Cadeira de História da Cidade e dos Monumentos Portuenses, da Universidade Sénior Contemporânea do Porto, lecionada pelo Professor Doutor Artur Filipe dos Santos
2. História da Cidade e dos
Monumentos Portuenses
História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses
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Professor Doutor Artur Filipe dos Santos
3. As Capelas (atuais e extintas) da
Cidade do Porto
História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses
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Professor Doutor Artur Filipe dos Santos
4. Igreja Velha de Ramalde
Apontamentos sobre a Freguesia de
Ramalde
História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses
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Professor Doutor Artur Filipe dos Santos
5. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 5
Ramalde é uma freguesia
portuguesa do concelho do Porto,
com 5,68 km² de área e 38 012
habitantes (2011)
Capelas do Porto - Ramalde
Artur Filipe dos Santos
6. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 6
A freguesia de S. Salvador de
Ramalde é mencionada pela
primeira vez com o nome arcaico
de Rranhaldy , nas Inquirições de
D. Afonso III, em 1258.
Capelas do Porto - Ramalde
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7. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 7
Porém, já aparece citada
anteriormente, como lugar num
documento de 1222 no qual a
rainha Mafalda faz uma doação ao
Mosteiro de Arouca.
Capelas do Porto - Ramalde
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8. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 8
A origem e crescimento do
povoado de Rianhaldy perde-se
nos tempos, antes da fundação da
nacionalidade, provavelmente
entre 920 e 944, data em que
chegaram ao território os monges
beneditinos.
Capelas do Porto - Ramalde
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9. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 9
Assim começaria a história do
julgado de Bouças e do seu
antiquíssimo mosteiro
beneditino.
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11. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 11
Este território pertenceu ao
Padroado Real de D. Sancho I que
depois o doou, em 1196, a sua
filha D. Mafalda.
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12. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 12
Na época de D. Sancho II o território
denominava-se Ramunhaldy e era
constituído por cinco lugares: Francos,
Requezendi, Ramuhaldi Jusão e
Ramuhaldi Susão (actualmente
Ramalde do Meio). Entre 1230 e 1835
pertenceu ao concelho de Bouças, o
qual integrava também S. Mamede de
Infesta, Matosinhos, Foz do Douro e um
conjunto de vinte povoações.
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13. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 13
Em 1895 foi integrado no
concelho do Porto, como
freguesia. Os seus limites eram
assim definidos: a Norte o
concelho de Matosinhos (Bouças);
a Sul Lordelo do Ouro; a levante
Paranhos e Cedofeita e a poente
Aldoar.
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14. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 14
"Vós dizeis que viva Ramalde,/não sei que graça
lhe achais:/Terra de milho miúdo,/Alimento de
pardais!“
Claramente freguesia de fundo rural, a origem e
crescimento do povoado Rranhaldy perde-se no
tempo, mesmo antes da fundação da
monarquia portuguesa, entre os anos de 920 e
944, altura em que os monges de S. Bento
chegaram ao território.
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15. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 15
A história começaria exactamente
pelo julgado de Bouças e do seu
antiquíssimo mosteiro beneditino.
Território este que pertenceu ao
Padroado Real de D. Sancho I,
doado em 1196, à sua filha D.
Mafalda.
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16. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 16
Ramunhaldi, assim se denominava
o território na época de D. Sancho
II., constituido pelos lugares de
Francos, Requezendi, Ramuhaldi
Jusão e Ramuhaldi Susão
(actualmente Ramalde do Meio)
Capelas do Porto - Ramalde
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17. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 17
Até 1896, S. Salvador de Ramalde
pertenceu ao concelho de Bouças,
o qual integrava também S.
Mamede de Infesta, Matosinhos,
Foz do Douro e um conjunto de
vinte povoações. Rranhaldy
aparece citado, pela primeira vez,
nas inquirições de D. Afonso III, de
1258.
Capelas do Porto - Ramalde
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18. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 18
No entanto, já no ano de 1222,
aparece citada num documento
como lugar, em que a rainha D.
Mafalda faz uma doação ao
Mosteiro de Arouca. Situada nos
limites do Porto, após a sua
anexação, os lugares de Ramalde
de Baixo e Ramalde do Meio eram
considerados subúrbios da cidade
e pouco identificados com esta.
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19. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 19
Nesta altura, a população
dependia dos campos de sua
grande extensão e dos seus
trabalhos e hábitos agrícolas.
Terra fértil para o cultivo de
cereais como milho, trigo, centeio
e cevada.
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20. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 20
Terra de "milho miúdo", tantas
vezes assim apelidada. Tinha o
seu ex-libris nas mulheres de
Ramalde, chamadas de
"Ramaldeiras". Na altura, eram
caracterizadas como muito
bonitas e que se vestiam com
muita elegância.
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21. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 21
A dança da freguesia...folclore,
costume, tradição, cultura,
história e sobretudo,
singularidade, dando-se o nome
de "Ramaldeira" ou "Chula de
Ramalde". Uma influência, dos
finais do séc. XVIII e inícios do séc.
XIX, originária da feitoria inglesa e
respectivos magnates e, das
tropas de Beresford.
Capelas do Porto - Ramalde
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22. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 22
A chula de Ramalde, é um
acontecimento especial no
quadro do folclore portuense,
tudo pelo seu carácter camponês
que a geografia e os hábitos da
freguesia lhe impuseram.
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23. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 23
Formas de vida passadas que são trazidas à
memória de hoje. Tradições personalizadas
nas romarias que atravessaram décadas. As
principais romarias desta terra eram duas,
uma que se realizava na aldeia de
Requesende, a 15 de Agosto, na Igreja da
Senhora do Porto e a outra, considerada a
maior romaria camponesa com impacto no
Porto, a tão conhecida festa da Senhora da
Hora.
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24. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 24
À sua capela e à popular Fonte
das Sete Bicas acorriam milhares
de pessoas na Quinta- Feira da
Ascensão. Ramaldenses que se
deslocavam a pé, aos de fora o
caminho de ferro da Póvoa
assegurava a chegada dos
romeiros.
Capelas do Porto - Ramalde
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25. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 25
É muito difícil caracterizar
demograficamente com precisão
esta freguesia no período anterior
aos finais do século XIX. No
entanto, pode dizer-se que em
épocas anteriores Ramalde
comportava uma população
considerável, pois em 1757
possuía 407 fogos e em 1855
cerca de 600 fogos.
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26. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 26
Por outro lado, o forte crescimento
da natalidade e a baixa taxa de
mortalidade indiciam um incremento
populacional. No período que
medeia entre os finais do século XIX
até 1991, e devido à recolha de
dados do "Census", já é possível fazer
uma análise mais rigorosa da
evolução demográfica.
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27. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 27
Em 1895, Ramalde foi integrado no
concelho do Porto, já como
freguesia. Como limites tinha a Norte
o concelho de Matosinhos (Bouças),
a Sul Lordelo do Ouro, a Este
Paranhos e Cedofeita e a Poente
Aldoar.
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28. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 28
Mas de Ramalde camponesa e
maiata pouca resta. A urbanização
alterou-a completamente.
Começaram a "nascer" o cimento e o
alcatrão, tendo o desenvolvimento
urbanístico e rodoviário tomado
conta da freguesia, a par da
construção de zonas residenciais,
industriais e claro, do incremento do
comércio.
Capelas do Porto - Ramalde
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29. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 29
A pressão demográfica e urbanística
tem sido muita, mas Ramalde vai
procurando manter as áreas verdes.
Foi a partir de 1880 que Ramalde se
tornou palco das maiores
alterações.
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30. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 30
Passou de um ruralidade milenar
para se "entregar" às vidas
mundanas, com a implantação das
indústrias, principal responsável pela
mudança de organização das terras e
das suas gentes e pela irreversível
alteração da paisagem. No ano de
1881, surgiu o primeiro centro têxtil
do então concelho Bouças, que viria
a ser a freguesia de Ramalde.
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31. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 31
Existiam a laborar nesta indústria três
centenas de operários e cerca de 200
teares. Vestígios desta época não
faltam, principalmente no que
respeita aos bairros operários de
então, as chamadas "ilhas".
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32. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 32
Tratava-se de um alojamento muito
precário mas que permitia a fixação
dos operários a baixo custo e que
surgiu precisamente, da frequente
migração de mão-de-obra que se
fixavam em Ramalde à procura de
trabalho.
Capelas do Porto - Ramalde
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33. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 33
Pessoas que se passaram a dedicar à
indústria e consequentemente, a
abandonar os trabalhos agrícolas.
Contrariamente, a classe mais alta do
patronato passou a ser associada ao
desenvolvimento de uma burguesia
portuense industrial. A indústria
têxtil predominou em Ramalde até
1960 e em "parceria" existia também
a indústria metalúrgica.
Capelas do Porto - Ramalde
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34. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 34
Por esta altura, ao centro da cidade
do Porto foi entregue uma crescente
terciarização, enquanto zonas
periféricas como Ramalde, se
tornaram espaços residenciais e onde
se deu sobretudo, o crescimento do
sector secundário. Neste sentido e
devido ao aumento populacional,
surgiram as actuais habitações sociais
para substituir as tais "ilhas".
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35. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 35
Na freguesia de Ramalde regista-se a
presença e construção de novas vias
que vão gradualmente,
descaracterizando a terra. Dos
grandes eixos rodoviários que
atravessam e permitem ligações mais
rápidas dentro da cidade e entre esta
e o Grande Porto, surge-nos a
Estrada da Circunvalação, Avenida da
Boavista, Via Marechal Carmona (via
rápida) e Via de Cintura Interna.
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38. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 38
Ramalde é uma caixinha de
surpresas...terra cinematográfica, foi
"cenário" da primeira empresa
produtora de cinema português,
Invicta Film, Lda.
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39. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 39
Com as suas instalações na Prelada,
ocupava uma área de 50 mil metros
quadrados. Dos seus estúdios saíram
produções cinematográficas como o "Frei
Bonifácio" (1918); "Rosa do adro (1919);
"Os Fidalgos da Casa Mourisca“ (Júlio
Dinis) (1920), entre outros. Até 1924
foram produzidas importantes obras,
quando em 1931 cessou portas por graves
dificuldades financeiras. Durante a sua
existência esta série de produções só
ajudaram a fazer e a enriquecer a história
do cinema português.
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40. História da Cidade e dos Monumentos
Portuenses 40
Ramalde assim se apresenta: um
caso típico de uma zona rural cujo
desenvolvimento se fez e se faz com
a edificação de casario ao longo das
entradas de acesso ao centro urbano
principal: "Dizeis que viva Ramalde, /
também viva a Ramaldeira: / as
saudades que eu levo / não cabem
na algibeira.“
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