Este documento resume uma pesquisa sobre a percepção de estudantes da Universidade Federal do Piauí sobre os impactos ambientais causados por obras civis na universidade. O estudo analisará os impactos físicos e biológicos identificados pelos estudantes de cursos como Geografia, Biologia e Arquitetura e correlacionará cada impacto com o respectivo projeto de obra civil. A pesquisa usará entrevistas e questionários para caracterizar as áreas mais degradadas apontadas pelos alunos.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA E HISTÓRIA
ANÁLISE INTERDISCIPLINAR DO MEIO AMBIENTE CORRELACIONADA AOS
PROJETOS DE OBRAS CIVIS DENTRO DO CAMPUS PETRONIO PORTELA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
ANTONIA GONÇALVES DOS REIS
Teresina - PI
2014
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ANTONIA GONÇALVES DOS REIS
ANALISE INTERDISCIPLINAR DO MEIO AMBIENTE CORRELACIONADA AOS
PROJETOS DE OBRAS CIVIS DENTRO DO CAMPUS PETRONIO PORTELA SOB
A VISÃO DOS ACADEMICOS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
Projeto de Pesquisa realizado na
disciplina Métodos e Técnicas de
Pesquisa em geografia no 1º / 2014
como pré-requisito para obtenção de
aprovação.
Orientador: Carlos Sait Pereira de
Andrade
Teresina – PI
2014
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1 INTRODUÇÃO
O tema da pesquisa é analise interdisciplinar do meio ambiente correlacionada aos
projetos de obras civis realizadas dentro do Campus Petrônio Portela, sob a visão dos
acadêmicos da UFPI dos cursos de: Geografia, Biologia e Arquitetura.
O objeto de estudo são os projetos civis relacionados ao impacto ambiental
presente na área de estudo.
O estudo a ser realizado na Universidade será motivado pela observação de que a
os projetos civis realizados dentro do Campus são de forma desordenada e que não há
uma preocupação com o meio local, sobretudo é inexistente uma área de Reserva Legal,
sendo os Institutos de Ensino Superior pouco trabalham a educação ambiental apesar de
serem responsáveis pela formação de diversos profissionais que trabalharão com
sustentabilidade e educação ambiental.
2 JUSTIFICATIVA
A Universidade Federal do Piauí - UFPI foi instalada em 01 de março de 1971 a
partir da fusão de algumas faculdades isoladas que existiam no Estado - Faculdade de
Direito, Faculdade Católica de Filosofia, Faculdade de Odontologia, Faculdade de
Administração (Parnaíba) e Faculdade de Medicina.
Desde a sua criação até os dias atuais a Universidade passa por um processo de
crescimento constante, sobretudo populacional, pois com o aumento dos centros; são
necessárias obras civis para acompanhamento de tal desenvolvimento.
Assim, este estudo que se pretende realizar na UFPI Campus Petrônio Portela,
compreendendo a percepção dos próprios estudantes, acerca desse desenvolvimento e
sua capacidade de associação com os impactos causados no Instituto, a fim de levantar
indagações dentro da própria Universidade na qual possamos traçar um perfil crítico dos
alunos no meio intelectual que estão inseridos.
A importância do tema está relacionada, portanto, à ampliação dos conhecimentos
sobre educação ambiental e, sobretudo servir de subsídio para futuras pesquisas, em
5. diversas áreas do conhecimento com o intuito de instigar um desenvolvimento
sustentável através de tais pesquisas.
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3 PROBLEMATIZAÇÃO
A Agenda 2015 teresinense revelou vários problemas ambientais decorrentes do
acelerado crescimento urbano das últimas décadas. Esse processo é incompatível com o
crescimento populacional e desenvolvimento econômico, considerando a necessidade de
proteção ao ambiente e o estabelecimento de uma qualidade de vida. Dentre as
atividades que estão contribuindo para a degradação do ambiente urbano da capital,
podemos citar a construção civil, que teve como recorte de área nesta pesquisa a
Universidade Federal do Piauí Campus Petrônio Portela.
A pesquisa será desenvolvida a partir do seguinte questionamento: Como os
alunos compreendem a manifestação dos impactos ambientais que esta relacionada a
atividade da construção civil ?
Diante desse questionamento foram direcionadas as seguintes hipóteses:
A falta de estruturação dos projetos civis está contribuindo para a degradação
ambiental e a desconfiguração da paisagem local.
Tais projetos necessitam de uma abordagem integrada de varias ciências, para atender
as necessidades de espaço físico com menor interferência no meio.
A pesquisa tem interesse de explicar essas hipóteses e contribuir para o
desenvolvimento sustentável dessa Universidade, para um melhor planejamento das
atividades causadoras de impactos ambientais.
4 OBJETIVOS
4.1 Geral
Analisar (sob)a percepção dos estudantes dos cursos de Arquitetura, Biologia e
Geografia da UFPI sobre os impactos ambientais produzidos pelos edifícios da UFPI do
Campus Petrônio Portela na cidade de Teresina-PI.
4.2 Específicos
4.2.1 Identificar os impactos ambientais de natureza física e biológica na Universidade
Federal do Piauí observado pelos estudantes.
6. 4.2.2 Caracterizar cada impacto correlacionando com o projeto de obra civil, quando
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houver.
4.2.3 Descrever as condições ambientais das áreas degradadas mais apontadas pelos
alunos.
5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A Educação Ambiental transformadora parte da compreensão de que o quadro
da crise em que vivemos não permite soluções compatibilistas entre ambientalismo e
capitalismo ou alternativas moralistas que deslocam o comportamental do histórico
cultural e do modo como a sociedade está estruturada.
Buscando o respaldo na legislação, de que a educação é um direito de todos e
dever da Família e do Estado, o art. 205 da Constituição Federal de 1988 informa que a
educação ”será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao
pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho”. Acrescenta o inciso VI1 ao parágrafo 1º do art. 225, o
qual impõe ao Poder Público e a toda a coletividade a promoção imprescindível da
Educação Ambiental nos diversos níveis de ensino, aliada a conscientização da
sociedade sobre a necessária preservação ambiental.
Entende-se por Educação Ambiental os processos por meio dos quais o
indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos,habilidades,
atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso
comum do povo, essencial a sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.(lei 9.795,de
27 de abril de 1999, Capítulo I.Art.I.).
A Constituição Federal estabeleceu o ensino da Educação Ambiental nas
modalidades de ensino na Educação Básica, Média e Superior, na educação formal, pois
através desta será um caminho para a conscientização e sensibilização ambiental e
também pelo fato de abranger um grande público que atuarão como multiplicadores.
A educação é uma forma de transformação social e não apenas um instrumento
de defesa ambiental e da cidadania. Sendo assim a consciência ecológica está conectada
a utilização sustentável dos recursos naturais, gerando novos princípios, valores e
conceitos para uma nova racionalidade, questionando e problematizando os paradigmas
7. científicos com base no que foi constituída a civilização moderna. Assim, é possível
compreender a Educação Ambiental como um processo de construção de valores
sociais, de conhecimentos e atitudes voltadas para alternativas sustentáveis de
desenvolvimento, por todos os indivíduos e pela coletividade no decorrer da história.
Leff (2001), sustenta a tese de que a nova racionalidade social, entendida como
racionalidade ambiental precisa ser construída sob uma nova ética entre a existência
humana e a transformação social voltada a uma reorientação do 15progresso científico e
tecnológico. Um novo saber científico e tecnológico deve surgir em virtude da crise
planetária e civilizatória, exigindo a construção do conhecimento por meio da Educação
Ambiental, onde práticas produtivas e atividades políticas intervenham na práxis
educativa das relações entre o homem e a natureza.
Os problemas sócio-ambientais, econômicos e culturais emergentes na sociedade
contemporânea, especialmente no Brasil, acentuam-se com o aumento e concentração
da população nas áreas urbanas sem infra-estrutura adequada, bem como, a diversidade
de setores econômicos e tecnológicos sendo implantados ao mesmo tempo, que
potencializam danos ambientais.
A formação de educadores e formadores de opinião através da Educação
Ambiental, facilita a construção do conhecimento e saber ambiental, levando a todos os
setores informações, tecnologias e práticas sustentáveis que possam agir de forma
interdisciplinar e integrada entre todos os setores e atores da sociedade. Isso porque a
Educação Ambiental contempla a dimensão ambiental, mas também estimula a
construção de uma nova ética e comprometimento do cidadão com seu espaço de vida.
A Educação Ambiental é vista por Leff (1999, p. 128) como ferramenta teórico-metodológica
de uma nova racionalidade, centrada numa perspectiva de
sustentabilidade, pois “a educação ambiental adquire um sentido estratégico na
condução do processo de transição para uma sociedade sustentável”.
É consenso entre os atores sociais que as diversas ciências não se comunicam,
não interagem e permanecem isoladas em seus clãs. Umas não sabem das práticas das
outras de forma que nem imaginam o quanto podem trocar e se complementarem.
Ressalva-se a efetivação do diálogo interdisciplinar que possibilite a realização de
pesquisas e práticas voltadas à Educação Ambiental.
De acordo com Costa (2004, p.221): A Educação Ambiental trata-se do
processo de aprendizagem e comunicação de problemas relacionados à interação dos
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8. homens com seu ambiente natural. É o instrumento de formação de uma consciência por
meio do conhecimento e da reflexão sobre a realidade ambiental. Nesta perspectiva o
Educador ambiental, deve ter por finalidade desenvolver atividades de Educação
Ambiental, como um processo permanente e não de forma isolada. Assim como, os
problemas a serem discutidos devem ser abordados interagindo o homem com o meio
ambiente. Pois,sendo homem parte do ambiente, é também responsável pelos problemas
ambientais.
Reigota (1994) considera a Educação Ambiental acima de tudo como uma
educação política, que prepara o cidadão para a autogestão e para a reivindicação de
justiça social e de ética nas relações humanas e com a natureza.O primeiro passo
segundo o autor, é o conhecimento das concepções de meio ambiente das pessoas
envolvidas no processo. Capra (1982,1996) proporciona uma reflexão profunda sobre a
crise multidimensional que está causando progressiva degradação mundial, analisando-a
como fruto de uma crise constituída historicamente, baseando-se numa visão de mundo
fragmentada, em que os seres vivos são considerados como máquinas e a sociedade se
vê em uma luta competitiva pela existência com a crença em um progresso material
ilimitado. Esta crise está levando a humanidade a uma condição fundamental para a sua
sobrevivência; a necessidade de uma transformação radical em suas percepções,
pensamentos, valores e comportamentos, fundamentada na visão holística, sistêmica e
multidisciplinar. O envolvimento das pessoas na concretização desta mudança de
paradigmas só pode ocorrer através de um processo de educação efetivo e coerente com
esta visão.
A Educação Ambiental é uma forma abrangente de educação que se propõe a
todos os cidadãos, inserindo a variável meio ambiente em suas dimensões física,
química, biológica, econômica, política e cultural em todas as disciplinas e em todos os
veículos de transmissão de conhecimento.
Entendemos que há necessidade de uma consciência ambiental, sobretudo no
meio acadêmico, tendo em vista que vários cursos inclusive os de licenciatura no futuro
irão repassar esses conhecimentos adquiridos e instigar a jovens e crianças uma
percepção do meio, na qual estão inseridos. Sendo proposta deste projeto concluir o
ciclo de pesquisas com uma palestra voltada aos cursos entrevistados: Geografia,
Biologia e Arquitetura.
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6 METODOLOGIA
Objetivando atender as metas deste estudo, será adotada uma metodologia
organizada nas seguintes etapas: pesquisa bibliográfica sobre o tema a ser investigado;
pesquisa de campo com entrevistas realizadas a estudantes da UFPI; e por fim a etapa
de tratamento dos dados obtidos com a pesquisa de campo.
I) Pesquisa de campo – destinada a obtenção de dados a respeito de fenômenos que
ocorrem no presente. As observações serão utilizadas para o exame atento
dos conhecimentos, fatos acompanhados aos detalhes dos objetos de estudo,
sendo complementares pelas entrevistas.
II) Entrevistas – irão possibilitar o registro das informações, sendo
importantes na análise e interpretação dos dados coletados.
O problema dos métodos de Educação Ambiental,embora exista, é bem menos
importante, já que a dificuldade maior não se reduz a uma opção entre métodos, mas na
dificuldade para se tomar decisão estratégica quanto às finalidades, princípio e
caminhos seletivos de conteúdo (Souza, 2000)
As informações sobre a os projetos civis dentro da UFPI e seus impactos
ambientais serão coletadas também através de estudos anteriores realizados acerca do
tema.
O estudo também será principalmente através de entrevistas e questionários
aplicados a partir de trabalhos de campo e é através de tais questionários e entrevistas
que será possível uma análise integrada objetivando traçar um perfil da opinião dos
alunos sobre este tema.
7 CRONOGRAMA
As etapas seguintes serão desenvolvidas seguindo um planejamento das ações
metodológicas de acordo com o prazo estipulado para a realização da disciplina. No esquema a
seguir, detalharemos a ações programadas:
Atividades
Maio./14
Junho/14
Julho./14
1. Definição do
tema.
x x
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2. Levantamento
Bibliográfico.
x x
3. Leitura do
material.
x
4. Reuniões com o
orientador.
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5. Estruturação do
Projeto de
Pesquisa.
x
x
8 RESULTADOS ESPERADOS
Alcançar a meta de construir ou conduzir as aglomerações para a formação das
sociedades sustentáveis significa o comprometimento das práticas urbanas incorporadas
à dimensão ambiental na produção do espaço.
Através da dimensão ambiental, é preciso incorporar a idéia de limite dos recursos
naturais básicos como a água, o solo e o ar, buscando alternativas para reduzir o seu
desperdício e sua degradação.
Proporcionar aos alunos entrevistados uma visão mais crítica do meio na qual
estão inseridos, e sobretudo, fazê-los pensar em como suas respectivas ciências podem
contribuir para uma maior sustentabilidade.
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9 REFERÊNCIAS
TERESINA. Agenda 2015: plano de desenvolvimento sustentável. Teresina: PMT:
conselho estratégico de Teresina, 2002.
SOUZA, N. M. e. Educação ambiental: dilemas da prática contemporânea. Rio de
Janeiro:
Thex / Universidade Estácio de Sá, 2000.
SPOSITO, M. E. B. O embate entre as questões ambientais e sociais no urbano. In:
SPOSITO, M. E. B.; LEMOS, A. I. G. (Org.). Dilemas urbanos: novas abordagens
sobre a cidade. São Paulo: Contexto, 2003. p. 295-307.