Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
Nossa escola Nº 9 - Educação no campo
1. Escola
NOSSA
Informativo da Secretaria da Educação do Estado da Bahia Ano III Nº9 Novembro de 2010
Educação avança no campo
A educação, finalmente, chega às crianças, jovens e adultos que vivem nas
mais distantes localidades da Bahia. Fruto da parceria entre os
governos federal, estadual e dos municípios, e também com a participação
da sociedade. O Estado, que tem a maior população rural do país, ampliou o
orçamento, criou políticas específicas e investiu em programas para
garantir à população o acesso à educação no campo.
O resultado já se observa em colégios como o Casa Jovem II (foto),
em Igrapiúna, vencedor do Prêmio Nacional de Referência em Gestão Escolar.
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2. Escolas Novas na Zona Rural Escolas Famílias Agrícolas
As 32 Escolas Famílias Agrícolas (EFAs)
já integram a rede estadual de educação.
A Secretaria da Educação do Estado da Ba-
Resultado do convênio de cooperação técnica
hia priorizou construir escolas na zona rural
da Secretaria da Educação do Estado da Bahia
para assegurar o acesso e a permanência dos
com a Associação das Comunidades e Escolas
estudantes no campo. Do total de 113 escolas
Famílias Agrícolas da Bahia (Aecofaba) e com a
construídas, 52 foram edificadas nas zonas
Rede das Escolas Famílias Agrícolas do Semiárido
rurais. As novas unidades transformam a reali-
(Refaisa). A meta é assegurar o atendimento
dade de milhares de baianos que, no passado,
a quase três mil alunos com a proposta da
estudavam em sedes improvisadas ou precisa-
pedagogia da alternância, que concilia o
vam se deslocar quilômetros para ir à escola na
tempo na escola com o tempo de trabalho na
zona urbana.
comunidade.
Exemplo disso ocorreu em Barra Nova, dis-
trito de Barra do Choça, distante 500 quilôme- Parceria para o semiárido
tros de Salvador. Lá, a sede improvisada ficou As escolas do campo do semiárido têm material
para trás e os estudantes usufruem agora de
uma infraestrutura novinha: o Colégio Estadual
Transporte Escolar didático e currículo diferenciados e contextualiza-
dos na realidade local, construídos de forma partici-
Vitória Lima de Oliveira, com seis salas de aula, pativa e com o envolvimento dos educadores. Esse
Os recursos estaduais destinados para trans-
sala de leitura e laboratório de informática. projeto se tornou realidade a partir de parceria da
porte escolar cresceram em quase 400% nos
A unidade tem capacidade para atender 720 últimos quatro anos. O montante saltou de R$ Secretaria da Educação do Estado com a Rede de
estudantes, distribuídos nos três turnos e de- 9.6 milhões, em 2006, para R$ 35 milhões pre- Educação do Semiarido Brasileiro (Resab), com os
mandou investimento de quase R$ 1 milhão. vistos para este ano, atendendo 140 mil estu- municípios e movimentos sociais da região, e ainda
As mudanças tiveram um impacto positivo dantes residentes em localidades rurais. Além com o incentivo da Unicef, através do Pacto Na-
na vida de pessoas, como a da funcionária mu- do aumento do investimento, foi ampliado, cional Um Mundo para Criança e Adolescente do
nicipal, Alvani Rocha da Silva, 42 anos. Mãe, também, o número de municípios, que saltou
Semiarido.
trabalhadora e estudante, ela diz que agora de 147 para 399, em 2010. Esta é mais uma
tem mais motivação para ir à escola. “Mudou iniciativa do governo para garantir o acesso e
a permanência dos baianos na escola.
Escola índigena
para melhor. Agora a gente sabe que a escola
Professores e alunos indígenas, juntamente
é nossa”, conta Alvani.
com uma equipe pedagógica da Secretaria da
Educação do Estado da Bahia, produzem o con-
teúdo do material didático adotado nas escolas
Todos pela Alfabetização Educação Profissional indígenas. Já foram contemplados os povos Pa-
taxó, Pataxó Hã Hã Hãe, Kiriri e Kaimbé. Ainda
Cerca de 60% dos baianos que participam do Em 2010 já são 16 cursos técnicos voltados ao este ano, devem ser entregues os livros das tri-
programa Todos pela Alfabetização (Topa) es- meio rural, como os de Agroecologia, Zootéc- bos Tupinambá, Pankararé, Kantaruré e Xucuru
tão na zona rural. Em três anos, o programa es- nica, Pesca, Biotecnologia, Ecoturismo e Agro- Kariri. O material utiliza a linguagem própria da
tadual, que é referência nacional, já alfabetizou indústria. Ao todo, a rede estadual já tem mais aldeia, com desenhos e figuras do cotidiano dos
700 mil baianos e mais de 300 mil estão em sala de 43 mil estudantes e oferta 69 cursos técnicos jovens. A formação de professores também é
de aula. de nível médio. prioridade. Do total de 423 em processo de for-
mação, 108 professores indígenas estão cursan-
do Licenciatura Intercultural.
Quilombolas
O trabalho educacional desenvolvido em co-
munidades quilombolas já cumpre o Estatuto
da Igualdade Racial, sancionado em 20 de julho
de 2010, pelo presidente Lula. A Secretaria da
Educação da Bahia vem discutindo o projeto
educacional com as próprias comunidades e ca-
pacitando professores para o ensino da história
afro-brasileira. “A secretaria desenvolveu ações
afirmativas e, pela primeira vez, o professor é
ouvido. Participei dos fóruns e o resultado foi
Expediente
Informativo produzido pela Assessoria de Comunicação da Secretaria da Educação da Bahia. muito produtivo. Já estamos desenvolvendo ofi-
Contato: (71) 3115-9026 | nossaescola@educacao.ba.gov.br cinas com o que foi assimilado nos encontros”,
Coordenação: Shirley Pinheiro (DRT 836) | Projeto e Editoração: Marvin Kennedy ressalta a professora quilombola Jailde Lima da
Revisão de textos: Lucília Coimbra | Fotografias: Claudionor Jr. Silva, do município de Antônio Gonçalves.
Textos: Perla Ribeiro, Claudia Lessa e Livia Orge
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3. Educação avança no campo
A educação avança no campo e já atende cer- juntos, o saber informal aliado ao conhecimento
ca de 200 mil estudantes em mais de cinco mil formal são capazes de promover muitas transfor-
localidades da Bahia, estado que tem a maior mações na vida das pessoas.
população rural do país. Nos últimos três anos, a Exemplo disso é o agricultor Marcos Barreto,
educação no campo passou a contar com dotação 48 anos, mais conhecido como Miudinho. Mora-
orçamentária própria (mais de R$ 5 milhões) e dor da Fazenda Tiririca, região de Lajinha, no mu-
teve os recursos ampliados em 200%. A Secretaria nicípio de Conceição do Coité, ele só tinha a 1ª série
da Educação do Estado da Bahia criou a Coorde- do ensino fundamental quando ingressou no pro-
nação de Educação do Campo, fez parceria com grama ProJovem Saberes da Terra e conta orgu-
o Ministério da Educação, com os municípios e in- lhoso que este ano vai concluir o ensino médio. “O
vestiu em programas estruturantes para garantir Saberes da Terra deu uma alavancada em minha
à população rural o direito à educação. vida. Tinha uma rotina ativa, mas sem conhecimen-
Programas como o Escola Ativa, Intermediação tos. Depois do programa, as coisas começaram a
Tecnológica e Projovem Campo - Saberes da Terra fluir. Sou uma pessoa do campo, vivo o dia a dia
estão assegurando aos jovens o acesso à educa- do campo na prática e com o programa aprendi as
ção no próprio campo, e mostram, na prática, que, técnicas para lidar com a terra”, conta.
Escola Ativa
Saberes da Terra
Voltado à população do campo, o Escola Ativa saltou de 18 mil estu-
dantes atendidos em 2007 para mais de 180 mil e conta com adesão Voltado para jovens e adultos na faixa etária de 18 a 29
de 328 municípios. A metodologia é específica para quem vive no anos, o programa Projovem Campo - Saberes da Terra
campo, garantindo a todos os estudantes a igualdade de condições busca proporcionar a formação integral aos agricultores
para acesso, permanência e sucesso na escola. Bastou a primeira familiares. No início de 2007, o programa tinha apenas 300
aula de plantio de horta na Escola Municipal Manoel Evangelista, vagas em três municípios. Com a nova política de Educação
em Simões Filho, para a estudante da 1ª série, Elisa Borges da Silva, do Campo, ampliou para 5,7 mil vagas e passou a atender
compartilhar o conhecimento com a família. “Minha mãe tinha um 71 municípios. Os estudantes contam, também, com uma
pedaço de terra, mas não fazia da forma correta. Eu ensinei a ela bolsa auxílio bimestral no valor de R$ 100,00.
e hoje temos couve, cebolinha, coentro, salsa e hortelã grosso em
casa”, conta.
Intermediação Tecnológica
O programa Ensino Médio com Intermediação
Tecnológica vem contribuindo para levar a edu-
cação aos jovens que vivem nos locais mais re-
motos do Estado. Com transmissão de aulas via
satélite, o professor fica no estúdio, em Salvador,
e os alunos assistem às aulas, através da Internet
por sinal de TV, nas escolas de suas localidades.
Em cada sala tem um monitor mediando a co-
municação com os estudantes, que podem fazer
perguntas e expor suas dúvidas em tempo real. O
programa atende a cerca de nove mil estudantes
do 1º e 2º ano do ensino médio da zona rural dis-
tribuídos em 400 salas de aula conectadas.
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4. Casa Jovem II é Referência Nacional
O Colégio Estadual Casa Jovem II é
campeão do Destaque Brasil, concedido Foto: Carlos Fernando/Fundação Roberto Marinho
pelo Prêmio Nacional de Referência em
Gestão Escolar. O primeiro lugar coroa
o sucesso de um sistema de gestão
democrático que compreende, especial-
mente, a importância da participação da
família e da integração entre escola e co-
munidade no processo de escolarização.
Situado na zona rural do município de
Igrapiúna (a 322 km de Salvador), o Casa
Jovem II abre, todos os dias, as suas portas
para cerca de 700 estudantes. Francisco Nascimento, diretor do Casa Jovem II Aulas Práticas
Esta unidade escolar oferece, em regime A convivência está bem melhor na casa de
de educação em tempo integral, ensino Prêmio Destaque Brasil Vanessa Caroba dos Santos, de 17 anos,
fundamental e curso de Educação Pro- estudante do 2º ano do curso técnico de
fissional em Agroecologia integrado ao O Prêmio Nacional de Referência em Agroecologia, do Casa Jovem II. A família da
ensino médio, além de Educação de Jovens Gestão Escolar é uma iniciativa conjunta do adolescente cultiva pupunheira, cujo fruto, a
e Adultos (EJA) à noite. Consed (Conselho Nacional de Secretários pupunha, pode ser consumido cozido com sal,
Francisco Nascimento, diretor do colégio, de Educação), Undime (União Nacional na forma de farinha ou óleo e também serve
afirma que estudantes, pais, professores e dos Dirigentes Municipais de Educação), de matéria-prima para fabricar geleias. “É tipo
representantes da comunidade local par- Unesco (Organização das Nações Uni- uma palmeira”, explica Vanessa. “Agora, com
ticipam ativamente do planejamento e da das para a Educação, Ciência e Cultura) e o curso, eu levo informações para casa. Sei
execução dos projetos educacionais que Fundação Roberto Marinho. Além disso, como cuidar para a plantação ficar melhor e
envolvem o esporte, a cultura, a música, a tem o apoio da Embaixada dos Estados maior”, acrescenta a adolescente.
agricultura e a ecologia. Unidos da América, do movimento “Todos Na horta, além da alface, os estudantes
Ele destaca a criação do I Conselho Comu- pela Educação”, MBC (Movimento Brasil cuidam da plantação de repolho, couve e
nitário do Campo com o qual “nós con- Competitivo), Grupo Gol, Gerdau e Instituto brócolis, que são utilizados na alimentação
seguimos monitorar tanto o desempenho Razão Social. escolar, e ainda cultivam ervas medicinais
dos estudantes na escola, quanto a sua como hortelã-japonesa, cravo-da-índia e
convivência familiar e comunitária”. capim santo.
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