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Thyeles M. P. B. Strelhow
Doutorando em Teologia
Faculdades EST
Pesquisa apoiada pela CNPq
Considerações iniciais
 O objetivo deste artigo é analisar em
que medida os conceitos trabalho e
direitos humanos se entrecruzam,
divergem ou convergem entre si.
 Trabalho como direito humano.
 Trabalho e direitos humanos são
construídos historicamente.
 Direitos trabalhistas como emperro
econômico.
Trabalho e emprego:
diferenciações necessárias
 Trabalho e emprego utilizados como
sinônimos.
 A palavra trabalho é um termo antigo e
pode ser associada ao infortúnio e até
mesmo ao castigo. Em outros casos
com produção, criação e satisfação
humana.
 O conceito de emprego é uma
construção moderna criada a partir da
divisão do trabalho.
 Assim, o trabalho é parte constituinte do
ser humano histórico que aprende a
criar benefícios para sua subsistência,
muito mais vinculado à realização
pessoal de fazer algo (ato criador).
 O emprego então qualificaria uma
posição ou papel que se ocupa dentro
da divisão do trabalho para realização
de uma atividade produtiva.
Trabalho e emprego:
diferenciações necessárias
Um olhar para as relações de
trabalho na atualidade
 Produção desenfreada de mercadorias
que precarizam as relações de trabalho
(eletrônicos, têxteis etc).
 Nova organização do trabalho: a
transição do fordismo para o toyotismo.
Exige do/a trabalhador/a novas
habilidades que passaram das ações
repetitivas para competências
polivalentes e o conhecimento de
máquinas multifuncionais.
 Caráter de mensuração salarial pela produtividade
do/a trabalhador/a. A ideia de trabalhador/a
polivalente requer aptidões como trabalho em
equipe, empreendedorismo, pró-atividade etc que
individualiza o/a trabalhador/a e o/a afasta da ideia
de classe trabalhadora.
 Por fim, as terceirizações. O serviço terceirizado
forma uma massa trabalhadora excedente disposta
a realizar o trabalho contratado por baixíssimos
salários, em condições precárias de trabalho, muitas
vezes familiares, e com o uso de todo tipo de mão
de obra disponível (crianças).
Um olhar para as relações de
trabalho na atualidade
 A precarização das relações de trabalho
torna a associação entre trabalho e
direitos humanos incompatível.
 Para se falar do trabalho como direito
humano, é preciso resignificar o sentido
de trabalho e explicitar a exploração que
existe nas relações sociais que criam o
trabalho/emprego.
O trabalho como direito
humano
O trabalho como direito
humano
 Em muito os direitos humanos são
usados para “humanizar” a exploração
da força de trabalho (mínimo de vida
para o/a trabalhador/a retornar no outro
dia).
Considerações finais
 Ficou evidente que a discussão entre direitos humanos e
trabalho envolvem interesses controversos que acabam
por naturalizar relações construídas à base da
docilização e desarticulação da classe trabalhadora. Este
processo é beneficiado por ideias pautadas pela premissa
da individualidade, não da identificação do sujeito
histórico, mas da homogeneização das peculiaridades
individuais através de padronizações e desejos de
consumo. Desta forma, o trabalho/emprego se torna
natural, bem como, as suas relações de exploração,
impossibilitando que se veja a realidade nua e crua.
Assim, os direitos humanos, transpostos sem crítica, sem
contextualização e sem a explícita realidade de conflito
de interesses torna-se um instrumento para negar os
direitos a todas as pessoas humanas.
Bibliografia
 ANTUNES, Ricardo. A nova morfologia do trabalho no Brasil: reestruturação e
precarização. Nueva Sociedad, versão especial em português, p. 44-59, junho de
2012. Disponível em: <http://www.nuso.org/upload/articulos/3859_1.pdf>. Acesso em:
09 ago. 2014.
 ENGELS, Friedrich. Sobre o papel do trabalho na transformação do macaco em
homem (1876). Edição Ebook Ridendo Castigat Mores. RocketEdition, 1999.
Disponível em: <http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/macaco.pdf>. Acesso em: 07
mai. 2014.
 MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. O processo de produção do
capital, v. I, Tomo I. São Paulo: Nova Cultura, 1996. Disponível em:
<http://www.histedbr.fae.unicamp.br/acer_fontes/acer_marx/ocapital-1.pdf>. Acesso
em: 07 mai. 2014.
 VIOLA, Solon Eduardo Annes. Direitos humanos no Brasil: abrindo portas sob neblina.
In: SILVEIRA, Rosa Maria Godoy (et al.). Educação em direitos humanos:
fundamentos teórico-metodológicos. João Pessoa: Editora Universitária, p. 119-133,
2007. Disponível em:
<http://www.redhbrasil.net/documentos/bilbioteca_on_line/educacao_em_direitos_hum
anos/09%20-%20Cap%202%20Artigo%201.pdf>. Acesso em: 25 fev. 2014.
 WOLECK, Aimoré. O trabalho, a ocupação e o emprego. Blumenau, Instituto
Catarinense de Pós-graduação, n. 1, p. 1-15, 2002. Disponível em:
<http://www.posuniasselvi.com.br/artigos/rev01-05.pdf>. Acesso em: 02 ago. 2014.

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As relações de trabalho e os direitos humanos uma associação possível

  • 1. Thyeles M. P. B. Strelhow Doutorando em Teologia Faculdades EST Pesquisa apoiada pela CNPq
  • 2. Considerações iniciais  O objetivo deste artigo é analisar em que medida os conceitos trabalho e direitos humanos se entrecruzam, divergem ou convergem entre si.  Trabalho como direito humano.  Trabalho e direitos humanos são construídos historicamente.  Direitos trabalhistas como emperro econômico.
  • 3. Trabalho e emprego: diferenciações necessárias  Trabalho e emprego utilizados como sinônimos.  A palavra trabalho é um termo antigo e pode ser associada ao infortúnio e até mesmo ao castigo. Em outros casos com produção, criação e satisfação humana.  O conceito de emprego é uma construção moderna criada a partir da divisão do trabalho.
  • 4.  Assim, o trabalho é parte constituinte do ser humano histórico que aprende a criar benefícios para sua subsistência, muito mais vinculado à realização pessoal de fazer algo (ato criador).  O emprego então qualificaria uma posição ou papel que se ocupa dentro da divisão do trabalho para realização de uma atividade produtiva. Trabalho e emprego: diferenciações necessárias
  • 5. Um olhar para as relações de trabalho na atualidade  Produção desenfreada de mercadorias que precarizam as relações de trabalho (eletrônicos, têxteis etc).  Nova organização do trabalho: a transição do fordismo para o toyotismo. Exige do/a trabalhador/a novas habilidades que passaram das ações repetitivas para competências polivalentes e o conhecimento de máquinas multifuncionais.
  • 6.  Caráter de mensuração salarial pela produtividade do/a trabalhador/a. A ideia de trabalhador/a polivalente requer aptidões como trabalho em equipe, empreendedorismo, pró-atividade etc que individualiza o/a trabalhador/a e o/a afasta da ideia de classe trabalhadora.  Por fim, as terceirizações. O serviço terceirizado forma uma massa trabalhadora excedente disposta a realizar o trabalho contratado por baixíssimos salários, em condições precárias de trabalho, muitas vezes familiares, e com o uso de todo tipo de mão de obra disponível (crianças). Um olhar para as relações de trabalho na atualidade
  • 7.  A precarização das relações de trabalho torna a associação entre trabalho e direitos humanos incompatível.  Para se falar do trabalho como direito humano, é preciso resignificar o sentido de trabalho e explicitar a exploração que existe nas relações sociais que criam o trabalho/emprego. O trabalho como direito humano
  • 8. O trabalho como direito humano  Em muito os direitos humanos são usados para “humanizar” a exploração da força de trabalho (mínimo de vida para o/a trabalhador/a retornar no outro dia).
  • 9. Considerações finais  Ficou evidente que a discussão entre direitos humanos e trabalho envolvem interesses controversos que acabam por naturalizar relações construídas à base da docilização e desarticulação da classe trabalhadora. Este processo é beneficiado por ideias pautadas pela premissa da individualidade, não da identificação do sujeito histórico, mas da homogeneização das peculiaridades individuais através de padronizações e desejos de consumo. Desta forma, o trabalho/emprego se torna natural, bem como, as suas relações de exploração, impossibilitando que se veja a realidade nua e crua. Assim, os direitos humanos, transpostos sem crítica, sem contextualização e sem a explícita realidade de conflito de interesses torna-se um instrumento para negar os direitos a todas as pessoas humanas.
  • 10. Bibliografia  ANTUNES, Ricardo. A nova morfologia do trabalho no Brasil: reestruturação e precarização. Nueva Sociedad, versão especial em português, p. 44-59, junho de 2012. Disponível em: <http://www.nuso.org/upload/articulos/3859_1.pdf>. Acesso em: 09 ago. 2014.  ENGELS, Friedrich. Sobre o papel do trabalho na transformação do macaco em homem (1876). Edição Ebook Ridendo Castigat Mores. RocketEdition, 1999. Disponível em: <http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/macaco.pdf>. Acesso em: 07 mai. 2014.  MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. O processo de produção do capital, v. I, Tomo I. São Paulo: Nova Cultura, 1996. Disponível em: <http://www.histedbr.fae.unicamp.br/acer_fontes/acer_marx/ocapital-1.pdf>. Acesso em: 07 mai. 2014.  VIOLA, Solon Eduardo Annes. Direitos humanos no Brasil: abrindo portas sob neblina. In: SILVEIRA, Rosa Maria Godoy (et al.). Educação em direitos humanos: fundamentos teórico-metodológicos. João Pessoa: Editora Universitária, p. 119-133, 2007. Disponível em: <http://www.redhbrasil.net/documentos/bilbioteca_on_line/educacao_em_direitos_hum anos/09%20-%20Cap%202%20Artigo%201.pdf>. Acesso em: 25 fev. 2014.  WOLECK, Aimoré. O trabalho, a ocupação e o emprego. Blumenau, Instituto Catarinense de Pós-graduação, n. 1, p. 1-15, 2002. Disponível em: <http://www.posuniasselvi.com.br/artigos/rev01-05.pdf>. Acesso em: 02 ago. 2014.