O documento discute as perspectivas de Marx e Durkheim sobre a divisão do trabalho na sociedade moderna. Para Marx, a divisão social do trabalho gera a divisão em classes, enquanto para Durkheim ela gera solidariedade através da interdependência entre os trabalhos. O documento também descreve a evolução da organização do trabalho, do fordismo-taylorismo às flexibilizações recentes.
Slides da aula de Sociologia (Luciano) sobre Divisão Social do Trabalho
1. Trabalho e sociedade
Os seres humanos trabalham para satisfazer
suas necessidades, desde as mais simples,
como as de alimento, vestimenta e abrigo,
até as mais complexas, como as de lazer,
crença e fantasia.
2. Refere-se às diferentes formas que os seres
humanos, socialmente, produzem reproduzem
bens e serviços necessários à vida.
1) ‘divisão social do trabalho;
2) divisão técnica do trabalho’;
3) ‘divisão sexual do trabalho’;
4) ‘divisão internacional do trabalho’.
3. O trabalho na sociedade
moderna capitalista
O pensamento de dois autores
clássicos, Karl Marx e Émile
Durkheim, marca perspectivas
distintas sobre a divisão do
trabalho nas sociedades
modernas.
Para Marx, a divisão social do
trabalho, realizada no
processo de desenvolvimento
das sociedades, gera a divisão
em classes.
Karl Marx e a divisão social do trabalho
Oficina de manutenção de máquinas nos Estados Unidos em 1965.
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4. O trabalho na sociedade
moderna capitalista
Nas sociedades modernas, com o surgimento
das fábricas, duas classes foram definidas pela
divisão social do trabalho: a dos proprietários
das máquinas e a de seus operadores.
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5. O trabalho na sociedade
moderna capitalista
Subordinado à máquina e
ao proprietário dela, o
trabalhador só tem,
segundo Marx, sua força
para vender. Ao pagar
pela força de trabalho,
o capitalista passa a ter
o direito de utilizá-la
na fábrica.
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6. O trabalho na sociedade
moderna capitalista
O operário trabalha mais horas por dia
do que o necessário para produzir o
referente ao valor de seu salário. O que
ele produz nessas horas a mais é o que
Marx chama de mais-valia.
O valor das horas trabalhadas e não
pagas é acumulado e reaplicado na
produção, o que enriquece o
capitalista. Esse processo é
denominado acumulação de capital.
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7. O trabalho na sociedade
moderna capitalista
Quando os trabalhadores verificam que
trabalham muito e estão cada dia mais
miseráveis, entram em conflito com os
capitalistas.
Diversos tipos de enfrentamento
entre classes sociais marcaram o
desenvolvimento do capitalismo.
8. O PAPEL DA DIVISÃO DO TRABALHO:
●Aumenta simultaneamente a força produtiva e a habilidade
do trabalhador;
●É a condição necessária do desenvolvimento intelectual e
material das sociedades;
●É a fonte da civilização;
●Função de criar entre duas ou várias pessoas um sentimento
de solidariedade.
●Estabelece uma ordem social e moral sui generis: indivíduos
que, sem isso, seriam independentes, estão ligados uns aos
outros/conjugam seus esforços/são solidários.
9. DIVISÃO DO TRABALHO:
●A diferenciação social faz com que a unidade
do organismo seja tanto maior
quanto mais marcada a individualidade das
partes’;
●Uma solidariedade ainda mais forte funda-se
agora na interdependência e na individuação
dos membros que compõem a sociedade.
10. O trabalho na sociedade
moderna capitalista
Émile Durkheim e a coesão social
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Para Durkheim, a
crescente especialização
do trabalho promovida
pela produção industrial
moderna trouxe uma
forma superior de
solidariedade,
e não de conflito.
Centro de atendimento ao cliente na Índia,
em 2004. Para Durkheim, a especialização e
divisão do trabalho geram a coesão social.
11. O trabalho na sociedade
moderna capitalista
Para Durkhein, há duas formas de solidariedade:
Solidariedade mecânica o que une as pessoas não
é o fato de uma depender do trabalho da outra, mas
a aceitação de um conjunto de crenças, tradições e
costumes comuns.
Solidariedade orgânica o que une as pessoas é a
necessidade que umas têm das outras, em virtude
da divisão social do trabalho.
12. SOLIDARIEDADE MECÂNICA
●Liga diretamente o indivíduo à sociedade, sem nenhum
intermediário;
●A sociedade é um conjunto mais ou menos organizado de
crenças e sentimentos comuns a todos os membros do
grupo: É O TIPO COLETIVO;
●A consciência individual é uma simples dependência do tipo
coletivo: o indivíduo não se pertence os direitos pessoais
não se distinguem dos reais;
●Só pode ser forte na medida em que as idéias e as
tendências comuns a todos os membros da sociedade
ultrapassam as que pertencem pessoalmente a cada um
deles.
13. SOLIDARIEDADE MECÂNICA
●Total predomínio do grupo sobre os
indivíduos;
●Forte semelhança entre os indivíduos, há
pouco espaço para a individualidade;
●Os indivíduos vivem em sociedade pelo fato
de que eles partilham de uma “cultura
comum” que os obriga a viver em
coletividade.
14. SOLIDARIEDADE ORGÂNICA
●A sociedade é um sistema de funções diferentes e especiais
que unem relações definidas.
●É produzida pela divisão do trabalho;
●Supõe que os indivíduos difiram entre si;
●Só é possível se cada um tem uma esfera própria de ação e,
por conseguinte, uma personalidade;
●O indivíduo depende da sociedade porque depende das
partes que a compõem;
●Cada um depende tanto mais da sociedade quanto mais
dividido é o trabalho;
●A atividade de cada um é tanto mais pessoal quanto mais
especializada;
●A unidade do organismo é tanto maior quanto mais marcada é
a individuação das partes
15. O trabalho na sociedade
moderna capitalista
A interdependência em razão da crescente divisão do
trabalho gera solidariedade, pois faz a sociedade
funcionar e lhe dá coesão.
Se a divisão do trabalho
não produz
solidariedade, as
relações entre os
diversos setores da
sociedade não são
regulamentadas pelas
instituições existentes.
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16. O trabalho na sociedade
moderna capitalista
Fordismo-taylorismo: uma nova forma de organização do trabalho
No fim do século XIX, Frederick Taylor (1865-1915)
propôs a aplicação de princípios científicos na
organização do trabalho, buscando maior
racionalização do processo produtivo.
No século XX, o aperfeiçoamento contínuo dos
sistemas produtivos deu origem a uma forma de
divisão do trabalho que se tornou conhecida como
fordismo, numa referência a Henry Ford (1863-1947),
o inventor de um modelo de produção em série.
17. O trabalho na sociedade
moderna capitalista
As expressões taylorismo e
fordismo passaram a ser
usadas para designar um
processo de trabalho com as
seguintes características:
aumento da produtividade
com o controle das
atividades dos trabalhadores;
divisão e parcelamento das tarefas;
mecanização de parte das atividades;
sistema de recompensas e punições conforme o
comportamento dos operários na fábrica.
Linha de produção da Ford em 1928 nos Estados Unidos.
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18. O trabalho na sociedade
moderna capitalista
Esse processo disseminou-se, dando início à era do
consumismo, definida pela produção e pelo consumo
em larga escala.
Com Ford e Taylor, o planejamento da
divisão do trabalho passou a vir
“de cima”, sem levar em conta
a opinião dos operários.
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19. O trabalho na sociedade
moderna capitalista
A partir de 1930, Elton Mayo (1880-1949)
buscou medidas para promover o equilíbrio
e a colaboração no interior das empresas.
Taylor, Ford e Mayo foram influenciados pelas
formulações de Durkheim, de acordo com as
quais uma consciência coletiva define as
ações dos indivíduos, submetendo-os às
ordens estabelecidas.
As empresas devem dar continuidade a isso,
definindo o lugar e as atividades de cada um.
20. O trabalho na sociedade
moderna capitalista
Para a crítica marxista, as formas de regulamentação
da força de trabalho propostas por Elton Mayo seriam
indiretas, pois o operário seria manipulado por
especialistas em resolver conflitos.
Foi com os procedimentos
propostos por Mayo que o fordismo-
taylorismo penetrou em todas as
organizações sociais.
Essa forma de organizar o trabalho
foi marcante até a década de 1970 e
ainda prevalece em muitos locais.Thinkstock/Getty Images
21. O trabalho na sociedade
moderna capitalista
As transformações recentes no mundo do trabalho
Novas transformações aconteceram na sociedade
capitalista, principalmente depois da década de
1970, e todas têm que ver com a busca desenfreada
por mais lucros. Surgiram, por exemplo, formas de
flexibilização do trabalho e do mercado.
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22. O trabalho na sociedade
moderna capitalista
Flexibilização dos processo de trabalho e de produção
automação e consequente eliminação do controle
manual por parte do trabalhador.
Flexibilização e mobilidade dos mercados de trabalho
utilização pelo empregador das mais diferentes formas
de trabalho, substituindo a forma clássica do emprego
regular, sob contrato.
24. O trabalho na sociedade
moderna capitalista
A sociedade salarial está no fim?
Em relação ao chamado posto fixo de trabalho, o
sociólogo francês Robert Castel, no livro A metamorfose
da questão social: uma crônica do salário, destaca quatro
aspectos que parecem estar se generalizando no mundo:
desestabilização dos estáveis;
precariedade do trabalho;
deficit de lugares;
qualificação do emprego.
JeanGalvão,2004
25. O trabalho na sociedade
moderna capitalista
Diante desses aspectos, os indivíduos tornam-se
estranhos à sociedade, pois não conseguem integrar-
se a ela, desqualificando-se do ponto de vista cívico e
político.
Ocorre praticamente uma perda de identidade,
já que o trabalho é uma espécie de “passaporte”
para alguém fazer parte da sociedade.