Aula de Geopolítica, na qual foram abordados os seguintes temas: Primavera árabe, Guerra Civil na Síria, Guerra do Yom Kippur.
Professor: Viegas Fernandes da Costa
Data: 12/10/2013
1. PRIMAVERA ÁRABE
(Temas abordados nas aulas de Geopolítica: Primavera Árabe, Guerra Civil
na Síria e Guerra do Yom Kippur. Aula: 12/10/2013)
Professor Viegas Fernandes da Costa
viegasfernandesdacosta@gmail.com
3. TUNÍSIA
Uma das nações mais ocidentalizadas do mundo islâmico, incluindo-se os
direitos civis às mulheres.
Os protestos na Tunísia, os primeiros da Primavera Árabe, foram também
denominados de Revolução de Jasmin. A revolta ocorreu em virtude do
descontentamento da população com o regime ditatorial. Iniciou-se no final
de 2010 e encerrou-se em 14 de Janeiro de 2011, com a renúncia de Ben Ali,
há 24 anos no poder.
O estopim foi o episódio envolvendo o jovem Mohamed Bouazizi, que vivia
com sua família através da venda de frutas e que teve os seus produtos
confiscados pela polícia por se recusar a pagar propina. Revoltado, Bouazizi
ateou fogo em seu próprio corpo, marcando um evento que abalou a
população de todo o país e que fomentou a concretização da revolta popular.
Ben Ali assumiu em 1987. Como aliado do Ocidente, reprimia o
fundamentalismo islâmico. Com a revolta, renuncia e foge para a Arábia
Saudita. Em 2012 é condenado à prisão perpétua pela morte de
manifestantes.
Ocorrem eleições em março de 2012. Salafistas (ultraconservadores
islâmicos, defensores da Sharia) ganham espaço, gerando conflitos com
setores seculares.
4. LÍBIA
A revolta na Líbia é conhecida como Guerra Civil
Líbia ou Revolução Líbia e ocorreu sob a influência
das revoltas na Tunísia, tendo como objetivo acabar
com a ditadura de Muammar Kadhafi, no poder
desde 1969.
Foi uma das revoluções mais sangrentas da
Primavera Árabe, e teve como marco a intervenção
das forças militares da OTAN (Organização do
Tratado do Atlântico Norte).
Kadhafi foi morto após intensos combates com os
rebeldes no dia 20 de Outubro de 2011.
Em julho de 2012 foram realizadas as primeiras
eleições desde 1964. Os seculares são eleitos, mas
islâmicos também têm grande representação.
Maior desafio da Líbia é desmobilizar as milícias locais formadas durante a
revolta, que relutam em entregar as armas e o poder sobre as localidades que
controlam. Também há a questão da autonomia da Cirenaica, região onde estão
as principais reservas de petróleo.
5.
6. EGITO
A Revolução do Egito foi também denominada por Dias de
Fúria, Revolução de Lótus e Revolução do Nilo.
Marcada pela luta contra a ditadura de Hosni Mubarak, no poder desde
1981, e contra a pobreza, a corrupção, o autoritarismo e o desemprego. Os
protestos iniciaram em 25 de Janeiro de 2011.
Após a onda de protestos que tomaram a Praça Tahir, Mubarak anunciou
que não iria se candidatar novamente a novas eleições e renuncia. O
comando da nação é transferido para o Conselho Supremo das Forças
Armadas, que dissolve o parlamento, suspende a Constituição e anuncia
eleições. Mubarak é preso e condenado à prisão perpétua. A Irmandade
Muçulmana funda o Partido Liberdade e Justiça.
Crescem as hostilidades entre muçulmanos radicais e cristãos coptas.
Em junho de 2012 é eleito Mohammed Mursi, candidato da Irmandade
Islâmica. Mursi tenta construir uma política mais independente do Ocidente,
visita o Irã (algo inédito desde 1979) e apoia os rebeldes sírios contra Bashar
al-Assad. Em julho de 2013 as forças militares derrubaram Mursi e
dissolveram a Irmandade Islâmica e seu partido, o Liberdade e Justiça.
9. A Guerra do Yom Kippur é também conhecida como Guerra Árabe-Israelense
de 1973, Guerra de Outubro, Guerra do Ramadã. Ocorreu de 6 de
Outubro a 26 de Outubro de 1973, entre uma coalizão de estados árabes
liderados por Egito e Síria contra Israel.
Recebeu este nome porque teve início no feriado de Yom Kippur, o mais
importante do judaísmo.
Egito e Síria atacam Israel, reocupando a Península do Sinai e as Colinas de
Golã, ocupadas por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967.
A guerra envolveu levou as duas superpotências da época. Os EUA
defenderam os interesses de Israel, e a URSS, dos países árabes, gerando uma
tensão diplomática.
Ao término do conflitos, as forças israelenses, já recuperadas das baixas
iniciais e com um esmagador poderio militar, haviam entrado profundamente
nos territórios árabes e encontravam-se a 40 km de Damasco, capital da Síria,
intensamente bombardeada, e a 101 km do Cairo, capital Egípcia.
A principal consequência foi a Crise do Petróleo, momento em que os países
da OPEP aumentaram o preço do petróleo em até 300%.
Com os Acordos de Camp David (1978-1979), Egito reconhece a existência de
Israel, sai da esfera da URSS e recupera a Penísula do Sinai.
12. Xiitas e Sunitas são duas correntes da
religião islâmica, se diferenciam em
relação ao profeta Maomé e sua
descendência. Os Sunitas consideram
os sucessores diretos do profeta
Muhammad Maomé, já os Xiitas não
concordam, para eles o sucessor
deveria ser Ali, genro do profeta.
13. XIITAS
Os xiitas preferem uma interpretação mais rígida do Alcorão e não
reconhecem os conselhos e exemplos provenientes de qualquer outro livro.
De acordo com os xiitas, o mundo islâmico deve ser politicamente
controlado por membros diretos da família do profeta Maomé. A justificativa
apresentada para tal opção se baseia na crença de que somente os
descendentes da casa de Maomé teriam a sabedoria necessária para
conduzir os fiéis.
SUNITAS
Os sunitas – assim designados por também aderirem a Sunna, livro
biográfico de Muhammad – têm uma ação política e religiosa mais
conciliatória e pragmática se comparados aos xiitas. Preocupados com
questões que extrapolam o campo da religiosidade, os sunitas empreendem
uma interpretação mais flexível dos textos sagrados, estabelecendo assim
um maior diálogo com outros povos e adaptando suas crenças com o passar
do tempo. Representam mais de 80% da população islâmica.
(Rainer Sousa - http://www.brasilescola.com/historiag/xiitas-x-sunitas.htm)
14. ALAUÍTAS
Braço do Islã xiita, precisamente dos ismailitas. Consideram-se os
verdadeiros muçulmanos, oram em mesquitas, mas têm também suas
orações secretas, que só os iniciados conhecem, e que são feitas em suas
casas. Como os demais muçulmanos, têm o Alcorão como o livro sagrado,
mas dão aos capítulos e versículos interpretações esotéricas. Acreditam na
reencarnação. Acreditam que todos os bons alauítas se converterão em
astros na Via Láctea e ficarão junto a Ali ibn Abi Tálib, o primo e genro do
Profeta. (Fonte: Gilberto Abrão)
Seguem a charia ou lei islâmica e como tal estão sujeitos a determinadas
práticas do islão ortodoxo, como as interdições alimentares
SALAFITAS
Pertencentes ao ramo do islamismo sunita que exige pureza e rejeição de
qualquer Islã, salvo o dos primórdios, e que inspira ações violentas de
vários grupos terroristas islâmicos. (Fonte: Dicionário Aulete) – Surgem no
Egito.
15.
16. Protaqonista de questões geopolíticas regionais, o que torna qualquer intervenção
militar em seu território arriscada.
Atualmente tem o apoio da Rússia, China (ambos membros do CS da ONU) e Irã
(xiita).
O regime sírio forma com os xiitas do Irã e do Hezbollah libanês uma frente hostil a
Israel e às monarquias sunitas. (Fonte: Almanaque Abril 2013)
Durante a Guerra Fria esteve aliada à URSS.
Perde as Colinas de Golã para Israel, durante a guerra dos 6 dias.
1970 – Golpe de Estado – assume o governo o General Hafiz (inicia o governo dos
alauítas).
1973 - Ataca Israel na Guerra do Yom Kippur.
1976, interferem no Líbano. A partir da década de 90 organiza um governo aliado no
Líbano e apoia as investidas do Hezbollah contra Israel.b
17. 2000: morre Hafiz, assume seu filho, Bashar al-Assad.
Governo alauíta, com apoio dos cristãos e acordos com os sunitas.
2011: começam as manifestações contra Assad.
Turquia apoia o Exército de Libertação Sírio, e bases do ELS são montadas em território
turco, o que leva a Síria a lançar mísseis contra aquele país.
Sunitas prevalecem nos protestos contra Assad, e são também as principais vítimas de
Assad.
18. Quando iniciou a luta armada contra o governo de Bashar alAssad, o Exército Livre da Siria (ELS) era composto em sua maioria
por soldados desertores e civis voluntários. "Era, até então, um
exército de seculares com um único objetivo - derrubar o regime.
Cristãos, muçulmanos, conservadores, liberais, seculares
formavam a frente rebelde", explicou o professor Fadi al Ahmar,
especialista em geopolítica síria da Universidade Espírita de Kaslik.
Mas a oposição armada foi mudando de face em meio ao conflito
por conta do aumento da violência, o que levou a uma
radicalização de grupos rebeldes e a infiltração de islamistas mais
extremistas. "Rebeldes se fragmentaram em diversos grupos,
incluindo salafistas e jihadistas, com discursos voltados a uma
guerra para derrotar os alauítas e seus apoiadores xiitas no Líbano
e Irã”.
Hoje há duas frentes oposicionistas: o ELS, composto em sua
maioria por muçulmanos e cristãos seculares, liberais ou
conservadores, e os islamistas, que também incluiriam
combatentes estrangeiros.
(portal Terra, Dossiê “Distúrbios no mundo árabe”)