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ENERGIA: uso, geração
      e impactos ambientais
      José Roberto Castilho Piqueira (Sorocaba)
      Claudio Marcelo Brunoro
FICHA TÉCNICA

                           Direção geral
            Emílio Gabriades e Guilherme Faiguenboim

                        Coordenação geral
                         Nicolau Marmo

                            Marketing
                        Antonio Silva Filho

                               Autoria
José Roberto Castilho Piqueira (Sorocaba) e Claudio Marcelo Brunoro

                      Coordenação editorial
                     Dácio Antônio de Castro

                        Preparação de texto
                            Cely Arena

                        Programação visual
          Ulhôa Cintra Comunicação Visual e Arquitetura

                            Impressão
                        Editora Ave Maria




                     Sistema Anglo de Ensino
                        Rua Tamandaré, 596
                     Liberdade – São Paulo – SP
                           CEP 01525-000
                     Fone/Fax (011) 3273-6000
                      www.cursoanglo.com.br
Apresentação


     Recentemente, numa certa manhã escura, quebraram minha rotina de tantos anos. Acordei ao som
de Vivaldi, emitido pelo rádio-despertador. Era um bom começo. Acendi a luz, acionei o barbeador elétri-
co e tomei uma ducha quente para despertar. Mas não acordei.
     Na copa, esperava-me um suco de frutas com qualidade garantida pela geladeira, batido no liqüidifi-
cador e um cafezinho recém-saído da cafeteira elétrica. O microondas esquentava pães de queijo.
     O rádio, como sempre, dava as notícias do dia. De repente, o locutor anunciou: APAGÃO! Agora, sim,
despertei pra valer. Tudo o que aprendi na vida sobre energia começou a aflorar desordenadamente.
Quilowatt (kilouot). Por que “uot”? O homem era escocês, mas de origem alemã! Por que Chopin (Chopan)?
O homem era polonês!
     Quilowatt-hora? Deserdaram o Joule? Temos de economizar 20%. 20% do quê? Quanto uma
geladeira despende de energia? O nível dos reservatórios está caindo. Quais reservatórios? Afinal, de onde
vem a nossa energia? Temos tantos rios e vamos apelar para as termelétricas? Falta instalar turbinas em
hidrelétricas prontas? Então a água está saindo pelo ladrão? Não adianta somente instalar turbinas: faltam
linhas de transmissão. Esse problema só existe no Brasil ou é um problema mundial?
     Quem é o culpado? Bush ou Fernando Henrique? Não, não! Essa pergunta jamais faço.
     O que fazer?
     É importante saber o que fazer, e para isso convém saber quem sabe.
     Quem sabe desses assuntos? Aqui no Anglo, todos os olhares convergiram para o Sorocaba: ele é o
pai da matéria. E o Brunoro é um dos filhos!
     Por que essa dupla? Porque eles possuem duas qualidades que nem sempre andam juntas: conheci-
mento da matéria e didática. Esta última é especialmente relevante nesse caso, porque o assunto é
“quente” para os próximos vestibulares.
     E ainda dizem que nós não damos “dicas”…

                                                                                        Nicolau Marmo
                                                                                     Coordenador Geral
                                                                               Sistema Anglo de Ensino


                                                                                                  3
Energia: uso, geração e impactos ambientais




ÍNDICE


Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

Energia e vida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

Energia elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

Geração de energia elétrica e meio ambiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

Desenvolvimento sustentável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19




         4
Introdução



Introdução
     O século XXI começa com um grande desafio: a questão energética. Acreditar que economizar ener-
gia é uma necessidade apenas no Brasil, entretanto, é pretensão. E procurar um responsável pela situação,
questionar a competência de governos e o planejamento técnico, ou mesmo acusar as políticas de priva-
tização do setor energético não são formas realistas de encarar o problema, pois ele é multifacetado e rela-
ciona-se com questões mais amplas, que requerem análise acurada. Na Califórnia e na Flórida, nos Estados
Unidos, por exemplo, freqüentemente apontados como paradigmas de administração competente, a crise
energética é até mais intensa do que no Brasil, apesar dos modelos privatizados de geração, transmissão
e distribuição de energia lá adotados.
     O problema é delicado e de abrangência mundial. O nível atual de desenvolvimento da humanidade,
evidenciado pela tecnologia, a medicina e o potencial de conforto, exige um consumo de energia por
habitante bastante elevado. Interromper esse consumo – decisão simplista – seria negar o conhecimento
adquirido e, talvez, comprometer a continuidade da civilização.
     Portanto, sendo inevitável consumir energia, é importante haver bom senso na sua distribuição e reno-
vação e também a consciência de que é urgente desenvolver novas tecnologias não poluentes para obtê-la.
     A obtenção de energia para manter a sociedade hoje está atrelada,quase inevitavelmente,à degradação
ambiental. A escolha adequada da matriz energética (distribuição entre as formas de geração) mundial não
pode levar em conta apenas os custos imediatos: deve assegurar a qualidade de vida das futuras gerações.
     Veremos a seguir alguns dos aspectos relativos ao uso da energia e suas implicações. Iniciamos com
a idéia geral de que a energia é, e sempre foi, o bem de capital de maior valor para a nossa espécie, dis-
cutindo-a no que se refere à utilização humana. Depois abordamos a transformação da energia até o con-
sumo final e o seu uso doméstico, encerrando com uma discussão abreviada das diversas formas de gera-
ção e os seus impactos ambientais.




    Eletricidade no mundo
             em kilowatts-hora
                 Consumo         Consumo
                 per capita         total
  Noruega         26 214          115 369
  Canadá          17 549          531 051
  EUA             13 284         3 610 149
  França           7 693          450 072
  Brasil           2 192          348 456
  Índia             482           465 867
  Ruanda             29              175
  Chade              13              90

  Fonte: Human Development Report, Nações
  Unidas, 1997


Fotografia da Terra, à noite, registra a situação político-econômica dos países. Para chegar a esse resultado, os pesquisadores Craig
Mayhew e Robert Simmon usaram centenas de imagens produzidas pelos satélites meteorológicos do Departamento de Defesa dos EUA.

                                                                                                                           5
Energia: uso, geração e impactos ambientais



Energia e vida
      Nas aulas de Biologia e Física costumamos deparar com dois conceitos aparentemente díspares de
energia. Os biólogos parecem falar de algo concreto, que passa do Sol para as plantas e dessas para os ani-
mais, transformando-se no interior dos seres vivos, por processos fisiológicos complicados, nas mais diver-
sas modalidades, sendo essencial para funções como respiração, excreção, reprodução, manutenção de
temperatura e condução de impulsos elétricos associados ao sistema nervoso.
      Os físicos parecem falar de algo mais abstrato, calculável por equações, relativo a situações mais sim-
ples, como carrinhos descendo montanhas-russas ou cargas elétricas em movimento nos circuitos.
      Os conceitos empregados nas duas disciplinas, entretanto, são integrados e remetem à mesma enti-
dade física: a capacidade de um corpo (ou sistema de corpos), em qualquer escala espacial, produzir movi-
mento próprio ou de outros corpos que estão no seu entorno.
      Assim, o ser humano, nas atividades diárias, todo o tempo utiliza energia. Ele a retira dos alimentos
que ingere e, como se fosse uma máquina, transforma-a nas diversas modalidades necessárias ao fun-
cionamento do seu organismo.
      A tabela abaixo (Goldemberg,1998) ilustra o gasto de energia do corpo humano em diversas atividades:
                      Necessidades energéticas para várias atividades (em kcal/hora)

            Trabalho leve                    Trabalho moderado                                                                 Trabalho pesado                             Trabalho muito pesado
Escrever                        20       Dormindo          85-110                                                       Marchando             280-400                  Pedreiro                  350
Permanecer relaxado             20       Tomando banho 125-215                                                          Andando de bicicleta  180-600                  Correndo            800-1 000
Datilografando rapidamente      55       Carpintaria      150-180                                                       Remando               120-600                  Escalando            400-900
Tocando violino              40-50       Caminhando       130-240                                                       Nadando               200-700                  Esquiando            500-950
Lavando louça                   60                                                                                                                                     Subindo escadas         1 000
Passando a ferro                60                                                                                         Fonte: E. Cook. Man, Energy, Society,W.H. Freeman and Co, San Francisco, EUA (1976).

      Vê-se que utilizar energia não é apenas uma questão governamental,mas uma questão de manutenção
da vida no planeta, relacionada ao homem e à
natureza que o cerca.
                                                     Estágios de desenvolvimento e consumo de energia
      Evidentemente, à medida que a nossa es-
                                                                    Alimentação    Moradia e            Indústria e Transporte
pécie foi se multiplicando e se apropriando do                                      comércio            agricultura
                                                                    Energia total consumida per capita (mil kcal/dia)




espaço terrestre, as necessidades de energia             230 Homem
                                                             tecnológico
aumentaram consideravelmente, sobretudo
                                                             Homem
porque dela passou a depender a vida sob con-             77 industrial
dições adversas.                                             Homem agrícola
                                                          20 avançado
      O gráfico de barras ao lado (Goldemberg,
1998) mostra esse fato, indicando que, quanto                Homem agrícola
                                                          12 primitivo
mais sofisticada a vida e maior sua qualidade,
maior a necessidade de consumo de energia.                 6 Homem
                                                             caçador
      Do homem primitivo, que não conhecia o                 Homem
                                                           2 primitivo
fogo,até o homem tecnológico,o consumo diá-
rio cresceu, em um milhão de anos, de 2000 kcal                              0        50          100          150    200
para quase 230 000 kcal. Esse aumento foi pro-                               Consumo diário per capita (mil kcal)

        6
Energia e vida


gressivo, acompanhando o refinamento da tecnologia desenvolvida pela humanidade para modificar o
meio ambiente em seu benefício.
     Os recursos energéticos disponíveis na Terra, porém, são limitados. Conciliar esse fato com as neces-
sidades humanas é, como dissemos, um grande desafio a ser enfrentado pela ciência moderna, indepen-
dentemente das administrações e das ideologias.
     Além disso, não há como negar que o consumo de energia está relacionado com a qualidade de vida,
conforme mostram os gráficos ilustrativos (Goldemberg, 1998) abaixo, em que a unidade de energia uti-
lizada é a TEP (tonelada equivalente de petróleo), equivalente a107 kcal.

       Expectativa de vida, mortalidade infantil, alfabetização e taxa de fertilidade
           total como uma função da energia comercial consumida per capita

                                                80                                                                                                          80
                                                                                                                                                                                         Média de 127 países
                                                                                                                                                                                         para grupos de 10 países




                                                                                                         (mortes por 1000 nascimentos vivos)
                                                                                                                         Mortalidade infantil
                                                60
           Expectativa de vida (anos)




                                                                                                                                                            60


                                                40                                                                                                          40


                                                20                                                                                                          20
                                                                              Média de 127 países
                                                                              para grupos de 10 países


                                                     0             2           4            6                                                                    0           2       4         6        8
                                                         Uso da energia TEP per capita por ano                                                                       Uso da energia TEP per capita por ano


                                                80
                                                                                                                                                            10
           Analfabetismo (% população adulta)




                                                                                                                          Taxa de fertilidade total (TFT)




                                                60                                                                                                           8
                                                                                                                                                                              Omã
                                                                                                                                                                                         Arábia Saudita
                                                                                                                                                                         Irã     Líbia
                                                                                                                                                             6
                                                40                                                                                                                         Gabão
                                                                                                                                                                           Mongólia
                                                                                                                                                             4                Venezuela        Kuwait
                                                20                                                                                                                                     Trinidad e Tobago
                                                                                                                                                             2


                                                     0           2       4         6        8                                                                    0           2       4         6        8
                                                         Uso da energia TEP per capita por ano                                                                       Uso da energia TEP per capita por ano


     Concluindo, a energia é essencial à vida e fator de conforto e bem-estar. Democratizar esses bens, dis-
tribuindo-a de modo eqüitativo, é responsabilidade de todos.

                                                                                                                                                                                                                    7
Energia: uso, geração e impactos ambientais



Energia elétrica
     Como vimos, a energia é essencial para todas as atividades dos seres vivos e em particular para a
qualidade de vida do homem moderno, a qual é indissociável do consumo energético nos trabalhos
domésticos, comerciais e industriais.
     Estes dependem de mecanismos de provimento de energia que variam conforme as formas de orga-
nização da sociedade mas que tratam, igualmente, de converter a energia proveniente de fontes primárias
– como o Sol, movimentos de massas de água e ar, petróleo, carvão e biomassa – em energia utilizável no
cotidiano.
     Como normalmente as fontes de energia primária se localizam distante das regiões consumidoras,
para transferi-la de um lugar para outro é comum convertê-la em energia num estágio intermediário, que
é distribuída aos diversos pontos de consumo.
     Como exemplos desse estágio, podemos citar a energia obtida da queima de combustíveis e lenha, do
movimento de rodas d’água e de pás de moinhos de vento, das turbinas das usinas hidrelétricas, entre outras.
     De todas as modalidades intermediárias num ciclo energético, a energia elétrica é aquela com que
temos maior familiaridade, por ser ela a mais usada – já que é a mais vantajosa. A vantagem vem da facili-
dade de transformação, com poucas perdas, de energias primárias em elétrica e da facilidade da posterior
transferência desta para as regiões consumidoras.
     A figura abaixo (Goldemberg, 1998) ilustra um ciclo energético que utiliza o carvão como fonte
primária.
                     O sistema energético: da extração até os serviços energéticos

                                              Modo de extração         Mina de carvão

                                               Energia primária            Carvão

                                               Energia primária         Usina elétrica

                                              Energia secundária         Eletricidade

                                       Tecnologias de distribuição   Rede de eletricidade

                                                 Energia final           Eletricidade


                                         Tecnologias de uso final         Lâmpada


                                          Serviços da energia            Iluminação


     O estudo do uso da energia elétrica como modalidade intermediária costuma ser dividido em três
partes:
s Geração: transformação da energia primária em elétrica por indução eletromagnética, células foto-
   voltaicas ou eletrólise;

        8
Energia elétrica


s Transmissão: transferência da energia elétrica do ponto de geração até a região consumidora;
s Distribuição: transferência da energia elétrica ao usuário final.


Geração
    Entendemos por geração de energia elétrica a transfor-
mação de outra modalidade de energia em energia elétrica. Esta
pode ser obtida a partir:
s do movimento: indução eletromagnética;
s da luz: células fotovoltaicas;
s da energia química: eletrólise.

     A maneira mais prática de gerar energia elétrica em quantidades consideráveis para consumo é fazer
uso do fenômeno da indução eletromagnética. Descoberto por Faraday, ele é objeto de estudo detalhado
no Eletromagnetismo, mas, para o que nos interessa aqui, basta que seja entendido como a capacidade de
produzir diferenças de potencial elétrico (ddp) e correntes elétricas a partir do movimento de peças con-
dutoras, imersas em campos magnéticos.
     Os mecanismos de geração, em geral, são em corrente alternada, em freqüências correspondentes às
dos movimentos de rotação dos eixos dos geradores. Isso requer a obtenção de energia de movimento
(cinética) para o eixo de uma turbina, pois o movimento dela é responsável pelo movimento de condu-
tores em campos magnéticos, gerando a energia elétrica. Essa energia cinética deriva, predominante-
mente, de três tipos de energia potencial:
s da água (hidráulica): usinas hidrelétricas;
s do petróleo e seus derivados, do carvão e do gás natural: usinas termelétricas;
s dos combustíveis nucleares: usinas termonucleares.

     Da energia elétrica gerada mundialmente, cerca de 64% provêm de termelétricas, 19% de hidrelétri-
cas e 17% de termonucleares. No Brasil, mais de 90% provêm de hidrelétricas.
     Também existem formas de energia alternativas, menos utilizadas, obtidas, por exemplo, a partir:
s do movimento: eólica, oceânica;
s da luz: placas de células fotovoltaicas;
s de eletrólise: células de combustíveis.


Transmissão
     A transmissão de energia elétrica pode ser feita em corrente con-
tínua (CC) ou alternada (CA).
     Como vimos, a geração elétrica em usinas é em CA. Porém, se a
distância envolvida na transmissão da energia é maior que 700 km, é
mais econômico transmiti-la convertida em CC. O gráfico seguinte
(Reis & Silveira, 2000) traz uma comparação dos custos para CC e CA.

                                                                                                  9
Energia: uso, geração e impactos ambientais



                                        Comparação de custo entre CC e CA

                                Custo
                                                                          Corrente alternada

                                                                             Corrente contínua



                                                                            Comprimento da linha (km)

                                         Linha em CA      Linha em CC
                                        mais econômica   mais econômica

    Deve-se considerar, ainda, que para transportar grandes quantidades de energia são necessárias
ddps altas, pois o processo envolve perdas, principalmente por efeito Joule. Minimizá-las para ddps
menores implicaria utilizar condutores com bitolas enormes.
    Assim, de acordo com a distância a ser coberta pela rede, existem tensões de transmissão
padronizadas, sendo as mais utilizadas:
s Alta Tensão (AT): 138 e 230 kV
s Extra-Alta Tensão (EAT): 345, 440, 500 e 765 kV
s Ultra-Alta Tensão (UAT): 1000 e 1200 kV


Distribuição
      A distribuição é o estágio final do processamento da
energia elétrica para atender os usuários residenciais, co-
merciais e industriais.Trata-se de um direito do cidadão, que
cabe ao Estado preservar, direta ou indiretamente.
      Prover esse serviço implica padronizar equipamentos
elétricos, construir redes nas áreas urbanas, operar e manter
redes e equipamentos, garantir a segurança da população e
do pessoal de instalação e manutenção.
      Para assegurar a distribuição da energia elétrica, é pre-
ciso construir subestações com capacidade para captar a
energia necessária, proveniente da rede de transmissão, e
diminuir as tensões para níveis padronizados. Em seguida,
para prover seu uso aos consumidores, as tensões devem ser diminuídas mais uma vez, para níveis com-
patíveis com seus aparelhos.
      Quem arca com os custos desse processo, bem como com os da exploração dele como negócio, é o
consumidor, de acordo com seu consumo – que, portanto, deve ser medido.
      O habitual é medi-lo em kWh, uma unidade de energia que é o produto da unidade de potência (kW)
pela unidade de tempo (h) – embora a unidade oficial de energia, no Sistema Internacional (SI), seja o joule (J).
        10
Geração de energia elétrica e meio ambiente



Modelo físico do Sistema Geração/Transmissão/Distribuição
     As partes envolvidas no uso da energia elétrica, que descrevemos brevemente, podem ser represen-
tadas num modelo físico simplificado:

                                 Transmissão




                                                                                U = E – ri
                     Geração
                                                                Distribuição



    Visualizando o efeito da transmissão como o de uma resistência interna acrescida à geração, enten-
demos que, quanto maior a distância entre a geração e o pólo consumidor, maiores as perdas envolvidas
no processo.


Geração de energia elétrica e meio ambiente
      A necessidade de energia, por efeito do crescimento populacional e do progresso industrial, aumen-
ta a cada dia. Nos países em desenvolvimento, um crescimento populacional total de aproximadamente
2% por ano é responsável por 50% do crescimento anual do consumo global de energia.
      Portanto é urgente construir usinas e viabilizar processos alternativos para ampliar a produção de
energia elétrica.
      Qualquer processo de geração e utilização de energia é, de alguma forma, nocivo à manutenção das
condições ambientais. Para o bom exercício da cidadania, é importante conhecermos alguns efeitos dos
principais mecanismos de geração, transmissão e distribuição.


Tipos de usinas e impactos
Convencionais
s Usina hidrelétrica: provoca o alagamento de grandes regiões, com conseqüente modificação da fauna
  e da flora, e a inundação de cidades, ocasionando o deslocamento de populações. Acresce-se a isso o
  eventual mau uso da água, que é um bem de múltipla utilização, e a possibilidade de emissão de gás
  metano, pela decomposição orgânica gerada pelos alagamentos.

s Usina termelétrica: a queima de combustíveis fósseis na geração de energia elétrica produz CO2, agra-
  vando o efeito estufa e o aquecimento global.Também provoca a contaminação da atmosfera, do solo e
  da água pelas cinzas arrastadas pelo fluxo de gás. Além disso, os óxidos de nitrogênio e enxofre agravam
  enfermidades pulmonares, cardiovasculares e renais das populações residentes nas imediações.

                                                                                                              11
Energia: uso, geração e impactos ambientais


s Usina termonuclear: além de envolver as questões vitais da segurança e do tratamento de resíduos
  nucleares, tem como importantes fatores negativos a emissão de CO2 e o aumento da temperatura dos
  cursos d’água empregados na refrigeração, prejudicando a biodiversidade local.

Alternativas
s Eólica: produz nível elevado de poluição sonora, podendo provocar alterações auditivas na população
  das proximidades.
s Oceânica: a construção de barragens pode mudar as cadeias alimentares locais, prejudicando a fauna
  e a flora.
     De todos os efeitos nocivos citados, o que parece mais grave é o da emissão de CO2 nas termelétricas,
considerando-se que elas são responsáveis por 64% da matriz energética mundial. Podemos ter uma idéia da
intensidade com que a produção de energia agrava o efeito estufa pelo gráfico abaixo (Goldemberg, 1998).

                                      Contribuição para o efeito estufa
                                                            Desmatamento
                                                                9%
                                                Agricultura
                                                   14%
                                              Indústria                    Produção
                                                4%                         de energia
                                                                             56%
                                                     CFCs
                                                     17%



Desenvolvimento sustentável
     O fator mais relevante nos problemas ambientais decorrentes do uso da energia é o emprego de
combustíveis fósseis na produção de eletricidade, no setor de transporte e na indústria.
     Resolver esse problema eliminando a causa evidentemente é uma tarefa muito difícil, pois os com-
bustíveis fósseis respondem por mais de 90% do consumo atual de energia mundial. Entretanto não
parece impossível, dadas as alternativas de fontes renováveis disponíveis hoje.
     Usar gás natural nas termelétricas é interessante, pois, em comparação com os combustíveis fósseis,
emite metade do CO2 por kWh e praticamente não emite óxidos de enxofre e nitrogênio.
     Fazendas de produção de energia a partir de biomassa representam outra solução bastante con-
vidativa, uma vez que o CO2 por elas emitido pode ser reabsorvido nos processos de fotossíntese e não há
emissão de óxidos de enxofre e nitrogênio.
     Há ainda a energia solar, que pode ser utilizada como fonte quente nas termelétricas ou ser direta-
mente convertida em elétrica, nas células fotovoltaicas.
     As desigualdades entre os países, no entanto, determinam diferenças não só no volume de energia
consumido (os pobres consomem menos que os ricos), como também na forma de obtê-la: as melhores

        12
Conclusão


soluções para a matriz energética dos países desenvolvidos, quando aplicadas ao contexto de países em
desenvolvimento, nem sempre serão ótimas.
      A questão energética influencia diretamente o desenvolvimento e o meio ambiente. Não podemos
privilegiar o primeiro provocando drásticos impactos no segundo. É nisso que se fundamenta o conceito
de desenvolvimento sustentável, que defende não só a qualidade de vida atual, mas também a herança
a ser deixada para as gerações futuras, propondo a proteção e a manutenção dos sistemas naturais.
      Um passo significativo para a concretização desse conceito foi a Conferência de Estocolmo, em 1972,
que enfatizou a questão ambiental e a convivência na Terra.
      Outro foi a ECO 92 ou Unced (United Nations Conference on Environment and Development), realizada
no Rio de Janeiro, que frisou o problema da utilização de combustíveis fósseis na produção de energia
devido à emissão de CO2 e o conseqüente agravamento do efeito estufa.
      Mais recentemente, o Protocolo de Kyoto (1997) procurou restringir a emissão de CO2 dos países, su-
gerindo o emprego de mecanismos para um desenvolvimento limpo.
      Para dar uma idéia dos reais responsáveis pelo efeito estufa e pela degradação ambiental, apresen-
tamos a tabela abaixo, com o volume anual de CO2 emitido por diversos países.

                               Emissão de CO2 (toneladas de CO2 per capita)
             Quantidade           Países
             Entre 16 e 36        Estados Unidos e Austrália.
             Entre 7 e 16         Japão, Canadá, Rússia, Ucrânia, Polônia e África do Sul.
             Entre 2,5 e 7        União Européia, China, México, Chile, Argentina e Venezuela.
             Entre 0,8 e 2,5      Brasil, Índia, Indonésia, países da América Central e Caribe.

     Os Estados Unidos, um dos maiores emissores de CO2, posicionaram-se contra as medidas propostas
no Protocolo de Kyoto, alegando que elas acarretariam uma redução drástica na sua economia, podendo
provocar recessão. Esse é um exemplo da tentativa suicida de manter a economia dos ricos à custa da
degradação da qualidade de vida de todos.


Conclusão
     A introdução em larga escala de fontes renováveis de energia, embora desejável, não será fácil, pois os
combustíveis fósseis têm baixo preço de mercado, e essa é a preocupação que, infelizmente, ainda
prevalece: quando calculamos o custo das diversas alternativas energéticas, não consideramos o custo da
degradação ambiental resultante de cada uma delas – exorbitante, no caso dos combustíveis fósseis.
     Além disso, alguns problemas ambientais devem ser encarados de maneira global, para que se
implantem soluções resultantes de cooperação internacional honesta e eqüitativa, não cabendo às popu-
lações carentes o ônus da manutenção da riqueza alheia.
     Repensar a matriz energética é responsabilidade das administrações de todos os países. Fiscalizar as
soluções é tarefa de toda a população, que, para isso, necessita de boa informação técnica e de um pouco
de cultura tecnológica.

                                                                                                   13
Energia: uso, geração e impactos ambientais



Exercícios
1. Obtenha a relação de transformação de kWh para J.
2. Considere uma lâmpada de 60 W, ligada 3 horas por dia. Qual seu consumo mensal em kWh? Qual seu
   consumo em J?
3. Subir escadas equivale, aproximadamente, a manter acesas quantas lâmpadas de 100 W? (Considere
   1cal = 4J).
4. Quantos kWh por dia gasta o homem tecnológico? Quanto gastava o homem agrícola primitivo?
   (Considere 1cal = 4J.)
5. Compare, aproximadamente, o consumo anual de energia per capita por ano de um país com mortali-
   dade infantil de 10 mortes por 1 000 nascimentos com outro de 40 mortes a cada 1 000 nascimentos.
6. Considere os seguintes dados a respeito da energia elétrica no Brasil, fornecidos pelo IBGE:

      Custo por kWh                                 R$ 0,18
      Número de chuveiros elétricos                 28 000 000
      Número médio de pessoas por residência        3,6
      Tempo médio para um banho                     8 minutos
      Potência média do chuveiro                    4 kW

    a) Considerando que cada pessoa toma um banho por dia, qual o consumo médio mensal de energia
       por residência?
    b) Compare o valor obtido no item anterior com os 100 kWh dados como limite pelos órgãos gover-
       namentais.
    c) Qual o consumo nacional anual em kWh, considerando apenas o gasto com banhos?
    d) Se uma residência tem, além do chuveiro, 3 lâmpadas de 100 W (1 hora por dia), uma geladeira de
       300 W (8 horas por dia) e um ferro de passar roupa de 500 W (1 hora por dia), qual será o custo men-
       sal da conta, considerando que o consumo acima de 200 kWh é sobretaxado em 50%?
    e) Considerando que uma termelétrica emite 100 g de CO2 por kWh, quantas toneladas desse gás seriam
       emitidas por ano se toda a energia relativa a banhos do Brasil passasse a ser gerada dessa maneira?

7. (Simulado-Anglo)
   Michael Faraday, em 1831, descobriu uma maneira muito simples de transformar energia mecânica em
   energia elétrica: fazer uma espira condutora girar convenientemente num campo magnético. Desde
   então, o uso da energia elétrica tornou mais fácil a arte de sobreviver, como atestam os aparelhos
   eletrodomésticos, incorporados ao nosso cotidiano. No Brasil, graças aos imensos recursos hídricos
   disponíveis, as quedas d’água são as principais fontes de energia. Quando um estudante liga um liqüidi-
   ficador para fazer um suco de frutas, deve saber que a energia cinética fornecida pelo aparelho passou
   pelos seguintes processos de transformação:
   a) potencial gravitacional – cinética – elétrica – cinética
   b) cinética – térmica – elétrica – cinética
   c) cinética – potencial gravitacional – elétrica – térmica cinética

        14
Exercícios


   d)       potencial gravitacional – térmica – cinética – elétrica
   c)       potencial gravitacional – cinética – térmica – cinética

8. (Simulado-Anglo)
   O aumento do uso do computador nas atividades industriais e de serviços, princialmente nos grandes
   centros urbanos, gerou uma demanda crescente de energia elétrica de boa qualidade. Essa qualidade
   pode ser medida, de modo geral, pelo número médio de interrupções de fornecimento, ao longo do
   ano, de uma dada fonte de distribuição.
   As figuras representam diagramas de qualidade para diversas fontes de energia ao longo do ano de
   2001. Qual delas proporcionaria energia elétrica de melhor qualidade?

   a)         Interrupções                                                    d)        Interrupções
        4                                                                          4
        3                                                                          3
        2                                                                          2
        1                                                                          1

              1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12                       Mês                     1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12                        Mês
   b)         Interrupções                                                    e)        Interrupções
        4                                                                          4
        3                                                                          3
        2                                                                          2
        1                                                                          1

              1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12                       Mês                     1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12                        Mês

   c)         Interrupções
        4
        3
        2
        1

              1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12                       Mês


9. (ENEM)
   O resultado da conversão direta de energia solar é uma
   das formas de energia alternativa de que se dispõe. O                                               Coletor
   aquecimento solar é obtido por uma placa escura       Radiação solar                                                              Reservatório
   coberta por vidro, pela qual passa um tubo con-                                                                                   de água fria
   tendo água. A água circula, conforme mostra o
   esquema ao lado.                                      Vidro
                                                                              Placa escura                       Reservatório de   Água quente
                                                                                                                 água quente       para o consumo
                               Fonte: Adaptado de PALZ,Wolfgang.Energia
                                  solar e fontes alternativas. Hemus, 1981.

                                                                                                                                        15
Energia: uso, geração e impactos ambientais


    São feitas as seguintes afirmações quanto aos materiais utilizados no aquecedor solar:
    I. O reservatório de água quente deve ser metálico para conduzir melhor o calor.
    II. A cobertura de vidro tem como função reter melhor o calor, de forma semelhante ao que ocorre em
         uma estufa.
    III. A placa utilizada é escura para absorver melhor a energia radiante do Sol, aquecendo a água com
         maior eficência.
    Dentre as afirmações acima, pode-se dizer que apenas está(ão) correta(s):
    a) I.
    b) I e II.
    c) II.
    d) I e III.
    e) II e III.

10. (ENEM)
    A energia térmica liberada em processos de fissão nuclear pode ser utizada na geração de vapor para
    produzir energia mecânica que, por sua vez, será convertida em energia elétrica. Abaixo está repre-
    sentado um esquema básico de uma usina de energia nuclear.


                                               Vapor
                                                                  Gerador


                                              Água           Turbina
                           Pilhas nucleares
                                                                            Condensador
                                              Bomba d’água
                                                                            Bomba d’água


                                                                 Rio




    Com relação ao impacto ambiental causado pela poluição térmica no processo de refrigeração da
    usina nuclear, são feitas as seguintes afirmações:
    I. O aumento na temperatura reduz, na água do rio, a quantidade de oxigênio nela dissolvido, que é
         essencial para a vida aquática e para a decomposição da matéria orgânica.
    II. O aumento da temperatura da água modifica o metabolismo dos peixes.
    III. O aumento na temperatura da água diminui o crescimento de bactérias e de algas, favorecendo o
         desenvolvimento da vegetação.

        16
Exercícios


   Dessas afirmativas, somente está(ão) correta(s):
   a) I.
   b) II.
   c) III.
   d) I e II.
   e) II e III.

11. (ENEM)
    O esquema abaixo mostra, em termos de potência (energia/tempo), aproximadamente, o fluxo de ener-
    gia, a partir de uma certa quantidade de combustível vinda do tanque de gasoilina, em um carro via-
    jando com velocidade constante.
                 Energia dos hidrocarbonetos não queimados, energia          Luzes, ventilador,
             térmica dos gases de escape e transferida ao ar ambiente         gerador, direção,       Energia
                                                              56,8 kW     bomba hidráulica, etc.      térmica
                                                                                        2,2 kW           3 kW
                                 Evaporação
                                      1 kW


                  Do tanque de gasolina
                  72 kW                71 kW                                                                    Rodas
                                                  Motor de      14,2 kW              12 kW Transmissão 9 kW
                                                 combustão                                e engrenagens
   O esquema mostra que, na queima de gasolina, no motor de combustão, uma parte considerável de
   sua energia é dissipada. Essa perda é da ordem de:
   a) 80%.
   b) 70%.
   c) 50%.
   d) 30%.
   e) 20%.

12. (ENEM)
    O Brasil, em 1997, com cerca de 160 ϫ 106 habitantes, apresentou um consumo de energia da ordem
    de 250 000 TEP (tonelada equivalente de petróleo), proveniente de diversas fontes primárias.
    O grupo com renda familiar de mais de vinte mínimos representa 5% da população brasileira e utiliza
    cerca de 10% da energia total consumida no país. O grupo com renda familiar de até três salários míni-
    mos representa 50% da população e consome 30% do total de energia.
    Com base nessas informações, pode-se concluir que o consumo médio de energia para um indivíduo
    do grupo de renda superior é x vezes maior do que para um indivíduo do grupo de renda inferior. O
    valor aproximado de x é:
    a) 2,1.
    b) 3,3.
    c) 6,3.
    d) 10,5.
    e) 12,7.

                                                                                                                        17
Energia: uso, geração e impactos ambientais


13. (ENEM)
    As sociedades modernas necessitam cada vez mais de energia. Para entender melhor a relação entre
    desenvolvimento e consumo de energia, procurou-se relacionar o Índice de Desenvolvimento
    Humano (IDH) de vários países com o consumo de energia nesses países.
    O IDH é um indicador social que considera a longevidade da população, o grau de escolaridade, o PIB
    (Produto Interno Bruto) per capita e o poder de compra. Sua variação é de 0 a 1. Valores do IDH próxi-
    mos de 1 indicam melhores condições de vida.
    Tentando-se estabelecer uma relação entre o IDH e o consumo de energia per capita nos diversos
    países, no biênio 1991-1992, obteve-se o gráfico abaixo, em que cada ponto isolado representa um
    país, e a linha cheia, uma curva de aproximação.


                                           1,0
                                           0,9
                                           0,8
                                           0,7
                                           0,6
                                     IDH




                                           0,5
                                           0,4
                                           0,3
                                           0,2
                                           0,1

                                                 0   1     2 3 4 5 6 7 8 9 10
                                                         Consumo de energia per capita (TEP/capita)*
                                                                                                             Fonte: GOLDEMBERG, J.Energia Meio Ambiente e
                                                                    *TEP: tonelada equivalente de petróleo
                                                                                                             Desenvolvimento. São Paulo, Edusp, 1998.


    Com base no gráfico, é correto afirmar que:
    a) quanto maior o consumo de energia per capita, menor é o IDH.
    b) os países onde o consumo de energia per capita é menor que 1 TEP não apresentam bons índices
       de desenvolvimento humano.
    c) existem países com IDH entre 0,1 e 0,3 com consumo de energia per capita superior a 8 TEP.
    d) existem países com consumo de energia per capita de 1 TEP e de 5 TEP que apresentam aproxima-
       damente o mesmo IDH, cerca de 0,7.
    e) os países com altos valores de IDH apresentam um grande consumo de energia per capita (acima
       de 7 TEP).




        18
Bibliografia



Bibliografia
   Goldemberg, J. Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento. São Paulo, Edusp, 1998.
   Reis, L. B. e Silveira, S. Energia Elétrica para o Desenvolvimento Sustentável. São Paulo, Edusp, 2 000.
   Jornal O Estado de S. Paulo – edições de 26/5/01, 27/5/01 e 22/7/01.
   Revista Época – edição de 14/2/2001.
   Revista Engenharia – edição nº 545/2001, ano 58.
                                -




Respostas dos Exercícios

 1. 1kWh = 3,6 ϫ 106 J.
 2. 5,4 kWh ; 19,44 ϫ 106 J.
 3. 11 lâmpadas.
 4. Homem tecnológico: 255 kWh; homem agrícola primitivo: 13,3 kWh.
 5. A energia gasta, per capita, em um país de 10 mortes por 1 000 nascimentos é três vezes maior que a
    gasta por um de 40 mortes por 1 000 nascimentos.
 6. a) 57,6 kWh.
    b) 57,6% do total proposto são gastos só com banhos,sobrando 42,4 kWh para o restante das atividades.
    c) 1,9 ϫ 1010 kWh.
    d) R$ 27,65, desconsiderando-se os impostos.
    e) 1,9 ϫ 106 toneladas.
 7. A
 8. E
 9. E
10. D
11. A
12. B
13. D




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  • 1. ENERGIA: uso, geração e impactos ambientais José Roberto Castilho Piqueira (Sorocaba) Claudio Marcelo Brunoro
  • 2. FICHA TÉCNICA Direção geral Emílio Gabriades e Guilherme Faiguenboim Coordenação geral Nicolau Marmo Marketing Antonio Silva Filho Autoria José Roberto Castilho Piqueira (Sorocaba) e Claudio Marcelo Brunoro Coordenação editorial Dácio Antônio de Castro Preparação de texto Cely Arena Programação visual Ulhôa Cintra Comunicação Visual e Arquitetura Impressão Editora Ave Maria Sistema Anglo de Ensino Rua Tamandaré, 596 Liberdade – São Paulo – SP CEP 01525-000 Fone/Fax (011) 3273-6000 www.cursoanglo.com.br
  • 3. Apresentação Recentemente, numa certa manhã escura, quebraram minha rotina de tantos anos. Acordei ao som de Vivaldi, emitido pelo rádio-despertador. Era um bom começo. Acendi a luz, acionei o barbeador elétri- co e tomei uma ducha quente para despertar. Mas não acordei. Na copa, esperava-me um suco de frutas com qualidade garantida pela geladeira, batido no liqüidifi- cador e um cafezinho recém-saído da cafeteira elétrica. O microondas esquentava pães de queijo. O rádio, como sempre, dava as notícias do dia. De repente, o locutor anunciou: APAGÃO! Agora, sim, despertei pra valer. Tudo o que aprendi na vida sobre energia começou a aflorar desordenadamente. Quilowatt (kilouot). Por que “uot”? O homem era escocês, mas de origem alemã! Por que Chopin (Chopan)? O homem era polonês! Quilowatt-hora? Deserdaram o Joule? Temos de economizar 20%. 20% do quê? Quanto uma geladeira despende de energia? O nível dos reservatórios está caindo. Quais reservatórios? Afinal, de onde vem a nossa energia? Temos tantos rios e vamos apelar para as termelétricas? Falta instalar turbinas em hidrelétricas prontas? Então a água está saindo pelo ladrão? Não adianta somente instalar turbinas: faltam linhas de transmissão. Esse problema só existe no Brasil ou é um problema mundial? Quem é o culpado? Bush ou Fernando Henrique? Não, não! Essa pergunta jamais faço. O que fazer? É importante saber o que fazer, e para isso convém saber quem sabe. Quem sabe desses assuntos? Aqui no Anglo, todos os olhares convergiram para o Sorocaba: ele é o pai da matéria. E o Brunoro é um dos filhos! Por que essa dupla? Porque eles possuem duas qualidades que nem sempre andam juntas: conheci- mento da matéria e didática. Esta última é especialmente relevante nesse caso, porque o assunto é “quente” para os próximos vestibulares. E ainda dizem que nós não damos “dicas”… Nicolau Marmo Coordenador Geral Sistema Anglo de Ensino 3
  • 4. Energia: uso, geração e impactos ambientais ÍNDICE Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Energia e vida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 Energia elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 Geração de energia elétrica e meio ambiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 Desenvolvimento sustentável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 4
  • 5. Introdução Introdução O século XXI começa com um grande desafio: a questão energética. Acreditar que economizar ener- gia é uma necessidade apenas no Brasil, entretanto, é pretensão. E procurar um responsável pela situação, questionar a competência de governos e o planejamento técnico, ou mesmo acusar as políticas de priva- tização do setor energético não são formas realistas de encarar o problema, pois ele é multifacetado e rela- ciona-se com questões mais amplas, que requerem análise acurada. Na Califórnia e na Flórida, nos Estados Unidos, por exemplo, freqüentemente apontados como paradigmas de administração competente, a crise energética é até mais intensa do que no Brasil, apesar dos modelos privatizados de geração, transmissão e distribuição de energia lá adotados. O problema é delicado e de abrangência mundial. O nível atual de desenvolvimento da humanidade, evidenciado pela tecnologia, a medicina e o potencial de conforto, exige um consumo de energia por habitante bastante elevado. Interromper esse consumo – decisão simplista – seria negar o conhecimento adquirido e, talvez, comprometer a continuidade da civilização. Portanto, sendo inevitável consumir energia, é importante haver bom senso na sua distribuição e reno- vação e também a consciência de que é urgente desenvolver novas tecnologias não poluentes para obtê-la. A obtenção de energia para manter a sociedade hoje está atrelada,quase inevitavelmente,à degradação ambiental. A escolha adequada da matriz energética (distribuição entre as formas de geração) mundial não pode levar em conta apenas os custos imediatos: deve assegurar a qualidade de vida das futuras gerações. Veremos a seguir alguns dos aspectos relativos ao uso da energia e suas implicações. Iniciamos com a idéia geral de que a energia é, e sempre foi, o bem de capital de maior valor para a nossa espécie, dis- cutindo-a no que se refere à utilização humana. Depois abordamos a transformação da energia até o con- sumo final e o seu uso doméstico, encerrando com uma discussão abreviada das diversas formas de gera- ção e os seus impactos ambientais. Eletricidade no mundo em kilowatts-hora Consumo Consumo per capita total Noruega 26 214 115 369 Canadá 17 549 531 051 EUA 13 284 3 610 149 França 7 693 450 072 Brasil 2 192 348 456 Índia 482 465 867 Ruanda 29 175 Chade 13 90 Fonte: Human Development Report, Nações Unidas, 1997 Fotografia da Terra, à noite, registra a situação político-econômica dos países. Para chegar a esse resultado, os pesquisadores Craig Mayhew e Robert Simmon usaram centenas de imagens produzidas pelos satélites meteorológicos do Departamento de Defesa dos EUA. 5
  • 6. Energia: uso, geração e impactos ambientais Energia e vida Nas aulas de Biologia e Física costumamos deparar com dois conceitos aparentemente díspares de energia. Os biólogos parecem falar de algo concreto, que passa do Sol para as plantas e dessas para os ani- mais, transformando-se no interior dos seres vivos, por processos fisiológicos complicados, nas mais diver- sas modalidades, sendo essencial para funções como respiração, excreção, reprodução, manutenção de temperatura e condução de impulsos elétricos associados ao sistema nervoso. Os físicos parecem falar de algo mais abstrato, calculável por equações, relativo a situações mais sim- ples, como carrinhos descendo montanhas-russas ou cargas elétricas em movimento nos circuitos. Os conceitos empregados nas duas disciplinas, entretanto, são integrados e remetem à mesma enti- dade física: a capacidade de um corpo (ou sistema de corpos), em qualquer escala espacial, produzir movi- mento próprio ou de outros corpos que estão no seu entorno. Assim, o ser humano, nas atividades diárias, todo o tempo utiliza energia. Ele a retira dos alimentos que ingere e, como se fosse uma máquina, transforma-a nas diversas modalidades necessárias ao fun- cionamento do seu organismo. A tabela abaixo (Goldemberg,1998) ilustra o gasto de energia do corpo humano em diversas atividades: Necessidades energéticas para várias atividades (em kcal/hora) Trabalho leve Trabalho moderado Trabalho pesado Trabalho muito pesado Escrever 20 Dormindo 85-110 Marchando 280-400 Pedreiro 350 Permanecer relaxado 20 Tomando banho 125-215 Andando de bicicleta 180-600 Correndo 800-1 000 Datilografando rapidamente 55 Carpintaria 150-180 Remando 120-600 Escalando 400-900 Tocando violino 40-50 Caminhando 130-240 Nadando 200-700 Esquiando 500-950 Lavando louça 60 Subindo escadas 1 000 Passando a ferro 60 Fonte: E. Cook. Man, Energy, Society,W.H. Freeman and Co, San Francisco, EUA (1976). Vê-se que utilizar energia não é apenas uma questão governamental,mas uma questão de manutenção da vida no planeta, relacionada ao homem e à natureza que o cerca. Estágios de desenvolvimento e consumo de energia Evidentemente, à medida que a nossa es- Alimentação Moradia e Indústria e Transporte pécie foi se multiplicando e se apropriando do comércio agricultura Energia total consumida per capita (mil kcal/dia) espaço terrestre, as necessidades de energia 230 Homem tecnológico aumentaram consideravelmente, sobretudo Homem porque dela passou a depender a vida sob con- 77 industrial dições adversas. Homem agrícola 20 avançado O gráfico de barras ao lado (Goldemberg, 1998) mostra esse fato, indicando que, quanto Homem agrícola 12 primitivo mais sofisticada a vida e maior sua qualidade, maior a necessidade de consumo de energia. 6 Homem caçador Do homem primitivo, que não conhecia o Homem 2 primitivo fogo,até o homem tecnológico,o consumo diá- rio cresceu, em um milhão de anos, de 2000 kcal 0 50 100 150 200 para quase 230 000 kcal. Esse aumento foi pro- Consumo diário per capita (mil kcal) 6
  • 7. Energia e vida gressivo, acompanhando o refinamento da tecnologia desenvolvida pela humanidade para modificar o meio ambiente em seu benefício. Os recursos energéticos disponíveis na Terra, porém, são limitados. Conciliar esse fato com as neces- sidades humanas é, como dissemos, um grande desafio a ser enfrentado pela ciência moderna, indepen- dentemente das administrações e das ideologias. Além disso, não há como negar que o consumo de energia está relacionado com a qualidade de vida, conforme mostram os gráficos ilustrativos (Goldemberg, 1998) abaixo, em que a unidade de energia uti- lizada é a TEP (tonelada equivalente de petróleo), equivalente a107 kcal. Expectativa de vida, mortalidade infantil, alfabetização e taxa de fertilidade total como uma função da energia comercial consumida per capita 80 80 Média de 127 países para grupos de 10 países (mortes por 1000 nascimentos vivos) Mortalidade infantil 60 Expectativa de vida (anos) 60 40 40 20 20 Média de 127 países para grupos de 10 países 0 2 4 6 0 2 4 6 8 Uso da energia TEP per capita por ano Uso da energia TEP per capita por ano 80 10 Analfabetismo (% população adulta) Taxa de fertilidade total (TFT) 60 8 Omã Arábia Saudita Irã Líbia 6 40 Gabão Mongólia 4 Venezuela Kuwait 20 Trinidad e Tobago 2 0 2 4 6 8 0 2 4 6 8 Uso da energia TEP per capita por ano Uso da energia TEP per capita por ano Concluindo, a energia é essencial à vida e fator de conforto e bem-estar. Democratizar esses bens, dis- tribuindo-a de modo eqüitativo, é responsabilidade de todos. 7
  • 8. Energia: uso, geração e impactos ambientais Energia elétrica Como vimos, a energia é essencial para todas as atividades dos seres vivos e em particular para a qualidade de vida do homem moderno, a qual é indissociável do consumo energético nos trabalhos domésticos, comerciais e industriais. Estes dependem de mecanismos de provimento de energia que variam conforme as formas de orga- nização da sociedade mas que tratam, igualmente, de converter a energia proveniente de fontes primárias – como o Sol, movimentos de massas de água e ar, petróleo, carvão e biomassa – em energia utilizável no cotidiano. Como normalmente as fontes de energia primária se localizam distante das regiões consumidoras, para transferi-la de um lugar para outro é comum convertê-la em energia num estágio intermediário, que é distribuída aos diversos pontos de consumo. Como exemplos desse estágio, podemos citar a energia obtida da queima de combustíveis e lenha, do movimento de rodas d’água e de pás de moinhos de vento, das turbinas das usinas hidrelétricas, entre outras. De todas as modalidades intermediárias num ciclo energético, a energia elétrica é aquela com que temos maior familiaridade, por ser ela a mais usada – já que é a mais vantajosa. A vantagem vem da facili- dade de transformação, com poucas perdas, de energias primárias em elétrica e da facilidade da posterior transferência desta para as regiões consumidoras. A figura abaixo (Goldemberg, 1998) ilustra um ciclo energético que utiliza o carvão como fonte primária. O sistema energético: da extração até os serviços energéticos Modo de extração Mina de carvão Energia primária Carvão Energia primária Usina elétrica Energia secundária Eletricidade Tecnologias de distribuição Rede de eletricidade Energia final Eletricidade Tecnologias de uso final Lâmpada Serviços da energia Iluminação O estudo do uso da energia elétrica como modalidade intermediária costuma ser dividido em três partes: s Geração: transformação da energia primária em elétrica por indução eletromagnética, células foto- voltaicas ou eletrólise; 8
  • 9. Energia elétrica s Transmissão: transferência da energia elétrica do ponto de geração até a região consumidora; s Distribuição: transferência da energia elétrica ao usuário final. Geração Entendemos por geração de energia elétrica a transfor- mação de outra modalidade de energia em energia elétrica. Esta pode ser obtida a partir: s do movimento: indução eletromagnética; s da luz: células fotovoltaicas; s da energia química: eletrólise. A maneira mais prática de gerar energia elétrica em quantidades consideráveis para consumo é fazer uso do fenômeno da indução eletromagnética. Descoberto por Faraday, ele é objeto de estudo detalhado no Eletromagnetismo, mas, para o que nos interessa aqui, basta que seja entendido como a capacidade de produzir diferenças de potencial elétrico (ddp) e correntes elétricas a partir do movimento de peças con- dutoras, imersas em campos magnéticos. Os mecanismos de geração, em geral, são em corrente alternada, em freqüências correspondentes às dos movimentos de rotação dos eixos dos geradores. Isso requer a obtenção de energia de movimento (cinética) para o eixo de uma turbina, pois o movimento dela é responsável pelo movimento de condu- tores em campos magnéticos, gerando a energia elétrica. Essa energia cinética deriva, predominante- mente, de três tipos de energia potencial: s da água (hidráulica): usinas hidrelétricas; s do petróleo e seus derivados, do carvão e do gás natural: usinas termelétricas; s dos combustíveis nucleares: usinas termonucleares. Da energia elétrica gerada mundialmente, cerca de 64% provêm de termelétricas, 19% de hidrelétri- cas e 17% de termonucleares. No Brasil, mais de 90% provêm de hidrelétricas. Também existem formas de energia alternativas, menos utilizadas, obtidas, por exemplo, a partir: s do movimento: eólica, oceânica; s da luz: placas de células fotovoltaicas; s de eletrólise: células de combustíveis. Transmissão A transmissão de energia elétrica pode ser feita em corrente con- tínua (CC) ou alternada (CA). Como vimos, a geração elétrica em usinas é em CA. Porém, se a distância envolvida na transmissão da energia é maior que 700 km, é mais econômico transmiti-la convertida em CC. O gráfico seguinte (Reis & Silveira, 2000) traz uma comparação dos custos para CC e CA. 9
  • 10. Energia: uso, geração e impactos ambientais Comparação de custo entre CC e CA Custo Corrente alternada Corrente contínua Comprimento da linha (km) Linha em CA Linha em CC mais econômica mais econômica Deve-se considerar, ainda, que para transportar grandes quantidades de energia são necessárias ddps altas, pois o processo envolve perdas, principalmente por efeito Joule. Minimizá-las para ddps menores implicaria utilizar condutores com bitolas enormes. Assim, de acordo com a distância a ser coberta pela rede, existem tensões de transmissão padronizadas, sendo as mais utilizadas: s Alta Tensão (AT): 138 e 230 kV s Extra-Alta Tensão (EAT): 345, 440, 500 e 765 kV s Ultra-Alta Tensão (UAT): 1000 e 1200 kV Distribuição A distribuição é o estágio final do processamento da energia elétrica para atender os usuários residenciais, co- merciais e industriais.Trata-se de um direito do cidadão, que cabe ao Estado preservar, direta ou indiretamente. Prover esse serviço implica padronizar equipamentos elétricos, construir redes nas áreas urbanas, operar e manter redes e equipamentos, garantir a segurança da população e do pessoal de instalação e manutenção. Para assegurar a distribuição da energia elétrica, é pre- ciso construir subestações com capacidade para captar a energia necessária, proveniente da rede de transmissão, e diminuir as tensões para níveis padronizados. Em seguida, para prover seu uso aos consumidores, as tensões devem ser diminuídas mais uma vez, para níveis com- patíveis com seus aparelhos. Quem arca com os custos desse processo, bem como com os da exploração dele como negócio, é o consumidor, de acordo com seu consumo – que, portanto, deve ser medido. O habitual é medi-lo em kWh, uma unidade de energia que é o produto da unidade de potência (kW) pela unidade de tempo (h) – embora a unidade oficial de energia, no Sistema Internacional (SI), seja o joule (J). 10
  • 11. Geração de energia elétrica e meio ambiente Modelo físico do Sistema Geração/Transmissão/Distribuição As partes envolvidas no uso da energia elétrica, que descrevemos brevemente, podem ser represen- tadas num modelo físico simplificado: Transmissão U = E – ri Geração Distribuição Visualizando o efeito da transmissão como o de uma resistência interna acrescida à geração, enten- demos que, quanto maior a distância entre a geração e o pólo consumidor, maiores as perdas envolvidas no processo. Geração de energia elétrica e meio ambiente A necessidade de energia, por efeito do crescimento populacional e do progresso industrial, aumen- ta a cada dia. Nos países em desenvolvimento, um crescimento populacional total de aproximadamente 2% por ano é responsável por 50% do crescimento anual do consumo global de energia. Portanto é urgente construir usinas e viabilizar processos alternativos para ampliar a produção de energia elétrica. Qualquer processo de geração e utilização de energia é, de alguma forma, nocivo à manutenção das condições ambientais. Para o bom exercício da cidadania, é importante conhecermos alguns efeitos dos principais mecanismos de geração, transmissão e distribuição. Tipos de usinas e impactos Convencionais s Usina hidrelétrica: provoca o alagamento de grandes regiões, com conseqüente modificação da fauna e da flora, e a inundação de cidades, ocasionando o deslocamento de populações. Acresce-se a isso o eventual mau uso da água, que é um bem de múltipla utilização, e a possibilidade de emissão de gás metano, pela decomposição orgânica gerada pelos alagamentos. s Usina termelétrica: a queima de combustíveis fósseis na geração de energia elétrica produz CO2, agra- vando o efeito estufa e o aquecimento global.Também provoca a contaminação da atmosfera, do solo e da água pelas cinzas arrastadas pelo fluxo de gás. Além disso, os óxidos de nitrogênio e enxofre agravam enfermidades pulmonares, cardiovasculares e renais das populações residentes nas imediações. 11
  • 12. Energia: uso, geração e impactos ambientais s Usina termonuclear: além de envolver as questões vitais da segurança e do tratamento de resíduos nucleares, tem como importantes fatores negativos a emissão de CO2 e o aumento da temperatura dos cursos d’água empregados na refrigeração, prejudicando a biodiversidade local. Alternativas s Eólica: produz nível elevado de poluição sonora, podendo provocar alterações auditivas na população das proximidades. s Oceânica: a construção de barragens pode mudar as cadeias alimentares locais, prejudicando a fauna e a flora. De todos os efeitos nocivos citados, o que parece mais grave é o da emissão de CO2 nas termelétricas, considerando-se que elas são responsáveis por 64% da matriz energética mundial. Podemos ter uma idéia da intensidade com que a produção de energia agrava o efeito estufa pelo gráfico abaixo (Goldemberg, 1998). Contribuição para o efeito estufa Desmatamento 9% Agricultura 14% Indústria Produção 4% de energia 56% CFCs 17% Desenvolvimento sustentável O fator mais relevante nos problemas ambientais decorrentes do uso da energia é o emprego de combustíveis fósseis na produção de eletricidade, no setor de transporte e na indústria. Resolver esse problema eliminando a causa evidentemente é uma tarefa muito difícil, pois os com- bustíveis fósseis respondem por mais de 90% do consumo atual de energia mundial. Entretanto não parece impossível, dadas as alternativas de fontes renováveis disponíveis hoje. Usar gás natural nas termelétricas é interessante, pois, em comparação com os combustíveis fósseis, emite metade do CO2 por kWh e praticamente não emite óxidos de enxofre e nitrogênio. Fazendas de produção de energia a partir de biomassa representam outra solução bastante con- vidativa, uma vez que o CO2 por elas emitido pode ser reabsorvido nos processos de fotossíntese e não há emissão de óxidos de enxofre e nitrogênio. Há ainda a energia solar, que pode ser utilizada como fonte quente nas termelétricas ou ser direta- mente convertida em elétrica, nas células fotovoltaicas. As desigualdades entre os países, no entanto, determinam diferenças não só no volume de energia consumido (os pobres consomem menos que os ricos), como também na forma de obtê-la: as melhores 12
  • 13. Conclusão soluções para a matriz energética dos países desenvolvidos, quando aplicadas ao contexto de países em desenvolvimento, nem sempre serão ótimas. A questão energética influencia diretamente o desenvolvimento e o meio ambiente. Não podemos privilegiar o primeiro provocando drásticos impactos no segundo. É nisso que se fundamenta o conceito de desenvolvimento sustentável, que defende não só a qualidade de vida atual, mas também a herança a ser deixada para as gerações futuras, propondo a proteção e a manutenção dos sistemas naturais. Um passo significativo para a concretização desse conceito foi a Conferência de Estocolmo, em 1972, que enfatizou a questão ambiental e a convivência na Terra. Outro foi a ECO 92 ou Unced (United Nations Conference on Environment and Development), realizada no Rio de Janeiro, que frisou o problema da utilização de combustíveis fósseis na produção de energia devido à emissão de CO2 e o conseqüente agravamento do efeito estufa. Mais recentemente, o Protocolo de Kyoto (1997) procurou restringir a emissão de CO2 dos países, su- gerindo o emprego de mecanismos para um desenvolvimento limpo. Para dar uma idéia dos reais responsáveis pelo efeito estufa e pela degradação ambiental, apresen- tamos a tabela abaixo, com o volume anual de CO2 emitido por diversos países. Emissão de CO2 (toneladas de CO2 per capita) Quantidade Países Entre 16 e 36 Estados Unidos e Austrália. Entre 7 e 16 Japão, Canadá, Rússia, Ucrânia, Polônia e África do Sul. Entre 2,5 e 7 União Européia, China, México, Chile, Argentina e Venezuela. Entre 0,8 e 2,5 Brasil, Índia, Indonésia, países da América Central e Caribe. Os Estados Unidos, um dos maiores emissores de CO2, posicionaram-se contra as medidas propostas no Protocolo de Kyoto, alegando que elas acarretariam uma redução drástica na sua economia, podendo provocar recessão. Esse é um exemplo da tentativa suicida de manter a economia dos ricos à custa da degradação da qualidade de vida de todos. Conclusão A introdução em larga escala de fontes renováveis de energia, embora desejável, não será fácil, pois os combustíveis fósseis têm baixo preço de mercado, e essa é a preocupação que, infelizmente, ainda prevalece: quando calculamos o custo das diversas alternativas energéticas, não consideramos o custo da degradação ambiental resultante de cada uma delas – exorbitante, no caso dos combustíveis fósseis. Além disso, alguns problemas ambientais devem ser encarados de maneira global, para que se implantem soluções resultantes de cooperação internacional honesta e eqüitativa, não cabendo às popu- lações carentes o ônus da manutenção da riqueza alheia. Repensar a matriz energética é responsabilidade das administrações de todos os países. Fiscalizar as soluções é tarefa de toda a população, que, para isso, necessita de boa informação técnica e de um pouco de cultura tecnológica. 13
  • 14. Energia: uso, geração e impactos ambientais Exercícios 1. Obtenha a relação de transformação de kWh para J. 2. Considere uma lâmpada de 60 W, ligada 3 horas por dia. Qual seu consumo mensal em kWh? Qual seu consumo em J? 3. Subir escadas equivale, aproximadamente, a manter acesas quantas lâmpadas de 100 W? (Considere 1cal = 4J). 4. Quantos kWh por dia gasta o homem tecnológico? Quanto gastava o homem agrícola primitivo? (Considere 1cal = 4J.) 5. Compare, aproximadamente, o consumo anual de energia per capita por ano de um país com mortali- dade infantil de 10 mortes por 1 000 nascimentos com outro de 40 mortes a cada 1 000 nascimentos. 6. Considere os seguintes dados a respeito da energia elétrica no Brasil, fornecidos pelo IBGE: Custo por kWh R$ 0,18 Número de chuveiros elétricos 28 000 000 Número médio de pessoas por residência 3,6 Tempo médio para um banho 8 minutos Potência média do chuveiro 4 kW a) Considerando que cada pessoa toma um banho por dia, qual o consumo médio mensal de energia por residência? b) Compare o valor obtido no item anterior com os 100 kWh dados como limite pelos órgãos gover- namentais. c) Qual o consumo nacional anual em kWh, considerando apenas o gasto com banhos? d) Se uma residência tem, além do chuveiro, 3 lâmpadas de 100 W (1 hora por dia), uma geladeira de 300 W (8 horas por dia) e um ferro de passar roupa de 500 W (1 hora por dia), qual será o custo men- sal da conta, considerando que o consumo acima de 200 kWh é sobretaxado em 50%? e) Considerando que uma termelétrica emite 100 g de CO2 por kWh, quantas toneladas desse gás seriam emitidas por ano se toda a energia relativa a banhos do Brasil passasse a ser gerada dessa maneira? 7. (Simulado-Anglo) Michael Faraday, em 1831, descobriu uma maneira muito simples de transformar energia mecânica em energia elétrica: fazer uma espira condutora girar convenientemente num campo magnético. Desde então, o uso da energia elétrica tornou mais fácil a arte de sobreviver, como atestam os aparelhos eletrodomésticos, incorporados ao nosso cotidiano. No Brasil, graças aos imensos recursos hídricos disponíveis, as quedas d’água são as principais fontes de energia. Quando um estudante liga um liqüidi- ficador para fazer um suco de frutas, deve saber que a energia cinética fornecida pelo aparelho passou pelos seguintes processos de transformação: a) potencial gravitacional – cinética – elétrica – cinética b) cinética – térmica – elétrica – cinética c) cinética – potencial gravitacional – elétrica – térmica cinética 14
  • 15. Exercícios d) potencial gravitacional – térmica – cinética – elétrica c) potencial gravitacional – cinética – térmica – cinética 8. (Simulado-Anglo) O aumento do uso do computador nas atividades industriais e de serviços, princialmente nos grandes centros urbanos, gerou uma demanda crescente de energia elétrica de boa qualidade. Essa qualidade pode ser medida, de modo geral, pelo número médio de interrupções de fornecimento, ao longo do ano, de uma dada fonte de distribuição. As figuras representam diagramas de qualidade para diversas fontes de energia ao longo do ano de 2001. Qual delas proporcionaria energia elétrica de melhor qualidade? a) Interrupções d) Interrupções 4 4 3 3 2 2 1 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Mês b) Interrupções e) Interrupções 4 4 3 3 2 2 1 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Mês c) Interrupções 4 3 2 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Mês 9. (ENEM) O resultado da conversão direta de energia solar é uma das formas de energia alternativa de que se dispõe. O Coletor aquecimento solar é obtido por uma placa escura Radiação solar Reservatório coberta por vidro, pela qual passa um tubo con- de água fria tendo água. A água circula, conforme mostra o esquema ao lado. Vidro Placa escura Reservatório de Água quente água quente para o consumo Fonte: Adaptado de PALZ,Wolfgang.Energia solar e fontes alternativas. Hemus, 1981. 15
  • 16. Energia: uso, geração e impactos ambientais São feitas as seguintes afirmações quanto aos materiais utilizados no aquecedor solar: I. O reservatório de água quente deve ser metálico para conduzir melhor o calor. II. A cobertura de vidro tem como função reter melhor o calor, de forma semelhante ao que ocorre em uma estufa. III. A placa utilizada é escura para absorver melhor a energia radiante do Sol, aquecendo a água com maior eficência. Dentre as afirmações acima, pode-se dizer que apenas está(ão) correta(s): a) I. b) I e II. c) II. d) I e III. e) II e III. 10. (ENEM) A energia térmica liberada em processos de fissão nuclear pode ser utizada na geração de vapor para produzir energia mecânica que, por sua vez, será convertida em energia elétrica. Abaixo está repre- sentado um esquema básico de uma usina de energia nuclear. Vapor Gerador Água Turbina Pilhas nucleares Condensador Bomba d’água Bomba d’água Rio Com relação ao impacto ambiental causado pela poluição térmica no processo de refrigeração da usina nuclear, são feitas as seguintes afirmações: I. O aumento na temperatura reduz, na água do rio, a quantidade de oxigênio nela dissolvido, que é essencial para a vida aquática e para a decomposição da matéria orgânica. II. O aumento da temperatura da água modifica o metabolismo dos peixes. III. O aumento na temperatura da água diminui o crescimento de bactérias e de algas, favorecendo o desenvolvimento da vegetação. 16
  • 17. Exercícios Dessas afirmativas, somente está(ão) correta(s): a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) II e III. 11. (ENEM) O esquema abaixo mostra, em termos de potência (energia/tempo), aproximadamente, o fluxo de ener- gia, a partir de uma certa quantidade de combustível vinda do tanque de gasoilina, em um carro via- jando com velocidade constante. Energia dos hidrocarbonetos não queimados, energia Luzes, ventilador, térmica dos gases de escape e transferida ao ar ambiente gerador, direção, Energia 56,8 kW bomba hidráulica, etc. térmica 2,2 kW 3 kW Evaporação 1 kW Do tanque de gasolina 72 kW 71 kW Rodas Motor de 14,2 kW 12 kW Transmissão 9 kW combustão e engrenagens O esquema mostra que, na queima de gasolina, no motor de combustão, uma parte considerável de sua energia é dissipada. Essa perda é da ordem de: a) 80%. b) 70%. c) 50%. d) 30%. e) 20%. 12. (ENEM) O Brasil, em 1997, com cerca de 160 ϫ 106 habitantes, apresentou um consumo de energia da ordem de 250 000 TEP (tonelada equivalente de petróleo), proveniente de diversas fontes primárias. O grupo com renda familiar de mais de vinte mínimos representa 5% da população brasileira e utiliza cerca de 10% da energia total consumida no país. O grupo com renda familiar de até três salários míni- mos representa 50% da população e consome 30% do total de energia. Com base nessas informações, pode-se concluir que o consumo médio de energia para um indivíduo do grupo de renda superior é x vezes maior do que para um indivíduo do grupo de renda inferior. O valor aproximado de x é: a) 2,1. b) 3,3. c) 6,3. d) 10,5. e) 12,7. 17
  • 18. Energia: uso, geração e impactos ambientais 13. (ENEM) As sociedades modernas necessitam cada vez mais de energia. Para entender melhor a relação entre desenvolvimento e consumo de energia, procurou-se relacionar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de vários países com o consumo de energia nesses países. O IDH é um indicador social que considera a longevidade da população, o grau de escolaridade, o PIB (Produto Interno Bruto) per capita e o poder de compra. Sua variação é de 0 a 1. Valores do IDH próxi- mos de 1 indicam melhores condições de vida. Tentando-se estabelecer uma relação entre o IDH e o consumo de energia per capita nos diversos países, no biênio 1991-1992, obteve-se o gráfico abaixo, em que cada ponto isolado representa um país, e a linha cheia, uma curva de aproximação. 1,0 0,9 0,8 0,7 0,6 IDH 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Consumo de energia per capita (TEP/capita)* Fonte: GOLDEMBERG, J.Energia Meio Ambiente e *TEP: tonelada equivalente de petróleo Desenvolvimento. São Paulo, Edusp, 1998. Com base no gráfico, é correto afirmar que: a) quanto maior o consumo de energia per capita, menor é o IDH. b) os países onde o consumo de energia per capita é menor que 1 TEP não apresentam bons índices de desenvolvimento humano. c) existem países com IDH entre 0,1 e 0,3 com consumo de energia per capita superior a 8 TEP. d) existem países com consumo de energia per capita de 1 TEP e de 5 TEP que apresentam aproxima- damente o mesmo IDH, cerca de 0,7. e) os países com altos valores de IDH apresentam um grande consumo de energia per capita (acima de 7 TEP). 18
  • 19. Bibliografia Bibliografia Goldemberg, J. Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento. São Paulo, Edusp, 1998. Reis, L. B. e Silveira, S. Energia Elétrica para o Desenvolvimento Sustentável. São Paulo, Edusp, 2 000. Jornal O Estado de S. Paulo – edições de 26/5/01, 27/5/01 e 22/7/01. Revista Época – edição de 14/2/2001. Revista Engenharia – edição nº 545/2001, ano 58. - Respostas dos Exercícios 1. 1kWh = 3,6 ϫ 106 J. 2. 5,4 kWh ; 19,44 ϫ 106 J. 3. 11 lâmpadas. 4. Homem tecnológico: 255 kWh; homem agrícola primitivo: 13,3 kWh. 5. A energia gasta, per capita, em um país de 10 mortes por 1 000 nascimentos é três vezes maior que a gasta por um de 40 mortes por 1 000 nascimentos. 6. a) 57,6 kWh. b) 57,6% do total proposto são gastos só com banhos,sobrando 42,4 kWh para o restante das atividades. c) 1,9 ϫ 1010 kWh. d) R$ 27,65, desconsiderando-se os impostos. e) 1,9 ϫ 106 toneladas. 7. A 8. E 9. E 10. D 11. A 12. B 13. D 19