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EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE1



         1- Definição de pH


                Os possíveis valores da concentração de H+ e OH-, em uma solução aquosa, podem
ser de várias ordens de magnitude, variando de cerca de 101,3 a 10-15,3. Assim sendo, é
conveniente representá-los em uma escala logarítmica, reduzida e de mais fácil manuseio. Por
convenção é utilizada a escala pH para representar a concentração de íons hidrogênio.

                Esta notação foi delineada pelo químico sueco Sørensen em 1909. O “p” usado em
pH, pOH, pKw etc. originou da palavra alemã Potenz a qual significa força no sentido de
expoente.
                                                     pH = - log [H+]
ou
                                                      [H+] = 10-pH

                Também podem ser definidos:

                                                 pOH = -log [OH-]

                                                     [OH-] = 10-pOH
e
                                                     pKw = -log Kw


onde Kw é o produto iônico da água na reação:

                                                                               -
                                   H2   (l)   + H O(l) ß        HO   (aq)




                                                 2     ß     H + OH

1
     Arquimedes Lavorenti. Professor Associado do Depto. de Ciências Exatas, ESALQ/USP, Caixa Postal 9,
    13418-900 – Piracicaba – SP. E-mail: alavoren@carpa.ciagri.usp.br – Publicação Destinada ao Ensino de Ciências -
    Química - 28/3/2002

                                                            1
Esta reação é chamada de autoionização ou dissociação da água. As concentrações de
 +           -


express

                                                               +       -

                                                    c     ------------------
                                                               [H O]

                 Na água pura a 25 C, [H O                         (
em cada mol = 1000/18 = 55,5 mols L 1
                                +           -
                  c   2

                                    +           -
                  c                                       w



                                                                               o       -
                 K éac                                                                     . Como [H ] =
     -                                  +           -
                                                        = [OH ] a 25 C.

                 Através do produto iônico da água, [H ] [OH ] = 1,00 x 10 14                       o


obtêm se:
                                                                                   o
                            pH + pOH = pK = 14 ( e


         -




solução aquosa, a concentração dos íons presentes no meio é igual a molaridad
figura abaixo representa de uma maneira esquemática o que acontece com um ácido forte em


                            -
solução em equilíbrio, calcula se o seu pH ou pOH, pelas




                                                              2
Por exemplo: Uma solução aquosa 0,10 M de um ácido forte, ácido nítrico, HNO3,
[H+] = 0,10 M e [NO3-] = 0,10 M; a concentração de HNO3 é virtualmente zero. O pH desta
solução é: pH = - log [H+] = - log (0,10) = 1.


                                                              Após a dissociação,
        Antes da dissociação
                                                                no “equilíbrio”
                 HA                                                    H+   A-




                             Dissociação de um ácido forte

        2.2. Ácidos e bases fracas


           Em uma solução aquosa de ácidos e bases fracas existe o equilíbrio entre íons e
espécies químicas dos ácidos ou bases. Representado por HA um ácido fraco tem-se a seguinte
equação de ionização, com sua constante de dissociação ou ionização:

                                 HA + H2O ßà H3O+ + A-


                                         [H3O+] [A-]
                                  Ka = --------------------
                                             [HA]

onde: Ka = constante de ionização do ácido fraco;
     [A-] = concentração molar de íons A- presente no equilíbrio;
     [H3O+] = concentração molar de íons H3O+ presente no equilíbrio;
     [HA] = concentração molar de ácido fraco não dissociado presente no equilíbrio.




                                                 3
De modo semelhante ao que foi feito com o ácido forte, também pode ser feito uma
representação esquemática da dissociação de um ácido fraco, como na figura abaixo.

           Deve ser destacado que o estado “antes da dissociação” nunca existe realmente em
solução, porque a solução está sempre em equilíbrio. O lado esquerdo é apenas teórico.



                                                      Após a dissociação,
          Antes da dissociação                           no equilíbrio
               HA
                                                        HA
                                                        AA


                                                                  H+ A-


                           Dissociação de um ácido fraco


           Quanto menor o valor para a constante de equilíbrio Ka de um ácido, mais fraco é este
ácido. E o recíproco é verdadeiro, apenas em termos relativos.

           Também não se deve confundir um ácido fraco com um ácido diluído. Um ácido
fraco tem um valor de Ka pequeno e um ácido diluído tem uma concentração baixa. É possível
termos ácidos forte diluídos ou um ácido fraco concentrado.

           Considerando a seguinte reação geral de dissociação de um ácido fraco em solução
aquosa:

                                 HA + H2O ßà H3O+ + A-

           Chamando de Ca a concentração molar do ácido fraco inicialmente dissolvido na
solução e de Ci o número de mols L-1 que posteriormente se ioniza e dissocia, define-se grau de
           α
ionização (α) do ácido fraco a relação entre a concentração molar que sofreu ionização (Ci) e a


                                                4
concentração molar inicialmente dissolvida (Ca), isto é, o número de mols L-1 que se ioniza por
mol L-1 dissolvido.

                                                          Ci
                                                     α = ---------
                                                          Ca

            No equilíbrio:
                             [HA] = Ca – Ci
                             [H3O+] = Ci
                             [A-] = Ci

            Substituindo essas concentrações na equação de ionização do ácido fraco, a expressão
da constante de ionização do ácido fraco fica:


                                    [H3O+] [A-]          Ci Ci            Ci2
                        Ka =      ------------------ = ------------ = ------------
                                        [HA]             Ca – Ci         Ca - Ci

            Sabendo-se que:
                                               Ci
                                         α = ---------
                                                Ca

então, Ci = Ca α

            Portanto:
                                      (Ca α)2            Ca2 α2           Ca α2
                         Ka =      --------------- = --------------- = -----------
                                    Ca – Ca α         Ca (1 - α)         1- α


Ca α2 = Ka (1- α) = Ka - Ka α
Ca α2 + Ka α - Ka = 0


                                        - Ka + √(Ka2 + 4KaCa)
                                 α = ---------------------------------
                                                   2 Ca


                                                     5
Obs.: Nesta expressão, o sinal negativo na raiz não é usado porque, neste caso, o
resultado final seria sempre negativo, o que é um absurdo pois não existe grau de ionização
negativo.
            Quando a ionização for pequena, isto é, α ≤ 5% ou ≤ 0,05, a diferença 1 - α é
considerada praticamente 1. Assim a expressão da constante de equilíbrio (Ka) fica:

            Ka = Ca α2


então,
            α2 = Ka/Ca

e
                                          α = √Ka/Ca

            Obs.: Tudo o que foi visto para uma ácido fraco é válido de maneira semelhante para
uma base fraca. Basta substituir Ka por Kb e Ca por Cb nas fórmulas anteriores.

            O grau de ionização de ácidos e bases fracas aumenta com a diluição. Isto significa
que quanto mais concentrada for a solução, mais o equilíbrio se desloca para a esquerda e, quanto
mais diluído mais o equilíbrio se desloca para a direita (“Lei da diluição de Ostwald”).


                                 HA + H2O ßà H3O+ + A-
            ou
                                  B + H2O ßà BH+ + OH-


            Considere novamente o equilíbrio de ionização do ácido fraco HA:


                             HA +       H2O ßà        H3O+ + A-
                            Ácido 1     Base 2        Ácido 2 Base 1


            De acordo com o conceito de Brönsted-Lowry, existem os seguintes pares
conjugados: par no 1: HA e A-
             par no 2: H2O e H3O+


                                                 6
A constante de ionização do ácido HA é dada pela expressão:

                  [H3O+] [A-]
           Ka = -----------------
                      [HA]

           A constante de ionização da base A-, conjugada do ácido HA é obtida do equilíbrio:

                               A- + H2O        ßà   HA + OH-


                  [HA] [OH-]
           Kb = -----------------
                      [A-]

           Multiplicando entre si as constantes de ionização do ácido e de sua base conjugada:

                         [H3O+] [A-]       [HA] [OH-]
           Ka Kb =    ----------------- ----------------- = [H3O+] [OH-] = Kw
                            [HA]                [A-]

           Assim sendo,

                                     KaKb = Kw = 10-14 (25oC)

           Invertendo e aplicando logaritmo:

                 1           1            1              1
           log ----- + log ----- = log -----    = log -----
                 Ka         Kb          Kw             10-14


                                    pKa + pKb = pKw = 14 (25oC)



           2.2.1. Ácidos monopróticos e bases monoácidas:


           Ácidos monopróticos são aqueles que doam apenas um próton. Bases monoácidas são
aquelas que recebem apenas um próton.

           Considere o equilíbrio de uma solução aquosa de um ácido fraco monoprótico HA:


                                                7
HA     +   H2O   ßà     H3O+    +   A-

                 [H3O+] [A-]
           Ka = -----------------
                      [HA]

           Chamando-se de Ca a concentração molar do ácido inicialmente dissolvido e de x o
número de mols L-1 que posteriormente se ionizam, tem-se no equilíbrio:

                             HA +       H2O   ßà     H3O+    +   A-
                             Ca – x                    x          x

           Substituindo na equação da constante de ionização do ácido:
                   x x             x2
           Ka = ----------- = -----------
                 Ca - x        Ca - x

           x2 = Ka (Ca – x) = Ka Ca - Ka x

           x2 + Ka x - Ka Ca = 0


           Como x = [H3O+]

           [H3O+]2 + Ka [H3O+] - Ka Ca = 0

                                     - Ka + √(Ka2 + 4KaCa)
                           [H3O+] = --------------------------------
                                                   2

           Uma vez calculada a [H3O+], o pH é calculado pela expressão de sua definição, isto é,

pH = - log [H3O+].

           No caso do grau de ionização do ácido ser menor que 5%, pode-se simplificar a
equação da constante de ionização no denominador, considerando-se Ca – x = Ca; assim a

equação de Ka fica:
                  x2
           Ka = ------     à x2 = Ka Ca à [H3O+]2 = Ka Ca
                 Ca

                                               8
[H3O+] = √KaCa


             Essa expressão simplificada pode ser colocada diretamente na forma de pH,
invertendo e aplicando logaritmo:

                     1            1        1
             log ----------- = ------ + ------
                  [H3O+]2        Ka       Ca


             2 pH = pKa + pCa



                                     pH = ½ (pK + pCa)
                                              a



             Para as bases monoácidas o procedimento é idêntico; as expressões são semelhantes
bastando substituir pH por pOH, Ka por Kb e Ca por Cb. Então as expressões seriam:



                                     - Kb + √(Kb2 + 4 KbCb)
                             [OH-] = --------------------------------
                                                     2

                                         [OH-] = √KbCb

                                    pOH = ½ (pK + pCb)
                                              b



             2.2.2. Ácidos polipróticos e bases poliácidas:

             Ácidos polipróticos são substâncias ou íons capazes de doar dois ou mais prótons e
bases poliácidas são substâncias ou íons capazes de receber dois ou mais prótons. A ionização
desses ácidos e bases ocorre em etapas e assim sendo eles possuem duas ou mais constantes de
ionização.


                                                 9
Seja uma solução aquosa de um ácido poliprótico de fórmula H3A, por exemplo:

           Na 1a ionização à H3A + H2O ßà H3O+(I) + H2A-

           Na 2a ionização à H2A- + H2O ßà H3O+(II) + HA2-

           Na 3a ionização à HA2- + H2O ßà H3O+(III) + A3-

           A [H3O+] total da solução será:

           [H3O+] total = H3O+(I) + H3O+(II) + H3O+(III)

           Normalmente o valor das constantes de ionização sucessivas caem abruptamente; isto
é explicado pelo efeito do íon comum H3O+, isto é, o H3O+ liberado na 1a ionização inibe as
demais ionizações.
           Como por exemplo, tem-se as constantes de ionização do ácido fosfórico, H3PO4:


           Ka1 = 5,9 10-3

           Ka2 = 6,2 10-8

           Ka3 = 4,8 10-13

           Nestas condições pode-se considerar:

           [H3O+] total = H3O+(I)

ou seja, os ácidos polipróticos podem ser considerados monopróticos no cálculo do pH de suas
soluções aquosas. O mesmo ocorre com as bases poliácidas, isto é, no cálculo do pOH de suas
soluções aquosas são consideradas monoácidas.


     3- Cálculo do pH de soluções aquosas de sais


        3.1- Sais que se comportam como ácidos ou bases:


           O cálculo obedece às mesmas regras e fórmulas de ácidos ou bases fortes e ácidos ou
bases fracas, segundo o comportamento ácido-base dos componentes que compõem os sais.



                                                10
3.2- Sais que se comportam como ácidos e como bases (anfiprótico):


           Considere um ácido diprótico H2A em solução aquosa, cujas constantes do ácido são

dadas por Ka1 e Ka2 , de acordo com a 1a e 2a ionização, respectivamente (supondo Ka1 = 10-3 e

Ka2 = 10-7 as ordens de grandeza das constantes deste ácido).


                                                               [H3O+] [HA-]
           H2A + H2O ßà HA- + H3O+                   Ka1   = ------------------ = 10-3
                                                                    [H2A]


                                                                [H3O+] [A2-]
           HA- + H2O ßà A2- + H3O+                   Ka2   = ------------------ = 10-7
                                                                  [HA-]

           Seja uma solução aquosa de um anfiprótico MHA:


                                     MHA à M+ + HA-

           Considere o equilíbrio de HA- quando se comporta como ácido:


           HA- + H2O ßà H3O+ + A2-


                  [H3O+] [A2-]
           Ka = ------------------- = Ka2 = 10-7
                      [HA-]


isto é, a constante desse equilíbrio corresponde a 2a constante do ácido H2A.

           Considere agora o equilíbrio de HA- quando se comporta como base:


           HA- + H2O ßà H2A + OH-




                                                11
[H2A] [OH-]          [H3O+] [OH- ]           Kw          10-14
            Kb = ------------------- = -------------------- = --------- = --------- = 10-11
                       [HA-]             [H3O+] [HA-]             Ka1       10-3
                                        ------------------
                                             [H2A]

isto é, considerando o par ácido-base conjugado nessa equação, HA- e H2A, tem-se:


            Kb (HA-) Ka1(H2A) = Kw à Kb = Kw/Ka1


            Além desses equilíbrios pode-se considerar aquele em que HA- está agindo como
ácido e como base:


            HA- + HA- ßà H2A + A2-


                 [H2A] [A2-]          Ka2       10-7
            K = ----------------- = -------- = -------- = 10-4
                    [HA-]2             Ka1       10-3

isto é, o produto:

                      [H3O+] [A2-] [H2A][OH-]              [A2-] [H2A]
            Ka Kb = ----------------- ----------------- = ---------------- [H3O+] [OH-] = K Kw
                         [HA-]             [HA-]              [HA-]2


                  Ka Kb         Ka2 Kw/Ka1            Ka2       10-7
            K = ----------- = ------------------- = -------- = -------- = 10-4
                    Kw               Kw                Ka1       10-3

            A constante (K) do terceiro equilíbrio é bastante superior às constantes Ka e Kb dos
outros dois equilíbrios; isto mostra que esta terceira reação ocorre com muito mais intensidade do
que as outras duas. Por isso pode-se considerar: H2A = A2-.

            Considerando-se novamente as constantes de equilíbrio do ácido H2A:




                                                 12
[H3O+] [HA-]
            H2A + H2O ßà HA- + H3O+                    Ka1   = ------------------
                                                                      [H2A]


                                                                  [H3O+] [A2-]
            HA- + H2O ßà A2- + H3O+                    Ka2   = ------------------
                                                                      [HA-]

e fazendo

                         [H3O+] [HA-] [H3O+] [A2-]                [H3O+]2 [A2-]
            Ka1 Ka2   = ------------------ ------------------ = ------------------- = [H3O+]2
                               [H2A]              [HA-]                [H2A]


            [H3O+] = √K a1K a2 à pH = - log [H3O+]

            Generalizando, pode-se considerar:

            K a1 = constante de ionização do ácido;
            K a2 = constante de ionização do ácido conjugado da base


            Observação: deve-se notar que o pH de uma solução de anfiprótico independe da
concentração do anfiprótico.


     4- Cálculo do pH de soluções tampões


            Soluções tampões são soluções que apresentam a propriedade de resistir à mudança
na sua concentração hidrogeniônica ou no seu pH, mesmo quando a ela se adiciona uma
quantidade razoável de ácido ou de base fortes.

            A “ação tampão” dessas soluções reside no fato delas conterem um par conjugado
ácido-base em apreciável concentração, o que explica o poder neutralizante dessas soluções, tanto
para ácidos como para bases. O ácido constitui a reserva ácida e a base a reserva alcalina da
solução.


                                                  13
Os tipos mais comuns de solução tampão são aqueles constituídos de um ácido fraco
e um seu sal ou uma base fraca e um seu sal.

            O mecanismo da ação tampão está no equilíbrio presente na solução.

            Seja uma solução tampão constituída de um ácido fraco (ácido acético = HAc, Ka =
1,8 10-5) e um seu sal (acetato de sódio = NaAc). Os equilíbrios presentes são:

            HAc + H2O ßà H3O+ + Ac-                       Ka = 1,8 10-5

            NaAc à Na+ + Ac-

            Ac- + H2O ßà HAc + OH-                        Kb = 5,56 10-10



                   [H3O+] [Ac-]                          [HAc]
            Ka = -------------------   à   [H3O+] = Ka --------
                       [Hac]                              [Ac-]

            Devido ao ácido (HAc) e a base (Ac-) serem fracos, suas concentrações são
significativas na solução (e considerando o efeito do íon comum Ac-, a ionização do HAc fica
mais diminuída ainda).

            Adicionando a essa solução uma pequena quantidade de ácido forte, os íons H3O+
desta serão neutralizados pelos ânions Ac- para formar HAc, mantendo a concentração de H3O+
da solução praticamente constante:


            Ac- + H3O+ ßà HAc + H2O

            Por outro lado, se uma base forte for adicionada, os íons OH- desta serão
neutralizados pelos íons H3O+ presentes na solução: os íons H3O+ necessários para a
neutralização dos OH- são fornecidos por ionização do HAc, de maneira que a concentração de
H3O+ da solução é praticamente mantida.

            O mecanismo da ação tampão de soluções constituídas de uma base fraca e um seu
sal é semelhante.



                                                14
O cálculo do pH de uma solução tampão é relativamente simples e baseia-se nos
equilíbrios presentes.

            Utilizando o exemplo da solução tampão constituída de ácido acético (HAc) e acetato
de sódio (NaAc), chamando de Ca a concentração de HAc e de Cb a concentração da base
conjugada Ac- na solução conforme a expressão:

                          [HAc]
                  +
            [H3O ] = Ka ----------
                           [Ac-]

tem-se:
            [HAc] ≅ Ca

            [Ac-] ≅ Cb

devido suas ionizações serem extremamente pequenas; assim:

                           Ca
                     +
            [H3O ] = Ka -------            à   pH = - log [H3O+]
                           Cb

                              Cb
            pH = pKa + log ------
                              Ca

            Esta fórmula é conhecida como a equação de Henderson-Hasselbalch

            De maneira semelhante, o pOH de uma solução tampão constituída de uma base fraca
e um seu sal é calculado pela expressão:

                          Cb
                 -
            [OH ] = Kb -------        à        pOH = - log [OH-]
                          Ca

                               Ca
            pOH = pKb + log ------
                               Cb



                                                15
A eficiência de uma solução tampão é o grau de resistência à mudança no seu pH.

             Esta resistência depende fundamentalmente da concentração do par ácido-base
conjugado em termos de concentração absoluta e relativa.

             A eficiência da solução tampão é tanto maior quanto mais próxima da unidade estiver
a relação Ca/Cb.

             Soluções tampão em que a relação Ca/Cb é maior que 10/1 ou menor que 1/10
apresentam baixa capacidade tampão.

             Assim, o intervalo de pH em que uma solução tampão é considerada suficientemente
efetiva é:


                            10
                   +
             [H3O ] = Ka -------        à      pH = pKa - 1
                             1

                             1
                   +
             [H3O ] = Ka -------        à      pH = pKa + 1
                            10
             A eficiência de uma solução tampão está condicionada a um intervalo de duas
unidades de pH, cujos valores são:
                                        pH = pKa ± 1

             A eficiência das soluções tampão constituídas de uma base fraca e um seu sal é
considerado de maneira idêntica. O intervalo de eficiência é:


                                       pOH = pKb ± 1




                                                 16

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Equilíbrio Ácido-Base

  • 1. EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE1 1- Definição de pH Os possíveis valores da concentração de H+ e OH-, em uma solução aquosa, podem ser de várias ordens de magnitude, variando de cerca de 101,3 a 10-15,3. Assim sendo, é conveniente representá-los em uma escala logarítmica, reduzida e de mais fácil manuseio. Por convenção é utilizada a escala pH para representar a concentração de íons hidrogênio. Esta notação foi delineada pelo químico sueco Sørensen em 1909. O “p” usado em pH, pOH, pKw etc. originou da palavra alemã Potenz a qual significa força no sentido de expoente. pH = - log [H+] ou [H+] = 10-pH Também podem ser definidos: pOH = -log [OH-] [OH-] = 10-pOH e pKw = -log Kw onde Kw é o produto iônico da água na reação: - H2 (l) + H O(l) ß HO (aq) 2 ß H + OH 1 Arquimedes Lavorenti. Professor Associado do Depto. de Ciências Exatas, ESALQ/USP, Caixa Postal 9, 13418-900 – Piracicaba – SP. E-mail: alavoren@carpa.ciagri.usp.br – Publicação Destinada ao Ensino de Ciências - Química - 28/3/2002 1
  • 2. Esta reação é chamada de autoionização ou dissociação da água. As concentrações de + - express + - c ------------------ [H O] Na água pura a 25 C, [H O ( em cada mol = 1000/18 = 55,5 mols L 1 + - c 2 + - c w o - K éac . Como [H ] = - + - = [OH ] a 25 C. Através do produto iônico da água, [H ] [OH ] = 1,00 x 10 14 o obtêm se: o pH + pOH = pK = 14 ( e - solução aquosa, a concentração dos íons presentes no meio é igual a molaridad figura abaixo representa de uma maneira esquemática o que acontece com um ácido forte em - solução em equilíbrio, calcula se o seu pH ou pOH, pelas 2
  • 3. Por exemplo: Uma solução aquosa 0,10 M de um ácido forte, ácido nítrico, HNO3, [H+] = 0,10 M e [NO3-] = 0,10 M; a concentração de HNO3 é virtualmente zero. O pH desta solução é: pH = - log [H+] = - log (0,10) = 1. Após a dissociação, Antes da dissociação no “equilíbrio” HA H+ A- Dissociação de um ácido forte 2.2. Ácidos e bases fracas Em uma solução aquosa de ácidos e bases fracas existe o equilíbrio entre íons e espécies químicas dos ácidos ou bases. Representado por HA um ácido fraco tem-se a seguinte equação de ionização, com sua constante de dissociação ou ionização: HA + H2O ßà H3O+ + A- [H3O+] [A-] Ka = -------------------- [HA] onde: Ka = constante de ionização do ácido fraco; [A-] = concentração molar de íons A- presente no equilíbrio; [H3O+] = concentração molar de íons H3O+ presente no equilíbrio; [HA] = concentração molar de ácido fraco não dissociado presente no equilíbrio. 3
  • 4. De modo semelhante ao que foi feito com o ácido forte, também pode ser feito uma representação esquemática da dissociação de um ácido fraco, como na figura abaixo. Deve ser destacado que o estado “antes da dissociação” nunca existe realmente em solução, porque a solução está sempre em equilíbrio. O lado esquerdo é apenas teórico. Após a dissociação, Antes da dissociação no equilíbrio HA HA AA H+ A- Dissociação de um ácido fraco Quanto menor o valor para a constante de equilíbrio Ka de um ácido, mais fraco é este ácido. E o recíproco é verdadeiro, apenas em termos relativos. Também não se deve confundir um ácido fraco com um ácido diluído. Um ácido fraco tem um valor de Ka pequeno e um ácido diluído tem uma concentração baixa. É possível termos ácidos forte diluídos ou um ácido fraco concentrado. Considerando a seguinte reação geral de dissociação de um ácido fraco em solução aquosa: HA + H2O ßà H3O+ + A- Chamando de Ca a concentração molar do ácido fraco inicialmente dissolvido na solução e de Ci o número de mols L-1 que posteriormente se ioniza e dissocia, define-se grau de α ionização (α) do ácido fraco a relação entre a concentração molar que sofreu ionização (Ci) e a 4
  • 5. concentração molar inicialmente dissolvida (Ca), isto é, o número de mols L-1 que se ioniza por mol L-1 dissolvido. Ci α = --------- Ca No equilíbrio: [HA] = Ca – Ci [H3O+] = Ci [A-] = Ci Substituindo essas concentrações na equação de ionização do ácido fraco, a expressão da constante de ionização do ácido fraco fica: [H3O+] [A-] Ci Ci Ci2 Ka = ------------------ = ------------ = ------------ [HA] Ca – Ci Ca - Ci Sabendo-se que: Ci α = --------- Ca então, Ci = Ca α Portanto: (Ca α)2 Ca2 α2 Ca α2 Ka = --------------- = --------------- = ----------- Ca – Ca α Ca (1 - α) 1- α Ca α2 = Ka (1- α) = Ka - Ka α Ca α2 + Ka α - Ka = 0 - Ka + √(Ka2 + 4KaCa) α = --------------------------------- 2 Ca 5
  • 6. Obs.: Nesta expressão, o sinal negativo na raiz não é usado porque, neste caso, o resultado final seria sempre negativo, o que é um absurdo pois não existe grau de ionização negativo. Quando a ionização for pequena, isto é, α ≤ 5% ou ≤ 0,05, a diferença 1 - α é considerada praticamente 1. Assim a expressão da constante de equilíbrio (Ka) fica: Ka = Ca α2 então, α2 = Ka/Ca e α = √Ka/Ca Obs.: Tudo o que foi visto para uma ácido fraco é válido de maneira semelhante para uma base fraca. Basta substituir Ka por Kb e Ca por Cb nas fórmulas anteriores. O grau de ionização de ácidos e bases fracas aumenta com a diluição. Isto significa que quanto mais concentrada for a solução, mais o equilíbrio se desloca para a esquerda e, quanto mais diluído mais o equilíbrio se desloca para a direita (“Lei da diluição de Ostwald”). HA + H2O ßà H3O+ + A- ou B + H2O ßà BH+ + OH- Considere novamente o equilíbrio de ionização do ácido fraco HA: HA + H2O ßà H3O+ + A- Ácido 1 Base 2 Ácido 2 Base 1 De acordo com o conceito de Brönsted-Lowry, existem os seguintes pares conjugados: par no 1: HA e A- par no 2: H2O e H3O+ 6
  • 7. A constante de ionização do ácido HA é dada pela expressão: [H3O+] [A-] Ka = ----------------- [HA] A constante de ionização da base A-, conjugada do ácido HA é obtida do equilíbrio: A- + H2O ßà HA + OH- [HA] [OH-] Kb = ----------------- [A-] Multiplicando entre si as constantes de ionização do ácido e de sua base conjugada: [H3O+] [A-] [HA] [OH-] Ka Kb = ----------------- ----------------- = [H3O+] [OH-] = Kw [HA] [A-] Assim sendo, KaKb = Kw = 10-14 (25oC) Invertendo e aplicando logaritmo: 1 1 1 1 log ----- + log ----- = log ----- = log ----- Ka Kb Kw 10-14 pKa + pKb = pKw = 14 (25oC) 2.2.1. Ácidos monopróticos e bases monoácidas: Ácidos monopróticos são aqueles que doam apenas um próton. Bases monoácidas são aquelas que recebem apenas um próton. Considere o equilíbrio de uma solução aquosa de um ácido fraco monoprótico HA: 7
  • 8. HA + H2O ßà H3O+ + A- [H3O+] [A-] Ka = ----------------- [HA] Chamando-se de Ca a concentração molar do ácido inicialmente dissolvido e de x o número de mols L-1 que posteriormente se ionizam, tem-se no equilíbrio: HA + H2O ßà H3O+ + A- Ca – x x x Substituindo na equação da constante de ionização do ácido: x x x2 Ka = ----------- = ----------- Ca - x Ca - x x2 = Ka (Ca – x) = Ka Ca - Ka x x2 + Ka x - Ka Ca = 0 Como x = [H3O+] [H3O+]2 + Ka [H3O+] - Ka Ca = 0 - Ka + √(Ka2 + 4KaCa) [H3O+] = -------------------------------- 2 Uma vez calculada a [H3O+], o pH é calculado pela expressão de sua definição, isto é, pH = - log [H3O+]. No caso do grau de ionização do ácido ser menor que 5%, pode-se simplificar a equação da constante de ionização no denominador, considerando-se Ca – x = Ca; assim a equação de Ka fica: x2 Ka = ------ à x2 = Ka Ca à [H3O+]2 = Ka Ca Ca 8
  • 9. [H3O+] = √KaCa Essa expressão simplificada pode ser colocada diretamente na forma de pH, invertendo e aplicando logaritmo: 1 1 1 log ----------- = ------ + ------ [H3O+]2 Ka Ca 2 pH = pKa + pCa pH = ½ (pK + pCa) a Para as bases monoácidas o procedimento é idêntico; as expressões são semelhantes bastando substituir pH por pOH, Ka por Kb e Ca por Cb. Então as expressões seriam: - Kb + √(Kb2 + 4 KbCb) [OH-] = -------------------------------- 2 [OH-] = √KbCb pOH = ½ (pK + pCb) b 2.2.2. Ácidos polipróticos e bases poliácidas: Ácidos polipróticos são substâncias ou íons capazes de doar dois ou mais prótons e bases poliácidas são substâncias ou íons capazes de receber dois ou mais prótons. A ionização desses ácidos e bases ocorre em etapas e assim sendo eles possuem duas ou mais constantes de ionização. 9
  • 10. Seja uma solução aquosa de um ácido poliprótico de fórmula H3A, por exemplo: Na 1a ionização à H3A + H2O ßà H3O+(I) + H2A- Na 2a ionização à H2A- + H2O ßà H3O+(II) + HA2- Na 3a ionização à HA2- + H2O ßà H3O+(III) + A3- A [H3O+] total da solução será: [H3O+] total = H3O+(I) + H3O+(II) + H3O+(III) Normalmente o valor das constantes de ionização sucessivas caem abruptamente; isto é explicado pelo efeito do íon comum H3O+, isto é, o H3O+ liberado na 1a ionização inibe as demais ionizações. Como por exemplo, tem-se as constantes de ionização do ácido fosfórico, H3PO4: Ka1 = 5,9 10-3 Ka2 = 6,2 10-8 Ka3 = 4,8 10-13 Nestas condições pode-se considerar: [H3O+] total = H3O+(I) ou seja, os ácidos polipróticos podem ser considerados monopróticos no cálculo do pH de suas soluções aquosas. O mesmo ocorre com as bases poliácidas, isto é, no cálculo do pOH de suas soluções aquosas são consideradas monoácidas. 3- Cálculo do pH de soluções aquosas de sais 3.1- Sais que se comportam como ácidos ou bases: O cálculo obedece às mesmas regras e fórmulas de ácidos ou bases fortes e ácidos ou bases fracas, segundo o comportamento ácido-base dos componentes que compõem os sais. 10
  • 11. 3.2- Sais que se comportam como ácidos e como bases (anfiprótico): Considere um ácido diprótico H2A em solução aquosa, cujas constantes do ácido são dadas por Ka1 e Ka2 , de acordo com a 1a e 2a ionização, respectivamente (supondo Ka1 = 10-3 e Ka2 = 10-7 as ordens de grandeza das constantes deste ácido). [H3O+] [HA-] H2A + H2O ßà HA- + H3O+ Ka1 = ------------------ = 10-3 [H2A] [H3O+] [A2-] HA- + H2O ßà A2- + H3O+ Ka2 = ------------------ = 10-7 [HA-] Seja uma solução aquosa de um anfiprótico MHA: MHA à M+ + HA- Considere o equilíbrio de HA- quando se comporta como ácido: HA- + H2O ßà H3O+ + A2- [H3O+] [A2-] Ka = ------------------- = Ka2 = 10-7 [HA-] isto é, a constante desse equilíbrio corresponde a 2a constante do ácido H2A. Considere agora o equilíbrio de HA- quando se comporta como base: HA- + H2O ßà H2A + OH- 11
  • 12. [H2A] [OH-] [H3O+] [OH- ] Kw 10-14 Kb = ------------------- = -------------------- = --------- = --------- = 10-11 [HA-] [H3O+] [HA-] Ka1 10-3 ------------------ [H2A] isto é, considerando o par ácido-base conjugado nessa equação, HA- e H2A, tem-se: Kb (HA-) Ka1(H2A) = Kw à Kb = Kw/Ka1 Além desses equilíbrios pode-se considerar aquele em que HA- está agindo como ácido e como base: HA- + HA- ßà H2A + A2- [H2A] [A2-] Ka2 10-7 K = ----------------- = -------- = -------- = 10-4 [HA-]2 Ka1 10-3 isto é, o produto: [H3O+] [A2-] [H2A][OH-] [A2-] [H2A] Ka Kb = ----------------- ----------------- = ---------------- [H3O+] [OH-] = K Kw [HA-] [HA-] [HA-]2 Ka Kb Ka2 Kw/Ka1 Ka2 10-7 K = ----------- = ------------------- = -------- = -------- = 10-4 Kw Kw Ka1 10-3 A constante (K) do terceiro equilíbrio é bastante superior às constantes Ka e Kb dos outros dois equilíbrios; isto mostra que esta terceira reação ocorre com muito mais intensidade do que as outras duas. Por isso pode-se considerar: H2A = A2-. Considerando-se novamente as constantes de equilíbrio do ácido H2A: 12
  • 13. [H3O+] [HA-] H2A + H2O ßà HA- + H3O+ Ka1 = ------------------ [H2A] [H3O+] [A2-] HA- + H2O ßà A2- + H3O+ Ka2 = ------------------ [HA-] e fazendo [H3O+] [HA-] [H3O+] [A2-] [H3O+]2 [A2-] Ka1 Ka2 = ------------------ ------------------ = ------------------- = [H3O+]2 [H2A] [HA-] [H2A] [H3O+] = √K a1K a2 à pH = - log [H3O+] Generalizando, pode-se considerar: K a1 = constante de ionização do ácido; K a2 = constante de ionização do ácido conjugado da base Observação: deve-se notar que o pH de uma solução de anfiprótico independe da concentração do anfiprótico. 4- Cálculo do pH de soluções tampões Soluções tampões são soluções que apresentam a propriedade de resistir à mudança na sua concentração hidrogeniônica ou no seu pH, mesmo quando a ela se adiciona uma quantidade razoável de ácido ou de base fortes. A “ação tampão” dessas soluções reside no fato delas conterem um par conjugado ácido-base em apreciável concentração, o que explica o poder neutralizante dessas soluções, tanto para ácidos como para bases. O ácido constitui a reserva ácida e a base a reserva alcalina da solução. 13
  • 14. Os tipos mais comuns de solução tampão são aqueles constituídos de um ácido fraco e um seu sal ou uma base fraca e um seu sal. O mecanismo da ação tampão está no equilíbrio presente na solução. Seja uma solução tampão constituída de um ácido fraco (ácido acético = HAc, Ka = 1,8 10-5) e um seu sal (acetato de sódio = NaAc). Os equilíbrios presentes são: HAc + H2O ßà H3O+ + Ac- Ka = 1,8 10-5 NaAc à Na+ + Ac- Ac- + H2O ßà HAc + OH- Kb = 5,56 10-10 [H3O+] [Ac-] [HAc] Ka = ------------------- à [H3O+] = Ka -------- [Hac] [Ac-] Devido ao ácido (HAc) e a base (Ac-) serem fracos, suas concentrações são significativas na solução (e considerando o efeito do íon comum Ac-, a ionização do HAc fica mais diminuída ainda). Adicionando a essa solução uma pequena quantidade de ácido forte, os íons H3O+ desta serão neutralizados pelos ânions Ac- para formar HAc, mantendo a concentração de H3O+ da solução praticamente constante: Ac- + H3O+ ßà HAc + H2O Por outro lado, se uma base forte for adicionada, os íons OH- desta serão neutralizados pelos íons H3O+ presentes na solução: os íons H3O+ necessários para a neutralização dos OH- são fornecidos por ionização do HAc, de maneira que a concentração de H3O+ da solução é praticamente mantida. O mecanismo da ação tampão de soluções constituídas de uma base fraca e um seu sal é semelhante. 14
  • 15. O cálculo do pH de uma solução tampão é relativamente simples e baseia-se nos equilíbrios presentes. Utilizando o exemplo da solução tampão constituída de ácido acético (HAc) e acetato de sódio (NaAc), chamando de Ca a concentração de HAc e de Cb a concentração da base conjugada Ac- na solução conforme a expressão: [HAc] + [H3O ] = Ka ---------- [Ac-] tem-se: [HAc] ≅ Ca [Ac-] ≅ Cb devido suas ionizações serem extremamente pequenas; assim: Ca + [H3O ] = Ka ------- à pH = - log [H3O+] Cb Cb pH = pKa + log ------ Ca Esta fórmula é conhecida como a equação de Henderson-Hasselbalch De maneira semelhante, o pOH de uma solução tampão constituída de uma base fraca e um seu sal é calculado pela expressão: Cb - [OH ] = Kb ------- à pOH = - log [OH-] Ca Ca pOH = pKb + log ------ Cb 15
  • 16. A eficiência de uma solução tampão é o grau de resistência à mudança no seu pH. Esta resistência depende fundamentalmente da concentração do par ácido-base conjugado em termos de concentração absoluta e relativa. A eficiência da solução tampão é tanto maior quanto mais próxima da unidade estiver a relação Ca/Cb. Soluções tampão em que a relação Ca/Cb é maior que 10/1 ou menor que 1/10 apresentam baixa capacidade tampão. Assim, o intervalo de pH em que uma solução tampão é considerada suficientemente efetiva é: 10 + [H3O ] = Ka ------- à pH = pKa - 1 1 1 + [H3O ] = Ka ------- à pH = pKa + 1 10 A eficiência de uma solução tampão está condicionada a um intervalo de duas unidades de pH, cujos valores são: pH = pKa ± 1 A eficiência das soluções tampão constituídas de uma base fraca e um seu sal é considerado de maneira idêntica. O intervalo de eficiência é: pOH = pKb ± 1 16