O documento discute a história do corpo humano ao longo do tempo, abordando tópicos como: 1) o desenvolvimento da ginástica e educação física no final do século XIX visando o controle do corpo; 2) a substituição do uso de espartilhos por práticas ginásticas para endireitar a postura; 3) a importância dada à seleção de "misses" no início do século XX como futuras construtoras da nação brasileira.
3. Fabricantes de próteses para atletas de alto
rendimento afirmam que já existe tecnologia para
superar os recordes de atletas convencionais. Mas
resultaria em movimentos fora do padrão para um
velocista. Então, a tendência é que as regras das
competições (como limitar angulações, altura e
flexibilidade dos equipamentos) fiquem cada vez
mais rígidas, para manter um limite ético de
competitividade.
Ainda assim, os índices derrubados pelos atletas
biamputados no atletismo impressionam. Para ficar
em um exemplo, nos 200 m livre Alan Fonteles
quebrou o recorde mundial ao terminar a prova em
20s66, melhorando em 79 centésimos os 21s45 que
lhe rendeu o ouro paraolímpico, há dez meses. Entre
atletas olímpicos, foram precisos 21 anos para atingir
a mesma melhora.
A marca o coloca entre os cinco brasileiros mais
rápidos na distância em 2013 entre os corredores
convencionais. E mais: garantiria o sétimo lugar na
Olimpíada de Londres.
(Gazeta do Povo, 27/07/2013)
4. Em 1 de Setembro de 2011, Pistorius competiu
com atletas não deficientes em prova oficial
válida pelo campeonato mundial de atletismo
em Daegu, alcançando a fase semi-final nas
prova de 400 metro rasos e no revezamento
4x100.
No dia 4 de Agosto de 2012
em Londres, Inglaterra, se tornou o
primeiro atleta paraolímpico, a disputar uma
Olimpíada em igualdade de condições com
atletas considerados normais, alcançando a
classificação para as semi-finais dos 400
metros rasos.
No dia 9 de Agosto de 2012, juntamente com a
equipe de revezamento 4x400m da África do
Sul, se classificou para a final da modalidade
nas Olimpíadas de Londres em 2012.
(Pistorius, Oscar. Wikipédia).
6. BELO, tem sua origem no termo grego KALÓN, ou seja, “aquilo que
agrada, que suscita admiração, que atrai o olhar”.
(Umberto Eco, História da beleza.)
12. A boneca Barbie foi encomendada ao designer Jack Ryan, em 1958, e lançada oficialmente
em 1959. Foi inspirada na boneca alemã Lilli, criada em 1952, para preencher os buracos
sem notícia do jornal Bild Zeitung. Lilli, uma loira que aparecia em tiras de quadrinhos
com cintura fina, maquiagem, peitos grandes e sempre de salto alto , até quando estava
só de calcinha e sutiã, fez tanto sucesso que virou uma boneca para presentear os
homens.
17. Carta de “achamento”, escrita por Pero Vaz de
Caminha ao rei de Portugal:
“ali andavam entre eles três ou quatro moças,
muito novas e gentis, com cabelos muito
pretos e compridos, caídos pelas espáduas, e
suas vergonhas tão altas e tão cerradinhas e
tão limpas das cabeleiras que, de as muito bem
olharmos, não tínhamos nenhuma vergonha.”
“Os pelos do corpo são um signo de virilidade
para os europeus. Ao se depararem com os
índios imberbes, alguns filósofos acharam que
isso era mais uma demonstração da suposta
inferioridade dos habitantes da América.
Homens sem pelos, segundo esses pensadores
europeus, seriam incapazes de dominar a
natureza e de construir cidades modernas e
prósperas como as europeias”
(Kury, Lorelai, Hargreaves, Lourdes & Valença, Máslova. Ritos
do corpo, 2000)
18. O Tratado de Civilidade e Etiqueta, escrito pela Condessa de Gencé (Portugal, 1909), foi
um dos manuais mais utilizados em Escolas Normais de Santa Catarina.
22. “Governar o corpo é condição para governar a sociedade. O controle do
corpo é, portanto, indissociável da esfera política.” (Sant’Anna, Corpo e História,
1996)
Desenvolvimento da Ginástica e da Educação Física a partir do final do século
XIX.
“Os pensadores da ginástica científica colocam-se como aqueles que vão
cuidar do corpo e combater os excessos vividos pelos artistas nômades.”
(Carmen Lúcia Soares)
23. “A prática de endireitar a postura dos nobres e de suas crianças por meio de faixas e de
espartilhos tende a ser substituída pela prática da ginástica” (...)
“A moleza das carnes que o espartilho esconde se transforma numa indecência, antes
desconhecida, acusando uma personalidade fraca e desprovida de vontade própria”
(Sant’Anna, 1996)
26. “Precisamente entre senhoritas que trabalham, eu desejaria, na qualidade de
humilde estudioso da raça, ver escolhidas as misses de todos os estados. São elas as
futuras construtoras das gerações; são as proletárias, donas do ventre bendito de
onde sairá o Brasil dos nossos netos”
(Roquette-Pinto, Ensaios de antropologia brasiliana, 1933)
Marta Rocha, Miss Brasil de 1954