compostos por: restos de demolição (madeiras, tijolos, cimento,
rebocos, metais, etc.), de obras e solos de escavações diversas.
12. De acordo com o TIPO:
• “Resíduo Reciclável”: papel,
plástico, metal, alumínio, vidro, etc.
• “Resíduo Não Reciclável” ou “Rejeito”: resíduos que
não são recicláveis, ou resíduos recicláveis
contaminados;
13. De acordo com a COMPOSIÇÃO QUÍMICA:
• Orgânicos: restos de alimentos, folhas, grama, animais mortos,
esterco, papel, madeira, etc.. Muita gente não sabe, mas alguns
compostos orgânicos podem ser tóxicos. São os chamados
“Poluentes Orgânicos Persistentes” (POP) e “Poluentes Orgânicos
Não Persistentes”.
• - “Poluentes Orgânicos Persistentes” (POP): hidrocarbonetos de
elevado peso molecular, clorados e aromáticos, alguns pesticidas
(Ex.: DDT, DDE, Lindane, Hexaclorobenzeno e PCB`s). Estes
compostos orgânicos são tão perigosos que foi criada uma norma
internacional para seu controle denominada “Convenção de
Estocolmo”.
• - “Poluentes Orgânicos Não Persistentes”: óleos e óleos usados,
solventes de baixo peso molecular, alguns pesticidas biodegradáveis
e a maioria dos detergentes (Ex.: organosfosforados e carbamatos).
• Inorgânicos: vidros, plásticos, borrachas, etc.
14. De acordo com a PERICULOSIDADE:
Essa classificação foi definida pela ABNT na norma NBR10004:
2004 da seguinte forma:
• Resíduos Perigosos (Classe I): são aqueles que por suas
características podem apresentar riscos para a sociedade ou
para o meio ambiente. São considerados perigosos também os
que apresentem uma das seguintes características:
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e/ou
patogenicidade. Na norma estão definidos os critérios que
devem ser observados em ensaios de laboratório para a
determinação destes itens. Os resíduos que recebem esta
classificação requerem cuidados especiais de destinação.
15. • Resíduos Não Perigosos (Classe II): não apresentam
nenhuma das características acima, podem ainda ser
classificados em dois subtipos:
• - Classe II A – não inertes: são aqueles que não se enquadram
no item anterior, Classe I, nem no próximo item, Classe II B.
Geralmente apresenta alguma dessas características:
biodegradabilidade, combustibilidade e solubilidade em água.
• - Classe II B – inertes: quando submetidos ao contato com
água destilada ou desionizada, à temperatura ambiente, não
tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a
concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água,
com exceção da cor, turbidez, dureza e sabor.
16. QUADRO 1 - CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL PELA RESOLUÇÃO 307
DO CONAMA.
17. • Tipos de resíduos
Os tipos de resíduos sólidos da construção civil podem variar de
acordo com o tipo de construção realizada. Essa identificação
dos RCC é essencial para analisar qual deverá ser o
acondicionamento inicial, transporte e a destinação final que
deve ser dada a cada tipo de resíduo de maneira ambientalmente
correta. A identificação prévia e caracterização dos resíduos a
serem gerados são fundamentais no processo de
reaproveitamento dos RCC, pois esse conhecimento leva a se
pensar maneiras mais racionais de se reutilizar e/ou reciclar o
material.
18. Abaixo segue alguns tipos resíduos:
• Blocos de concreto, blocos cerâmicos, argamassas, outros
componentes cerâmicos, concreto, tijolos e assemelhados;
• Madeira;
• Plásticos (sacarias de embalagens e aparas de tubulações);
• Papelão (sacos e caixas de embalagens dos insumos utilizados
durante a obra) e papéis (escritório);
• Metal (ferro, aço, fiação revestida, arame etc.);
• Serragem;
• Gesso de revestimento, placas acartonadas e artefatos;
• Solos;
• Telas de fachada e de proteção;
• EPS (Poliestireno expandido) – exemplo: isopor.
19. NORMAS TÉCNICAS/ASPECTOS LEGAIS
As normas técnicas foram elaboradas pelos Comitês
Técnicos e publicadas pela ABNT em 2004, conforme
sintetizado no Quadro 2.
Estas normas envolvem as diretrizes para implantação
de áreas de transbordo e triagem, de aterros de inertes e
de reciclagem dos RCD, além de procedimentos para a
execução da pavimentação com agregados reciclados e
de concreto sem função estrutural.
20. Norma Título
NBR 15112 (ABNT, 2004b) Resíduos da construção civil e resíduos
volumosos _ Áreas de transbordo e triagem –
Diretrizes para projeto, implantação e
operação;
NBR15113 (ABNT, 2004c) Resíduos sólidos da construção civil e resíduos
inertes – Aterros – Diretrizes para projeto,
implantação e operação;
NBR 15114 (ABNT, 2004d) Resíduos sólidos da construção civil – Áreas de
reciclagem- Diretrizes para projeto,
implantação e operação;
NBR 15115 (ABNT, 2004e) Agreagados reciclados de resíduos sólidos da
construção civil – Execução de camadas de
pavimentação – Procedimentos;
NBR 15116 (ABNT, 2004f) Agragados reciclados de resíduos sólidos da
construção civil – Utilização em pavimentação
e preparo de concreto sem função estrutural –
Requisitos.
21. • Legislação Ambiental referente aos resíduos de construção
e demolição;
• Lei Federal Nº 12.305/2010 – PNRS.
22. PERDAS E DESPERDÍCIOS
Os desperdícios da Construção Civil não ocorrem apenas
no momento da execução de uma obra. São decorrência de
um processo formado de várias etapas que são:
planejamento, projeto, fabricação de materiais e
componentes, execução e uso e manutenção.
O conceito de desperdício, geralmente é associado ao
conceito de perdas na construção civil, porém deve-se
entender como perda à ineficiência causada no uso de
equipamentos, materiais, mão-de-obra e capital
(BOGADO, 1998, p. 18).
23. RESÍDUO DA CONSTRUÇÃO
Os resíduos de construção são considerados todo e qualquer
resíduo oriundo das atividades de construção, sejam eles de
novas construções, reformas, ampliações, demolições, que
envolvam atividades de obras de arte e limpeza de terrenos com
presença de solos ou vegetação. (ÂNGULO, 2005, p.27 )
24. TIPOS DE RCC
• Limpeza de terreno: solos, rochas e vegetação;
• Montagem do canteiro: blocos cerâmicos, concreto, areia,
brita, madeira;
• Fundação: solos, rochas;
• Estrutura: concreto, areia, brita, madeira, ferro;
• Alvenaria: blocos cerâmicos, blocos de concreto, argamassa,
papel, plástico.
25. • Instalações Elétricas: blocos cerâmicos, conduites,
mangueira, fio de cobre;
• Reboco Interno/Externo: argamassa;
• Revestimentos : pisos e azulejos cerâmicos, piso de madeira,
papel, papelão, plástico;
• Forro de Gesso: placas de gesso;
• Pinturas: tintas, seladoras, vernizes, texturas;
• Coberturas: madeiras, telhas.
26. ÍNDICES MÉDIOS DE PERDA DOS
MATERIAIS NAS EDIFICAÇÕES
___________________________________
Materiais Perdas (%)
Areia 39
Cimento 33
Concreto 01
Aço 26
Tijolos/Blocos 27
Argamassas 91
___________________________________
Fonte: Adaptado de Pinto, 1995.
27. FATORES QUE CONTRIBUEM PARA A
GERAÇÃO DE RESÍDUOS
• Layout do canteiro de obras;
• Falha na construção e retrabalho;
• Falta de planejamento;
• Baixa qualidade dos materiais adotados;
• Transporte ou armazenamento inadequado dos
materiais.
28. IMPACTOS AMBIENTAIS
A destinação inadequada dos resíduos de construção civil, em
terrenos baldios, áreas de preservação permanente, vias e
logradouros públicos, causam impactos, que podem trazer danos
ao meio ambiente e a qualidade de vida da população.
A expressão impacto ambiental, segundo a Resolução n 001
do Conselho Nacional do Meio Ambiente, de 23 de setembro
de 1986 (CONAMA) é definida como: Qualquer alteração
das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio
ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou
energia resultante das atividades humanas que, direta ou
indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem estar da
população, as atividades sociais e econômicas; a biota; as
condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e a
qualidade dos recursos ambientais. (CONAMA, 1986)
29. IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS
PELOS RESÍDUOS
Proliferação de vetores de doenças
RCC misturados com resíduos domésticos em áreas irregulares
34. PROGRAMA DE GERENCIAMENTO RCC
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
Conforme a resolução nº. 307/02 do Conama (Brasil, 2002), define-se gerenciamento de
resíduos como o sistema de gestão que visa reduzir, reutilizar ou reciclar resíduos,
incluindo planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos e recursos para
desenvolver e implantar as ações necessárias ao cumprimento das etapas previstas em
programas e planos (Brasil, 2002).
Etapas do Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil:
a) Caracterização e quantificação dos resíduos sólidos;
b) Minimização dos resíduos;
c) Segregação dos resíduos;
d) Acondicionamento/armazenamento;
e) Transporte;
f) Destinação dos resíduos.
35. CARACTERIZAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
Para a caracterização e quantificação dos RCC, é necessário classificar os
tipos de resíduos sólidos produzidos pelo empreendimento, adotando a
classificação da Resolução CONAMA 307/02 e 348/04, inclusive os resíduos
de característica doméstica.
IDENTIFICAÇÃO DOS RCC POR ETAPAS DA OBRA
Fase da obra Tipos de Resíduos Possivelmente Gerado
Limpeza de terrenos Solos
Rocha, Vegetação e Galhos
Montagem do canteiro Blocos Cerâmicos, Concreto, areia e brita
Madeiras
Fundações Solos e Rochas
Concreto(areia e brita)
Superestruturas Madeiras
Sucata de Ferro e Formas Plásticas
Blocos Cerâmicos, Blocos de Concreto e
Alvenaria Argamassa
Papel e Plástico
Instalações Hidrosanitárias Blocos Cerâmicos
PVC e PPR
Instalações Elétricas Blocos Cerâmicos
Conduítes, Madeiras e Fios de cobre
Reboco Interno/Externo Argamassa
Pisos e Azulejos Cerâmicos
Revestimentos Piso Laminado de madeira, papel
Papelão e plástico
Forro de Gesso Placas de Gesso Acartonado
Pinturas Tintas, Seladoras, Vernizes, Texturas
Coberturas Madeiras
Cacos de telhas de fibrocimento
36. MINIMIZAÇÃO DOS RESÍDUOS
A estratégia de minimização de resíduos deve ter como prioridade a redução da geração do
resíduo na fonte e o seu reaproveitamento ou reciclagem posterior.
A CIRIA (1999) considera como minimização qualquer técnica, processo ou atividade que
possa evitar, eliminar ou reduzir o volume de resíduo na sua origem ou permitir o reuso ou
reciclagem do resíduo para outras finalidades.
EEA (1999) trabalha a definição de minimização de resíduo através dos seguintes elementos,
organizados por ordem de prioridade:
A EEA conceitua a minimização do entulho através da seguinte hierarquia:
37. Para uma boa minimização dos resíduos podemos utilizar as seguintes
recomendações:
• Siga as recomendações dos
fabricantes(embalagens, folders ou
catalogos);
• Descarregar o material com muito
cuidado;
• Utilize o carrinho paleteiro ou grua no
caso de paletização;
• Prever a utilização de peças
modulares;
• Armazenar e utilizar os materiais com
cuidado, para não romper peças
desnecessariamente;
• Adquirir peças nas medidas. Caso
contrario selecionar e coletar as sobras
em locais a própria dos no canteiro.
38. SEGREGAÇÃO DE RESÍDUOS
É o ato de isolar e separar os resíduos sólidos por classe e tipo. A
segregação deve ser segregada na origem ou próxima.
Diante da possibilidade de reciclagem do resíduos, deve-se
comprometer em efetivar a separação desse tipo de resíduo durante a
execução da obra e em buscar sua adequada destinação.
Abaixo segue alguns procedimentos a serem adotados:
• Separar sacos de cimento e de argamassas de outras embalagens;
• Separar as embalagens plásticas contaminadas das não
contaminadas;
• Aproveitar todas as alternativas possíveis para a recuperação dos
metais, separe-os por tipos, bitolas, acabamento.
39. ACONDICIONAMENTO/ARMAZENAMENTO
É o local de disposição temporária adequada para cada classe/tipo de resíduo de forma a garantir a
integridade dos materiais, até que sejam transportadas para seus acondicionamentos finais e
depois para a sua destinação final.
Deverá acontecer o mais próximo possível dos locais de geração dos resíduos, dispondo-os de
forma compatível com seu volume e preservando a boa organização dos espaços nos diversos
setores da obra.
Os dispositivos de armazenamento mais utilizados na atualidade são as bombonas (figura 1), bags,
baias e caçambas estacionárias, que deverão ser devidamente sinalizados informando o tipo de
resíduo que cada um acondiciona visando a organização da obra e preservação da qualidade do
RCC.
40. TRANSPORTE
É o deslocamento que o resíduo percorre até a o seu acondicionamento final. Para alguns resíduos como
o perigoso esse transporte deve ser realizada de forma segura para que não venha a ocorrer possíveis
vazamentos e consequentemente contaminação do solo.
O transporte interno dos RCC entre o acondicionamento inicial e final pode utilizar os meios
convencionais e disponíveis: o transporte horizontal pode ser geralmente realizado por carrinhos ou
giricos, transporte manual ou transportes verticais como elevadores de carga, gruas e guinchos.
Já o transporte externo não poderá ser realizado sem um determinado controlado de transporte de
resíduo, que deverá ser emitido um documento onde contém a identificação do gerador, do(s)
responsável(is) pela execução da coleta e do transporte dos resíduos gerados no empreendimento, bem
como da unidade de destinação final. Identificar a empresa licenciada para a realização do transporte dos
RCC, os tipos de veículos e equipamentos a serem utilizados, bem como os horários de coleta, frequência
e itinerário.
41. DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS
A destinação final dos resíduos só poderá ser realizada para os que não podem ser
reutilizados no processo. As soluções para a destinação dos resíduos devem combinar
compromisso ambiental e viabilidade econômica, garantindo a sustentabilidade e as
condições para a reprodução da metodologia pelos construtores.
Os fatores determinantes na designação de soluções para a destinação dos resíduos são
os seguintes:
I - possibilidade de reutilização ou reciclagem dos resíduos nos próprios canteiros;
II - proximidade dos destinatários para minimizar custos de deslocamento;
III - conveniência do uso de áreas especializadas para a concentração de pequenos
volumes de resíduos mais problemáticos, visando à maior eficiência na destinação.
42. REUTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS
A reutilização de resíduos caracteriza-se por envolver ações que visam o
aproveitamento sem a necessidade de descarte. De maneira geral, para que os objetivos
da gestão de resíduos sejam alcançados, é necessária a aplicação de técnicas de
reutilização no canteiro de obra.
Abaixo segue alguns tipos de reutilização
• Resíduos de concreto: podem ser reutilizados para preenchimentos não estruturais,
principalmente para regularização de nível de blocos de fundação;
• Resíduos de argamassa: foram reutilizados para preenchimento não estrutural,
elaboração de argamassa para revestimentos (chapisco, reboco, emboço);
• Resíduos de brita, areia, saibro, fibrocimento, tinta, impermeabilizante: as sobras
passíveis de posterior utilização foram encaminhadas ao depósito da empresa. Os
resíduos que não podiam ser reaproveitados foram ser destinados de acordo com
especificações da Resolução CONAMA n º 307/02;
• Resíduos de cerâmica: foram reutilizados para preenchimento não-estrutural,
principalmente como aterro em áreas a serem aterradas e regularização de pisos.
43. CONCLUSÃO
Considerando que os resíduos da construção civil tem grande participação nos
resíduos sólidos de forma em geral, devemos dar total importância sobre a
disposição desses RCC.
Com os assuntos que foram abordados nesse trabalho, podemos concluir que é
possível existir uma relação harmônica entre o desenvolvimento sustentável e os
resíduos sólidos da construção civil.
A partir da implantação de programas que permitem a redução, o controle a
reutilização desse material e, por fim, a reciclagem, para que possa servir de
matéria-prima a indústria, diminuindo assim o desperdício.
Esses programas podem trazer benefícios econômicos para as construtoras como
na forma de redução de custos, ambientais como construções que minimizam a
geração desses resíduos que tem grande interferência nos impactos ambientais:
poluição da agua, do ar e da agua, e social como na redução de proliferação de
vetores e da poluição visual, oriundos da má disposição desses resíduos.