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VALOR NUTRICIONAL DE FEIJÃO (Phaseolus vulgaris, L.),
        CULTIVARES RICO 23, CARIOCA, PIRATÃ-1 E ROSINHA-G2

               ANTUNES, Pedro L.; BILHALVA, Aldonir B.; ELIAS, Moacir C. & SOARES, Germano J.D.


         UFPEL / FAEM - Deptº. Ciência e Tecnologia Agroindustrial - Campus Universitário - Caixa Postal, 354
                              CEP 96010 - 900 - Tel. (0532) 75 7258 - Pelotas/RS - Brasil.
                                        (Recebido para publicação em 10/11/94)
      RESUMO                                                  de proteínas, fazendo parte da dieta diária das classes
                                                              sócio-econômicas menos favorecidas. Embora seu
      O valor nutricional e os fatores anti-nutricionais      grande consumo, a contribuição nutricional dos feijões
foram estudados em 4 cultivares de feijão, com                deixa muito a desejar, pois suas proteínas têm baixa
características fisico-químicas similares, comumente          digestibilidade e inadequado balanço de aminoácidos
encontradas no comércio brasileiro. A grande atividade        essenciais, bem como substâncias tóxicas e anti-
dos fatores anti-nutricionais (antitripsina e lectina)        nutricionais, especialmente quando cru ou mal
dessas leguminosas, provocaram 100% de letalidade             processado. Muitos estudos têm procurado entender o
em ratos alimentados ad libitum com dieta contendo            significado desses agentes prejudiciais à qualidade
feijão cru. Os valores nutricionais e respectiva variação     nutricional dos feijões, resultando no isolamento de
foram 0,75 - 1,32 para PER; 39,40 - 58,90% para o valor       alguns       deles,    enquanto      outros     continuam
biológico e 50 - 69,5% para a digestibilidade. O feijão,      desconhecidos.
cultivar Rico 23, apresentou os melhores resultados para            O interesse no trabalho reside na importância que o
o PER e valor biológico, seguido pelas cultivares Piratã-     feijão tem na dieta da população brasileira, visando
1, Rosinha-G2 e Carioca. A maior digestibilidade foi          fornecer subsídios sobre as características nutricionais
observada na cultivar Piratã-1. O cozimento dos feijões       das cultivares Rico 23, Carioca, Piratã-l e Rosinha-G2.
não melhorou a digestibilidade "in vivo" além de 69,50%.

     Palavras-Chave: Leguminosas, Feijão, Antitripsina,             REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Lectina, Valor Nutricional
                                                                     O feijão comum, Phaseolus vulgaris, é uma
     ABSTRACT                                                  leguminosa originária, segundo Kaplan (1965), de
                                                               regiões da antiga cultura incáica, apresentando um alto
      Nutritional value and antinutritionals factors were      teor protéico na composição centesimal.
studied in beans of four cultivaties, with similar physico-          Apesar do conhecimento de que o feijão cru
chemical caracteristics, found in brazilian's commerce.        causava morte de animais de laboratório, somente em
Those leguminouses showed high activity of                     1944, Bowman e/ou Ham e Sandstedt, detectaram a
antinutritional factors - antitripsin and lectin - and diet    presença de anti-tripsina em feijão comum. Tal
with raw bean killed 100% of experimentals rats. The           substância apresentava efeito retardatório sobre o
nutritionals aspects and range values were: 0.75 to 1.32       crescimento de ratos, tornando-se inativa pelo
for PER; 39,40 to 58,90% for biological value and 50 to        tratamento térmico. Borchers et alii (1947), fizeram a
69,50% for digestibility. The best values for PER and          primeira investigação sistemática sobre a anti-tripsina
biological value was to the bean cultivate Rico 23,            em leguminosas.Wagner e Riehm (1967), purificaram e
ranked for Piratã-1, Rosinha-G2 and Carioca. The               caracterizam parcialmente o inibidor da tripsina em feijão
protein digestibility "in vitro" did not raise beyond 65,50%   comum, com 23.000 de peso molecular, sendo que a
when the beans are cooked.                                     reação estequiométrica com a tripsina é instantânea e
                                                               irreversível, formando um composto estável.
      Key Words: Leguminous, Bean, Antitripsin, Lectin,
Nutritional Value                                                    A presença de fito-hemaglutinina ou lectina em
                                                               feijão comum foi detectada em 1908 por Landsteiner e
                                                               Kaubitschek, que observaram o efeito aglutinante dessa
     INTRODUÇÃO                                                substância sobre os glóbulos vermelhos do sangue de
                                                               vários animais. Reforçando essas observações, Rigas &
     O feijão comum constitui importante fonte protéica        Osgood (1955), Jaffé & Gaede (1959), Hanovar et alii e
na dieta de enorme parcela da população mundial, em            Kakade & Evans (1965), mostraram um efeito inibitório
especial nos países onde o consumo de proteína animal          do crescimento de ratos alimentados com dietas
é limitado, por razões econômicas ou religiosas e              contendo proporções de lectinas de feijão comum. Jaffé
culturais. No Brasil é a principal leguminosa fornecedora      (1968), sugeriu que a ação das lectinas deve ser a de
                                  Rev. Brás. De AGROCIÊNCIA, V.1, Nº 1, Jan-Abr., 1995                              12
ANTUNES et al. Valor Nutricional de Feijão...

combinar-se com as células da parede intestinal e,                       Umidade
assim, interferir com a absorção dos nutrientes.
                                                                        A umidade das cultivares de feijão e das dietas
      Sharon & Liss (1972), bem como Liener (1966 e                correspondentes foi determinada pelo método do
1976), referiram que, embora as propriedades físico-               A.O.A.C. (1975).
químicas e biológicas da antitripsina e das lectinas
sejam diferentes, essas substâncias mostram o efeito                     Cinza
comum de diminuir o crescimento de animais jovens,
influenciando a digestibilidade e a utilização metabólica              A cinza das cultivares de feijão foi determinada
dos nutrientes.                                                    segundo o procedimento do A.O.A.C. (1975).

     As proteínas do feijão comum foram objeto de                        Extrato Etéreo
muitas investigações, desde os estudos iniciais de
Osborne em 1894, primeiro autor a relatar que eram                     Esta determinação utilizou a extração da gordura
globulinas a grande maioria das proteínas dessa                    das amostras de feijão pelo Soxhlet, segundo a
leguminosa, fato comprovado, a seguir, por outros                  A.O.A.C.(1975).
pesquisadores, segundo Jaffé & Hannig (1965).
                                                                         Proteína
     Pant & Tulsiani (1969), estudando 19 de
leguminoses silvestres, encontraram uma variação                          A proteína das amostras de feijão e das dietas
protéica de 18 a 47% entre as cultivares. Silva & Iachan           utilizadas foi realizada segundo o método de semi-
(1975), realizaram estudos com 17 cultivares brasileiras           microkjeldahl, descrito no AOAC (1975).
de feijão, encontrando uma variação protéica entre 22 e
32%.                                                                     Fibra

     Embora rico em proteínas , Tandon et alii (1957),                   A determinação de fibra bruta nas amostras de
mostraram que a metionina é o aminoácido limitante,                feijão foi realizada segundo o procedimento descrito no
fato comprovado por outros pesquisadores como                      AOAC (1975).
Bressani et alii (1961), Moraes & Angelucci (1971) e
Baldi & Salamini (1973), que verificaram variações entre                 Nitrogênio Não-Protéico
0,7e 1,56g/16gN, cujas médias são inferiores as
preconizadas pelo padrão da FAO (1965).                                  Esta determinação foi realizada segundo Becker et
                                                                   alii (1940). A precipitação das proteínas utilizou ácido
     Diversos estudos, Bressani et alii (1963), Pant &             tricloroacético a 10% e a avaliação do nitrogênio pelo
Tulsiani (1969) e Antunes & Markakis (1977), mostraram             método de Kjeldahl.
que ratos alimentados com dieta contendo feijão
autoclavado     apresentam     pequeno     crescimento,                  Aminoácidos Totais
enquanto que a mesma dieta, quando suplementada
com metionina resulta num desenvolvimento comparável                     A determinação dos aminoácidos das proteínas de
com o da dieta contendo caseína como proteína padrão.              feijão utilizou a separação dos aminoácidos por troca
A disponibilidade biológica da metionina é baixa                   iônica, conforme procedimento de Spackaman et alii
segundo Evans et alii (1974) e Sgarbieri (1978), pois              (1958) e usando-se um Analisador Beckman, modelo
cerca de 49% da mesma é excretada nas fezes, como                  120C. As amostras foram congeladas em N2 líquido e
parte das proteínas não digeridas.                                 fechadas à vácuo, seguida de hidrólise por 22 horas, a
                                                                   110º C. O hidrolizado final foi dissolvido em tampão
                                                                   citrato de sódio pH 2,2, possibilitando a leitura tanto para
                                                                   aminoácidos básicos como para os neutros e ácidos,
     MATERIAL E MÉTODOS                                            exceto o triptofano.

                                                                         Digestibilidade de Proteína
     O material foi feijão das cultivares Rico 23, Piratã-1,
Rosinha-G2 e Carioca, fornecido pelo Instituto                            A digestibilidade "in vitro" das proteínas foi
Agronômico de Campinas, SP. Os animais utilizados nos              procedida de acordo com Akeson & Stahmann (1964),
ensaios biológicos foram ratos albinos, linhagem Wistar,           utilizando a hidrólise ácida com pepsina e a hidrólise
com 21-25 dias de idade e 30-45g de peso corporal,                 alcalina com pancreatina.
alimentados com dieta contendo 10% de proteína, nas
dietas controle (caseína) e nas amostras de feijão.                      Atividade da Antitripsina


                                  Rev. Brás. De AGROCIÊNCIA, V.1, Nº 1, Jan-Abr., 1995                                    13
ANTUNES et al. Valor Nutricional de Feijão...

      A atividade antitripsina foi realizada pelo método de
Kunitz (1947), com as modificações introduzidas por                     A digestibilidade aparente da proteína foi
Kakade et alii (1969), empregando caseína como                     determinada pela diferença entre o Nitrogênio protéico
substrato e leitura a 280nm dos aminoácidos liberados              ingerido e o excretado nas fezes dos ratos.
na hidrólise.A unidade de tripsina (UT) é definida como o
aumento de 0,01 unidadedes de absorbância a 280nm e                      Valor Biológico Aparente
a tripsina inibida (UTI) pela diferença entre as unidades
da atividade máxima e as da amostra contendo o                          O Valor Biológico Aparente, nos ratos,            foi
inibidor.                                                          determinado pelo quociente do nitrogênio protéico retido
                                                                   pelo absorvido (balança de nitrogênio) e multiplicado por
     Atividade da Lectina                                          100.

      A atividade da lectina foi realizada segundo o
método de Liener (1955), a partir da aglutinação dos                     RESULTADOS E DISCUSSÃO
eritrócitos tripicinizados de coelho.
                                                                         A composição química das cultivares de feijão
     Quociente de Eficiência Protéica                              aparece na Tabela 1. O teor de proteína variou de 23,37
                                                                   a 25,77%, estando na faixa de variação protéica das
       O Quociente de Eficiência Protéica (PER) foi                leguminosas, segundo Pant & Tulsiani (1969). O
determinado segundo a metodologia de Allison (1964),               nitrogênio não-protéico apresentou o valor mais elevado
com as modificações introduzidas por Friedman (1975),              para o feijão Rico 23, bem como os de cinza, extrato
utilizando 10% de proteínas nas dietas e 10% de fonte              etéreo e fibra bruta. As avaliações dos demais
protéica da caseína, como padrão.                                  parâmetros fisico-químicos estão de acordo com os
                                                                   obtidos por Moraes & Angelucci (1971), entre outros
                                                                   pesquisadores.
     Digestibilidade Aparente da Proteína

TABELA 1: Composição química de cultivares de feijão (Phaseolus vulgaris, L.)



 Componentes                                                            Cultivares


 (% base seca)                           Rico 23           Rosinha-G2                Carioca        Piratã-1


 Proteína                                 25,53                25,77                 23,37           23,62

 Nitrogênio não-protéico                    4,88                 3,75                  3,99           3,38


 Cinzas                                     4,20                 3,79                  4,18           3,58


 Extrato etéreo                             2,12                 1,85                  1,45           1,25


 Fibra                                      5,67                 4,57                  3,82           4,13


 Carboidratos                             62,48                63,92                 67,18           67,42


      A composição em aminoácidos das 4 cultivares de              em todas as cultivares, conforme já observado por
feijão estudadas está na Tabela 2. Os resultados foram             diversos autores, entre os quais Bressani et alii (1961) e
semelhantes entre as cultivares, exceto no conteúdo de             Evans et alii (1974).
lisina e metionina. Este último aminoácido foi limitante




                                  Rev. Brás. De AGROCIÊNCIA, V.1, Nº 1, Jan-Abr., 1995                                  14
ANTUNES et al. Valor Nutricional de Feijão...

TABELA 2: Perfil de aminoácidos nas proteínas de cultivares de feijão (Phaseolus vulgaris, L.)

 Aminoácidos                                                         Cultivares
 (g/16gN)*                               Rico 23            Rosinha-G2       Carioca                Piratã-1
 Lisina                                    8,77                 8,80              6,84                 6,54
 Histidina                                 2,27                 2,23              2,53                 2,94
 Amônea                                    1,73                 2,18              1,85                 1,56
 Arginina                                  4,97                 6,40              6,22                 5,14
 Triptofâno **                             1,02                 1,03              1,17                 1,32
 Ácido aspártico                          13,80               14,51             12,47                14,12
 Treonina                                  4,70                 5,17              4,21                 4,53
 Serina                                    6,63                 6,62              5,97                 5,92
 Ácido glutâmico                          20,74               19,53             18,32                19,41
 Prolina                                   4,05                 3,86              3,34                 3,67
 Glicina                                   4,40                 4,35              3,65                 3,99
 Alanina                                   4,81                 4,52              3,86                 4,23
 1/2 Cistina ***                           1,51                 1,11              1,12                 1,31
 Valina                                    5,57                 6,15              4,06                 4,35
 Metionina ***                             1,42                 1,30              1,13                 1,22
 Isoleucina                                4,75                 4,62              3,26                 3,50
 Leucina                                   9,94                 9,70              7,27                 7,75
 Tirosina                                  2,47                 2,56              2,37                 2,60
 Fenilalanina                              5,52                 5,87              5,00                 5,62

*     Troca iônica segundo Spackman e col., 1958, Analisador beckman 120C.
**    Método colorimétrico de Spies, 1967.
***   Determinado como ácido cistéico e metionina sulfona, respectivamente.


                  A atividade "in vitro" dos fatores                médios de atividade estão de acordo com os obtidos em
antinutricionais, lectina e antitripsina, aparece na Tabela         feijão integral (cru) por Kakade & Evans (1965), Liener
3. A maior atividade desses inibidores foi encontrada               (1976) e outros.
nas cultivares Piratã-1 e Rico 23. Entretanto os valores

TABELA 3: Atividade dos fatores antinutricionais de cultivares de feijão (Phaseolus vulgaris, L.)

 Cultivares                                    Inibidor de tripisina                         Lectinas
                                                 (UTI/mg Prot)*                            (µg Prot/ml)**
 Rico-23                                             148,50                                    0,35
 Rosinha-G2                                          161,30                                    0,49
 Carioca                                             136,80                                    0,78
 Piratã-1                                            183,60                                    0,36

*     Unidades de tripisina inibida por mg de proteínas.
**    Concentração mínima de proteínas, na mistura de reação, capaz de provocar aglutinação dos eritrócitos
      tripsinizados de coelho.

      No estudo "in vivo" a toxicidade dos feijões foi              uma vez que outros, altamente tóxicos, ainda não
extremamente elevada, provocando letalidade total dos               identificados, podem estar presentes, contribuindo para
ratos alimentados com dieta contendo feijão cru num                 o efeito tóxico total. Esses compostos desconhecidos
intervalo de 2 a 9 dias, Tabela 4. Bressani et alii (1963) e        podem ser altamente termolábeis, pois tratamento
Kakade & Evans (1965), estudaram a letalidade de ratos              térmico brando, insuficiente para eliminar os
alimentados com outras cultivares e também                          antinutricionais identificados, diminui a toxicidez aguda,
constataram essa enorme toxicidade. A toxicidez aguda               melhorando o valor biológico das proteínas da dieta,
do feijão cru não parece ser devida, exclusivamente, a              Antunes (1979).
ação dos agentes antinutricionais, antitripsina e lectina,

                                  Rev. Brás. De AGROCIÊNCIA, V.1, Nº 1, Jan-Abr., 1995                                   15
ANTUNES et al. Valor Nutricional de Feijão...

TABELA 4: Toxidez biológica de cultivares de feijão (Phaseolus vulgaris, L.) cru*

    Cultivares                 Peso corporal           Ingestão de dieta      Letalidade dos ratos
                                (g/rato/dia)               (g/rato/dia)               (dias)
  Rico-23                          - 1,45                      2,81                   4a8
  Rosinha-G2                       - 1,41                      2,78                   4a8
  Carioca                          - 1,32                      3,12                   4a9
  Piratã-1                         - 1,64                      2,96                   2a7
  Padrão caseína                  + 2,49                       7,83                   -------
*      Ratos desmamados, linhagem Wistar, em gaiolas individuais com água e comida ad libitum.



      Os parâmetros biológicos das Tabelas 5 e 6                     aminoácidos lisina e sulfurados (metionina e 1/2 cistina)
mostram o valor nutricional das diferentes cultivares de             são maiores para a cultivar Rico 23, justificando seu
feijão estudadas. A cultivar Rico 23 apresentou os                   melhor desempenho nutricional, a despeito de sua baixa
melhores resultados em todos os parâmetros biológicos,               digestibilidade. A digestibilidade entre 50 e 69,5% é
evidenciando uma proteína com melhor perfil de                       baixa para as cultivares de feijão, quando comparada
aminoácidos essenciais do que as demais cultivares. Os               com a de outras leguminosas, que podem apresentar
resultados da Tabela 2 confirmam que os teores dos                   valores de até 90%, segundo Sgarbieri (1978).



TABELA 5: Digestibilidade in vitro e in vivo das proteínas de feijão(Phaseolus vulgaris, L.)

                                                              Digestibilidadde (%)
    Cultivares                               in vitro                                           in vivo 1
                                    cru                 cozido   2                      cru                 cozido 2
    Rico-23                        39,2                   60,5                          –3                    50,0
    Rosinha-G2                     45,2                   66,2                          –3                    58,0
    Carioca                        43,9                   62,8                          –3                    64,5
    Piratã-1                       45,0                   65,5                          –3                    69,5
    Padrão caseína                 99,3                    –                           93,37                   –

1      Ratos desmamados, linhagem "Wistar", em gaiolas com água e comida ad libitum, por 10 dias.
2      Feijão macerado por 12 horas e cozido por 1 hora sob pressão normal.
3      Os ratos morreram durante o teste.


TABELA 6: Avaliação nutricional das proteínas de cultivares de feijão (Phaseolus vulgaris, L.) cozida

                                                                Cultivares                                     Padrão
    Avaliações                         Rico 23          Rosinha-G2       Carioca               Piratã-1        caseína
    Quociente de Eficiência Proteica
    (PER) *                                1,32             0,85                0,75             1,12             3,40
    Valor biológico Aparente (%)
                                          58,90           38,30               39,40             49,70           84,20
    Balanço de nitrogênio       (mg
    retidos/rato/dia)                     36,10           24,00               21,10             29,20          140,70

*       Ratos desmamados, linhagem Wistar, em gaiolas com água e comida ad libitum.

                                  Rev. Brás. De AGROCIÊNCIA, V.1, Nº 1, Jan-Abr., 1995                                   16
A baixa digestibilidade no feijão cru é atribuída à     BOWMAN, D. E. Fractions derived from soy beans and
atividade dos inibidores de proteases, que diminuem a            beans which retard tryptic digestion of casein. Proc.
atividade das enzimas digestivas. O tratamento térmico           Soc. Exp. Biol. Med., 57:139, 1944.
do feijão, no processo de cozimento, inativa os inibidores    BRESSANI, R. ; ELIAS, L. G. & NAVARRETE, D.A. The
de proteases, promovendo um efeito benéfico na                   essential amino acid content of samples of black
digestibilidade, conforme Tabela 5. Mesmo assim, a               beans, red beans, rice beans, and cowpeas of
digestibilidade das proteínas do feijão não melhorou             Guatemala. J. Food Sci., 26:525, 1961.
além de 69,50%, após o cozimento.                             BRESSANI, R.; ELIAS, L.G. & VALIENTE, A. T. Effect
                                                                 of cooking and of amino acid supplementation on the
                                                                 nutritive value of black beans(Phaseolus vulgaris,
     CONCLUSÕES                                                  L). Brit. J. Nutr., 17:69, 1963.
                                                              BURKARD, A. Las leguminosas argentinas silvestres y
     Os resultados permitem concluir que as cultivares           cultivadas. 2ª ed. Buenos Aires, Acme Agency, 1952.
de feijão estudadas, se administradas cruas, são              EVANS, R. J.; BAUER, D.H.; SISAK, K. A. & RYAN, P.
altamente tóxicas, provocando letalidade nos ratos do            A. The availability for the rat of methionine and
ensaio biológico, num período extremamente curto.                cystine contained in dry bean seed. J. Agric. Food
                                                                 Chem.; 22:130, 1974.
     O cozimento melhora a digestibilidade do feijão,         FAO/WHO. Expert Group. Who Tech. Rept. Sez.;
tanto "in vitro" como "in vivo", sem atingir 70%.                301:36, 1965.
                                                              FRIEDMAN, M., ed. Protein nutritional quality of foods
    O Coeficiente de Eficácia Protéica corresponde a             and feeds. New York, Marcell Dekker, 1975. v.1, pt.
1/3 do padrão e o nitrogênio retido corresponde a                1 - 2.
apenas 25% do total contido na dieta com feijão cozido.       HAM, W. & SANDSTEDT, R. M. A proteolytic inhibiting
                                                                 substance in the extract from unheated soy bean
      A cultivar Rico 23 apresenta o melhor perfil               meal. J. Biol. Chem., 154:505, 1944.
nutricional entre os feijões estudados.                       HANOVAR, P. M. ; SHIH, C. V. & LIENER, I.
                                                                 E. Inhibition of the growth of rats by purified
                                                                 hemagglutinin fractions isolated from Phaseolus
     REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS                                  vulgaris. J. Nutr., 77:109, 1962.
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                                Rev. Brás. De AGROCIÊNCIA, V.1, Nº 1, Jan-Abr., 1995                              18

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Valor nutricional do feijao

  • 1. VALOR NUTRICIONAL DE FEIJÃO (Phaseolus vulgaris, L.), CULTIVARES RICO 23, CARIOCA, PIRATÃ-1 E ROSINHA-G2 ANTUNES, Pedro L.; BILHALVA, Aldonir B.; ELIAS, Moacir C. & SOARES, Germano J.D. UFPEL / FAEM - Deptº. Ciência e Tecnologia Agroindustrial - Campus Universitário - Caixa Postal, 354 CEP 96010 - 900 - Tel. (0532) 75 7258 - Pelotas/RS - Brasil. (Recebido para publicação em 10/11/94) RESUMO de proteínas, fazendo parte da dieta diária das classes sócio-econômicas menos favorecidas. Embora seu O valor nutricional e os fatores anti-nutricionais grande consumo, a contribuição nutricional dos feijões foram estudados em 4 cultivares de feijão, com deixa muito a desejar, pois suas proteínas têm baixa características fisico-químicas similares, comumente digestibilidade e inadequado balanço de aminoácidos encontradas no comércio brasileiro. A grande atividade essenciais, bem como substâncias tóxicas e anti- dos fatores anti-nutricionais (antitripsina e lectina) nutricionais, especialmente quando cru ou mal dessas leguminosas, provocaram 100% de letalidade processado. Muitos estudos têm procurado entender o em ratos alimentados ad libitum com dieta contendo significado desses agentes prejudiciais à qualidade feijão cru. Os valores nutricionais e respectiva variação nutricional dos feijões, resultando no isolamento de foram 0,75 - 1,32 para PER; 39,40 - 58,90% para o valor alguns deles, enquanto outros continuam biológico e 50 - 69,5% para a digestibilidade. O feijão, desconhecidos. cultivar Rico 23, apresentou os melhores resultados para O interesse no trabalho reside na importância que o o PER e valor biológico, seguido pelas cultivares Piratã- feijão tem na dieta da população brasileira, visando 1, Rosinha-G2 e Carioca. A maior digestibilidade foi fornecer subsídios sobre as características nutricionais observada na cultivar Piratã-1. O cozimento dos feijões das cultivares Rico 23, Carioca, Piratã-l e Rosinha-G2. não melhorou a digestibilidade "in vivo" além de 69,50%. Palavras-Chave: Leguminosas, Feijão, Antitripsina, REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Lectina, Valor Nutricional O feijão comum, Phaseolus vulgaris, é uma ABSTRACT leguminosa originária, segundo Kaplan (1965), de regiões da antiga cultura incáica, apresentando um alto Nutritional value and antinutritionals factors were teor protéico na composição centesimal. studied in beans of four cultivaties, with similar physico- Apesar do conhecimento de que o feijão cru chemical caracteristics, found in brazilian's commerce. causava morte de animais de laboratório, somente em Those leguminouses showed high activity of 1944, Bowman e/ou Ham e Sandstedt, detectaram a antinutritional factors - antitripsin and lectin - and diet presença de anti-tripsina em feijão comum. Tal with raw bean killed 100% of experimentals rats. The substância apresentava efeito retardatório sobre o nutritionals aspects and range values were: 0.75 to 1.32 crescimento de ratos, tornando-se inativa pelo for PER; 39,40 to 58,90% for biological value and 50 to tratamento térmico. Borchers et alii (1947), fizeram a 69,50% for digestibility. The best values for PER and primeira investigação sistemática sobre a anti-tripsina biological value was to the bean cultivate Rico 23, em leguminosas.Wagner e Riehm (1967), purificaram e ranked for Piratã-1, Rosinha-G2 and Carioca. The caracterizam parcialmente o inibidor da tripsina em feijão protein digestibility "in vitro" did not raise beyond 65,50% comum, com 23.000 de peso molecular, sendo que a when the beans are cooked. reação estequiométrica com a tripsina é instantânea e irreversível, formando um composto estável. Key Words: Leguminous, Bean, Antitripsin, Lectin, Nutritional Value A presença de fito-hemaglutinina ou lectina em feijão comum foi detectada em 1908 por Landsteiner e Kaubitschek, que observaram o efeito aglutinante dessa INTRODUÇÃO substância sobre os glóbulos vermelhos do sangue de vários animais. Reforçando essas observações, Rigas & O feijão comum constitui importante fonte protéica Osgood (1955), Jaffé & Gaede (1959), Hanovar et alii e na dieta de enorme parcela da população mundial, em Kakade & Evans (1965), mostraram um efeito inibitório especial nos países onde o consumo de proteína animal do crescimento de ratos alimentados com dietas é limitado, por razões econômicas ou religiosas e contendo proporções de lectinas de feijão comum. Jaffé culturais. No Brasil é a principal leguminosa fornecedora (1968), sugeriu que a ação das lectinas deve ser a de Rev. Brás. De AGROCIÊNCIA, V.1, Nº 1, Jan-Abr., 1995 12
  • 2. ANTUNES et al. Valor Nutricional de Feijão... combinar-se com as células da parede intestinal e, Umidade assim, interferir com a absorção dos nutrientes. A umidade das cultivares de feijão e das dietas Sharon & Liss (1972), bem como Liener (1966 e correspondentes foi determinada pelo método do 1976), referiram que, embora as propriedades físico- A.O.A.C. (1975). químicas e biológicas da antitripsina e das lectinas sejam diferentes, essas substâncias mostram o efeito Cinza comum de diminuir o crescimento de animais jovens, influenciando a digestibilidade e a utilização metabólica A cinza das cultivares de feijão foi determinada dos nutrientes. segundo o procedimento do A.O.A.C. (1975). As proteínas do feijão comum foram objeto de Extrato Etéreo muitas investigações, desde os estudos iniciais de Osborne em 1894, primeiro autor a relatar que eram Esta determinação utilizou a extração da gordura globulinas a grande maioria das proteínas dessa das amostras de feijão pelo Soxhlet, segundo a leguminosa, fato comprovado, a seguir, por outros A.O.A.C.(1975). pesquisadores, segundo Jaffé & Hannig (1965). Proteína Pant & Tulsiani (1969), estudando 19 de leguminoses silvestres, encontraram uma variação A proteína das amostras de feijão e das dietas protéica de 18 a 47% entre as cultivares. Silva & Iachan utilizadas foi realizada segundo o método de semi- (1975), realizaram estudos com 17 cultivares brasileiras microkjeldahl, descrito no AOAC (1975). de feijão, encontrando uma variação protéica entre 22 e 32%. Fibra Embora rico em proteínas , Tandon et alii (1957), A determinação de fibra bruta nas amostras de mostraram que a metionina é o aminoácido limitante, feijão foi realizada segundo o procedimento descrito no fato comprovado por outros pesquisadores como AOAC (1975). Bressani et alii (1961), Moraes & Angelucci (1971) e Baldi & Salamini (1973), que verificaram variações entre Nitrogênio Não-Protéico 0,7e 1,56g/16gN, cujas médias são inferiores as preconizadas pelo padrão da FAO (1965). Esta determinação foi realizada segundo Becker et alii (1940). A precipitação das proteínas utilizou ácido Diversos estudos, Bressani et alii (1963), Pant & tricloroacético a 10% e a avaliação do nitrogênio pelo Tulsiani (1969) e Antunes & Markakis (1977), mostraram método de Kjeldahl. que ratos alimentados com dieta contendo feijão autoclavado apresentam pequeno crescimento, Aminoácidos Totais enquanto que a mesma dieta, quando suplementada com metionina resulta num desenvolvimento comparável A determinação dos aminoácidos das proteínas de com o da dieta contendo caseína como proteína padrão. feijão utilizou a separação dos aminoácidos por troca A disponibilidade biológica da metionina é baixa iônica, conforme procedimento de Spackaman et alii segundo Evans et alii (1974) e Sgarbieri (1978), pois (1958) e usando-se um Analisador Beckman, modelo cerca de 49% da mesma é excretada nas fezes, como 120C. As amostras foram congeladas em N2 líquido e parte das proteínas não digeridas. fechadas à vácuo, seguida de hidrólise por 22 horas, a 110º C. O hidrolizado final foi dissolvido em tampão citrato de sódio pH 2,2, possibilitando a leitura tanto para aminoácidos básicos como para os neutros e ácidos, MATERIAL E MÉTODOS exceto o triptofano. Digestibilidade de Proteína O material foi feijão das cultivares Rico 23, Piratã-1, Rosinha-G2 e Carioca, fornecido pelo Instituto A digestibilidade "in vitro" das proteínas foi Agronômico de Campinas, SP. Os animais utilizados nos procedida de acordo com Akeson & Stahmann (1964), ensaios biológicos foram ratos albinos, linhagem Wistar, utilizando a hidrólise ácida com pepsina e a hidrólise com 21-25 dias de idade e 30-45g de peso corporal, alcalina com pancreatina. alimentados com dieta contendo 10% de proteína, nas dietas controle (caseína) e nas amostras de feijão. Atividade da Antitripsina Rev. Brás. De AGROCIÊNCIA, V.1, Nº 1, Jan-Abr., 1995 13
  • 3. ANTUNES et al. Valor Nutricional de Feijão... A atividade antitripsina foi realizada pelo método de Kunitz (1947), com as modificações introduzidas por A digestibilidade aparente da proteína foi Kakade et alii (1969), empregando caseína como determinada pela diferença entre o Nitrogênio protéico substrato e leitura a 280nm dos aminoácidos liberados ingerido e o excretado nas fezes dos ratos. na hidrólise.A unidade de tripsina (UT) é definida como o aumento de 0,01 unidadedes de absorbância a 280nm e Valor Biológico Aparente a tripsina inibida (UTI) pela diferença entre as unidades da atividade máxima e as da amostra contendo o O Valor Biológico Aparente, nos ratos, foi inibidor. determinado pelo quociente do nitrogênio protéico retido pelo absorvido (balança de nitrogênio) e multiplicado por Atividade da Lectina 100. A atividade da lectina foi realizada segundo o método de Liener (1955), a partir da aglutinação dos RESULTADOS E DISCUSSÃO eritrócitos tripicinizados de coelho. A composição química das cultivares de feijão Quociente de Eficiência Protéica aparece na Tabela 1. O teor de proteína variou de 23,37 a 25,77%, estando na faixa de variação protéica das O Quociente de Eficiência Protéica (PER) foi leguminosas, segundo Pant & Tulsiani (1969). O determinado segundo a metodologia de Allison (1964), nitrogênio não-protéico apresentou o valor mais elevado com as modificações introduzidas por Friedman (1975), para o feijão Rico 23, bem como os de cinza, extrato utilizando 10% de proteínas nas dietas e 10% de fonte etéreo e fibra bruta. As avaliações dos demais protéica da caseína, como padrão. parâmetros fisico-químicos estão de acordo com os obtidos por Moraes & Angelucci (1971), entre outros pesquisadores. Digestibilidade Aparente da Proteína TABELA 1: Composição química de cultivares de feijão (Phaseolus vulgaris, L.) Componentes Cultivares (% base seca) Rico 23 Rosinha-G2 Carioca Piratã-1 Proteína 25,53 25,77 23,37 23,62 Nitrogênio não-protéico 4,88 3,75 3,99 3,38 Cinzas 4,20 3,79 4,18 3,58 Extrato etéreo 2,12 1,85 1,45 1,25 Fibra 5,67 4,57 3,82 4,13 Carboidratos 62,48 63,92 67,18 67,42 A composição em aminoácidos das 4 cultivares de em todas as cultivares, conforme já observado por feijão estudadas está na Tabela 2. Os resultados foram diversos autores, entre os quais Bressani et alii (1961) e semelhantes entre as cultivares, exceto no conteúdo de Evans et alii (1974). lisina e metionina. Este último aminoácido foi limitante Rev. Brás. De AGROCIÊNCIA, V.1, Nº 1, Jan-Abr., 1995 14
  • 4. ANTUNES et al. Valor Nutricional de Feijão... TABELA 2: Perfil de aminoácidos nas proteínas de cultivares de feijão (Phaseolus vulgaris, L.) Aminoácidos Cultivares (g/16gN)* Rico 23 Rosinha-G2 Carioca Piratã-1 Lisina 8,77 8,80 6,84 6,54 Histidina 2,27 2,23 2,53 2,94 Amônea 1,73 2,18 1,85 1,56 Arginina 4,97 6,40 6,22 5,14 Triptofâno ** 1,02 1,03 1,17 1,32 Ácido aspártico 13,80 14,51 12,47 14,12 Treonina 4,70 5,17 4,21 4,53 Serina 6,63 6,62 5,97 5,92 Ácido glutâmico 20,74 19,53 18,32 19,41 Prolina 4,05 3,86 3,34 3,67 Glicina 4,40 4,35 3,65 3,99 Alanina 4,81 4,52 3,86 4,23 1/2 Cistina *** 1,51 1,11 1,12 1,31 Valina 5,57 6,15 4,06 4,35 Metionina *** 1,42 1,30 1,13 1,22 Isoleucina 4,75 4,62 3,26 3,50 Leucina 9,94 9,70 7,27 7,75 Tirosina 2,47 2,56 2,37 2,60 Fenilalanina 5,52 5,87 5,00 5,62 * Troca iônica segundo Spackman e col., 1958, Analisador beckman 120C. ** Método colorimétrico de Spies, 1967. *** Determinado como ácido cistéico e metionina sulfona, respectivamente. A atividade "in vitro" dos fatores médios de atividade estão de acordo com os obtidos em antinutricionais, lectina e antitripsina, aparece na Tabela feijão integral (cru) por Kakade & Evans (1965), Liener 3. A maior atividade desses inibidores foi encontrada (1976) e outros. nas cultivares Piratã-1 e Rico 23. Entretanto os valores TABELA 3: Atividade dos fatores antinutricionais de cultivares de feijão (Phaseolus vulgaris, L.) Cultivares Inibidor de tripisina Lectinas (UTI/mg Prot)* (µg Prot/ml)** Rico-23 148,50 0,35 Rosinha-G2 161,30 0,49 Carioca 136,80 0,78 Piratã-1 183,60 0,36 * Unidades de tripisina inibida por mg de proteínas. ** Concentração mínima de proteínas, na mistura de reação, capaz de provocar aglutinação dos eritrócitos tripsinizados de coelho. No estudo "in vivo" a toxicidade dos feijões foi uma vez que outros, altamente tóxicos, ainda não extremamente elevada, provocando letalidade total dos identificados, podem estar presentes, contribuindo para ratos alimentados com dieta contendo feijão cru num o efeito tóxico total. Esses compostos desconhecidos intervalo de 2 a 9 dias, Tabela 4. Bressani et alii (1963) e podem ser altamente termolábeis, pois tratamento Kakade & Evans (1965), estudaram a letalidade de ratos térmico brando, insuficiente para eliminar os alimentados com outras cultivares e também antinutricionais identificados, diminui a toxicidez aguda, constataram essa enorme toxicidade. A toxicidez aguda melhorando o valor biológico das proteínas da dieta, do feijão cru não parece ser devida, exclusivamente, a Antunes (1979). ação dos agentes antinutricionais, antitripsina e lectina, Rev. Brás. De AGROCIÊNCIA, V.1, Nº 1, Jan-Abr., 1995 15
  • 5. ANTUNES et al. Valor Nutricional de Feijão... TABELA 4: Toxidez biológica de cultivares de feijão (Phaseolus vulgaris, L.) cru* Cultivares Peso corporal Ingestão de dieta Letalidade dos ratos (g/rato/dia) (g/rato/dia) (dias) Rico-23 - 1,45 2,81 4a8 Rosinha-G2 - 1,41 2,78 4a8 Carioca - 1,32 3,12 4a9 Piratã-1 - 1,64 2,96 2a7 Padrão caseína + 2,49 7,83 ------- * Ratos desmamados, linhagem Wistar, em gaiolas individuais com água e comida ad libitum. Os parâmetros biológicos das Tabelas 5 e 6 aminoácidos lisina e sulfurados (metionina e 1/2 cistina) mostram o valor nutricional das diferentes cultivares de são maiores para a cultivar Rico 23, justificando seu feijão estudadas. A cultivar Rico 23 apresentou os melhor desempenho nutricional, a despeito de sua baixa melhores resultados em todos os parâmetros biológicos, digestibilidade. A digestibilidade entre 50 e 69,5% é evidenciando uma proteína com melhor perfil de baixa para as cultivares de feijão, quando comparada aminoácidos essenciais do que as demais cultivares. Os com a de outras leguminosas, que podem apresentar resultados da Tabela 2 confirmam que os teores dos valores de até 90%, segundo Sgarbieri (1978). TABELA 5: Digestibilidade in vitro e in vivo das proteínas de feijão(Phaseolus vulgaris, L.) Digestibilidadde (%) Cultivares in vitro in vivo 1 cru cozido 2 cru cozido 2 Rico-23 39,2 60,5 –3 50,0 Rosinha-G2 45,2 66,2 –3 58,0 Carioca 43,9 62,8 –3 64,5 Piratã-1 45,0 65,5 –3 69,5 Padrão caseína 99,3 – 93,37 – 1 Ratos desmamados, linhagem "Wistar", em gaiolas com água e comida ad libitum, por 10 dias. 2 Feijão macerado por 12 horas e cozido por 1 hora sob pressão normal. 3 Os ratos morreram durante o teste. TABELA 6: Avaliação nutricional das proteínas de cultivares de feijão (Phaseolus vulgaris, L.) cozida Cultivares Padrão Avaliações Rico 23 Rosinha-G2 Carioca Piratã-1 caseína Quociente de Eficiência Proteica (PER) * 1,32 0,85 0,75 1,12 3,40 Valor biológico Aparente (%) 58,90 38,30 39,40 49,70 84,20 Balanço de nitrogênio (mg retidos/rato/dia) 36,10 24,00 21,10 29,20 140,70 * Ratos desmamados, linhagem Wistar, em gaiolas com água e comida ad libitum. Rev. Brás. De AGROCIÊNCIA, V.1, Nº 1, Jan-Abr., 1995 16
  • 6. A baixa digestibilidade no feijão cru é atribuída à BOWMAN, D. E. Fractions derived from soy beans and atividade dos inibidores de proteases, que diminuem a beans which retard tryptic digestion of casein. Proc. atividade das enzimas digestivas. O tratamento térmico Soc. Exp. Biol. Med., 57:139, 1944. do feijão, no processo de cozimento, inativa os inibidores BRESSANI, R. ; ELIAS, L. G. & NAVARRETE, D.A. The de proteases, promovendo um efeito benéfico na essential amino acid content of samples of black digestibilidade, conforme Tabela 5. Mesmo assim, a beans, red beans, rice beans, and cowpeas of digestibilidade das proteínas do feijão não melhorou Guatemala. J. Food Sci., 26:525, 1961. além de 69,50%, após o cozimento. BRESSANI, R.; ELIAS, L.G. & VALIENTE, A. T. Effect of cooking and of amino acid supplementation on the nutritive value of black beans(Phaseolus vulgaris, CONCLUSÕES L). Brit. J. Nutr., 17:69, 1963. BURKARD, A. Las leguminosas argentinas silvestres y Os resultados permitem concluir que as cultivares cultivadas. 2ª ed. Buenos Aires, Acme Agency, 1952. de feijão estudadas, se administradas cruas, são EVANS, R. J.; BAUER, D.H.; SISAK, K. A. & RYAN, P. altamente tóxicas, provocando letalidade nos ratos do A. The availability for the rat of methionine and ensaio biológico, num período extremamente curto. cystine contained in dry bean seed. J. Agric. Food Chem.; 22:130, 1974. O cozimento melhora a digestibilidade do feijão, FAO/WHO. Expert Group. Who Tech. Rept. Sez.; tanto "in vitro" como "in vivo", sem atingir 70%. 301:36, 1965. FRIEDMAN, M., ed. Protein nutritional quality of foods O Coeficiente de Eficácia Protéica corresponde a and feeds. New York, Marcell Dekker, 1975. v.1, pt. 1/3 do padrão e o nitrogênio retido corresponde a 1 - 2. apenas 25% do total contido na dieta com feijão cozido. HAM, W. & SANDSTEDT, R. M. A proteolytic inhibiting substance in the extract from unheated soy bean A cultivar Rico 23 apresenta o melhor perfil meal. J. Biol. Chem., 154:505, 1944. nutricional entre os feijões estudados. HANOVAR, P. M. ; SHIH, C. V. & LIENER, I. E. Inhibition of the growth of rats by purified hemagglutinin fractions isolated from Phaseolus REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS vulgaris. J. Nutr., 77:109, 1962. JAFFÉ, W.G. Factores tóxicos en leguminosas. Arch. AKESON, W. R. & STAHMANN, M. A. A pepsin Latinoam. Nutr., l8:205, l968. pancreatin digest index of protein quality JAFFÉ, W.G. & GAEDE, K. Purification of a toxic evaluation. J Nutr., 83:257, 1964. phytohaemagglutinin from black baens (Phaseolus ALLISON, J. B. The nutritive value of dietary vulgaris). Nature (London), l83:l329, l959. proteins. In MUNRO, H.N. & ALLISON, J.B. JAFFÉ ,W.G. & HANNIG, K. Fractionation of proteins ed. Mammalian Protein Metabolism. New York, from kidney beans (Phaseolus vulgaris). Arch. Academic Press, 1964. v.2 p.45. Biochem. Biophys., l09:80, l965. AMERICAN ASSOCIATION OF CEREAL KAKADE, M. L. & EVANS, R.J. Growth inhibition of rats CHEMISTS. Cereal laboratory methods. St. Paul, fed navy bean fractions. J.Agric. Food Chem., Minnesota, 1975. ANTUNES, A. J. & MARKAKIS, P. Protein l3:450,1965. supplementation of navy beans with Brazil nuts. J. KAKADE, M. L.; SIMONS, N. & LIENER, I. E. An evaluation of natural vs. synthetic substrates for Agric. Food Chem., 25:1096, 1977. measuring the antitryptic activity of soybean ANTUNES, P. L. Composição e propriedades samples. Cereal Chem., 46:518, 1969. nutricionais das proteínas do feijão Rosinha-G2 (Phaseolus vulgaris, L.). Campinas. 1979. Tese KAPLAN, L.; Arqueology and domestication in american (Doutorado). Fac. Eng. Alimentos e Phaseolus (beans). Econ. Bot., 19:358, 1965. Agrícola. Universidade Estadual de Campinas, São KUNITZ, M.; Crystalline soybean trypsin inhibitor. II. Paulo. General properties. J. Gen. Physiol., 30:291, 1947. BALDI, G. & SALAMINI, F. Variability of essential amino LANDSTEINER, K. & KAUBITSCHEK, acid content in seeds of 22 Phaseolus L.; Beobachtungen über hämolyse und species. Theorit. App1. Genetics, 43:75, 1973. hämagglutinattion. Zbl. Bakt. Abt., II, 45:660, 1908. BECKER, H. C. ; MILNER, R. T. & NAGEL, R.H. A LANTZ, E. M.; GOUGH, H. W. & CAMPBELL, A. method for the determination of nonprotein nitrogen in M. Effect of variety, location, and years on the protein soybean meal. Cereal Chem., 17:447, 1940 and amino acid content of dried beans. J. Agric. BORCHERS, R.; ACKERSON, C. W. & SANDSTEDT, Food Chem., 6:58, 1958. R. M. Trypsin inhibitor. III. Determination and heat LIENER, I. E. Legume toxins in relation to protein destruction of the trypsin inhibitor of soybeans. Arch. digestibility. A revew. J. Food Sci., 41:1076, 1976. Biochem., 12:367, 1947. Rev. Brás. De AGROCIÊNCIA, V.1, Nº 1, Jan-Abr., 1995 17
  • 7. LIENER, I. E. The photometric determination of SHARON, N. & LISS, H. Lectins: cell-agglutinating and hemagglutinating activity of soyin and crude soybean sugar-specific proteins. Science, 177:949, 1972. extracts. Arch. Biochem. Biophys., 54:223, SILVA, V. R. & IACHAN, A. Proteins from varieties of 1955.used proteins. In GOULD, R. F. World Protein Brazilian beans (Phaseolus vulgaris). I. Quantification Resources. Washington, D.C., American Chemical and fractionation of proteins. Rev. Brasil. Tecnol., Society, 1966. p.178-193 (Advances in Chemistry 6:133, 1975. Series, 57). SPACKMAN, D. H.; STEIN, W. H. & MOORE, MORAES, R. M. & ANGELUCCI, E. Chemical S, Automatic recording apparatus for use in the composition and acid contents of brazilian beans chromatography of amino acids. Analyt. Chem., Phaseolus vulgaris. J. Food Sci., 36:493, 1971. 30:1190, 1958. PANT, R. & TULSIANI, D. R. P. Solubility, amino acid SPIES, J. R. Determination of Tryptoflan in proteins. composition, and biological evaluation of proteins Analyt. Chem., 39: 1412, 1967. isolated from leguminous seeds. J. Agric. Food TANDON, O. B.; BRESSANI, R. & SCRMSHAW, N. Chem., 17:361, 1969. S. Nutrients in Central American beans. J. Agric. RIGAS, D. A. & OSGOOD, E. E. Purification and Food Chem., 5:137, 1957. properties of the phytohemagglutinatining of WAGNER, L. P. & RIEHM, J. P. Purification and partial Phaseolus vulgaris. J. Biol. Chem., 212:607, 1955. charaterization of a trypsin inhibitor isolated from the SGARBIERI, V. C. Estudo do conteúdo e de algumas navy bean. Arch. Biochem. Biophys., 121:672, 196 características das proteínas em sementes de plantas da família Leguminosae. Ciência e Cultura, 1978. Rev. Brás. De AGROCIÊNCIA, V.1, Nº 1, Jan-Abr., 1995 18