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O turismo de experiências proporcionado
pelo legado regional autêntico
Filipa Vinha
Milestones “Strategic Thinking in Tourism”
milestones.com.pt
Seminário Turismo de
Experiências
UA | 17 de Novembro | 2010
Índice
_ Parte I – A economia das experiências
- Os experience seekers
- A autenticidade e o turismo
_ Parte II – Estudo Empírico
- O turismo em Portugal: o estudo da região do Alentejo
- Metodologia
- Resultados
- Conclusões
O mote de partida …
ECONOMIA DAS EXPERIÊNCIAS
+
TURISMO
+
AUTENTICIDADE
+
PATRIMÓNIO NATURAL E ETNOGRÁFICO
=
TURISMO DE EXPERIÊNCIAS COM BASE NO LEGADO REGIONAL
AUTÊNTICO
O que de comum tem…?
Com… ?
_ Parte I
A economia das experiências
A progressão do valor económico
Fonte: Pine e Gilmore (1999)
_ Parte I
“Contem-me, que eu esquecerei.
Mostrem-me, que eu talvez possa recordar.
Envolvam-me, que eu compreenderei.”
Benjamin Franklin
A economia das experiências
_ Vários são os estudos sob o mote da economia de experiências, relacionando
o lado psicológico da economia, os sentidos e emoções (hands on, hearts
on), com o objectivo final de criar, apresentar e comercializar experiências.
_ Pine e Gilmore (1999) têm sido referidos pelo seu grande contributo no que se
refere ao tema da Economia das Experiências. Muito para além do mundo dos
bens e serviços, está o mundo das experiências e transformações: ofertas
económicas distintas que exigem novas estratégias por parte das empresas.
_ Parte I
A economia das experiências
_ Parte I
A economia das experiências
Consumidor tocado emocionalmente
Criação de memória que perdura
Consumidor envolvido de forma individualizada
Produz emoções e transformações
Todos os sentidos são envolvidos
_ Parte I
O estudo de caso da Austrália: os “experience seekers”
_ Definição de um segmento de mercado baseado em características
psicográficas, que inclui factores como as motivações pessoais, variáveis de estilo
de vida, atravessando barreira nacionais.
_ Os experience seekers são viajantes internacionais experientes, que procuram
experiências pessoais autênticas e envolvimento/contacto com os locais. São
activos e regressam com conhecimento adquirido; são aventureiros e gostam de
ter várias experiências numa só viagem. Dão grande importância ao valor e, logo,
pesam os benefícios e os custos, bem como o valor do contraste das experiências
(que sejam diferentes da sua vida quotidiana).
_ Parte I
A autenticidade e o turismo
_ Novos consumidores em busca da autenticidade que diferem enormemente dos
tradicionais. Porque é que estes novos consumidores estão desejosos por
vivenciar experiências autênticas?
_ Os produtos autênticos oferecem uma melhor relação valor/preço, uma vez que
são superiores em qualidade e transmitem maior confiança, bem como transmitem
ao consumidor o sentido do turismo sustentável.
_ Na busca pela autenticidade, os consumidores procuram-se a si próprios
também. Não as pessoas que são hoje, mas aquelas que aspiram ser (Lewis e
Bridger, 2001).
_ Parte II – Estudo Empírico
_ Parte II – Estudo Empírico
_ Poderão as regiões de Portugal, detentoras de um importante legado
autêntico, histórico e cultural, tornar a visita turística mais rica e memorável,
através do desenvolvimento de uma cultura de turismo de experiências?
_ Pretende-se estabelecer uma associação da nova tendência do turismo de
experiências com as experiências existentes em Portugal de índole autêntico.
Análise da oferta turística no Alentejo, numa perspectiva do turismo de
experiências e, seguidamente, análise da procura turística que visita a região do
Alentejo.
_ Parte II – Estudo Empírico
O turismo em Portugal: o estudo da região do Alentejo
Pontos Fortes Pontos Fracos
- Os sentidos são envolvidos,
- O turista é tocado emocionalmente;
- O processo é único e individual para
cada indivíduo;
- Participação activa;
- Forte nível de envolvimento;
- Aproveitamento das rotas temáticas já
existentes e outros projectos como as
“aldeias históricas”-
- Criação de significado;
- História por detrás do produto;
- Processo de co-criação;
- Experiências autênticas, fundadas nos
princípios da comunidade,
sustentabilidade e consumo ético;
- Fenómeno natural e não fabricado;
- Falta de uma mão-de-obra qualificada e
com a mente aberta para fazer parte da
experiência autêntica-
Oportunidades Ameaças
- Crescente procura internacional de
produtos autênticos e reais;
- Aproveitamento dos recursos naturais,
culturais e patrimoniais da região;
- Promoção do destino como “uma
experiência autêntica”.
- Destinos concorrentes já consolidados
que proporcionam experiências autênticas
com maior notoriedade a nível global;
- Perda dos elementos de identidade
regional dada a idade avançada da
população mais genuína, sendo urgente a
manutenção dos comportamentos
autênticos, cultura e tradições.
Análise SWOT às experiências comercializadas no Alentejo
Fonte: Elaboração própria
_ Parte II – Estudo Empírico
Metodologia
Inquérito por questionário – Selecção da Amostra
_ População - Turistas que se encontrem de férias no Alentejo.
_ Foi usada uma técnica de amostragem não probabilística - amostragem por
quotas (as quotas foram definidas pelo conhecimento da distribuição do número de
hóspedes em função das diferentes áreas territoriais).
_ Este processo de amostragem foi escolhido, uma vez que não se pretende que
este estudo seja representativo, mas sim meramente exploratório. Embora tendo
as suas limitações, optou-se por este processo dado os constrangimentos de
tempo, recursos inerentes e potenciais dificuldades na recolha da informação.
_ Parte II – Estudo Empírico
Metodologia
Análise univariada
(frequências, desvios-padrão, médias)
a) Caracterização da amostra
b) Análise dos dados relativamente ao turismo de experiências em geral
c) Análise dos dados relativamente à viagem ao Alentejo
d) Comportamento de viagem dos “experience seekers”
_ Parte II – Estudo Empírico
a) Caracterização da amostra
Resumindo, Amostra = 300 turistas que visitavam diferentes zonas territoriais do
Alentejo, 50,3% do sexo masculino, 49,7% do sexo feminino; 72,3% portugueses.
b) Análise dos dados relativamente ao turismo de experiências em geral
_ A maioria dos turistas já tinha ouvido falar de turismo de experiências (51,0%).
_ Cerca de 92,0% dos inquiridos demonstraram interesse neste tipo de turismo.
_ A maioria dos turistas inquiridos considerou, igualmente, ser importante (35,0%),
muito importante (43,3%) e muitíssimo importante (18,0%) que a indústria do
turismo aposte na oferta de actividades de turismo de experiências.
_ A maioria (cerca 60%) indica que optará pelo turismo de experiências nas
próximas férias.
_ Parte II – Estudo Empírico
b) Análise dos dados relativamente ao turismo de experiências em geral
Turista tradicional versus o turista “experience seeker”
_ A maioria concorda que, quando viaja, procura participar em actividades onde é
possível envolver-se pessoalmente e que procura reunir várias experiências na
mesma viagem.
_ A maioria dos inquiridos não viaja em excursão e acredita que só faz sentido
viajar se for possível viver experiências únicas que não costuma viver no seu dia-a-
dia.
_ A maioria que opta por realizar os seus próprios itinerários e fazer as suas
reservas.
_ A maioria concorda que procura viver experiências surpreendentes.
_ Parte II – Estudo Empírico
b) Análise dos dados relativamente ao turismo de experiências em geral
Turista tradicional versus o turista “experience seeker”
_ A maioria demonstra interesse pela gastronomia local.
_ A maioria demonstra curiosidade em descobrir as tradições e a história do
local.
_ Maioria discorda que, quando viaja, procura ter tudo organizado, um pacote
turístico com tudo incluído, indicando a tendência de resposta para uma viagem
sem pacotes turísticos.
É possível concluir que a maioria dos turistas entrevistados, que se encontravam a
visitar o Alentejo, enquadram-se dentro do perfil experience seeker, como se
pode comprovar pelos estudos mencionados no trabalho (Tourism of Australia,
2007; Future Foundation, 2005, Kotler et al., 2006).
_ Parte II – Estudo Empírico
c) Análise dos dados relativamente à viagem ao Alentejo
Principais motivos para a viagem ao Alentejo
_ paisagens e espaços naturais (21,7%)
_ repouso (20,7%)
_ visita a monumentos e museus (12,3%)
Actividades que os inquiridos já tinham participado ou pretendiam
participar nas férias no Alentejo
_ fruir a natureza e a paisagem (70,0%)
_ fruir a gastronomia (69,7%)
_ repousar (57,7%)
_ fruir monumentos e museus (56,3%)
_ Parte II – Estudo Empírico
c) Análise dos dados relativamente à viagem ao Alentejo
A maioria dos turistas demonstrou-se predisposto a pagar entre 1€ a 30€
para participar nas seguintes experiências,
únicas e memoráveis, no Alentejo:
• “aprender, numa tarde, a cozinhar pratos típicos alentejanos”
• “dar um passeio de burro, durante uma hora, numa aldeia histórica”
• “aprender, durante um dia, a fazer vinho e degustá-lo”
• “observar pássaros, durante uma manhã, num monte alentejano,
com um técnico especializado”.
• “passear, durante um dia, com o pastor e as suas cabras”.
_ Parte II – Estudo Empírico
c) Análise dos dados relativamente à viagem ao Alentejo
O Alentejo, um destino capaz de possibilitar
a prática do turismo de experiências?
Salientando alguns resultados, a maioria dos inquiridos disse que:
_ concorda com a afirmação de que o Alentejo permite ter um grande contacto
com a natureza;
_ concorda que o Alentejo é uma região autêntica, pelas suas tradições, gentes,
costumes e riqueza cultural;
_ concorda que “o Alentejo estimula todos os seus sentidos;
_ concorda que o Alentejo permite que se evadam do seu mundo e esqueçam
o stresse do dia-a-dia;
_ Parte II – Estudo Empírico
c) Análise dos dados relativamente à viagem ao Alentejo
O Alentejo, um destino capaz de possibilitar
a prática do turismo de experiências?
_ afirma que no Alentejo adquire novos conhecimentos através das experiências
que usufrui;
_ concorda com a afirmação de que o Alentejo transmite paz de espírito;
_ concorda com o facto de o povo alentejano ser genuíno e hospitaleiro;
_ afirma que procura o Alentejo porque gosta de estar em sítios sem confusão e
sem muitos turistas; procura “fugir” do seu quotidiano e encontrar-se consigo
próprio(a).
Conclui-se que Alentejo é um destino
que possibilita a prática de turismo de experiências.
_ Parte II – Estudo Empírico
d) Comportamento de viagem dos “experience seekers”
Quando inquiridos sobre quais a(s) actividade(s) que costumam participar quando
viajam para fazer turismo de experiências:
_ afirmaram que participam em festas ou festividades locais (68,0%),
_ participam em actividades desportivas em contacto com a natureza (65,2%),
_ fizeram um piquenique em contacto com a natureza (48,1%),
_ fizeram mergulho ou snorkeling (43,6%)
Tomando em consideração as actividades em que pretendem participar no futuro:
_ passear de balão por locais de grande beleza paisagística (47,5%),
_ aprender a cozinhar pratos típicos/doces conventuais e, de seguida, degustá-
los (46,4%),
_ participar em actividades de bem-estar (35,4%),
_ acompanhar durante um dia, o pastor e as suas ovelhas pelo monte (33,1%),
_ aprender a fazer queijo (33,1%).
_ Parte II – Estudo Empírico
d) Comportamento de viagem dos “experience seekers”
_ Os meios de alojamento mais utilizados pelos experience seekers aquando das
viagens para fazer turismo de experiências são os hotéis (62,4%), seguido do
turismo em espaço rural (47%).
_ Os experience seekers quando viajam para fazer turismo de experiências,
geralmente vão de carro (44,8%) e de avião (34,4%), sendo que os destinos
preferidos para a prática deste tipo de turismo são o campo (44,2%) e a praia
(31,7%).
_ Parte II – Estudo Empírico
Análise multivariada
(Análises factoriais, Teste Qui-quadrado e Teste T de Student)
Diferenças entre Grupos
Os experience seekers e os turistas que nunca fizeram turismo de experiências
Grupo 1 – Turistas que nunca fizeram turismo de experiências
Grupo 2 – Experience seekers
_ Parte II – Estudo Empírico
Diferenças entre os grupos
_ Não existem diferenças significativas entre os dois grupos relativamente à
variável idade (hipótese 1 - confirmada).
_ As pessoas que já fizeram uma viagem de turismo de experiências possuem
habilitações literárias superiores quando comparadas com pessoas que nunca
fizeram uma viagem deste tipo (hipótese 2 - confirmada).
_ Conclui-se também que não há relação entre o rendimento mensal líquido do
agregado familiar e o facto de os turistas terem ou não realizado pelo menos uma
vez turismo de experiências (hipótese 3 – não confirmada).
_ Parte II – Estudo Empírico
Diferenças entre os grupos
_ Verificou-se ainda que há um maior interesse pelo turismo de experiências por
parte dos experience seekers quando comparados com os que nunca fizeram
turismo de experiências (hipótese 4 - confirmada).
_ Os experience seekers atribuem uma maior importância:
1) ao facto de que a indústria do turismo aposte no turismo de experiências do
que os que nunca fizeram turismo de experiências (hipótese 5 - confirmada).
2) à possibilidade de viajar pelo turismo de experiências do que os que nunca
fizeram turismo de experiências (hipótese 6 - confirmada).
_ Apresentam maior probabilidade de optarem pelo turismo de experiências nas
próximas viagens de férias do que os que nunca fizeram turismo de experiências
(hipótese 7 - confirmada).
_ Parte II – Estudo Empírico
Diferenças entre os grupos
_ Ambos os grupos concordam que quando viajam são aventureiros na
descoberta do destino turístico (hipótese 8.1. – não confirmada).
_ Os experience seekers apresentam maior predisposição para reunir várias
experiências na mesma viagem (hipótese 8.2. - confirmada).
_ Os experience seekers apresentam maior preferência por realizar os seus próprios
itinerários e fazer as suas reservas (hipótese 8.3. - confirmada).
_ Os experience seekers apresentam uma maior propensão em viajar para
destinos/regiões pouco procurados, onde sabem que vão encontrar poucos
turistas, quando comparados com as pessoas que nunca viajaram com a motivação
pelo turismo de experiências (hipótese 8.4. - confirmada).
_ Parte II – Estudo Empírico
Diferenças entre os grupos
_ Os turistas que já viajaram para fazer turismo de experiências têm maior
motivação o turismo de experiências, pois tem maior concordância com itens que
definem o perfil do experience seeker (concordam mais que nas suas viagens
procuram viver experiências memoráveis, surpreendentes e únicas onde seja
possível envolver-se pessoalmente) (factor 1 “Motivação para a realização de
turismo de experiências” hipótese 8.5. - confirmada).
_ Os turistas que nunca realizaram uma viagem de turismo de experiências
concordam mais do que os experience seekers, em comprar viagens e
reservar hotéis por intermédio de uma agência de viagem e procurando ter um
pacote turístico previamente definido antes de partir para a uma viagem (factor 2
“Comportamento de compra de viagens” hipótese 8.6. - confirmada).
_ Parte II – Estudo Empírico
Diferenças entre os grupos
_ Considerando que um preço premium (corresponde a 31€ ou mais), concluiu-se
que os experience seekers, estão mais dispostos a pagar um preço premium
pelas seguintes actividades (hipótese 9 - confirmada): "aprender, numa tarde, a
cozinhar pratos típicos alentejanos e degustá-los"; "aprender, durante um dia, a
fazer vinho e degustá-lo"; e "passear, durante um dia, com o pastor e as suas
cabras".
_ Os experience seekers apresentam diferentes motivações para viajar no
Alentejo. Os experience seekers procuram mais “conhecer novos espaços e
pessoas” e “paisagens e espaços naturais”, (actividades sobejamente relacionadas
com o turismo de experiências) e, por outro lado, há mais turistas que nunca
fizeram turismo de experiências motivados pelo “repouso”, “actividades de praia
e mar” e “visita a amigos e familiares” (hipótese 10 - confirmada).
_ Parte II – Estudo Empírico
Diferenças entre os grupos
_ Os turistas de ambos os grupos classificam o Alentejo como uma região
autêntica (hipótese 11 – não confirmada).
_ O estado civil é independente do facto de ser ou não um experience seeker
(hipótese 12 – não confirmada).
_ As pessoas que já viajaram com a motivação pelo turismo de experiências são
menos sensíveis ao preço quando se trata de vivenciar experiências únicas e
autênticas (hipótese 13 - confirmada), como é o caso de: “aprender, numa tarde,
a cozinhar pratos típicos alentejanos e degustá-los”; de “dar um passeio de
burro, durante uma hora, numa aldeia histórica”; “aprender, durante um dia, a
fazer vinho e degustá-lo”; e “passear, durante um dia, com o pastor e as suas
cabras”.
_ Parte II – Estudo Empírico
Diferenças entre os grupos
As actividades mais referenciadas que os experience seekers já tiveram
oportunidade de participar ou gostariam de participar no futuro, são:
_ passear de balão por locais de grande beleza paisagística;
_ aprender a cozinhar pratos típicos / doces conventuais, e, de seguida, degustá-
los;
_ actividades de bem-estar;
_ acompanhar durante um dia, o pastor e as suas ovelhas pelo monte;
_ aprender a fazer queijo;
_ vindimar e aprender a fazer vinho.
Predominância das actividades relacionadas com:
_A autenticidade de Portugal
_O turismo de natureza ou gastronómico
_O potencial que as regiões de Portugal detêm neste sentido
_ Conclusões
Concluindo, percebe-se que existe um segmento de mercado que:
_ Procura o destino numa perspectiva de turismo de experiências e dá valor a este
tipo de turismo
_ Demonstra interesse em participar em actividades, hoje e no futuro
_ Valoriza bastante a possibilidade de poder conhecer novos espaços e pessoas
_ Quer participar em actividades de contacto com a natureza e gastronómicas,
estando menos sensíveis à questão do preço
_ Disponíveis para pagar pelas suas experiências de qualidade autênticas e únicas,
advindas da diversidade e riqueza das diferentes regiões de Portugal
_ Conclusões
_ As ERT e empresas privadas (empresas de animação turística, associações locais,
rotas existentes, turismo no espaço rural), em conjunto Plano de Desenvolvimento
de Experiências Autênticas
_ Importância dos elementos distintivos de cada região com maior potencial de
desenvolvimento e o interesse da procura indicado neste estudo, como actividades que
os turistas costumam participar (procura actual): festas ou festividades locais;
actividades desportivas em contacto com a natureza; um piquenique em contacto
com a natureza; e mergulho ou snorkeling
_ Conclusões
_ Especial atenção às actividades referidas com interesse de participação futura:
passear de balão por locais de grande beleza paisagística; aprender a cozinhar pratos
típicos/doces conventuais e, de seguida, degustá-los; participar em actividades de bem-
estar; acompanhar durante um dia, o pastor e as suas ovelhas pelo monte; e aprender a
fazer queijo.
Um plano de comunicação integrado, para que a mensagem
ao consumidor final seja uma só, coerente, com sentido e
apoiada nos factores diferenciadores de cada região
_ Conclusões
É chegada a hora de reconhecer a importância
deste nicho de mercado e olhar os experience
seekers como um segmento lucrativo e em forte
crescimento.
“Consumer trends that resonate across all regions are:
the desire for social and environmental responsibility, social interaction,
authentic travel experiences and fair trade practices”.
The WTM Global Report 2008.
Muito Obrigada!
Filipa Vinha
Managing Partner
filipa.vinha@milestones.com.pt
www.milestones.com.pt

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  • 2. Índice _ Parte I – A economia das experiências - Os experience seekers - A autenticidade e o turismo _ Parte II – Estudo Empírico - O turismo em Portugal: o estudo da região do Alentejo - Metodologia - Resultados - Conclusões
  • 3. O mote de partida … ECONOMIA DAS EXPERIÊNCIAS + TURISMO + AUTENTICIDADE + PATRIMÓNIO NATURAL E ETNOGRÁFICO = TURISMO DE EXPERIÊNCIAS COM BASE NO LEGADO REGIONAL AUTÊNTICO
  • 4. O que de comum tem…?
  • 6. _ Parte I A economia das experiências A progressão do valor económico Fonte: Pine e Gilmore (1999)
  • 7. _ Parte I “Contem-me, que eu esquecerei. Mostrem-me, que eu talvez possa recordar. Envolvam-me, que eu compreenderei.” Benjamin Franklin A economia das experiências _ Vários são os estudos sob o mote da economia de experiências, relacionando o lado psicológico da economia, os sentidos e emoções (hands on, hearts on), com o objectivo final de criar, apresentar e comercializar experiências. _ Pine e Gilmore (1999) têm sido referidos pelo seu grande contributo no que se refere ao tema da Economia das Experiências. Muito para além do mundo dos bens e serviços, está o mundo das experiências e transformações: ofertas económicas distintas que exigem novas estratégias por parte das empresas.
  • 8. _ Parte I A economia das experiências
  • 9. _ Parte I A economia das experiências Consumidor tocado emocionalmente Criação de memória que perdura Consumidor envolvido de forma individualizada Produz emoções e transformações Todos os sentidos são envolvidos
  • 10. _ Parte I O estudo de caso da Austrália: os “experience seekers” _ Definição de um segmento de mercado baseado em características psicográficas, que inclui factores como as motivações pessoais, variáveis de estilo de vida, atravessando barreira nacionais. _ Os experience seekers são viajantes internacionais experientes, que procuram experiências pessoais autênticas e envolvimento/contacto com os locais. São activos e regressam com conhecimento adquirido; são aventureiros e gostam de ter várias experiências numa só viagem. Dão grande importância ao valor e, logo, pesam os benefícios e os custos, bem como o valor do contraste das experiências (que sejam diferentes da sua vida quotidiana).
  • 11.
  • 12. _ Parte I A autenticidade e o turismo _ Novos consumidores em busca da autenticidade que diferem enormemente dos tradicionais. Porque é que estes novos consumidores estão desejosos por vivenciar experiências autênticas? _ Os produtos autênticos oferecem uma melhor relação valor/preço, uma vez que são superiores em qualidade e transmitem maior confiança, bem como transmitem ao consumidor o sentido do turismo sustentável. _ Na busca pela autenticidade, os consumidores procuram-se a si próprios também. Não as pessoas que são hoje, mas aquelas que aspiram ser (Lewis e Bridger, 2001).
  • 13. _ Parte II – Estudo Empírico
  • 14. _ Parte II – Estudo Empírico _ Poderão as regiões de Portugal, detentoras de um importante legado autêntico, histórico e cultural, tornar a visita turística mais rica e memorável, através do desenvolvimento de uma cultura de turismo de experiências? _ Pretende-se estabelecer uma associação da nova tendência do turismo de experiências com as experiências existentes em Portugal de índole autêntico. Análise da oferta turística no Alentejo, numa perspectiva do turismo de experiências e, seguidamente, análise da procura turística que visita a região do Alentejo.
  • 15. _ Parte II – Estudo Empírico O turismo em Portugal: o estudo da região do Alentejo Pontos Fortes Pontos Fracos - Os sentidos são envolvidos, - O turista é tocado emocionalmente; - O processo é único e individual para cada indivíduo; - Participação activa; - Forte nível de envolvimento; - Aproveitamento das rotas temáticas já existentes e outros projectos como as “aldeias históricas”- - Criação de significado; - História por detrás do produto; - Processo de co-criação; - Experiências autênticas, fundadas nos princípios da comunidade, sustentabilidade e consumo ético; - Fenómeno natural e não fabricado; - Falta de uma mão-de-obra qualificada e com a mente aberta para fazer parte da experiência autêntica- Oportunidades Ameaças - Crescente procura internacional de produtos autênticos e reais; - Aproveitamento dos recursos naturais, culturais e patrimoniais da região; - Promoção do destino como “uma experiência autêntica”. - Destinos concorrentes já consolidados que proporcionam experiências autênticas com maior notoriedade a nível global; - Perda dos elementos de identidade regional dada a idade avançada da população mais genuína, sendo urgente a manutenção dos comportamentos autênticos, cultura e tradições. Análise SWOT às experiências comercializadas no Alentejo Fonte: Elaboração própria
  • 16. _ Parte II – Estudo Empírico Metodologia Inquérito por questionário – Selecção da Amostra _ População - Turistas que se encontrem de férias no Alentejo. _ Foi usada uma técnica de amostragem não probabilística - amostragem por quotas (as quotas foram definidas pelo conhecimento da distribuição do número de hóspedes em função das diferentes áreas territoriais). _ Este processo de amostragem foi escolhido, uma vez que não se pretende que este estudo seja representativo, mas sim meramente exploratório. Embora tendo as suas limitações, optou-se por este processo dado os constrangimentos de tempo, recursos inerentes e potenciais dificuldades na recolha da informação.
  • 17. _ Parte II – Estudo Empírico Metodologia Análise univariada (frequências, desvios-padrão, médias) a) Caracterização da amostra b) Análise dos dados relativamente ao turismo de experiências em geral c) Análise dos dados relativamente à viagem ao Alentejo d) Comportamento de viagem dos “experience seekers”
  • 18. _ Parte II – Estudo Empírico a) Caracterização da amostra Resumindo, Amostra = 300 turistas que visitavam diferentes zonas territoriais do Alentejo, 50,3% do sexo masculino, 49,7% do sexo feminino; 72,3% portugueses. b) Análise dos dados relativamente ao turismo de experiências em geral _ A maioria dos turistas já tinha ouvido falar de turismo de experiências (51,0%). _ Cerca de 92,0% dos inquiridos demonstraram interesse neste tipo de turismo. _ A maioria dos turistas inquiridos considerou, igualmente, ser importante (35,0%), muito importante (43,3%) e muitíssimo importante (18,0%) que a indústria do turismo aposte na oferta de actividades de turismo de experiências. _ A maioria (cerca 60%) indica que optará pelo turismo de experiências nas próximas férias.
  • 19. _ Parte II – Estudo Empírico b) Análise dos dados relativamente ao turismo de experiências em geral Turista tradicional versus o turista “experience seeker” _ A maioria concorda que, quando viaja, procura participar em actividades onde é possível envolver-se pessoalmente e que procura reunir várias experiências na mesma viagem. _ A maioria dos inquiridos não viaja em excursão e acredita que só faz sentido viajar se for possível viver experiências únicas que não costuma viver no seu dia-a- dia. _ A maioria que opta por realizar os seus próprios itinerários e fazer as suas reservas. _ A maioria concorda que procura viver experiências surpreendentes.
  • 20. _ Parte II – Estudo Empírico b) Análise dos dados relativamente ao turismo de experiências em geral Turista tradicional versus o turista “experience seeker” _ A maioria demonstra interesse pela gastronomia local. _ A maioria demonstra curiosidade em descobrir as tradições e a história do local. _ Maioria discorda que, quando viaja, procura ter tudo organizado, um pacote turístico com tudo incluído, indicando a tendência de resposta para uma viagem sem pacotes turísticos. É possível concluir que a maioria dos turistas entrevistados, que se encontravam a visitar o Alentejo, enquadram-se dentro do perfil experience seeker, como se pode comprovar pelos estudos mencionados no trabalho (Tourism of Australia, 2007; Future Foundation, 2005, Kotler et al., 2006).
  • 21. _ Parte II – Estudo Empírico c) Análise dos dados relativamente à viagem ao Alentejo Principais motivos para a viagem ao Alentejo _ paisagens e espaços naturais (21,7%) _ repouso (20,7%) _ visita a monumentos e museus (12,3%) Actividades que os inquiridos já tinham participado ou pretendiam participar nas férias no Alentejo _ fruir a natureza e a paisagem (70,0%) _ fruir a gastronomia (69,7%) _ repousar (57,7%) _ fruir monumentos e museus (56,3%)
  • 22. _ Parte II – Estudo Empírico c) Análise dos dados relativamente à viagem ao Alentejo A maioria dos turistas demonstrou-se predisposto a pagar entre 1€ a 30€ para participar nas seguintes experiências, únicas e memoráveis, no Alentejo: • “aprender, numa tarde, a cozinhar pratos típicos alentejanos” • “dar um passeio de burro, durante uma hora, numa aldeia histórica” • “aprender, durante um dia, a fazer vinho e degustá-lo” • “observar pássaros, durante uma manhã, num monte alentejano, com um técnico especializado”. • “passear, durante um dia, com o pastor e as suas cabras”.
  • 23. _ Parte II – Estudo Empírico c) Análise dos dados relativamente à viagem ao Alentejo O Alentejo, um destino capaz de possibilitar a prática do turismo de experiências? Salientando alguns resultados, a maioria dos inquiridos disse que: _ concorda com a afirmação de que o Alentejo permite ter um grande contacto com a natureza; _ concorda que o Alentejo é uma região autêntica, pelas suas tradições, gentes, costumes e riqueza cultural; _ concorda que “o Alentejo estimula todos os seus sentidos; _ concorda que o Alentejo permite que se evadam do seu mundo e esqueçam o stresse do dia-a-dia;
  • 24. _ Parte II – Estudo Empírico c) Análise dos dados relativamente à viagem ao Alentejo O Alentejo, um destino capaz de possibilitar a prática do turismo de experiências? _ afirma que no Alentejo adquire novos conhecimentos através das experiências que usufrui; _ concorda com a afirmação de que o Alentejo transmite paz de espírito; _ concorda com o facto de o povo alentejano ser genuíno e hospitaleiro; _ afirma que procura o Alentejo porque gosta de estar em sítios sem confusão e sem muitos turistas; procura “fugir” do seu quotidiano e encontrar-se consigo próprio(a). Conclui-se que Alentejo é um destino que possibilita a prática de turismo de experiências.
  • 25. _ Parte II – Estudo Empírico d) Comportamento de viagem dos “experience seekers” Quando inquiridos sobre quais a(s) actividade(s) que costumam participar quando viajam para fazer turismo de experiências: _ afirmaram que participam em festas ou festividades locais (68,0%), _ participam em actividades desportivas em contacto com a natureza (65,2%), _ fizeram um piquenique em contacto com a natureza (48,1%), _ fizeram mergulho ou snorkeling (43,6%) Tomando em consideração as actividades em que pretendem participar no futuro: _ passear de balão por locais de grande beleza paisagística (47,5%), _ aprender a cozinhar pratos típicos/doces conventuais e, de seguida, degustá- los (46,4%), _ participar em actividades de bem-estar (35,4%), _ acompanhar durante um dia, o pastor e as suas ovelhas pelo monte (33,1%), _ aprender a fazer queijo (33,1%).
  • 26. _ Parte II – Estudo Empírico d) Comportamento de viagem dos “experience seekers” _ Os meios de alojamento mais utilizados pelos experience seekers aquando das viagens para fazer turismo de experiências são os hotéis (62,4%), seguido do turismo em espaço rural (47%). _ Os experience seekers quando viajam para fazer turismo de experiências, geralmente vão de carro (44,8%) e de avião (34,4%), sendo que os destinos preferidos para a prática deste tipo de turismo são o campo (44,2%) e a praia (31,7%).
  • 27. _ Parte II – Estudo Empírico Análise multivariada (Análises factoriais, Teste Qui-quadrado e Teste T de Student) Diferenças entre Grupos Os experience seekers e os turistas que nunca fizeram turismo de experiências Grupo 1 – Turistas que nunca fizeram turismo de experiências Grupo 2 – Experience seekers
  • 28. _ Parte II – Estudo Empírico Diferenças entre os grupos _ Não existem diferenças significativas entre os dois grupos relativamente à variável idade (hipótese 1 - confirmada). _ As pessoas que já fizeram uma viagem de turismo de experiências possuem habilitações literárias superiores quando comparadas com pessoas que nunca fizeram uma viagem deste tipo (hipótese 2 - confirmada). _ Conclui-se também que não há relação entre o rendimento mensal líquido do agregado familiar e o facto de os turistas terem ou não realizado pelo menos uma vez turismo de experiências (hipótese 3 – não confirmada).
  • 29. _ Parte II – Estudo Empírico Diferenças entre os grupos _ Verificou-se ainda que há um maior interesse pelo turismo de experiências por parte dos experience seekers quando comparados com os que nunca fizeram turismo de experiências (hipótese 4 - confirmada). _ Os experience seekers atribuem uma maior importância: 1) ao facto de que a indústria do turismo aposte no turismo de experiências do que os que nunca fizeram turismo de experiências (hipótese 5 - confirmada). 2) à possibilidade de viajar pelo turismo de experiências do que os que nunca fizeram turismo de experiências (hipótese 6 - confirmada). _ Apresentam maior probabilidade de optarem pelo turismo de experiências nas próximas viagens de férias do que os que nunca fizeram turismo de experiências (hipótese 7 - confirmada).
  • 30. _ Parte II – Estudo Empírico Diferenças entre os grupos _ Ambos os grupos concordam que quando viajam são aventureiros na descoberta do destino turístico (hipótese 8.1. – não confirmada). _ Os experience seekers apresentam maior predisposição para reunir várias experiências na mesma viagem (hipótese 8.2. - confirmada). _ Os experience seekers apresentam maior preferência por realizar os seus próprios itinerários e fazer as suas reservas (hipótese 8.3. - confirmada). _ Os experience seekers apresentam uma maior propensão em viajar para destinos/regiões pouco procurados, onde sabem que vão encontrar poucos turistas, quando comparados com as pessoas que nunca viajaram com a motivação pelo turismo de experiências (hipótese 8.4. - confirmada).
  • 31. _ Parte II – Estudo Empírico Diferenças entre os grupos _ Os turistas que já viajaram para fazer turismo de experiências têm maior motivação o turismo de experiências, pois tem maior concordância com itens que definem o perfil do experience seeker (concordam mais que nas suas viagens procuram viver experiências memoráveis, surpreendentes e únicas onde seja possível envolver-se pessoalmente) (factor 1 “Motivação para a realização de turismo de experiências” hipótese 8.5. - confirmada). _ Os turistas que nunca realizaram uma viagem de turismo de experiências concordam mais do que os experience seekers, em comprar viagens e reservar hotéis por intermédio de uma agência de viagem e procurando ter um pacote turístico previamente definido antes de partir para a uma viagem (factor 2 “Comportamento de compra de viagens” hipótese 8.6. - confirmada).
  • 32. _ Parte II – Estudo Empírico Diferenças entre os grupos _ Considerando que um preço premium (corresponde a 31€ ou mais), concluiu-se que os experience seekers, estão mais dispostos a pagar um preço premium pelas seguintes actividades (hipótese 9 - confirmada): "aprender, numa tarde, a cozinhar pratos típicos alentejanos e degustá-los"; "aprender, durante um dia, a fazer vinho e degustá-lo"; e "passear, durante um dia, com o pastor e as suas cabras". _ Os experience seekers apresentam diferentes motivações para viajar no Alentejo. Os experience seekers procuram mais “conhecer novos espaços e pessoas” e “paisagens e espaços naturais”, (actividades sobejamente relacionadas com o turismo de experiências) e, por outro lado, há mais turistas que nunca fizeram turismo de experiências motivados pelo “repouso”, “actividades de praia e mar” e “visita a amigos e familiares” (hipótese 10 - confirmada).
  • 33. _ Parte II – Estudo Empírico Diferenças entre os grupos _ Os turistas de ambos os grupos classificam o Alentejo como uma região autêntica (hipótese 11 – não confirmada). _ O estado civil é independente do facto de ser ou não um experience seeker (hipótese 12 – não confirmada). _ As pessoas que já viajaram com a motivação pelo turismo de experiências são menos sensíveis ao preço quando se trata de vivenciar experiências únicas e autênticas (hipótese 13 - confirmada), como é o caso de: “aprender, numa tarde, a cozinhar pratos típicos alentejanos e degustá-los”; de “dar um passeio de burro, durante uma hora, numa aldeia histórica”; “aprender, durante um dia, a fazer vinho e degustá-lo”; e “passear, durante um dia, com o pastor e as suas cabras”.
  • 34. _ Parte II – Estudo Empírico Diferenças entre os grupos As actividades mais referenciadas que os experience seekers já tiveram oportunidade de participar ou gostariam de participar no futuro, são: _ passear de balão por locais de grande beleza paisagística; _ aprender a cozinhar pratos típicos / doces conventuais, e, de seguida, degustá- los; _ actividades de bem-estar; _ acompanhar durante um dia, o pastor e as suas ovelhas pelo monte; _ aprender a fazer queijo; _ vindimar e aprender a fazer vinho. Predominância das actividades relacionadas com: _A autenticidade de Portugal _O turismo de natureza ou gastronómico _O potencial que as regiões de Portugal detêm neste sentido
  • 35. _ Conclusões Concluindo, percebe-se que existe um segmento de mercado que: _ Procura o destino numa perspectiva de turismo de experiências e dá valor a este tipo de turismo _ Demonstra interesse em participar em actividades, hoje e no futuro _ Valoriza bastante a possibilidade de poder conhecer novos espaços e pessoas _ Quer participar em actividades de contacto com a natureza e gastronómicas, estando menos sensíveis à questão do preço _ Disponíveis para pagar pelas suas experiências de qualidade autênticas e únicas, advindas da diversidade e riqueza das diferentes regiões de Portugal
  • 36. _ Conclusões _ As ERT e empresas privadas (empresas de animação turística, associações locais, rotas existentes, turismo no espaço rural), em conjunto Plano de Desenvolvimento de Experiências Autênticas _ Importância dos elementos distintivos de cada região com maior potencial de desenvolvimento e o interesse da procura indicado neste estudo, como actividades que os turistas costumam participar (procura actual): festas ou festividades locais; actividades desportivas em contacto com a natureza; um piquenique em contacto com a natureza; e mergulho ou snorkeling
  • 37. _ Conclusões _ Especial atenção às actividades referidas com interesse de participação futura: passear de balão por locais de grande beleza paisagística; aprender a cozinhar pratos típicos/doces conventuais e, de seguida, degustá-los; participar em actividades de bem- estar; acompanhar durante um dia, o pastor e as suas ovelhas pelo monte; e aprender a fazer queijo. Um plano de comunicação integrado, para que a mensagem ao consumidor final seja uma só, coerente, com sentido e apoiada nos factores diferenciadores de cada região
  • 38. _ Conclusões É chegada a hora de reconhecer a importância deste nicho de mercado e olhar os experience seekers como um segmento lucrativo e em forte crescimento. “Consumer trends that resonate across all regions are: the desire for social and environmental responsibility, social interaction, authentic travel experiences and fair trade practices”. The WTM Global Report 2008.
  • 39. Muito Obrigada! Filipa Vinha Managing Partner filipa.vinha@milestones.com.pt www.milestones.com.pt