SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 38
Panorama
Contemporâneo
das Políticas
Públicas sobre
Drogas
Luís Fernando Tófoli
Agenda
 Panorama   atual das políticas de drogas e
  seus dilemas
 Regulamentação          do uso de drogas
 Brasil:   política e leis atuais
 Propostas recentes: Reforma do Código
  Penal e PL 7663/2010
 Epílogo:    Evidência e Política
Linhas gerais de abordagens
nas políticas de drogas

 Criminalização   / Proibição
 Regulamentação

    Despenalização / descriminação /
     descriminalização
    Legalização
                        (Donohue et al, 2011)
McMillen, 2012




   http://www.stuartmcmillen.com/comics_pt/guerra-as-drogas/
(Domosławski, 2011)   2012
Mac Niven, 2010   Andrade, 2011
2011   2012
http://oesquema.com.br/penselivre/   http://eprecisomudar.com.br/
Dilemas da despenalização
 Quais   drogas? Como classificá-las?
 Como    diferenciar traficantes de usuários?


 Ainda assim, segundo Donohue et al.
 (2011), os custos sociais do sistema atual
 para maconha e cocaína não são
 provavelmente os menores.
O Caso de Portugal




     Greenwald, 2009   Coelho, 2010
Evidence and policy


O Caso de Portugal
Lifetime prevalence of cannabis amongst Portuguese school students, by
year and survey

                    30



                    25
Prevalence of use




                    20



                    15



                    10



                     5



                     0
                         1998 2002 2006 1995 1999 2003 2007 2003 2007 2003 2007 2003 2007 2003 2007 2003 2007 2003 2007 2001 2006 2001 2006
                         6, 8 & 10th grades    16 yrs         13 yrs   14 yrs    15 yrs      16 yrs     17 yrs   18 yrs   7-9th grade 10-12th grade


                          HBSC/OMS            ESPAD                                       ECTAD                                    INME


                                                                                                      Hughes & Stevens, 2012
O Caso de Portugal
 Drug related deaths in Portugal between 2000 and 2008 using INML
 definition (positive post-mortem toxicological test for drugs) and INE
 definition (determination by physician according to ICD criteria)
                               400                                                                                    80



                               350                                                                                    70



                               300                                                                                    60
  Drug-related deaths (INML)




                                                                                                                           Drug-induced deaths (INE)
                               250                                                                                    50



                               200                                                                                    40



                               150                                                                                    30



                               100                                                                                    20



                                50                                                                                    10



                                 0                                                                                    0
                                     2000   2001       2002      2003      2004    2005       2006      2007   2008

                                                                           Year

                                                   Drug-related deaths - INML     Drug induced deaths - INE


                                                                                          Hughes & Stevens, 2012
O Caso de Portugal
        Incidence of HIV and AIDS among drug users, 2000-
                              2008
 1000

  900

  800

  700

  600

  500
                                                            2000
  400
                                                            2008
  300

  200

  100

    0


               HIV                       AIDS

                                         Hughes & Stevens 2010
O Caso de Portugal
Prevalence of lifetime, recent (last 12 month) and current (last
month) use of any illicit drug in Portugal amongst individuals aged
15-64, 2001 and 2007
                     14



                     12



                     10
 Prevalence of use




                      8



                      6



                      4



                      2



                      0
                              15-64         15-64                    15-64




                          Lifetime use   Recent use               Current use


                                         2001       2007



                                                           Hughes & Stevens, 2012
O Caso de Portugal
 Yablon(2011), perspectiva econômica:
 cautela e ponderação entre vantagens e
 desvantagens entre os modelos de
 despenalização ou legalização
 Hughes e Stevens (2010, 2012): nem
 “sucesso retumbante”, nem “fracasso
 desastroso”, mas com viés positivo
Europa

                          Regressão logística hierárquica: em
                          países onde não há nenhuma restrição
                          quanto à posse de drogas para uso
                          pessoal, a chance de uso de drogas no
                          último mês é 79% inferior (p < 0,05)




Percentage within each country reporting drug use, by year (sorted by 2004 use). (Vuolo, 2013)
Ampliando a visão




                    Stevens, 2010
Ampliando a visão




                    Stevens, 2010
A questão maconha x psicose
                                      A importância da
                                       regulamentação
                                       Controvérsiasentre
                                       causa e efeito
                                       (Griffith-
                                       Lendering, 2013)
                                      O efeito da
                                       despenalização
                                       (Hughes &
                                       Stevens, 2010; 2012)



http://vejacortaobarato.tumblr.com/
Maconha x psicose
Prevalence of lifetime, recent (last 12 months) and current (last month)
use of any illicit drug in Portugal, by age group in 2001and 2007




                                               (Hughes & Stevens, 2012)
Brasil: Política Nacional
sobre Drogas (2006)

 Nãodespenaliza a droga, mas
 estabelece penas „simbólicas‟ a usuários
 Não estabelece critérios objetivos para
 diferenciar traficantes de usuários
 Referencial   explícito: redução de danos
Panorama atual no Brasil
Dados do Departamento Penitenciário Nacional (Depen):
   Tráfico de drogas é motivo de 24% das prisões do país
   Crescimento da população carcerária entre 2005 e 2011:
       como um todo: 1,7 vez (294 p/ 514 mil)
       presos por tráfico: 3,9 vezes (32 p/ 125 mil)


http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1089429-trafico-de-
drogas-e-motivo-de-24-das-prisoes-do-pais.shtml (2012)
(FSP, 2012)
Proposta para o novo
Código Penal
 Sugerida por uma comissão de
 especialistas
 Despenalização  do usuário para
 usar, guardar, portar ou plantar
 Definiçãode quantidade de uso (5 dias)
 para diferenciar uso de tráfico
 Criminalizaçãodo uso próximo de
 crianças ou escolas
O PL 7663/2010 e suas
críticas

Classificação de drogas em baixo, leve ou
médio poder de dependência
   Não há consenso científico que justifique o
    seu uso em casos individuais
   Penas maiores para substâncias com “alto
    poder de causar dependência”
Drugs ordered by their overall harm scores, showing the separate contributions to
the overall scores of harms to users and harm to othersThe weights after
normalisation (0–100) are shown in the key (cumulative in the sense of the sum of all
the normalised weights for all the criteria to users, 46; and for all the criteria to
others, 54). CW=cumulative weight. GHB=γ hydroxybutyric acid. LSD=lysergic acid
diethylamide. (Nutt et al., 2010)
O PL 7663/2010 e suas
críticas
Foco na Internação compulsória
 Não   há evidência de melhores resultados
 Hásérias questões éticas e econômicas
 envolvidas
 Judicialização   da saúde
 Por que não investir na capilaridade do
 sistema?
O PL 7663/2010 e suas
críticas
Desvio de dinheiro do SUS para entidades
privadas religiosas
 Há sérias denúncias de ofensas aos
 direitos humanos relacionados a
 comunidades terapêuticas
 Risco   para o estado laico
 Ausência   de controle
O PL 7663/2010 e suas
críticas


Cadastro Nacional de Usuários de Drogas
 Sério   risco de abusos
 Fortalecimento    de estigma
O PL 7663/2010 e suas
críticas

Notificação escolar de uso ou suspeita de
uso de drogas
 Quebra    de relação de confiança
 Risco   de segregação econômica
Reação

 Governo:

     Rejeitado pela Casa Civil
     Rejeitado pela Área Técnica em Saúde
      Mental do Ministério da Saúde
 Forte
      reação das entidades sanitárias e
 ligadas aos direitos humanos
http://bit.ly/ASSINEAPETICAO
Reação




http://blogdosakamoto.blogosf
era.uol.com.br/2013/03/24/dro   http://www1.folha.uol.com.br/colu
gas-o-congresso-nacional-       nas/drauziovarella/1250736-
pode-aprovar-um-enorme-         combate-as-drogas.shtml
retrocesso/
Situação atual

 PL   em regime de urgência de votação

 Audiência
          pública na Comissão de
 Combate ao Crime Organizado e
 Segurança Pública dia 2 de abril
Epílogo: Política de drogas
e evidência científica

   A interpretação política da evidência é
    polêmica e altamente influenciada por
    valores morais (Monaghan, 2011; Stevens
    2010).
   Políticos não acessam evidências
    diretamente (Ritter, 2009)
Sugestões de leitura
                                                            McMillen, S. (2012). Guerra às Drogas. Retrieved
 Brasil. (2010). Legislação e Políticas Públicas sobre
                                                            March 25, 2013, from http://www.stuartmcmillen.
 Drogas no Brasil (106 p.). Brasília-DF: Secretaria
                                                            com/comics_pt/guerra-as-drogas/
 Nacional de Políticas sobre Drogas.
                                                            Monaghan, M. (2011). Competition, conflict and
 Coelho, M. P. (2010). The “resounding success” of
                                                            controversy in the making of UK drug classification
 Portuguese drug policy: the power of an attractive
                                                            policy. Evidence versus Politics: Exploiting research
 fallacy. Lisboa: Associação para uma Portugal livre
                                                            in UK drug policy making? (pp. 43–60). Bristol: The
 de drogas.
                                                            Policy Press.
 Domosławski, A. (2011). Política da droga em
                                                            Nutt, D. J., King, L. A., & Phillips, L. D. (2010). Drug
 Portugal - Benefícios da descriminalização do
                                                            harms in the UK: a multicriteria decision analysis.
 consumo de drogas (54 p.). Warsaw: Open Society
                                                            Lancet, 376(9752), 1558–65.
 Foundations.
                                                            Ritter, A. (2009). How do drug policy makers access
 Donohue III, J. J., Ewing, B., & Peloquin, D. (2011).
                                                            research evidence? The International journal on
 Rethinking America’s Illegal Drug Policy.
                                                            drug policy, 20(1), 70–5.
 Greenwald, G. (2009). Drug decriminalization in
                                                            Stevens, A. (2010). Drugs, Crime and Public Health:
 Portugal: lessons for creating fair and successful drug
                                                            The Political Economy of Drug Policy (202 p.).
 policies. Washington, DC: CATO Institute.
                                                            Abingdon: Routledge.
 Griffith-Lendering, M. F. H., Wigman, J. T. W., Prince
                                                            Vuolo, M. (2013). National-level drug policy and
 van Leeuwen, A., Huijbregts, S. C. J., Huizink, A.
                                                            young people‟s illicit drug use: A multilevel analysis
 C., Ormel, J., Verhulst, F. C., et al. (2013). Cannabis
                                                            of the European Union. Drug and alcohol
 use and vulnerability for psychosis in early
                                                            dependence.
 adolescence-a          TRAILS     study.       Addiction
                                                            doi:10.1016/j.drugalcdep.2012.12.012
 (Abingdon, England), 108(4), 733–40.
                                                            Yablon, D. R. (2011). The Effect of Drug
 Hughes, C. E., & Stevens, A. (2010). What Can We
                                                            Decriminalization in Portugal on Homicide and
 Learn From The Portuguese Decriminalization of Illicit
                                                            Drug        Mortality     Rates.        University    of
 Drugs? British Journal of Criminology, 50(6), 999–1022.
                                                            California, Berkeley.
 Hughes, C., & Stevens, A. (2012). A resounding
                                                            Zedillo, E., & Wheeler, H. (Eds.). (2012). Rethinking
 success or a disastrous failure: Re-examining the
                                                            the “War on Drugs” Through the US-Mexico Prism
 interpretation of evidence on the Portuguese
                                                            (175 p.). New Haven: Yale Center for the Study of
 decriminalisation of illicit drugs. Drug and Alcohol
                                                            Globalization.
 Review,, 31(1), 101–113.
Grato pela
Atenção

Más contenido relacionado

Destacado

Pesquisa Você seria favorável à legalização da Maconha no Brasil? - (Conecta ...
Pesquisa Você seria favorável à legalização da Maconha no Brasil? - (Conecta ...Pesquisa Você seria favorável à legalização da Maconha no Brasil? - (Conecta ...
Pesquisa Você seria favorável à legalização da Maconha no Brasil? - (Conecta ...Catraca Livre
 
Lei da maconha 2014 - Brasil - Eu sou Contra
Lei da maconha 2014 - Brasil - Eu sou ContraLei da maconha 2014 - Brasil - Eu sou Contra
Lei da maconha 2014 - Brasil - Eu sou ContraSamir Morera Morimoto
 
Intoxicações por abuso de drogas
Intoxicações por abuso de drogasIntoxicações por abuso de drogas
Intoxicações por abuso de drogasChico Macena
 
Analisando dados de uma pesquisa qualitativa
Analisando dados de uma pesquisa qualitativaAnalisando dados de uma pesquisa qualitativa
Analisando dados de uma pesquisa qualitativaLuís Fernando Tófoli
 
Legalização das Drogas no Brasil
Legalização das Drogas no BrasilLegalização das Drogas no Brasil
Legalização das Drogas no BrasilLyssa Martins
 
Argumentos favoráveis à legalização da maconha
Argumentos favoráveis à legalização da maconhaArgumentos favoráveis à legalização da maconha
Argumentos favoráveis à legalização da maconhaKarine Souza
 
DROGAS - CONCEITOS E LEIS - Prof. Fernando Abreu
DROGAS - CONCEITOS E LEIS - Prof. Fernando AbreuDROGAS - CONCEITOS E LEIS - Prof. Fernando Abreu
DROGAS - CONCEITOS E LEIS - Prof. Fernando AbreuFernando Abreu
 
Mental health safety of ayahuasca religious use: Results from an epidemiologi...
Mental health safety of ayahuasca religious use: Results from an epidemiologi...Mental health safety of ayahuasca religious use: Results from an epidemiologi...
Mental health safety of ayahuasca religious use: Results from an epidemiologi...Luís Fernando Tófoli
 
Visões Culturais da Saúde e da Doença
Visões Culturais da Saúde e da DoençaVisões Culturais da Saúde e da Doença
Visões Culturais da Saúde e da DoençaLuís Fernando Tófoli
 
Apresentação Estágio 5º Período
Apresentação Estágio 5º PeríodoApresentação Estágio 5º Período
Apresentação Estágio 5º PeríodoJaqueline de Paulo
 
Cultura e interacao paciente-profissional
Cultura e interacao paciente-profissionalCultura e interacao paciente-profissional
Cultura e interacao paciente-profissionalLuís Fernando Tófoli
 

Destacado (20)

Pesquisa Você seria favorável à legalização da Maconha no Brasil? - (Conecta ...
Pesquisa Você seria favorável à legalização da Maconha no Brasil? - (Conecta ...Pesquisa Você seria favorável à legalização da Maconha no Brasil? - (Conecta ...
Pesquisa Você seria favorável à legalização da Maconha no Brasil? - (Conecta ...
 
Lei da maconha 2014 - Brasil - Eu sou Contra
Lei da maconha 2014 - Brasil - Eu sou ContraLei da maconha 2014 - Brasil - Eu sou Contra
Lei da maconha 2014 - Brasil - Eu sou Contra
 
Intoxicações por abuso de drogas
Intoxicações por abuso de drogasIntoxicações por abuso de drogas
Intoxicações por abuso de drogas
 
Edu sexual um_desafio
Edu sexual um_desafioEdu sexual um_desafio
Edu sexual um_desafio
 
Ep s sexualidadeoms
Ep s sexualidadeomsEp s sexualidadeoms
Ep s sexualidadeoms
 
Analisando dados de uma pesquisa qualitativa
Analisando dados de uma pesquisa qualitativaAnalisando dados de uma pesquisa qualitativa
Analisando dados de uma pesquisa qualitativa
 
Trabalho drogas biologia
Trabalho drogas   biologiaTrabalho drogas   biologia
Trabalho drogas biologia
 
Legalização das Drogas no Brasil
Legalização das Drogas no BrasilLegalização das Drogas no Brasil
Legalização das Drogas no Brasil
 
Argumentos favoráveis à legalização da maconha
Argumentos favoráveis à legalização da maconhaArgumentos favoráveis à legalização da maconha
Argumentos favoráveis à legalização da maconha
 
Drogas, fármacos e cultura
Drogas, fármacos e culturaDrogas, fármacos e cultura
Drogas, fármacos e cultura
 
DROGAS - CONCEITOS E LEIS - Prof. Fernando Abreu
DROGAS - CONCEITOS E LEIS - Prof. Fernando AbreuDROGAS - CONCEITOS E LEIS - Prof. Fernando Abreu
DROGAS - CONCEITOS E LEIS - Prof. Fernando Abreu
 
Orientações para 2011/12
Orientações para 2011/12Orientações para 2011/12
Orientações para 2011/12
 
Mental health safety of ayahuasca religious use: Results from an epidemiologi...
Mental health safety of ayahuasca religious use: Results from an epidemiologi...Mental health safety of ayahuasca religious use: Results from an epidemiologi...
Mental health safety of ayahuasca religious use: Results from an epidemiologi...
 
Toxicodependência
ToxicodependênciaToxicodependência
Toxicodependência
 
Visões Culturais da Saúde e da Doença
Visões Culturais da Saúde e da DoençaVisões Culturais da Saúde e da Doença
Visões Culturais da Saúde e da Doença
 
Apresentação Estágio 5º Período
Apresentação Estágio 5º PeríodoApresentação Estágio 5º Período
Apresentação Estágio 5º Período
 
As drogas e seus efeitos
As drogas e seus efeitosAs drogas e seus efeitos
As drogas e seus efeitos
 
Educação em saúde
Educação em saúdeEducação em saúde
Educação em saúde
 
Cultura e interacao paciente-profissional
Cultura e interacao paciente-profissionalCultura e interacao paciente-profissional
Cultura e interacao paciente-profissional
 
Corpo, Cultura e Sociedade
Corpo, Cultura e SociedadeCorpo, Cultura e Sociedade
Corpo, Cultura e Sociedade
 

Más de Luís Fernando Tófoli

Más de Luís Fernando Tófoli (7)

Analisando dados de uma pesquisa qualitativa (2012)
Analisando dados de uma pesquisa qualitativa (2012)Analisando dados de uma pesquisa qualitativa (2012)
Analisando dados de uma pesquisa qualitativa (2012)
 
Habilidades de comunicação de más notícias
Habilidades de comunicação de más notíciasHabilidades de comunicação de más notícias
Habilidades de comunicação de más notícias
 
Cultura e Sistemas de Saúde
Cultura e Sistemas de SaúdeCultura e Sistemas de Saúde
Cultura e Sistemas de Saúde
 
Antropologia da saúde
Antropologia da saúdeAntropologia da saúde
Antropologia da saúde
 
Elaborando uma pesquisa qualitativa
Elaborando uma pesquisa qualitativaElaborando uma pesquisa qualitativa
Elaborando uma pesquisa qualitativa
 
O trabalho em equipe na saúde
O trabalho em equipe na saúdeO trabalho em equipe na saúde
O trabalho em equipe na saúde
 
Comunicação com o paciente
Comunicação com o pacienteComunicação com o paciente
Comunicação com o paciente
 

Último

Sistema endocrino anatomia humana slide.pdf
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdfSistema endocrino anatomia humana slide.pdf
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdfGustavoWallaceAlvesd
 
Modelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power pointModelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power pointwylliamthe
 
Plantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdf
Plantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdfPlantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdf
Plantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdfDaianaBittencourt
 
AULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICAS
AULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICASAULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICAS
AULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICASArtthurPereira2
 
INTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptx
INTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptxINTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptx
INTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptxssuser4ba5b7
 
TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.
TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.
TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.ColorNet
 

Último (7)

Sistema endocrino anatomia humana slide.pdf
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdfSistema endocrino anatomia humana slide.pdf
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdf
 
Modelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power pointModelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power point
 
Aplicativo aleitamento: apoio na palma das mãos
Aplicativo aleitamento: apoio na palma das mãosAplicativo aleitamento: apoio na palma das mãos
Aplicativo aleitamento: apoio na palma das mãos
 
Plantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdf
Plantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdfPlantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdf
Plantas-medicinais-nativas-do-Bioma-Pampa.pdf
 
AULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICAS
AULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICASAULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICAS
AULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICAS
 
INTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptx
INTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptxINTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptx
INTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptx
 
TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.
TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.
TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.
 

Panorama Contemporâneo das Políticas Públicas sobre Drogas

  • 2. Agenda  Panorama atual das políticas de drogas e seus dilemas  Regulamentação do uso de drogas  Brasil: política e leis atuais  Propostas recentes: Reforma do Código Penal e PL 7663/2010  Epílogo: Evidência e Política
  • 3. Linhas gerais de abordagens nas políticas de drogas  Criminalização / Proibição  Regulamentação  Despenalização / descriminação / descriminalização  Legalização (Donohue et al, 2011)
  • 4. McMillen, 2012 http://www.stuartmcmillen.com/comics_pt/guerra-as-drogas/
  • 5.
  • 7. Mac Niven, 2010 Andrade, 2011
  • 8. 2011 2012
  • 9. http://oesquema.com.br/penselivre/ http://eprecisomudar.com.br/
  • 10. Dilemas da despenalização  Quais drogas? Como classificá-las?  Como diferenciar traficantes de usuários?  Ainda assim, segundo Donohue et al. (2011), os custos sociais do sistema atual para maconha e cocaína não são provavelmente os menores.
  • 11. O Caso de Portugal Greenwald, 2009 Coelho, 2010
  • 12. Evidence and policy O Caso de Portugal Lifetime prevalence of cannabis amongst Portuguese school students, by year and survey 30 25 Prevalence of use 20 15 10 5 0 1998 2002 2006 1995 1999 2003 2007 2003 2007 2003 2007 2003 2007 2003 2007 2003 2007 2003 2007 2001 2006 2001 2006 6, 8 & 10th grades 16 yrs 13 yrs 14 yrs 15 yrs 16 yrs 17 yrs 18 yrs 7-9th grade 10-12th grade HBSC/OMS ESPAD ECTAD INME Hughes & Stevens, 2012
  • 13. O Caso de Portugal Drug related deaths in Portugal between 2000 and 2008 using INML definition (positive post-mortem toxicological test for drugs) and INE definition (determination by physician according to ICD criteria) 400 80 350 70 300 60 Drug-related deaths (INML) Drug-induced deaths (INE) 250 50 200 40 150 30 100 20 50 10 0 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Year Drug-related deaths - INML Drug induced deaths - INE Hughes & Stevens, 2012
  • 14. O Caso de Portugal Incidence of HIV and AIDS among drug users, 2000- 2008 1000 900 800 700 600 500 2000 400 2008 300 200 100 0 HIV AIDS Hughes & Stevens 2010
  • 15. O Caso de Portugal Prevalence of lifetime, recent (last 12 month) and current (last month) use of any illicit drug in Portugal amongst individuals aged 15-64, 2001 and 2007 14 12 10 Prevalence of use 8 6 4 2 0 15-64 15-64 15-64 Lifetime use Recent use Current use 2001 2007 Hughes & Stevens, 2012
  • 16. O Caso de Portugal  Yablon(2011), perspectiva econômica: cautela e ponderação entre vantagens e desvantagens entre os modelos de despenalização ou legalização  Hughes e Stevens (2010, 2012): nem “sucesso retumbante”, nem “fracasso desastroso”, mas com viés positivo
  • 17. Europa Regressão logística hierárquica: em países onde não há nenhuma restrição quanto à posse de drogas para uso pessoal, a chance de uso de drogas no último mês é 79% inferior (p < 0,05) Percentage within each country reporting drug use, by year (sorted by 2004 use). (Vuolo, 2013)
  • 18. Ampliando a visão Stevens, 2010
  • 19. Ampliando a visão Stevens, 2010
  • 20. A questão maconha x psicose A importância da regulamentação  Controvérsiasentre causa e efeito (Griffith- Lendering, 2013) O efeito da despenalização (Hughes & Stevens, 2010; 2012) http://vejacortaobarato.tumblr.com/
  • 21. Maconha x psicose Prevalence of lifetime, recent (last 12 months) and current (last month) use of any illicit drug in Portugal, by age group in 2001and 2007 (Hughes & Stevens, 2012)
  • 22. Brasil: Política Nacional sobre Drogas (2006)  Nãodespenaliza a droga, mas estabelece penas „simbólicas‟ a usuários  Não estabelece critérios objetivos para diferenciar traficantes de usuários  Referencial explícito: redução de danos
  • 23. Panorama atual no Brasil Dados do Departamento Penitenciário Nacional (Depen):  Tráfico de drogas é motivo de 24% das prisões do país  Crescimento da população carcerária entre 2005 e 2011:  como um todo: 1,7 vez (294 p/ 514 mil)  presos por tráfico: 3,9 vezes (32 p/ 125 mil) http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1089429-trafico-de- drogas-e-motivo-de-24-das-prisoes-do-pais.shtml (2012)
  • 25. Proposta para o novo Código Penal  Sugerida por uma comissão de especialistas  Despenalização do usuário para usar, guardar, portar ou plantar  Definiçãode quantidade de uso (5 dias) para diferenciar uso de tráfico  Criminalizaçãodo uso próximo de crianças ou escolas
  • 26. O PL 7663/2010 e suas críticas Classificação de drogas em baixo, leve ou médio poder de dependência  Não há consenso científico que justifique o seu uso em casos individuais  Penas maiores para substâncias com “alto poder de causar dependência”
  • 27. Drugs ordered by their overall harm scores, showing the separate contributions to the overall scores of harms to users and harm to othersThe weights after normalisation (0–100) are shown in the key (cumulative in the sense of the sum of all the normalised weights for all the criteria to users, 46; and for all the criteria to others, 54). CW=cumulative weight. GHB=γ hydroxybutyric acid. LSD=lysergic acid diethylamide. (Nutt et al., 2010)
  • 28. O PL 7663/2010 e suas críticas Foco na Internação compulsória  Não há evidência de melhores resultados  Hásérias questões éticas e econômicas envolvidas  Judicialização da saúde  Por que não investir na capilaridade do sistema?
  • 29. O PL 7663/2010 e suas críticas Desvio de dinheiro do SUS para entidades privadas religiosas  Há sérias denúncias de ofensas aos direitos humanos relacionados a comunidades terapêuticas  Risco para o estado laico  Ausência de controle
  • 30. O PL 7663/2010 e suas críticas Cadastro Nacional de Usuários de Drogas  Sério risco de abusos  Fortalecimento de estigma
  • 31. O PL 7663/2010 e suas críticas Notificação escolar de uso ou suspeita de uso de drogas  Quebra de relação de confiança  Risco de segregação econômica
  • 32. Reação  Governo:  Rejeitado pela Casa Civil  Rejeitado pela Área Técnica em Saúde Mental do Ministério da Saúde  Forte reação das entidades sanitárias e ligadas aos direitos humanos
  • 34. Reação http://blogdosakamoto.blogosf era.uol.com.br/2013/03/24/dro http://www1.folha.uol.com.br/colu gas-o-congresso-nacional- nas/drauziovarella/1250736- pode-aprovar-um-enorme- combate-as-drogas.shtml retrocesso/
  • 35. Situação atual  PL em regime de urgência de votação  Audiência pública na Comissão de Combate ao Crime Organizado e Segurança Pública dia 2 de abril
  • 36. Epílogo: Política de drogas e evidência científica  A interpretação política da evidência é polêmica e altamente influenciada por valores morais (Monaghan, 2011; Stevens 2010).  Políticos não acessam evidências diretamente (Ritter, 2009)
  • 37. Sugestões de leitura McMillen, S. (2012). Guerra às Drogas. Retrieved Brasil. (2010). Legislação e Políticas Públicas sobre March 25, 2013, from http://www.stuartmcmillen. Drogas no Brasil (106 p.). Brasília-DF: Secretaria com/comics_pt/guerra-as-drogas/ Nacional de Políticas sobre Drogas. Monaghan, M. (2011). Competition, conflict and Coelho, M. P. (2010). The “resounding success” of controversy in the making of UK drug classification Portuguese drug policy: the power of an attractive policy. Evidence versus Politics: Exploiting research fallacy. Lisboa: Associação para uma Portugal livre in UK drug policy making? (pp. 43–60). Bristol: The de drogas. Policy Press. Domosławski, A. (2011). Política da droga em Nutt, D. J., King, L. A., & Phillips, L. D. (2010). Drug Portugal - Benefícios da descriminalização do harms in the UK: a multicriteria decision analysis. consumo de drogas (54 p.). Warsaw: Open Society Lancet, 376(9752), 1558–65. Foundations. Ritter, A. (2009). How do drug policy makers access Donohue III, J. J., Ewing, B., & Peloquin, D. (2011). research evidence? The International journal on Rethinking America’s Illegal Drug Policy. drug policy, 20(1), 70–5. Greenwald, G. (2009). Drug decriminalization in Stevens, A. (2010). Drugs, Crime and Public Health: Portugal: lessons for creating fair and successful drug The Political Economy of Drug Policy (202 p.). policies. Washington, DC: CATO Institute. Abingdon: Routledge. Griffith-Lendering, M. F. H., Wigman, J. T. W., Prince Vuolo, M. (2013). National-level drug policy and van Leeuwen, A., Huijbregts, S. C. J., Huizink, A. young people‟s illicit drug use: A multilevel analysis C., Ormel, J., Verhulst, F. C., et al. (2013). Cannabis of the European Union. Drug and alcohol use and vulnerability for psychosis in early dependence. adolescence-a TRAILS study. Addiction doi:10.1016/j.drugalcdep.2012.12.012 (Abingdon, England), 108(4), 733–40. Yablon, D. R. (2011). The Effect of Drug Hughes, C. E., & Stevens, A. (2010). What Can We Decriminalization in Portugal on Homicide and Learn From The Portuguese Decriminalization of Illicit Drug Mortality Rates. University of Drugs? British Journal of Criminology, 50(6), 999–1022. California, Berkeley. Hughes, C., & Stevens, A. (2012). A resounding Zedillo, E., & Wheeler, H. (Eds.). (2012). Rethinking success or a disastrous failure: Re-examining the the “War on Drugs” Through the US-Mexico Prism interpretation of evidence on the Portuguese (175 p.). New Haven: Yale Center for the Study of decriminalisation of illicit drugs. Drug and Alcohol Globalization. Review,, 31(1), 101–113.

Notas del editor

  1. Note that the Home Secretary used the difference between 1996 and 2007 last week in front of the Home Affairs committee, but without recognising the reductions since 2003 across all ages of teenagers.
  2. Home Secretary mentioned that the rate of HIV among injecting drug users is still higher in Portugal than in the UK. This is because Portugal started in 2001 from a much higher rate, but it has achieved significant reductions in the incidence of HIV since then.